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56696-GESTÃO_AMBIENTAL_Aula_3

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LEGISLAÇÃO: NOVO CÓDIGO FLORESTAL DO ESTADO DE GOIÁS (aula 3) 29/10/2015
Professora Silvania Arreco Rocha
Eng.Florestal e Dra. em Ciências Florestais
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA GOIANO – IFG
Campus Morrinhos
Legislação – linha do tempo:
1934: São sancionados o Código Florestal, que impõe limites ao exercício do direito de propriedade e o Código de Águas. Eles contêm o embrião do que viria a constituir, décadas depois, a atual legislação ambiental brasileira.
1964: É promulgada a Lei 4.504, que trata do Estatuto da Terra. A lei surge como resposta a reivindicações de movimentos sociais que exigiam mudanças estruturais na propriedade e no uso da terra no Brasil.
1965: Passa a vigorar uma nova versão do Código Florestal Lei 4.771, ampliando políticas de proteção e conservação da flora. Inovador, estabelece a proteção das áreas de preservação permanente. 
1981: É editada a Lei 6.938, que estabelece a Política Nacional de Meio Ambiente. A lei inova ao apresentar o meio ambiente como objeto específico de proteção. 
1989: É editada a Lei 7.803, que disciplina os limites mínimos das Áreas de Preservação Permanente (APPs).
1991: O Brasil passa a dispor da Lei de Política Agrícola (Lei 8.171). Com um capítulo especialmente dedicado à proteção ambiental, o texto obriga o proprietário rural a recompor sua propriedade com reserva florestal obrigatória. 
1995: Lei Estadual 12.596 institui a Política Florestal do Estado de Goiás e dá outras providências. 
1996: O Código Florestal Federal foi mais uma vez alterado, dessa vez por meio da medida Provisória 1511-1. O que na prática restringia a abertura de novas áreas, o que poderia aumentar a área protegida nas propriedades com mais de 50% de áreas com florestas.
1996 - 2001: Sete Medidas Provisórias, relacionadas à legislação florestal foram editadas, contribuindo para para transformar o Código Florestal num emaranhado de regras elaboradas sem debates públicos e sem o aval da sociedade, uma vez que as Medidas Provisórias são ato privativo do Presidente da República. 
2008: Os Decretos 6.514 e 6.686 estabelecem sanções rígidas ligadas ao descumprimento da Reserva Legal e das Áreas de Preservação Permanente. 
2009: Goiás cria, pelo Decreto Estadual 7.037, Grupo de Trabalho para estudo e discussão do novo Código que começa a ser feito pelo Governo Federal. Esse grupo contou com a participação de mais de 21 entidades.
2012: Aprovado Novo Código Florestal Brasileiro no dia 25 de maio, Lei Federal 12.651. Depois de alterações no texto original aprovado pela Comissão Mista do Congresso.
2013: Aprovado Novo Código Florestal do Estado de Goiás no dia 18 de julho, Lei Estadual 18.104. Depois de emendas acrescidas ao texto original pela comissão mista.
O que mudou no novo Código Florestal do estado de goiás
O Código Florestal foi reformulado para atender:
Para recepcionar o Código Florestal Brasileiro;
Regulamentar os dispositivos nele criados como o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o Programa de Regularização Ambiental (PRA);
Atender particularidades locais.
O Cadastro Ambiental Rural (CAR) é obrigatório? Para que serve?
Todo proprietário rural deverá realizar o Cadastro Ambiental Rural (CAR). 
O CAR é um registro público eletrônico de âmbito estadual, obrigatório para todos os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as informações ambientais e compor uma base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental, econômico, registro declaratório da Reserva Legal, Áreas de Preservação Permanente e combate ao desmatamento ilegal. Além de permitir o conhecimento das áreas cultivadas e preservadas no estado.
Como fazer o CAR?
A inscrição do imóvel rural no CAR deverá ser feita, preferencialmente, no órgão ambiental municipal ou estadual. O produtor deve apresentar a seguinte documentação:
	- Identificação do proprietário ou possuidor rural;
	- Comprovante do proprietário ou posse;
	- Identificação da propriedade por meio de uma planta e do memorial descritivo, contendo a indicação das coordenadas geográficas, com pelo menos um ponto de amarração do perímetro do imóvel, com a localização das remanescentes de vegetação nativa, das Áreas de Preservação Permanente, das áreas consolidadas e das áreas destinadas à Reserva Legal.
APP’s
Art. 9
I – Delimitação das faixas marginais de qualquer curso d’água natural, desde a calha do leito regular.
Qual área de mata deve ser mantida como áreas de preservação permanente (APP), para áreas NÃO consolidadas?
Toda área dentro do imóvel rural que esteja com atividade produtiva ocupada anterior a 22 de julho de 2008. Nesses casos é autorizado, exclusivamente, a continuidade das atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo, de turismo rural, edificações, benfeitorias, residenciais, dentre outras situações previstas na lei.
O que é área consolidada?
Qual área de mata deve ser mantida como Áreas de Preservação Permanente 
(APP), para áreas consolidadas?
Nas Áreas de Preservação Permanente consolidada é autorizada, exclusivamente, a continuidade das atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de turismo rural em áreas rurais consolidadas até 22 de julho de 2008, desde que seja recomposto o mínimo estabelecido pela Lei, obedecendo o módulo fiscal do seu município.
Se eu tenho atividades nas APP’s, devo interromper minha atividade? 
As Áreas de Preservação Permanente localizadas em imóveis inseridos nos limites de Unidades de Conservação de Proteção Integral, criadas por ato do poder público até a data de publicação desta Lei, não são passíveis de ter quaisquer atividades consideradas como consolidadas, ressalvado o que dispuser o Plano de Manejo Florestal Sustentável elaborado e aprovado de acordo com as orientações emitidas pelo órgão competente do Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA .
E nas áreas de UC?
Devo averbar minha reserva legal?
A área destinada a Reserva Legal deverá ser registrada no CAR, ficando desobrigada a averbação no Cartório de Registro e Imóveis. O proprietário ou possuidor de imóvel com Reserva Legal conservada e inscrita no Cadastro Ambiental Rural (CAR), cuja área ultrapasse o mínimo exigido pela Lei, poderá utilizar a área excedente para fins de constituição de Cota de Reserva Ambiental (CRA). 
Esse excedente poderá ser comercializado, 1 CRA = 1 ha.
O proprietário ou possuidor de imóvel rural que detinha, em 22 de julho de 2008, área de Reserva Legal em extensão inferior a 20%, poderá regularizar sua situação, através da sua adesão no Programa de Regularização Ambiental (PRA) apresentando as áreas que serão de alvo da regularização. De qualquer forma, independentemente da adesão ao programa, o proprietário rural fica responsável por adotar as seguintes alternativas isolada ou conjuntamente:
Como posso regularizar minha reserva legal em área consolidada?
Recompor a Reserva Legal utilizando as áreas de preservação permanente para o cálculo do percentual da Reserva Legal, desde que esse cálculo não resulte em conversão de novas áreas. 
Permitir a regeneração natural da vegetação na área de Reserva Legal;
Compensar a Reserva Legal das seguintes formas:
Aquisição de cota de reserva ambiental (CRA);
Cadastramento de outra área equivalente;
Doação de área em Unidade de Conservação;
Arrendamento de área sob regime de servidão ambiental ou Reserva Legal.
No caso de cadastramento de outra área equivalente, poderá ser em imóvel da mesma titularidade ou adquirida em imóvel de terceiros, desde que a vegetação esteja em estágio de regeneração ou recomposição e que esteja no mesmo Bioma, no caso de outro estado mediante convênio interestadual.
Sim, somente a título de regularização de Reserva Legal, desde que esse cálculo não resulte em conversão de novas áreas
Então posso utilizar a APP para contabilizar minha reserva legal?
A recomposição da Reserva Legal no Estado de Goiás deverá ser feita no prazo de 20 anos, abrangendo, a cada dois anos, no mínimo 1/10
da área total necessária à sua complementação. E fica permitido, a título de regeneração inicial da RL, o plantio de 50% de espécies exóticas consorciadas com espécies nativas do cerrado de ocorrência local.
Existe um prazo para esta recomposição da RL?
Os proprietários ou possuidores de imóveis rurais que realizaram supressão de vegetação nativa anteriormente à Lei federal de 1989, respeitando os percentuais em vigor à época em que ocorreu a supressão, são dispensados de promover a recomposição, compensação ou regeneração para os percentuais exigidos na Lei federal n° 12.651. Essa comprovação poderá ser feita por meio de imagens de satélite ou outras documentações como descrição de fatos históricos de ocupação da região, registro de comercialização e dados agropecuários da atividade.
E quem desmatou seguindo a Lei Federal em vigor no ano de 1989?
Nos imóveis rurais que detinham, em 22 de julho de 2008, área de até quatro módulos fiscais e que possuam remanescentes de vegetação nativa em percentual inferior a 20%, a Reserva Legal será constituída com a área ocupada com a vegetação nativa existente em 22 de julho de 2008, vedadas novas conversões para uso alternativo do solo.
E para os imóveis com menos de quatro módulos fiscais, consolidados?
Compensação
Aquisição de Cota de Reserva Ambiental - CRA;
Doação ao poder público de área localizada no interior de Unidade de Conservação de domínio público pendente de regularização fundiária ou doação de área para criação de Unidade de Conservação;
Cadastramento de outra área equivalente, excedente à Reserva Legal (Extrapropriedade).
Quais são as formas de regularização da reserva legal?
Compensação
Aquisição de Cota de Reserva Ambiental - CRA;
Doação ao poder público de área localizada no interior de Unidade de Conservação de domínio público pendente de regularização fundiária ou doação de área para criação de Unidade de Conservação;
Cadastramento de outra área equivalente, excedente à Reserva Legal (Extrapropriedade).
Quais são as formas de regularização da reserva legal?
Recomposição
Computadas as áreas de preservação permanente, desde que esse cálculo não resulte em conversão de novas áreas;
A recomposição da reserva legal no Estado de Goiás deverá ser feita no prazo de 20 anos, abrangendo, a cada dois anos, no mínimo 1/10 (um décimo) da área total necessária à sua complementação;
Fica permitido, a título de regeneração inicial da reserva legal, o plantio de 50% (cinquenta por cento) de espécies exóticas consorciadas com espécies nativas do cerrado de ocorrência local;
Ex.: área = 160 ha (4 módulos em Morrinhos) x 0,20 => 32 ha / 10 => 3,2 ha em 2 anos.
Regeneração
São utilizados nos casos em que a ação antrópica preexistente não esteja em um grau avançado permitindo sua regeneração natural.
	 Exemplo: pastagens naturais.
Apenas em caso de uso doméstico para consumo interno de produtos florestais da Reserva Legal, até o máximo de 20 (vinte) metros cúbicos a cada 3 anos.
Posso usar madeira da reserva legal?
Plano de agricultura de baixo carbono (ABC)
É composto de ações que contribuirão, de forma direta e indireta, com a meta de redução do desmatamento nos biomas Amazônia e Cerrado. Especial destaque recebem os Programas do Plano ABC relacionados à “Recuperação de pastagens degradadas”, “Integração Lavoura-pecuária-floresta - ILPF e Sistemas Agroflorestais - SAF” e “Sistema de Plantio Direto”, que auxiliarão o PPCDAm e PPCerrado alcançarem suas metas, uma vez que ações destinadas à recuperação de pastagens degradadas e à adoção do sistema de ILPF e SAF, entre outros que possibilitam a diminuição na pressão por desmatamento de novas áreas.
Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o Plano ABC irá recuperar cerca de 15 milhões de hectares de pasto degradado nos próximos 10 anos. A recuperação dessas áreas resultará em aumento de produtividade, diminuindo assim a pressão pela abertura de novas áreas em todos os biomas. Além da redução das emissões, o PPCDAm buscará ampliar as ações de Cadastro Ambiental Rural, regularização ambiental dos imóveis rurais e responsabilização ambiental das cadeias produtivas.
Adicionalmente, o Plano ABC se beneficiará da implementação do Programa de Regularização Ambiental, previsto na Lei nº 12.651/2012, pois este tornará o imóvel rural apto a receber os benefícios das linhas de crédito do Plano ABC.

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