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Macroeconomia Keynesiana

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Macroeconomia Keynesiana
Teoria da Determinação da Renda e Produto Nacional
Introdução
Macroeconomia propriamente > teoria macroeconômica keynesiana.
Principal característica > o papel do governo e de sua política fiscal (impostos e gastos governamentais) na determinação do nível do produto e da renda agregados. 
Trata-se de uma teoria desenvolvida em função da grande depressão de 1929-33 e que ainda se mantém nos dias de hoje. 
Equilíbrio com Desemprego: Clássicos x Keynesianos
Tradição Clássica e a “Lei de say” - a oferta cria sua própria demanda. Acreditava-se que o pleno emprego da mão-de-obra era a situação natural e normal da economia. Por trás da Lei de Say está o raciocínio de que os indivíduos só ofertam seus recursos produtivos porque desejam comprar bens e serviços. Não há sub-produção ou super-produção.
A crítica keynesiana
Visão clássica aceita até a Grande Depressão do início dos anos 30. Aprofundamento da crise econômica de 1929 com o não funcionando das forças de mercado, questionamento dos pressupostos clássicos. Aparecimento da nova teoria explicando a questão do desemprego em massa. Princípios e pressupostos - “Teoria Geral do Emprego, dos Juros e da Moeda” (1936), John Maynard Keynes.
Proposições importantes:
I - Desemprego: - equilíbrio macroeconômico com desemprego;
II- Causa do desemprego: demanda agregada insuficiente;
III- Remédio para o desemprego: aumentar a demanda agregada > aumentar os gastos governamentais.
A Demanda e a oferta agregada
Renda Nacional de equilíbrio ( Ye) diferente de Renda de pleno Emprego ( Yf).
Abordagem keynesiana - demanda agregada determina o nível da oferta agregada e, consequentemente, o nível da renda de equilíbrio.
Este equilíbrio entre oferta e demanda agregada pode ocorrer (e geralmente ocorre) em um ponto abaixo do nível de pleno emprego (Yf).
A demanda agregada
Demanda agregada (DA) é a soma dos gastos de diferentes agentes econômicos em bens e serviços, a saber:
- Consumo privado (C ) - dispêndios dos indivíduos em bens e serviços, como alimentação, vestuário, automóveis, viagens, etc.
- Investimentos (I) - compras de máquinas e equipamentos e edificações pelas empresas, mais as variações de estoques;
- Gastos do governo (G) - dispêndios governamentais com compras de bens e serviços e com o pagamento de funcionários;
- Exportações (X) - vendas de bens e serviços ao exterior.
Ou seja: DA = C + I + G + X
Oferta agregada (OA) são todos produtos disponíveis para venda no mercado interno, sejam oriundos da produção interna, sejam oriundos das importações.
Soma do produto interno bruto a preços de mercado (Y), mais as importações de bens e serviços (M). 
Ou: OA = Y + M
Lembrando que, em equilíbrio, a oferta agregada deve ser igual à demanda agregada, temos:
Y + M = C + I + G + X
Y = C + I + G + X - M
O PIB A PARTIR DA RENDA
Despesa dos agentes é igual à renda de outro. Tudo o que você gasta provém do que ganha. Visto o PIB pela ótica dos gastos, veja que ele pode ser descrito também pela ótica da renda.
Ou seja, sua renda pode ter apenas três destinos: 
Consumo (C), poupança ( S ), pagamento de impostos (T ) e importação ( M ).
 Dessa maneira, tem-se outra identidade: Y = C + S + T + M
Temos :
Y = C + I + G + X ( ótica da demanda)
Y = C + S + T + M ( ótica da renda )
Igualando-se, fica:
C + S + T + M = C + I + G + X
A partir dessa identidade, podemos chegar a ainda outra:
(S – I) + (T – G) = (X – M)
Esta igualdade diz, entre outras coisas, que as exportações serão superiores às importações quando:
- O nível de poupança for maior do que o que se gasta investindo (S – I); e/ou
- O governo gastar menos do que arrecada (T - G).
Consumo
Seguindo o raciocínio de Keynes, parece razoável afirmar que o principal determinante do consumo é a renda disponível (Yd), isto é, o montante que as pessoas dispõem para gastar após retirados os impostos e acrescidas as transferências governamentais. 
No caso presente, como estamos supondo, por enquanto, que não existe governo nessa economia, não há impostos nem transferências governamentais e, portanto, a renda disponível (Yd) é igual, por definição, à renda nacional (Y). 
Assim, se a renda cresce ou se reduz, o mesmo ocorrerá com o consumo, mas não necessariamente no mesmo montante.
A função consumo mostra a relação existente entre o nível das despesas de consumo e o nível da renda disponível. Mas, será que o valor do consumo total é determinado exclusivamente pela renda disponível corrente? Como se explica, então, que pessoas que não dispõem de renda no momento presente, como é o caso daquelas que se encontram desempregadas, consomem um mínimo que seja?
 Na realidade, quando se olha no agregado, percebe-se que uma parte do consumo total independe do nível de renda – ou pelo menos do nível da renda corrente ou presente. 
Se assim é, podemos definir a função consumo do seguinte modo:
C = a + bYd onde, 
a = parte autônoma do consumo, isto é, a parcela que não depende da renda;
b = fração da renda que é gasta.	
Esta fração b é chamada de propensão marginal a consumir (PMC) - que, na verdade, se constitui num dos mais importantes conceitos introduzidos por Keynes na análise da determinação do nível da renda.
O termo “marginal” sempre significa, em economia, um “extra” ou “adicional” qualquer decorrente de um acréscimo qualquer ocorrido em um variável. 
No caso presente, significa o adicional de consumo decorrente de um aumento na renda.
Tecnicamente, a propensão marginal a consumir é definida pela razão entre a variação no consumo (ΔC) decorrente de uma variação na renda disponível (ΔYd) e esta variação na renda.
Ou seja, b = ΔC/ΔYd 
O valor de b situa-se no intervalo entre 0 e 1, 
valendo notar que este valor é bastante estável ao longo do tempo.
Vejamos a representação graficamente da função consumo: 
Y
Equilíbrio entre Demanda e Oferta
Y = C			(1 – b )Y = a
C = a + bYd		 Y = (1/1-b) . a
(Y – bY) = a
A função poupança
Nem toda a renda pessoal disponível se destina ao consumo. Uma pequena parcela se destina à poupança (S). Podemos dizer que a poupança corresponde à parcela da renda disponível que não é gasta. Ou: Poupança = renda disponível – consumo
S = Yd - C
S = Yd - (a + b Yd )
S = -a + Yd - b Yd 
S = -a + Yd (1-b)
Tal como no consumo, um conceito importante com relação à poupança é a chamada propensão marginal a poupar (PMP) ou (s) e que pode ser definida como sendo a razão entre a variação na poupança, decorrente de uma variação na renda disponível, e esta variação na renda disponível, ou:
PMP = s =ΔS/ΔYd
Investimento
Os investimentos referem-se exclusivamente às empresas: são as despesas com máquinas, equipamentos, plantas industriais (FORMAÇÃO BRUTA DE CAPITAL FIXO) e estoques.
Ou seja: são todas as despesas envolvidas no funcionamento de uma empresa, a não ser as relativas à remuneração da força de trabalho e ao pagamento de impostos.
Investimento – parcela do produto não consumida.
Agora cabe fazer uma diferenciação sobre os tipos de investimentos existentes.
Vale então ter claro que há investimentos de dois tipos: realizados e desejados (ou planejados).
Pela CONTABILIDADE NACIONAL , os investimentos são a soma do valor dos gastos das empresas com edificações e equipamentos (Formação Bruta do Capital Fixo) mais os investimentos em estoques.
Os investimentos em estoques representam todos os bens produzidos que não foram vendidos. 
Estes podem ser investimentos em estoque planejados, ou não planejados.
Os estoques não planejados (ou involuntários) são aqueles produtos destinados à venda mas que, por não terem sido vendidos, incorporaram-se ao estoque.
Ou seja, o estoque involuntário é a variação involuntária do estoque por falta de compradores.
Os estoques voluntários são aqueles bens produzidos para compor o estoque. 
A diferença entre investimento planejado e realizado é dada justamente pela existência dos estoquesinvoluntários.
De forma mais simples: se toda a produção destinada à venda for efetivamente vendida, os estoques involuntários (variação de estoque) serão zero.
 Nessas condições, os investimentos planejados serão iguais aos realizados.
O DESEQUILÍBRIO ENTRE OFERTA E DEMANDA
Entendidos o conceito de demanda agregada e seus componentes, analisado o ponto de equilíbrio entre oferta e demanda, vamos examinar os efeitos de um excesso de produtos em relação à demanda agregada (ou ao desejo ou propensão de compra de todos os agentes da economia).
Como você já viu na seção sobre investimentos, se parte do que foi produzido não foi consumido, não foi utilizado para investimento (planejado) ou para aquisição do governo, servirá de acúmulo involuntário de estoques. 
Nesse caso, haverá um desequilíbrio (oferta de produtos maior que demanda por produtos) cuja sobra significará um investimento em estoque não planejado. 
Logo, o investimento realizado será maior do que o investimento planejado.
Em situação inversa, se a demanda agregada ultrapassa os níveis de produto, haverá a completa utilização dos estoques planejados, que serão vendidos para atender ao excesso de demanda. 
Assim, haverá variação negativa de estoques. 
Ou seja, os investimentos realizados serão menores do que os planejados.
Repare que, se em dado momento as empresas estiverem acumulando (ou reduzindo) seus estoques, no período subseqüente deverão produzir um pouco menos (ou mais) para reduzir (ou aumentar) essa variação de estoques não planejada. O nível do produto se alterará enquanto houver qualquer desigualdade entre a demanda agregada e o nível de produto ofertado no mercado. 
Somente quando a demanda agregada igualar o produto é que a produção corrente não deverá variar.
Aí encontraremos a posição de equilíbrio.
O equilíbrio entre Poupança e Investimento
PIB pela ótica dos gastos : Y = C + I
PIB pela ótica da Renda: PIB = C + S
Logo, o valor de tudo que é produzido com bens e serviços tem como contrapartida a remuneração de quem os produziu (direta e indiretamente). Logo, o equilíbrio entre poupança e investimento:
C + S = C + I
S + I
Cálculo da Renda de equilíbrio
Temos, agora, dois ingredientes para achar o valor da renda de equilíbrio (Ye).
Neste modelo simples onde, por hipótese, a demanda agregada tem apenas dois componentes - o consumo e o investimento.
Para tanto, vamos retomar a equação: Y = C + I
Vamos supor que o valor do investimento é dado exogenamente, isto é, não depende de nenhuma outra variável e, assim, pode ser representado por (I). 
Mais à frente relaxaremos esta hipótese e faremos o investimento função direta do nível de renda e/ou inversa da taxa de juros. 
Assim, por enquanto, o valor do investimento será dado por:
I = I
Substituindo:
Y = a + bYd + I
Y - bY = a + I
Y(1-b) = a + I
Y = (a + I)/ (1-b)
ou,
Y = 1/1-b . (a + I)
	
O valor da renda ou produto de equilíbrio (Y) é dado pela soma dos gastos autônomos - no caso, (a + I) - multiplicado por um valor k definido por: 
K = 1/1-b
Vejamos um exemplo numérico: 
Suponha que a função consumo seja dada por: C = 100 + 0,8Y e que o investimento seja: I = 500. Qual será, então, o valor de Y de equilíbrio?
Substituindo esses valores na equação, obtém-se:
Y = 100 + 0,8Y + 500
Y - 08Y = 600
Y(1-0,8) = 600
Y = 1/0,2 . 600
Y = 5 x 600 = 3.000
O multiplicador de Gastos
Podemos constatar, no exemplo numérico anterior, que o valor dos gastos autônomos (600) foi multiplicado por 5, que, no caso, é o valor de k - o chamado multiplicador dos gastos. 
Pela equação , o valor deste multiplicador depende do valor de b, isto é, da “propensão marginal a consumir”. Assim, se:
b = 0,9 → k = 10;
b = 0,8 → k = 5;
b = 0,75 → k = 4.
Donde se conclui que, quanto maior a PMC, maior será o valor do multiplicador e vice-versa.
Pela equação , qualquer variação nos gastos autônomos (a+I), provocará uma variação do nível da renda de equilíbrio.
Esta variação do nível da renda será, porém, ampliada pelo multiplicador desses gastos.
Assim, voltando aos dados do exemplo numérico anterior, suponha que os empresários decidam elevar seus investimentos para 700 - ou seja, um acréscimo de 200.
 O novo valor de equilíbrio de Y será:
Y = 100 + 0,8Y + 700
Y - 0,8Y = 800
Y(1-0,8) = 800
Y = 1/0,2 x 800
Y = 5 x 800 = 4.000
Ou seja, um aumento de 200 nos investimentos provocou um acréscimo de 1.000 no nível da renda de equilíbrio, devido ao multiplicador dos gastos.
Donde se conclui que a variação - positiva ou negativa - que se pretenda dar ao nível da renda dependerá da magnitude do multiplicador (k) e da magnitude da variação do gasto autônomo (ΔGA), isto é:
ΔY = k . ΔGA
Mas, como se explica que um aumento de 200 nos gastos de investimentos provoque um aumento de 1.000 no nível da renda de equilíbrio? Ou seja, de onde surge o multiplicador?
A existência do multiplicador pode ser explicada da seguinte maneira: um aumento no investimento provoca, num primeiro momento, um aumento no nível da renda; este aumento na renda, por sua vez, provoca, num segundo momento, um aumento no consumo (já que o consumo depende da renda); o aumento no consumo, por seu turno, provoca um novo aumento em Y ( porque Y = C + I), e assim por diante.
O Paradoxo da Parcimônia
Como já foi dito, neste modelo de dois setores, o equilíbrio ocorre quando a poupança é igual ao investimento desejado. 
Poupança é, simplesmente, o que sobra da renda, após realizado o consumo. 
Já o investimento desejado depende da lucratividade esperada da nova fábrica e dos novos equipamentos e estoques.
Mas, há um ponto mais curioso ainda nesta análise: o que deverá ocorrer caso, por exemplo, o público decida, por uma razão qualquer, aumentar sua taxa de poupança? 
A resposta é simples, embora paradoxal: na prática, a poupança, longe de aumentar, provocará uma queda no nível da renda e do emprego até que o público retorne ao seu nível anterior de poupança.
A tentativa dos consumidores de aumentar sua taxa de poupança resultará em formação indesejada de estoques de produtos nas fábricas, uma vez que a produção excederá a demanda agregada.
Conseqüentemente, a renda cai até atingir um novo nível de equilíbrio. 
Como resultado do aumento no desejo de poupar, poupança, de fato, cairá. 
Este é o conhecido paradoxo da parcimônia.
A economia com governo
Vamos, agora, tornar nossa economia um pouco mais realista, incluindo o governo em nosso modelo.
A introdução do governo no modelo irá afetar a determinação do valor da renda de equilíbrio de três formas:
as compras de bens e serviços, pelo governo, irão alterar o valor da demanda agregada;
a arrecadação de impostos (T) alteram o valor da renda disponível (Yd) que, agora, será diferente da renda nacional e,
o consumo privado (C) passa, agora, a ser função da renda disponível, de fato, e não mais da renda nacional.
Numa economia com governo, a renda nacional (Y) será destinada ao consumo (C), à poupança (S) e aos impostos (T) , ou: Y = C + S + T 
Da mesma forma, sob a outra ótica, o produto nacional (Y) se destinará ao consumo privado (C), aos investimentos empresariais (I) e às compras do governo (G), ou seja: Y = C + I + G 
E a condição de equilíbrio da renda passa a ser: 
C + S + T = C + I + G
Ou melhor ainda:
S + T = I + G
I = S + T - G
Como já foi dito, a função consumo, agora, não depende da renda nacional (Y), mas, sim, da renda disponível (Yd), ou: C = a + bYd 
A renda disponível, por seu turno, é igual à renda nacional (Y) menos os impostos (T), ou: Yd= Y - T
Observe-se que os impostos (T) podem assumir duas formas diferentes, a saber:
um valor autônomo, independente do nível da renda, isto é: T = T
um valor relacionado à renda, isto é, um percentual (t) da renda: T = tY
Para começar, vamos supor que os impostos independem do nível da renda, T = T.
Para acharmos o valor da renda de equilíbrio, vamos substituir estes valores na equação, encontrando:
Y = a + b(Y - T) + I + GPara achar o valor da renda de equilíbrio é só operar a equação, assim:
Y = a + bY - bT + I + G
Y - bY = a - bT + I + G
Y(1-b) = a - bT + I + G
Y = (1/1-b) (a - bT + I + G)
Ou seja, o valor da renda de equilíbrio, mais uma vez, será dado pela soma dos gastos autônomos (GA) vezes o multiplicador, k.
Pela equação podemos observar que, quando os impostos não estão relacionados à renda, quando não são uma fração da renda, o valor do multiplicador (k = 1/1-b) é igual ao do multiplicador simples de uma economia sem governo, visto anteriormente.
Na verdade, a introdução do governo no modelo altera somente o lado dos gastos autônomos que, agora, incluem o valor do imposto, com sinal negativo (-bT), e o valor dos gastos do governo (G).
Vejamos um exemplo numérico:
Suponha que uma economia apresentou os seguintes dados:
C = 100 + 0,9Yd; T = 500; I = 400 e G = 600.
Com base nesses dados, calcule o valor da renda corrente de equilíbrio (Y).
Y = 100 + 0,9(Y - 500) + 400 + 600
Y = 100 + 0,9Y - 450 + 400 + 600
Y - 0,9Y = 650
0,1Y = 650
Y = 1/0,1 x 650
Y = 10 x 650 = 6.500
Conclui-se que o valor do multiplicador dos gastos (k) é 10 e o nível da renda de equilíbrio (Y) é 6.500.
Os diversos multiplicadores das variações dos gastos autônomos
Pela equação anterior, podemos deduzir que qualquer variação num dos componentes dos gastos autônomos provocará uma mudança no valor de equilíbrio da renda que será igual à variação do gasto vezes o multiplicador, k.
Multiplicador das variações em G ou em I:
k = 1/1-b e ΔY = k . ΔG ou, ΔY = k . ΔI
Multiplicador das variações em T (quando não relacionado à renda):
Kt = (1/1-b) . (-b) ou, kt = -b/1-b e ΔY = kt . ΔT 
Note-se que o sinal do multiplicador dos impostos é negativo.
Isso ocorre porque um aumento dos impostos reduz a renda disponível, o que, por sua vez, reduz o consumo e, daí, a demanda agregada, com impacto negativo sobre o nível da renda de equilíbrio.
O multiplicador do “orçamento equilibrado”:
Orçamento equilibrado ocorre quando o governo gasta exatamente o que arrecada de impostos.
Caso o governo persiga este objetivo, qualquer aumento de suas despesas deverá ser financiado por um igual aumento de impostos.
A questão que, agora, se coloca é a seguinte: - qual deve ser o efeito líquido sobre o nível da renda de equilíbrio se o governo aumentar seus gastos em ΔG e, para tanto, aumentar os impostos no mesmo montante do aumento em G, isto é, ΔG = ΔT?
Lembre-se que um aumento em G provoca um aumento em Y igual a k . ΔG, enquanto um aumento em T provoca uma queda em Y igual a kt . ΔT.
Então, o efeito final sobre Y será a soma desses dois efeitos, ou:
ΔY = k . ΔG + kt . ΔT
ΔY = (1/1-b) ΔG + (-b/1-b) ΔT
Como ΔG = ΔT, podemos substituir ΔT por ΔG:
ΔY = (ΔG/1-b) + (-b. ΔG/1-b)
ΔY = ΔG(1-b/1-b)
ΔY = ΔG
Este fato é conhecido na teoria macroeconômica como o Teorema do Orçamento Equilibrado.
Mas resta a pergunta: qual a magnitude do multiplicador do “orçamento equilibrado”?
Para responder esta pergunta devemos recordar que ΔY = k . ΔG.
Como ΔY=ΔG, então, neste caso, k = 1
A hipótese dos impostos relacionados à renda
No mundo real, raramente nos defrontamos com impostos específicos ou autônomos.
Mais realisticamente devemos supor que os impostos sejam relacionados com ou dependentes do nível de renda:
T = tY 
Com essa hipótese, a equação de equilíbrio ficaria assim:
Y = a + b(Y -tY) + I + G 
Para se achar o valor da renda de equilíbrio, basta operar a equação, assim:
Y = a + bY - btY + I + G
Y - bY + btY = a + I + G
Y (1 - b + bt) = a + I + G
Y = (1/1-b+bt) (a + I + G)
Verifica-se, pela equação que, com a introdução do imposto como função da renda, o multiplicador se altera.
Antes, o multiplicador era dado por: k = 1/1-b
Agora, o multiplicador teve seu denominador ampliado e, em conseqüência, o valor da fração se reduziu, sendo dado por: k = 1/1-b+bt
O modelo com governo e a economia aberta
Quando abrimos a economia, devemos introduzir no modelo as exportações líquidas de bens e serviços (X-M) e, assim, teremos o modelo completo, tal como definido na equação, do início deste capítulo: Y = C + I + G + X - M 
Em princípio, podemos supor que as exportações dependem exclusivamente da demanda externa e, como tal, seu valor é determinado exogenamente, isto é, fora do modelo.
Neste caso, podemos definir o valor das exportações como sendo um dado autônomo, ou: X = X 
Quanto às importações, os registros históricos mostram que elas são altamente dependentes do ritmo da atividade econômica, ou seja, são uma função do nível da renda (mY). Assim: M = mY
O exemplo da função consumo, o coeficiente m é denominado de propensão marginal a importar.
Já temos, agora, as definições de todas as variáveis e podemos, então, achar o valor da renda de equilíbrio. 
Para tanto, basta substituir os valores de C, I, G, X e M na equação, obtendo, então:
Y = a + b(Y - tY) + I + G + X – mY 
Y = a + bY - btY + I + G + X - mY
Y + btY + mY = a + I + G + X
Y(1 + bt + m) = a + I + G + X
Y = (1/1+bt+m) (a + I + G + X)
Pela equação, podemos verificar que, com a introdução das importações como função da renda, o denominador foi acrescido do coeficiente m e, com isso, o valor do multiplicador se reduziu, tornando-se, portanto, menor do que o encontrado para uma economia fechada.
Desta última afirmativa podemos tirar outra conclusão importante: a magnitude do multiplicador k depende, em última análise, das variáveis da demanda agregada que forem função do nível da renda.
Assim, por exemplo, ao introduzirmos a hipótese de que os impostos eram função de Y, o multiplicador se reduziu pelo acréscimo, no denominador do multiplicador, do coeficiente dos impostos, t.
Da mesma forma, fazendo as importações uma função m da renda, o multiplicador tornou-se menor ainda, com a adição deste coeficiente àquele denominador.
Hiato deflacionário e hiato inflacionário
Um importante conceito macroeconômico é o de “renda de pleno emprego” (Yf) - que corresponde àquele nível ao qual todos os fatores de produção, particularmente a mão-de-obra, estão empregados.
Atingir e permanecer ao nível da renda de pleno emprego é o objetivo maior de todos os governos e, geralmente, as políticas e medidas governamentais estão voltadas para este fim.
Ocorre, no entanto, que, por várias razões, o nível corrente da renda de equilíbrio pode estar, em determinado momento ou período, abaixo ou mesmo acima do nível da renda de pleno emprego, decorrendo dessa constatação dois conceitos importantes:
i) Hiato deflacionário - corresponde à diferença entre o nível da renda de pleno emprego (Yf) e o nível da renda corrente de equilíbrio, estando esta abaixo daquela. Tal situação implica que parte dos recursos produtivos da economia estão desempregados, e geralmente é decorrente de uma demanda agregada deficiente.
Para se atingir o pleno emprego, faz-se necessário, então, que se estimule a demanda agregada, o que, na teoria keynesiana, se traduz na adoção de medidas fiscais, como:
aumento dos gastos do governo (ΔG); e/ou
redução de impostos (ΔT)
ii) Hiato inflacionário - corresponde tal hiato à diferença entre o nível da renda de pleno emprego e o nível corrente da renda de equilíbrio, estando esta acima daquela. Isto decorre do fato de que a demanda agregada está exacerbada, situando-se acima da oferta agregada máxima possível da economia. Ao contrário do que alguns poderiam imaginar, tal situação acarreta muitos inconvenientes como, por exemplo, os surgimentos de pressões inflacionárias, e junto com estas vêm as incertezas e instabilidades macroeconômicas.
Também aqui faz-se necessária a adoção de medidas fiscais - segundo o modelo keynesiano - voltadas para redução da demanda agregada, citando-se:
corte ou redução dos gastos do governo; e/ou
aumento dos impostos.

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