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direito crime

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Introdução
Podemos conceituar o crime como aspecto material que é aquele que estabelece a essência do conceito, do porquê de determinado fato ser considerado criminoso e outro não. Esse crime pode ser definido como todo fato humano que lesa ou expõe a perigo bens jurídicos considerados fundamentais para a existência da coletividade e da paz social. 
Como aspecto analítico que busca estabelecer sob o prisma jurídico os elementos de crime. Tal finalidade é propiciar a correta decisão sobre a infração penal e seu autor, desenvolvendo o raciocínio do interprete em etapas. O crime é todo fato típico e ilícito, devendo ser observada a tipicidade da conduta, se caso positivo, verifica-se se a mesma é ilícita ou não, surgindo assim da infração penal. Verificando se o autor é culpado ou não de sua pratica.
E como aspecto formal é o crime que resulta da conduta ao tipo legal e é considerada infração penal o que o legislador descreve como tal, pouco importando o seu conteúdo. Tal consideração sem levar em conta a essência ou lesividade material do crime afronta o princípio constitucional da dignidade humana.
Este trabalho trata-se de Crime Impossível, onde a impossibilidade de executar o crime impedindo sua punição quando os meios adotados são ineficazes ou os objetos forem impróprios, não havendo responsabilização penal.
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
A contrariu sensu a ineficácia dos meios ou a impropriedade dos objetos, quando relativas, não impedem a punição do autor do fato.
Tal condicionalidade vem da verificação da existência de alguma possibilidade do autor do fato lograr êxito na prática do fato.
O uso de armas de brinquedo em crimes de roubo é um exemplo de idoneidade relativa do meio que não afasta a punição do agente. Quando as armas são semelhantes as verdadeiras, causam temor à vítima do assalto, que acredita estar sofrendo uma grave ameaça sendo suficiente para que entregue seus bens ao delinquente.
É uma possibilidade de o autor consumar o fato como ilícito, porque a vítima pode acreditar que está sendo ameaçada com instrumento potencialmente lesivo. Neste caso a tentativa é punível.
Sobre a impropriedade do objeto e por ele não existir de fato ou por não ter as propriedades exigidas pela norma penal, o autor do responderá pela tentativa e se no curso da ação criminosa sofrer alguma interferência de terceiro impedindo-o de prosseguir em seu desiderato, verifica que era impossível ofender o bem jurídico tutelado. Neste caso, reitera-se, se a ação do autor for frustrada pela ingerência de terceiro. Assim, a tentativa será punível.
Para melhores entendimentos será abordado neste conteúdo do Código penal, o Crime Impossível.
Crime Impossível 
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime.
O crime impossível também chamado de tentativa inidônea, tentativa inadequada ou quase crime, é aquele que pela ineficácia total do meio empregado ou pela impropriedade absoluta do objeto material, é impossível de se consumar. 
Sua natureza jurídica se trata de causa geradora de atipicidade, pois não se concebe queira o tipo incriminador descrever como crime uma ação impossível de se realizar e não de causa de isenção de pena, como parece sugerir a redação do art. 17 do Código Penal. Portanto trata-se de verdadeira causa de exclusão da própria tipicidade. 
Um comportamento é considerado típico quando é capaz de ofender um interesse protegido pela norma penal, observa-se que o delito inviável consiste em uma hipótese de atipicidade. Na tentativa idônea é diferente na consumação não realizada no crime impossível tendo como resultado a prática na imaginação do agente. 
Tal impossibilidade de concretizar a figura típica ocorre pela completa impropriedade do objeto da ação, pela ineficácia absoluta dos meios empregados pelo autor, ou por ambos os motivos.
A teoria objetiva temperada, a qual é adotada pelo Código Penal brasileiro em seu artigo 17, a tentativa só é atípica, nos casos em que é apenas relativamente incapaz de atingir a consumação, assim a conduta deve ser punida. 
Sendo a diferenciação doutrinária bastante clara, no plano concreto costumam surgir situações limítrofes nas quais indicarem se a ação foi completamente incapaz de alcançar o resultado almejado torna-se uma tarefa complexa.
 A História do Crime Impossível 
Na época áurea dos romanos, os jurisconsultos debatiam a punibilidade ou não de determinados atos considerados delituosos, tinha-se a figura da criminalidade da tentativa, então legisladores e doutrinadores se esforçaram para estabelecer critérios e princípios que norteassem de unanimidade suas teorias e pensamentos acerca de tão discutido tema.
No século XIX os doutrinadores e a jurisprudência europeia deram um grande passo na tentativa impossível. LISZT faz um resumo, onde afirma que a tentativa era absolutamente impossível, quando o ato, atento aos meios empregados e em relação ao objeto da agressão, em caso algum podia conduzir ao fim desejado (tentativa de morte com uma pistola descarregada ou contra um cadáver), e considerava-se a tentativa como relativamente impossível.
Quando o meio escolhido ou o objeto da agressão era em tese apropriado o caso dado, apresentava-se inadequado, em razão de circunstâncias especiais (tentativa de morte com uma pistola que rebenta no momento da descarga, ou contra alguém que se acha protegido por uma cota de malhas).
Alguns países, por intermédio da jurisprudência pátria tinham diferentes opiniões sobre a punibilidade da tentativa impossível. Os países latinos, como a Prússia, Baviera e Áustria defendiam a punição da tentativa de crime que fosse relativamente impossível. Outros países como a Saxônia defendiam a punibilidade em sua plenitude, quer fosse ela relativa ou absolutamente impossível.
Os doutrinadores do século XIX entendiam que a não idoneidade do meio não devia ser tratada do mesmo modo que a do objeto. O caráter essencial da tentativa está na manifestação da vontade que tende a lesão, mas a manifestação se encontra do mesmo modo na chamada tentativa impossível.
O Crime Impossível no ordenamento jurídico brasileiro
No Código de 1890, o crime impossível era tratado como sendo fato jurídico-penal em que se transfunde uma atividade distinta a violar um bem jurídico, mas que não pode atingir a meta optada, ou por ineficácia absoluta do meio empregado nos atos executivos, ou por absoluta impropriedade do objeto que é visado pela conduta do agente.
No Brasil, não obstante o fato de a ineficácia absoluta do meio empregado nos atos executivos ou a absoluta impropriedade do objeto se fazerem presente quando da tipificação da conduta, tal prática atípica tinha contra o agente a aplicação de uma medida de segurança, caso fosse reconhecida neste, periculosidade ao meio social, tudo em conformidade com o antigo art. 94, No. III. 
A medida de segurança consistia numa espécie de liberdade vigiada. Tinha na prática a aplicação da teoria sintomática. Esta, conforme veremos mais adiante, pregava a punição do agente, caso este, embora não tivesse cometido crime algum, demonstrasse oferecer periculosidade ao meio social.
Hipóteses do crime impossível
Ineficácia absoluta do meio 
Não será o meio empregado ou o instrumento utilizado para executar o crime que o levará à consumação. Meios facilmente perceptível são absolutamente ineficazes. A ineficácia do meio, quando relativa, leva à tentativa e não ao crime impossível.
 
Impropriedade absoluta do objeto material
A pessoa ou a coisa sobre que recai a conduta é absolutamente inidônea para a produção de algum resultado lesivo. No delito de roubo, caso o bem não tenha valor econômico ou a vítima não esteja trazendo consigo qualquer quantia haverá crime impossível ante a impropriedade absoluta do objeto material; no entanto, subsidiariamente, o agente responderápelo delito de constrangimento ilegal, funcionando o tipo do art. 146 do Código Penal como soldado de reserva. Neste caso se a impropriedade for relativa, haverá tentativa.
Critério de aferição da idoneidade
A aferição da idoneidade deve ser feita no momento em que se realiza a ação ou omissão delituosa:
a) se concretamente os meios ou o objeto eram inidôneos para a consecução do resultado já antes de se iniciar a ação executória, o crime é impossível; 
b) se os meios ou o objeto tornam-se inidôneos concomitantemente ou após o início da execução, tipifica-se uma tentativa do crime que se pretendia cometer, porque, no momento em que o agente praticou o crime, este tinha possibilidade de consumar-se. 
Exemplo: Caio envenena a vítima, que já tinha sido envenenada antes por outra pessoa. Vindo ela, posteriormente, a falecer em decorrência do veneno anterior, não se poderá falar em crime impossível no tocante a Caio, que, assim, responderá por tentativa, porque a vítima ainda estava viva quando ele a envenenou, sendo esse objeto material idôneo para sofrer a agressão homicida. O resultado só não ocorreu em decorrência de conduta anterior, que produziu sozinha o evento morte.
Delito putativo por erro de tipo
No erro de tipo, o agente não sabe, devido a um erro de apreciação da realidade, que está cometendo um delito (compra cocaína, pensando ser talco; mata uma pessoa, achando que é um animal etc.); no delito putativo por erro de tipo, o sujeito quer praticar um crime, mas, devido ao desconhecimento da situação de fato, comete um irrelevante penal (a mulher acha que está grávida e ingere substância abortiva; o agente atira em um cadáver, supondo-o vivo etc.).
Portanto no primeiro, o autor não quer cometer um crime, enquanto no segundo, sim, mas não consegue. Costuma-se dizer que no delito putativo por erro de tipo o sujeito é um criminoso incompetente. Esse delito constitui crime impossível pela impropriedade absoluta do objeto.
Delito putativo por obra do agente provocador 
Também chamado de crime de flagrante preparado, delito de ensaio ou experiência, polícia ou o agente provocador, prepara uma situação, na qual induz o agente a cometer o delito (investigadora grávida pede para médico fazer aborto ilegal e depois o prende em flagrante; detetive simula querer comprar maconha e prende o traficante etc.). Nessa situação o autor é o protagonista de uma farsa que, desde o início, não tem a menor chance de dar certo.
A jurisprudência considera a encenação do flagrante preparado uma terceira espécie de crime impossível, entendendo não haver delito ante a atipicidade do fato (Súmula 145 do STF). O crime é impossível pela ineficácia absoluta do meio empregado, provocada pelo conjunto das circunstâncias exteriores adrede preparadas, que tornam totalmente impossível ao sujeito atingir o momento consumativo.
O elemento subjetivo do crime existe, mas, sob o aspecto objetivo, não há, em momento algum, 282 qualquer risco de violação do bem jurídico, senão uma insciente cooperação para a ardilosa averiguação da autoria de crimes anteriores. O desprevenido sujeito opera dentro de uma pura ilusão, pois, ab initio, a vigilância dos agentes policiais torna impraticável a real consumação do crime.
Flagrante preparado nos delitos previstos na Lei de Drogas e no delito de concussão
Nos crimes da Lei de drogas algumas ações descritas no tipo do art. 33, caput, da Lei n. 11.343/2006 constituem infrações permanentes em que o atuar delituoso se protrai no tempo, como as previstas nos núcleos exposição à venda, depósito, transporte, trazer consigo e guarda. Esses atos por si sós já realizariam o tipo, a incidência do crime impossível pelo flagrante preparado, prevalecendo única e exclusivamente a hipótese denominada como esperado.
Se traficante que já vinha praticando a conduta de guardar e vender substância entorpecente quando um policial se insinuou como pretendente à aquisição de Cannabis sativa. Nesse caso, afasta-se a hipótese do flagrante preparado ou provocado, já que o agente incidiu no crime do art. 33, caput, na modalidade “guardar”, muito antes da abordagem do suposto comprador; portanto, a consumação preexistiu ao flagrante preparado.
Poder-se-ia falar no caso em flagrante esperado, pois, conforme já decidiu o Supremo Tribunal Federal “nos crimes permanentes, conforme dispõe o art. 302 do CPP, entende-se o agente em flagrante delito enquanto não cessar a permanência. Assim, pode ser preso em flagrante o agente que mantém em depósito substância entorpecente que seria destinada ao tráfico”.
Igualmente já decidiu o Pretório Excelso no sentido de que “o flagrante preparado, em operação de ‘venda’ de droga, não anula o processo-crime se a condenação está fundada também na sua ‘posse’, de igual maneira não configura flagrante preparado a hipóte se em que o policial, como estratégia, apresenta-se como usuário de drogas e, através desse ardil, tem acesso àquele que mantém drogas em depósito.
A hipótese do crime de concussão
No delito de concussão, não se configura o flagrante preparado quando o crime já se consumara anteriormente pela mera exigência da vantagem indevida. É que estamos diante de um crime formal, cuja consumação se opera pela simples exigência da vantagem indevida pelo funcionário público, e a efetiva prestação daquela pela vítima constitui mero exaurimento.
O flagrante do pagamento realizado pelos policiais, cuja intervenção se deu por aviso da vítima, não induz à aplicação da Súmula 145 do STF, visto que o crime já se consumara com a mera exigência da vantagem. Logo, essa espécie de delito admite o flagrante esperado, mas não o preparado.
Diferença entre o flagrante preparado e o flagrante esperado
No flagrante esperado a posição da polícia limita-se à mera expectativa, mas a prisão deve ser efetuada no primeiro momento, sem possibilidade de retardamento. Nessa modalidade de flagrante, não há interferência na vontade do autor, por essa razão não existe a figura do agente provocador, sendo o fato típico e ilícito e a prisão perfeitamente válida.
O policial fica de tocaia aguardando a aparição do traficante com a droga, como a situação é de simples espera, o flagrante será considerado esperado e a prisão, válida. Assim, já decidiu o Superior Tribunal de Justiça que “não existe flagrante preparado quando o crime não resulta da ação direta do agente provocador”.
No flagrante preparado a ação da polícia consiste em incitar o agente à prática do delito, retirando-lhe qualquer iniciativa e afetando a voluntariedade do ato. Ao contrário do flagrante esperado a polícia interfere decisivamente no processo causal. O agente torna-se um simples protagonista de uma farsa, dentro da qual o crime não tem, possibilidade de consumar-se. A polícia provoca a situação e prepara-se para impedir a consumação. Por essa razão a jurisprudência entende que há crime impossível (Súmula 145 do STF).
Flagrante prorrogado ou retardado
Outra modalidade, prevista no art. 2º, II, da Lei n. 9.034, de 3 de maio de 1995, a chamada Lei do Crime Organizado, é a do flagrante prorrogado ou retardado, que não se confunde com as formas anteriores e permite ao agente policial, na hipótese de crimes cometidos por organizações criminosas, retardar, esperar ou prorrogar o momento de efetuar a prisão em flagrante, de acordo com a conveniência e a oportunidade da investigação.
Nesse caso, o policial, sem provocar a iniciativa do meliante aguarda o momento mais adequado do ponto de vista da investigação para efetivar a prisão, sem, com isso, cometer delito de prevaricação.
Com o advento da Lei n. 11.343/2006, que revogou expressamente as Leis n. 6.368/76 e n. 10.409/2002, é também possível o flagrante prorrogado ou retardado em relação aos crimes previstos na nova Lei de Drogas, em qualquer fase da persecução penal, mediante autorização judicial e ouvido o Ministério Público (art. 53).
Teorias relativas à punibilidade ou não do crime impossível
As teorias existentes acerca do crime impossível como vimos, têm suas raízes noDireito Penal Alemão do áureo século XIX. Como mencionamos, elas surgiram quando da distinção do meio e do objeto, componentes essenciais para a prática delituosa. Primariamente discutiu-se a impossibilidade absoluta e a relativa no tocante ao meio e ao objeto até se chegar às recentes teorias, fruto de desmembramentos ocorridos ao longo de muitos anos e muitos julgados.
Sintomática: se o agente demonstrou periculosidade, deve ser punido.
Subjetiva: deve ser punido porque revelou vontade de delinquir. Obs.: as duas primeiras não se importam com o fato de o resultado jamais poder ocorrer, interessando apenas que o agente demonstrou ser perigoso ou revelou intenção perniciosa.
Objetiva: não é punido porque objetivamente não houve perigo para a coletividade. Pode ser objetiva pura ou objetiva temperada.
Objetiva pura: é sempre crime impossível, sejam a ineficácia e a impropriedade absolutas ou relativas.
Objetiva temperada: só é crime impossível se forem absolutas. Quando relativas, há tentativa.
Teoria adotada pelo Código Penal
Objetiva temperada. Na sistemática atual do CP, o que importa é a conduta não ter representado nenhum risco à coletividade, pouco importando a postura subjetiva do agente. O que importa é o risco objetivo de lesão ínsito na conduta, e não a intenção que tinha o agente, ou o perigo que ficou evidenciado em seu comportamento. Por outro lado, somente a ineficácia e a impropriedade absolutas levam à atipicidade. 
Questões processuais
O reconhecimento do crime impossível equivale a admitir que o fato não constitui crime algum, portanto, deverá a sentença absolutória fundar-se no art. 386, III, do CPP (“não constituir o fato infração penal”), adequando se melhor a esse dispositivo do que ao disposto no inciso VII daquele artigo (“não existir prova suficiente para a condenação”).
De acordo com a nova redação determinada pela Lei n. 11.719, de 20 de junho de 2008, ao art. 396 do CPP, nos procedimentos ordinário e sumário, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
O art. 396-A, “na resposta, o acusado poderá arguir preliminares e alegar tudo o que interessa à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário”.
§ 1º A exceção será processada em apartado, nos termos dos arts. 95 a 112 deste Código. 
§ 2º Não apresentada resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias. 
Nesse momento, portanto, o acusado terá a oportunidade de comprovar a existência de crime impossível e, como o seu reconhecimento equivale a afirmar que o fato narrado não constitui infração penal, o CPP, consoante o teor da nova redação do seu art. 397, III, autoriza expressamente a absolvição sumária do acusado, tal como ocorre no procedimento do júri (CPP, art. 415, III, com a redação determinada pela Lei n. 11.689, de 9 de junho de 2008).
Habeas corpus não é o meio idôneo para objetivar-se o trancamento da ação penal que tenha por objeto a prática de crime impossível, pois este implica a análise de matéria fática que refoge ao âmbito do habeas corpus. Ressalvam-se, no entanto, hipóteses absurdas, como a de alguém ser denunciado por homicídio, em razão de ter atirado em um esqueleto, caso em que será possível o trancamento da ação pelo remédio constitucional mencionado.
Conclusão
O crime impossível que se trata de uma tentativa de conduta criminosa que não é punida, porque o agente tenha tido o dolo de praticá-la, os elementos objetivos do tipo, como o objeto material e o meio utilizado para a prática da conduta, tornariam a consumação do delito impossível de ocorrer, por serem absolutamente impróprios.
A definição de crime impossível, em que, não obstante a existência de uma conduta criminosa, os elementos do tipo para a prática de conduta tornariam a consumação do delito impossível, nos termos do art. 17 do CP, que menciona: “não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta improbidade do objeto, é impossível consumar-se o crime”, sendo de inteiro cabal o exemplo citado doutrinariamente quanto ao agente que, revestido de animus necandi (intenção de matar), vai até a pessoa que já se encontrava morta, efetuando disparos contra esta. 
Nesse exemplo, o bem jurídico protegido não fora maculado pelo agente, considerando a ocorrência anterior a sua conduta, do óbito da pretensa vítima, caracterizando-se como crime impossível (matar quem já está morto).
Referências Bibliográficas
CAPEZ, Fernando, Curso de Direito Penal, Vol. I São Paulo: Saraiva 2003, pg. 240.
DAMÁSIO, E. de JESUS, Direito Penal, Parte Geral, Vol. I, Saraiva, São Paulo: 1995.
DEVESA, José Maria Rodrigues. Derecho Penal Español, Carasa: Espanha, 1975
FALCONI, Romeu, Lineamentos de Direito Penal, 3ª. ed. São Paulo: Ícone, 2002.
LISZT, Franz Von, Tratado de Direito Penal Alemão, Tomo I, Russel: Campinas-SP, 2003.
MARQUES, José Frederico, Tratado de Direito Penal, Vol. II. Campinas: Millenium, 2002.
MIRABETE, Julio Fabbrini, Manual de Direito Penal, Vol. I, Saraiva, São Paulo: 2005.
NUCCI, Guilherme de Souza, Manual de Direito Penal: Parte Geral, 2007.
http://robertoinfanti.com.br/?p=561
http://www.resumosjuridicos.com/2012/05/p-civil-video-aulas-tv-justica.html
http://jus.com.br/artigos/18093/crime-impossivel

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