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2021 DIREITO TRIBUTÁRIO II

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0 
 
Profa Ma. Aline Pereira dos Santos Amaro Correia 
DIREITO TRIBUTÁRIO II 
 
 
Sumário 
 
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 1 
12. GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO ..................................................... 2 
13. ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA................................................................................................ 5 
14. DISTRIBUIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS ...................................................................... 6 
15. IMPOSTOS DA UNIÃO................................................................................................................ 13 
16. IMPOSTOS DO ESTADO ............................................................................................................. 65 
17. IMPOSTOS DO MUNICÍPIO (e DF, por força do art. 147, parte final CF) .................................. 88 
 
 
 
Obs: a numeração dos capítulos segue a iniciada em Tributário I (1 ao 11). 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
INTRODUÇÃO 
OBJETIVO GERAL DA DISCIPLINA 
Conhecer o Sistema Tributário Brasileiro e os tributos em espécie, com ênfase nas 
características dos impostos da União, Estados, Municípios e Distrito Federal, de modo a 
possibilitar o entendimento e assimilação do fenômeno da tributação no exercício da profissão. 
 
EMENTA 
Sistema Tributário Brasileiro: organização, competência, discriminação constitucional das 
rendas. Tributos em espécie. Tributos federais: Imposto de Importação, Imposto de Exportação, 
Imposto sobre a Renda e Proventos de qualquer natureza, Imposto sobre Produtos 
Industrializados, Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, e sobre Operações 
Relativas a Títulos e Valores Mobiliários, Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural, 
Contribuições Sociais, Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico, Contribuições de 
Interesse das Categorias Profissionais ou Econômicas. Tributos estaduais: Imposto sobre 
Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transportes 
Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação, Imposto de Transmissão Causa Mortis e 
Doação de Quaisquer Bens ou Direitos, Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores. 
Tributos municipais: Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana, Imposto sobre 
a Transmissão Inter Vivos, Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza. 
 
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA 
BALEEIRO. Aliomar. Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar. 
CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de Direito Constitucional Tributário. 
CARVALHO, Barros Paulo. Curso de Direito Tributário. 
COELHO, Sacha Calmon Navarro. Curso de Direito Tributário Brasileiro. 
HARADA, kiyoshi. Direito financeiro e Tributário. 
PAULSEN, Leandro. Curso de Direito Tributário. 
SABBAG, Eduardo. Manual de Direito Tributário. 
 
 
 
 
2 
 
12. GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
ARTS 183 A 193 CTN 
 
GARANTIAS PRIVILÉGIOS 
Meio de assegurar o direito, de dar 
eficácia ao cumprimento de uma 
obrigação. Medida assecutória. Ex: 
- garantia real – hipoteca / penhor 
- garantia pessoal – fiança/aval 
Regalia que a lei concede a um dado 
crédito de ser pago com preferência a 
outros (pgto prioritário). 
CONSIDERAÇÕES: 
1 a 4 GARANTIAS 5 a 8 PRIVILÉGIOS 
 
1- As garantias trazidas pelo CTN não são taxativas, mas exemplificativas (art. 
183 CTN). Não se exclui outras que sejam expressamente previstas em lei. 
Quais garantias são essas? São “todas”... 
 
2- “Todas” (art. 184): totalidade dos bens e das rendas do sujeito passivo, 
inclusive os gravados com cláusula de impenhorabilidade, salvo o que a lei 
determina que é impenhorável. 
 
Obs: Lei 8.009/90: impenhorabilidade do bem de família: exceção – se a 
dívida tributária for em função do próprio bem, ex. IPTU, ITR, taxas e 
contribuição de melhoria. 
Atenção: art 183, parágrafo único. O fato de ser atribuída uma garantia, por 
ex hipoteca, não lhe altera a natureza. O crédito não deixa de ser tributário 
para ser crédito imobiliário. 
3 
 
3- Fraude contra credores no Direito Tributário: art. 185 CTN – alterado pela LC 
118/2005. Configura-se qdo o devedor alienar bens, após a inscrição em 
dívida ativa. Antes da LC 118/05, a fraude caracterizava-se somente se 
houvesse alienação após a citação em EF. 
Importante: se mesmo ocorrendo a alienação, o devedor manteve bens suficientes 
para garantir o crédito, não há de se falar em fraude (parágrafo único, art. 185, CTN). 
Assim: patrimônio 500 mil / tributo 50 mil / vendeu 150 mil – não configura fraude, 
mesmo estando inscrito em dívida ativa (REsp 1248142 / PR/ 2011). 
4- Penhora eletrônica (inserida pela LC 118/05). Cabível qdo esgotados todos os 
outros meios e formas para encontrar os bens. Limitações da atuação do juiz: 
§1º e §2º do art 185-A CTN. Após os órgãos e entidades, aos quais se fizer a 
comunicação, enviarem a relação discriminada dos bens e direitos cuja 
disponibilidade houverem promovido, o juiz verificará o volume de restrição 
e, procederá ao desbloqueio do excedente. 
 
5- Ordem de preferência do pagamento do CT - art. 186 CTN (alterado pela LC 
118/05). 
 
- situação normal: 
• 1º créditos decorrentes legislação do trabalho e acidente de trabalho 
• 2º créditos tributários 
 
- na falência (art. 83, Lei 11.101/05 – Lei de Falência): 
• 1º créditos extraconcursais* (conceito art. 188 CTN / art 84 LF). 
• 2º créditos decorrentes legislação do trabalho e acidente de trabalho 
(ocorridos antes da falência). 
• 3º importâncias passíveis de restituição (art. 85 LF) e créditos com 
garantia real (hipoteca). 
• 4º créditos tributários (obs; as multas não entram aqui) 
• (...) 
4 
 
• 8º ...multas (penais/tributárias) 
 
6- Art. 187 CTN: a cobrança judicial do CT não é sujeita a concurso de credores. 
A par do art. 186 CTN, o CT possui prevalência sobre qquer outro, salvo os 
trabalhistas e acidentários (lembrar tbém a situação da falência). 
 
7- Parágrafo único, art. 187 CTN: o concurso de preferência se verifica somente 
entre pessoas jurídicas de direito público, assim: 
 
• 1º União 
• 2º Estado / DF/ Território 
• 3º Municípios 
Obs: Após embates jurídicos, acerca de tal dispositivo ferir o princípio federativo 
(art. 60, §4º, I CF), o STF reconheceu sua constitucionalidade, entendendo que ao 
privilegiar a União, deu-se uma preferência em favor de todos os brasileiros e que o 
comando é compatível com o art. 19, III, “in Fine”, da CF, que proíbe diferenças 
entre as pessoas políticas. 
 
8- Art. 189 CTN: O CT tem preferência a quaisquer créditos habilitados em 
inventário ou arrolamento. Aqui o juiz oficia as repartições fiscais indagando 
a respeito dos CTs, para assegurar a preferência destes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
13. ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA 
Arts 194 a 208 CTN 
- Atividade do Poder Público voltada para a fiscalização e arrecadação tributária. 
Cuida, assim, de obrigações principais e acessórias. 
- Elementos: 
• Procedimentos fiscalizatórios adequados (arts 194 a 200 CTN); 
• Cobrança judicial dos importes tributários inscritos em dívida ativa (arts 201 
a 204 CTN); 
• Medidas de controle e verificação da regularidade fiscal do contribuinte 
(certidões negativas – arts 205 a 208). 
 
- Pontos importantes: 
✓ Súmula 439 STF: limita o exame fiscal de livros “aos pontos objetos de 
investigação”; 
✓ Art. 1.193 CC: restrições obstativas do exame de escrituração devem ser 
evitadas diante da fiscalização fazendária. 
✓ Na recusa por parte do contribuinte à exibição de seus livros, o lançamento 
poderá ser por “arbitramento” (art. 148 CTN). 
✓ Agentes da Adm. Tributária, ainda que acompanhados de força policial, não 
podem, sem autorização judicial, ingressar em escritório de contabilidade 
contra a vontade de seu titular (subsunção aoconceito ampliativo – STF – de 
“casa”, do art. 5º, XI CF). 
✓ As diligências deverão obedecer ao prazo máximo para a conclusão da ação 
fiscal, na forma da legislação aplicável. 
6 
 
14. DISTRIBUIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS 
 
14.1 TRANSFERÊNCIA DIRETA E INDIRETA 
DIRETAS: são aquelas onde ocorre o repasse de parte da arrecadação para um determinado 
Estado, Município ou para o Distrito Federal. 
INDIRETAS: são os repasses realizados a Fundos Especiais. 
 
14.1.1 TRANSFERÊNCIA DIRETA 
Aqui a União repassa os recursos diretamente aos estados e municípios. Por sua vez, os estados 
também repassam recursos diretamente aos municípios. 
 
A- DOS TRIBUTOS DA UNIÃO 
Parcelas de receitas destinadas aos Estados, Distrito Federal e aos Municípios. 
a) Imposto de Renda Retido na Fonte (IR) → Estados e Municípios 
O Imposto de Renda é um tributo de competência da União. Mas as receitas retidas na fonte 
pelos estados e municípios ficarão integralmente com estes. Em outras palavras, 100% dos 
montantes retidos pelos estados e municípios permanecerão em seus caixas. 
Por exemplo, o respectivo município irá reter, dos seus servidores, parte da remuneração para 
pagamento de Imposto sobre a Renda (IR). No entanto, estes valores pagos não serão repassados 
à União, pois ficarão com o próprio município. Estes regramentos estão inseridos nos incisos I 
dos arts. 157 e 158 da CF. (Súmula 447 STJ) 
b) Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) → Estados e Municípios 
De acordo com o art. 159, II, da CF, 10% do produto da arrecadação do IPI, proporcionalmente 
ao valor das respectivas exportações de produtos industrializados, devem ser entregues aos 
Estados e ao Distrito Federal. 
 
Por sua vez, os Estados devem entregar 25% dos recursos que receberem aos municípios, nos 
termos do art. 159, §3º, da CF. 
 
c) Imposto Territorial Rural → Municípios 
O Imposto Territorial Rural também é de competência da União, mas 50% da arrecadação será 
destinado aos municípios onde os respectivos imóveis estiverem situados. 
Contudo, se os referidos municípios decidirem fiscalizar e arrecadar o ITR, eles terão direito 
a 100% do imposto. Isto se encontra previsto no art. 158, II, da CF. 
7 
 
d) Impostos Residuais → Estados 
Impostos Residuais são aqueles que a União pode criar, além dos que já estão previstos no texto 
constitucional. Somente a União pode criá-los e eles devem ser não-cumulativos e não podem 
ter fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados na Constituição Federal. 
Por exemplo, a União não pode criar um imposto residual baseado na aquisição de renda, haja 
vista que esta hipótese já é fato gerador do imposto de renda. 
Pois bem, de acordo com o art. 157, II, da CF, 20% da receita adquirida com os Impostos 
Residuais será diretamente repassada aos Estados. 
 
e) Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) Combustíveis → 
Estados e Municípios 
De acordo com o art. 159, III, da CF, a União deve entregar 29% (vinte e nove por cento) da 
receita arrecadada em razão de CIDE Combustíveis aos estados e ao Distrito Federal. 
Por sua vez, os estados devem entregar 25% do que receberem aos seus municípios, por força 
do art. 159, §4º, da CF. 
 
Observações: 
➥ Não estaria errado dizer que aos municípios cabe 7,25% da CIDE-Combustíveis (pois são 
25% sobre 29%). 
➥ A participação dos estados, do DF e dos municípios na arrecadação da CIDE-combustíveis 
não é autoaplicável, pois depende de regulamentação por lei. 
 
B- DOS TRIBUTOS DOS ESTADOS 
a) Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) → Municípios 
O Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) é de competência dos estados, 
mas, por força do art. 158, III da CF, 50% do imposto pertence aos municípios onde os 
respectivos veículos são licenciados. 
b) Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) → Municípios 
O Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços de Transporte Intermunicipal e 
Interestadual e de comunicação (ICMS) também é de competência dos estados, mas, por força 
do art. 158, IV, da CF, 25% da arrecadação relativa ao referido imposto pertence aos 
municípios. 
 
 
 
https://www.blogger.com/Plebiscito,%20Referendo%20e%20Iniciativa%20Popular:%20Diferen%C3%A7a!
8 
 
14.1.2 TRANSFERÊNCIA INDIRETA 
A Constituição também prevê a repartição indireta, que ocorre por meio de repasse aos 
Fundos de Participação dos Estados e dos Municípios. 
a) Imposto de Renda e Imposto Sobre Produtos Industrializados (IR + IPI) 
49% do produto da arrecadação relativa ao IR e ao IPI será repartido da seguinte 
maneira: 
 
- 21,5% vai para o Fundo de Participação dos Estados e do DF (art. 159, I, a, da 
CF). 
 
- 22,5% vai para o Fundo de Participação dos Municípios (art. 159, I, b, da CF). 
 
- 3% vai para o desenvolvimento das Regiões Norte, Nordeste (metade para o 
semiárido) e Centro-oeste através de suas instituições financeiras de caráter 
regional (art. 159, III, c, da CF). 
 
- 1% vai para o Fundo de Participação dos Municípios, pago no mês de Julho (art. 
159, I, d, da CF). 
 
- 1% vai para o Fundo de Participação dos Municípios, pago no mês de 
Dezembro (art. 159, I, e, da CF). 
 
OBS: Perceba que, se somarmos, cabe 24,5% da arrecadação ao FPM (22,5% + 1% 
+1%). 
Não ocorre repartição de receitas dos seguintes tributos: 
• Impostos Municipais: ITBI, IPTU e ISS 
• Impostos de Competência do DF, pois este não pode ser dividido em municípios, por 
força do art. 32, caput, da CF 
• Impostos dos estados: Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doações (ITCMD) 
• Impostos da União: Imposto de Importação (II), Imposto de Exportação (IE), Imposto 
sobre Grandes Fortunas (IGF) e Imposto Extraordinário de Guerra (IEG) 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
 
 
10 
 
 
 
Questão 01 - CESPE 
(CESPE-2018-EMAP-Analista Portuário) Os municípios participam da partilha do produto 
de tributos, incluída a arrecadação da contribuição de intervenção no domínio econômico 
relativa às atividades de importação de petróleo e derivados. 
( X ) V ( ) F 
Justifique: De acordo com o art. 159, III CF, a União deve entregar 29% da receita arrecadada 
em razão da CIDE-Combustível aos Estados e ao DF. Por sua vez, os Estados devem entregar 
25% aos seus municípios, por força do art. 159, §4º CF. 
 
 
Questão 02 - CESPE 
(CESPE-2018-EMAP-Analista Portuário) Os estados federados poderão condicionar a 
entrega dos recursos tributários ao pagamento de seus créditos, inclusive de suas autarquias. 
 
( X ) V ( ) F 
Justifique: A assertiva está correta, com fundamento do parágrafo único, inc. I, do art. 160 
CF. 
 
 
 
 
11 
 
Questão 03 - VUNESP 
(VUNESP-2018-Câmara de Campo Limpo/SP-Procurador) A autonomia dos entes 
federativos depende da previsão pela Constituição Federal de receitas que lhes sejam 
reservadas, evitando, com isso, a possibilidade de favorecimento ou desfavorecimento de 
determinado ente da federação em relação aos demais. 
A respeito da repartição constitucional das receitas tributárias, é correto afirmar que 
 
a) cabe aos Municípios 40% do imposto de renda arrecadado pela União incidente sobre as 
rendas por eles pagas. 
 
ERRADA. Cabe aos municípios 100% do IR arrecadado sobre as rendas por eles pagas 
(158, I CF) 
 
 
b) cabe ao Distrito Federal 100% das receitas públicas da União, dos Estados e dos 
Municípios decorrentes dos fatos geradores ocorridos em seu território. 
 
ERRADA. O DF tem a repartição de receitas tributárias, mas essa repartição somente ocorre 
em parcelas previstas expressamente pela CF. 
 
 
c) pertencem aos Municípios 50% do produto da arrecadação do imposto da União sobre a 
propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis neles situados. 
 
CORRETA. (Art. 158, II CF) 
 
 
d) pertencem aos Estados 25% por cento do produto da arrecadação do imposto sobre 
operaçõesrelativas à circulação de mercadorias. 
 
ERRADA. Quem 25% são os municípios, valor repassado pelos Estados. Desse modo, pode-
se dizer que o Estado fica com 75% do ICMS (158, IV CF). 
 
 
e) deve ser recolhido pela União ao Fundo de Participação dos Municípios 25% da 
arrecadação do imposto de renda. 
 
ERRADA. O repasse é de 24, 5% (22,5 + 1 + 1), art. 159 CF. 
 
 
 
 
Questão 04 - IESES 
(IESES-2016-TJ/MA-Titular de Serviços de Notas e Registros) No que se refere a repartição 
das receitas tributárias, pertencem aos Municípios: 
 
12 
 
I. O produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer 
natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas 
autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem. 
 
CORRETA, art. 158, I CF 
 
 
 
II. Vinte e cinco por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre operações 
relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte 
interestadual e intermunicipal e de comunicação. 
 
 
CORRETA. Art. 158, IV CF 
 
 
III. Quarenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade 
territorial rural, relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a totalidade na hipótese 
dos Municípios que assim optarem, na forma da lei. 
 
 
FALSA. (50%) art. 158, II CF 
 
 
IV. Cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a 
propriedade de veículos automotores licenciados em seus territórios. 
 
CORRETA. Art. 158, III CF 
 
 
 
Questão 05 - TRF 2ª Região 
(TRF/2-TRF 2ª Região-Juiz Federal Substituto) Acerca da repartição constitucional de 
receitas tributárias, marque a opção correta: 
 
a) Pertence aos Estados e ao Distrito Federal metade do produto da arrecadação do imposto 
da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre 
rendimentos pagos por eles, a qualquer título. 
 
 
FALSA. Ficarão com 100% (art. 157, I CF) 
 
 
b) A União entregará parcela do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e 
proventos de qualquer natureza (IR) e sobre produtos industrializados (IPI) diretamente ao 
Fundo de Participação dos Municípios no primeiro decêndio do mês de julho de cada ano. 
13 
 
CORRETA. Art. 159, I, “e” CF. 
 
 
c) A União entregará parcela do produto da arrecadação da CIDE-combustiveis sobre 
imposto de renda e proventos de qualquer natureza diretamente ao Fundo de Participação dos 
Municípios. 
 
FALSA. Entregará 29% aos Estados e DF. (art. 159, III) 
 
 
d) A União entregará parcela da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados 
(IPI) diretamente aos Municípios, proporcionalmente ao valor das respectivas exportações de 
produtos industrializados ocorridas em seus territórios. 
 
 
FALSA. Entregará aos Estados e DF (art. 159, II CF) 
 
 
e) A União entregará diretamente aos Estados das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste 
parcela do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de qualquer 
natureza (IR) e sobre produtos industrializados (IPI), de acordo com os planos regionais de 
desenvolvimento. 
 
 
FALSA. O repasse é indireto (art. 159, I, “c” CF) 
 
 
 
15. IMPOSTOS DA UNIÃO 
 
Art. 153, incisos I ao VII CF 
15.1 IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO DE PRODUTOS ESTRANGEIROS (II) 
Art. 153, I da CF; arts. 19 a 22 CTN 
DL 37/66 
O Imposto de Importação, também conhecido como Tarifa Aduaneira, grava a inserção, no 
território nacional, de bens procedentes de outros países (art. 19 do CTN). 
 
Tem função eminentemente extrafiscal, ao visar proteger a indústria nacional, como verdadeira 
arma de política econômica e fiscal. 
 
14 
 
A - Sujeito Passivo: O sujeito passivo está previsto no art. 22 do CTN e no art. 31 do DL n. 
37/66 (redação do DL n. 2.472/88). Podem ser sujeitos passivos: 
 
I – o importador (assim considerada qualquer pessoa física ou jurídica que promova a entrada 
de mercadoria estrangeira destinada a permanecer de forma definitiva no território nacional) ou 
quem a lei a ele equiparar; 
II – o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados; 
III – o destinatário de remessa postal internacional indicado pelo respectivo remetente; 
IV – o adquirente de mercadoria em entrepostos aduaneiros. 
 
B - Fato Gerador: É a entrada real ou ficta do produto estrangeiro no território nacional, 
cabendo ao intérprete assimilar o elemento temporal do fato gerador, à luz de uma ficção 
jurídica, como o momento do início do despacho aduaneiro, assim entendido o momento da 
apresentação ou registro da Declaração de Importação (DI) ou documento que lhe faça 
substituir (e demais documentos pertinentes ao desembaraço), perante a autoridade aduaneira 
(Receita Federal do Brasil) para a liberação da mercadoria estrangeira entrepostada ou 
depositada. 
 
Os arts. 1º e 23 do DL n. 37/66 estabelecem o momento da ocorrência do fato gerador para fins 
de incidência do II. 
 
C - Art 143, CTN: para efeito de cálculo do imposto, os valores em moeda estrangeira devem 
ser convertidos em moeda nacional, à taxa de câmbio vigente no momento da entrada, no país, 
da mercadoria importada (será o câmbio do dia do registro, na repartição competente, da 
declaração de desembaraço aduaneiro). 
 
D - Bens com permanência definitiva: a incidência do imposto ocorrerá em casos de 
permanência definitiva do bem no território, não englobando as mercadorias estrangeiras que 
ingressam no território nacional, temporariamente, a fim de que cumpram finalidades 
esporádicas (por exemplo, feiras, exposições etc.). 
 
Considerar -se -á ocorrido o fato gerador nas situações de retorno de mercadoria. Tal regra, 
no entanto, não prevalecerá nos casos seguintes, descritos no §1º do art. 1º do DL 37/66, os 
quais repudiam o recolhimento, quando houver: 
a) retorno de mercadoria enviada em consignação, e não vendida no prazo autorizado; 
b) retorno de mercadoria (= devolução), por motivo de defeito técnico, para reparo ou 
substituição; 
c) retorno da mercadoria, em face de modificações na sistemática de importação no país 
importador; 
d) retorno da mercadoria, por motivo de guerra ou calamidade pública; 
e) retorno da mercadoria, por outros fatores, alheios à vontade do exportador. 
15 
 
 
E - Base de Cálculo e Alíquotas: art. 20 CTN 
 
✓ Alíquotas: 
 
Podem ser: 
a) específicas: valor em dinheiro que incide sobre uma unidade de medida prevista em lei, que 
pode referir -se à metragem, peso etc. Por exemplo, R$ 42,00 por metro cúbico; 
b) ad valorem: aplicação de alíquota sobre determinado valor de operação. Por exemplo, 10% 
de R$ 15.000,00; 
c) mista: combinação das duas formas acima. Por exemplo: 10% sobre R$ 5.000,00 e R$ 5,00 
por kg. 
 
 
✓ Base de Cálculo: 
A base de cálculo do imposto é: 
I - quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela lei tributária; 
II - quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou seu similar, 
alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em condições de livre concorrência, para 
entrega no porto ou lugar de entrada do produto no País; 
III - quando se trate de produto apreendido ou abandonado, levado a leilão, o preço da 
arrematação. 
STF (RE 73.419, rel. Min. Barros Monteiro, 2ª T., j. em 02-03-1973), a alíquota aplicável é 
aquela contemporânea da efetiva introdução do produto estrangeiro no território nacional 
 
F - Sobre os princípios constitucionais: 
 
O Imposto Importação é exceção: 
 
✓ À LEGALIDADE: art. 153, §1º CF; 
 
✓ À ANTERIORIDADE (anual e nonagesimal): art. 150, §1º CF. 
 
 
G- Zona Franca de Manaus: A política tributária vigente na Zona Franca de Manaus é 
diferenciada do restante do país, oferecendo benefícios locacionais, objetivando minimizar os 
custos amazônicos. É uma área de livre comércio de importação e exportação e de incentivos 
16 
 
fiscais especiais, criada pelo Decreto-lein. 288/67. Foi ela concebida com a finalidade de criar, 
no interior da Amazônia, um centro industrial, comercial e agropecuário, dotado de condições 
econômicas que permitissem seu desenvolvimento. A Zona Franca de Manaus – área de livre 
comércio, para a qual havia benefício garantido até 2013 – teve, em razão da EC n. 42/2003, 
uma prorrogação de benefício por mais 10 (dez) anos, conforme o art. 92 do Ato das 
Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT). Seu prazo final ficou, então, para 2023. 
Entretanto, em sessão solene do dia 5 de agosto de 2014, o Congresso Nacional promulgou a 
EC n. 83, a qual prorroga os benefícios tributários da Zona Franca de Manaus até o ano de 
2073. De autoria do Executivo, a proposta que resultou na indigitada Emenda acrescenta o art. 
92-A ao ADCT, estendendo por mais 50 anos, a partir de 2023, os incentivos fiscais à Zona 
Franca de Manaus. Como a criação dessa área de livre comércio se deu em 1967, ao término 
do período (2073), tirante a hipótese de ulterior renovação, a Zona Franca terá completado 106 
anos de existência (Sabbag, Manual de Direito Tributário, 2018). 
 
Benefícios fiscais federais para a ZFM: 
• Redução de até 88% do Imposto de Importação (I.I.) sobre os insumos destinados à 
industrialização; 
• Isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (I.P.I.); 
• Redução de 75% do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica, inclusive adicionais de 
empreendimentos classificados como prioritários para o desenvolvimento regional, calculados 
com base no Lucro da Exploração até 2013; 
• Isenção da contribuição para o PIS/PASEP e da Cofins nas operações internas na Zona Franca 
de Manaus. 
EXERCÍCIOS 
 
Questão 1 
 
 
 
Questão 2 
 
17 
 
 
 
Questão 3 
 
 
Questão 4 
 
O governo federal, com o objetivo de proteger a indústria nacional fabricante de aço, publicou, no ano 
de 2015, um decreto que aumentava de 15 para 20% a alíquota do imposto sobre a importação de 
produtos siderúrgicos, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei formal. O decreto previu 
que o aumento já valeria para aquele mesmo exercício financeiro. Considerando a hipótese acima, 
responda aos itens a seguir. 
A) A majoração da alíquota do imposto de importação poderia se dar por meio de um ato do Poder 
Executivo? (Valor: 0,65) 
 
 
18 
 
 
 
 
B) B) O governo federal agiu legalmente ao exigir a alíquota majorada do imposto de importação 
no mesmo exercício financeiro? (Valor: 0,60) Obs.: o(a) examinando(a) deve fundamentar as 
respostas. A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação. 
 
 
 
 
Questão 5 
 
O deputado federal Y apresentou dois projetos de lei ordinária federal. O primeiro pretende alterar o 
Código Tributário Nacional no que se refere aos artigos que tratam de responsabilidade tributária 
(obrigação tributária) e o segundo pretende instituir uma taxa de licenciamento de importação, cuja base 
de cálculo é o valor aduaneiro do produto importado. 
A) Analise a constitucionalidade do primeiro projeto de lei apresentado pelo deputado. (Valor: 
0,60) 
 
 
 
 
B) A taxa a ser instituída é constitucional? (Valor: 0,65) 
 
 
15.2 IMPOSTO SOBRE A EXPORTAÇÃO, PARA O EXTERIOR, DE PRODUTOS 
NACIONAIS OU NACIONALIZADOS (IE) 
Art. 153, II da CF; arts. 23 a 28 CTN 
DL 1.578/77 
Função extrafiscal. 
19 
 
A- Sujeito Passivo: O sujeito passivo do Imposto de Exportação é o exportador – qualquer 
pessoa que promova a saída do produto nacional ou nacionalizado do território nacional (art. 
27 do CTN e art. 5º do DL n. 1.578/77). 
 
B – Fato Gerador: O fato gerador do Imposto de Exportação é a saída do território nacional 
para o exterior, de produtos nacionais* ou nacionalizados**, cabendo ao intérprete assimilar 
o elemento temporal do fato gerador como o momento da liberação pela autoridade aduaneira 
ou a data de embarque ou saída constante na Declaração de Exportação. 
 
*Nacionais: O produto nacional, por sua vez, é aquele produzido dentro do território nacional. 
**Nacionalizados: nacionalização da mercadoria representa a sequência de atos que transferem 
a mercadoria da economia estrangeira para a economia nacional, conforme se depreende do 
§ 1º do art. 221 do Decreto n.91.030/85, que preconiza, in verbis: “Considera -se nacionalizada 
a mercadoria estrangeira importada a título definitivo” (art. 221, § 1º). 
 
C- Alíquotas: 
Estão previstas na TAB (Tarifa Aduaneira do Brasil), podendo ser: 
 
a) específicas: valor em dinheiro que incide sobre uma unidade de medida prevista em lei, que 
pode referir -se à metragem, ao peso etc. Por exemplo: R$ 42,00 por metro cúbico. 
 
b) ad valorem: aplicação alíquota sobre determinado valor de operação. Atualmente, a 
alíquota do IE é de 30%, sendo facultado ao Poder Executivo aumentá-la em até cinco 
vezes, conforme a Lei n. 9.716/98. Portanto, a alíquota máxima poderá atingir até 150% 
(art. 3º do DL n.1.578/77). 
Como é feito o cálculo do Imposto sobre 
Exportação? 
A base de cálculo do IE é definida 
utilizando como referência o preço 
normal que sua mercadoria 
alcançaria em uma venda no 
mercado externo, em um cenário de 
20 
 
livre concorrência e no local de 
embarque. 
Desse modo, para a alíquota do IE, 
a regra geral é de 30%. 
Vale ressaltar que, a maioria dos 
produtos está imune e isenta de 
tributação. 
Logo, apenas produtos específicos 
estão sujeitos à incidência do IE, e 
cada um tem sua alíquota 
determinada: 
• Couros e peles: 9%. 
• Concentrados de açúcar, leite e 
creme de leite: 100%. 
• Cigarros contendo tabaco e 
fumo: 150%. 
• Entre outros. 
c) 
 
D- Base de Cálculo: 
a) a quantidade de mercadoria, expressa na unidade de medida indicada na Tarifa Aduaneira 
do Brasil (TAB), quando a alíquota for específica (aquela alíquota que prevê importâncias 
fixas, aplicáveis em relação aos modos de apresentação do produto exportado). Por exemplo: 
teremos um imposto de tantos reais por tonelada, ou por comprimento (art. 20, I, CTN); 
 
21 
 
b) a expressão monetária do produto exportado, isto é, o preço normal – valor aduaneiro 
previsto no inciso VII, n. 2, do Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio (GATT – 
Decreto n. 92.930/86), quando a alíquota for ad valorem (aquela que incidirá sobre o valor 
aduaneiro do produto exportado); A base de cálculo, desse modo, é o preço normal que o 
produto alcançaria em uma venda em condições de livre concorrência no mercado 
internacional. Portanto, o Fisco não está vinculado ao valor consignado na fatura comercial. 
 
c) o preço da arrematação do produto adquirido em licitação, que não é o preço normal ou de 
referência da mercadoria. 
 
E- Art. 28 CTN: diz que a receita líquida do imposto de exportação destina-se a formação de 
reservas monetárias na forma da lei. Flagrante violação ao Art167, IV da CF que proíbe a 
vinculação de receita de impostos a qualquer órgão, fundo ou despesa. Leandro Paulsen é 
enfático em dizer que o artigo NÃO FOI RECEPCIONADO pela CF/88. 
Ele tinha suporte na CF/46, pois há a expressa VEDAÇÃO no art. 167, IV, da CF. Porém, em 
uma prova objetiva, caso a questão cobre a literalidade do CTN, citando o artigo 28, a resposta 
seria correta. 
 
F - Sobre os princípios constitucionais: 
 
O Imposto exportação é exceção: 
 
✓ À LEGALIDADE: art. 153, §1º CF; 
 
✓ À ANTERIORIDADE (anual e nonagesimal): art. 150, §1º CF. 
 
G- Desoneração e Incidência: o IE é pouco cobrado nos países, uma vez que retira a 
competitividade do produto nacional no comércio internacional. 
 
Obs: Imunidades nas exportações no Brasil: o texto constitucional prevê regras de isenção sobre 
a exportação para o ISS (art. 156, § 3º, II, CF), a par de regra de imunidade para o ICMS (art. 
155, § 2º, X, CF) e para o IPI (art. 153, § 3º, III, CF). 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
22 
 
Questão 1 
 
 
Questão 2 
 
 
 
ESTUDOS DE CASO 
 
1) Determinada empresa efetuou a declaraçãode importação de veículos da 
Alemanha no SISCOMEX no dia 05/06/2010. Nesta data, a alíquota prevista para 
o Imposto de Importação era de 30%. Durante a vinda dos bens ao Brasil, o 
governo aumentou a alíquota do II para 45%, sendo esta a alíquota em vigor no 
momento em que os veículos transpuseram a fronteira brasileira. Os bens 
permaneceram por 5 dias em armazém alfandegado, período no qual o governo 
brasileiro novamente majorou a alíquota do II para 50%. O desembaraço 
23 
 
aduaneiro ocorreu, assim, sob a vigência desta alíquota. Diante deste caso, da 
legislação sobre o II e da jurisprudência consolidada, qual a alíquota que deve ser 
aplicada neste caso? Você concorda com este entendimento? Justifique. 
 
 
Alíquota de 50%. STF RE 73.419/73 
 
 
2) Em 2018, ao constatar os riscos representados pela importação irrestrita e 
crescente de equipamentos de informática, o governo brasileiro resolveu aumentar 
as alíquotas do imposto de importação sobre esses equipamentos, com aplicação 
imediata. Essa medida poderia ser tomada? 
Sim. Exceção princ. legalidade (art. 153, §1º CF) e anterioridade (art. 150, §1º 
CF). 
 
 
 
 
 
3) Na intenção de que a produção agrícola não seja exportada, pela necessidade 
do consumo interno, o governo federal aumentou, por decreto, a alíquota do 
Imposto de Exportação para 160%, com vigência na data de publicação do ato. 
O produto da arrecadação do imposto constituirá reserva monetária. Comente a 
situação. 
A alíquota não poderá ser superior a 150%, por força do parágrafo único do art. 
3º, do DL 1.578/79. A arrecadação do imposto não poderá ser vinculada, 
conforme art 167, IV CF. 
 
4) Disserte sobre o regime DRAWBACK. 
Regime aduaneiro especial instituído em 1966, que consiste na suspensão ou 
eliminação de tributos incidentes sobre insumos importados para utilização em 
produtos para exportação. 
 
24 
 
15.3 IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI) 
Art. 153, IV da CF; arts. 46 a 51 CTN 
 Decreto 7.212/10: em seus mais de 600 artigos regulamenta a cobrança, fiscalização, 
arrecadação e administração do IPI. 
TIPI: TABELA DE INCIDÊNCIA PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS -DECRETO 
8.950/16 
- Lançamento por homologação 
- Extrafiscal: porém, a arrecadação do IPI é a segunda entre os impostos federais (só é menor 
que a do IR), o que demonstra que a finalidade fiscal ganhou grande relevância, justificando o 
pleito de que se estendesse ao tributo alguma garantia que protegesse o contribuinte contra a 
elevação repentina da carga do imposto. Ao editar a Emenda Constitucional 42/2003, o 
legislador constituinte derivado atendeu aos pleitos dos contribuintes, estendendo a noventena 
aos tributos em geral e não excetuando o IPI. Em síntese, no que concerne ao princípio da não 
surpresa, o IPI é exceção à. anterioridade do exercício financeiro, embora seja submetido à 
noventena, conforme predispõe o art. 150, § 1.º, da CF/1988 (Ricardo Alexandre, 2017, p. 665). 
 
- O IPI é exceção: 
 
✓ À LEGALIDADE: art. 153, §1º CF; 
 
✓ À ANTERIORIDADE (somente anual, devendo obedecer à noventena): art. 150, §1º 
CF. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15.3.1 REGRAMENTO CONSTITUCIONAL 
25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
I- SELETIVIDADE (art. 48 CTN) 
O imposto sobre produtos industrializados é necessariamente seletivo, de forma que suas 
alíquotas devem ser fixadas de acordo com a essencialidade do produto, sendo menores para os 
gêneros considerados essenciais e maiores para os supérfluos (CF, art. 153, § 3.º, I). ·O objetivo 
final do princípio é conseguir, de maneira indireta, graduar a carga tributária do imposto de 
acordo com a capacidade contributiva dos consumidores, uma vez que os produtos essenciais 
são consumidos por todas as classes sociais, devendo, justamente por isso, estar sujeitos a uma 
suave ou inexistente carga tributária. Já os gêneros supérfluos são presumidamente consumidos 
apenas (ou, ao menos, principalmente) pelas pessoas das classes sociais mais privilegiadas, 
devendo ser tributados de uma maneira mais gravosa. 
 
SELETIVIDADE: incidência de alíquotas variam à razão da essencialidade, ou da 
superfluidade, ou da nocividade do bem. 
 
 
Essencialidade: qto mais essencial for o bem, menor será o imposto. 
(Razão inversa da essencialidade) 
 
 
 
 
 
 Superfluidade: qto mais supérfluo for o bem, maior será o imposto. 
(Razão direta da superfluidade) 
 
 
26 
 
 
Nocividade: qto mais nocivo for o bem, maior será o imposto. 
(Razão direta da nocividade) 
 
 
 
 
Sobre os impostos seletivos: 
ICMS: ART. 155,§ 2º, III CF – seletividade de natureza facultativa 
IPI: ART. 153, § 3º, I CF – seletividade obrigatória 
II- NÃO CUMULATIVIDADE (art. 49 CTN) 
Outro princípio a ser obrigatoriamente obedecido pelo IPI é o da não cumulatividade, 
permitindo-se a compensação do que for devido em cada operação com o montante cobrado 
nas anteriores (CF, art. 153, § 3º, II). A não cumulatividade é técnica que tem por objetivo 
limitar a incidência tributária nas cadeias de produção e circulação mais extensas, fazendo com 
que, a cada etapa da cadeia, o imposto somente incida sobre o valor adicionado nessa etapa. 
Assim, ao final da cadeia, o tributo cobrado jamais será maior que o valor da maior alíquota, 
multiplicado pelo valor final da mercadoria. No Código Tributário Nacional, a não 
cumulatividade do IP! está disciplinada no art. 49, nos seguintes termos: 
 
Art. 49. O imposto é não cumulativo, dispondo a lei de forma que o 
montante devido resulte da diferença a maior, em determinado período, 
entre o imposto referente aos produtos saídos do estabelecimento e o 
pago relativamente aos produtos nele entrados. 
 
27 
 
 
 
 
 
 
 
III- NÃO INCIDIRÁ O IPI 
O legislador imunizou as exportações de produtos industrializados à incidência do IPI (CF, art. 
153, § 3º, III). Por força .de outros dispositivos constitucionais, são também imunes ao IPI: 
✓ - os livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão ( CF, art. 150, VI, d); 
✓ - o ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial (CF, 
art. 153, § 5º); 
✓ - energia elétrica, derivados de petróleo, combustíveis e minerais no País (CF, art. 155, 
§ 3º). 
 
 
28 
 
IV- INCENTIVO NA AQUISIÇÃO DE BENS DE CAPITAL 
 
Com o advento da EC 42/2003, passou-se a prever que o IPI terá reduzido seu impacto sobre a 
aquisição de bens de capital pelo contribuinte do imposto, na forma da lei. O objetivo do 
benefício foi incentivar a aquisição de bens de capital (primordialmente, as máquinas) por parte 
do industrial, principal contribuinte do imposto. Os destinatários são aqueles que têm dúvidas 
entre manter seus recursos investidos no sistema financeiro ou aplicá-los na chamada 
"economia real". O que se tenta é estimulá-los a decidir por seguir a segunda opção, fomentando 
o desenvolvimento. 
 
 
15.3.2 SUJEITO PASSIVO (art. 51 CTN) 
 
 Contribuinte do imposto é: 
I - o importador ou quem a lei a ele equiparar; 
II - o industrial ou quem a lei a ele equiparar; 
III - o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça aos contribuintes 
definidos no inciso anterior; 
IV - o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão. 
Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se contribuinte autônomo 
qualquer estabelecimento de importador, industrial, comerciante ou arrematante. 
 
 
 
 
15.3.3 FATO GERADOR (art. 46 CTN) 
 
O imposto, de competência da União, sobre produtos industrializados tem como fato 
gerador: 
I - o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira; 
II - a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo único do artigo 51; 
III - a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão. 
29 
 
Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se industrializado* o produto 
que tenha sido submetido a qualqueroperação que lhe modifique a natureza ou a finalidade, 
ou o aperfeiçoe para o consumo. 
*Conceito de industrialização 
Considera -se industrializado, para fins de incidência de IPI, o produto que tenha sido submetido a qualquer 
operação que lhe modifique a natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para consumo, tais como a transformação, 
o beneficiamento, a montagem etc. Assim: 
a) Transformação: com ela, o produto “velho” perde a “individualidade”. É processo mecanizado (ou 
semimecanizado), automatizado (ou semiautomatizado) exercido sobre matéria -prima (ou produto intermediário), 
que lhe dá nova forma e finalidade, fazendo surgir um produto com forma, fins e conceitos diversos daqueles que 
lhe vieram compor na acepção de matéria-prima ou produto intermediário. O bem resultante da transformação 
tem nova classificação na tabela do IPI (nova classificação de nomenclatura nacional de mercadorias). Por 
exemplo: 
– transformação de madeira serrada, de outras matérias -pri mas (tecido, espuma, molas) e de outros produtos 
intermediá rios (arames, pregos, colas), em um produto novo: a poltrona estofada; 
– transformação do granito em blocos de pedra -sabão, para asfaltamento (Súmula n. 81 do TFR); 
b) Beneficiamento: processo de modificação, aperfeiçoamento embelezamento ou alteração de funcionamento de 
um produto já existente. Nesse processo o produto resultante fica na mesma classificação fiscal originária, ou seja, 
não tem nova classificação na nomenclatura brasileira de mercadorias. Por exemplo: 
– envernizamento de móveis, com colocação de puxadores e frisos; 
– mudança no veículo de cabine simples para cabine dupla; 
c) Montagem: reunião de produtos e peças já existentes em nova sistematização, resultando em produto novo, 
quanto à ampliação, funcionamento ou finalidade. Nesse caso, as peças ou partes não perdem sua “individualidade” 
na obtenção de um produto novo. Nesse processo, o produto surgido pode ter nova classificação fiscal ou manter 
a do produto originário da montagem. Por exemplo: a própria montagem de veículos, em que praticamente todos 
os componentes são fabricados por outras empresas e, depois, reunidos, sistematizados e montados pela montadora 
de veículos; 
d) Acondicionamento ou reacondicionamento: processo de alteração da embalagem visual do produto, ou seja, 
modificação da apresentação do produto ao seu consumidor, criando-lhe nova proposta de consumo, novo visual 
e novo estímulo à aquisição. Exclui -se desse processo a mera alteração de embalagem para fins de transporte. 
Exemplo: estojo de produtos de higiene pessoal, composto por um sabonete, um perfume e um talco. Esses três 
produtos são colocados em um estojo, cuja finalidade de embalagem não se atrela ao próprio transporte, e sim à 
necessidade de criar um visual convidativo, diferenciado, ao ímpeto do consumidor. Esse estojo terá uma 
classificação fiscal correspondente ao produto do estojo da alíquota maior; 
e) Renovação ou recondicionamento: é a renovação exercida em um produto usado ou inutilizado, restaurando 
-lhe a utilização, como se novo voltasse a ser. O produto resultante do processo continua 
a ter a classificação fiscal originária. Por exemplo: recondicionamento de baterias, de amortecedores. 
Obs: Ressalte -se que “a legislação do IPI amplia o conceito de produto industrializado, nele incluindo 
operações como o simples acondicionamento, ou embalagem, que na verdade não lhe modificam a natureza, nem 
a finalidade, nem o aperfeiçoam para o consumo. Tal ampliação viola o art. 46, parágrafo 
único, do CTN. Configura, outrossim, flagrante inconstitucionalidade, na medida em que o conceito de 
produto industrializado, utilizado pela Constituição para definir a competência tributária da União, não pode ser 
validamente ampliado pelo legislador ordinário”16 (art. 110, CTN) (Eduardo Sabbag, 2018). 
IMPORTANTE: 
1º CASO: INCIDÊNCIA IPI CARRO IMPORTADO POR PESSOA FÍSICA 
✓ 1ª Turma STJ, no REsp 1.396.488/SC – Fev. 2015: “não incide IPI no 
desembaraço aduaneiro de veículo importado por consumidor para uso próprio”. 
 
✓ STF, RE723.651, Fev. 2016: passou a defender a incidência do IPI, em uma 
impactante virada jurisprudencial. A radical mudança de posicionamento levou a 
Corte Suprema a conceber como válida a incidência do IPI e, importação de 
30 
 
veículos automotores por pessoa física, ainda que esta não desempenhe atividade 
empresarial e o faça para uso próprio. 
 
 
A matéria é tema de repercussão Geral* 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudenciaRepercussao/ 
* Repercussão Geral: Instituto processual pelo qual se reserva ao STF o julgamento de temas trazidos em 
recursos extraordinários que apresentem questões relevantes sob o aspecto econômico, político, social ou jurídico 
e que ultrapassem os interesses subjetivos da causa. Foi incluído no ordenamento jurídico pela Emenda 
Constitucional n. 45/2004 e regulamentado pelos arts. 322 a 329 do Regimento Interno do Supremo Tribunal 
Federal e pelos arts. 1.035 a 1.041 do Código de Processo Civil (Lei n. 13.105/2015) (fonte: 
http://www.stf.jus.br/portal/). 
STJ se alinhou ao Supremo ao definir que incide IPI sobre veículo importado para uso próprio 
Após decisão do Supremo Tribunal Federal em âmbito de repercussão geral, a 1ª Seção do 
Superior Tribunal de Justiça revisou o Tema 695 dos recursos repetitivos para concluir que, nas 
hipóteses de importação de veículo por pessoa física para uso próprio, incide o Imposto sobre 
Produtos Industrializados (IPI). 
STJ se alinhou ao Supremo ao definir que incide IPI sobre veículo importado para uso 
próprio Lamborghini / Divulgação 
A tese fixada pelos ministros foi a seguinte: "Incide IPI sobre veículo importado para uso 
próprio, haja vista que tal cobrança não viola o princípio da não cumulatividade nem configura 
bitributação". 
31 
 
No caso específico, o colegiado negou provimento ao recurso especial do contribuinte. Em 
2015, a 1ª Seção deu provimento a esse recurso e fixou tese no sentido da não incidência do IPI 
na hipótese. A Fazenda Nacional entrou com recurso extraordinário, o qual ficou sobrestado até 
o julgamento da controvérsia por parte do STF. Ao analisar o tema, o STF definiu que o IPI 
incide nesse tipo de importação. 
"Nesse contexto, o Superior Tribunal de Justiça, após o julgamento do RE 723.651, sob a 
relatoria do ministro Marco Aurélio de Mello, diante do efeito vinculante dos pronunciamentos 
emanados em via de repercussão geral, passou a adotar o posicionamento do STF segundo o 
qual incide o IPI na importação de automóvel por pessoas físicas para uso próprio, haja vista 
que tal cobrança não viola o princípio da não cumulatividade nem configura bitributação", 
explicou o relator do caso na Primeira Seção, ministro Francisco Falcão. Com informações da 
assessoria de imprensa do STJ. 
REsp 1.396.488 
https://www.conjur.com.br/2019-set-27/stj-revisa-tese-ipi-importacao-carro-pessoa-fisica 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2º CASO: NOVA INCIDÊNCIA IPI NO MOMENTO DA SAÍDA DE PRODUTO DE 
PROCEDÊNCIA ESTRANGEIRA DO ESTABELECIMENTO DO IMPORTADOR, APÓS 
A INCIDÊNCIA ANTERIOR DO IMPOSTO NO DESEMBARAÇO ADUANEIRO 
 
✓ 2ª Turma STJ, no REsp 1.429.656/PR – Fev. 2014: entendeu que era legítima a nova 
incidência IPI no momento da saída de produto de procedência estrangeira do 
estabelecimento do importador, após a incidência anterior do imposto no desembaraço 
aduaneiro, a partir de dispositivos afetos ao fato gerador (art. 46, II CTN e art. 51, 
parágrafo único, CTN). 
 
✓ 1ª Turma STJ, no EREsp 1.411.749/PR – Jun. 2014: entendeu que: “havendo 
incidência do IPI no desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira 
(art. 46, I, CTN) , não é possível nova cobrança do tributo na saída do produto do 
estabelecimento do importador (arts. 46, II, CTN e 51, parágrafo único, CTN), salvo 
https://www.conjur.com.br/2019-set-27/stj-revisa-tese-ipi-importacao-carro-pessoa-fisica32 
 
se, entre o desembaraço aduaneiro e a saída do estabelecimento do importador, o 
produto tiver sido objeto de uma das formas de industrialização (art. 26, parágrafo 
único, CTN)”. 
 
Aqui a Corte superior entendeu que se os produtos chegarem em fase de industrialização 
encerrada, para revenda no mercado nacional, sem qualquer modificação, não incidirá 
nova cobrança do IPI, na saída do produto do estabelecimento do importador. 
 
✓ Corte Especial do STJ, outubro de 2015 (EREsp 1.403.532/SC) em Recurso 
Repetitivo: “é legítima a incidência de IPI na saída do produto importado para 
revenda”. 
 
Não há que cogitar de bis in idem, pois tratam-se de fatos geradores distintos: (i) 
desembaraço aduaneiro restante da operação de compra do produto industrializado do 
exterior; (ii) saída do produto industrializado do estabelecimento do importador 
equiparado a estabelecimento do produtor (a primeira tributação recai sobre o preço da 
compra e a segunda sobre o preço da venda). Desse modo, quando há um importação 
de bem para uma posterior revenda no mercado interno, o IPI incide duas vezes, uma 
no desembaraço aduaneiro; outra, na saída do produto do estabelecimento do 
importador. 
 
Obs: atendendo o princípio da não cumulatividade, o valor da saída pode ser 
compensado com o valor pago ao momento do despacho aduaneiro, com exceção se a 
revenda for para a Zona Franca de Manaus (ou outras regiões incentivadas), pois a saída 
não deverá ser tributada. 
 
 
 
 
VISÃO DO STJ, EM RECURSO REPETITIVO (EREsp 1.403.532/SC, em 14.10.2015) 
FATO GERADOR DO IPI (2 MOMENTOS A INCIDIR O IMPOSTO) 
 
Art. 46, I, do CTN Art. 46, II, CTN c/c art. 51, parágrafo 
único, CTN. 
Art. 46. O imposto, de competência da 
União, sobre produtos industrializados tem 
como fato gerador: 
I - o seu desembaraço aduaneiro, 
quando de procedência estrangeira; (...) 
Art. 46. O imposto, de competência da 
União, sobre produtos industrializados tem 
como fato gerador: (...) 
II - a sua saída dos estabelecimentos a 
que se refere o parágrafo único do artigo 51; 
Art. 51. Contribuinte do imposto é: (...) 
33 
 
Parágrafo único. Para os efeitos deste 
imposto, considera-se contribuinte autônomo 
qualquer estabelecimento de importador, 
industrial, comerciante ou arrematante. 
 
 
(OAB - XXX Exame) A pessoa jurídica X, na condição de importadora de produtos 
industrializados, ajuizou medida judicial pleiteando a restituição de valores pagos a título de 
Imposto sobre Produtos Industrializados (“IPI”). No caso em questão, o contribuinte pagou o 
tributo em operação de revenda por ocasião da saída de seu estabelecimento e entendeu que o 
pagamento foi feito indevidamente, uma vez que não houve processo de industrialização no 
Brasil. Em seu pleito, a pessoa jurídica X requereu, em sede de antecipação de tutela, a 
compensação dos valores pagos a título de IPI, objeto de contestação. 
Com base nos fatos apresentados acima, responda ao item a seguir. 
 
A) A ausência de operação de industrialização no Brasil inviabiliza a cobrança do IPI na 
revenda pelo importador? 
 Não. A ausência de operação de industrialização no Brasil em relação ao produto importado 
não impede a cobrança do IPI na revenda pelo importador, pois de acordo com o Art. 46, inciso 
II, do CTN, o IPI tem como fato gerador a saída do produto industrializado do estabelecimento 
do importador. Assim, tendo em vista a ocorrência do fato gerador, o tributo é devido. 
 
15.3.4 BASE DE CÁLCULO (art. 47 CTN) 
 
A base de cálculo do imposto é: 
I - no caso do inciso I do artigo anterior, o preço normal, como definido no inciso II do 
artigo 20, acrescido do montante: 
a) do imposto sobre a importação; 
b) das taxas exigidas para entrada do produto no País; 
c) dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis; 
II - no caso do inciso II do artigo anterior: 
a) o valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria; 
b) na falta do valor a que se refere a alínea anterior, o preço corrente da mercadoria, ou 
sua similar, no mercado atacadista da praça do remetente; 
III - no caso do inciso III do artigo anterior, o preço da arrematação. 
 
 
A base de cálculo do IPI é variada, conforme o FATO GERADOR, à luz do art. 46 do CTN: 
34 
 
 
 
 
FATO GERADOR BASE DE CÁLCULO 
 
O desembaraço aduaneiro, quando de 
procedência estrangeira (art. 46, I, CTN). 
 
 
O preço normal (art. 47, I, CTN). 
 
A saída do produto industrializado do 
estabelecimento de qualquer natureza, ou 
seja, de importador, industrial, comerciante 
ou arrematante (art. 46, II, CTN c/c art. 51, 
parágrafo único, CTN). 
 
 
O valor da operação de que decorre a saída da 
mercadoria (art. 47, II, “a”, CTN). 
 
A arrematação do produto industrializado, 
quando apreendido ou abandonado e levado 
a leilão (art. 46, III, CTN). 
 
 
O próprio preço da arrematação (art. 47, III, 
CTN). 
 
 
 
4.3.5 ALÍQUOTAS 
 
O IPI é imposto proporcional, uma vez que, em princípio, sua alíquota varia de forma 
constante, em função da grandeza econômica tributada. Em abono à seletividade do IPI, as 
alíquotas do vertente gravame variam de 0% (zero) a 365,63% (no caso de cigarros). O IPI será 
calculado mediante aplicação da alíquota do produto (constante da TABELA DE INCIDÊNCIA 
DE IPI -TIPI, que tem por base a Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM), constante do 
Decreto n. 2.376/97), sobre o respectivo valor tributável. Destaque -se que a arrecadação 
oriunda de bebidas, cigarros e veículos perfaz a maior parte da arrecadação deste imposto. 
 
 
 
 
 
ATIVIDADE 
 
A Empresa XXX S/A, produtora de cosméticos recolheu a maior o IPI incidente sobre a saída 
dos respectivos produtos vendidos a terceiros, tendo sido incluído, no preço da venda, o 
montante do tributo. Verificado o equívoco, a empresa ingressou com pedido, junto à Receita 
Federal competente, ao efeito de ser declarado o pagamento indevido e restituído o seu 
montante. A Receita Federal reconheceu o pagamento indevido, tendo, contudo, negado o 
pedido de restituição. 
35 
 
 Esclareça se é possível a repetição do indébito no caso vertente, quem deveria requerer e com 
qual fundamento. Justifique com base no ordenamento jurídico em vigor. 
Dicas: 
- Citar o artigo 165 do CTN ou esclarecer o cabimento da repetição do indébito, em função do 
pagamento a maior realizado pela empresa. 
 - Identificar que o IPI é tributo indireto, ou seja, o ônus financeiro é, via de regra, suportado 
por terceiro, chamado de contribuinte de fato. A norma do Código Tributário Nacional sobre a 
questão é o artigo 166 do CTN, onde fica consignado que cabe a restituição do tributo pago a 
maior, desde que provado pelo requerente que suportou o encargo financeiro, ou está autorizado 
a receber o valor pago de forma equivocada por quem ficou com este ônus. Ver Súmula 546 do 
STF. 
Endereçamento... 
NOME DA EMPRESA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº ..., com 
sede na Rua..., nº..., Cidade ..., Estado ..., CEP nº ..., endereço eletrônico ..., vem 
respeitosamente, perante vossa excelência, por intermédio de seu advogado abaixo assinado 
(procuração anexa), com escritório na Rua ..., nº ..., Bairro ..., Cidade ..., CEP nº ..., onde recebe 
intimações, propor, com fulcro nos artigos 319 do Código de Processo Civil - CPC, 165, I (e 
166, para tributo indireto) do Código Tributário Nacional - CTN, a presente 
 
AÇÃO DE REPETIÇÃO DO INDÉBITO 
Em face da União/Estado/Munícipio, Fazenda Pública... pessoa jurídica de direito público, 
inscrita no CNPJ sob o nº ..., com sede na Rua ..., nº ..., Bairro ..., Cidade ..., CEP nº ..., Endereço 
eletrônico ..., pelos motivos de fato a direito abaixo aduzidos: 
1. Dos Fatos 
Narrar os fatos de acordo com a proposta de peça da prova e finalizar com a frase de 
fechamento. 
“Assim , não restou outra alternativa ao autor senão acionar o Judiciário”2. Da Tempestividade 
 
https://app.vlex.com/vid/38859567/node/165
https://app.vlex.com/vid/38859567
https://app.vlex.com/vid/38859567
https://app.vlex.com/vid/38859567/node/166
https://app.vlex.com/vid/38859567
https://app.vlex.com/vid/40924035
https://app.vlex.com/vid/40924035
36 
 
Nos termos do artigo 168, I, do CTN, o sujeito passivo tem cinco anos, a contar da 
extinção do crédito tributário, para pleitear restituição. 
Considerando que, nos tributos sujeitos a lançamento de oficio e por declaração, a 
extinção do crédito tributário ocorre com o pagamento indevido ou a maior, a presente 
ação é tempestiva. 
Sugestão para tributos sujeitos a lançamento por homologação: 
Por decorrência do art 3º da LC nº 118/ 2005, entende-se extinto o crédito tributário 
para tributos sujeitos a lançamento por homologação na data do pagamento antecipado; 
logo a presente ação é tempestiva. 
 
3. Do Direito 
 
1º Parágrafo – apresentar a norma 
2º Parágrafo – subsunção do fato a norma 
3º Parágrafo – conclusão 
 
4. Da Correção dos Juros 
 
Para Tributos Estaduais, Distritais e Municipais: Nos termos do artigo 167 parágrafo 
único, do CTN, a aplicação dos juros devera ser a partir do trânsito em julgado. No 
mesmo sentido, menciona-se a Súmula nº 162 do STJ. E a correção será o pagamento 
indevido, conforme entendimento da Súmula nº 188 do a STJ. 
No caso dos tributos Federais: Á luz do artigo 39, § 4º , da Lei nº 9.250/95, aplica-se 
a taxa do SELIC desde o pagamento indevido do tributo. 
 
5. Dos Pedidos 
a) A citação do réu para que, caso queira, apresente resposta, sob as penas de revelia, 
declarando o autor o desinteresse na designação de audiência de conciliação, nos 
termos do artigo 319, VII, do CPC (realizar esse pedido de acordo com a proposta); 
b) Que seja julgado procedente a ação/ o pedido, a fim de condenar a Ré à restituição 
das quantias pagas indevidamente; 
37 
 
c) Que seja calculada a restituição, juntamente com a correção monetária, nos termos 
do artigo 167, Parágrafo Único, do CTN, Súmula nº 162 e 188 do STJ (se tributos 
municipais ou estaduais) e com base no artigo 39, §4º, da Lei nº 9.250/95 (se tributos 
federais); 
d) A condenação da ré nas custas e honorários de sucumbência, de acordo com os 
artigos 82 a 85, §3º, do CPC; 
e) A produção de todas as provas em direito admitidas, em especial a prova 
documental, conforme art. 319, VI, do CPC). 
 
Dá-se a causa o valor de R$ ........ 
Nestes termos, 
Pede deferimento 
Local e Data 
Advogado 
OAB nº 
 
 
 
 
 
 
 
15.4 IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CRÉDITO, CÂMBIO E SEGURO OU SOBRE 
OPERAÇÕES RELATIVAS A TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS (IOF) 
Art. 153, V da CF; arts. 63 a 67 CTN 
 Decreto 6.306/07: regulamenta o IOF 
- Lançamento por homologação 
- Extrafiscal: O IOF tem função preponderantemente extrafiscal, uma vez que serve como 
instrumento da União para regular o mercado financeiro. Segundo Hugo de Brito Machado o 
IOF é muito mais um instrumento de manipulação da política de crédito, câmbio e seguro, assim 
como de títulos e valores mobiliários, do que um simples meio de obtenção de receitas, embora 
seja bastante significativa a sua função fiscal, porque enseja a arrecadação de somas 
consideráveis. 
38 
 
 
- É classificado como um imposto direto, pois quem suporta o ônus econômico da tributação 
é o próprio contribuinte, não havendo transferência do encargo financeiro para um terceiro. 
 
- O IOF é exceção: 
 
✓ À LEGALIDADE: art. 153, §1º CF; 
 
✓ À ANTERIORIDADE (anual e noventena): art. 150, §1º CF. 
 
 
A alteração das alíquotas do IOF pode ser feita apenas por decreto do Presidente da 
República? 
A resposta é negativa. O STJ entende que é possível a alteração de alíquota do IOF por meio 
de portarias interministeriais (REsp 1.123.249, Rei. Min. Eliana Calmon, 2a Turma, j. 
17.11.2009). Vale a observação de que apenas as alíquotas podem ser alteradas pelo Poder 
Executivo, para ajustar o imposto aos objetivos da política monetária. A base de cálculo só 
pode ser alterada por lei, uma vez que a CF não recepcionou o art. 65 do CTN que permite 
a alteração da base de cálculo por ato infralegal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.4.1 DA INCIDÊNCIA – FATO GERADOR (art. 2º Dec. 6.306/07) 
 
I - operações de crédito 
II - operações de câmbio 
III - operações de seguro realizadas por seguradoras 
IV - operações relativas a títulos ou valores mobiliários 
V - operações com ouro, ativo financeiro, ou instrumento cambial 
 
39 
 
EXPLICANDO OS FATOS GERADORES 
I) Operações de crédito (arts. 3º ao 10, Dec. 6.306/07) 
 
✓ Art. 3º- Fato Gerador: Aqui, o fato gerador é a efetivação da operação de crédito pela 
entrega total ou parcial do montante ou do valor que constitua o objeto da obrigação, ou 
sua colocação à disposição do interessado. Operação de crédito é aquela em que uma 
das partes se obriga a uma prestação futura, enquanto a outra, credora da prestação 
futura, tem como obrigação a entrega de bens ou direitos presentes. O exemplo: 
empréstimo de dinheiro. 
 
O saque efetuado em· caderneta de poupança pode ser equiparado à operação de 
crédito? De acordo com a doutrina e com a jurisprudência, não se pode classificar 
como operação de crédito um mero saque efetuado em caderneta de poupança. 
Embora o art. 1º, V, da Lei 8.033/1990 tenha definido o saque efetuado em caderneta 
de poupança como uma das hipóteses de incidência do IOF, o STF declarou a 
inconstitucionalidade desse dispositivo, sob o fundamento de que o saque em conta de 
poupança não representa uma promessa de prestação futura: 
 
TRIBUTÁRIO. IOF SOBRE SAQUES EM CONTA DE POUPANÇA. 
LEI N° 8.033, DE 12.04.90, ART. 1°, INCISO V. 
INCOMPATIBILIDADE COM O ART. 153, V, DA CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL. O saque em conta de poupança, por não conter promessa de 
prestação futura e, ainda, porque não se reveste de propriedade 
circulatória, tampouco configurando título destinado a assegurar a 
disponibilidade de valores mobiliários, não pode ser tido por 
compreendido no conceito de operação de crédito ou de operação relativa 
a títulos ou valores mobiliários, não se prestando, por isso, para ser 
definido como hipótese de incidência do IOF, previsto no art. 153, V, da 
Carta Magna. Recurso conhecido e improvido; com declaração de 
inconstitucionalidade do dispositivo legal sob enfoque. (RE 232.467, 
1999). 
 
Esse entendimento foi cristalizado na súmula 664 do STF, segundo a qual é 
inconstitucional o inciso V do art. 1 o da lei 8.033/1990, que instituiu Incidência do 
imposto nas operações de crédito, câmbio e seguros – IOF, sobre saques efetuados em 
caderneta de poupança. 
 
Também não incide o imposto sobre operações financeiras sobre depósitos judiciais 
(súmula 185 do STJ). A incidência do IOF sobre depósitos judiciais não está prevista na 
Lei 8.033/90, sendo uma criação da Instrução Normativa 62/1990, do diretor do 
Departamento da Receita Federal, o que configura uma ofensa ao princípio da legalidade 
tributária. Justamente por isso, o STJ decidiu que o princípio da legalidade não autoriza 
a incidência do IOF na liberação de depósitos judiciais para garantia da instância. Tais 
40 
 
procedimentos não são operações financeiras para fins de tributação (STJ, REsp 
226.027, Rei. Min. José Delgado, 1ª Turma). 
 
✓ Arts. 4º e 5º - Sujeito Passivo / responsável: 
Contribuintes do IOF são as pessoas físicas ou jurídicas tomadoras de crédito. No 
caso de alienação de direitos creditórios resultantes de vendas a prazo a empresas de 
factoring, contribuinte é o alienante pessoa física ou jurídica. São responsáveis pela 
cobrança do IOF e pelo seu recolhimento ao Tesouro Nacional: I - as instituições 
financeiras que efetuarem operações de crédito; II - as empresas de factoring 
adquirentes do direito creditório, nas hipóteses da alínea “b” do inciso I do art. 2º ; III - a 
pessoa jurídica que conceder o crédito,nas operações de crédito correspondentes a 
mútuo de recursos financeiros. 
 
✓ Art. 6º - Alíquota: máxima 1,5% ao dia, sobre o valor das operações de crédito (base 
de cálculo). 
 
✓ Art. 7º - Base de Cálculo: o montante da operação, compreendendo o principal mais 
juros. 
 
 
II) Operações de câmbio (arts. 11 ao 17, Dec. 6.306/07) 
 
✓ Art. 11- Fato Gerador: câmbio é a entrega de moeda nacional ou estrangeira, ou de 
documento que a represente, ou sua colocação à disposição do interessado, em montante 
equivalente à moeda estrangeira ou nacional entregue ou posta à disposição por este. 
 
✓ Arts. 12 e 13 - Sujeito Passivo / responsável: 
Contribuintes do IOF são os compradores ou vendedores de moeda estrangeira nas 
operações referentes às transferências financeiras para o ou do exterior, respectivamente. São 
responsáveis pela cobrança do IOF e pelo seu recolhimento ao Tesouro Nacional as 
instituições autorizadas a operar em câmbio. 
 
✓ Art. 15 - Alíquota: máxima 25% sobre o montante em moeda nacional, correspondente 
ao valor da moeda estrangeira, da operação de câmbio (base de cálculo). 
 
✓ Art. 14 - Base de Cálculo: montante em moeda nacional, correspondente ao valor da 
moeda estrangeira, da operação de câmbio. 
 
 
 
41 
 
III) Operações de Seguro (arts. 18 ao 24, Dec. 6.306/07) 
 
✓ Art. 18- Fato Gerador: é o recebimento do prêmio. 
 
✓ Arts. 19 e 20 - Sujeito Passivo / responsável: 
Contribuintes do IOF são as pessoas físicas ou jurídicas seguradas. São responsáveis 
pela cobrança do IOF e pelo seu recolhimento ao Tesouro Nacional as seguradoras ou as 
instituições financeiras a quem estas encarregarem da cobrança do prêmio. 
✓ Art. 22 - Alíquota: máxima 25% sobre o valor do prêmio pago (base de cálculo). 
 
✓ Art. 21 - Base de Cálculo: montante do valor do prêmio pago. 
 
 
IV) Operações relativas a Títulos e Valores Mobiliários (arts. 25 ao 35, Dec. 6.306/07) 
 
✓ Art. 25 - Fato Gerador: a aquisição, cessão, resgate, repactuação ou pagamento para 
liquidação de títulos e valores mobiliários. 
 
✓ Arts. 26 e 27 - Sujeito Passivo / responsável: 
Contribuintes do IOF são: I - os adquirentes, no caso de aquisição de títulos ou valores 
mobiliários, e os titulares de aplicações financeiras, nos casos de resgate, cessão ou repactuação; 
II - as instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central 
do Brasil. São responsáveis pela cobrança do IOF e pelo seu recolhimento ao Tesouro Nacional 
as instituições elencadas nos incisos I ao VI (art. 27), como por exemplo: I - as instituições 
autorizadas a operar na compra e venda de títulos e valores mobiliários; II - as bolsas de valores. 
✓ Arts. 29 a 33 - Alíquotas: variáveis 
 
Obs: Tributação do IOF no Tesouro Direto: IOF Regressivo 
42 
 
 
Fonte: http://www.itauinvestnet.com.br/itauinvestnet/fundos/conheca_fundos/iof_pop.htm 
 
 
✓ Art. 28 - Base de Cálculo: diversas, como exemplo, valor da aquisição, resgate, cessão 
ou repactuação de títulos e valores mobiliários; operação de financiamento realizada em 
bolsas de valores. 
 
V) Operações com Ouro (arts. 36 ao 40, Dec. 6.306/07) 
 
✓ Art. 36- Fato Gerador: negócio jurídico com o ouro, devido na operação de origem, 
com a finalidade de ativo financeiro ou instrumento cambial. 
 
Art. 36. O ouro, ativo financeiro, ou instrumento cambial sujeita-se, exclusivamente, à 
incidência do IOF (Ver Lei no 7.766, de 1989, art. 4o) (ver art 153, §5º CF). 
§ 1o Entende-se por ouro, ativo financeiro, ou instrumento cambial, desde sua extração, 
inclusive, o ouro que, em qualquer estado de pureza, em bruto ou refinado, for destinado ao 
mercado financeiro ou à execução da política cambial do País, em operação realizada com a 
interveniência de instituição integrante do Sistema Financeiro Nacional, na forma e condições 
autorizadas pelo Banco Central do Brasil. 
 
✓ Art. 37 - Sujeito Passivo / responsável: Contribuintes do IOF são as instituições 
autorizadas pelo Banco Central do Brasil que efetuarem a primeira aquisição do ouro, 
ativo financeiro, ou instrumento cambial. 
 
http://www.itauinvestnet.com.br/itauinvestnet/fundos/conheca_fundos/iof_pop.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7766.htm#art4
43 
 
✓ Art. 39 - Alíquota: 1% sobre o preço de aquisição (base de cálculo). 
 
✓ Art. 21 - Base de Cálculo: o preço de aquisição. 
 
 
 
Pergunta-se: a determinação constitucional da incidência única do IOF sobre o ouro 
definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial pode ser considerada uma 
imunidade tributária? Sim. A doutrina observa que a incidência única acima referida traduz-
se numa imunidade para as operações subsequentes. Além disso, haveria imunidade também 
em relação a outros tributos que viessem a ser instituídos sobre o ouro como ativo financeiro, 
pois o art. 153, § 5° da CF é expresso ao dizer que o· ouro, quando definido em lei como ativo 
financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do IOF. 
 
 
 
Atenção: 
 
• Art 67CTN não foi recepcionado, por força do art. 167, IV CF, sobre o princípio da não 
afetação dos impostos. 
 
• IOF e factoring: a matéria foi prevista no art. 58 da Lei 9.532/97. 
Pergunta-se: haveria inconstitucionalidade no art. 58 da Lei 9.532/97 ao prever a 
Incidência do IOF sobre operações de factoring, praticadas por instituições não-
financeiras? Apesar de a constitucionalidade desse dispositivo ter sido questionada perante o 
Supremo Tribunal Federal, esta Corte entendeu que, mesmo que a operação de factoring não 
configurasse uma operação de crédito, é admissível sua classificação dentro do espectro de 
operações relativas a títulos ou valores mobiliários. Ou seja, mesmo as instituições distintas 
das financeiras, ao praticarem operações de factoring, estariam sujeitas à incidência do 
IOF. Além disso, não houve, na CF ou no CTN, ao tratar sobre os contribuintes do IOF, 
qualquer limitação que justifique sua exigência apenas em relação às instituições financeiras. 
 
O IOF incide sobre as operações de factoring (ADInMC 1.763-DF, rel. Min. 
Sepúlveda Pertence, Pleno, j. em 20-08-1998), enquanto não deve incidir 
sobre as operações de poupança (RE 232.467-SP, rel. Min. Ilmar Galvão, 
Pleno, j. em 29-09-1999). 
 
Sobre a matéria ver o art. 3º, II do Decreto 6.306/07. 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
ATIVIDADES 
 
1 - (ESAF- Analista-Tributário) O ouro, quando não for considerado como simples metal, 
mas definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente 
à incidência do_____________ . Esse imposto é devido na operação_________ . Está sujeito à 
alíquota___________, já estabelecida na Constituição. O produto da arrecadação pertence ___ 
______________. 
 
a) ICMS I de origem I máxima I ao Estado. 
b) ICMS I de destino I máxima I ao Estado de destino. 
c) IOF I de origem I mínima I ao Estado e ao Município de origem. 
d) IOF I de origem I máxima I A União e, compartilhadamente, ao Estado e Município de 
origem. 
e) IOF I de destino I mínima I ao Estado e ao Município de destino. 
 
2 - (Vunesp - Procurador do Município - Prefeitura São José dos Campos-SP/2012) Em 
razão de permissivo constitucional, é facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e 
os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas de determinados impostos. Dentre eles, pode 
ser citado o imposto sobre 
a) a propriedade territorial rural. 
b) operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários. 
c) renda e proventos de qualquer natureza. 
d) propriedade de veículos automotores. 
e) propriedade predial e territorial urbana. 
 
3 - (ESAF - Auditor-Fiscal- RFB/2009) Analise os itens a seguir, classificando-os como 
verdadeiros (V) ou falsos(F). Em seguida, escolha a opção adequada às suas respostas: 
I. as operações de câmbio constituem fato gerador do IOF – imposto sobre operações decrédito, 
câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; 
11. o câmbio traz um comércio de dinheiro, no qual este se torne mercadoria e, como tal, tem 
custo e preço; 
111. operações de câmbio são negócios jurídicos de compra e venda de moeda estrangeira ou 
nacional, ou, ainda, os negócios jurídicos consistentes na entrega de uma determinada moeda a 
alguém em contrapartida de outra moeda recebida. 
 
a) Somente o item I está correto. 
b) Estão corretos somente os itens I e 11. 
c) Estão corretos somente os itens I e 111. 
d) Todos os itens estão corretos. 
e) Todos os itens estão errados. 
 
4 - (FCC - Procurador do Município - Prefeitura São Paulo-SP) Em relação aos impostos, 
haverá exceção aos princípios da anterioridade anual e nonagesimal a majoração de: 
a) alíquotas do IPI. 
b) alíquotas do IR. 
c) alíquotas do IOF. 
d) base de cálculo do IPTU. 
e) base de cálculo do IPVA. 
45 
 
 
5- (CESPE- Procurador do MPTCDF- 2013) "Nas operações de câmbio, o fato gerador do 
imposto sobre operações de crédito câmbio e seguro (IOF) consiste na efetivação da operação 
- configurada pela entrega de moeda nacional ou estrangeira ou de documento que a represente 
- ou na colocação à disposição do interessado do montante equivalente à moeda estrangeira ou 
nacional por ele entregue ou por ele posta à disposição". 
 
CERTO ( ) ERRADO ( ) 
6- (CESPE- Promotor de Justiça - Pl - 2012) "O saque em caderneta de poupança não atrai a 
incidência do imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, nem sobre operações 
relativas a títulos e valores mobiliários, visto que a referida operação não se enquadra em seu 
fato gerador:' 
 
CERTO ( ) ERRADO ( ) 
 
QUESTAO DISCURSIVA 
(CESPE- Procurador do Banco Central- 2009) Uma pessoa jurídica, atacadista de gêneros 
alimentícios, contratou a empresa de factoring Alfa-7, para a prestação de serviços referentes a 
avaliação de riscos, seleção de créditos e gerenciamento de contas a receber e a pagar, associada 
à aquisição pro soluto de créditos. No curso da execução do contrato, a empresa Alfa-7 foi 
obrigada a recolher o imposto sobre operações financeiras (IOF), inclusive sobre saques em 
caderneta de poupança de sua titularidade. 
 
Considerando a situação hipotética apresentada acima e as normas aplicáveis ao IOF, redija um 
texto dissertativo que responda, de modo justificado, aos seguintes questionamentos. 
 
A< O IOF incide sobre operações de factoring praticadas por instituições distintas das 
financeiras? 
 
B< É legítima a incidência do IOF nos saques em caderneta de poupança? 
 
C< Quais operações configuram o fato gerador do IOF? 
 
 
15.5 IMPOSTO SOBRE PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL (ITR) 
Art. 153, VI da CF; arts. 29 a 31 CTN 
 Lei 9.393/96 regulamentada pelo Decreto 4.382/02 
- Lançamento por homologação 
15.5.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS 
 
Distingue-se do IPTU, já que, enquanto o ITR tributa propriedade rural, O IPTU recai sobre 
imóveis urbanos. Além disso, o imposto federal incide apenas sobre o imóvel por natureza, 
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sem que se considere eventuais acessões físicas, ao contrário do IPTU, que, como o próprio 
texto constitucional indica, ao mencionar o adjetivo "predial” recai sobre as edificações e 
construções incorporadas ao solo pelo homem. 
 
Essa é a observação de Leandro Paulsen1: 
 
A base econômica estampada no art. 153, VI, da Constituição, portanto, ao se referir à 
propriedade territorial rural, enseja a tributação da grandeza dimensionada pela 
propriedade da terra nua, ou seja, da terra em si, sem a consideração de eventuais 
benfeitorias. (PAULSEN & MELO, 2012, p. 192) 
 
Em relação à função, a doutrina tem entendido que o ITR possui função preponderantemente 
extrafiscal servindo de instrumento ao cumprimento da função social da propriedade rural. Isso 
porque a Constituição, em seu artigo 153, § 4°, inciso I determina que o ITR será progressivo 
e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades 
improdutivas. 
 
A Lei 9.393/96, cumprindo o mandamento constitucional relativo à progressividade do ITR, 
fixou alíquotas que são mais elevadas quanto maior o imóvel rural e quanto menor o grau de 
utilização. Mesmo sendo classificado como um imposto extrafiscal, o ITR deve obediência à 
anterioridade nonagesimal e à de exercício, sendo que suas alíquotas só podem ser alteradas 
por lei. Com isso, pode-se concluir que as excepcionalidades presentes nos demais impostos 
extrafiscais (11, IE e IOF), não se aplicam ao ITR. Obs: o IPI obedece a nonagesimal. 
 
É também classificado como um imposto direto, pois quem suporta o ônus econômico da 
tributação é o próprio contribuinte, não havendo transferência do encargo financeiro para um 
terceiro. 
 
 
15.5.2 FATO GERADOR 
 
O Código Tributário Nacional prevê o ITR em seu artigo 29, mencionando que o fato gerador 
do imposto é a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, a ser definido 
em lei civil. 
 
O que significa a expressão "imóvel por natureza"? 
A expressão "imóvel por natureza" já estava presente na legislação civil quando o CTN a ela 
fez referência, remetendo sua definição à lei civil. Quando da edição do CTN, estava em vigor 
o Código Civil de 1916, que definia o imóvel por natureza como "o solo com os seus acessórios 
e adjacências naturais compreendendo a superfície, as árvores e frutos pendentes, o espaço 
aéreo e o subsolo" (artigo 43, 1). O Código Civil de 2002, contudo, não define o que seria 
imóvel por natureza, abandonando a classificação antiga do Código Civil de 1916, o que faz 
com que se leve em consideração para efeitos tributários, ainda atualmente, o Código Civil de 
1916. 
 
1 PAULSEN, Leandro & MELO, José Eduardo Soares de. Impostos Federais, Estaduais e Municipais. 7a 
Edição. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2012. 
47 
 
 
Esse é o entendimento de Hugo de Brito Machado2: 
 
Em face do novo Código Civil - Lei n. 10.406. de 10.1.2002 -, suscita-se a questão de 
saber se a remissão feita pelo Código Tributário Nacional à lei civil, onde devem ser 
buscados os conceitos pertinentes aos bens imóveis, há de ser entendida como remissão 
à lei civil então vigente, ou à lei civil vigente na data da aplicação dos dispositivos do 
Código Tributário Nacional que albergam dita remissão. Entendo que os dispositivos 
da lei civil vigentes na data da edição do Código Tributário Nacional, aos quais este faz 
remissão, integraram-se em suas normas, que permanecem inalteradas em face da 
mudança havida na lei civil. (MACHADO, 2005, p. 344) 
 
 
 Desse modo, percebe-se que a propriedade das edificações, das benfeitorias e demais 
construções ou melhoramentos realizados pelo homem não se compreendem no fato gerador do 
ITR. 
 
A localização do imóvel também é fundamental para a definição do fato gerador do tributo. Os 
imóveis localizados na zona rural ensejarão a incidência do ITR. Essa zona rural é definida por 
exclusão da zona urbana dos municípios, que por sua vez deve ter requisitos mínimos previstos 
no artigo 32 do CTN: 
 
art. 32. O imposto, de competência dos Municípios, sobre a propriedade predial e 
territorial urbana tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de 
bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na 
zona urbana do Município. 
§ 1° Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei 
municipal; observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em 
pelo menos 2 (dois) dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público: 
I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais; 
II - abastecimento de água; 
III - sistema de esgotos sanitários; 
IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição 
domiciliar; 
V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima

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