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Questões segunda prova de sociologia

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2ºProva FUNDAMENTOS DE SOCIOLOGIA
Prof. Victor Rodrigues
1) Quais os principais aspectos da teoria de Weber sobre a burocracia? 
R: Todas as organizações de larga escala tendem a ser burocráticas por natureza. O termo “burocrata” faz aplicado apenas aos funcionários públicos do governo, porém foi gradualmente entendido, referindo-se às grandes organizações de um modo geral.
 China Imperial, citada como exemplo, de funcionalismo tradicional de burocracia que era responsável pelos assuntos do governo. Weber construiu um tipo ideal de burocracia e listou algumas características particulares:
Hierarquia definida pela autoridade – Burocracia = pirâmide (cargos de maior autoridade no topo)
Regras escritas regem a conduta – Alta posição da repartição, maior a tendência das regras abrangerem uma ampla variedade de casos e exigem flexibilidade na interpretação.
Funcionários em tempo integral e assalariados – Cada cargo atribui-se um salário definido e fixo. 
Separação tarefa do funcionário e sua vida externa – Vida doméstica é diferente de atividade trabalhista.
Nenhum membro da organização possui os recursos materiais utilizados no trabalho – Os funcionários não são donos dos escritórios ou dos seus componentes (mesa, maquinário, etc.)
Quanto mais uma organização se aproxima do tipo ideal de burocracia, mais eficaz ela se tornaria na busca de seus objetivos. 
2) Com base nas teorias sobre relações raciais e étnicas, e na composição social/racial da sociedade brasileira, disserte sobre ações afirmativas;
A teoria ecológica de Robert Park concentra-se na luta por território e divide em cinco estágios distintos do surgimento e resolução dos problemas raciais e étnicos: Invasão: um grupo étnico tenta ocupar o território de outro(país ou bairro). 
Resistência: o grupo que instalado resiste ao grupo que chega, pode usar meios legais ou violentos.
Competição: se não há a expulsão os dois grupos disputam por recursos(moradia, comida, água)
Acomodação e cooperação: com o passar do tempo se estabelece um acordo entre as partes que pode consisti em segregação, divisão e compartilhamento. (dividir-se quanto a visões políticas, segregar-se em igrejas e compartilhar espaços públicos)
Assimilação: grupo minoritário mistura-se com o majoritário, e finalmente há a fusão dos grupos étnicos.
A população brasileira é altamente mistificada, houve a mistura do índio que já se encontrava aqui, com o europeu “colonizador” e o negro trazido para mão de obra escrava. Porém a escravidão acarretou forte desigualdade social, econômica e cultural dos remanescentes dela. Os negros foram escanteados como plebe rural e urbana, e são obrigados a habitar em favelas e consequentemente não terem acesso aos mesmos recursos que os brancos. E como reflexos atuais, percebemos grande número dos negros e pardos como a população mais pobre. Desse modo, com o objetivo de eliminar desigualdades historicamente acumuladas, garantindo a igualdade de oportunidades e tratamento, bem como de compensar perdas provocadas pela discriminação e marginalização, decorrentes de motivos raciais, étnicos, religiosos, de gênero e outros, as ações afirmativas surgem para que essas pessoas se afirmem coletivamente como raça e garantam seu espaço na sociedade. 
3) Com base nas perspectivas teóricas sobre gênero (teorias de gênero), comente a seguinte afirmativa : " Não se nasce mulher, torna-se mulher" (Simone de Beauvouir).
Questão 3
R: As abordagens acerca das teorias de gênero são basicamente ligados a questão biológica, onde o sistema reprodutor masculino e feminino determinam o gênero do indivíduo, depois deste temos as questões acerca da socialização e de como o indivíduo se vê, a sociedade impõe um conjunto de regras que determinam o comportamento masculino e feminino, como a força do homem e a fragilidade da mulher, por exemplo, mas outro fator determinante é como o indivíduo se enxerga e como ele pretende ser reconhecido pela sociedade. 
De acordo com a frase de Simone de Beaouvouir “Não se nasce mulher, se torna mulher”, podemos ver claramente a presença das etapas de socialização impostas pela sociedade e nesse processo como ela será reconhecida perante todos.
4) Estabeleça diferenças entre ações coletivas e movimentos sociais. Como este se relaciona com a cidadania?
R: Quando as pessoas se engajam em ações coletivas, elas agem em conjuntos a fim de gerar ou resistir a mudanças sociais, políticas e econômicas. Algumas formas de ação coletiva são “usuais” e outros, “não usuais”. Os primeiros são normalmente não-violentas e servem padrões estabelecidos de comportamento em estruturas sociais burocráticas. Por exemplo, quando um grupo de pessoas forma uma associação de moradores para reivindicar a urbanização de seu bairro, quando os trabalhadores sem-terra fazem lobby ou organizam uma passeata pela reforma agrária no Brasil ou quando uma categoria profissional decide formar um sindicato, eles estão se engajando em formas usuais e ação coletiva algumas vezes, entretanto, as “convenções” deixam de criar a ação social e as pessoas transcendem, abandonam ou subvertem os padrões e as estruturas institucionais estabelecidas. 
Nessas ocasiões, as pessoas se engajam em ações coletivas não–usuais, que são com frequência breves e, algumas vezes, violentas. Elas podem, por exemplo, formar grupos de linchamentos e se engajar em revoltas. Já os movimentos sociais, são tentativas coletivas, de longa duração e em geral burocraticamente organizadas, de mudar total ou parcialmente a ordem social (ou de resistir à mudança). Isso é alcançado por meio de petições, greves, passeatas e pelo estabelecimento e lobbys, associações e partidos políticos. A história dos movimentos sociais é a história das tentativas de grupos desprivilegiados de ampliar os direitos de cidadania de seus membros e aumentar o escopo dos protestos do nível local para o nível nacional e global. 
5) Disserte sobre as diferenças entre as teorias da estratificação de Karl Marx e Max Weber.
Atualmente, a definição de teorias da estratificação seriam o processo de diferenciação das camadas sociais que compõe uma sociedade, agrupadas a partir de suas relações e valores culturais. Marx e Weber propuseram suas teorias da estratificação da seguinte maneira: Marx afirma dois pontos em sua teoria, sendo a primeira, que a classe de uma pessoa é determinada pela fonte de sua renda, ou usando os termos do próprio Marx, pela sua “relação com os meios de produção”. Por exemplo, a burguesia possui os meios de produção (o que inclui fábricas, ferramentas, terras) e estão numa posição onde para eles é fácil obter lucro. Em contraste, a classe operária (proletariado) desempenha o trabalho físico, mas não possui os meios de produção, ou seja, estão numa posição de receber salário. O segundo ponto, é que a teoria reconhece a existência de mais de duas classes em qualquer sociedade, pois dentre os burgueses por exemplo, Marx observou os pequenos burgueses, uma classe capitalista de pequena escala que possui os meios de produção, mas emprega somente alguns trabalhadores e essa situação fazia com que eles próprios tivessem de desempenhar algum trabalho físico. De uma teoria muito diferente da de Marx, Weber desenvolveu uma teoria onde percebia as classes como sendo categorias econômicas, entretanto ele não achava que um único critério determinasse a posição de classe. A mesma é determinada pela “situação de mercado”, ou seja, bens materiais, o nível de educação e o grau de habilidade técnica. Assim Weber definiu quatro classes principais: grandes proprietários, pequenos proprietários, empregados sem propriedade, mas educados e bem pagos, e trabalhadores manuais não proprietários. Outro ponto importante de sua teoria é que ele amplia a visão de Marx e reconhece dois grupos que tem relações diretas com a estratificação que seriam grupos de status (onde se diferem no prestígio ou na honra social) e os grupos de partidos (não são apenas grupos políticos, mas organizações que procuram imporsua vontade aos outros).
6) Estabeleça conexões entre desenvolvimento sustentável e crise ecológica.
A crise ecológica se deu através do boom do crescimento populacional e a industrialização iniciada na modernidade. Para alimentar essa nova sociedade urbana que não parava de crescer era necessário produzir mais alimento e explorar ainda mais florestas para construção de mais áreas de cultivo e criação de animais. Nesse contexto, Thomas Malthus surge fazendo previsões pessimistas quanto a esses dados: ele estima que a população cresce em progressão geométrica enquanto a produção de alimentos cresce em produção aritmética, logo, a fome seria um dos principais grandes problemas que seriam enfrentados nos próximos anos. A revolução da máquina à vapor desencadeou um processo de exploração ambiental bem como uma poluição a natureza circundante: dejetos depositados nos rios, emissão de gases na atmosfera, exploração da floresta para fornecimento de carvão. A população que não mais vivia no campo, agora se acumulava em centros urbanos com crescimento desordenado em volta das fábricas que trabalhava. 
Por muito tempo, considerou-se que o progresso industrial, da ciência e tecnologia só seria possível devastando e se apropriando dos recursos da natureza. Deste modo, a inevitabilidade da exploração fez com que a terra sofresse sanções irreparáveis. Entretanto, felizmente a visão de que é possível progresso consumindo o mínimo de recurso de forma consciente ganhou espaço e o desenvolvimento sustentável é o hoje a chave para um futuro seguro para os recursos e as pessoas que virão.

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