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Aula 06 Pesquisa Clínica

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O que é Pesquisa Clínica?
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 “Qualquer investigação em seres humanos, objetivando descobrir ou verificar os efeitos farmacodinâmicos, farmacológicos, clínicos e/ou outros efeitos de produto(s) e/ou identificar reações adversas ao produto(s) em investigação com o objetivo de averiguar sua segurança e/ou eficácia."
Fonte: ANVISA
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Como tudo começou no mundo...
Médicos nazistas realizaram experimentos em
prisioneiros de campos de concentração entre
1939 e 1945.
• Os experimentos:
• Teste de altas altitudes
• Congelamento
• Testes em água do mar
• Métodos de esterilização
• Testes de gás mostarda e bombas
• Transplante de ossos e músculos
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CÓDIGO DE NÜREMBERG (1947)
O que estava errado?
• Sem consentimento informado. 
• Risco / benefício não justificado.
• Uso de sujeitos vulneráveis.
• Código de Nüremberg: Início da regulamentação
sobre Proteção de Seres Humanos.
													CONSENTIMENTO
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CÓDIGO DE NÜREMBERG (1947)
Dezembro de 1946:
23 médicos e administradores de instituições médicas alemãs foram indiciados no Tribunal de Crimes de Guerra e acusados de tortura sistemática, mutilação e morte de prisioneiros em experimentos.
Sentença do tribunal militar: condenou os experimentos como “crimes contra a humanidade”.
16 médicos foram aprisionados
7 médicos foram condenados a morte.
Agosto de 1947: Código de Nüremberg.
Bases dos atuais códigos de ética internacionais.
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CÓDIGO DE NÜREMBERG (1947)
O consentimento VOLUNTÁRIO é absolutamente essencial. 
A pessoa envolvida deve ter capacidade legal de dar o consentimento, deve ser capaz de exercer livre poder de escolha!!!
Deve ter conhecimento suficiente e compreensão para tomar uma decisão. 
O sujeito deve ser informado sobre:
A natureza, a duração, os objetivos da pesquisa, os métodos de condução, os riscos e inconvenientes esperados e os possíveis efeitos sobre sua saúde antes de consentir em participar.
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Outros erros graves ...
Estudo Tuskegee Radiação - 1940s e 50s Estudo comportamental Milgram 1963
Sífilis 1932-1970 Leite 					 (Yale, USA) “Obediência a Autoridade”
 
Willowbrook 1955 a 1970 Hospital Judaico de Doenças Crônicas 1963 USA
Retardo mental e hepatite Injeção de células neoplásicas (câncer de fígado) nos
 pacientes hospitalizados.
				 Talidomida: tratar náusea de gestantes, porém 
 nascimento de crianças com mal-formação dos 
 membros. A talidomida era teratogênica (década de 60).
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Declaração de Helsinki 1964
Marco ético internacional para a regulamentação de pesquisas envolvendo seres humanos;
Introduz o conceito de “Comitê de Ética Independente”.
Estudo baseado em princípios científicos amplamente reconhecidos.
Estabelecimento de um protocolo escrito.
Coordenado por investigadores qualificados
Termo de consentimento assinado pelos participantes.
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Guia de Boas Práticas Clínicas GCP - 1996
Objetivo: 
Padronizar termos e condutas para o desenho,condução e divulgação de estudos em seres humanos.
Garantir a ética nos procedimentos e a segurança dos sujeitos da pesquisa.
Facilitar os processos de registro de pesquisa nas regiões.
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12 PRINCÍPIOS BPC
1. Os ensaios clínicos devem ser conduzidos apenas se os benefícios antecipados para o indivíduo sujeito da pesquisa e para a sociedade ultrapassarem claramente os riscos envolvidos.
2. Embora o benefício dos resultados do ensaio clínico para a ciência e a sociedade sejam importantes e devem ser considerados, as considerações mais importantes são as relativas aos direitos, segurança e bem-estar dos sujeitos de pesquisa.
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3. Um ensaio clínico deve ser conduzido em consonância com o protocolo que recebeu aprovação/opinião favorável anteriormente por parte da comissão de revisão institucional (CRI)/comitê independente de ética (CEI).
4. A aprovação de ensaios clínicos depende de informações não-clínicas adequadas e, quando aplicável, de informações clínicas dos produtos em investigação. 
12 PRINCÍPIOS BPC
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12 PRINCÍPIOS BPC
5. Os ensaios clínicos devem ser cientificamente sólidos e descritos protocolos claros e detalhados.
6. Deve-se obter o consentimento informado dado livremente por cada sujeito antes da participação nos ensaios clínicos.
7. Médicos qualificados devem ser responsáveis pelo atendimento médico dos sujeitos da pesquisa, bem como para qualquer decisão médica tomada em seu nome.
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8. Esses profissionais devem ser qualificados adequadamente por meio de educação, treinamento e experiência para desempenhar suas tarefas relativas ao ensaio clínico e aos sujeitos da pesquisa.
9. O registro, o manuseio e o armazenamento de todas as informações do ensaio clínico devem ser apropriados para permitir o relato, a interpretação e a verificação precisos do ensaio.
10. A privacidade dos registros que poderiam identificar os sujeitos deve ser protegida, respeitando a privacidade e as regras de privacidade, em consonância com a(s) exigência(s) regulatória(s) aplicável(is).
12 PRINCÍPIOS BPC
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12 PRINCÍPIOS BPC
11. Os produtos em investigação devem ser manufaturados, manejados e armazenados de acordo com as boas práticas de fabricação (BPF) aplicáveis e devem ser usados em consonância com o protocolo aprovado.
12. Devem ser implementados sistemas com procedimentos que assegurem a qualidade de cada aspecto do ensaio clínico.
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E O BRASIL?
Possui instâncias regulatórias?
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA - MS)
Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT)
Ministério das Relações Exteriores
Receita Federal
Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP)
Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) (Institucional)
Instâncias institucionais (comitê científico, coordenação
 de pesquisa, etc)
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Como funciona 
a pesquisa clínica
hoje no mundo
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 Laboratórios e em animais de experimentação. 
 Objetivo principal: verificar como esta substância se comporta em um organismo.
 Mais de 90% das substâncias estudadas nesta fase, são eliminadas.
Tempo para desenvolvimento de um medicamento
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Tempo para desenvolvimento de um medicamento
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Fases da Pesquisa Clínica
Fase Clínica
É a fase de testes em seres humanos.
É composta por quatro fases sucessivas e somente depois de concluídas o medicamento poderá ser liberado para comercialização.
Fase I;
Fase II;
Fase III;
Fase IV.
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Fase I:
Avaliar a segurança do produto investigado. 
Pequenos grupos (10–30 pessoas), geralmente, de voluntários sadios.
Exceções na avaliação de medicamentos para câncer ou portadores de HIV-aids.
Se o produto se mostrar seguro, podemos passar para a Fase II.
Fases da Pesquisa Clínica
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Fase II:
Número maior de participantes (70 - 100). 
Avaliar a eficácia da medicação e obter informações mais detalhadas sobre a segurança (toxicidade). 
Somente se os resultados forem bons é que o medicamento será estudado sob forma de um estudo clínico fase III.
Fases da Pesquisa Clínica
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Fase III:
Número maior de pacientes, de 100 a 1.000.
O novo tratamento é comparado com o tratamento padrão existente (medicamento já existente).
Estudos randomizados: grupo controle (recebe o tratamento padrão) e o grupo investigacional (recebe a nova medicação). 
Algumas vezes, os estudos fase III são realizados para verificar se a combinação de dois medicamentos é melhor do que a utilização de um medicamento somente. 
Fases da Pesquisa Clínica
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Fases da Pesquisa Clínica
Fase IV:
Estes estudos são realizados para se confirmar que os resultados obtidos na fase anterior (fase III) são aplicáveis em uma grande parte da população doente. 
Nesta fase, o medicamento já foi aprovado para
ser comercializado. A vantagem dos estudos fase IV é que eles permitem acompanhar os efeitos dos medicamentos a longo prazo.
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Quem são os envolvidos na pesquisa clínica?
Pesquisador ou Investigador Principal
Sub-Investigador
Coordenador de pesquisa clínica.
Sujeito de Pesquisa
Patrocinador 
CRO
Monitor
Autoridades Regulatórias CEP – Comitê de ética e pesquisa;
CONEP - Comissão Nacional de Ética em Pesquisa
CENTRO 
DE 
PESQUISA
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BRASIL
ARGENTINA
CHILE
PERU
COLOMBIA
MÉXICO
CANADA
REINO UNIDO
FRANÇA
SUÉCIA
AUSTRÁLIA
6 Meses
4–4,5 Meses
3–4 Meses
4–4,5 Meses
3-4 Meses
3
 Meses
5 Meses
3
Meses
4
meses
3 Meses
ESTADOS UNIDOS
3–4 Meses
10-14 meses
1
ano
4-5 meses
4
meses
Prazos de Aprovação Regulatória no Mundo
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Passos da pesquisa clínica
Contato Inicial
Acordo de Confidencialidade
Resumo/Protocolo
Feasibility
Visita de Qualificação
Documentação regulatória - CEP - CONEP para aprovação
Contrato encaminhado ao jurídico e assinado por ambos
Visita de Iniciação
Recebimento do Produto investigacional (PI) e demais materiais
Recrutamento de Pacientes
Triagem – alguns exames.
Assinatura do termo de consentimento TCLE
Randomização
Consultas médicas (documento fonte) e acompanhamento (eventos adversos)
Encerramento do estudo – Arquivar doc. devolver medic.
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Estudos HP
2008 – 2012 Estudo de CA de pulmão.
Previsões para 2013:
CA de próstata;
CA de Linfoma;
Estudo da DOR em pacientes oncológicos.
Problema da Instituição:
Não ter dados de incidência de câncer!!!
 Bolsistas da FSG
 Início do RHC
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Objetivos futuros
Criação de estudos clínicos que venham de encontro a população brasileira, ou seja elaboração de protocolos clínicos específicos para nossa população.
Conhecer melhor os pacientes da instituição para direcionamento de pesquisas e programas de prevenção locais.
A colaboração de todos é sempre muito importante!!!!
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ACREDITAR QUE ISSO É POSSÍVEL
A saúde e a educação são direcionadores do desenvolvimento econômico e não uma consequência dele.
		 J. Sachs 
Porque eu sou do tamanho do que vejo
e não do tamanho da minha altura
Fernando Pessoa
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Estudo Tuskegee 1932-1970: Observação da história natural da sífilis não tratada.
• Inclusão de cerca de 600 negros norte-americanos
• Tratamento para “sangue ruim”.
• Os sujeitos não recebiam orientação sobre sífilis e risco de infectar outras pessoas.
Fernald expôs crianças a isótopos radioativos (leite)
• Era dito às crianças incluídas que elas estavam em um “clube de ciência”
• Eram dados privilégios especiais pela participação.
Estudo comportamental:
O pesquisador diz ao sujeito da pesquisa para fazer perguntas ao aluno e desencadear um choque elétrico quando a resposta for errada.
• O aluno dá respostas erradas deliberadamente e simula uma reação ao choque (dor ou catatonia).
• Seguindo as instruções do pesquisador o sujeito da pesquisa aumenta a intensidade dos choques mesmo que o aluno pareça catatônico e bastante machucado.
• Este estudo demonstrou que as pessoas são capazes de machucar outras através da obediência a uma figura de autoridade e foi repetido por outros pesquisadores entre 1961 e 1985 (Austrália, África do Sul e vários países europeus) – em alguns deles mais de 85% dos sujeitos administraram um “choque letal” ao aluno.
Willowbrook: Crianças com retardo mental recém admitidas na instituição eram infectadas com hepatite para estudo da história natural e os meios de transmissão da doença.
• Justificativa dos investigadores: as crianças iriam infectar-se de qualquer maneira, devido às condições sanitárias da instituição.
• Os pais concordavam para que as crianças conseguissem vaga no sanatório.
Fase l Avaliação inicial em humanos (20 a 100) Tolerância em voluntários saudáveis: 
Maior dose tolerável 
Menor dose efetiva 
Relação dose/efeito 
Duração do efeito 
Efeitos colaterais 
Farmacocinética no ser humano (metabolismo e biodisponibilidade) Fase I É o primeiro estudo em seres humanos em pequenos grupos de pessoas voluntárias, em geral sadias de um novo princípio ativo, ou nova formulação pesquisado geralmente em pessoas voluntárias. Estas pesquisas se propõem estabelecer uma evolução preliminar da segurança e do perfil farmacocinético e quando possível, um perfil farmacodinâmico. 
Fase ll (Estudo Terapêutico Piloto) Primeiros estudos controlados em pacientes, para demonstrar efetividade potencial da medicação (100 a 200)
Indicação da eficácia 
Confirmação da segurança 
Biodisponibilidade e bioequivalência de diferentes formulações 
(Estudo Terapêutico Piloto)
Os objetivos do Estudo Terapêutico Piloto visam demonstrar a atividade e estabelecer a segurança a curto prazo do princípio ativo, em pacientes afetados por uma determinada enfermidade ou condição patológica. As pesquisas realizam-se em um número limitado (pequeno) de pessoas e frequentemente são seguidas de um estudo de administração. Deve ser possível, também, estabelecer-se as relações dose-resposta, com o objetivo de obter sólidos antecedentes para a descrição de estudos terapêuticos ampliados.
Fase lll Estudos internacionais, de larga escala, em múltiplos centros, com diferentes populações de pacientes para demonstrar eficácia e segurança (população mínima aprox. 800)
Conhecimento do produto em doenças de expansão 
Estabelecimento do perfil terapêutico: 
Indicações 
Dose e via de administração 
Contra-indicações 
Efeitos colaterais 
Medidas de precaução 
Demonstração de vantagem terapêutica (ex: comparação com competidores) 
Farmacoeconomia e qualidade de vida 
Estratégia de publicação e comunicação (ex: congressos e workshops) 
Fase III
Estudo Terapêutico Ampliado
São estudos realizados em grandes e variados grupos de pacientes, com o objetivo de determinar:
o resultado do risco/benefício a curto e longo prazos das formulações do princípio ativo. 
de maneira global (geral) o valor terapêutico relativo. 
Exploram-se nesta fase o tipo e perfil das reações adversas mais frequentes, assim como características especiais do medicamento e/ou especialidade medicinal, por exemplo: interações clinicamente relevantes, principais fatores modificatórios do efeito tais como idade etc.
Fase IV Após aprovação para comercialização do produto
* Detectar eventos adversos pouco freqüentes ou não esperadas (vigilância pós-comercialização) * Estudos de suporte ao marketing * Estudos adicionais comparativos com produtos competidores * Novas formulações (palatabilidade, facilidade de ingestão) 
Fase IV
São pesquisas realizadas depois de comercializado o produto e/ou especialidade medicinal.
Estas pesquisas são executadas com base nas características com que foi autorizado o medicamento e/ou especialidade medicinal. Geralmente são estudos de vigilância pós-comercialização, para estabelecer o valor terapêutico, o surgimento de novas reações adversas e/ou confirmação da freqüência de surgimento das já conhecidas, e as estratégias de tratamento.
Nas pesquisas de fase IV devem-se seguir as mesmas normas éticas e científicas aplicadas às pesquisas de fases anteriores.

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