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Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul Unidade: Glória de Dourados Curso: Tecnologia em Produção Sucroalcooleira Disciplina: Tecnologia e Produção de Açúcar 02 Características químicas e físicas do caldo de cana-de-açúcar Prof. Clauber Dalmas Rodrigues <clauber@uems.br> Fevereiro/2015 Clauber D.R. (UEMS) Características do Caldo fev15 1 / 26 Sumário 1 Características do caldo extraído (Caldo Bruto) 2 Breve Revisão: Misturas, soluções e colóides Mistura homogênea e heterogênea Dispersões Classificação das dispersões Colóides 3 Características físicas e químicas do caldo bruto Consequência das impurezas no Processo Industrial Clauber D.R. (UEMS) Características do Caldo fev15 2 / 26 Figura 0.1: Caldo bruto Sumario 1 Características do caldo extraído (Caldo Bruto) 2 Breve Revisão: Misturas, soluções e colóides Mistura homogênea e heterogênea Dispersões Classificação das dispersões Colóides 3 Características físicas e químicas do caldo bruto Consequência das impurezas no Processo Industrial Clauber D.R. (UEMS) Características do Caldo fev15 4 / 26 Composição do caldo de cana extraído (ou caldo bruto) O caldo de cana recebido pelo setor de tratamento de caldo, não é o mesmo caldo de cana contido na planta devido: O processo de extração, O tempo de retenção do caldo nos equipamentos de extração, A água de embebição, As novas impurezas como terra, areia e bagacilho. Desta maneira, o caldo que vai ser tratado vai possuir características diferentes. Este caldo que será tratado é chamado de Caldo Bruto . O caldo de cana bruto é opaco, de cor amarela pardacenta a esverdeado, mais ou menos escuro e viscoso (veja novamente a Figura 0.1 na pág. 3). Clauber D.R. (UEMS) Características do Caldo fev15 5 / 26 Principais características do caldo bruto O Caldo Bruto que chega ao setor de clarificação é uma mistura complexa dos componentes da cana-de-açúcar, bagacinho e de matérias estranhas que acompanham a cana, tais como : terra, areia, palha e outros sólidos em suspensão. O caldo de cana é uma suspensão coloidal onde as partículas suspensas apresentam diferentes tamanhos e composição heterogênea (ALBUQUERQUE, 2011). A composição química do caldo da cana pode variar largamente segundo uma serie de fatores, tais como: variedade da cana, grau de maturação da cana, condições ambientais (clima), tipo de solo, trato culturais, tipo de colheita, cana crua, cana queimada Demora entre o corte da cana e seu processamento. Clauber D.R. (UEMS) Características do Caldo fev15 6 / 26 Sumario 1 Características do caldo extraído (Caldo Bruto) 2 Breve Revisão: Misturas, soluções e colóides Mistura homogênea e heterogênea Dispersões Classificação das dispersões Colóides 3 Características físicas e químicas do caldo bruto Consequência das impurezas no Processo Industrial Clauber D.R. (UEMS) Características do Caldo fev15 7 / 26 Sumario 1 Características do caldo extraído (Caldo Bruto) 2 Breve Revisão: Misturas, soluções e colóides Mistura homogênea e heterogênea Dispersões Classificação das dispersões Colóides 3 Características físicas e químicas do caldo bruto Consequência das impurezas no Processo Industrial Clauber D.R. (UEMS) Características do Caldo fev15 8 / 26 Misturas homogêneas e Heterogêneas Ao se misturarem duas substâncias, pode resultar ou em uma mistura homogênea ou em uma mistura heterogênea. Por exemplo: Figura 2.1: Exemplos de misturas homogêneas. Dizemos que o sal se dissolveu, enquanto a areia não se dissolveu na água. Imagine água barrenta em um copo e deixe esse sistema em repouso por um certo tempo. O que irá ocorrer? Clauber D.R. (UEMS) Características do Caldo fev15 9 / 26 Breve Revisão: Misturas, soluções e colóides As misturas homogêneas também podem ser denominadas de soluções. Ex.: sal ou açúcar totalmente dissolvido na água. Ligas metálicas: aliança de casamento, etc. A adição de solutos a solventes pode originar três tipos de sistemas — soluções, suspensões e colóides. A diferença fundamental entre uma solução e uma suspensão é o tamanho das partículas dispersas (veja a Figura 2.4). Clauber D.R. (UEMS) Características do Caldo fev15 10 / 26 Fases De acordo com o aspecto visual de uma mistura, podemos classificá-la em função do seu número de fases: Fase: cada uma das porções que apresenta aspecto vi- sual homogêneo (uniforme), o qual pode ser contínuo ou não, mesmo quando observado ao microscópio comum. Figura 2.2: Fases de um sistema (FELTRE, 2004). Clauber D.R. (UEMS) Características do Caldo fev15 11 / 26 Sumario 1 Características do caldo extraído (Caldo Bruto) 2 Breve Revisão: Misturas, soluções e colóides Mistura homogênea e heterogênea Dispersões Classificação das dispersões Colóides 3 Características físicas e químicas do caldo bruto Consequência das impurezas no Processo Industrial Clauber D.R. (UEMS) Características do Caldo fev15 12 / 26 Figura 2.3: Classificação das misturas. Lentamente, as partículas de terra vão se depositando no fundo do copo; sedimentam primeiro as partículas maiores e, em seguida, as partículas de tamanhos gradativamente menores; mesmo assim, a água poderá ficar turva durante vários dias — indicando, nesse caso, que partículas ainda menores permanecem em suspensão nessa água. Desse fato resulta a seguinte definição: Dispersões são sistemas nos quais uma substância está disseminada, sob a forma de pequenas partículas, em uma segunda substância. Clauber D.R. (UEMS) Características do Caldo fev15 13 / 26 Classificação das dispersões É feita de acordo com o diâmetro médio das partículas dispersas: Tabela 1: Classificação das soluções segundo o diâmetro das partículas dispersas (FELTRE, 2004). Nome da dispersão Diâmetro médio das partículas dispersas Soluções verdadeiras 0 à 1 nm Soluções coloidais 1 à 1.000 nm Suspensões acima de 1.000 nm 1nm = 11.000.000.000m = 1 109m = 1×10 −9m Exemplos: Soluções verdadeiras → leite com sal dissolvido, água com açúcar dissolvido Soluções coloidais → Leite Suspensões → água barrenta → Clauber D.R. (UEMS) Características do Caldo fev15 14 / 26 Classificação das dispersões Figura 2.4: Tamanho das partículas (solutos) em solventes e a sua classificação. Fonte: (FELTRE, 2004) Clauber D.R. (UEMS) Características do Caldo fev15 15 / 26 Sumario 1 Características do caldo extraído (Caldo Bruto) 2 Breve Revisão: Misturas, soluções e colóides Mistura homogênea e heterogênea Dispersões Classificação das dispersões Colóides 3 Características físicas e químicas do caldo bruto Consequência das impurezas no Processo Industrial Clauber D.R. (UEMS) Características do Caldo fev15 16 / 26 Colóides Dispersões coloidais, também chamados de colóides, representam um estado intermédio entre uma solução e uma suspensão (KOTZ; TREICHEL, 2008). Há vários tipos de colóides, mas possuem algumas características principais: Alto peso molecular. São partículas relativamente grandes (veja a Tab. 1 e a Fig. 2.4) Não é possível separar por decantação ou filtração. Apresentam o Fenômeno Tyndall (veja a Fig. 2.6, pg. 19.) Clauber D.R. (UEMS) Características do Caldo fev15 17 / 26 Figura 2.5: Exemplo de um Colóide hidrofóbico (KOTZ; TREICHEL, 2008). Clauber D.R. (UEMS) Características do Caldo fev15 18 / 26 Efeito Tyndall e colóides O tamanho das partículas de um colóide permite-lhes atravessar um filtro, mas não uma membrana semipermeável. Essas partículas são suficientemente grandes para refletir e dispersar a luz. Essa dispersão da luz é conhecida pelo nome de efeito Tyndall. Figura 2.6: Efeito Tyndall: os colóides se apresentam translúcidos, porém, com aspecto turvo. Fonte: Usberco e Salvador (2002) Tabela2: Propriedades das dispersões (soluções, colóides e suspensões). Fonte: Usberco e Salvador (2002) Tipo de mistura Características das partículas Efeito da Luz Efeito da gravidade (Sedimenta- ção) Separação Solu- ções átomos, íons ou pequenas moléculas (partículas menores que 10nm∗) Trans- parentes não sedimentam não separáveis por filtro ou membrana se- mipermeável Colóide moléculas grandesou grupos de moléculas ou íons refletem a luz (Efeito Tyndall) não sedimentam separáveis só por membrana semipermeável Suspen- sões partículas muito grande e visíveis a olho nu (partículas maiores do que 1 000 nm) opacas sedimentam rapidamente separáveis por filtro ∗ 1nm = 1 namômetro = 10−9 m Sumario 1 Características do caldo extraído (Caldo Bruto) 2 Breve Revisão: Misturas, soluções e colóides Mistura homogênea e heterogênea Dispersões Classificação das dispersões Colóides 3 Características físicas e químicas do caldo bruto Consequência das impurezas no Processo Industrial Clauber D.R. (UEMS) Características do Caldo fev15 21 / 26 Caldo Sólidos solúveis – 16% Sacarose – 14% Glicose – 0,4% Frutose – 0,3% Não açúcares – 1,3% Sólidos insolúveis – 0,2% Areia – 0,04%Bagacilho – 0,16% Água – 83% Figura 3.1: Composição média do caldo bruto misto (mistura de caldos primário e secundário para extração por moendas) Clauber D.R. (UEMS) Características do Caldo fev15 22 / 26 Características físicas do caldo bruto A opacidade do caldo é causada pelo: Colóides, Proteínas, Pentosanas, Pectina e Compostos inorgânicos como sílica A cor varia com a cana e com a energia do esmagamento e é dada pela Clorofila, Antocianina, Sacaretina e Substâncias cromógenas. A viscosidade do caldo é causada por: Gomas, Pectinas, Albuminas e Sílica coloidal O pH do caldo varia entre 5 a 6 a acidez aumenta: Canas queimadas, Doentes, Praguejadas, Cortadas a mais de 24 horas, verdes e passadas Clauber D.R. (UEMS) Características do Caldo fev15 23 / 26 Sumario 1 Características do caldo extraído (Caldo Bruto) 2 Breve Revisão: Misturas, soluções e colóides Mistura homogênea e heterogênea Dispersões Classificação das dispersões Colóides 3 Características físicas e químicas do caldo bruto Consequência das impurezas no Processo Industrial Clauber D.R. (UEMS) Características do Caldo fev15 24 / 26 Consequência das impurezas Aumento das incrustações nos evaporadores Dificuldade operacional na fase de cristal na seção de vácuos Dificuldades de “turbinação” Baixa qualidade no produto final (açúcar) Queda de rendimento industrial. Clauber D.R. (UEMS) Características do Caldo fev15 25 / 26 Referências Bibliográficas I ALBUQUERQUE, F. M. de. Processo de Fabricação de açúcar. 3. ed. Recife: Editora Universitária da UFPE, 2011. 447 p. ISBN 978-85-7315-965-3. FELTRE, R. Química - volume único. 6. ed. São Paulo: Moderna, 2004. KOTZ, J.; TREICHEL, P. Química e reações químicas. Livros Técnicos e Científicos, 2008. ISBN 9788521613091. Disponível em: <http://books.google.com.br/books?id=ffLcAAAACAAJ>. USBERCO, J.; SALVADOR, E. Química - volume único. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2002. ISBN 85-02-04027-8. Clauber D.R. (UEMS) Características do Caldo fev15 26 / 26 Características do caldo extraído (Caldo Bruto) Breve Revisão: Misturas, soluções e colóides Mistura homogênea e heterogênea Dispersões Colóides Características físicas e químicas do caldo bruto Consequência das impurezas no Processo Industrial
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