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Aula 2 – 29 e 31/07/2013 - Pensamento Político Pensamento Político = Filosofia Política ANTIGUIDADE (Período Clássico) até 476 d.C. (até a queda do último imperador romano do ocidente) IDADE MÉDIA 476 d.C. a 1500 d.C. até 1492/1453/1517 d.C IDADE MODERNA 1500 d.C. até 1800 d.C. (ou 1.789 – Revolução Francesa) IDADE CONTEMPORÂNEA ETIMOLOGIA: Política pólis - cidade zoon politikon - Homem = animal/ser político na sua essência. Politikós = relacionado à cidade. Comunidades humanas = A política é voltada para as cidades. Nos contextos onde houver pluralidades de ideias, a necessidade da discussão das ideias traz à luz o conceito de política. ANTIGUIDADE CLÁSSICA "HOMO LOQUAX" - homem eloqüente; que fala, discursa. PENSAMENTO Ação/comportamento precedido de um discurso (manifestação oral) O pensamento que precede a manifestação oral = Filosofia Política. Política = Toda atividade humana que se destina a tratar as questões da pólis, dos interesses coletivos; arte de governar, de gerir o destino da pólis. ATIVIDADE POLÍTICA Funções: Competitiva: tem uma feição competitiva em torno da busca de representação política, com objetivo de alcançar o poder. - Diretiva: pensa como a sociedade deverá ser conduzida. As ideologias políticas é que vão direcionar as ações com o poder. A Ciência Política procura nos dizer de que forma se atenderá as questões do interesse público. OBJETO DA POLÍTICA Macro problemas Ação humana concretizada nas instituições políticas: o Estado, formas de governo, sufrágio, poder) Ciência Política: surge como ciência na Idade Contemporânea. Os estudos políticos começam a ser úteis com a ação política prática, com o objetivo de melhorar as instituições existentes no âmbito da esfera pública (Estado, mercado, sociedade civil organizada). Como os homens fazem política? HEBREUS (+- 1.270 a.C. êxodo – saída do povo Hebreu/Judeus do Egito) Salomão (700 a.C.)) Teocracias: - Orientais (povos orientais e asiáticos – deus(es) no comando, através de um soberano); e - Judaica (Deus diretamente no comando; orientações ao povo através do sacerdote – até Saul, 1° rei dos Judeus). Fonte histórica: Bíblia Conceitos de poder, riqueza e valores morais: Os bens do rico são a sua cidade forte, a pobreza dos pobres a sua ruína. Provérbios 10:15 Doce é o sono do trabalhador, quer coma pouco quer muito; mas a fartura do rico não o deixa dormir. Eclesiastes 5:12 Melhor é o pobre que anda na sua integridade do que o de caminhos perversos ainda que seja rico. Provérbios 28:6 O príncipe falto de entendimento é também um grande opressor, mas o que odeia a avareza prolongará seus dias. Provérbios 28:16 De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o propósito de todo o homem. Eclesiastes 12:13 Pensadores gregos do Período Clássico: HERÓDOTO (séc. VI a.C.) Primeiros registros sobre a definição de política = na obra do filósofo grego Heródoto. Elaborou uma breve distinção dos tipos de governo reconhecidos até nossos dias: governo de um só; governo de poucos, e governo de muitos. Formas de governo: boas (+) e más(-): Esquema: + - + - + -... De acordo com Heródoto elas são historicamente realizáveis. PÉRICLES (495/492 a.C. - 429 a.C.) Célebre e influente estadista e general da Grécia Antiga, um dos principais líderes democrátIcos de Atenas e a maior personalidade política do século V a.C. Viveu durante a Era de Ouro de Atenas - mais especificamente, durante o período entre as guerras Persas e Peloponésica. Descendia, pela linhagem de sua mãe, dos Alcmeônidas, uma influente e poderosa família. PÉRICLES teve uma influência tão profunda na sociedade ateniense que foi declarado "o primeiro cidadão de Atenas". Transformou a Liga Délia num verdadeiro império ateniense, e liderou seus compatriotas durante a Guerra do Peloponeso. Promoveu as artes e a literatura, num período em que Atenas tinha a reputação de ser o centro educacional e cultural do mundo da Grécia Antiga. ldeias: * Liberdade - para manifestarem opiniões * Debate sobre questões das cidade * Igualdade * Acesso a cargos Iniciou um ambicioso projeto que construiu a maior parte das estruturas que ainda existem na Acrópole de Atenas (incluindo o Partenon). Este projeto foi responsável por embelezar a cidade, exibir a sua glória e dar emprego à população. Péricles também estimulou a democracia ateniense, a tal ponto que seus críticos o chamaram de populista. XENOFONTE(428 a 355 a.C.) Historiador, soldado e escritor grego. Um dos principais biógrafos da Antigüidade. Seu livro "Ditos e Feitos memoráveis de Sócrates'', embora muito menos profundo que as obras de Platão, é a segunda fonte mais importante sobre a pessoa e o pensamento de Sócrates. Xenofonte apresenta Sócrates como conhecedor de diversos assuntos que não faziam parte das matérias usualmente ensinadas pelos professores de Atenas. Todas as obras de Xenofonte foram conservadas: as socráticas ("Memoráveis“, "Apologia de Sócrates", "O Banquete","Econômico"). Sua concepção de vida, tradicionalista, aristocrática e antidemocrática, seguia as idéias espartanas. PLATÃO (428 a 347 a.C.) - Obra de Platão: “A República“ reporta suas ideias de abolição da sociedade privada, particular. Projeto Sociedade Justa Diferenças sociais - Propriedade privada - causa da divisão (dentro da sociedade democrática só faltava derrubar a desigualdade social) Proposta cidade ideal - tudo será de todos, com uma administração coletiva (previa até mesmo que os pais não seriam "donos" de seus filhos); Organizada como uma universidade moderna, o objetivo da Academia constitui-se em formar uma elite política, que compreende, através da razão, os valores que condicionam a felicidade dos indivíduos que vivem em sociedade. O político deve ter conhecimento do bem em si e por si: será um filósofo. Cercada de enorme prestígio, a Academia se torna um sucesso e formará gerações de jovens até 529 depois de Cristo, quando, por ordens do imperador Justiniano, a mesma é destruída. (BOTELHO, 2005, p. 55). A classificação das formas de governo ficaria assim representada: Quem governa? Formas Boas Más Um Monarquia (+) Tirania (-) Poucos Aristocracia (+) Oligarquia (-) Muitos Democracia (+) Democracia (-) Platão também relaciona seus critérios de análise e classificação das formas de governo com as "paixões" dos homens dirigentes, virtudes essas que refletem na forma de governar: o homem oligárquico tem fome de riqueza, o democrático tem desejo imoderado da liberdade e o tirânico, a violência. Platão - Formas de governo descreve um movimento descendente: A timocracia é a degeneração da aristocracia, pressuposta forma perfeita, descrita como Estado ideal; a oligarquia é a corrupção da timocracia, e assim por diante. A forma mais baixa é a tirania, com a qual o processo degenerativo chega ao ponto máximo. (BOBBIO, 1988, p. 47). ARISTÓTELES (384 a 367/366 a.C) "Classe média" Homem / animal político Critica fundamentalmente as ideias de Platão Comunidade Política Critica as idéias comunistas de Platão pelo seu idealismo Governo da classe média - o meio termo da forma de governar, através da ARISTOCRACIA (governo nas mãos de um grupo de pessoas, da classe média); Formas de governo: - Monocracia - nas mãos de um, mas se não legalizado poderia se tornar Tirania - Democracia - nas mãos do povo, mas se não for correto se torna Oligarquia; Defesa da lei / Constituição - defendeu a ordem fundamentada pelo Direito. No período da "conquista Alexandrina", Aristóteles estabelece a sua própria escola, o Liceu, que se transformou em um importante centro de estudos filosóficos e de ciências naturais. O biologismo tornou-se marca central da visão científica e filosófica aristotélica que irá transpor para toda a natureza, categorias explicativas pertencentes ao domínio da vida.Do que o homem precisa para uma vida boa? - Eudaimonia (felicidade) A classificação das formas de governo: Quem governa? Formas Boas * Más** Um Monarquia (+) Tirania (-) Poucos Aristocracia (+) Oligarquia (-) Muitos Democracia (+) Democracia (-) Boas * = Constituições retas Más** = Constituições degeneradas Quem governa? = critério numérico Como governa? = critério axiológico (valor) Quadro comparativo entre as diferenças de pensamentos de Platão e Aristóteles: O déspota - em grego, despotês - é uma figura da sociedade e da política gregas; é o chefe da família (...), entendendo-se por família e casa três relações fundamentais: a do senhor e o escravo, a do marido e a mulher, e a do pai e dos filhos. O déspota é o senhor absoluto de suas propriedades móveis e imóveis, das , pessoas que dele dependem para sobreviver (escravos, mulher, filhos, parentes e clientes) e dos animais que emprega para manutenção de suas propriedades. A principal característica do déspota encontra-se no fato de ser ele o autor único e exclusivo das normas e das regras que definem a vida familiar, isto é, o espaço privado. Seu poder, escreve Aristóteles, é arbitrário, pois decorre exclusivamente de sua vontade, de seu prazer e de suas necessidades. Os primeiros reis, lembra Aristóteles, porque eram simples chefes de clãs e tribos ou de conjuntos de famílias, eram déspotas, assim como são déspotas os governos bárbaros do Oriente, mas onde houver cidade e política, onde houver politéia, não pode haver despotéia, não se pode manter o princípio do poder despótico, que pertence ao espaço privado e à vida privada. (CHAUI, 1992, p. 357). Definição grega do déspota. CÍCERO (106 a 53 a.C.) Cícero: defendia a subordinação do poder ao direito natural - Dever de participação; - Regime misto - forma de governar onde ricos, pobres e todas as classes estejam envolvidas; - Monarquia: participação aristocrática e democrática. - Limitação do governante pelo direito natural "Prefiro a paz mais injusta a mais justa das guerras". Cícero "O amor é o desejo de alcançar a amizade de uma pessoa que nos atrai pela beleza." Cícero - DE ORATORE, sobre as qualidades e conhecimentos do bom orador: a doutrina (conhecimento do argumento), as qualidades naturais (atitudes emotivas, palavras ardentes, voz bem colocada), a prática (preparação cuidada, nada de improvisações) e a escola (estudo dos oradores famosos, imitação dos grandes autores); na opinião de Cícero, a retórica não visa a verdade, mas a persuasão. Obras: - DE REPUBLICA, sobre as várias formas de governo; - DE LEGIBUS, sobre a lei e o direito; Sua animosidade contra Marco Antônio, contra quem pronunciou as célebres FILÍPICAS, valeram-lhe a morte, a 7 de dezembro de 43 a.C. Apoiou Octávio, mas este, aliou-se a Antônio e a Lépido e formou um novo triunvirato em que os principais elementos eram os dois rivais: Antônio e Octávio. Éra hora de António se vingar das invectivas de Cícero: inclui seu nome nas listas de proscritos. Cícero apercebe-se da situação e foge. Porém, por motivos de saúde ou talvez dominado pelo desencanto da vida, volta para trás, disposto a morrer. Na sua viagem de regresso sua cabeça e a mão direita são decepadas pelos partidários de Antônio, que as colocam sobre a tribuna onde tantas vezes os romanos tinham ouvido o orador. Contava Cícero 63 anos. Com a sua morte calara-se a última grande voz em defesa da República.
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