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A PANACEIA DOS SISTEMAS POLíTICOS WAlBER DE MOURA AGRA' Resumo Afirma que a reforma política representa(uma das alterações constitucionaismais prementesque o legisladorordinário brasileiro deve implementar.Objetiva evidenciar que ela'é um instrumento imprescindívelpara o aperfeiçoamento das instituições e para a garantia de que as políticas públicas realizadasestejamvoltadas à maioria da população. A reforma se m"ostracomo um instrumento útil para sincronizar as normas jurídicas e atualizá-Ias de acordo com as novas demandas sociais, evitando um depreciamento de sua eficácia.Ao discorrersobre o sistemaeleitoral, com ênfase nos sistemasmajoritário, proporcional, de voto distrital, conclui sobre a inexistênciade sistemaseleitoraisperfeitos,alertandoque o exercício da cidadaniapode seraprimoradocoma mitigaçãodo analfabetismo político. Palavras-chave: Reforma política. Sistema eleitoral. Sistema majoritário. Sistema proporcional. Voto. distrital. Cidadania. Analfabetismopolítico. Abstract Itstatesthatpoliticalreformisoneofthemostpressingconstitutional amendmentsthatthelegislatureshouldimplementordinaryBrazilian. ..w..."~_."'~",,...w..... 1 MestrepelaUFPE,doutorpelaUFPE/UniversitádegliStudidi Firenze.Pós-doutorpela UniversitéMontesquieuBordeauxIV.Presidentf=daComissãodedDireitoEleitoralda OAB/PE. Vice-diretor da EJE-TSE '. ---~'1h" ESTUDOS ELEITORAIS, VOLUME 6, NÚMERO 1, JAN./ ABR. 2011 Objective evidence that itis an indispensable tool forthe improvement of institutions and to ensuring that public policies are carried out aimed at the majority population. The reform is a useful tool to synchronize the laws and update them according to the new social demands, while avoiding derogatory to their efficacy. In discoursing on the electoral system,with emphasis on major systems, proportional voting district, cbncluded that there was no perfect electoral system, warning that the exercise of citizenship can be enhanced with the mitigation of political illiteracy. Keywords: Political reformo Electoral system. Majority system. Proportional system. Voting district. Citizenship. Political illiteracy. 1 Democracia A democracia,comoacentuouChurchill,podenãoser o regimemaisperfeitodo mundo,et:1tretantoé melhordoque todosos outros,poispermitequeum.apopulação~ejaregida porautoridade:squeelamesmaescolheu.~ssim,teoricamente, as,políticaspúblicassãoformuladasem prol do interesseda população,uma,vezquesãoosrepresentantesescolhidospelo própriopovoqueasdefinem. Dworkin (1999,p. 436) asseveraque a democracia ideal seria aquela em que cada cidadãQ,de forma,geral, tivesse influência igual na législaçãoproduzida em seu país. De fato, a participaçãopopular possibilitaque as decisõesgovernamentaisalcancemumgralJ muitomaiorde legitimidade,permitindo,teoricamente,umafiscalizaçãodos entesgovernamentaise umasearamaiorde discussãoparaa tomadadedecisões.2' 2 Nãohádemocraciasemparticipação.Desortequea participaçãoapontaparaas forçassociaisquevitalizamademocraciae lheassinamograudeeficáciae legitimidade no quadrosocialdasrelaçõesde poder.bemcomoa extensãoe abrangênciadesse fenômenopolíticonumasociedaderepartidaem classesou em distintasesferase categoriasde interesses-. BONAVIDES.Paulo.Teoriaconstitucionaldademocracia participativa.SãoPaulo:Malheiros,2001.p.51. 46 APANACEIADOS SISTEMAS p.OLíTICOS Na atualidade,o regimedemocrático,em maior ou menor intensidade,é o regimede governopraticado majoritariamentepelasnaçõesditasdesenvolvidas. Ess~regimepolíticopossibilitaumazonade interação entreosorgãosdepodereasociedade(LIMA,1996,p.&9-101). O relacionamentoformadoporapenasduasviasfoi superado,o comportamentodocidadãonãomaisseresumeaapenasaceitar asordensestataisou refutá-Ias(PRANDSTRAL~ER,1966,p. 50). Háumespaçoparaa construçãoconjuntaentreoscidadãose o Estado,quesedesenvolvede acordocoma intensidadeda evoluçãodo regimE7democrático. Bobbio (1994,p. 18) nos ensinaque a democracia deveserentendidacomocontraposiçãoa todasasformasde governoautocrático,sendocaracterizadaporumconjuntode regras(primáriasou fundamentais)que estabelecemquem está autorizadoa tomar as decisõescoletivase com quais procedimentos. Kelsen(2000)afirmaquea característicaessencialda democraciaé a interferênciapopularnasdecisõespolíticasdos governantes.Democracia,segundoo mestrevienense,não representaumafórmulaparticularde sociedadeou concreta formadevida,masumtipoespecíficodeprocedimentoemque aordemsocialécriadaeaplicadaporaquelesqueestãosujeitos a essamesmaordem,como objetivodeassegurara liberdade política,entendidacomoautodeterminação. Nesteponto, cabe aduzir que, para a democracia ser um regimeque correspondaaos anseiossociais,torna-se imperiosoo exercíciodeumaforçamotriz.Emoutraspalavras, poderíamosexporqueessaforçavitalé a soberaniapopular, ou seja,a manifestaçãode vontadedo povo,concretizada na participaçãodos cidadãosnas decisõespolíticasde uma determinadasociedade. No Brasil,adotamosa forma indiretade democracia, hajavistaquevivemosemumpaísde proporçõescontinentais, 47 ESTUDOS ELEITORAIS, VOLUME6, NÚMERO1, JAN.!ABR.2011 com uma densidadepopulacionalrazoável.Essaforma de democraciatemcomocaracterísticap fatodeo povonãotomar as decisõespolíticas:.elas são tomadaspor representantes eleitospelasociedade,paraemseunomee em"seuinteresse" escolheremoscaminhosqueserãotomados.Emumademocracia representativaou indireta,existea necessidadedeeleiçõespara escolherosmandatáriosquerepresel:ltarãoa sociedade(SILVA, 1999,p. 30).As eleiçõespodemserdiretas- quandoo povo escolheseusrepresentantessemintermediação- ou indiretas - quandoa populaçãoescolherepresentanteseestesescolhem osmandatáriospopulares. A democraciasemidiretaouparticipativasecaracteriza por ser uma democraciarepresentativa,mas dotada de institutosjurídicosque permitemao povo demonstrarseu posicionamentoa respeitode assuntosgovernamentais.No Brasil,sãoinstrumentosde democraciasemidiretao plebiscito, o referendoea iniciativapopular,quepodemserutilizadospela União,pelosestados-membros,pelosmunicípiose peloDistrito Feder_aI.As leissãofeitasp.elosrepresentantes- deputados, senadoresou vereadores-, maso povopodeserchamado a se posicionaracercadó seu apoio a determinadanorma, pressionandoo Legislati~oparaacatarasuadecisão. Infelizmente,os institutosdademocraciaparticipativa são pouco utilizados,o que representauma deficiênciade nossosistemapolítico.A imprescindibilidadede umareforma políticadecorreespeciãlmenteda necessidadede inc~ementar osmecanismosdeaferiçãodavontadepopular,deformaquea atupçãodosmandatáriospúblicosestejaemconsonânciacoma vontadeemergidadasociedade. 2 Ref.ormapolítica o étimodapalavrareformasignificaasmodificaçõesnor- mativasefetuadasemâmbitoconstitucionaleinfraconstitucional 48 APANACEIADOS SISTEMAS POlÍTICOS paraseadequaràsnovasrealidadesfáticaseevitaraexistência de gapsentrea searafáticae a searanormativa.A reforma semostracomouminstrumentobastanteútil parasincronizar as normasjurídicase atualizá-Iasde acordocom as novas demandassociais,evitandoumdepreciamentodesuaeficácia. Dentreasreformasacalentadashámuitotempopelos legisladores,apolíticasemostradepertinênciainexcedível,pois podeservircomoinstrumentopropulsorparaa consolidação deumademocraciaparticipativa.Essaconsolidação,commaior participaçãodoscidadãosnosassuntoscoletivos,seconfigura quasecomo uma panaceiapara tentar revertera tradJção negativaqueassolao parlan:entobrasileiroeconsolidaabaixa credibilidadedaatividadepolítica,emdecorrência,entreoutros fatores,dosescândalosqueocorreramnoâmbitodoCongresso Nacional,referidosporSantos(2009,p.33). A reforma política representauma das alterações constitucionais.maisnecessáriase prementesqueo legislador . ordinário bra.sileirourge implementar.A moralizaçãodos costümespolíticos,o fortalecimentodospartidose umamaior fidelidadeà vontadepopularsão três cânonesque devem nortearas especificaçõesdas alteraçõesconstitucionaise infraconstitucionais.Nãoobstante,tambéméumadasreformas maisdifíceis,emrazãodeinterferirno resultadodaseleiçõese, consequentemente,nopanoramapolíticoestabelecido. A reforma política abrangetodas as modificações realizadasnosinstitutosqueauferemosditamesdasoberania popular,reestruturandoosseusmecanismos,o querepresenta muito maisque uma alteraçãoeleitoralporque incidenas estruturasda própria representaçãode poder.Portanto,a reformaeleitoralé umadassegmentaçõesdareformapolítica. Bobbio(2001)ensinaqueaspessoassãoassuasvirtudes eosseusdefeitos,equenósnãopodemosachar,simplesmente, que os homenssão capazesde resolvertodosos problemas, baseadosemumaretilineidademoralinexistente.Nemtodos oshomenssãocomoPériclese Catão,exemplosdeumpadrão 49 ESTUDOS ELEITORAIS, VOLUME6, NÚMERO1,JAN./ABR.2011 de moralidade.Mas,por issomesmo,o quedevemospensar é em fortaleceras instituições,porqueos homenspassam, masasinstituiçõesficam.Assim,o grandedesafioda reforma políticaé o fortalecimentodasinstituições,retirando-lheo seu traçopersonalistae reforçandoa essênciado estadodedireito (CANOTILHO,1999,p.56). Sob o prismade se tentar modificaras instituições, uma das premênciasda reformapolíticaé tentar conectar os mandatáriosà vontadeemanadadasruas,istoé, ligaros representanteseleitosaosinteressesorganizadosdasociedade, demodoquea classepolíticasejarepresentantedosdesígnios dapopulação. Maximiliano(2005,p.129)defineo regimerepresenta- tivocomoo modeloemqueo povonãogovernadiretamente, comonasdemocraciasgregas,masdelegapoderesa represen- tantesquefarão e executarãoas leis.Lembraquea outorga de atribuiçõesnãoé ilimitadae nãoadmitesubrogaçõesnem substabelecimento.Existemconceitosoutrosderepresentaçãó, comoo deHeller(1998,p.359),quesustentamumcarátermais personalistae discricionário,ao defenderqueelarepre_s~ntaa unidadedeumaconexãodeaçãoemumapessoaconcreta,em queasorganizaçõesseriamrepresentadaspormeiodecidadãos quepersonificariamessesórgãos.Todavia,emplenoséculoXXI, taisconceituaçõesencontram-sesuperadas. Os representantesdevem,antesde qualquercoisa, ser mandadospelo povo no sentidode exporem seu lugar suavontade.No'fato de que receberamda populaçãoo seu mandato,resideo poderlegitimadordasdecisões,mastambém o instrumentoparaanalisarseelasestãoemsincroniacoma vontadedosrepresentados(ZIPPELlUS,1997,p.238). - Pressupõe-sequeestedevesero cerneda reforma política:a buscapelo fortalecimentodas instituiçõese não de seusprotagonistas,porqueestasficame os seusagentes se esvaem.O fortalecimentodas instituiçõesconfigura-se instrumentohábil na luta diuturnapelo aperfeiçoamentoda 50 APANACEIADOS SISTEMASPOLíTICOS democracia,proporcionandomecanismoseficientesparaque todocidadãopossaexercersuacidadania,decidindoo itinerário políticoaserpercorridopelapolis.Assim,paramelhoratrelaros representantespolíticosàvontadedapopulação,umareanálise dossistemaseleitoraispodeentabularalgumasdiretrizespara o aperfeiçoamentodemocrático. Em hipótesealguma,o seu resultadoserá nulo na composiçãodas forçaspolíticas.Suasconsequênciassempre serãomarcantes,pois,por exemplo,podefortalecerasforças majoritáriasou minoritárias,osgrandesou pequenospartidos, restringiro usodo podereconômico,etc. Mais latenteainda serãoseusefeitosquandoas discussõesversaremacercada mudançado sistemapolítico,no queensejaumamodificação naformacomoosrepresentantessãoeleitos. É precisoter bastanteatençãopara que a reforma políticanão sejaconfiguradacomouma soluçãomiraculosa paraos malesqueafetamo sistemapolíticobrasileiro,como seelapudesseexpurgartodasasmaZelaspolíticase sociais,de maneiraqueo abusodo podereconômico,político,midiático sejameliminadosda sociedade.Não é nadadisso.Contudo, é um instrumentoimprescindívelparao aperfeiçoamentode nossasinstituiçõese paraagarantiadequeaspolíticaspúblicas realizadasestejamvoltadasà maioriadapopulação. 3 Sistemaeleitoral Silva (1999,p. 35) explicaque a problemáticaem conceituaro sistemaeleitoral residenas definiçõesmuito amplas,o queprovocaa inclusãodetodoo DireitoEleitoralno estudodossistemaseleitorais.Porém,adverteque problema maioradvémde conceituaçõesmuitoestritas,que ocorrem mais freq~entementee acarretammaiores problemasde compreensãoda sistemáticaeleitorale, principalmente,de conceituaçãoeavaliaçãoderesultados. 51 11 I I Igt1~b"",-""",,+~,,=,"<v"-'~j~ ESTUDOS ELEITORAIS, VOLUME 6, NÚMERO 1, JAN.! ABR. 2011 SegundoFerreira(1975,p. 633),sistemaeleitoralé o conjuntode processosmedianteos quaiso povoescolheseus governantes.ParaLatov(1975,p.31),éoconjuntodasmodalidades jurídicasque regulamentama eleiçãodosórgãosdo poderdo Estado,a organizaçãoe execuçãodo votoe a determinaçãode seusresultados.Ossistemaseleitoraissãoconjuntosdeleiseregras partidáriasqueregulamacompetiçãoeleitoralentreenointerior dospartidos,dividindo-seemsuadimensãointerpartidáriae a intrapartidária(KLEIN,2007,P.23-24). SegundoTavares(1994,p. 17),sistemaseleitoraissão construtos técnico-institucional-Iegaisinstrumentalmente subordinados,de um lado, à realizaçãode uma concepção particularda representaçãopolíticae, de outro,à consecução de propósitos estratégicosespecíficos,concernentesao sistemapartidário,à competiçãopartidáriapelarepresentação parlamentarepelogoverno,àConstituição,aofuncionamento, à coerência,à coesão,à estabilidade,à continuidadee à alternânciadosgovernos,ao consensop~blicoe à int~gração dosistemapolítico. . O sistemaeleitoralé umaespecifiddadeda reforma políticaporqueestaenfocatodosos procedimentosvoltados paraa normatizaçãodaseleiçõese paraa garantiade quea manifestaçãopopularserá,de fato, traduzidanasvotações , que apontarãoos mandatáriospúblicos.Abrange,ainda, os procedimentosinerentesàs eleiçõese a formaçãodos representantespopulares.Já a reformapolíticase configura muitomaisamplaporqueregulamenta,alémdaseleiçõese da composiçãoparlamentar,aestruturaçãodo própriopoder. A definiçãode sistemaeleitoralse configuramuito complexa,em decorrênciade sua extensãoconceitual,pois institui as maneirascomo a cidadaniaintervémno poder político,delineandoosmecanismosqueconduzirãoasdiretrizes dasoberaniapopular.Eleseconfiguracomoo sistemapeloqual a manifestaçãodevontadedoseleitoresseexpressaráe como osmandatáriospopularesserãoescolhidos. 52 APANACEIADOSSISTEMASPOLíTICOS . Na realidade brasileira, em que o gerenciamento e a regulamentação prática das eleições encontram-se ao alvedrio da Justiça Eleitoral, o sistema eleitoral começa com o alistamento, passa pelo registro dercandidatos, regulamenta o pleito eleitoral e se estende até a diplomação. Cada uma dessas fases se reveste de grande importância, já que práticas não recomendáveis podem fraudar a vontade popular. A nitidez de que o sistema eléitoral se reveste propicia maior ou menor incentivo às decisões democráticas, podendo, inclusive,servir como instrumento de uma democracia simbólica, em que os donos do poder utilizam as eleições como apanágios para manutenção de seu poder real na sociedade. Sua utilização tergiversa pode propiciar o gerrymandering, em que se distribuem as circunscriçõeseleitorais com a finalidade exclusiva de atender alguns interessespolíticos, semdelimitá-Ias de forma técnica e imparcial.3 Sua estruturação também pode acarretar o malapportionment, que significa a desproporcional idade de peso entre as diversas circunscrições eleitorais. A importância direcionada ao sistema eleitoral brasileiro tem a finalid~de precípua de analisar alguns conceitos que a ele são pertinentes e tentar verificar suas consequências na realidade nacional. Neste escopo, serão analisados o sistema majoritário e o proporcional, bem como algumas derivações deste último. 3.1Sistemamajoritário o sistema majoritário é o maisantigo. Nele, será eleito o candidato que obtiver o maior número de votos (maioria simples ou absoluta). Ou seja, apenas serão eleitosos candidatos que obtiverem o maior número de votos, sendo esse um reflexo de ,,-_.~ 3 Redistricting.Disponívelem: <http://www.fairvote.org/redistricting>.Acesso em: 1 maio2011. 53 BIBLIOTECA TRE..RS ESTUDOS ELEITORAIS, VOLUME6, NÚMERO1, JAN.!ABR.2011 sua supremacia eleitoral. Excluem-se da representação política aqueles que não angariaram número suficiente de votos, ainda que tenham sido derrotados por uma, diferença mínima de votos (MALUF, 1995, p. 129). A lógica desse sistema é apenas garantir representação ao partido ou candidato que tenha o maior número de votos, de forma que a expressão popular sintetize a vontade da maioria e o princípio majoritário, a base do regime democrático. Nesse diapasão, tal princípio alicerçaria a Constituição, tendo em vista sua ligação com a soberania popular (TOCQUEVILLE, 1999, p. 257; MOREIRA, 1995,,P. 192-193).4 O sistema majoritário pode serpuro ou simples ou, ainda, majoritário em dois turl')os. No primeiro, será eleito o candidato que alcançar o maior número de votos, independentemente de ter conseguido a maioria absoluta, ou seja, que alcance o maior percentual de votos, qualquer que seja ele. No segundo, apenas será eleito o candidato que alcançar determinado quórum; se nenhum candidato conseguir alcançá-Io na primeira votação, realizar-se-á outra, com a participação dos dois candidatos mais - yotados para auferir o vencedor (PEDRA,2008,p. 23-25).Ele pode ser realizado igualmente em circunscrições uninominais, emque apenasum candidatopode sereleito - oque obtivero maior número de votos -, ou em circunscrições plurinominais, em que os candidatos mais votados serão eleitos. Os defensores do .sistema majoritário advogam a tese de que ele apresenta maior densidade de legitimação social porque está amparado no princípio majoritário, que permite -".~~--- 4 "A relaçãodo princípioda maioriacomo princípioda constitucionalidadeé essencialmenteambivalente.Por um lado,o princípioda inconstitucionalidadeé, obviamente,umlimitedo princípiodamaioria,istoé,damaiorialegiferanteordinária; por outro lado,porém,o princípioda constitucionalidadetambémé ele mesmo expressãodo princípioda maioria,ou seja,da maioriafundantee constituinteda comunidadepolítica.Daíqueafunçãodajurisdiçãoconstitucionaldefazerprevalecer a Constituiçãocontraa maiorialegiferantearrancaessencialmenteda consideração dequeajustiçaconstitucionalvisaadjudicaro conflitoentreduaslegitimidades,de umlado,a legitimidadeprioritáriada leifundamentale,dooutrolado,a legitimidade derivadado legisladorordinário': ,54 APANACEIADOSSISTEMASPOlÍTICOS queapenasoscandidatosqueconseguiramgalvanizarmelhor a,atençãodoseleitoresconquistemsuarepresentação. A grandecríticaquesefazaestesistemaéqueosvotos dadosaosoutroscandidatosficamdestituídosde importância. Infelizmente,deixa sem representaçãoa minoria,qlJe, de formaalguma,podeserexcluídado processopolítico.Asforças políticasquenãoobtiveramsucessono procedimentopolítico nãopodemseraleijadasdasdecisões.Asminoriasexercempapel imprescindívelnavidapública,na formaçãoda oposiçãoque devefiscalizarosatosgovernamentaisecriticara realizaçãodas açõesgovernamentais.A extinçãoda minoriarepresentaum golpefatalno regimedemocrático,quenãopodeexistirsema dialéticadasposiçõespolíticas. Do mesmomodo,a representaçãomajoritáriaobtida, se houveruma eleiçã'ocom muitospartidosou candidatos disputando,não seriaa emanaçãoda vontadeda maioriada população,podendo,o vencedorsereleitocompouquíssimos vot?S(DALLARI,J995, p. 163).Paraevitarque umaminoria ganheu.mpleitodessaforma,semumadensidadeforte,é que secriouo sistemamajoritárioemduploturno. Concebero princípiomajoritáriode forma absoluta seria estabelecera tirania do vulgo ignaro, a supremacia dasmultidões,no dizerde Varela(2002,p. 154).Ou seja,o rnencionadoprincípiopode,ter sido auferidoda comprade voto, deixandode lado os anseiosdasparcelasorganizadas da sociedade,que, infelizmente,sãoaindaminorias.Também . influemparaa flexibilizaçãodo princípiomajoritáriomuitas decisõesda jurisdiçãocon.stitucional,pululantesem diversos países,emqueavontadedamaioriacedelugarà proteçãodos direitoshumanosdasminorias.5 Como ilação,pode-sechegarà constataçãode que o princípiomajoritárioé importanteparaseaferira vontade popular,masnão podeser confundidocomoo apogeudo regimedemocrático. "-"'-""-~"'~"~"" 5 Cf.nota4. 55 8I@:I~~"~.. ESTUDOS ELEITORAIS, VOLUME 6, NÚMERO 1, JAN./ ABR. 2011 . 3.2Sistemaproporcional o sistemaproporcionalfoi estabelecidona Bélgica, em1899,depoisnaSuéciae na Bulgária,em1909.Tornou-seo sistemaprevalecentenamaioriadospaísesdaEuropaOcidental depoisda I GuerraMundial(PAUPÉRIO,1979,p. 237).Partedo fatorteleológicodeseestabelecerumelodesincroniaentreos candidatoseleitos,possibilitandoquecadagruposocialtenha umadevidarepresentaçãoconformesuaforçapolítica.Segundo F~rreira(1997,p. 169),o sistemaderepresentaçãoproporcional temamissãodeasseguraraosdiferentespartidosnoparlamento umarepresentaçãocorrespondenteà forçanuméricade cada um,objetivandofazerdesseórgãolegislativoumespelhotãofiel quantopossíveldocoloridopartidárionacional. Tal sistemapossibilitaque o númerode vagasda representaçãopopularsejapreenchidodeacordocomonúmero d'evotosrecebidospeloscandidatosou partidospor meioda aferiçãodedeterminadosquocientes.Dessaforma,asminorias podemter representaçãonoparlamento,emrazãodequenão sãoos candidatosmaisvotadosqueassumemmandatos,-mas simaquelesqueatingemquocientesestipulados(CAVALCANTI, 2003,p. 105).6 A LexMatterassegurouqueaseleiçõesdosdeputados federais,dosde'putadosestaduaisedosvereadoresefetivar-se- ão pelocritérioproporcional.Por outro lado,as eleiçõesdos chefesdo Executivoe do SenadoFederalrealizar-se-ãopelo sistemamajoritário: 56 O sistemaproporcionalpodeserdistritalpuroou misto, realizadoemlistaabertaoufechada,entreoutros(MALUF,1995, p.220).O principalobjetivodestesistema,independentemente damaneiracomoeletenhasidoimplementado,configura-seem -~-,- \ 6 Interessantequea regulamentaçãodo art,34,daConstituiçãode 1891,quedentre seus múltiplosconteúdostratavada eleiçãopara cargosfederais,mencionava expressamenteo direitoderepresentaçãodasminorias, li' I APANACEIADOS SISTEMASPOLíTICOS refletir,por intermédiode representaçãoparlamentar,todosos interessesgrassantesnasociedade,representandonoparlamento todasascoloraçõespolíticasdasociedade.Éo sistemaemquehá umapossibilidademaiordefragmentaçãodepoder,permitindo a representaçãoàsmaisvariadasforçaspolíticas,desdequeelás obtenhamumnúmeromínimodevotos. Essecontexto,forcejadopelo sistemaproporcional, o levaa seralvode críticas.Um sistemaeleitoralque tenha comocondiçãoparaeleiçãodosmandatáriosa quantidadede votosdadosaoscandidatosconjugadacoma quantidadede votosdadosaopartido,certamenteacarretaráo surgimentode váriospartidos,semseimportarcomo respeitodedeterminada ideologiapolítica(KNOERR,2009,p.139).Outracríticaimputada ao sistemaproporcionalé queele diluiriaa respons,abilidade governamentale produziriaumareduçãoemsuacompetência pela divisãopartidária,em virtudeda composiçãobastante , fragmentáriadas diversasforças políticas(DALLARI,1995, p.163-164). Por outro lado, dependendoda delimitaçãodas circunscriçõeseleitorais,é possívelprivilegiardeterminadas forçaspolíticasemdetrimentodeoutras.A circunscriçãoeleitoral designaumazonaouetniapopulacionalquedeterminaquantos serãoosmandatárioseleitose quantosvotosserãonecessários paraestaeleição. A prioripode-seafirmarqueo sistemaproporcionalé maisbenéficoporquefacilitaa representaçãodaminoria,mas suasconsequências,em decorrênciada realidadeenfocada, podemviraserperniciosas. 3.3 Sistemadevoto distrital A experiênciabrasileiracomo votodistritalfoi pouco difundida.A primeiraexperiênciaaconteceuduranteo Império, 57 . I I ~ ,. ESTUDOSELEITORAIS, VOLUME 6, NÚMERO 1, JAN./ ABR. 2011 ! com a Lei n° 842, conhecidacomo Lei dos Círculos, por meio da qual a elite política do império tinha o desígnio de se aproximar cada vez mais dos eleitores. Nessa época, a legislação pátria dividia as províncias do império nos denominados círculos eleitorais. Cada círculo poderia eleger apenas um candidato (BONAVOLONTÁ,2010).A segunda experiência ocorreu durante a República Velha, em 1904, porfor:ça da Lei Rosa e Silva, sendo que, devido às inúmeras fraudes e corriqueiras denúncias, cada província ou distrito passou a poder dispor de até cinco candidatos e até três poderiam ser e~eitos. Tal sistema persistiu até a Revolução de '1930, liderada por Getúlio Vargas, que pôs fim à República Velha, instituindo o governo provisório e alterando invariavelmente todo o sistema eleitoral. Nesse passo, em 1932, com o surgimento do primeiro Código Eleitoral brasileiro, instaurou-se novamente o voto proporcional que perdurou por muito tempo. O sistema distrital pode ser puro ou misto. O pri~eiro acontece quando o cidadão vota em apenas um candidato de suacircunscrição. O segundo ocorre quando cada-eleitor vota em um candidato de sua circunscrição e em outro que represente uma abrangência maior. Apesar de o sistema distrital fortalecer o elo entre governantes e governados, ele configura-se como um óbice para a densificação da consciência sociopolítica, estimulando a prática do clientelismo e avenda de votos. As asões do candidato eleito serão direcionadas a atingir apenas o grupo social que o elegeu, e que poderá elegê-Io novamente, fortalecendo uma política extremamente regionalista e desigualitária e estimulando a permanência de coronéis locais. Isso torna as eleições um verdadeiro comércio de votos, em que o interesse público é apenas um arcabouço retórico. Partindo dessaspremissas, pode-se asseverar,tendo em consideração o atual estágio de desenvolvimento econômico e político do Brasil, que talvez o voto distrital não contribua para o fortalecimento da democracia, mas sirva de instrumento 58 APANACEIADOS SIS.TEMASPOlÍTICOS parao aumentodasdesigualdadeslocais.Elitesmaisatrasadas assumiriamo controledosrecursos/públicos,sema intençãode estabelecerpolíticasdedesenvolvimentoemrazãodequetais açõesdiminuiriamo clientelismoe, emdecorrência,o poder dessaseliteslocars. Em um mundoglobalizado,não se justificamaiso voto distrital,já que as peculiaridadeslocaisdevemceder espaçoàspremissasgenéricasda sociedade.Emcomunidades queanseiamcadavezmaispor políticaspúblicasqueacabem comos desníveisregionaise emespaçosgeográficosquesão cadavezmaisencurtadospelodesenvolvimentodosmeiosde transporte,falaremvotodistritalchegaaserumanacronismo. 4 Voto proporcionalem lista fechada versuslista aberta o modelo brasileiroagasalhou,desde 1946,o sistema de representaçãoproporcionalde lista aberta para eleger deputadosevereadores(FlEISCHER,2005,p. 15). o modelode voto em lista fechadaé acolhidona maiorpartedospaísesquetêmo parlamentarismocomoforma de governo.Nessemodelo, os partidospolíticosdefinem, anteriormenteàs eleições,uma listafechadade candidatos, escalonadosemcertasequência,restandoao eleitoradovotar nalegendado partidoe nãodiretamenteemseucandidato. O modelode voto proporcionalcom listafechadaé umamodalidadeparaeleiçõesde parlamentares(deputados estaduais,federaise vereadores).É despiciendoimaginá-Io comomodelono sistemaeleitoralmajoritárioem virtudede não haverumamultiplicidadede candidatosde um mesmo partidooucoligação.Elepossibilitaumamaioridentificaçãodo eleitorao partido,mitigandoo excessode individualismonas eleiçõese-reforçandoo papelquea ideologiapartidáriadeve ocuparnasestruturasassociativas. 59 -I t'-':&~""'''WK)4~18t-!!!III!=-.. 'h',w~ ESTUDOS ELEITORAIS, VOLUME 6, NÚMERO " JAN./ ABA. 2011 Já no modelode voto em lista aberta,os partidos escolhemosnomes/doscandidatoseo eleitortemmaiorpoder de decisãoe maiorliberdadede votar,porquepoderávotar tanto diretamente;no seu candidatoespecíficoquanto na legendadopartidopropriamentedita. Nessemodelo, o eleitorado assumemaior poder discricionáriode escolha,já que a ordemdos candidatosé determinadapelospróprioseleitore~enãopelopartido,ouseja, os candidatosque receberemmaisvotos "individualmente" serão os primeirosda lista de cada partido e terão mais possibilidadesde seremeleitos.Osvotosrecebidospor todos os candidatosdas listasserãosomadospara definiçãodos quocientes,exigidos. A desvantagemdessemodeloé que ele forcejauma disputa entre os candidatosde um mesmopartido, sem contribuirparaa sedimentaçãodosprogramaspartidários.Por conseguinte,oseleitoresquedesconhecemo sistemaeleitoral nacionalvotamdiretamentenaquelacelebridade,por tudo queelarepresentaou representou,dandoensejoaovotocom b~senaafinidadeou simpatia,valorizando-seo votopessoale depreciando-seasinstituiçõespolíticas.O sistemaproporcional em listaabertaestimulaa práticado cIientelismoe da venda de votos,permitindoque candidatossemvivênciapartidária, apenaspor teremcertanotoriedade,possamsereleitos,até mesmorealizandoumaconcorrênciadeslealcomcandidatosde seupróprio,partido. .' A vantagemdo sistemade lista fechadaé que ele propicia, inexoravelmente,o fortalecimentodos partidos políticos,diminuindoo personalismoe ~eforçandoa vida partiçJária.A desvantagemé que este fortalecimento partidáriopodeforcejaruma"ditadurapartidaria",retirando o poderde escolhados cidadãose colocandonasmãosdas instânciaspartidárias.Algumasperguntasrevelamproblemas contundentesdessesistema:quemelaboraráas mencionadas listas?Quaismétodosserãoutilizqdos?Haveráumarenovação 60 APANACEIADOS SISTEMAS POLíTICOS dos candidatos, ou ocorrerá um fortalecimento dos velhos caciques de nossa história política? 5 Conelusão Semsombrade dúvida,a reformapolíticaconstitui tarefaurgentedasociedadebrasileira.A coletividadetemque aprimorarosmecanismosdeescolha,representaçãoerealização depolíticaspúblicassequiserultrapassara infâmiadapobreza absolutaque aindaassolamuitosconcidadãos.Infelizmente, sob pena de sua instrumentalizaçãoretórica,pode-se-Ihe imputaro imagináriodo Nirvanatranscendental.Enquanto muitoscidadãospermaneceremna miséria,semescolaridade, empregooucondiçõescondignasdesobrevivência,autilização do abusodo poderpolíticoe econômicoseráumaconstante. NãQhá sistemaseleitoraisperfeitos.A sublimaçãomoralda cidadania apenaspodeseraprimoradacoma mitigaçãodo analfab~tismopolíticoque,segundoBertoldBrecht,nãoouve, nãosentee nãovêabsolutamentenada. Referências BOBBIO,Noberto.Entreduasrepublicas:asorigensda democracia italiana.Trad.MabelMalheirosBellati.Brasília:UnB,2001. -" O futurodademocracia:umadefesadasregrasdojogo. 6. e.d. São Paulo: Paz e Terra, 1994. BONAVOLONTÁ, Marcos. Voto distrital no Brasil. Jus Navigandi, Teresina,PI, ano 15,n. 2517,23 maio 2010.Disponívelem:<http://jus. uol.com.br/revista/textoI14909>.Acessoem:12abr.2011. CANOTILHO, José Joaquim Gomes.Estadode direito. Lisboa:Gradiva, 1999. 61 -. Ji!f.""Z'M~. . '''II1II&..'. . ~"""4111,*. 1Ii%-., " '''~'''~'''. ., m , ESTUDOS ELEITORAIS, VOLUME 6, NÚMERO 1, JAN.! ABR. 2011 CAVALCANTI, JoãoBarbalhoUchôa.ConstituiçãoFederalBrasileirade 1891comentada.Brasília:SenadoFederal,2002. DALLARI, Dalmo de Abreu. Elementos de teoria geral do estado. São Paulo: Saraiva, 1995. 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