Buscar

Agra_Panaceia_sistemas_politicos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

A PANACEIA DOS SISTEMAS POLíTICOS
WAlBER DE MOURA AGRA'
Resumo
Afirma que a reforma política representa(uma das alterações
constitucionaismais prementesque o legisladorordinário brasileiro
deve implementar.Objetiva evidenciar que ela'é um instrumento
imprescindívelpara o aperfeiçoamento das instituições e para a
garantia de que as políticas públicas realizadasestejamvoltadas à
maioria da população. A reforma se m"ostracomo um instrumento
útil para sincronizar as normas jurídicas e atualizá-Ias de acordo
com as novas demandas sociais, evitando um depreciamento de
sua eficácia.Ao discorrersobre o sistemaeleitoral, com ênfase nos
sistemasmajoritário, proporcional, de voto distrital, conclui sobre a
inexistênciade sistemaseleitoraisperfeitos,alertandoque o exercício
da cidadaniapode seraprimoradocoma mitigaçãodo analfabetismo
político.
Palavras-chave: Reforma política. Sistema eleitoral. Sistema
majoritário. Sistema proporcional. Voto. distrital. Cidadania.
Analfabetismopolítico.
Abstract
Itstatesthatpoliticalreformisoneofthemostpressingconstitutional
amendmentsthatthelegislatureshouldimplementordinaryBrazilian.
..w..."~_."'~",,...w.....
1 MestrepelaUFPE,doutorpelaUFPE/UniversitádegliStudidi Firenze.Pós-doutorpela
UniversitéMontesquieuBordeauxIV.Presidentf=daComissãodedDireitoEleitoralda
OAB/PE. Vice-diretor da EJE-TSE
'.
---~'1h" ESTUDOS ELEITORAIS, VOLUME 6, NÚMERO 1, JAN./ ABR. 2011
Objective evidence that itis an indispensable tool forthe improvement
of institutions and to ensuring that public policies are carried out
aimed at the majority population. The reform is a useful tool to
synchronize the laws and update them according to the new social
demands, while avoiding derogatory to their efficacy. In discoursing
on the electoral system,with emphasis on major systems, proportional
voting district, cbncluded that there was no perfect electoral system,
warning that the exercise of citizenship can be enhanced with the
mitigation of political illiteracy.
Keywords: Political reformo Electoral system. Majority system.
Proportional system. Voting district. Citizenship. Political illiteracy.
1 Democracia
A democracia,comoacentuouChurchill,podenãoser
o regimemaisperfeitodo mundo,et:1tretantoé melhordoque
todosos outros,poispermitequeum.apopulação~ejaregida
porautoridade:squeelamesmaescolheu.~ssim,teoricamente,
as,políticaspúblicassãoformuladasem prol do interesseda
população,uma,vezquesãoosrepresentantesescolhidospelo
própriopovoqueasdefinem.
Dworkin (1999,p. 436) asseveraque a democracia
ideal seria aquela em que cada cidadãQ,de forma,geral,
tivesse influência igual na législaçãoproduzida em seu
país. De fato, a participaçãopopular possibilitaque as
decisõesgovernamentaisalcancemumgralJ muitomaiorde
legitimidade,permitindo,teoricamente,umafiscalizaçãodos
entesgovernamentaise umasearamaiorde discussãoparaa
tomadadedecisões.2'
2 Nãohádemocraciasemparticipação.Desortequea participaçãoapontaparaas
forçassociaisquevitalizamademocraciae lheassinamograudeeficáciae legitimidade
no quadrosocialdasrelaçõesde poder.bemcomoa extensãoe abrangênciadesse
fenômenopolíticonumasociedaderepartidaem classesou em distintasesferase
categoriasde interesses-. BONAVIDES.Paulo.Teoriaconstitucionaldademocracia
participativa.SãoPaulo:Malheiros,2001.p.51.
46
APANACEIADOS SISTEMAS p.OLíTICOS
Na atualidade,o regimedemocrático,em maior
ou menor intensidade,é o regimede governopraticado
majoritariamentepelasnaçõesditasdesenvolvidas.
Ess~regimepolíticopossibilitaumazonade interação
entreosorgãosdepodereasociedade(LIMA,1996,p.&9-101).
O relacionamentoformadoporapenasduasviasfoi superado,o
comportamentodocidadãonãomaisseresumeaapenasaceitar
asordensestataisou refutá-Ias(PRANDSTRAL~ER,1966,p. 50).
Háumespaçoparaa construçãoconjuntaentreoscidadãose
o Estado,quesedesenvolvede acordocoma intensidadeda
evoluçãodo regimE7democrático.
Bobbio (1994,p. 18) nos ensinaque a democracia
deveserentendidacomocontraposiçãoa todasasformasde
governoautocrático,sendocaracterizadaporumconjuntode
regras(primáriasou fundamentais)que estabelecemquem
está autorizadoa tomar as decisõescoletivase com quais
procedimentos.
Kelsen(2000)afirmaquea característicaessencialda
democraciaé a interferênciapopularnasdecisõespolíticasdos
governantes.Democracia,segundoo mestrevienense,não
representaumafórmulaparticularde sociedadeou concreta
formadevida,masumtipoespecíficodeprocedimentoemque
aordemsocialécriadaeaplicadaporaquelesqueestãosujeitos
a essamesmaordem,como objetivodeassegurara liberdade
política,entendidacomoautodeterminação.
Nesteponto, cabe aduzir que, para a democracia
ser um regimeque correspondaaos anseiossociais,torna-se
imperiosoo exercíciodeumaforçamotriz.Emoutraspalavras,
poderíamosexporqueessaforçavitalé a soberaniapopular,
ou seja,a manifestaçãode vontadedo povo,concretizada
na participaçãodos cidadãosnas decisõespolíticasde uma
determinadasociedade.
No Brasil,adotamosa forma indiretade democracia,
hajavistaquevivemosemumpaísde proporçõescontinentais,
47
ESTUDOS ELEITORAIS, VOLUME6, NÚMERO1, JAN.!ABR.2011
com uma densidadepopulacionalrazoável.Essaforma de
democraciatemcomocaracterísticap fatodeo povonãotomar
as decisõespolíticas:.elas são tomadaspor representantes
eleitospelasociedade,paraemseunomee em"seuinteresse"
escolheremoscaminhosqueserãotomados.Emumademocracia
representativaou indireta,existea necessidadedeeleiçõespara
escolherosmandatáriosquerepresel:ltarãoa sociedade(SILVA,
1999,p. 30).As eleiçõespodemserdiretas- quandoo povo
escolheseusrepresentantessemintermediação- ou indiretas
- quandoa populaçãoescolherepresentanteseestesescolhem
osmandatáriospopulares.
A democraciasemidiretaouparticipativasecaracteriza
por ser uma democraciarepresentativa,mas dotada de
institutosjurídicosque permitemao povo demonstrarseu
posicionamentoa respeitode assuntosgovernamentais.No
Brasil,sãoinstrumentosde democraciasemidiretao plebiscito,
o referendoea iniciativapopular,quepodemserutilizadospela
União,pelosestados-membros,pelosmunicípiose peloDistrito
Feder_aI.As leissãofeitasp.elosrepresentantes- deputados,
senadoresou vereadores-, maso povopodeserchamado
a se posicionaracercadó seu apoio a determinadanorma,
pressionandoo Legislati~oparaacatarasuadecisão.
Infelizmente,os institutosdademocraciaparticipativa
são pouco utilizados,o que representauma deficiênciade
nossosistemapolítico.A imprescindibilidadede umareforma
políticadecorreespeciãlmenteda necessidadede inc~ementar
osmecanismosdeaferiçãodavontadepopular,deformaquea
atupçãodosmandatáriospúblicosestejaemconsonânciacoma
vontadeemergidadasociedade.
2 Ref.ormapolítica
o étimodapalavrareformasignificaasmodificaçõesnor-
mativasefetuadasemâmbitoconstitucionaleinfraconstitucional
48
APANACEIADOS SISTEMAS POlÍTICOS
paraseadequaràsnovasrealidadesfáticaseevitaraexistência
de gapsentrea searafáticae a searanormativa.A reforma
semostracomouminstrumentobastanteútil parasincronizar
as normasjurídicase atualizá-Iasde acordocom as novas
demandassociais,evitandoumdepreciamentodesuaeficácia.
Dentreasreformasacalentadashámuitotempopelos
legisladores,apolíticasemostradepertinênciainexcedível,pois
podeservircomoinstrumentopropulsorparaa consolidação
deumademocraciaparticipativa.Essaconsolidação,commaior
participaçãodoscidadãosnosassuntoscoletivos,seconfigura
quasecomo uma panaceiapara tentar revertera tradJção
negativaqueassolao parlan:entobrasileiroeconsolidaabaixa
credibilidadedaatividadepolítica,emdecorrência,entreoutros
fatores,dosescândalosqueocorreramnoâmbitodoCongresso
Nacional,referidosporSantos(2009,p.33).
A reforma política representauma das alterações
constitucionais.maisnecessáriase prementesqueo legislador
. ordinário bra.sileirourge implementar.A moralizaçãodos
costümespolíticos,o fortalecimentodospartidose umamaior
fidelidadeà vontadepopularsão três cânonesque devem
nortearas especificaçõesdas alteraçõesconstitucionaise
infraconstitucionais.Nãoobstante,tambéméumadasreformas
maisdifíceis,emrazãodeinterferirno resultadodaseleiçõese,
consequentemente,nopanoramapolíticoestabelecido.
A reforma política abrangetodas as modificações
realizadasnosinstitutosqueauferemosditamesdasoberania
popular,reestruturandoosseusmecanismos,o querepresenta
muito maisque uma alteraçãoeleitoralporque incidenas
estruturasda própria representaçãode poder.Portanto,a
reformaeleitoralé umadassegmentaçõesdareformapolítica.
Bobbio(2001)ensinaqueaspessoassãoassuasvirtudes
eosseusdefeitos,equenósnãopodemosachar,simplesmente,
que os homenssão capazesde resolvertodosos problemas,
baseadosemumaretilineidademoralinexistente.Nemtodos
oshomenssãocomoPériclese Catão,exemplosdeumpadrão
49
ESTUDOS ELEITORAIS, VOLUME6, NÚMERO1,JAN./ABR.2011
de moralidade.Mas,por issomesmo,o quedevemospensar
é em fortaleceras instituições,porqueos homenspassam,
masasinstituiçõesficam.Assim,o grandedesafioda reforma
políticaé o fortalecimentodasinstituições,retirando-lheo seu
traçopersonalistae reforçandoa essênciado estadodedireito
(CANOTILHO,1999,p.56).
Sob o prismade se tentar modificaras instituições,
uma das premênciasda reformapolíticaé tentar conectar
os mandatáriosà vontadeemanadadasruas,istoé, ligaros
representanteseleitosaosinteressesorganizadosdasociedade,
demodoquea classepolíticasejarepresentantedosdesígnios
dapopulação.
Maximiliano(2005,p.129)defineo regimerepresenta-
tivocomoo modeloemqueo povonãogovernadiretamente,
comonasdemocraciasgregas,masdelegapoderesa represen-
tantesquefarão e executarãoas leis.Lembraquea outorga
de atribuiçõesnãoé ilimitadae nãoadmitesubrogaçõesnem
substabelecimento.Existemconceitosoutrosderepresentaçãó,
comoo deHeller(1998,p.359),quesustentamumcarátermais
personalistae discricionário,ao defenderqueelarepre_s~ntaa
unidadedeumaconexãodeaçãoemumapessoaconcreta,em
queasorganizaçõesseriamrepresentadaspormeiodecidadãos
quepersonificariamessesórgãos.Todavia,emplenoséculoXXI,
taisconceituaçõesencontram-sesuperadas.
Os representantesdevem,antesde qualquercoisa,
ser mandadospelo povo no sentidode exporem seu lugar
suavontade.No'fato de que receberamda populaçãoo seu
mandato,resideo poderlegitimadordasdecisões,mastambém
o instrumentoparaanalisarseelasestãoemsincroniacoma
vontadedosrepresentados(ZIPPELlUS,1997,p.238).
- Pressupõe-sequeestedevesero cerneda reforma
política:a buscapelo fortalecimentodas instituiçõese não
de seusprotagonistas,porqueestasficame os seusagentes
se esvaem.O fortalecimentodas instituiçõesconfigura-se
instrumentohábil na luta diuturnapelo aperfeiçoamentoda
50
APANACEIADOS SISTEMASPOLíTICOS
democracia,proporcionandomecanismoseficientesparaque
todocidadãopossaexercersuacidadania,decidindoo itinerário
políticoaserpercorridopelapolis.Assim,paramelhoratrelaros
representantespolíticosàvontadedapopulação,umareanálise
dossistemaseleitoraispodeentabularalgumasdiretrizespara
o aperfeiçoamentodemocrático.
Em hipótesealguma,o seu resultadoserá nulo na
composiçãodas forçaspolíticas.Suasconsequênciassempre
serãomarcantes,pois,por exemplo,podefortalecerasforças
majoritáriasou minoritárias,osgrandesou pequenospartidos,
restringiro usodo podereconômico,etc. Mais latenteainda
serãoseusefeitosquandoas discussõesversaremacercada
mudançado sistemapolítico,no queensejaumamodificação
naformacomoosrepresentantessãoeleitos.
É precisoter bastanteatençãopara que a reforma
políticanão sejaconfiguradacomouma soluçãomiraculosa
paraos malesqueafetamo sistemapolíticobrasileiro,como
seelapudesseexpurgartodasasmaZelaspolíticase sociais,de
maneiraqueo abusodo podereconômico,político,midiático
sejameliminadosda sociedade.Não é nadadisso.Contudo,
é um instrumentoimprescindívelparao aperfeiçoamentode
nossasinstituiçõese paraagarantiadequeaspolíticaspúblicas
realizadasestejamvoltadasà maioriadapopulação.
3 Sistemaeleitoral
Silva (1999,p. 35) explicaque a problemáticaem
conceituaro sistemaeleitoral residenas definiçõesmuito
amplas,o queprovocaa inclusãodetodoo DireitoEleitoralno
estudodossistemaseleitorais.Porém,adverteque problema
maioradvémde conceituaçõesmuitoestritas,que ocorrem
mais freq~entementee acarretammaiores problemasde
compreensãoda sistemáticaeleitorale, principalmente,de
conceituaçãoeavaliaçãoderesultados.
51
11 I I Igt1~b"",-""",,+~,,=,"<v"-'~j~ ESTUDOS ELEITORAIS, VOLUME 6, NÚMERO 1, JAN.! ABR. 2011
SegundoFerreira(1975,p. 633),sistemaeleitoralé o
conjuntode processosmedianteos quaiso povoescolheseus
governantes.ParaLatov(1975,p.31),éoconjuntodasmodalidades
jurídicasque regulamentama eleiçãodosórgãosdo poderdo
Estado,a organizaçãoe execuçãodo votoe a determinaçãode
seusresultados.Ossistemaseleitoraissãoconjuntosdeleiseregras
partidáriasqueregulamacompetiçãoeleitoralentreenointerior
dospartidos,dividindo-seemsuadimensãointerpartidáriae a
intrapartidária(KLEIN,2007,P.23-24).
SegundoTavares(1994,p. 17),sistemaseleitoraissão
construtos técnico-institucional-Iegaisinstrumentalmente
subordinados,de um lado, à realizaçãode uma concepção
particularda representaçãopolíticae, de outro,à consecução
de propósitos estratégicosespecíficos,concernentesao
sistemapartidário,à competiçãopartidáriapelarepresentação
parlamentarepelogoverno,àConstituição,aofuncionamento,
à coerência,à coesão,à estabilidade,à continuidadee à
alternânciadosgovernos,ao consensop~blicoe à int~gração
dosistemapolítico. .
O sistemaeleitoralé umaespecifiddadeda reforma
políticaporqueestaenfocatodosos procedimentosvoltados
paraa normatizaçãodaseleiçõese paraa garantiade quea
manifestaçãopopularserá,de fato, traduzidanasvotações
, que apontarãoos mandatáriospúblicos.Abrange,ainda,
os procedimentosinerentesàs eleiçõese a formaçãodos
representantespopulares.Já a reformapolíticase configura
muitomaisamplaporqueregulamenta,alémdaseleiçõese da
composiçãoparlamentar,aestruturaçãodo própriopoder.
A definiçãode sistemaeleitoralse configuramuito
complexa,em decorrênciade sua extensãoconceitual,pois
institui as maneirascomo a cidadaniaintervémno poder
político,delineandoosmecanismosqueconduzirãoasdiretrizes
dasoberaniapopular.Eleseconfiguracomoo sistemapeloqual
a manifestaçãodevontadedoseleitoresseexpressaráe como
osmandatáriospopularesserãoescolhidos.
52
APANACEIADOSSISTEMASPOLíTICOS
. Na realidade brasileira, em que o gerenciamento
e a regulamentação prática das eleições encontram-se ao
alvedrio da Justiça Eleitoral, o sistema eleitoral começa com o
alistamento, passa pelo registro dercandidatos, regulamenta o
pleito eleitoral e se estende até a diplomação. Cada uma dessas
fases se reveste de grande importância, já que práticas não
recomendáveis podem fraudar a vontade popular.
A nitidez de que o sistema eléitoral se reveste propicia
maior ou menor incentivo às decisões democráticas, podendo,
inclusive,servir como instrumento de uma democracia simbólica,
em que os donos do poder utilizam as eleições como apanágios
para manutenção de seu poder real na sociedade. Sua utilização
tergiversa pode propiciar o gerrymandering, em que se
distribuem as circunscriçõeseleitorais com a finalidade exclusiva
de atender alguns interessespolíticos, semdelimitá-Ias de forma
técnica e imparcial.3 Sua estruturação também pode acarretar
o malapportionment, que significa a desproporcional idade de
peso entre as diversas circunscrições eleitorais.
A importância direcionada ao sistema eleitoral
brasileiro tem a finalid~de precípua de analisar alguns conceitos
que a ele são pertinentes e tentar verificar suas consequências
na realidade nacional. Neste escopo, serão analisados o sistema
majoritário e o proporcional, bem como algumas derivações
deste último.
3.1Sistemamajoritário
o sistema majoritário é o maisantigo. Nele, será eleito o
candidato que obtiver o maior número de votos (maioria simples
ou absoluta). Ou seja, apenas serão eleitosos candidatos que
obtiverem o maior número de votos, sendo esse um reflexo de
,,-_.~
3 Redistricting.Disponívelem: <http://www.fairvote.org/redistricting>.Acesso em: 1
maio2011.
53
BIBLIOTECA
TRE..RS
ESTUDOS ELEITORAIS, VOLUME6, NÚMERO1, JAN.!ABR.2011
sua supremacia eleitoral. Excluem-se da representação política
aqueles que não angariaram número suficiente de votos, ainda
que tenham sido derrotados por uma, diferença mínima de
votos (MALUF, 1995, p. 129).
A lógica desse sistema é apenas garantir representação
ao partido ou candidato que tenha o maior número de votos, de
forma que a expressão popular sintetize a vontade da maioria
e o princípio majoritário, a base do regime democrático. Nesse
diapasão, tal princípio alicerçaria a Constituição, tendo em
vista sua ligação com a soberania popular (TOCQUEVILLE, 1999,
p. 257; MOREIRA, 1995,,P. 192-193).4
O sistema majoritário pode serpuro ou simples ou, ainda,
majoritário em dois turl')os. No primeiro, será eleito o candidato
que alcançar o maior número de votos, independentemente de
ter conseguido a maioria absoluta, ou seja, que alcance o maior
percentual de votos, qualquer que seja ele. No segundo, apenas
será eleito o candidato que alcançar determinado quórum; se
nenhum candidato conseguir alcançá-Io na primeira votação,
realizar-se-á outra, com a participação dos dois candidatos mais
- yotados para auferir o vencedor (PEDRA,2008,p. 23-25).Ele
pode ser realizado igualmente em circunscrições uninominais,
emque apenasum candidatopode sereleito - oque obtivero
maior número de votos -, ou em circunscrições plurinominais,
em que os candidatos mais votados serão eleitos.
Os defensores do .sistema majoritário advogam a tese
de que ele apresenta maior densidade de legitimação social
porque está amparado no princípio majoritário, que permite
-".~~---
4 "A relaçãodo princípioda maioriacomo princípioda constitucionalidadeé
essencialmenteambivalente.Por um lado,o princípioda inconstitucionalidadeé,
obviamente,umlimitedo princípiodamaioria,istoé,damaiorialegiferanteordinária;
por outro lado,porém,o princípioda constitucionalidadetambémé ele mesmo
expressãodo princípioda maioria,ou seja,da maioriafundantee constituinteda
comunidadepolítica.Daíqueafunçãodajurisdiçãoconstitucionaldefazerprevalecer
a Constituiçãocontraa maiorialegiferantearrancaessencialmenteda consideração
dequeajustiçaconstitucionalvisaadjudicaro conflitoentreduaslegitimidades,de
umlado,a legitimidadeprioritáriada leifundamentale,dooutrolado,a legitimidade
derivadado legisladorordinário':
,54
APANACEIADOSSISTEMASPOlÍTICOS
queapenasoscandidatosqueconseguiramgalvanizarmelhor
a,atençãodoseleitoresconquistemsuarepresentação.
A grandecríticaquesefazaestesistemaéqueosvotos
dadosaosoutroscandidatosficamdestituídosde importância.
Infelizmente,deixa sem representaçãoa minoria,qlJe, de
formaalguma,podeserexcluídado processopolítico.Asforças
políticasquenãoobtiveramsucessono procedimentopolítico
nãopodemseraleijadasdasdecisões.Asminoriasexercempapel
imprescindívelnavidapública,na formaçãoda oposiçãoque
devefiscalizarosatosgovernamentaisecriticara realizaçãodas
açõesgovernamentais.A extinçãoda minoriarepresentaum
golpefatalno regimedemocrático,quenãopodeexistirsema
dialéticadasposiçõespolíticas.
Do mesmomodo,a representaçãomajoritáriaobtida,
se houveruma eleiçã'ocom muitospartidosou candidatos
disputando,não seriaa emanaçãoda vontadeda maioriada
população,podendo,o vencedorsereleitocompouquíssimos
vot?S(DALLARI,J995, p. 163).Paraevitarque umaminoria
ganheu.mpleitodessaforma,semumadensidadeforte,é que
secriouo sistemamajoritárioemduploturno.
Concebero princípiomajoritáriode forma absoluta
seria estabelecera tirania do vulgo ignaro, a supremacia
dasmultidões,no dizerde Varela(2002,p. 154).Ou seja,o
rnencionadoprincípiopode,ter sido auferidoda comprade
voto, deixandode lado os anseiosdasparcelasorganizadas
da sociedade,que, infelizmente,sãoaindaminorias.Também
. influemparaa flexibilizaçãodo princípiomajoritáriomuitas
decisõesda jurisdiçãocon.stitucional,pululantesem diversos
países,emqueavontadedamaioriacedelugarà proteçãodos
direitoshumanosdasminorias.5
Como ilação,pode-sechegarà constataçãode que
o princípiomajoritárioé importanteparaseaferira vontade
popular,masnão podeser confundidocomoo apogeudo
regimedemocrático.
"-"'-""-~"'~"~""
5 Cf.nota4.
55
8I@:I~~"~.. ESTUDOS ELEITORAIS, VOLUME 6, NÚMERO 1, JAN./ ABR. 2011 .
3.2Sistemaproporcional
o sistemaproporcionalfoi estabelecidona Bélgica,
em1899,depoisnaSuéciae na Bulgária,em1909.Tornou-seo
sistemaprevalecentenamaioriadospaísesdaEuropaOcidental
depoisda I GuerraMundial(PAUPÉRIO,1979,p. 237).Partedo
fatorteleológicodeseestabelecerumelodesincroniaentreos
candidatoseleitos,possibilitandoquecadagruposocialtenha
umadevidarepresentaçãoconformesuaforçapolítica.Segundo
F~rreira(1997,p. 169),o sistemaderepresentaçãoproporcional
temamissãodeasseguraraosdiferentespartidosnoparlamento
umarepresentaçãocorrespondenteà forçanuméricade cada
um,objetivandofazerdesseórgãolegislativoumespelhotãofiel
quantopossíveldocoloridopartidárionacional.
Tal sistemapossibilitaque o númerode vagasda
representaçãopopularsejapreenchidodeacordocomonúmero
d'evotosrecebidospeloscandidatosou partidospor meioda
aferiçãodedeterminadosquocientes.Dessaforma,asminorias
podemter representaçãonoparlamento,emrazãodequenão
sãoos candidatosmaisvotadosqueassumemmandatos,-mas
simaquelesqueatingemquocientesestipulados(CAVALCANTI,
2003,p. 105).6
A LexMatterassegurouqueaseleiçõesdosdeputados
federais,dosde'putadosestaduaisedosvereadoresefetivar-se-
ão pelocritérioproporcional.Por outro lado,as eleiçõesdos
chefesdo Executivoe do SenadoFederalrealizar-se-ãopelo
sistemamajoritário:
56
O sistemaproporcionalpodeserdistritalpuroou misto,
realizadoemlistaabertaoufechada,entreoutros(MALUF,1995,
p.220).O principalobjetivodestesistema,independentemente
damaneiracomoeletenhasidoimplementado,configura-seem
-~-,-
\ 6 Interessantequea regulamentaçãodo art,34,daConstituiçãode 1891,quedentre
seus múltiplosconteúdostratavada eleiçãopara cargosfederais,mencionava
expressamenteo direitoderepresentaçãodasminorias,
li'
I
APANACEIADOS SISTEMASPOLíTICOS
refletir,por intermédiode representaçãoparlamentar,todosos
interessesgrassantesnasociedade,representandonoparlamento
todasascoloraçõespolíticasdasociedade.Éo sistemaemquehá
umapossibilidademaiordefragmentaçãodepoder,permitindo
a representaçãoàsmaisvariadasforçaspolíticas,desdequeelás
obtenhamumnúmeromínimodevotos.
Essecontexto,forcejadopelo sistemaproporcional,
o levaa seralvode críticas.Um sistemaeleitoralque tenha
comocondiçãoparaeleiçãodosmandatáriosa quantidadede
votosdadosaoscandidatosconjugadacoma quantidadede
votosdadosaopartido,certamenteacarretaráo surgimentode
váriospartidos,semseimportarcomo respeitodedeterminada
ideologiapolítica(KNOERR,2009,p.139).Outracríticaimputada
ao sistemaproporcionalé queele diluiriaa respons,abilidade
governamentale produziriaumareduçãoemsuacompetência
pela divisãopartidária,em virtudeda composiçãobastante
, fragmentáriadas diversasforças políticas(DALLARI,1995,
p.163-164).
Por outro lado, dependendoda delimitaçãodas
circunscriçõeseleitorais,é possívelprivilegiardeterminadas
forçaspolíticasemdetrimentodeoutras.A circunscriçãoeleitoral
designaumazonaouetniapopulacionalquedeterminaquantos
serãoosmandatárioseleitose quantosvotosserãonecessários
paraestaeleição.
A prioripode-seafirmarqueo sistemaproporcionalé
maisbenéficoporquefacilitaa representaçãodaminoria,mas
suasconsequências,em decorrênciada realidadeenfocada,
podemviraserperniciosas.
3.3 Sistemadevoto distrital
A experiênciabrasileiracomo votodistritalfoi pouco
difundida.A primeiraexperiênciaaconteceuduranteo Império,
57
. I I ~
,.
ESTUDOSELEITORAIS, VOLUME 6, NÚMERO 1, JAN./ ABR. 2011 !
com a Lei n° 842, conhecidacomo Lei dos Círculos, por meio da
qual a elite política do império tinha o desígnio de se aproximar
cada vez mais dos eleitores. Nessa época, a legislação pátria
dividia as províncias do império nos denominados círculos
eleitorais. Cada círculo poderia eleger apenas um candidato
(BONAVOLONTÁ,2010).A segunda experiência ocorreu durante
a República Velha, em 1904, porfor:ça da Lei Rosa e Silva, sendo
que, devido às inúmeras fraudes e corriqueiras denúncias,
cada província ou distrito passou a poder dispor de até cinco
candidatos e até três poderiam ser e~eitos.
Tal sistema persistiu até a Revolução de '1930, liderada
por Getúlio Vargas, que pôs fim à República Velha, instituindo o
governo provisório e alterando invariavelmente todo o sistema
eleitoral. Nesse passo, em 1932, com o surgimento do primeiro
Código Eleitoral brasileiro, instaurou-se novamente o voto
proporcional que perdurou por muito tempo.
O sistema distrital pode ser puro ou misto. O pri~eiro
acontece quando o cidadão vota em apenas um candidato de
suacircunscrição. O segundo ocorre quando cada-eleitor vota em
um candidato de sua circunscrição e em outro que represente
uma abrangência maior.
Apesar de o sistema distrital fortalecer o elo entre
governantes e governados, ele configura-se como um óbice
para a densificação da consciência sociopolítica, estimulando a
prática do clientelismo e avenda de votos. As asões do candidato
eleito serão direcionadas a atingir apenas o grupo social que
o elegeu, e que poderá elegê-Io novamente, fortalecendo
uma política extremamente regionalista e desigualitária e
estimulando a permanência de coronéis locais. Isso torna as
eleições um verdadeiro comércio de votos, em que o interesse
público é apenas um arcabouço retórico.
Partindo dessaspremissas, pode-se asseverar,tendo em
consideração o atual estágio de desenvolvimento econômico
e político do Brasil, que talvez o voto distrital não contribua
para o fortalecimento da democracia, mas sirva de instrumento
58
APANACEIADOS SIS.TEMASPOlÍTICOS
parao aumentodasdesigualdadeslocais.Elitesmaisatrasadas
assumiriamo controledosrecursos/públicos,sema intençãode
estabelecerpolíticasdedesenvolvimentoemrazãodequetais
açõesdiminuiriamo clientelismoe, emdecorrência,o poder
dessaseliteslocars.
Em um mundoglobalizado,não se justificamaiso
voto distrital,já que as peculiaridadeslocaisdevemceder
espaçoàspremissasgenéricasda sociedade.Emcomunidades
queanseiamcadavezmaispor políticaspúblicasqueacabem
comos desníveisregionaise emespaçosgeográficosquesão
cadavezmaisencurtadospelodesenvolvimentodosmeiosde
transporte,falaremvotodistritalchegaaserumanacronismo.
4 Voto proporcionalem lista fechada versuslista
aberta
o modelo brasileiroagasalhou,desde 1946,o sistema
de representaçãoproporcionalde lista aberta para eleger
deputadosevereadores(FlEISCHER,2005,p. 15).
o modelode voto em lista fechadaé acolhidona
maiorpartedospaísesquetêmo parlamentarismocomoforma
de governo.Nessemodelo, os partidospolíticosdefinem,
anteriormenteàs eleições,uma listafechadade candidatos,
escalonadosemcertasequência,restandoao eleitoradovotar
nalegendado partidoe nãodiretamenteemseucandidato.
O modelode voto proporcionalcom listafechadaé
umamodalidadeparaeleiçõesde parlamentares(deputados
estaduais,federaise vereadores).É despiciendoimaginá-Io
comomodelono sistemaeleitoralmajoritárioem virtudede
não haverumamultiplicidadede candidatosde um mesmo
partidooucoligação.Elepossibilitaumamaioridentificaçãodo
eleitorao partido,mitigandoo excessode individualismonas
eleiçõese-reforçandoo papelquea ideologiapartidáriadeve
ocuparnasestruturasassociativas.
59
-I
t'-':&~""'''WK)4~18t-!!!III!=-.. 'h',w~ ESTUDOS ELEITORAIS, VOLUME 6, NÚMERO " JAN./ ABA. 2011
Já no modelode voto em lista aberta,os partidos
escolhemosnomes/doscandidatoseo eleitortemmaiorpoder
de decisãoe maiorliberdadede votar,porquepoderávotar
tanto diretamente;no seu candidatoespecíficoquanto na
legendadopartidopropriamentedita.
Nessemodelo, o eleitorado assumemaior poder
discricionáriode escolha,já que a ordemdos candidatosé
determinadapelospróprioseleitore~enãopelopartido,ouseja,
os candidatosque receberemmaisvotos "individualmente"
serão os primeirosda lista de cada partido e terão mais
possibilidadesde seremeleitos.Osvotosrecebidospor todos
os candidatosdas listasserãosomadospara definiçãodos
quocientes,exigidos.
A desvantagemdessemodeloé que ele forcejauma
disputa entre os candidatosde um mesmopartido, sem
contribuirparaa sedimentaçãodosprogramaspartidários.Por
conseguinte,oseleitoresquedesconhecemo sistemaeleitoral
nacionalvotamdiretamentenaquelacelebridade,por tudo
queelarepresentaou representou,dandoensejoaovotocom
b~senaafinidadeou simpatia,valorizando-seo votopessoale
depreciando-seasinstituiçõespolíticas.O sistemaproporcional
em listaabertaestimulaa práticado cIientelismoe da venda
de votos,permitindoque candidatossemvivênciapartidária,
apenaspor teremcertanotoriedade,possamsereleitos,até
mesmorealizandoumaconcorrênciadeslealcomcandidatosde
seupróprio,partido. .'
A vantagemdo sistemade lista fechadaé que ele
propicia, inexoravelmente,o fortalecimentodos partidos
políticos,diminuindoo personalismoe ~eforçandoa vida
partiçJária.A desvantagemé que este fortalecimento
partidáriopodeforcejaruma"ditadurapartidaria",retirando
o poderde escolhados cidadãose colocandonasmãosdas
instânciaspartidárias.Algumasperguntasrevelamproblemas
contundentesdessesistema:quemelaboraráas mencionadas
listas?Quaismétodosserãoutilizqdos?Haveráumarenovação
60
APANACEIADOS SISTEMAS POLíTICOS
dos candidatos, ou ocorrerá um fortalecimento dos velhos
caciques de nossa história política?
5 Conelusão
Semsombrade dúvida,a reformapolíticaconstitui
tarefaurgentedasociedadebrasileira.A coletividadetemque
aprimorarosmecanismosdeescolha,representaçãoerealização
depolíticaspúblicassequiserultrapassara infâmiadapobreza
absolutaque aindaassolamuitosconcidadãos.Infelizmente,
sob pena de sua instrumentalizaçãoretórica,pode-se-Ihe
imputaro imagináriodo Nirvanatranscendental.Enquanto
muitoscidadãospermaneceremna miséria,semescolaridade,
empregooucondiçõescondignasdesobrevivência,autilização
do abusodo poderpolíticoe econômicoseráumaconstante.
NãQhá sistemaseleitoraisperfeitos.A sublimaçãomoralda
cidadania apenaspodeseraprimoradacoma mitigaçãodo
analfab~tismopolíticoque,segundoBertoldBrecht,nãoouve,
nãosentee nãovêabsolutamentenada.
Referências
BOBBIO,Noberto.Entreduasrepublicas:asorigensda democracia
italiana.Trad.MabelMalheirosBellati.Brasília:UnB,2001.
-" O futurodademocracia:umadefesadasregrasdojogo. 6.
e.d. São Paulo: Paz e Terra, 1994.
BONAVOLONTÁ, Marcos. Voto distrital no Brasil. Jus Navigandi,
Teresina,PI, ano 15,n. 2517,23 maio 2010.Disponívelem:<http://jus.
uol.com.br/revista/textoI14909>.Acessoem:12abr.2011.
CANOTILHO, José Joaquim Gomes.Estadode direito. Lisboa:Gradiva,
1999.
61
-. Ji!f.""Z'M~. . '''II1II&..'. . ~"""4111,*. 1Ii%-., " '''~'''~'''. ., m , ESTUDOS ELEITORAIS, VOLUME 6, NÚMERO 1, JAN.! ABR. 2011
CAVALCANTI, JoãoBarbalhoUchôa.ConstituiçãoFederalBrasileirade
1891comentada.Brasília:SenadoFederal,2002.
DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral do estado. São
Paulo: Saraiva, 1995.
DWORKIN, Ronald. O império do direito. São Paulo: Martins Fontes,
1999.
FERREIRA, Pinto. Código eleitoral comentado. 4. ed. São Paulo:
Saraiva,1997.
,
-' Teoria geral do estado. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 1975.
FLEISCHER, David et aI. Análise política das perspectivas da reforma
política no Brasil, 2005-2006. In: -' Reforma política: agora vai?
Rio de Janeiro: Kon,rad Adenauer, 2005.
HELLER, Hermann. Teoría dei estado. Trad. Luis Tobio. México: Fundo
de Cultura Económica, 1998.
KELSEN, Hans. A democracia. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
. Disponível em: http://search.4shared.com/search.html?searchmode=2&searchName=H ans+Ke Isen+-+A+Democracia % 2C+2% C2%AA+
ed.+%282000%29. Acesso em: 6 jun. 2011., -
KLEIN, Cristian. O desafio da reforma política: consequência dos
sistemas eleitorais abertas e fechada. Rio de Janeiro: Mauad X, 2007.
KNOERR, Fernando Gustavo.Baseseperspectivasdareformapolítica
brasileira.BeloHorizonte,MG:Fórum,2009.
LATOV,Vitali. O Sistemaeleitoralsoviético.Lisboa:Ed. Estampa, 1975.
LIMA, Mantônio Mont'Alverne Barreto. Justiça constitucional e
democracia: perspectivas para o papel do poder judiciário. Revista
da Procuradoria-Geral da República. São Paulo, RT, n. 8, p. 89-101,
jan./jun. 1996. '
MALUF, Sahid.Teoriageral do estado.SãoPaulo:Saraiva,1995.
PAUPÉRIO, A. Machado. Teoria geral do estado. Rio de Janeiro:
Forense,1979.p. 237.
62
A'PANACEIADOS SISTEMASPOLlTICOS
PEDRA, Adriano Sant'Ana. Sistema eleitoral e democracia
representativa.In: -' Constitucionalismo:os desafiosno terceiro
milênio.Belo Horizonte, MG: Fórum,2008.
PRANDSTRALLER,GranPaolo.Valorie libertà.Milano: Ed.di Comunità,
1966.
SANTOS,Antônio Augusto Mayer dos. Reforma política: inércia e
controvérsias.Porto Alegre, RS:Ed.AGE, 2009.
SANTOS,CarlosMaximiliano Pereirados. Comentáriosà Constituição
Brasileirade 1891.Brasília:SenadoFederal,2005.
SILVA, Luís Virgílio Afonso da. Sistemas eleitorais: tipos, efeitos
jurídico-políticose aplicaçãoao casobrasileiro.SãoPaulo: Malheiros,
1999.
TAVARES,José Antônio Giusti.Sistemaseleitoraisnasdemocracias
contemporâneas.RiodeJaneiro:Relume-Dumará,1994.
TOCQUEVILLE,Alexis.LademocraciainAmerica.Milano: Rizzoli,1999.
VARELA, Alfredo. Direito constitucional brasileiro. Brasília: Senado
Federal,2002.
MOREIRA,Vital. Princípiodamaioriaeprincípiodaconstitucionalidade:
legitimidadee limitesdajustiçaconstitucional.In:-' Legitimidade
e legitimaçãodajustiça constitucional.Coimbra:CoimbraEd., 1995.
ZIPPELlUS,Reinhold.Teoriageraldo estado.Trad.Karin Praefke-Aires
Coutinho.3.ed. Lisboa:Fund.CalousteGulbenkian,1997.
63

Continue navegando