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01- Introdução ao Estudo de Direito MAI2015

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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE DIREITO 
 
01- Introdução ao Estudo de Direito MAI2015 
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IINNTTRROODDUUÇÇÃÃOO AAOO EESSTTUUDDOO DDEE DDIIRREEIITTOO 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE DIREITO 
 
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1. O que é o Direito? 
1.1. Direito é exclusivamente social, feito para o homem, uma forma de alcançar os meios e/ou os fins garantidos anteriormente por normas, costumes, analogia 
ou princípios do próprio direito. 
 
1.1.1. É construído pelo homem e para o homem; 
1.1.2. Relaciona-se com o universo social, só existe na vida social; 
1.1.3. Não é o fim em si mesmo, existe em função de outros objetivos; 
1.1.4. Envolve o componente ético, próprio da natureza humana 
 
1.2. Dante Alighieri: “O Direito é uma proporção real e pessoal, de homem para homem, que, conservada, conserva a sociedade; corrompida, corrompe-a” 
 
1.3. Miguel Reale define o Direito assim: “Direito é a realização ordenada e garantida do bem comum numa estrutura tridimensional bilateral atributiva.”, e o que 
isso quer dizer? 
 
1.3.1. Direito é a REALIZAÇÃO: concretização do fato 
1.3.2. ORDENADA: os elementos estão organizados 
1.3.3. E GARANTIDA: os interesses serão mantidos 
1.3.4. Do BEM COMUM: as condições de cada indivíduo que permite ela a se realizar 
1.3.5. Numa estrutura TRIDIMENSIONAL: Fato, valor e norma; 
1.3.5.1. Fato: um fato subjacente (fato econômico, geográfico, demográfico, de ordem técnica etc.) 
1.3.5.2. Valor: um valor, que confere determinada significação a esse fato, inclinando ou determinando a ação dos homens no sentido de atingir ou 
preservar certa finalidade ou objetivo. 
1.3.5.3. Norma: uma regra ou norma, que representa a relação ou medida que integra um daqueles elementos ao outro. 
1.3.6. BILATERAL: os dois lados 
1.3.7. ATRIBUTIVA: atribui para alguém até pela força 
 
1.4. Em outras palavras Reale diz: “Direito é a concretização de um fato, onde, os elementos estão organizados e os interesses serão mantidos para um bem 
comum considerando o fato, o valor e a norma para os dois lados, e que atribui algo para alguém.” 
 
 
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2. Acepções do Direito 
2.1. Fato Social: a experiência jurídica se da na vida concreta das pessoas e das comunidades. Sob este aspecto, o direito pode ser estudado sob a ótica da 
FACULDADE DE DIREITO, mas também é objeto de estudo da HISTÓRIA, da SOCIOLOGIA (FATO SOCIAL), da FILOSOFIA e da PSICOLOGIA. 
 
2.2. Ciência do Direito, Jurisprudência: é o estudo desta dimensão da experiência humana. 
2.2.1. OBSERVAÇÃO: não confundir essa Jurisprudência que começa com a letra “J” no maiúsculo com jurisprudência que começa com “j” minúsculo, 
jurisprudência no minúsculo se refere as decisões reiteradas dos tribunais, sobre os mesmos assuntos, para casos similares. 
 
2.3. Direito como “Justo”: a solução equitativa no caso concreto, aquilo que é DEVIDO a cada um. 
 
2.4. Direito como NORMA: é a NORMA JURÍDICA como regra, modelo, de conduta ou de organização. 
 
2.5. Direito Subjetivo: é a POSSIBILIDADE, escolha. “Meu direito”. 
 
2.5.1. Noção fundamental: é a ESSÊNCIA do direito que é apreendido como “o justo”. Esta é a primordial acepção e as outras remetem a ela. 
 
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3. Noção Introdutória a FONTES DO DIREITO 
3.1. FONTES DO DIREITO são os meios pelos quais se formam, ou se estabelecem as normas jurídicas. São os órgãos sociais de que dimana o direito objetivo. 
Várias são as classificações dessas fontes. A mais importante divide-se em fontes diretas ou imediatas (que são a LEI e o COSTUME) e fontes indiretas ou 
mediatas (que são DOUTRINA e a jurisprudência). 
Sabemos que a Lei é a fonte primordial do direito. Cabendo a todos o dever de cumpri-la. 
A lei deve emanar do poder competente, para que sejam alcançados seus objetivos. 
Se provier de órgão incompetente, perde a obrigatoriedade e, portanto, deixa de ser direito. É importante lembrar que referentemente às pessoas a que se 
dirigem, as leis podem ser gerais, especiais ou individuais. Afirmando assim que a fonte legislativa e a fonte jurisprudencial constituem as duas principais 
fontes de enriquecimento do direito civil. 
 
Fontes do Direito 
 
Tudo quanto existe, existe por causa de sua origem, ou seja, tem a sua fonte. O Direito também, naturalmente. 
Por fonte do Direito, entendemos, então, o lugar de onde o Direito nasce, brota, surge, aparece, vem à luz. É a sua causa, origem, princípio, é o nascedouro do 
fenômeno jurídico. 
Contudo, sendo o Direito um fenômeno complexo, não pode contar apenas com uma única fonte. Pelo contrário, há tantas fontes quantas sejam as partes 
fundamentais constitutivas do Direito. Tomemos como hipótese, a teoria de Miguel Reale, que concebe o Direito como sendo um fenômeno tridimensional, 
composto basicamente de fato, valor e norma. 
 
 
NORMA FATO 
VALOR 
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Direito 
 
Imediatamente, temos de pensar numa fonte para o Direito como fato, numa outra fonte para o Direito enquanto valor e numa terceira fonte diferente, 
considerando-se o Direito como norma. 
Do ponto de vista do Direito, enquanto fato social, ele emana diretamente do “MODUS VIVENDI” dos homens em sociedade. Trata-se de uma fonte 
sociológica. Considerado como valor, sua fonte é axiológica e diz respeito à natureza espiritual do homem; e, enquanto norma, o Direito dimana ou promana, 
dogmaticamente, do Estado, que o impõe, de forma coativa, através da polícia. 
 
3.2. FONTES FORMAIS DO DIREITO (também chamadas de DIRETAS OU IMEDIATAS): 
3.2.1. LEI – norma imposta pelo Estado e tornada obrigatória em sua observância. “Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em 
virtude da lei” (art. 5º, II, CF). A Lei é a principal fonte de Direito. As demais são acessórias. 
 
 
3.2.2. COSTUME – reiteração constante e uniforme de uma conduta, convicção de esta ser obrigatória. Espécies: 
 
3.2.2.1. Segundo a lei: a lei se reporta expressamente aos costumes e reconhece a sua obrigatoriedade; é admitido em nosso ordenamento; 
 
3.2.2.2. Na falta da lei: a lei deixa lacunas que são preenchidas pelo costume; também é admitido em nosso ordenamento; 
 
3.2.2.3. Contra a lei: o costume contraria o que dispõe a lei; corrente majoritária não o aceita em nosso Direito. 
 
3.3. FONTES NÃO-FORMAIS DO DIREITO (também chamadas de FONTES INDIRETAS OU MEDIATAS): 
3.3.1. Doutrina – interpretação da lei feita pelos estudiosos da matéria. 
 
3.3.2. Jurisprudência – conjunto uniforme e constante das decisões judiciais sobre casos semelhantes. 
 
3.4. VISÃO DE FRANCO MONTORO: A fonte direta não é o Estado, estes podem elaborar suas regras de conduta e elas tem aplicação naquele meio determinado, 
desde que não conflite com o ordenamento em vigor. 
Ex.: Direito desportivo. – Melhor Vista pelo Professor Marcelo 
 
 
 
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4. Noções introdutórias das fronteiras (limites) do Direito 
4.1. A ordenação da convivência humana é efetivada por meio da disciplina do comportamento das pessoas. Nesse sentido, o Direito (estatal) 
 Disciplina todas as condutas humanas, ou só algumas? 
 Abarca somente a conduta exteriorizada, ou também o que se passa no plano da consciência? Crime doloso, dano moral, boa-fé: abarcados pelo Direitoapenas quando relacionados a uma conduta exteriorizada. 
 Direito e Moral prescrevem sanções para o descumprimento de seus comandos? Estas sanções são equivalentes, da mesma natureza? 
 
As respostas a estas três questões vão nos esclarecer as relações entre Direito e Moral. 
 
4.2. Teorias: 
4.2.1. Do mínimo ético: tudo que é jurídico é moral, mas nem tudo que é moral é jurídico (dois círculos concêntricos, o da Moral englobando integralmente 
o do Direito); 
4.2.2. Dos círculos secantes: uma parte comum à Moral e ao Direito, com outras áreas independentes; 
4.2.3. Dos círculos coincidentes: o campo da Moral e o do Direito são comuns (tudo que é jurídico é moral, e tudo que é moral é jurídico); 
4.2.4. Dos círculos independentes: não há nada em comum entre a Moral e o Direito, trabalham em campos totalmente distintos. 
4.2.5. Ótica positivista: esferas distintas, o que pertence ao universo do Direito é aquilo que a autoridade constituída decidiu. 
4.2.6. Ótica jus naturalista: o que é “indiferente” pode ser regrado pelo Direito positivo segundo conveniências que variam no tempo e no espaço 
(legislação de trânsito, taxas de juros). 
 
4.3. Podemos apontar, dentre outras, duas grandes diferenças: 
4.3.1. Primeiro, a Moral se ocupa tanto do plano da conduta prática quanto do plano da consciência, enquanto o Direito disciplina apenas as condutas 
exteriorizadas. 
4.3.2. Segundo, no mundo moderno há uma distinção importante que caracteriza (qualifica) o Direito: a coercibilidade estatal, a possibilidade do uso da 
força com vistas ao cumprimento de uma obrigação. A Moral não dispõe deste atributo, que é próprio do Direito, e que será o tema da próxima aula. 
 
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5. Coação e Sanção Estatal 
5.1. Coercibilidade = Possibilidade do uso da força com vistas ao cumprimento de uma norma jurídica. 
5.1.1. COAÇÃO (COERÇÃO): Há autores que tratam os termos como sinônimos, outros preferem uma distinção sutil (coerção como pressão psicológica, 
coação como pressão material). 
5.1.2. Coação é termo equívoco, e em Direito tem dois sentidos distintos: 
5.1.2.1. Violência (física ou psíquica) contra uma pessoa. É um dos vícios que geram a anulação do ato jurídico (CC, arts 151 e ss), o ato é anulável. 
5.1.2.2. Força organizada para o cumprimento obrigatório das normas jurídicas. 
Estamos estudando COAÇÃO no segundo sentido, como atributo do Direito enquanto poder estatal organizado que dispõe de força para obrigar o 
cumprimento de seus comandos. 
5.1.3. O Estado é o ente ao qual o Direito delega o uso da força, quando necessário ao cumprimento do preceito legal. É possível afirmar que esta é uma 
nota distintiva do Direito em relação às outras ordenações da convivência humana, vez que apenas ele dispõe da força estatal. 
5.1.4. A coercibilidade do Direito não se restringe apenas ao aspecto intimidativo (possibilidade de sanções punitivas: prisão, execução forçada), mas 
também se expressa no incentivo ao cumprimento espontâneo dos preceitos legais (vantagens: isenções tributárias). 
5.1.5. ORDENAÇÕES NÃO ESTATAIS (associações, Igreja, direito esportivo): também dispõe de coercibilidade (possibilidade do uso da força), e portanto de 
sanções. A diferença parece ser que estas ordenações não estatais estão voltadas a um campo restrito de aplicação (e a pessoa pode fugir da sanção 
retirando-se daquele meio), e no Direito o campo é mais vasto, do qual em princípio não se pode abdicar. 
5.2. Sanção: no Direito tem dois sentidos 
5.2.1. Fase do procedimento de aprovação de uma lei: sanção é a concordância do chefe do executivo com a nova Lei; ato anterior à promulgação e 
publicação da nova lei. Se discordar, Presidente pode vetar e este veto vai à apreciação do Congresso Nacional para ser derrubado ou confirmado. 
5.2.2. Penalidade, castigo. 
5.2.3. Sanções: formas de garantia do cumprimento das normas. Toda norma de conduta (religiosa, moral, jurídica) existe para ser cumprida. Dependendo 
do tipo da norma, haverá uma modalidade de sanção. 
5.2.3.1. Normas morais: sanção interior (remorso) e exterior (reprovação social). 
5.2.3.2. Normas religiosas: sanção interior (remorso, arrependimento, sentimento de culpa), e exterior (reprovação da instituição, necessidade de 
emenda do erro). 
5.2.3.3. Normas jurídicas: sanção estatal, se necessário com uso da força. 
5.2.4. Sanção é a face real da força no Direito, é a concretização da coercibilidade da norma jurídica. 
5.2.4.1. Exemplos: norma jurídica prevê pena para prática de crime, responsabilização do autor de um dano, execução forçada do devedor 
inadimplente, nulidade do ato praticado em desconformidade com a lei. Praticou crime, sanção é uma pena; causou dano sanção é 
indenização; não pagou dívida sanção é execução forçada; não seguiu as formalidades legais sanção é nulidade do ato. 
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5.2.5. A sanção jurídica nunca é na dimensão da consciência, sempre se estabelece no mundo exteriorizado (privação da liberdade, execução forçada 
patrimonial, anulação de ato jurídico, restrição de um direito). Isto confirma a máxima de que o Direito só atua no mundo dos comportamentos 
exteriorizados, a despeito de certas normas jurídicas adentrarem o plano da consciência: crime doloso (com intenção de produzir o resultado), dano 
moral (reparação pelo sofrimento causado a outrem), boa-fé (princípio contratual, exigida no usucapião ordinário, intenção reta, ignorância dos 
eventuais vícios), posse ad usucapionem (com intenção de dono). PRESUNÇÃO: Suposição que se tem por verdadeira, baseada no conjunto dos fatos 
provados ou em indícios substanciais. 
 
5.2.5.1. PRESUNÇÃO JURÍDICA (LEGAL): Absoluta (juris et de jure – “Na união estável, vigente o regime da comunhão parcial, há 
presunção absoluta de que os bens adquiridos onerosamente na constância da união são resultado do esforço comum dos conviventes.”) ou 
relativa (juris tantum – presunção de inocência), que admite prova em contrário. Presunção de violência em estupro de menor de 14 anos, 
absoluta ou relativa ???? 
5.2.5.2. PREDETERMINAÇÃO DA SANÇÃO = Normas jurídicas: sanção predeterminadamente organizada. O Estado é o ente que produz a hipótese de 
sanção (comando legal), e aquele que aplica a sanção jurídica (averiguação, jurisdição, execução). A sanção jurídica é determinada de 
antemão, e a própria existência do Poder Judiciário atesta a predeterminação da sanção jurídica (quem infringir uma norma jurídica sabe 
antecipadamente que o lesado pode acionar a justiça em busca da devida reparação). 
5.2.6. Apenas a sanção jurídica é predeterminada? Parece que também a sanção no campo da Moral e da Religião é conhecida de antemão. A diferença é 
que nestas ordenações não há sanção estatal, que só existirá para a Moral e para a Religião na medida que o ilícito for concomitantemente jurídico. 
Ex: homicídio é ilícito moral e religioso, mas só recebe sanção estatal porque configura ofensa ao ordenamento jurídico. 
5.2.7. COMPETÊNCIA: O Estado como poder organizado não se constitui de forma unitária, mas é composto de vários entes e órgãos. A predeterminação 
inclui tanto o órgão que pode produzir a norma sancionadora, quanto o ente que tem poder para processar e para aplicar a sanção em concreto. Ex: 
homicídio doloso cometido em Sorocaba. A norma foi elaborada pelo ente competente (crime é da alçada do legislativo da União), e a sanção será 
aplicada pela Justiça estadual de Sorocaba (local do fato), após julgamento pelo Júri popular, com eventual recurso para o TJ/SP e STJ/STF 
5.2.8. Autotutela: Exceção à regra de que apenas o Estado pode se valer da força para o cumprimentode preceito legal. Nestes casos, o próprio Direito 
autoriza o ofendido a proteger seus interesses, se necessário com o uso da força. Exemplos: legítima defesa no campo criminal; desforço imediato no 
caso de ataque à posse. 
5.2.9. No âmbito supranacional, há outros entes além do Estado que dispõe de coercibilidade, ou seja, podem aplicar sanções no caso de descumprimento 
de suas regras. Ex: ONU, Mercosul, União Européia, OMC, outros entes internacionais. 
 
 
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6. LINDB – DECRETO - LEI Nº 4.657, DE 4 DE SETEMBRO DE 1942. Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro – EMENTA REVOGADA PELA LEI 12.376, DE 30/12/10, 
que passou a ter a seguinte redação: Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro. 
6.1. Altera a ementa do Decreto-Lei no 4.657, de 4 de setembro de 1942. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono 
a seguinte Lei: 
6.1.1. Art. 1º: Esta Lei altera a ementa do Decreto-Lei no 4.657, de 4 de setembro de 1942, ampliando o seu campo de aplicação. 
6.1.2. Art. 2º: A ementa do Decreto-Lei no 4.657, de 4 de setembro de 1942, passa a vigorar com a seguinte redação: “Lei de Introdução às normas do 
Direito Brasileiro.” 
6.1.3. Art. 3º: Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 30 de dezembro de 2010; 189o da Independência e 122o da República. LUIZ 
INÁCIO LULA DA SILVA, Luiz Paulo Teles Ferreira Barreto . 
6.1.4. Art. 1º: Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. 
6.1.4.1. § 1º: Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. 
(Vide Lei 2.145, de 1953) 
6.1.4.2. § 2º: A vigência das leis, que os Governos Estaduais elaborem por autorização do Governo Federal, depende da aprovação deste e começa no 
prazo que a legislação estadual fixar. (Revogado pela Lei nº 12.036, de 2009). 
6.1.4.3. § 3º: Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos 
anteriores começará a correr da nova publicação. 
6.1.4.4. § 4º: As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. 
6.1.5. Art. 2º: Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. (CPMF, DRU, Lei orçamentária) 
6.1.5.1. § 1º: A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a 
matéria de que tratava a lei anterior. (revogação por norma de hierarquia igual ou superior; ab-rogação:total; derrogação:parcial; judiciário 
declara inconstitucionalidade ou não recepção da lei) 
6.1.5.2. § 2º: A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. 
6.1.5.3. § 3º: Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. (repristinação). 
6.1.6. Art. 3º: Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. 
6.1.7. Art. 4º: Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. (CPC, art 335, das 
provas: Em falta de normas jurídicas particulares, o juiz aplicará as regras de experiência comum subministradas pela observação do que 
ordinariamente acontece e ainda as regras da experiência técnica, ressalvado, quanto a esta, o exame pericial.) 
6.1.8. Art. 5º: Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum. 
6.1.9. Art. 6º: A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. (Redação dada pela Lei nº 
3.238, de 1º.8.1957) (CF/88, art 5º, XXXVI: a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada; XXXIX - não há crime sem 
lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal; XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; a regra é a irretroatividade, 
mas a lei penal retroage para beneficiar o réu; período de transição, NCC, art 2028, redução prazo de usucapião) 
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6.1.9.1. § 1º: Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. (Parágrafo incluído pela Lei nº 3.238, 
de 1º.8.1957) (contratos) 
6.1.9.2. § 2º: Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício 
tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. (Parágrafo incluído pela Lei nº 3.238, de 1º.8.1957) 
(aposentadoria) 
6.1.9.3. § 3º: Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso. (Parágrafo incluído pela Lei nº 3.238, de 
1º.8.1957) 
7. Classificação das Normas Jurídicas 
7.1. QUANTO AO OBJETO ENUNCIADO (A IMPERATIVIDADE). MIGUEL REALE 
7.1.1. Normas de conduta (Primárias): regulam comportamentos; 
7.1.2. Normas de Organização (Secundárias): fixam atribuições, definem conceitos. 
7.2. QUANTO AO TERRITÓRIO SOBRE O QUAL SE APLICA (CRITÉRIO ESPACIAL, PODER SOBERANO SOBRE DADA ÁREA). MIGUEL REALE 
7.2.1. Normas de Direito Interno: disciplinam as condutas no território brasileiro. Regra geral: regulam o comportamento de todos os que estiverem no país, 
brasileiros natos e naturalizados, e também os estrangeiros residentes, e mesmo os de passagem. Exceções: estrangeiro não está sujeito a todas as 
regras (eleitoral, tributária), e parte do direito brasileiro alcança brasileiros no exterior (IR, eleitoral, etc). 
Ex: LICC, art. 1º, parágrafo 1º (aplicação da Lei brasileira no estrangeiro, vacatio legis de 3 meses); art. 7º, regras sobre personalidade, capacidade, 
família; art. 7º, parágrafo 1º, casamento; art. 8o, regras sobre Bens; art. 9o, regras sobre Obrigações. 
CF/88, art. 12: Nacionalidade. 
7.2.2. Normas de Direito Externo: Direito Internacional Público (Direito das Gentes): relações entre os Estados soberanos. Direito Internacional Privado: 
relações entre particulares, especialmente comerciais. 
Polêmicas acerca do acolhimento e aplicação no Direito brasileiro de normas oriundas de Tratados e Convenções Internacionais: CF/88, art. 5o, 
parágrafos 2o, 3o e 4o, e inciso LXVII (prisão civil do depositário infiel e do devedor de alimentos; Pacto de San José da Costa Rica prevê apenas para 
devedor de alimentos). Procedimento para incorporação no direito interno. 
 
7.3. QUANTO AO ÂMBITO TERRITORIAL DE APLICAÇÃO E À ORIGEM DO PODER EMISSOR. MIGUEL REALE 
7.3.1. Federais, Estaduais e Distritais (Distrito Federal, Brasília, Estado e Município ao mesmo tempo) e Municipais. 
7.3.2. Área de atuação: repartição constitucional de competências (CF/88, arts. 21 a 25 e 30). Não há hierarquia entre elas, o que há é âmbito próprio de 
regulamentação segundo critério disposto na CF. A prevalência da norma constitucional federal não obedece ao critério espacial, mas ao critério da 
hierarquia das normas (outra classificação). 
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7.3.3. Questão: competência concorrente na CF/88, art. 24 (União e Estados, e depois art. 30 para os Municípios). 
7.4. QUANTO À FONTE DO DIREITO. MIGUEL REALE 
7.4.1. Legais, jurisprudenciais, consuetudinárias e contratuais (negociais). Doutrinárias ???? 
7.4.2. Norma jurídica enuncia um dever ser de organização ou de conduta que resulta de distintasfontes. 
7.5. QUANTO AO DESTINATÁRIO. MIGUEL REALE, p. 136 
7.5.1. Genéricas: obrigam a todos que se coloquem sob a moldura da norma. Cabível para a maioria das Leis e dos costumes, e em alguns casos também para 
jurisprudência (ações coletivas com efeitos erga omnes) 
7.5.2. Particulares: vinculam pessoas determinadas. Ex: contrato, lei destinada a casos particulares. 
7.5.3. Individualizadas: Dão concretude a outras normas. Ex: sentença, resolução da administração. 
7.5.4. Interpretativas: Destinadas a regular a interpretação da Lei. Ex: LICC, art. 5º 
7.6. QUANTO À HIERARQUIA (FORMAL). MARIA HELENA DINIZ, p. 382. 
7.6.1. Constitucionais (e Emendas) (CF/88, art. 59) 
7.6.2. Leis Complementares (Ex: CF/88, art. 146), Leis Ordinárias, Delegadas (art. 68), Medidas Provisórias (art. 62), Decretos legislativos (ex: art. 62, 
parágrafo 3º) e Resoluções (ex: art. 68, parágrafos 2º e 3º) 
7.6.3. Decretos regulamentares 
7.6.4. Normas internas (despachos, estatutos, regimentos, etc) 
7.6.5. Normas individuais (contratos, testamentos, sentenças, etc). 
7.6.6. Compatibilidade com norma superior: norma inferior deve respeitar os parâmetros traçados. Vale para esfera federal (CF e legislação), estadual (CE e 
legislação), municipal (Lei Orgânica e legislação), competência legislativa concorrente (normas gerais), Decretos (regulamentação da lei). E todas as 
normas devem respeito aos princípios constitucionais. 
7.7. QUANTO AOS EFEITOS DECORRENTES DE SUA VIOLAÇÃO: REALE, P. 126 
7.7.1. Mais que perfeitas: violação acarreta nulidade do ato, E penalidade. 
Ex: CC, art. 1.521, VI: Impedimentos para casamento: nulidade do ato E crime de bigamia. 
 Perfeitas: ato é nulo, mas não há punição. 
Ex: menor que contrata; venda de imóvel sem consentimento do cônjuge. 
 Quase perfeitas: ato é eficaz, mas há uma penalidade. 
Ex: CC, art. 1.523, I e art. 1.489, II (filhos tem hipoteca legal sobre os imóveis do pai viúvo que se casar antes da partilha) 
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 Imperfeitas: Obrigações Naturais 
Ex: Dívida de jogo, onde não há obrigação jurídica de pagar, mas se pagar não pode exigir devolução 
 
 
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7.8. QUANTO AO GRAU DE OBRIGAÇÃO DO DESTINATÁRIO. REALE, p. 130 
7.8.1. COGENTES, ou de Ordem Pública (Imperativas): comando não deixa margem de ação ao destinatário, deve fazer ou não fazer. Excluem qualquer 
acordo entre as partes, os atos devem ser praticados de acordo com o prescrito na norma, sob pena de nulidade (não geram efeitos jurídicos). 
Ex: Limitação da Doação: doador deve reservar bens suficientes para sua manutenção, não pode doar todo seu patrimônio. Testamento está limitado 
pela legítima dos herdeiros necessários: testador só pode dispor de metade de seu patrimônio, a outra metade pertence aos herdeiros necessários. 
Alguns temas COGENTES podem ser conhecidos de ofício e a qualquer tempo pelo Juiz: prescrição, decadência, legitimidade, capacidade 
7.8.2. DISPOSITIVAS: estabelecem alternativas de conduta: 
EX: CC, art. 1.984 > Testamenteiro, ou nomeado pelo testador, ou atribuído ao cônjuge, ou a um herdeiro nomeado pelo Juiz. 
Cláusulas contratuais: fixação do preço, prazo para pagamento, etc. 
7.9. QUANTO A NATUREZA DO QUE ORDENA. REALE, P. 136 
7.9.1. Preceptivas: obrigam um comportamento. É OBRIGATÓRIO 
Ex: Votar; pagar os tributos; sustentar material e moralmente os filhos; 
7.9.2. Proibitivas: Proíbem algum ato. É PROIBIDO 
Ex: Não se pode doar todo o patrimônio; não se pode contratar sobre “herança” de pessoa viva; não se pode praticar a conduta típica descrita nos 
tipos penais 
7.9.3. Permissivas: facultam algum ato. É PERMITIDO. 
Todos os contratos (manifestação da vontade das partes): compra e venda, doação, mandato, depósito, etc.; processuais (entrar com ação, fazer prova, 
sustentar oralmente, etc) 
7.9.4. Preceptivas e Proibitivas podem ser comutáveis: É obrigatório fazer declaração de rendimentos OU É proibido omitir rendimentos. 
Às vezes o funtor (operador lingüístico) pode estar implícito (maioria dos tipos penais): Matar alguém, pena ... (é proibido matar); Subtrair coisa alheia 
(é proibido furtar ou roubar). 
7.10. QUANTO À NATUREZA DE SUAS DISPOSIÇÕES. MARIA HELENA DINIZ, p. 382 
7.10.1. Direito Material (substantivas): Definem e regulam relações jurídicas, ou criam direitos e impõe deveres (Código Civil, Código Penal, etc). Em regra não 
retroagem, devem respeitar o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Penal: só retroagem para beneficiar o réu. 
7.10.2. Direito Processual ( adjetivas): Regulam o modo ou o processo de efetivar as relações jurídicas, ou de fazer valer os direitos violados ou ameaçados 
(processo penal, processo civil). Aplicação imediata, alcançam o processo no estado em que se encontra. 
7.10.3. Prescrição, Decadência, Preclusão: direito material ou processual? 
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7.11. QUANTO À SISTEMATIZAÇÃO. MARIA HELENA DINIZ, p. 384 
7.11.1. Esparsas ou extravagantes: editadas isoladamente. 
Ex: Lei do inquilinato, Lei do SNUC, Lei do parcelamento do solo urbano, etc. 
7.11.2. Codificadas: corpo orgânico de normas sobre ramo do Direito. 
Ex: CTN, CC, CP, 
7.11.3. Consolidadas: reunião de leis esparsas sobre mesmo assunto. 
Ex: CLT 
7.12. QUANTO AOS REFLEXOS NO SISTEMA NORMATIVO. MARCELO AZEVEDO 
7.12.1. Norma-regra: destina-se a reger apenas os fatos que disciplina, e não gera efeitos no restante do sistema normativo; são normas de estrutura fechada 
(prevêem um certo fato e lhe imputam determinada consequência). Leis de trânsito 
7.12.2. Norma-princípio: destina-se a reger um complexo de situações, e gera efeitos em amplo campo do sistema normativo; são normas de estrutura aberta 
que positivam valores (não descrevem nem o fato específico ao qual devem ser aplicadas nem tampouco as consequências de sua aplicação). Função 
social da propriedade e do contrato, boa-fé, ampla defesa e contraditório. 
As regras são aplicadas através da subsunção de determinada situação concreta ao modelo fático ali descrito. 
Os princípios aplicam-se com base na ponderação e não com base na subsunção – necessitando de atividade valorativa do juiz. Dupla função: são o 
alicerce sobre o qual se edifica o sistema normativo, e são o ponto mais elevado de onde deve partir o processo de interpretação jurídica. 
7.13. QUANTO À APLICAÇÃO (OU EFICÁCIA). M.H.DINIZ, p. 382 
7.13.1. Eficácia absoluta: são inatingíveis por qualquer legislação que as afronte (CF, arts 1º, 2º, 5º e 14); 
7.13.2. Eficácia plena: suficientes para disciplinar as relações jurídicas, não requerem normação posterior, produzem os efeitos previstos imediatamente, 
apesar de suscetíveis de emenda (CF, arts 69, 155 e 156); 
7.13.3. Eficácia relativa restringível: aplicabilidade imediata, mas eficácia pode ser restringida por meio de lei (CF, arts 5º, XII e LXVI, 139 e 170, parágrafo 
único); 
7.13.4. Eficácia relativa complementável: dependem de norma posterior para ter eficácia, mas permitem o exercício do direito (CF, arts 17, IV, 25, par. 3º, 
normas institutivas, 205 e 218, normas programáticas). 
 
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7.14. QUANTO AO TÍTULO (ORIGEM) E À MEDIDA (EXTENSÃO): 
7.14.1. Direito natural: título e medida naturais (crimes, comodato); 
7.14.2. Direito positivo: título e medida positivas (leis de trânsito); 
7.14.3. Mistas: título natural e medida positiva (mútuo), ou título positivo e medidanatural. 
Leis positivas agem sobre o “indiferente”, aquilo que pode ser regulado de uma forma ou de outra sem ofender a natureza das coisas ou a natureza 
humana. Decisão do legislador é livre, e deixa de ser indiferente a partir do momento que se estabelece a norma. 
8. Normas Jurídicas: Teorias 
8.1. HANS KELSEN: Proposição jurídica (Norma jurídica) é um juízo hipotético ou condicional, em que o antecedente ou o pressuposto é o não cumprimento de uma 
obrigação e o conseqüente é a disposição de que uma sanção deve ser aplicada. 
8.1.1. Definição só lida com o descumprimento da norma, não prevê cumprimento da obrigação. 
NP (não prestação) > S (sanção). 
Se NP, deve ser S. 
Se F (fato) é, deve ser C (conseqüência). 
8.1.2. Dois elementos: 
8.1.2.1. Pressuposto (hipótese fato-tipo): não cumprimento; 
8.1.2.2. Conseqüente (sanção). 
8.1.3. Fenômeno da subordinação, ou subsunção. Fato ou ato enquadra-se na hipótese (fato-tipo) prevista na norma. 
8.2. CARLOS CÓSSIO (argentino): Norma jurídica como um juízo disjuntivo. 
8.2.1. Em cada norma jurídica completa, além da norma sancionadora (NP>S) existe outra norma (ao menos implícita) que estabelece a prestação 
(ENDONORMA). 
8.2.2. Definição já engloba a possibilidade de cumprimento espontâneo, portanto a sanção não é essencial à norma. 
Dado o fato tal, deve ser a prestação (ENDONORMA). Se contrair uma dívida, deve pagar. 
 OU 
Dada a não prestação, deve ser a sanção (PERINORMA). Se não pagar espontaneamente, será forçado a pagar. 
F > P OU NP > S 
 
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8.3. MIGUEL REALE: Norma jurídica é uma estrutura proposicional enunciativa de uma forma de organização ou de conduta, que deve ser seguida de maneira 
objetiva e obrigatória. 
8.3.1. ESTRUTURA PROPOSICIONAL: Seu conteúdo pode ser enunciado mediante uma ou mais proposições entre si correlacionadas. O pleno significado só 
aparece com integração lógico-complementar de suas proposições. 
8.3.2. Para que o comando expresso no “conteúdo” da norma apareça é preciso integrar uma ou várias proposições, inseridas em um ou mais “dispositivos” 
legais. 
Ex: Aborto, arts. 124/128 do CP. 
8.4. Enunciativa de uma forma de organização ou de conduta 
8.4.1. O que a norma enuncia é uma forma de organização ou de conduta. 
8.4.2. Normas de organização: todas as que não descrevem condutas. As que fixam atribuições, dirigidas aos órgãos do Estado, que definem procedimentos. 
Não são hipotéticas ou condicionais, mas categóricas. 
8.4.3. CPC, art. 3o: Para propor ou contestar ação é necessário ter interesse e legitimidade. 
8.4.4. Normas de conduta: as que descrevem hipóteses de comportamentos. Tipos penais (matar alguém, subtrair, corromper), contratos (comprar e vender, 
alugar, emprestar), tributos (auferir renda, prestar serviço, possuir imóvel). 
8.5. QUE DEVE SER 
8.5.1. Nenhuma regra descreve algo que é, mas que deve ser. Norma jurídica é realidade cultural de tipo finalístico, que enuncia algo apreensível apenas pela 
razão. Não é realidade física palpável, aferível pelos sentidos. 
8.5.2. Art. 2o do CDC, “Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.” A realidade descrita 
pela norma do consumidor não é palpável, aferível pelos sentidos. Significa que todo aquele que se encaixar na descrição, deve ser considerado 
consumidor. 
8.5.3. Brasil é República Federativa. Significa que o país deve ser organizado e constituído como uma Federação Republicana. 
8.6. SEGUIDA DE MANEIRA OBJETIVA E OBRIGATÓRIA 
8.6.1. Norma jurídica tem aplicação de forma heterônoma (imposta de fora, impositivo externo), e dispõe de coercibilidade estatal. 
8.6.2. Com ou sem a concordância dos obrigados (para as regras de conduta), ou sem deixar alternativa (quando for regra de organização). 
8.7. MARIA HELENA DINIZ (GOFREDO TELLES JR.) 
8.7.1. Norma jurídica é um Imperativo-Autorizante 
8.7.2. Para descobrir a essência da norma jurídica (o que a caracteriza), é preciso apontar o gênero ao qual pertence e a diferença que a distingue das outras 
espécies. 
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8.7.3. Gênero próximo: normas éticas que regem a conduta humana (diferente das leis físico-naturais). Elemento Imperativo (obriga a um comportamento). 
8.7.4. Diferença específica: distingue-se das demais normas morais pois tem caráter autorizante. Permite ao lesado pela sua violação, a reparação do dano 
causado ou a reposição das coisas no estado anterior. Autoriza o uso destas faculdades de reação ao lesado. 
8.7.5. Norma jurídica sem autorizamento será norma moral; sem imperatividade, será apenas lei física. 
8.7.6. Coação não é privativo da norma jurídica, existe também nas normas morais. 
 
9. Ordenamento e Sistema Jurídico 
9.1.1. NOÇÃO DE ORDENAMENTO JURÍDICO. 
9.1.2. O DIREITO COMO UM TODO ORDENADO. 
9.1.3. NOÇÃO DE SISTEMA E SUA APLICAÇÃO NO MUNDO JURÍDICO. 
9.1.4. NOÇÃO DE REGIME JURÍDICO. 
9.1.5. TEORIAS DO NORBERTO BOBBIO E DO TERCIO SAMPAIO FERRAZ JR.

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