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Resumo dos cinco ciclos econômicos no Brasil

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Resumo 
 
Resumo dos ciclos econômicos no Brasil: desde o 
Pau-brasil Até a Indústria. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Autor: Enio Amorim 
 
 . 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 São Paulo 
 2014 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resumo dos ciclos econômicos no Brasil: desde o 
Pau-brasil até a Indústria. 
 Enio Amorim. Estudante de Ciências Econômicas e Ciência Política. 
 A parte ainda mais resumida está em meu blog: http://enioamorim.webnode.com 
A ideia: 
 Este resumo foi elaborado não para deixá-lo expert no assunto, mas para 
auxiliá-lo em uma situação de extrema emergência. 
 Para sua elaboração foram consultadas diversas fontes de reputação 
respeitada. As fontes estão no final. 
Reprodução: 
 Este resumo pode sim ser reproduzido, somente lhes peço para citar as fontes e 
o autor. 
 
 
 
 
Ano: 2015 
 
 
 
 
 Exploração do Pau-brasil 
 
 Vamos conhecer um pouco sobre a árvore Pau-brasil antes de saber sobre 
sua influência econômica no Brasil? 
 
 Fonte: site Arvores de São Paulo 
 
 Várias eram as suas utilidades - os Índios a usavam na produção de seus arcos 
e flechas e na pintura de enfeites, antes mesmo dos portugueses chegarem aqui. A 
árvore, que tinha uma essência corante, extraída da madeira, já era utilizada no 
tingimento de tecidos e na produção de tintas para desenho e pintura – era o que 
poderia render lucros e dividendos à Coroa. Portugal, que antes adquiria está 
substância por intermédio dos mercadores que vinham do Oriente, então, 
visualizando um futuro promissor pela frente, tornou a exploração do Pau-Brasil 
posse exclusiva da Coroa. 
 
 
A exploração 
 
 
Fonte: globo.com 
 A exploração da árvore do Pau-brasil veio a ser a primeira atividade econômica 
empreendida pelos portugueses em território brasileiro. Sua extração foi fácil, pois o 
Pau-brasil estava localizado em florestas do litoral e havia um intercâmbio 
permanente com os Índios, que trabalhavam e conduziam as toras em troca de 
mercadorias europeias banais, tais como facões, machados, espelhos, panos, entre 
outras coisas. 
 O Pau-brasil só poderia ser retirado de nossas matas se houvesse uma 
autorização preliminar da Coroa Portuguesa e o acerto das taxas era estipulado pela 
coroa. O primeiro a usufruir dessa concessão, em 1501, foi Fernando de Noronha, o 
qual tinha como sócios vários comerciantes judeus, porém, em troca desta 
permissão, tinham por obrigação enviar embarcações para a nova terra. 
 Era proibido aos colonos explorar ou queimar a madeira corante. Os espanhóis, 
por apreço ao que dizia o Tratado de Tordesilhas, retiraram-se do litoral brasileiro, 
ao contrário dos piratas franceses que, ignorando tal tratado, passaram a extrair a 
madeira ilicitamente, inclusive lançando fogo na parte inferior do tronco, causando 
muitos incêndios, o que veio a provocar sérios prejuízos à mata. O fim do ciclo 
econômico do Pau-brasil ocorreu no século 16, pela enorme carência da espécie 
nas matas e pela descoberta de um corante não natural correlativo. 
 No ano de 1530, em alguns locais litorâneos, o pau-brasil já é insuficiente, 
apesar do Brasil ter mantido a exportação da madeira até o início do século XIX. Do 
início de seu tráfico restaram somente 3% de Floresta Atlântica e, por consequência, 
convivemos até hoje com o desmatamento indiscriminado que coloca em perigo 
nossa biodiversidade. 
 
Curiosidades 
 
- O Pau-brasil era considerado extinto, quando em 1928 verificou-se a existência de 
uma árvore de pau-brasil em um lugar denominado Engenho São Bento, hoje 
Estação Ecológica da Tapacurá, pertencente à Universidade Federal Rural de 
Pernambuco (UFRP). 
 Atualmente, a espécie está tão ameaçada, assim como, diversas outras que 
povoam a Mata Atlântica. Para que a árvore do pau-brasil, tão importante para a 
nossa história, não se torne desconhecida, o Jardim Botânico de São Paulo 
implantou, em 1979, um “bosque de pau-brasil”, na intenção de preservá-lo para que 
mais brasileiros conheçam está espécie. 
 
Localidade 
- O pau-brasil foi encontrado na costa litorânea do Brasil entre o Maranhão e São 
Vicente (hoje Santos); 
- A exploração do pau-brasil aconteceu de 1500 a 1530. 
 
Exploração (mão de obra) 
- Os portugueses não colonizaram o Brasil nessa época: vinham apenas para: vigiar 
o litoral de possíveis invasões (francesas, holandesas e espanholas); 
- O enfrentamento entre portugueses e Índios: resistiram á ocupação de suas terras; 
atacaram os povoados portugueses; fugiram para o interior do Brasil; extermínio de 
muitas tribos; escravidão dos que sobraram. 
 
Fim do ciclo 
- Perda do monopólio do comércio das especiarias orientais para os holandeses e 
espanhóis; 
- Interesse no açúcar da cana pelos europeus 
 
Consequências 
- Foi o primeiro desastre ecológico ocorrido em nossa terra; 
- Populações nativas foram drasticamente dizimadas; 
- Outras submetidas ao cativeiro. 
 
Descoberta 
- O famoso Américo Vespúcio, que viajou como piloto com espanhóis e portugueses, 
e que nos deu com suas cartas a primeira descrição do novo mundo, escreverá a 
respeito: “Pode-se dizer que não encontramos nada de proveito". 
 
Fonte: www.revistadehistoria.com.br 
- Pela larga parte da costa brasileira a espécie vegetal semelhante, o Pau-brasil, já 
era conhecida no Oriente. 
- Indiretamente a exploração do Pau-brasil deu origem para alguns estabelecimentos 
coloniais, mas, mesmo assim, a exploração não serviu em nada nem para fixar um 
núcleo de povoamento no país. 
- Foi rápida a decadência da exploração do Pau-brasil, e o negócio perdeu interesse. 
 
 Ciclo da Cana-de-açúcar 
 
 
Fonte: blogspot seguindo passos historia 
 
Motivos da exploração 
- A existência no Brasil do solo de massapê, favorável para o cultivo da Cana-de-
açúcar 
- O cultivo da Cana-de-açúcar deu-se pela necessidade imperativa de colonizar e 
explorar um território 
- Um produto muito bem cotado no comércio europeu 
- Destinado unicamente à exportação e capaz de gerar valiosíssimos lucros. 
- Iria se transformando no alicerce econômico da colonização portuguesa no Brasil 
entre os séculos XVI e XVII. 
Origem 
 
 As primeiras mudas foram trazidas da Ilha da Madeira por Martim Afonso de 
Souza, responsável pela instalação do primeiro engenho em São Vicente, no ano de 
1533. Em seguida, muitos outras proliferaram- se pela costa brasileira. O Nordeste, 
principalmente, o litoral pernambucano e baiano, absorveu a maior parte da 
produção açucareira da colônia. 
 A maior contribuição dos engenhos foi estar em um ponto bastante 
privilegiado, facilitando o escoamento e agilizando a chegada do produto 
aos mercados consumidores. 
Período do ciclo 
 O ciclo é de aproximadamente 150 anos. De 1530 a 1690. 
Únicas cidades a prosperarem 
 São Vicenti e Pernanbuco. 
 
Exigência para o plantio da cana: 
- Latifúndio (muita terra); 
- Solo e clima favoráveis; 
- Mão de obra barata; 
- Dinheiro para investir; 
- Produção voltada para o mercado externo. 
 
Etapas da produção: 
1º A cana é cortada, 
2º depois é moída (vira garapa), 
3º O caldo é fervido em enormes tachos, 
4º Virao melado, 
5º O melado é colocado em formas de barro, 
6º Espera-se para apurar, 
7º Separa-se o açúcar mascavo, da parte grossa e da parte fina, 
8º O açúcar fino (parte fina) é ensacado e vendido para a Holanda para refinar. 
 
Fonte: qieducacao e governo do Rio 
Local da plantação 
 A cana foi plantada do Maranhão até Laguna (SC), do litoral até a Linha do 
Tratado de Tordesilhas. Em faixas de terras, chamadas de Capitanias Hereditárias. 
 
Fonte: colonizaçãoportuguesa.blogspot.com 
 
Os Engenhos 
 O posto mais elevado da sociedade açucareira cabia ao senhor de engenho, o 
proprietário dos complexos agroexportadores. O senhor de engenho desfrutava de 
admirável status social. Os engenhos eram formados por amplas propriedades de 
terras ganhas através da cessão de sesmarias – lotes cedidos pela Coroa 
portuguesa a quem se comprometesse a aproveitá-los para o cultivo. 
 
As localidades de acomodações 
- O senhor e sua família moravam na casa-grande, local onde ele desempenhava 
sua autoridade, cumprindo seu papel de patriarca. 
- Os negros escravos viviam nas senzalas, alojamentos nos quais conviviam 
cruelmente, tratados como animais expostos aos mais violentos castigos. 
- Havia também a capela, local sagrado no qual aconteciam as mais belas 
sagrações religiosas; nas horas vagas ela exercia o papel de centro social, onde os 
homens livres do engenho e das circunvizinhanças se reuniam. 
- No engenho ficava ainda a moenda, onde a Cana-de-açúcar era moída. 
 
O papel da mulher 
 À mulher cabia o papel de administrar seu lar, devendo conservar-se recolhida 
fiscalizando o trabalho dos escravos domésticos. 
 
Os escravos 
 O serviço escravo, realizado nas lavouras canavieiras, era supervisionado 
pelos feitores, que tinham a tarefa de vigiar os escravos e lhes aplicar punições que 
iam desde a palmatória até o tronco, no qual muitas vezes eram chicoteados até 
sangrar ou então permaneciam amarrados durante dias a pão e água. 
 Outros trabalhadores livres também trabalhavam no engenho: iam de 
barqueiros, canoeiros até pedreiros que, além de cuidarem do cultivo da cana, 
também dedicavam-se às pequenas roças de milho, mandioca ou feijão, atividades 
que auxiliavam na subsistência, garantindo alimentação para a casa grande, senzala 
e assalariados livres. 
 No Brasil, a escravidão teve início com a produção de açúcar na primeira metade 
do século XVI; 
 Os comerciantes de escravos portugueses vendiam os africanos como se 
fossem mercadorias aqui no Brasil. Os mais saudáveis chegavam a valer o dobro 
daqueles mais fracos ou velhos. 
As Invasões Holandesas e a queda da economia açucareira 
 
Fonte: historiabrasileira.com 
 A prosperidade da produção açucareira no Brasil chamou a atenção 
dos holandeses que, em 1630, invadiram Pernambuco, maior produtor de 
açúcar da época. Os flamengos passaram então a trabalhar no local, 
adquirindo a experiência necessária do cultivo da Cana-de-açúcar para, 
após sua expulsão, poderem utilizar este aprendizado, e foi o que 
aconteceu. Após a expulsão, foram para as Antilhas, onde prosseguiram 
com a cultura do açúcar, passando a ser durante os séculos XVII e XVIII, 
concorrentes do Brasil no abastecimento do mercado europeu. 
 Já no século XVIII a Holanda supera-se na construção de uma 
indústria açucareira e no abastecimento do mercado europeu, e faz com 
que o Brasil perca o monopólio do açúcar, quebrando o quadro político-
econômico vigente na época. 
 O século XVIII põe fim ao ciclo da Cana-de-açúcar no Brasil, abrindo 
novos caminhos para uma nova etapa, um novo período, que na história 
ficou conhecido como o ciclo do ouro. 
 
Origem e características da atividade econômica 
- Necessidade de encontrar uma atividade econômica que proporcionasse lucros à 
metrópole portuguesa. 
- Açúcar: produto de origem indiana muito apreciado e valioso no mercado europeu. 
- Plantation tropical do açúcar: monocultura voltada à exportação, trabalho escravo e 
latifúndio. 
 A civilização do açúcar 
 
Fonte: Apogeu pré-vestibulares 
 
Outras atividades econômicas da época 
- gado: couro, carne, leite, pecuária e trabalho livre. 
- fumo: troca por escravos na África. 
- drogas do sertão: produtos extraídos da floresta amazônica com 
relativo valor na Europa, como por exemplo, guaraná, salsa e 
corante. 
Mapa econômico do Brasil século XVII 
 
Fonte: geocities.ws 
 Transporte 
 Os escravos vinham amontoados, em condições desumanas, muitos morriam 
antes de chegar. 
 
Fonte: UFMG 
Justificativas para explorar os africanos 
- O Índio era preguiçoso; 
- Os negros seriam convertidos à fé cristã alcançando a salvação; 
 
Engenhos 
Unidade produtiva do açúcar: casa grande, senzala, moinho, lavoura de cana- 
-de- açúcar, capela. 
 
Fonte: historia de São Paulo 
Início da agricultura 
 
Fonte: guiadoestudante 
Cronologia: 
 
1532: A Cana-de-açúcar, em São Vicente, é a 1ª cultura importada. 
 
1890: O café toma o lugar da cana e o país começa a importar mão de obra 
 
1935: O governo assume o combate à saúva (formiga que cortam as folham, para 
fazer seus ninhos, dando origem a uma praga) como prioridade nacional. 
 
Anos 60: A soja começou a ser plantada no sul do país. Hoje transformou-se na 
rainha do cerrado 
 
Anos 80: o semiárido nordestino parecia condenado. Hoje, nascem ali plantas de 
clima frio, como maçãs e uvas para vinho. 
 
 
Na colônia portuguesa 
 Ninguém interessava- se pelo Brasil. A não ser os traficantes e esses já 
começavam a abandonar, pois o projeto já estava em declínio. 
 Todas as atenções de Portugal estavam voltadas para o Oriente Médio, pois o 
comércio, neste momento estava em ascensão. 
 Assim que Portugal estabeleceu sua atenção na colônia, eles fizeram o seguinte 
plano: divide-se a costa brasileira em doze setores lineares. Estes setores 
chamavam Capitanias e serão doadas á titulares que gozarão de grandes regalias e 
poderes soberanos, cabendo-lhes: nomear autoridades administrativas e juízes em 
seus respectivos territórios receber taxa e impostos. 
 Donatários das capitanias arcariam com todas as despesas de transportes e 
estabelecimentos de povoadores. 
 Os Donatários não tinham grandes recursos próprios, eles levantavam fundos 
tanto em Portugal como na Holanda. 
 Quem eram os Donatários? Os donatários eram fidalgos leais ao rei de Portugal 
e membros da alta aristocracia, que receberam da coroa portuguesa extensos lotes 
de terra no Brasil Colonial. 
 A cultura da Cana-de-açúcar somente prestava, economicamente, ás grande 
plantações. Para pequenos proprietários não era viável. 
 Portugal não contava com uma população abastada em sua colônia. 
 Os colonizadores recorreram, primeiramente, ao trabalho dos indígenas. Estes já 
tinham iniciado a tarefa no período anterior da extração do Pau-brasil. O interesse 
dos Índios pelos objetos insignificantes que era usado como pagamento pelo serviço 
torna-se agora aos poucos mais exigente e as margens de lucro do negócio foram 
reduzindo. 
 Aos poucos se foi necessário obrigá-lo ao trabalho forçado e mantê-lo sob vigília. 
Além da resistência que os indígenas ofereciam ao trabalho mostravam-se pouco 
eficiente, pouca resistência física. O processo de substituição do Índio pelo negro só 
ocorreu no fim da era colonial. Contra o escravo negro havia uma grande 
divergência, devido ao seu custo. 
 Além do açúcar, embora em escala relativamente pequena, começava-se a 
cultivar tambémo tabaco. Planta indígena. O tabaco era usado para adquirir os 
escravos através do escambo na costa da África. 
 O rápido desenvolvimento da indústria açucareira, apesar das enormes 
dificuldades do meio físico e do custo com transporte, houve grande esforço por 
parte do governo português nesse setor. 
 As maiores dificuldades encontradas na etapa inicial vieram da escassez de mão 
de obra. O aproveitamento do escravo indígena resultou em mão de obra desejada 
pelas empresas agrícola de grande porte. A escravidão demonstrou ser, desde o 
primeiro momento, uma condição de sobrevivência para os colonos europeus da 
época, 
 A captura de escravos não chegou a ser uma atividade econômica capaz de 
justificar a existência dos colonos de São Vicente. A captura de escravo indígena 
põe em evidência a importância da mão de obra nativa na etapa inicial. Superada as 
dificuldades a colônia açucareira desenvolveu- se rápido. 
 A renda que se gerava na colônia era fortemente concentrada em mãos da 
classe de proprietário de engenho. Os gastos com consumo aumentaram muito na 
época holandesa, pela necessidade de manter a tropa (escravo) numerosa e em 
razão da administração do período de Nassau (1637- 1644). 
 
Fluxo de renda 
 O fluxo de renda se estabelecia entre a unidade produtiva e o exterior. 
 Grande parte dos gastos com consumo do empresário era pela utilização da 
força de trabalho. 
Proteção da colônia 
 Era necessário assegurar recursos para manter a defesa da colônia e 
intensificar a exploração de outras regiões, pois havia surgido um mercado 
alternativo para outras atividades econômicas. 
 O elevado negócio com o açúcar fez surgir, em tempo relativamente curto, um 
mercado completamente novo, mas a economia açucareira constituía um mercado 
de dimensões relativamente grande. 
Contração econômica 
 Baixaram os preços do açúcar provocado pela perda do monopólio. 
 Os solos do Maranhão não eram de boa qualidade, porém não foi só esse o 
problema, somou-se a isso a desorganização do mercado do açúcar, fumo e outros 
produtos tropicais na metade do século XVII. 
 A falta de qualquer atividade comercial obrigava a família a suprir suas 
necessidades em qualquer atividade, sendo assim, a caça ao Índio se tornou uma 
condição de sobrevivência. 
 
 
 Ciclo da mineração na colônia 
 
Período de exploração 
 
 Desde o final do século XVI até por volta do século XVIII. 
 A exportação de ouro cresceu em toda a primeira metade do século e alcançou seu 
ponto máximo em torno de 1780. 
 Em São Vicente, já era conhecido uma escassa exploração mineral, que em 
razão da baixa rentabilidade, foi rapidamente abandonada. Somente no século XVIII 
é que a mineração realmente passou a dominar o cenário colonial, intensificando a 
vida urbana na colônia, além de ter promovido uma sociedade menos aristocrática. 
 
 o mapa foi tirado do livro Nova História Crítica do Brasil de Mário Schmidt da editora Nova Geração 
 
 
Locais da exploração 
 A extração de ouro e diamante era feito nas regiões de Goiás, Mato Grosso e, 
principalmente, Minas Gerais. Atingiu o apogeu entre os anos de 1750 e 1770, 
justamente no período em que a Inglaterra industrializava- se e consolidava- se 
como uma potência hegemônica, exercendo uma influência econômica cada vez 
maior sobre Portugal. 
 
 
Tratado de Methuem 
 Inglaterra e Portugal enfrentavam enormes dificuldades econômicas e 
financeiras com a perda de seus domínios no Oriente e na África, após 60 anos de 
domínio. 
 
 
Vários tratados que comprovam a crescente dependência portuguesa em relação à 
Inglaterra, destaca-se o Tratado de Methuem (Panos e Vinhos) de 1703, pelo qual 
Portugal é obrigado a adquirir os tecidos da Inglaterra e a Inglaterra, os vinhos 
portugueses. Para Portugal, esse acordo agravou o acentuado déficit na balança 
comercial, onde o valor das importações (tecidos ingleses) irá superar o das 
exportações (vinhos). 
 É importante notar que o Tratado de Methuem ocorreu alguns anos depois da 
descoberta das primeiras muitas jazidas de ouro em Minas Gerais. 
 
 
A RIGIDEZ FISCAL 
 
 No século XVI em São Vicente, criou-se um regulamento fiscal estabelecendo-
se a livre exploração, embora submetida a uma rígida fiscalização, onde a coroa 
cobrava seu direito ao quinto, isto é, a quinta parte de todo ouro extraído. 
 Com as descobertas feitas em Minas Gerais, na região de Vila Rica, a antiga lei 
é substituída pelo Regimento dos Superintendentes, ano de 1702. Esse regimento 
se manteria até o término do período colonial, faziam apenas algumas modificações 
na lei. 
 O descobrimento das jazidas era obrigatoriamente comunicado ao 
superintendente da capitania que requisitava os funcionários (guarda-mor) para que 
esse fizesse a demarcação, os lotes seriam posteriormente distribuídos entre os 
mineradores presentes. O minerador que havia descoberto a jazida tinha o direito de 
escolher dois lotes, enquanto que o guarda-mor escolhia outro lote para a Fazenda 
Real, que depois o vendia em leilão. A distribuição dos lotes era proporcional ao 
número de escravos que o minerador possuísse 
 
 
Vila Rica; fonte: revista de historia. 
 Os demais lotes eram sorteados entre os interessados que deviam dar início à 
exploração no prazo de quarenta dias, sob pena de perder a posse da terra. A venda 
de uma data era somente autorizada na hipótese devidamente comprovada da 
perda de todos os escravos. 
 
 A cobrança do quinto sempre foi vista pelos mineradores como um abuso, o 
que resultava em frequentes tentativas de sonegação, fazendo com que a coroa 
criasse novas formas de cobrança. 
 
Casa de Fundição 
 Fui criada a Casa de Fundição, a partir de 1690, estabelecimento controlado 
pela Fazenda Real, que recebiam todo ouro extraído. 
A tentativa de utilizar o ouro sob outra forma: de pó, de pepitas ou em barras não 
marcadas. Era rigorosamente punida, com penas do confisco dos bens. 
 Mais tarde criou-se a finta, um pagamento anual fixo de 30 arrobas. Depois foi 
criada a taxa de capitação, um imposto fixo, cobrado por cada escravo que o 
minerador possuísse. 
 
 Quando começa a decadência, ouro se tornam cada vez mais escasso, embora 
depois de 1762 o quinto atingisse as 100 arrobas. Da última vez que se projetou 
outro imposto, chamado de derrama, em 1788, ele teve de ser suspenso na última 
hora, pois chegou ao conhecimento das autoridades a notícia de um levante geral 
em Minas Gerais, marcado para o momento em que fosse iniciada a cobrança 
 
 
A exploração nas jazidas 
 
 O trabalho livre era insignificante e o Índio não era empregado. A lavra foi o tipo 
de extração mais frequente na fase áurea da mineração, quando produção 
abundante, o que tornou possível grandes empreendimentos e obras na região. 
 
 
extração aurífera; fonte: guia chapada diamantina 
 
 A faiscação era a pequena extração praticada pelo próprio garimpeiro, um 
homem livre de poucos recursos que poderia contar com alguns ajudantes. No 
mundo do garimpo o faiscador é considerado um nômade. 
 O escravo que encontrasse uma quantidade muito significativa de ouro ganharia 
a alforria. Também conhecida como faisqueira. Este cenário torna-se mais comum 
pelos fins do século XVIII, quando a mineração entra num processo de franca 
decadência. 
 
A EXTRAÇÃO DE DIAMANTES 
 
 A extração mineral não se restringiu apenas ao ouro como também não ao 
diamante, no vale do rioJequitinhonha. Durante muito tempo, os mineradores só se 
concentravam na riqueza aurífera, ignoraram o valor da pedra preciosa, diamante. 
 
 Somente após três décadas que o governador das Gerais, D. Lourenço de 
Almeida, enviou algumas pedras para analises em Portugal, que imediatamente 
aprovou a criação do primeiro Regimento para os Diamantes. 
 
 O principal centro de extração da valiosa pedra foi o Arraial do Tijuco, hoje 
Diamantina em Minas Gerais. 
 
 A partir de 1734, visando um maior controle sobre a região diamantina, foi 
estabelecido um contratador. O primeiro deles em 1740 foi o milionário João 
Fernandes de Oliveira, que se apaixonou pela escrava Chica da Silva, tornando-a 
uma nobre senhora do Arraial do Tijuco. 
 
 
 
 
Sociedade e a intelectualidade 
 
 O ciclo do ouro e do diamante foi responsável por profundas mudanças 
demográfica. Em cem anos a população cresceu de 300 mil para, aproximadamente, 
3 milhões de pessoas, incluindo aí, um deslocamento de 800 mil portugueses para o 
Brasil. Paralelamente foi intensificado o comércio interno de escravos, chegando do 
Nordeste cerca de 600 mil negros. 
 
 Embora mantivesse a base escravista, a sociedade mineradora diferenciava-se 
da açucareira, por seu comportamento urbano, menos aristocrática e 
intelectualmente mais evoluída. 
 
 O segmento menos favorecido era formado por homens livres pobres (brancos, 
mestiços e negros libertos), que eram faiscadores, aventureiros e biscateiros, 
enquanto que a base social permanecia formada por escravos que em meados do 
século XVIII, representavam 70% da população mineira. 
 
 Para os escravos, a mineração foi um retrocesso, pois apesar de alguns terem 
conseguido a liberdade, a grande maioria passou a viver em condições bem piores 
do que no período anterior, escavando em verdadeiros buracos onde até a 
respiração era dificultada. Trabalhavam também na água ou atolados no barro no 
interior das minas. Essas condições desumanas resultam na organização de novos 
quilombos, como do rio das Mortes, em Minas Gerais, e o de Carlota, no Mato 
Grosso. 
 Com o crescimento do número de pequenos e médios proprietários a 
mineração gerou uma menor concentração de renda, ocorrendo inicialmente um 
processo inflacionário. 
 
 
 A acentuação da vida urbana trouxe também mudanças culturais e intelectuais, 
destacando-se a chamada escola mineira, que se transformou no principal centro do 
Arcadismo no Brasil. São famosas as obras esculturais e arquitetônicas de Antônio 
Francisco Lisboa, o "Aleijadinho", em Minas Gerais, na música destaca-se o estilo 
sacro barroco do mineiro José Joaquim Emérico Lobo de Mesquita. 
 De Piratininga a população mudou-se em grande quantidade. Do Nordeste foi 
deslocado muitos recursos, principalmente sob forma de mão de obra escrava. De 
Portugal veio uma grande corrente migratória espontânea com destino ao Brasil. A 
colônia iria se modificar significativamente. 
 Transferir-se de Portugal para o Brasil só tinhas vantagem para aquelas 
pessoas que tinham meios para financiar uma empresa de dimensão relativamente 
grande. 
 A população estava bem distante do território, estava em grande parte reunida 
em grupos urbanos e semiurbano. A grande distância existente entre a região 
mineira e os portos contribuiu para o aumento relativamente dos importados. 
 
 
Fonte: conexaohistorica 
 
 
 
 
A decadência do período 
 
 Na segunda metade do século XVIII, a mineração entra em decadência com a 
paralisação das descobertas. Esse esgotamento deve-se ao desconhecimento 
técnico dos mineradores, já que a extração era feita apenas nos veios (leitos dos 
rios), nos tabuleiros (margens) e nas grupiaras (encostas mais profundas) a técnica, 
apesar de rudimentar, foi suficiente para o sucesso do empreendimento. 
 Como as outras atividades eram subsidiárias ao ouro e ao diamante, toda 
economia colonial entrou em declínio. 
 
moedas portuguesas do século XVIII cunhadas com ouro do Brasil; fonte: Banco Central do Brasil 
 
 
 A suposta riqueza gerada pela mineração não permaneceu no Brasil e nem foi 
para Portugal. A dependência lusa em relação ao capitalismo inglês era antiga, e 
nesse sentido, a maior parte das dívidas portuguesas acabaram sendo pagas com 
ouro brasileiro, acumulando capital na Inglaterra. 
 O estado de pobreza da Metrópole e da colônia explica a tamanha rapidez com 
que se desenvolveu a economia do ouro no início do século XVlll. 
 Á medida que se reduzia a produção, as maiores empresas seriam 
descapitalizadas. A reposição de mão de obra escrava já não era feita, e muitos 
empresários, com o tempo, foram reduzindo. 
 A ilusão de que uma nova descoberta poderia vir a qualquer momento induzia o 
empresário a persistir na destruição de seu ativo, em vez de transferir ativos para 
outra atividade econômica. 
 A perda maior foi para aqueles empresários que tinham aplicado grande capital 
em escravo e via seu capital baixar dia-dia. 
 
O escravo 
 Os escravos em nenhum momento chegaram a constituir a maioria da 
população. 
 A forma como se organiza o trabalho, permitia que o escravo tivesse maior 
iniciativa dentro de uma vida social mais complexa. 
 Muitos escravos chegaram mesmo a trabalhar por conta própria, 
comprometendo-se a pagar periodicamente uma quantia fixa a seu dono, o que lhes 
abriu uma possibilidade de comprar a própria liberdade. 
 
Fluxo da renda 
 A condição para que o Brasil tivesse algum desenvolvimento do século XVIII 
teria de ser pelo desenvolvimento manufatureiro de Portugal. 
 Na época, ciclo da mineração no Brasil, muitas transferências eram feitas pela 
população para o Brasil. 
 A Inglaterra encontrou na colônia um mercado em rápida expansão. Suas 
exportações eram pagas em ouro, o que dava á economia inglesa uma excepcional 
flexibilidade para operar no mercado europeu. Sendo assim, a Inglaterra, pela 
primeira vez, encontrou condições de saldar o seu comércio, que vinha do norte da 
Europa. 
 
 
 
 
 Ciclo do Café e a Expansão do café no Brasil 
 
 
Fontes: revista Globo Rural 
 
Características 
 
- As exportações de café eram a base da economia e maior fonte de receita 
tributária; 
- Foi um período de modernização; 
- Acompanhou o surto de industrialização, como o ocorrido durante a Primeira 
Guerra Mundial; 
- Porém, a economia continuaria dominada pela cultura do café, até a Quebra da 
Bolsa de valores de Nova Iorque, durante a Crise de 1929; 
- Estados Unidos, era o principal comprador do café brasileiro; 
- O processo produtivo que permitia altas taxas de acumulação e concentração de 
riqueza apenas para os agroexportadores; 
- Alta vulnerabilidade externa, tanto na determinação demanda quanto na 
precificação; 
- Mesmo o Brasil sendo líder em sua produção; 
- Base produtiva insuficiente para atender a demanda interna. 
 
Brasil agrícola século XIX 
 
 
 
Período do ciclo 
O café no Brasil foi do século XVIII, mais precisamente ano de 1727, até 1929. 
 
Principais áreas de cultivo 
Vale do Paraíba Oeste Paulista 
Predomínio até 1850 Predomínio pós-1850 
Modelo típico das plantations Modelo de produção empresarial 
Técnicas de produção rudimentares Técnicas de produção modernas 
Monarquistas e escravocratas Repulicanos e abolicionistas 
Dificuldades no escoamento do 
café 
Implementação de ferrovias 
Menor produtividade Maior produtividade e qualidade 
 Mão de obraescrava 
Mão de obra assalariada 
(imigrantes) 
 
 
 O café veio da África e era consumido na forma de fruta por algumas tribos da 
atual Etiópia. Os árabes foram os primeiros a iniciar o plantio e preparação do café, 
quando a fruta chegou à península Arábica. Foi somente no século XIV que o café 
se tornou bebida comum e ganhou forma de preparos que conhecemos hoje. 
 O hábito de tomar café pelo mundo árabe é que o transformou o produto em 
comercio. Por muitos anos o café foi considerando uma bebida de luxo. 
 
 A economia no sofreu muitas mudanças com a introdução do café. Trazido pelo 
tenente coronel Francisco de Melo Palheta, as primeiras mudas deram certo em solo 
paraense. 
 
 O terreno úmido e pantanoso da Baixada Fluminense era ricamente adaptado 
às exigências do novo gênero agrícola. Em tempo, o Rio de Janeiro ocupou a 
posição no cultivo e na venda do café. 
 
 
O fim da escravidão 
 
 A proibição do tráfico negreiro, em 1850, reduziu a produção cafeeira em terras 
fluminenses, com isso, os recursos antes investidos em escravos foram destinados 
para a indústria e o comércio. 
 
 O fenômeno, fim do tráfego negreiro, contribuiu para que a mão de obra 
assalariada fosse adotada em substituição á exploração dos escravos negros. 
 
 Pensava-se que os escravos, uma vez em liberdade, tendiam a abandonar as 
antigas plantações e a dedicar-se á agricultura de subsistência. Contudo o que 
ocorreu foi que os escravos quem abandonaram os engenhos encontraram muitas 
dificuldades para sobreviverem. 
 
 
 
 
 
Pouca mão de obra 
 
 Os EUA tinham uma força de mão de obra escrava com cerca de 4 milhões e o 
Brasil, na mesma época, 1,5 milhões. Explicação. Elevada taxa de crescimento 
vegetativo da população escrava norte americana. 
 
 As condições de alimentação e de trabalho nos estados deveriam ser 
relativamente favoráveis, ao contrário no caso brasileiro, a população escrava tinha 
uma taxa de mortalidade bem superior á taxa de natalidade e as condições de vida 
muito precárias. 
 
 Após a guerra civil, o governo intensificou a imigração europeia, contudo a vida 
econômica das colônias era muito precária. Viajantes europeus que passavam pela 
região surpreendiam- se com a forma primitiva dos colonos, logo vieram as 
consequências. Formou-se na Europa um movimento contra a imigração para o 
império, chamado por eles, escravista, em 1859 veio o anúncio da proibição da 
emigração alemã ao Brasil. 
 
A solução para a mão de obra 
 
 Pensou-se em importar mão de obra asiática, em regime de semiescravidão. Foi 
tomada como solução alternativa, a mão de obra europeia. Porém isso já ocorria, 
mesmo antes da independência da colônia, por iniciativa do governo. 
 
A questão fundamental era aumentar a mão de obra para a grande lavoura, que na 
época chamava-se plantation, denominação para grandes plantações. 
 
Reconhecendo que política de mão de obra imperial em nada podia solucionar, em 
1852 um grande plantador de café senador Vergueiro decidiu contratar diretamente 
trabalhadores da Europa. O senador conseguiu com o governo financiamento para o 
transporte, trouxe oitenta famílias de camponeses da Alemanha para sua fazenda 
em Limeira. A iniciativa do senado despertou interesse nos alemães e suíços até 
1857. 
 
 Qual era a ideia de Vergueiro? Era uma simples adaptação do modelo dos 
EUA. O governo cobria parte principal desse financiamento, que era a passagem da 
família. Esse sistema não deu certo, pois era uma escravidão disfarçada, tratando-
se de uma servidão temporária. O custo real da viagem do imigrante totalmente por 
conta do imigrante. Assim: o Estado financiava a operação, o colono hipotecava o 
seu futuro e o de sua família, e o fazendeiro ficava em vantagem. O colono firmava 
contrato pelo qual se obrigava a não abandonar a fazenda antes de quitar sua 
dívida. 
 
 Mais tarde, em 1867, um observador alemão apresentou para a Sociedade 
Internacional de Imigração em Berlim um argumento que pretendia demonstrar que 
os imigrantes europeus estavam submetidos ás condições de escravidão disfarçada 
nas fazendas de café no Brasil. 
 
 A partir dos anos sessenta introduziu-se um sistema misto pelo qual o colono 
tinha garantia da parte principal de sua renda. Sua tarefa era cuidar da plantação de 
café e em troca recebia um salário anual. 
 
 Felizmente a solução para o imigrante veio em 1870, quando o governado 
imperial passou a carregar os gastos com transporte cabendo ao fazendeiro cobrir 
os gastos no imigrante durante o seu primeiro ano de atividade. O fazendeiro devia 
de colocar a disposição, para o imigrante, as terras para que ele pudesse cultivar. 
Sendo assim, o imigrante tinha seus gastos com transporte e instalação pagos e 
sabia de sua renda no futuro. Essas medidas promoveram pela primeira vez na 
América uma grande corrente imigratória de origem europeia. 
 
 
 
 
 
Trabalho assalariado 
 
 Na antiga região cafeeira, onde obtinha a força de trabalho, foi necessário 
oferecer salários relativamente elevados. A força de trabalho necessária para 
garantir a subsistência era de aproximadamente de dois a três dia por semana de 
trabalho. Contudo, foi-se reduzindo a utilização da força de trabalho. 
 
 O fato de maior relevância que ocorreu já no final do século XIX sem dúvidas 
foi o aumento da importância relativa da mão de obra assalariada. 
 
 
O fluxo de renda 
 
 Os assalariados gastavam a totalidade de suas rendas em gastos no consumo; 
por sua vez a classe proprietária poupou boa parte de sua renda para aumentar seu 
capital, embora também gastasse alguma parcela de seu capital em consumo. O 
resultado dessas duas combinações foi o aumento do mercado interno. 
 
 
 A crise do café 
 
 No final do século XIX expandiu-se a cultura do café. A produção brasileira tinha 
aumentado de 3 milhões em 1881 para 16,2 milhões em 1900. 
 
 Veio á crise. Ao comprova a crise de superprodução, início do século XX, os 
empresários brasileiros notaram que estavam em situação tranquila. Tudo o que 
precisaram eram de recursos financeiros para reduzir a produção, sendo assim, 
formaram estoques para serem utilizados quando o mercado estivesse em alta. 
 
 A partir de 1893 prolongou-se a crise nos EUA. Os americanos que eram nosso 
maior cliente, reduziram a sua importação, também reduziram a compra no mercado 
mundial. O valor da saca caiu em 1896. Em 1897 ocorreu uma nova depreciação no 
mercado mundial que derreteu nos dois anos seguintes. 
 
 Os estoques de café aumentavam ano a ano. Discutiu-se a ideia de retirar do 
mercado parte do estoque, essa ideia ganhou peso nos dirigentes cafeeiros. 
 
 No convênio de Taubaté, em fevereiro de 1906, foram debatidas as bases para 
uma política chamada de política de valorização do café. O plano de defesa dos 
cafeicultores foram bem sucedido. 
 
 Chega á crise mundial de 1929, a qual encontrou uma situação de extrema 
vulnerabilidade. 
 
A defesa contra a crise de 1929 e a fuga de capital 
 
 Foi pensada outra política de subsídios para que os produtores pudessem 
utilizar e criar outras formas de atividade econômica e exportação. Obteve 
empréstimos estrangeiros para os produtores como forma de retirar o produto do 
mercado, uma compensação pelo prejuízo. 
 
 Foi adotado política de destruição do café, para garantir um preço mínimo de 
compra junto aos cafeicultores. Nessa política de destruição, adotado em 1931,era 
injetado cerca de 1 bilhão de Cruzeiro para aquisição do café depois era destruído. 
 
 Entre 1927-29 ocorreu uma forte entrada de capital privado estrangeiro no país 
que somado a chegada de empréstimos, para financiar o café, depois ficou uma 
situação favorável. 
 
 Porém, infelizmente, com a chagada da crise de 1929 os capitais que tinham 
entrado no Brasil foram embora em questão de alguns meses. 
 
 
 
 
 
 Ciclo da Borracha 
 
 
Fonte: eduardoeginacarli.blogspot 
 
 Uma outra atividade aparece em paralelo á lavoura do café: a borracha. Este 
produto é fornecido pela seringueira. 
 
 
Período e apogeu 
 
 A extração da borracha ocorreu a partir de 1850, sendo sua comercialização 
entre os anos de 1905 á 1912, época a qual ocorreu o seu apogeu. 
 
O Amazonas na época da borracha 
 
 A exploração da borracha foi tão intensa em seu apogeu que a Amazonas teve 
sua economia totalmente voltada para a extração do Látex. 
 
 A cidade de Manaus (capital do Amazonas) passou a ser moldada de acordo 
com os padrões europeus. As ações do governo, na época, davam pouca 
importância ao interior do estado, privilegiando Manaus. 
 
 
Fonte: fotógrafo Alfredo Fernandes 
 A grande contribuição dada pela borracha na Amazônia foi muito próspera nos 
tempos de exploração. A população aumentou, em plena selva foi erguida uma 
cidade moderna, Manaus, capital da Amazonas; em Belém, capital do Pará, o porto 
internacional de exportação da borracha. 
 
 
Motivos da chegada da mão de obra 
 
- Seca na região nordestina que durou de 1877-1880; 
- Ilusão de enriquecimento fácil; 
- Ascenção econômica das cidades de Belém e Manaus; 
- Estima-se que entre 1872 á 1900 tenha migrado mais de 260.000 nordestinos. 
 
 Com a chegada da mão de obra que, até anteriormente era escassa, era 
necessário criar um mecanismo para prender o trabalhador. Havia uma cautela para 
que o trabalhador não acumulasse reservas econômicas que o torna-se 
independente. 
 
 Na região, onde a mão de obra era escassa, a estabilidade do trabalho tinha 
como garantia o endividamento do trabalhador. As dívidas dos trabalhadores 
começam ao serem contratados, com suas viagens de sua terra natal até o local de 
trabalho, no caso a região das seringueiras. Infelizmente estas dívidas eram 
impagáveis por motivos que sempre houve meios de fazer com que as dívidas 
somadas fossem maiores que os salários dos trabalhadores. E isso não para por aí. 
Um hábil jogo é feito usando a ignorância do trabalhador seringueiro analfabeto, o 
qual não percebe as artimanhas usadas nos cálculos de suas dívidas. 
 
Consequências da Borracha 
 
- Desenvolvimento das áreas exploradas; 
- Desenvolvimento urbano das cidades Belém e Manaus; 
- Povoamento de áreas mais afastadas; 
- Em 9 de junho de1942, foi criado o Banco de Crédito da Borracha; 
 
- Foram criados os órgãos SEMTA e o CAETA, os quais eram responsáveis pela 
mobilização de trabalhadores e o envio dos trabalhadores para a Amazonas. 
 
 
 
A história 
 
 A primeira utilização da borracha, isto em 1770, foi na indústria. Foi observada 
que servia para apagar traços feitos por lápis. Porém depois da descoberta, em 
1842, feitas por Goodyear nos Estados Unidos e Hancock na Inglaterra, que 
consistia em uma combinação de borracha com enxofre que dará maior flexibilidade 
e a tornará inalterada sua forma, não importando a variação de temperatura. 
 
 Fui muito utilizada na fabricação de pneu de veículo. 
 
 O Brasil possui a maior reserva mundial de seringueira nativa, logo verá abrir 
suas perspectivas econômicas. As exportações de borracha serão em um aumento 
considerável desde 1827. 
 A produção contará agora com uma larga disponibilidade de mão de obra que 
até antes era difícil obter na região da Amazônia. 
 Nos anos de 1901 á 1910 a exportação de borracha representava 28% das 
exportações total do país. 
 
 
A história do Estado do Acre 
 
 Os avanços brasileiros dentro da floresta amazônica ganha força e choca-se 
com a vizinha Bolívia, riquíssima em seringueira. Surgirá com isso um conflito em 
nível internacional, contudo o conflito foi resolvido de forma pacífica, a vizinha 
Bolívia cedendo para o Brasil uma grande área de 200,000 km quadrado, atual Acre, 
em troca o Brasil dará uma indenização de 2.000,00 libras. Formará aí um governo 
de administração direta que dominará a região do Acre. 
 
 O novo território brasileiro logo começará a dar contribuição para a produção 
brasileira de borracha em 1904. 
 
 
 
 Ascensão e o declínio da borracha 
 
 Precisamente em 1912 a borracha alcança o seu crescimento. A exportação 
atinge o máximo de 40% no país. O crescimento é ininterrupto durante mais de 20 
anos. 
 
 Infelizmente, de 1912 em diante acontece a queda. A borracha explorada não 
consegue resistir á concorrência oriental, a qual, em poucos anos, substituirá quase 
parcialmente. Alguns seringais foram abandonados, assim como, algumas 
propriedades. 
 
 Em 1873 e 1876, essas plantas, eram levadas do Amazonas para Londres 
(Inglaterra) em forma de sementes, lá eram plantadas, davam origens ás imensas 
plantações e conduzidas até a Malásia. Sendo assim, essas plantas, aos poucos, 
foram desbancando a produção extrativista brasileira. 
 
 A concorrência, desigual, estabelecida era de uma região primitiva como o 
Amazonas com outra que contava com muitos recursos técnicos e financeiros sobre 
tudo de países: Inglaterra, França e Holanda. 
 
 Na Ásia, as seringueiras eram próximas umas das outras, as plantações eram 
próximas dos pontos de vendas. Ao contrário do que era no Amazonas. As 
distâncias das plantações eram maiores e tinha a dificuldade para locomover a 
plantas. 
 
 A riqueza alcançada durante a exploração e, consequentemente, o auge, 
acabou-se. Virou fumaça. O que sobrou foram ruínas, terras despovoadas, muitos 
aventureiros que buscavam riqueza fácil foram procurar novas oportunidades em 
outros lugares. 
 
 
 
 Ciclo da indústria 
 
 
 
 
Fonte: câmara prudente. sp 
 
 
 
 
Tipos de indústrias 
 
- Bens de produção (Indústrias de base): são as famosas indústrias pesadas, as 
quais transformam a matéria-prima. Exemplo: siderúrgicas e petroquímicas. 
- Bens intermediários: a mais importante, pois é a que fornece máquinas, 
equipamentos, autopeças para a outras indústrias e para o transporte. Exemplo: 
indústria de material eletrônico e de automóveis. 
- Bens de consumo (indústria leve): são as que produzem diretamente para o 
consumidor final. Exemplo: eletrodomésticos, automóveis, alimentos, vestuários e 
bebidas. 
 
Concentração da indústria 
 
 A concentração se deu principalmente na região sudeste com 80,5% entre os 
anos 1907 e 1930 e teve como origem na economia cafeeira. 
 
Nas demais regiões os números são inferiores a 12%. 
 
Desconcentração da indústria 
 
 Nos anos entre 1970 e 1980 já eram visíveis a dispersão da indústria no Brasil. 
As indústrias saiam das capitais para o interior de cada estado, assim como, para 
outras regiões. 
 Essa ocorrência foi motivada, principalmente, pelos longos congestionamentos 
da área metropolitana, preços altos dos terrenos, sindicatos fortes, procura de 
cidades menores que: oferecem facilidades. Também se acrescenta a guerra fiscal, 
que seria subsídios fiscais dados pelo Estado ou município para a instalação de 
indústrias. 
 
 
Período de grande crescimento industrialA indústria brasileira terá seu primeiro surto nos últimos anos do império, isto é, 
em 1880-89 e na década de 1990 continua, mesmo que, ainda, devagar. 
 
 
 
 
 
O início da industrialização no Brasil 
 
 Além de uma série de fatores que atrapalhavam o progresso da indústria no 
Brasil tem também o fator energético. A deficiência em obter fontes de energia era 
enorme, porém faltou ao Brasil outro elemento fundamental da indústria moderna, a 
siderurgia. Outro elemento colaborou, a falta de um mercado consumidor. 
 
 As exportações, de onde conseguia-se as fontes de recursos para saldar os 
pagamentos externos, não acompanhavam o ritmo de crescimento da população. 
Logo se observava um déficit constante no comércio exterior. 
 
 Um fator favorável para a indústria brasileira será a produção local de uma 
matéria-prima de grande importância: o algodão. A maquinofatura iniciará no Brasil 
junto com a indústria têxtil. E por fim uma última circunstância favorável para o 
estabelecimento da indústria será a disponibilidade de mão de obra e seu baixo 
preço. 
 
 As circunstâncias descritas no parágrafo anterior, principalmente, o 
desenvolvimento de uma pequena indústria têxtil foi determinante no século XIX. 
 
 Antes desses pequenos focos, a indústria brasileira teve seu primeiro surto nos 
últimos anos do império, isto é, em 1880-89. O número de estabelecimentos 
industriais, de pouco mais de 200 em 1881, passou para 600 nos últimos anos da 
monarquia. Sendo 60% na indústria têxtil, 15% na indústria de alimentos e 10% na 
indústria de produtos químicos. 
 
 Essa fase de progresso industrial vai até a República: o rompimento do 
conservadorismo imperial abrirá as portas para uma política de amparo á produção 
no Brasil. 
 
 Entre 1890 e 1895 serão fundadas 425 fábricas. A revalorização da moeda 
depois de 1898 trará novas dificuldades para a indústria. 
 
 Em 1907 é realizado o primeiro censo geral e completo das indústrias 
brasileiras. Serão entrados 3.258 de estabelecimentos industriais empregando 
150.841 operários. Quanto a distribuição geográfica da indústria: 33% estava no 
Distrito Federal (na época a capital era no Rio de Janeiro), 16% estava em São 
Paulo. O Rio de Janeiro, que continuava, como sempre fora no passado, liderando a 
produção industrial. 
 
 Foi notado que São Paulo, logo, seria o maior produtor do país, com uma 
grande parcela, 40% do total. Essa concentração em São Paulo é explicada por 
alguns motivos: desenvolvimentos da lavoura de café, a qual trouxe riqueza e 
população e finalmente a grande disponibilidade de energia hidráulica. 
 
 As indústrias de tecelagem de algodão e lã eram concentradas, a grande 
primeira guerra mundial (1914-1918) deu muito impulso á indústria. 
 
 O desenvolvimento da indústria passou a ser relevante para a economia do 
país, dispensando a importação. Este é um importante fator de equilíbrio de nossas 
contas externas e da normalidade financeira do país. 
 
 A maior parte da indústria brasileira continuará como antes: largamente dispersa 
em unidades, geograficamente, insignificante, com rendimentos reduzidos e 
produzindo exclusivamente para o mercado local. Houve ainda uma circunstância 
que ajudou para a tão precarização da indústria, a carência de capital. Por outro 
lado, algumas indústrias tiveram muitos lucros, principalmente, na lavoura de café, 
sendo muito daqueles lucros, foram aplicados, depois de 1910, na indústria para um 
desenvolvimento com mais rapidez. 
 
 A primeira guerra mundial trouxe uma grande elevação nos preços, com o 
encarecimento da vida que não foram acompanhados pelos salários. Os capitalistas 
fizeram grande fortuna á custa do empobrecimento e da exploração do trabalhador. 
 
 A grande parte da indústria brasileira estava nas mãos de famílias como: 
Matarazzo, Jaffet, Pereira Ignácio. 
 
 Um período muito complicado para a indústria foi a grande crise de 1929. Esse 
período foi de 1924 até 1930. Muitas indústrias fracassaram ou manteve-se próximo 
de suas subsistências. 
 
 As indústrias subsidiárias de grandes corporações veio á desenvolver-se, 
principalmente, depois da primeira Guerra Mundial. Instalaram-se aqui, contornaram 
a grande crise da época, aproveitaram a mão de obra barata. Grandes empresas 
como: General Motors, Ford. Durante a guerra, ou talvez um pouco antes, várias 
indústrias subsidiárias, mas de um modo diferente, não visaram o mercado 
brasileiro, mas aproveitaram a enorme quantidade de matérias prima. Estas 
empresas, ao final da primeira Guerra Mundial, contribuíram muito para o 
desenvolvimento do Brasil, quando o assunto é indústria brasileira, essas gigantes 
foram as responsáveis pelo estabelecimento no país de uma indústria de base 
capaz de iniciar aqui a elaboração da matéria prima destinada ás indústrias. 
 
Anos de Getúlio Vargas até década de 1980 
 
 Na política nacionalista de Vargas e nos anos de planejamentos dos governos 
de Juscelino Kubitschek e dos militares (ditadura civil militar de 1964 até 1985) 
houve bons resultados nesse período. 
 
- Era Vargas: responsável pela infraestrutura necessária para a instalação da 
indústria no Brasil; inaugurou a antiga Vale do Rio doce (atual Vale, privatizada no 
governo FHC), em 1942; inaugurou a Companhia Siderúrgica Nacional, a CSN, em 
1941; a Companhia hidrelétrica de São Francisco, 1945; inaugurou o Banco 
Nacional de Desenvolvimento Econômico, o BNDE (atual BNDES), em 1952; 
inaugurou a Petrobras, em 1953. 
 
- Era JK: privilegiou as obras para geração de energia; facilitou a vindas das 
montadoras estrangeiras de veículos que além de delas vieram as fabricantes de 
eletrônicos e de alimentos. 
 
 
- Governo dos Militares: os militares lançaram o Plano Nacional de desenvolvimento, 
com isso ampliaram o desenvolvimento brasileiro, com base nas iniciativas do 
Estado e das empresas transnacionais (as indústrias). Foi priorizada a indústria de 
base, agricultura, entre outras. As indústrias eram as líderes da indústria nacional. 
Foi notado nessa época o famoso milagre brasileiro. Foi também na época dos 
militares que foi iniciado o grande declínio, principalmente, após o choque do 
petróleo em 1973 e 1982; a desestabilização do sistema financeiro internacional; os 
processos inflacionários. Esse momento ficou conhecido como a década perdida. 
 
Pode-se dizer que entre 1930 e 1960, ocorreu a segunda principal etapa na 
industrialização brasileira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fontes de consultas 
 
Material do professor Rainer Sousa, Graduado em História; 
http://www.sescsp.org.br/sesc/hotsites/paubrasil/cap2/testemunha.htm; 
http://www.arvores.brasil.nom.br/paubras1/index.htm; 
http://www.qieducacao.com/2011/06/ciclo-do-acucar-ii-economia.html; 
Apogeu pré-vestibular; 
Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG; 
historiadesaopaulo.wordpress.com; 
http://www.novomilenio.inf.br/santos/h0133i.htm; 
http://www.meurecife.com.br/frames/historia/frame_historia_cicloacucar.htm; 
http://www.multirio.rj.gov.br/historia/modulo01/eng_colonial.html; 
Furtado, C: formação econômica do Brasil; 
Prado, Jr: história Econômica do Brasil; 
http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/se-plantando-nada-
647951.shtml; 
Material da economista: Diana Dias Sampaio Mestre em Desenvolvimento Regional 
e Urbano IESA/UFG; 
Material dos professores da UFGS Vanderlei Machado e Marcelo Scarparo; 
Material do professor Acácio Martins 
fernandesalfredo.blogspot.comhttp://camarapprudente.sp.gov.br/historia/hist_oeste/cidades/pprudente/comercio.ht
ml 
IBGE.

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