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DPC1_T7_Providencias preliminares

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR - UCSAL
FACULDADE DE DIREITO
DIREITO PROCESSUAL CIVIL I
Tema 07: 	Das providências preliminares. Efeitos da revelia. Decisão saneadora.
DAS PROVIDÊNCIAS PRELIMINARES
Quando aqui falamos em providências preliminares, queremos nos referir àquelas atividades que os sujeitos processuais exercitam através de atos e medidas processuais, na chamada fase postulatória, mais precisamente no período que sucede a resposta do réu e que antecede o ato do despacho saneador. Tais medidas objetivam exatamente dotar o procedimento de todos os elementos necessários ao desenvolvimento válido e regular do processo. Isto em razão do direito objetivo que se articula na lide, tendente a carrear para os autos todos os dados e informações, em razão da matéria, de modo a tornar viável a investigação de verdade, na busca de que o processo seja instruído e suprido com os fatos e a verdade real, para que a jurisdição possa, com imparcialidade e precisão, compor a lide, dando a cada um o que de direito lhe pertence. Esta é a busca incessante da atividade judicante que se utiliza, para tanto, do seu maior instrumento, qual seja o processo.
As providências preliminares são determinadas pelo juiz da causa, na oportunidade referida, consoante a prescrição do art. 323 do CPC : 
“Findo o prazo para resposta do réu, o escrivão fará a conclusão dos autos. O juiz, no prazo de 10 (dez) dias, determinará, conforme o caso, as providências preliminares, que constam das seções deste Capítulo”.
Quando a lei diz que as providências preliminares devem ser determinadas após o prazo da contestação (resposta do réu), quer dizer que isto será feito com ou sem a resposta do réu. Sim, porque o réu tanto tem o direito, naquele prazo, de se defender como de se omitir. Neste caso acontece a revelia.
Assim, as providências preliminares objetivam ordenar o processo, na fase postulatória, ensejando amplo debate das partes, nesse momento, o que cria as condições necessárias para que o juiz possa, até mesmo, proferir julgamento conforme o estado do processo seja para extinguí-lo, com ou sem julgamento de mérito, ou antecipar o julgamento da lide.
As providências preliminares ficam muito na dependência da resposta do réu que poderá agitar a lide com o levantamento de exceções específicas, em preliminares. Daí concluir-se que a qualidade e a quantidade dessas providências ficam a mercê muito mais do rumo da defesa do que propriamente da postulação inicial. É verdade que a inicial pode trazer, no seu corpo, requerimentos que estimulem a determinação de algumas providências.
Existem providências que motivam a ampliação do procedimento, dando oportunidade para que o autor replique a resposta do réu. Isto ocorre quando o juiz abre vista do processo ao autor porque o réu, na contestação, aduziu preliminar, ofereceu defesa indireta, direta ou juntou documentos, etc.
Os juizes, usualmente, abrem vista do processo à parte autora depois da contestação.
O CPC, pelos arts. 324 a 328, disciplina essas providências, as quais encerram justamente as Seções mencionadas no art. 323, que comanda o assunto. Analisaremos a seguir os motivos ensejadores dessas providências, segundo as regras processuais:
“Art. 324.Se o réu não contestar a ação, o juiz, verificando que não ocorreu o efeito da revelia, mandará que o autor especifique as provas que pretenda produzir na audiência.
Art. 325. Contestando o réu o direito que constitui fundamento do pedido, o autor poderá requerer, no prazo de 10(dez) dias, que sobre ele o juiz proferira sentença incidente, se da declaração ou da inexistência do direito depender, no todo ou em parte, o julgamento da lide (art. 5º). 
Art. 326. Se o réu, reconhecendo o fato em que se fundou a ação, outro lhe opuser impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, este será ouvido no prazo de 10(dez) dias, facultando-lhe o juiz a produção de prova documental.
Art. 327. Se o réu alegar qualquer das matérias enumeradas no art. 301, o juiz mandará ouvir o autor no prazo de 10 (dez) dias, permitindo-lhe a produção de prova documental. Verificando a existência de irregularidades ou de nulidades sanáveis, o juiz mandará supri-las, fixando à parte prazo nunca superior a 30(trinta) dias.
Art. 328. Cumpridas as providências preliminares, ou não havendo necessidade delas, o juiz proferirá julgamento conforme o estado do processo, observando o que dispõe o capítulo seguinte.” 
Quando não ocorre o efeito da Revelia
Acontece muitas vezes que, mesmo o réu não tendo apresentado resposta, não ocorre o efeito de revelia, a exemplo de quando se trata de direito indisponível (art.320). Neste caso, o juiz mandará que o autor especifique as provas que pretenda produzir na audiência (art. 324).
Quando o réu não contesta a ação, via de regra, o processo corre à sua revelia, presumindo-se verdadeiros os fatos alegados pelo autor.
Convém a transcrição para exame e discussão em sala de aula, dos artigos relacionados com a revelia :
“Art. 319. Se o réu não contestar a ação, reputar-se-ão verdadeiros os fatos afirmados pelo autor. 
Art. 320. A revelia não induz, contudo, o efeito mencionado no artigo antecedente : 
I – 	se, havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação; 
II –	 se o litígio versar sobre direitos indispensáveis; 
III – 	se a petição inicial não estiver acompanhada do instrumento publico, que a lei considere indispensável à prova do ato.
Art. 321. Ainda que ocorra revelia, o autor não poderá alterar o pedido, ou a causa de pedir, nem demandar declaração incidente, salvo promovendo nova citação do réu, a quem será assegurado o direito de responder no prazo de 15 (quinze) dias.; 
Art. 322. Contra o revel correrão os prazos independentemente de intimação. Poderá ele, entretanto, intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em que se encontra. ” 
Da sentença incidental
Quando o réu contesta a ação, ele pode levantar questões incidentais atacando o direito que constitui o fundamento do pedido e, se da declaração da existência ou inexistência do direito articulado depender, no todo ou em parte, o julgamento da lide, o autor, no prazo de 10 (dez) dias, poderá requerer ao juiz que sobre o pedido profira sentença incidente.
Dos fatos que impedem, modificam ou extinguem o pedido
Esses fatos podem ocorrer, quando o réu reconhecer o fato constitutivo do fundamento da ação, mas lhe opõe outro fato que impede, modifica ou extingue o direito do autor. Este será ouvido no prazo de 10 (dez) dias, lhe sendo facultada a produção de prova documental.
Argüição, pelo réu, das hipóteses do art. 301.
Quando o réu argüi inexistência ou nulidade da citação; incompetência absoluta; inépcia da inicial; coisa julgada; litispendência, etc., o juiz determinará a ouvida do autor, no prazo de 10 (dez) dias, permitindo-lhe a produção de prova documental. Neste caso, verificando irregularidade ou nulidade sanável, o juiz mandará supri-la, fixando prazo nunca superior a 30 (trinta) dias para suprimento pela parte (art. 327).Comprovada a nulidade insanável (coisa julgada, litispendência, etc) o juiz extinguirá o processo.
Outra providência, digna de nota, é a audiência do órgão do Ministério Público, quando tenha ele necessidade de intervir como fiscal da lei, ou mesmo quando chamado à lide.
Além dessas, há providências preliminares em processo acumulativo e quando ocorre a intervenção de terceiros, sendo de consulta obrigatória do aluno o exame dos arts. 71, 72, 74, 77 a 80, 191, 241, II, 316, 323, 325, 327, 398 do CPC.
EFEITOS DA REVELIA
Os efeitos da revelia se encontram delineados nos arts. 319 a 322 e no 324 (de consulta obrigatória do aluno). O importante é notar que o maior efeito está em reputarem-se verdadeiros os fatos afirmados pelo autor na inicial. Isto é: o revel, mesmocomparecendo para acompanhar o processo, na fase em que se encontra, não mais poderá discutir matéria de fato. Mas tão somente poderá discutir matéria de direito.
Tomemos os ensinamentos do mestre Frederico Marques, acerca dos efeitos da revelia:
“Ocorrendo a revelia em sentido estrito, ou específica, haverá julgamento de plano, segundo o estado do processo, com a composição antecipada da lide pelas vias jurisdicionais, desde que não se registrem as circunstâncias e fatos apontados no art. 320 do Código de Processo Civil, - tudo conforme se infere do que este dispõe, respectivamente, nos arts. 324 e 330, nº II.
	Não significa isto que a revelia leve o juiz a decidir obrigatoriamente a ação em favor do autor, julgando-a sempre procedente.
	Com a revelia, reputar-se-ão verdadeiros os fatos afirmados pelo autor; e, com isso, desnecessária se tornando a produção de provas, o juiz proferirá julgamento antecipado da lide (Cód. Proc. Civ., arts. 319 e 330, nº II). Mas a revelia não sana as nulidades do processo, quando absolutas, nem impede ao juiz de examinar de ofício os pressupostos de admissibilidade da prestação jurisdicional pedida pelo autor (art. 301, parágrafo 4º).
	Além disso, ainda que regular e sem defeitos a relação processual, possibilitando assim sentença de mérito, - nem por isso a ação deve ser julgada obrigatoriamente procedente. Narra mihi factum, dado tibi ius: ainda que compelido a admitir como verdadeiros os fatos narrados pelo autor, pode o juiz declará-lo carecedor da ação, por faltar a este fundamento jurídico. Fica sempre ao juiz o poder de examinar se existe norma abstrata do Direito Objetivo, aplicável ao caso, - o que, aliás, é mais que um poder, porquanto se configura, na realidade, como dever funcional inerente à própria jurisdição.
	Admitida que está, ex vi legis, a verdade dos fatos afirmados pelo autor, a sentença que, apesar disso, repelir a ação, assim decidirá por entender esta não concludente, ante a inexistência de pedido juridicamente apto (actionem non esse fundatam) .
	Não haverá sentença de mérito repelindo o pedido de tutela jurisdicional do autor, e, sim, sentença extinguindo o processo por ocorrência de petição inepta, - consoante dispõe o art. 295, parágrafo único, nº II, do Código de Processo Civil”.
				 (obr. cit. pág. 70)
DECISÃO SANEADORA
O despacho saneador é ato processual praticado pelo juiz, no momento em que cabe o encerramento da fase postulatória, depois de todas as providências preliminares com vista à regularidade do procedimento, ensejando o desenvolvimento válido do processo.
A matéria está regulada pelo art. 331, consoante já vimos. 
Na prática, o despacho do juiz diz que nada há a sanear, ou nada mais há (conforme o caso), que as partes são legítimas, que estão presentes as condições da ação, defere as provas requeridas e marca audiência de instrução e julgamento. Isto quando não ocorre incidente processual, oportunidade em que o juiz decidirá as questões processuais pendentes, ou quando o juiz não julga a lide conforme o estado do processo : extinção ou julgamento antecipado.
Quando ocorre exceções processuais, o procedimento fica suspenso até decisão definitiva, e transitada em julgado, sobre a questão incidente .
 Matéria que muito se discute, quanto ao saneador, é o “nomen iuris”, ou seja se o Código deveria tratá-lo como despacho ou decisão. Quanto a isso, vejamos trecho do que diz Frederico Marques:
“Não cabe indagar se ele se configura como despacho, ou decisão, pois a verdade é que quando se fala em despacho saneador projeta-se o nomen iuris como um só todo: ele não é despacho, nem decisão, mas despacho saneador. Não se dissociam os dois vocábulos (despacho e saneador) que o compõem; ao reverso, ambos se aglutinam e se amalgamam para qualificar e denominar ato judicial específico com a expressão amplamente difundida e aceita de despacho saneador (retro, nº 442).
	Ademais, o Código de Processo Civil o emprega, de modo expresso, no art. 338, com o que o sufragou (ainda que inadvertidamente, como o disse T. Negrão) e lhe deu livre trânsito na terminologia processual. Na Súmula 424 do Supremo Tribunal Federal também se fala, com todas as letras, no despacho saneador.
	Despacho saneador é ato processual em que o juiz formaliza o saneamento do processo, isto é, com que declara “saneado o processo”, conforme o que estabelece o art. 331 do Código de Processo Civil.
	As providências para esse saneamento, que o antecedem, ficam por ele cobertas, uma vez que a causa finalis desses atos é o despacho saneador. Sem este não há, como é óbvio, saneamento do processo.
	Por outro lado, o despacho saneador contém determinações heterogêneas do Juiz que o subscreve, como se vê dos nºs. I e II do citado art. 331. Todos sabem, por isso, o que significa despacho saneador, o que nele se contém e sua estruturação, no processo, como ato judicial específico e perfeitamente individualizado.
Se temos nomen iuris tão expressivo e consagrado, que já adquiriu foros de cidade em nosso Direito Processual, para que substituí-lo por outro?
	Tão grande foi a penetração do despacho saneador, no linguajar forense, que constantemente se usa forma simplificada, para designá-lo, falando-se apenas em o saneador (retro, nº 442)”.
							
 	(idem, págs.: 173/174)
_________________________________________________________
APOSTILA DE RESPONSABILIDADE DO PROFESSOR LUIZ SOUZA CUNHA.
AUTORES CITADOS E CONSULTADOS
Antônio Carlos Araújo Cintra 	Teoria Geral do Processo 
Ada Pellegrini Grinover 	Volume Único - 9ª Edição - 1992
Cândido R. Dinamarco 
Moacyr Amaral Santos 	Direito Processual Civil Brasileiro
 	2º Volume - 14ª Edição - 1991 
José Frederico Marques 	Manual de Direito Processual Civil 2º Volume - 10ª Edição. - 1989
Humberto Theodoro Júnior Curso de Direito Processual Civil 
 Volume I - 15ª Edição - 1995
Atenção:	A apostila é, tão somente, um resumo da matéria que pode ser aprendida pelo aluno. Ela deve servir de guia do ensino-aprendizado, sob orientação pedagógica.
	
	Esta apostila se destina, pois, exclusivamente ao estudo e discussão do texto em sala de aula, como diretriz do assunto, podendo substituir os apontamentos de sala de aula, a critério do aluno.
	
	Consulte a bibliografia anteriormente indicada além de outros autores.
Atualizada em novembro/2009
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DPC I_7_providencias preliminares

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