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CRIOTERAPIA Ft. Thais Bandouk Definição: Terapia com frio; Qualquer uso de gelo ou aplicação de frio para fins terapêuticos; Aplicação terapêutica de qualquer substância ao corpo que resulta na remoção de calor ( temperatura dos tecidos). CRIOTERAPIA É de suma importância no trauma agudo. Possui aplicações clínicas tanto na reabilitação como em outras áreas da medicina. Reabilitação: Controle da inflamação, dor e edema, Redução de espasticidade, Facilitação de movimento. Técnicas Aplicação de gelo / compressas; Massagem com gelo; Colocação de uma queimadura sob água fria corrente, Criocinética (frio + exercícios ativos); Crioalongamento (frio + alongamento); Banhos de água fria; Criocirurgia; Aplicação do gelo após cirurgias ortopédicas; Transplante de órgãos, Tratamento de pontos gatilhos. Categorias: 1. Atendimento imediato: prevenir lesões posteriores; minimizar as seqüelas (dor, edema, espasmo muscular). 2. Reabilitação: dor, espasmo muscular e edema permitindo a mobilização precoce. 3. Auxiliar cirúrgico: Antes, durante e após procedimentos cirúrgicos (diminuir o edema e a hipóxia secundária) 4. Criocirurgia: técnicas com uso de sonda de baixas temperaturas (destruição celular). 5. Outros: ex. - dessensibilização de injeções dolorosas, - cólicas menstruais - preservação de órgãos para transplante. TÉCNICAS DE CRIOTERAPIA ATENDIMENTO IMEDIATO REABILITAÇÃO AUXILIAR CIRURGICO CRIOCIRURGIA DIVERSAS Efeitos fisiológicos da temperatura; metabolismo; efeitos circulatórios (diminuição ou aumento); efeitos inflamatórios (diminuição ou aumento); da dor; do espasmo muscular; da rigidez tecidual Aplicação do frio: Compreender as respostas fisiopatológicas do organismo a uma lesão ou doença específica e as respostas fisiológicas do organismo à terapia. Inibe a liberação de histamina Diminui edema Diminui isquemia metabolismo Menor necessidade de O2 Limita a lesão por hipóxia secundária Evita isquemia Lesão Aplicação de frio Fluxo sg Vasos sanguíneos Hemorragia Coagulação Liberação de o2 as cels adjacentes Lesão hipóxica secundária Nervos Espasmo Dor Leucócitos liberados no tecido Resolução do hematoma Reparação do ferimento MM e tec conjuntivo Hematoma Resposta inflamatória Do fluxo sg Edema Inibição neural de força e ADM Respostas metabólicas: T. corporal leva a < quantidade de sangue aos órgãos; Resfriamento controlado dos tecidos resulta em da atividade respiratória das células, sem deprimir a função de tecidos essenciais; Hipotermia reduz a necessidade de energia celular; Hipóxia transforma metabolismo aeróbio em anaeróbio = acidose = morte celular. Quanto maior o resfriamento maior a do metabolismo Resposta vascular Vasoconstrição (controlar hemorragia inicial e limitar extensão da lesão); permeabilidade da membrana = redução do edema; Fluxo de sangue permanece por 20' após a aplicação; hemorragia e lesão por hipóxia secundária; Após a vasoconstrição normal ocorre uma volta do calibre ao tamanho normal; EFEITOS CIRCULATÓRIOS: - vasoconstrição após aplicação do gelo; - vasodilatação induzida pelo frio (VIF); (Dilatação = expansão de órgão, orifício ou vaso) (Reversão parcial da constrição) Ex. de constrição VIF = fluxo sanguíneo ??? Terapia: efeitos metabólicos e dor Respostas neuromusculares: - receptores de frio (transmissão nervosa para centros superiores); - fibra nervosa ( velocidade de transmissão em qualquer fibra); - número de receptores de frio – variável; - nociceptores polimodais = dor frente a diferentes estímulos (mecânicos, químicos, térmicos); - dor por baixas temperaturas Sensações cutâneas: - frio / dor / perda de tato / aquecimento Velocidade de condução de nervos sensitivos: - velocidade do impulso com a da temperatura; - quanto > a duração da exposição a T muito baixa, > a perda de função (lesão tecidual com T. tecido nervoso < 10° C); - Frio corrente da membrana nervosa ( período refratário), duração do potencial de ação e velocidade de transmissão do impulso; - Propriocepção = sensação de percepção do corpo e seu movimento; - Frio aferências cutâneas e sensibilidade dos fusos neuromusculares (propriocepção ???); - Propriocepção não é alterada em aplicações curtas; - Frio transporte axoplasmático (nutrientes ao longo do axônio) = dificuldade em utilizar o ATP, atividade enzimática; na velocidade de condução nervosa após 20` de aplicação de gelo. Teoria da comporta: os impulsos sensitivos de frio (neurônios do gânglio da raiz dorsal) chegam mais rapidamente e em > quantidade ao SNC do que os impulsos da dor (nervos periféricos). Velocidade de condução dos nervos motores: - velocidade de condução dos nervos motores periféricos (nervos periféricos superficiais X profundos); - limiar dos nervos ao estímulo ? - transmissão sináptica, impulsos bloqueados em diferentes T; - Alterações de força em todos os grupos musculares só ocorrem com resfriamento do músculo profundo abaixo de 15 à 18° C; - Agilidade não é alterada (tempo curto); - Resfriamento externo diminui reflexos monossinápticos ??. Teoria reflexa se baseia em: 1. respostas reflexas após crioterapia 2. reflexos tônicos de estiramento 3. atividade dos fusos musculares A ruptura do ciclo: DOR ESPASMO Relaxamento prolongado Espasmo muscular Reflexo de estiramento Entrada sensorial Aplicação de frio Anestesia Dor Os tecidos tornam-se menos elásticos e mais resistentes ao movimento. Resfriamento dos músculos, tecido conjuntivo e articulações normais = elasticidade / prejudica atividades finas; Tecido conjuntivo: extensibilidade com a da T; Risco de ruptura com o resfriamento; Rigidez muscular: causa mecânica ou neurológica A crioterapia em combinação com o alongamento, ajuda na redução do espasmo muscular, porém a tentativa de aumentar o comprimento de um músculo poderia resultar em lesão tecidual. Métodos de Aplicação de Frio: Compressas de Gelo: Máquina de produção de gelo MÉTODO DE APLICAÇÃO DO FRIO: 1. Compressas de gelo (ice packs – bolsas ou sacos de gelo): - gelo moído dentro de saco plástico; - retirar o excesso do ar; - fechar o saco; - compressa diretamente sobre a pele e presa com bandagem. 2. Compressas de gel frio: - bolsa de gel comercializada; - mantidas no freezer, porém não ficam sólidas; - risco de ulcerações com compressas; - não aplicar por mais de 30 minutos. 3. Compressas de cubo de gelo artificial: - gelo comercial (água e glicerina), com revestimento de nylon; - desenvolvido para transporte de medicamentos; - não escorre como o gelo; - flexibilidade / distribuição uniforme. 4. Bolsas químicas de gelo: - duas substânciasquímicas envoltas no saco de vinil (bolsa pequena e bolsa grande); - rompimento / reação química; - não substitui o gelo; - risco de rompimento / vazamento. Métodos de Aplicação de Frio: Turbilhão: Métodos de Aplicação de Frio: Imersão: 5. Imersão em gelo: recipiente com água e gelo; adequada: punhos; tornozelos, cotovelos, pés cuidado com queimaduras. 6. Turbilhão com água gelada: técnica de imersão; desconforto / doloroso em áreas grandes; - água gelada + turbilhonamento. Métodos de Aplicação de Frio: Criomassagem: 7. Massagem com gelo ou criomassagem: - massagem com um cubo de gelo; - colocar água num copo de papel ou plástico e um palito de sorvete; - movimento de vaivém paralelo à fibra muscular, na área comprometida; - 2 respostas fisiológicas: 1) fásica = resfriamento rápido sem atingir tecidos profundos; 2)ativa mecanorreceptores = leva a dormência com maior rapidez; - adequado para regiões que não podem ficar imersas – joelhos, quadris, ombro. Métodos de Aplicação de Frio: Máquinas de Frio: Métodos de Aplicação de Frio: Sprays Refrigerantes: Cloreto de etila e fluorometano 8. Aparelhos de frio: Cryo cuff (frio + compressão); recipiente com água constantemente resfriada, e quanto mais elevada estiver maior a compressão; Resfriador polar care: equipamento portátil como um isopor com uma válvula por onde sai água gelada; 9. Sprays: - cloreto de etila ou fluorometano – rápido evaporamento; - efeitos superficiais. TÉCNICAS ESPECÍFICAS DE CRIOTERAPIA 1. ICE (I = gelo (ice); C = compressão; E = elevação) RICES ( R = repouso; I = gelo; C = compressão; E = elevação; S = estabilização ) - Atendimento imediato de lesões agudas; - Gelo: edema; hemorragia; dor; metabolismo; lesão por hipóxia secundária; permeabilidade vascular e celular; - Compressão + Elevação no edema: pressão oncótica capilar e < pressão de filtração; - Estabilização: permitir que a musculatura que está em espasmo relaxe, quebrando ciclo dor – espasmo – dor. Procedimentos: - Avaliação adequada da lesão; - Aplicar logo após a lesão; - Ver contra-indicações; - Posicionar o paciente de forma adequada, elevar o membro 10 à 15 cm em acima do coração; - Explicar o procedimento; - Aplicar diretamente na pele; - Enfaixar com faixa elástica, compressão média; - Após 30 min, remover o gelo, manter a compressão e elevação; - Reaplicar gelo a cada 2 horas. Repouso: até analgesia; Gelo: intermitente nas primeiras 12 à 24 horas; Elevação: máximo de tempo possível (primeiras 24 horas); Compressão: constante, evitando edema; Estabilização: até ter função sem dor. OBS: muletas, tipóias Acompanhamento médico ! Vantagens: - < lesão tecidual; - menos edema e menos dor; - recurso barato. Desvantagens: - efeito do frio é melhor nos primeiros minutos e com o tempo. Indicações: - Lesões agudas, tratamento imediato. Contra indicações: - Hipersensibilidade ao frio. Precauções: - Tempo de aplicação; - Bolsas de gel. 2. Criocinética em entorse articular Definição: combinação sistemática de aplicações de frio para causar hipoestesia na área lesionada e de exercício ativo, graduado e progressivo; Efeitos: - Frio dor; - Exercício fluxo sanguíneo; - Exercício restabelece a função neuromuscular. Vantagens: - Permite realização mais rápida dos exercícios; - Retarda atrofia muscular; - Ação muscular reduz edema (ação de drenagem) - Progressão de acordo com a recuperação do paciente. Desvantagens: - Doloroso (uso do gelo). Indicações: - Entorses de tornozelo ** - Entorses de dedos, e entorses nos ombros. Contra – indicações: - Exercício que cause dor; - Hipersensibilidade. Precauções: - Critério é a dor; - Dor pode em 4 à 8 horas após o tratamento. Procedimentos: - Explicar o procedimento; - Anestesiar a região com criomassagem ou imersão, ou bolsa de gelo; - Anestesia demora de 12 a 20 minutos, e dura de 2 a 3 minutos (realizar o exercício); - Capa de proteção de dedos (evitar dor desnecessária); - Exercício ativo, progressivo em intensidade e complexidade e livre de dor; - Quando a hipoestesia reaplicar o gelo de 3 a 5 minutos; - Exercícios simples exercício complexo. - Crie sua própria seqüência de exercícios. 3. Crioalongamento para alívio de espasmo muscular agudo: Definição: associação de 3 técnicas para reduzir o espasmo, aplicação de frio, alongamento estático e técnica de contrair-relaxa da facilitação neuro muscular proprioceptiva (FNP) Objetivo: - Diminuir espasmo muscular, estiramentos, flexibilidade muscular após imobilização prolongada. Efeitos: - Gelo dor e espasmo; - Alongamento estático espasmo muscular; - Relaxamento é maior após uma contração máxima. Vantagens: - Combinação de 3 técnicas; - Gelo é barato. Desvantagens: já citadas Indicações: - Qualquer músculo com espasmo muscular residual; - Distensão muscular; - imobilização prolongada. Contra – indicações: já citadas Precauções: - Critério é a dor; - da dor após 4 a 8 horas; - Exercício gradual. Procedimentos: - Aplicar o gelo até anestesiar (12 à 20 min); - Ensinar o indivíduo a fazer contração isométrica no membro contralateral; - Terapeuta inicia o alongamento (manter por 20 segundos), antes da dor, e pede-se ao paciente que ele faça a contração isométrica lentamente como treinado da outra perna e pede que ele mantenha por 5 segundos; - Pedir que ele relaxe lentamente, terapeuta alonga um pouco mais, até o limite da dor, por 10 segundos; - Pedir nova contração isométrica por 5 segundos, pede para ele relaxar e alonga por 10 segundos; - Após as 2 repetições deixar o membro em repouso por 20 segundos; - Reaplicar o gelo por 10 a 12 minutos; - Realizar esta técnica de 2 a 3 vezes por dia; - Após 2 a 3 dias associar criocinética, iniciando com crioalongamento. 4. Utilização do gelo em Neurologia: Procedimentos: - Facilitação músculo agonista: aplicar a criomassagem no músculo que se quer a contração, na direção do movimento, de distal para proximal ao longo do tendão e ventre muscular; - Para inibição do músculo antagonista: colocar toalha gela da sobre o músculo espástico durante 5 a 10 minutos. PRECAUÇÕES / CONTRA - INDICAÇÕES ULCERAÇÕES PRODUZIDAS PELO FRIO = FROSTBITE Congelamento superficial de tecido (profunda / superficial) 1 hora não leva a ulcerações Ulceração incipiente pelo frio ou inicial pelo frio: Sintomas antes do congelamento da pele; Pele esbranquiçada, sensação de latejamento ou ardor; Reversível com o reaquecimento Ulceração superficial pelo frio: Congelamento da pele e tecidos subcutâneos; Descamação da camada superficial da epiderme; Região dormente, ardor, coceira forte, com ou sem bolhas Ulceração profunda pelo frio: Congelamento dos vasos sanguíneos e músculos, pele e tecidos subcutâneos; Sintomas mais graves que a superficial, com dor aguda, podendo ter perda permanente de tecido e necrose Ulceração pelo frio depende: Duração daaplicação; Área do corpo; Temperatura; Método utilizado OBS: Caso ocorra formação de bolhas, somente proteger o local. PARALISIA NERVOSA RELACIONADA A PRESSÃO: Uso de bandagens elásticas e compressas frias em indivíduos magros e em áreas corpóreas com maior exposição superficial dos nervos deve ser evitada ( ex: cotovelo e joelho ); Bandagens + Gelo = fluxo de sangue e isquemia do nervo (?) Tecidos Superficiais: Início: abrupta da Temperatura gradual Estabilidade Após: da Temperatura Obs. Ex.ColPacs X banho de imersão Tecidos Profundos: Início: da Temperatura após minutos Redução gradual e < magnitude ( várias camadas de tecido ) A temperatura do tecido continua a abaixar (duração depende da profundidade) Tecidos adjacentes – perda de T ( < quantidade )
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