Buscar

Impostos Federais sobre Exportação e Importação

Prévia do material em texto

Impostos
O imposto é o tributo cuja obrigação tem por fator gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal especifica, caracterizado por não ter sua arrecadação com destino especifico, sendo destinado a atender as necessidades gerais da administração pública, sem assegurar ao contribuinte qualquer proveito direto em contraprestação á parcela que pagou. (BRASIL, 1966).
Os impostos incidem sobre a renda e patrimônio das pessoas físicas e jurídicas. O governo é quem define o destino dos valores arrecadados, com aprovação do legislativo através do orçamento. 
Impostos Federais
Imposto sobre Exportações
Segundo a Constituição Federal (art. 153, II), o Imposto de Exportação é de competência exclusiva da União (sujeito ativo). Uma de suas características é a cobrança com função fiscal e regulatória, não só na medida em que se presta a arrecadação, mas também de acordo com a variação de suas alíquotas, à disciplina do fluxo de exportação. O imposto de exportação não se sujeita ao princípio da anterioridade, podendo ser alterado no mesmo exercício financeiro.
Na legislação brasileira, o princípio da anterioridade está regulado pelo Art. 150 da Constituição Federal. A regra geral determina que não poderá ser cobrado tributo no mesmo exercício financeira em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou e antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei. 
É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas do IE. No Código Tributário Nacional (CTN), encontramos as regras e as disciplinas para o imposto em seus artigos 23 a 28. Na legislação ordinária, temos o Decreto-lei nº 1.578/77, que dispõe sobre o imposto de exportação.
O sujeito passivo é quem despacha a mercadoria para embarque a seu destino no estrangeiro, ou a leva consigo para fora do país. Geralmente, é o negociante que adquire produtos nacionais para vendê-los no estrangeiras. Poderá ser o próprio produtor, industrial ou comerciante, ou, ainda, o próprio negociante no estrangeiro, acompanhando a mercadoria ou se utilizando de agentes ou prepostos, ou seja, o sujeito passivo é o contribuinte.
O fato gerador se caracteriza com o fato material da saída de produto nacional, ou nacionalizado, para outro país, qualquer que seja a finalidade de quem remete, e não com o negócio jurídico da compra e venda do exportador para o estrangeiro. Com exceção dos casos pessoais, como bagagens, estabelecidos no art. 23 do CTN e art 1º do Decreto-Lei nº 1.578/77, não importa que se trate de doação ou mercadoria do próprio remetente, o fato da saída para fora do país ocasiona o fato gerador. Considera-se ocorrido o fato gerador no momento da expedição da Guia de Exportação ou documento equivalente. O Poder Executivo relacionará os produtos sujeitos ao imposto.
A base de cálculo do imposto é o preço normal que o produto, ou seu similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre concorrência no mercado internacional, observadas as normas expedidas pelo Poder Executivo, mediante ato do Conselho Monetário Nacional. O preço à vista do produto, FOB ou posto na fronteira, é indicativo do preço normal. 
A alíquota do imposto é de 30%, facultado ao Poder Executivo reduzi-la ou aumentá-la, para atender aos objetivos da política cambial e do comércio exterior. Em caso de elevação, a alíquota do imposto não poderá ser superior a 150%.
Imposto sobre Importações
O art. 153, da CF, estabelece ser de competência da União a instituição do IOF.
A função do Imposto de Importação é puramente econômica, ou regulatória. Por essa razão, a Constituição previu que este imposto não precisa obedecer o princípio da anterioridade: ou seja, alterações nas alíquotas podem valer para o mesmo exercício financeiro (ano) em que tenha sido publicada a lei que o aumentou. Seguem a mesma linha o Imposto de Exportação e outros impostos.
O fato gerador do Imposto de Importação ocorre quando da entrada de produtos estrangeiros no território nacional. No entanto, se um produto estrangeiro ingressa no país com a finalidade de retornar para o exterior dentro de um prazo certo, o lançamento do tributo fica suspenso até ser dispensado no caso de serem cumpridas as condições estipuladas para o retorno do produto ao exterior dentro do prazo, ou até que sejam descumpridas as condições, ocasião em que o imposto deve ser lançado com a alíquota que estava em vigor na data do registro da Declaração de Importação no SICOMEX.
O sujeito passivo do Imposto sobre Importações (II) é o importador ou a ele a quem a lei equiparar, conforme expresso no art. 22, I do CTN.
Lei ordinária estabelece que a base de cálculo do imposto é, quando a alícota for específica, a quantidade de mercadoria, expressa na unidade de medida indicada na tarifa, e quando a alíquota for ad valorem, o valor aduaneiro apurado segundo norma do art.2º VII, do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT).
A alíquota utilizada depende de ato infra legal, ou seja, decreto presidencial, pois sendo extrafiscal não está totalmente sujeito ao princípio da legalidade (art. 150, I da CF/88), de maneira que o imposto deve ser obrigatoriamente instituído por Lei ordinária federal, mas a fixação de alíquotas pode ser realizada por ato normativo do poder executivo (legalidade mitigada). A base de cálculo, quando a alíquota for "ad valorem” é o valor aduaneiro apurado segundo as normas do GATT.
Imposto sobre a Renda e proventos de qualquer natureza
Sua regulamentação está nos artigos 43 e 45 do CTN, contudo a maior parte está estabelecida em leis esparsas que regulamentam de forma individualizada á tributação da pessoa física e jurídica. É de competência da União este imposto.
Tem como hipótese de incidência a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica de renda, ou seja, o produto do capital (juros, rendimentos de aplicações financeiras, e os ganhos de capital), trabalho (remuneração do trabalhador com ou sem vínculo), bem como de proventos de qualquer natureza, desde que importem em acréscimo patrimonial.
Não há uma definição legal do conceito de renda, devendo para sua definição utilizar como parâmetro o acréscimo patrimonial, não importando o nome que se dê á verba.
Desta forma as indenizações por danos materiais não caracterizam renda, por ser mera reposição de perda patrimonial. O STJ já editou as súmulas 125, 136,215 com base nesta analise.
De regra, o imposto incide no momento da aquisição da renda, podendo ser descontado pela própria entidade pagadora (fonte) ou mensal (carnê). Tratando-se de renda oriunda do exterior, cabe a lei definir o momento da incidência (art. 25 da Lei nº 9.249/95 determina que o lucro obtido no exterior seja computado no lucro da pessoa jurídica até o dia 31 de dezembro de cada ano). É caso de extraterritorialidade da norma tributária.
Recentemente foi alterada a tributação da pessoa física com a criação de novas faixas de alíquotas pela Medida Provisória nº451/2008:
	Base de Cálculo (R$)
	Alíquota (%)
	Parcela a Deduzir do IR($)
	Até 1.434,59
	-
	-
	De 1.434,60 até 2.150,00
	7,5
	107,59
	De 2.150,01 até 2.866,70
	15
	268,84
	De 2.866,71 até 3.582,00
	22,5
	483,84
	Acima de 3.582,00
	27,5
	662,94
 
De acordo com o art. 43, § 1º do CTN, a incidência do tributo independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacional idade da fonte, da origem e da forma de percepção.
Imposto sobre Operações Financeiras
O art. 153, da CF, estabelece ser de competência da União a instituição do IOF.
O IOF, ou “Imposto sobre Operações Financeiras”, como e conhecido em sua forma resumida, e sucessor do antigo Imposto do Selo, substituindo-o com o advento da Emenda Constitucional n. 18/65. Tem função predominantemente extrafiscal (controle da politica monetária), embora seja bastante significativa a sua função fiscal, ensejando o recolhimento de somas consideráveis. Sua arrecadação ocorrenas operações realizadas por instituições financeiras, como os bancos, Caixas Econômicas, corretoras, lojas de cambio, empresas de seguros privados etc.
O Sujeito passivo do IOF pode ser qualquer das partes na operação tributária, conforme dispõe o art. 66 do CTN, ficando a critério do legislador ordinário. A cobrança e o recolhimento do imposto são efetuados pelo responsável tributário: a pessoa jurídica que conceder o crédito; as instituições autorizadas a operar em câmbio; as seguradoras ou as instituições financeiras a quem estas encarregarem da cobrança do prêmio de seguro; as instituições autorizadas a operar na compra e venda de títulos ou valores mobiliários.
 Tem como fato gerador, quanto às operações de crédito, a sua efetivação pela entrega total ou parcial do montante ou do valor que constitua o objeto da obrigação, ou sua colocação à disposição do interessado; quanto às operações de câmbio, a sua efetivação pela entrega de moeda nacional ou estrangeira, ou de documento que a represente, ou sua colocação à disposição do interessado em montante equivalente à moeda estrangeira ou nacional entregue ou posta à disposição por este; quanto às operações de seguro, a sua efetivação pela emissão da apólice ou do documento equivalente, ou recebimento do prêmio, na forma da lei aplicável; quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários, a emissão, transmissão, pagamento ou resgate destes, na forma da lei aplicável.
Sua base de cálculo é, quanto às operações de crédito, o montante da obrigação, compreendendo o principal e os juros; quanto às operações de câmbio, o respectivo montante em moeda nacional, recebido, entregue ou posto à disposição; quanto às operações de seguro, o montante do prêmio; quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários: na emissão, o valor nominal mais o ágio, se houver; na transmissão, o preço ou o valor nominal, ou o valor da cotação em Bolsa, como determinar a lei; no pagamento ou resgate, o preço. Contribuinte é qualquer das partes na operação tributada e o lançamento é feito por homologação.
Trabalha com uma alíquota máxima de 1,5% ao dia sobre o valor das operações de crédito, uma alíquota máxima de 25% sobre operações de cambio e uma alíquota máxima de 1,5% sobre as operações relativas a títulos ou valores mobiliários.
Impostos Sobre Produtos industrializados
O IPI e imposto real, recaindo sobre uma determinada categoria de bens, ou seja, produtos da indústria. E gravame federal de forte interesse fiscal, uma vez que representa importante incremento no orçamento do Fisco. Paralelamente a essa importante função arrecadatória, que lhe é ínsita, perfaz relevante função regulatória do mercado, uma vez que vem onerar mais gravosamente artigos supérfluos e nocivos a saúde. Tal mecanismo de regulação se manifesta na busca da essencialidade do produto, variando a exação na razão inversa da necessidade do bem. Com efeito, urge mencionar que o IPI é imposto seletivo. A seletividade e uma técnica de incidência de alíquotas, cuja variação dar- se-a em função da indispensabilidade do produto. Os produtos de primeira necessidade devem ter baixa tributação, e os produtos supérfluos devem receber tributação mais elevada (art. 153, § 3°, I, da CF). 
Quanto ao sujeito passivo, o contribuinte do IPI é: o importador ou quem a lei a ele equiparar; o industrial ou quem a lei a ele equiparar; o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça a industriais ou a estes equiparados.
Tem como fato gerador, a importação (o inicio do desembaraço aduaneiro); saída do estabelecimento industrial ou equiparado de produto industrializado; aquisição em leilão de produto abandonado ou apreendido; outras hipóteses especificas da lei, como no caso de saída de produtos de estabelecimentos equiparados a industrial ou a primeira saída por revenda de produtos importados etc.
No entanto, não prevalecera nos seguintes casos, inexistindo recolhimento, quando houver:
Retorno de mercadoria enviada em consignação e não vendida no prazo autorizado;
 Retorno de mercadoria (devolução), por motivo de defeito técnico, para reparo ou substituição;
 Retorno da mercadoria, em face de modificações na sistemática de importação no país importador; 
 Retorno da mercadoria, por motivo de guerra ou calamidade publica;
Retorno da mercadoria, por outros fatores, alheios a vontade do exportador.
Sua base de cálculo varia conforme a hipótese de incidência. Pode ser: o valor da operação de saída do produto do estabelecimento do contribuinte. É o valor da operação, representada pelo preço do produto, acrescido do valor do frete e das demais despesas acessórias cobradas ou debitadas pelo contribuinte ao comprador ou destinatário; o preço normal, acrescido do próprio imposto de importação, das taxas aduaneiras e dos encargos cambiais. Nesse caso, o Fisco adiciona ao valor para o despacho aduaneiro não só o quantum pago, a titulo de imposto de importação, mas também as taxas de entrada no país e os encargos cambiais. A inclusão do imposto de importação na base de calculo do IPI, embora represente a tributação de imposto sobre imposto, pode justificar-se, nesse caso, como meio de proteção a indústria nacional; o próprio preço da arrematação, em face de produto apreendido, abandonado e levado a leilão.
O IPI é um imposto proporcional, uma vez que, em principio, sua alíquota varia de forma constante, em função da grandeza econômica tributada. Em abono a seletividade do IPI, as alíquotas do vertente gravame variam de 0% (zero) a 365,63% (no caso de cigarros). O IPI será calculado mediante aplicação da alíquota do produto (constante da TIPI, que tem por base a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), constante do Decreto n. 2.376/97), sobre o respectivo valor tributável. Destaque-se que a arrecadação oriunda de bebidas, cigarros e veículos perfazem a maior parte da arrecadação deste imposto.
Imposto Territorial Rural
O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR, de apuração anual, tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, localizado fora da zona urbana do município, em 1º de janeiro de cada ano.
Considera-se imóvel rural a área contínua, formada de uma ou mais parcelas de terras, localizada na zona rural do município.
A legislação que rege o ITR é a Lei 9.393/1996 e alterações subsequentes. O contribuinte do ITR é o proprietário de imóvel rural, o titular de seu domínio útil ou o seu possuidor a qualquer título (Lei nº 5.172, de 1966, art. 31; Lei nº 9.393, de 1996, art. 4).
Segue alguns princípios próprios, tais como progressividade da alíquota vinculada á utilização do imóvel, imunidade de pequenas glebas rurais quando o proprietário não possua outra (art. 153, §4º da CF/88). O ITR não incide sobre pequenas glebas rurais, quando as explore, só ou com sua família, o proprietário que não possua outro imóvel. 
Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, pequenas glebas rurais são os imóveis com área igual ou inferior a :
I - 100 ha, se localizado em município compreendido na Amazônia Ocidental ou no Pantanal mato-grossense e sul-mato-grossense;
II - 50 ha, se localizado em município compreendido no Polígono das Secas ou na Amazônia Oriental;
III - 30 ha, se localizado em qualquer outro município.
Art. 34. A alíquota utilizada para cálculo do ITR é estabelecida para cada imóvel rural, com base em sua área total e no respectivo grau de utilização, conforme a tabela seguinte (Lei nº 9.393, de 1996, art. 11 e Anexo):
	ÁREA TOTAL DO IMÓVEL 
(em hectares)
	GRAU DE UTILIZAÇÃO (em %)
	
	Maior que 80
	Maior que 65 até 80
	Maior que 50 até 65
	Maior que 30 até 50
	Até 30
	Até 50
	0,03
	0,20
	0,40
	0,70
	1,00
	Maior que 50 até 200
	0,07
	0,40
	0,80
	1,40
	2,00
	Maior que 200 até 500
	0,10
	0,60
	1,30
	2,30
	3,30
	Maior que 500 até 1.000
	0,15
	0,85
	1,90
	3,30
	4,70
	Maior que 1.000 até 5.000
	0,30
	1,60
	3,40
	6,00
	8,60
	Acima de 5.000
	0,45
	3,00
	6,40
	12,00
	20,00Art. 32 §1º o valor da terra Nua é o valor de mercado do imóvel, excluídos os valores de mercado relativos a: 
I – construções, instalações e benfeitorias;
II – culturas permanentes e temporárias; 
III- pastagens cultivadas e melhoradas;
IV – florestas plantadas.
Art. 33. O Valor da Terra Nua Tributável - VTNT é obtido mediante a multiplicação do VTN pelo quociente entre a área tributável.
Art. 35. O valor do imposto a ser pago é obtido mediante a multiplicação do VTNT pela alíquota correspondente. 
Imposto sobre Grandes Fortunas - IGF
Possui previsão constitucional no art. 153, VII, mas não possui regulamento legal, sendo que deveria ser regulado por Lei Complementar. Sua incidência possui como fato gerador grandes fortunas. O grande problema do sistema tributário é estabelecer qual o padrão de riqueza, pois os fatores de riqueza se modificam conforme o momento e o lugar. É difícil definir o que é riqueza no Brasil, estabelecer o que é uma grande fortuna e qual extrato – parte – dessa fortuna deve ser tributado. Visa à tributação de parte do patrimônio que não gera riqueza nacional, não estão gerando emprego e renda de forma direta. Outra possibilidade é incidir o IGF apenas sobre aquela parte do patrimônio que vive de juros. 
A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania) da Câmara dos Deputados aprovou o PLP (Projeto de Lei Complementar) 277/08, que regulamenta o IGF (Imposto sobre Grandes Fortunas) previsto no inciso VII, do artigo 153, da Constituição Federal. De acordo com a proposta, o tributo seria destinado à taxação de todo o patrimônio acima de R$ 2 milhões. A alíquota prevista aumentaria progressivamente a partir de 1% até 5%, conforme o valor do patrimônio.
Por exemplo, para patrimônio de R$ 2 milhões a R$ 5 milhões, a taxação será de 1%. Entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões, ela será de 2%. De R$ 10 milhões a R$ 20 milhões, de 3%. De R$ 20 milhões a R$ 50 milhões, de 4%; e de 5% para fortunas superiores a R$ 50 milhões.
Impostos Estaduais 
Imposto sobre transmissão, causa ou mortes e doação de quaisquer bens ou direitos 
Regulamentado pelos artigos 35 a 42 do CTN e Legislação Estadual, tem como fato gerador a transmissão, causa mortis ou doação de quaisquer bens ou direitos.
De acordo com a Constituição Federal, quando tratar-se de bem imóvel e respectivos direitos, a competência para exigir o tributo será o Estado da situação do bem.
Quanto aos bens móveis e créditos será competente o Estado onde se processa o inventário ou arrolamento ou domicílio do doador ou DF (art. 155 § 1º, I e II da CF/88).
Cabe á lei complementar regulamentar as hipóteses de incidência no caso de pessoa domiciliada no exterior (art. 155, §1º, II da CF/88).
O fato gerador ocorre no momento da abertura da sucessão, que corresponde á data de óbito (art. 1784 do CCB).
Art. 4º - A base de cálculo do imposto é:
I - o valor venal do bem ou direito;
II- o valor do título ou do crédito.
	Entende-se como valor venal o valor de mercado, ou seja o valor do bem numa venda á vista.
Art. 5º - Nas transmissões "causa mortis", corrigir-se-á a expressão monetária da base de cálculo para o dia de vencimento do prazo para o pagamento do crédito tributário respectivo.
Art. 6º - A alíquota do imposto é de 4% (quatro por cento).
Art. 7º - O contribuinte do imposto é:
I - nas transmissões "causas mortis", o herdeiro ou legatário;
II - nas doações, o donatário.
Art. 8º - São solidariamente responsáveis pelo imposto devido pelo contribuinte inadimplente:
I - os tabeliões, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão de seu ofício, ou pelas omissões por que forem responsáveis;
II - a empresa, instituição financeira ou bancária e todo aquele a quem caiba a responsabilidade pelo registro ou pela prática de ato que implique na transmissão de bem móvel ou imóvel e respectivos direitos e ações;
III - o doador;
IV - qualquer pessoa física ou jurídica que detenha a posse do bem transmitido na forma desta Lei.
Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços de transporte intermunicipal e interestadual e comunicações
O ICMS, imposto estadual, sucessor do antigo Imposto de Vendas e Consignações (IVC), foi instituído pela reforma tributaria da Emenda Constitucional n. 18/65 e representa cerca de 80% da arrecadação dos Estados. É gravame plurifásico (incide sobre o valor agregado, obedecendo-se ao principio da não cumulatividade – art. 155, § 2o, I, CF), real (as condições da pessoa são irrelevantes) e proporcional, tendo, predominantemente, um caráter fiscal.
Quanto ao sujeito passivo do ICMS pode ser: pessoas que pratiquem operações relativas a circulação de mercadorias; importadores de bens de qualquer natureza; prestadores de serviços de transporte interestadual e intermunicipal; prestadores de serviços de comunicação.
Seu fato gerador consiste: na circulação de mercadorias; na prestação de serviço de transporte (interestadual e intermunicipal); na prestação de serviço de comunicação.
A base de calculo pode ser: o valor da operação, em se tratando de operação de circulação de mercadoria; o preço do serviço, em se tratando de transporte (interurbano e interestadual) e de comunicação; o valor da mercadoria ou bem importado, constante em documento de importação, convertido em moeda nacional pela mesma taxa de cambio utilizada para calculo do imposto de importação, e acrescido do IPI, do IOF, do próprio II (Imposto de Importação) e das despesas aduaneiras.
Em relação às alíquotas aplicáveis atualmente tem-se: Alíquota de 7%: para operações interestaduais que destinarem mercadorias ou serviços a contribuintes dos Estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-oeste e para o Espirito Santo; Alíquota de 12%: para operações interestaduais que destinarem mercadorias ou serviços a contribuintes dos Estados das regiões Sul e Sudeste; Alíquota de 17% ou 18%: para operações de importação.
Imposto sobre a propriedade de veículos automotores - IPVA 
O imposto incide sobre a propriedade de veículos automotores de qualquer espécie, devendo ser pago anualmente pelo proprietário ou responsável. O imposto poderá ser exigido em 1° de janeiro de cada exercício, sendo devido no local em que o veiculo deva ser registrado e licenciado, inscrito ou matriculado, perante as autoridades de transito (automóveis), independentemente do local do domicilio do proprietário ou possuidor.
Quanto ao sujeito Passivo, tem- se o proprietário do veiculo automotor que pode ser pessoa física ou jurídica, presumindo- se como tal aquele em cujo nome o veiculo esteja licenciado.
O fato gerador E a propriedade (e não o “uso”) de veiculo automotor de qualquer espécie (automóvel, motocicleta, caminhão etc.). Com efeito, apenas a propriedade gera incidência de IPVA, e não a mera detenção do veiculo, o próprio uso ou mesmo a posse. Do contrario, “as fabricas e os revendedores de automóveis teriam de pagar o IPVA desde o momento em que se completasse a respectiva industrialização ou importação”. A propriedade prova-se pelo CRV – Certificado de Registro de Veículo –, sendo também aceito, como prova de propriedade, o documento do licenciamento do ano anterior.
A Base de calculo é o valor venal do veiculo ou o preço comercial de tabela (valor de mercado). Utilizam-se as tabelas anuais elaboradas e publicadas pelo poder tributante, que se baseia em publicações especializadas. O preço poderá estar discriminado na Nota Fiscal ou em documentos relativos ao desembaraço aduaneiro (Preço CIF), quando se tratar de produto importado.
A alíquota é estabelecida em lei ordinária estadual. Devera ser proporcional, não existindo limite máximo a ser fixado. No entanto, a Emenda Constitucional n. 42/2003 incumbiu ao Senado Federal a estipulação de suas alíquotas mínimas. Ademais, poderá o IPVA ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização do veiculo, do que se depreende uma latente progressividade ao imposto em comento (art. 155, § 6°, I e II, CF).Frise-se que tal progressividade não e explicita no texto constitucional, como o e para o IPTU, IR e ITR, parecendo-nos mais o IPVA um imposto que se sujeita a extrafiscalidade, assumindo função regulatória, do que, propriamente, um gravame progressivo.
Impostos Municipais
Imposto Predial Territorial Urbano
O art. 156, I, da Constituição Federal, atribui competência aos Municípios para a instituição do IPTU. Assim, deferida tal competência aos Municípios, ficam estes autorizados a figurarem como sujeitos ativos do tributo a partir da instituição do mesmo por meio de lei ordinária municipal.
Trata-se de um imposto que visa essencialmente ao patrimônio. O aspecto material do fato gerador é, pois, a propriedade predial e territorial urbana. Esse fato gerador está previsto no artigo 156, inciso I, da Constituição de 1988, e é mais bem explicitado no artigo 32 do Código Tributário Nacional (CTN): é a propriedade, o domínio útil e a posse de bem imóvel por natureza ou acessão física, como definido no Código Civil, situado na zona urbana do Município, desde que servido por, no mínimo, dois dos melhoramentos arrolados no § 1. Daquele dispositivo.
O sujeito passivo pode ser o contribuinte ou responsável definido em lei. Contribuintes são aqueles que tenham relação pessoal e direta com a situação que constitui fato gerador do tributo. São eles: 
Proprietário: aquele que figura no registro do imóvel perante o cartório de registro de imóveis como proprietário, seja por transmissão de título, seja por usucapião;
Titular do domínio útil: o foreiro (que paga o chamado foro ao senhorio direto) que detém direitos sobre imóvel sujeito ao instituto da enfiteuse; e
Possuidor: aquele que age como se titular do bem fosse, desde que em caráter permanente e de maneira passível de aquisição da propriedade pela via da usucapião. Aquele que não pode incorporar o bem ao seu patrimônio, como o mero detentor (p. ex., caseiro) ou locatário (mera posse transitória em razão de negócio) não se sujeita ao pagamento de IPTU.
O artigo 33 do CTN estabelece que a base de cálculo do IPTU é o valor venal do imóvel, não se considerando o valor dos bens móveis mantidos, em caráter permanente ou temporário, no imóvel, para efeito de sua utilização, exploração, aformoseamento ou comodidade. O valor venal de um imóvel é o preço de venda, levando-se em consideração o terreno acrescido de suas edificações, estimado por critérios técnicos prescritos em lei municipal. É o valor real do imóvel, aquele que o imóvel alcançará para compra e venda à vista, conforme as condições usuais do mercado imobiliário.
A alíquota do IPTU pode ser proporcional ou progressiva.
Proporcional: Quando não varia conforme aumento do valor venal. Não há limites prévios na legislação para o valor da alíquota, mas se recomenda que as mesmas não sejam imoderadas em respeito ao princípio do não confisco, de modo a não corroer o valor do imóvel. 
Progressivas: Quando a alíquota é variável de acordo com o valor venal do imóvel ou conforme a localização ou uso do mesmo. Trata-se de questão um tanto polêmica, que merece análise mais detalhada.
Imposto sobre Transmissão Inter Vivos de Bens Imóveis e de Direito a Eles Relativos
O imposto sobre transmissão onerosa inter vivos de bens imóveis e direitos a ele relativos era, na Constituição anterior de 1969, da competência dos Estados, juntamente com o imposto de transmissão causa mortis (herança e legados, em virtude de falecimento de pessoa natural) e doação (CF/69, art. 23, inc. I, e CTN, art. 35). 
A Constituição Federal de 1988, entretanto, promoveu uma bipartição de competências em relação a esses tributos, desmembrando-os em I) um tributo incidente sobre evento causa mortis ou não oneroso entre pessoas, atribuído aos Estados e Distrito Federal, II) e outro incidente sobre transmissão inter vivos e em caráter oneroso de bens imóveis, conferido aos municípios.
O art. 156, II, da CF, estabelece ser de competência dos Municípios a instituição do ITBI.
De acordo com o art. 35 do CTN, o ITBI tem como fato gerador a transmissão, a qualquer título, da propriedade ou do domínio útil de bens imóveis por natureza ou por acessão física, como definidos na lei civil e/ou a transmissão, a qualquer título, de direitos reais sobre imóveis, exceto os direitos reais de garantia.
O sujeito passivo pode ser qualquer das partes envolvidas, tanto o transmitente ou cedente quanto o adquirente ou cessionário. Geralmente, os municípios atribuem a sujeição passiva ao adquirente ou cessionário.
A base de cálculo do ITBI é o valor venal dos bens imóveis transmitidos ou direitos reais cedidos. É o valor de mercado, servindo o preço de venda constante da escritura como mero indicativo.
Não é necessário que o valor venal siga a mesma planta genérica de valores do IPTU, inclusive nem mesmo é recomendado, uma vez que, diferentemente deste tributo, o ITBI não incide em massa, mas individualmente a cada transmissão ou cessão. Desta feita, tem-se que o valor venal, para fins de ITBI, aproxima-se muito mais do valor real de mercado do imóvel.
Alíquota proporcional definida em lei municipal, incidindo em percentagem única sobre as bases de cálculo. Não há limites objetivos impostos pela legislação.
Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza
O Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), de competência dos Municípios e do Distrito Federal, tem como fato gerador a prestação de serviços constantes da lista anexa à Lei Complementar nº 116/2003, ainda que esses não se constituam como atividade preponderante do prestador. A partir de 01.08.2003, o ISS é regido pela Lei Complementar nº 116/2003.
O imposto, de competência dos Municípios, sobre serviços de qualquer natureza tem como fato gerador a prestação, por empresa ou profissional autônomo, com ou sem estabelecimento fixo, de serviço que não configure, por si só, fato gerador de imposto de competência da União ou dos Estados.
A legislação pertinente ao ISS, a Lei Complementar 116/2003, seguindo o previsto no CTN estabelece em seu art. 5º, que o contribuinte é o prestador do serviço. Verifica-se que o sujeito passivo, conforme o CTN, divide-se em 1- Contribuinte e 2 – responsável. Contribuinte é a pessoa que tem relação direta com o fato gerador, no caso do ISS é o prestador do serviço, já o responsável decorre de previsão legal atribuindo a terceira pessoa, vinculado ao fato gerador o adimplemento da obrigação tributária, excluindo a responsabilidade do contribuinte. De igual maneira a legislação do ISS, LC 116/2003, em seu art. 6º prevê os responsáveis pelo recolhimento do tributo. Assim, o elemento pessoal caracteriza-se pelo contribuinte, que é o prestador do serviço, ou pelo responsável, determinado por previsão legal.
A base de cálculo do imposto é o preço do serviço. Quando os serviços forem prestados no território de mais de um Município, a base de cálculo será proporcional, conforme o caso, à extensão da ferrovia, rodovia, dutos e condutos de qualquer natureza, cabos de qualquer natureza, ou ao número de postes, existentes em cada Município. 
A Emenda Constitucional 37/2002, em seu artigo 3º, incluiu o artigo 88 ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, fixando a alíquota mínima do ISS em 2% (dois por cento). A alíquota máxima de incidência do ISS foi fixada em 5% pelo artigo 8º, II, da Lei Complementar nº 116/2003. 
REFERÊNCIA
BRASIL. Constituição Federativa de 1966. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ConstituicaoCompilado.htm>. Acesso em 16/05/2015.
BRASIL. Constituição Federal de 1988. Brasília, 1988. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm> Acesso em: 16/05/2015.
BRASIL. Decreto-lei nº 1.578, de 11 de outubro de 1977. Dispõe sobre o imposto sobre a exportação, e dá outras providências. Disponível em: http://www.portaltributario.com.br/legislacao/decretolei1578_77.htm Acesso em: 16/05/2015.
BRASIL. Emenda Constitucional nº 37, de 12de junho de 2012. Altera os arts. 100 e 156 da Constituição Federal e acrescenta os arts. 84, 85, 86, 87 e 88 ao Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc37.htm> Acesso em: 16/05/2015.
BRASIL. Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. Dispõe sobre o Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e do Distrito Federal, e dá outras providências. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp116.htm> Acesso em: 16/05/2015.
BRASIL. Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional. Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172.htm> Acesso em: 16/05/2015

Continue navegando