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Caminhos para a aplicabilidade de
evidências na prática clínica
Autora
Laíse Escalianti Del Alamo Guarda
139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 15:56 - 139
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Objetivos
Sejam bem-vindos ao nosso material sobre Caminhos para a aplicabilidade de evidências na
prática clínica. Neste trecho, abordaremos os temas relacionados a como efetuar busca de
evidências na literatura, como avaliar as evidências por meio da sua hierarquia e apresentaremos
o sistema GRADE. Com isso, vocês terão a oportunidade de aprender sobre como escolher o
periódico e a importância do seu fator de impacto. Além disso, apresentaremos modelos de
transferência do conhecimento e a sua importância, além de abordar estratégias de
disseminação de conhecimento educacionais e na prática clínica.
Esperamos que, com esse conteúdo, vocês sejam capazes de entender quais passos precisam
seguir para conseguir reunir evidências e modelos de sua aplicabilidade na prática. Além disso,
terão a oportunidade de conhecer estratégias inovadoras e tecnológicas.
Espero que vocês aproveitem esse conteúdo, explorem-no ao máximo e mergulhem no novo
mundo de conhecimentos a que serão apresentados.
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Caminhos para a aplicabilidade de
evidências na prática clínica
1
Para usufruir dos benefícios da Saúde Baseada em Evidências, é necessário ter conhecimento
acerca da estratégia de busca de evidências na literatura. Não é por meio de uma busca simples
em algum portal de periódicos que levantaremos os estudos que precisamos, porém, é um bom
começo, pois com isso é possível desenvolver familiaridade com os termos que serão utilizados
na busca (CAPP; NIENOV, 2020).
Antes de iniciar essa etapa de busca, é importante certificar-se de que a pergunta de pesquisa
está adequada, clara e definida, pois qualquer irregularidade na sua formulação pode acarretar
prejuízos na estratégia de busca, tornando a síntese dos resultados incorreta. Assim, não será
possível o levantamento adequado da evidência necessária para responder ao objetivo da
revisão (CAPP; NIENOV, 2020).
A formulação da estratégia de busca aborda diversos aspectos importantes que nos servirão de
guia para que tenhamos sucesso ao realizá-la. É necessário ter conhecimento robusto acerca da
temática em questão, pois, à medida que realizamos a busca e a leitura de artigos, podemos
encontrar novos estudos, nomenclaturas e termos para aperfeiçoamos a estratégia de busca. Na
maioria dos casos, é necessário testar a estratégias por inúmeras vezes, com inclusão de
palavras-chave e descritores, a fim de conseguirmos reunir o maior número de estudos
possíveis, garantindo assim que nenhuma pesquisa relevante fique fora da nossa busca (CAPP;
NIENOV, 2020).
Outro aspecto importante de ser lembrado é que cada base de dados tem estratégias específicas
de busca, então, saber como acessar e buscar nas bases de dados traz economia de tempo e
uma melhor capacidade de encontrar toda a evidência disponível. A Diretriz Metodológica para a
elaboração de revisões sistemáticas e metanálises, elaborada pelo Ministério da Saúde,
classifica como essencial a busca nas bases CENTRAL, MEDLINE, EMBASE e LILACS. A base de
dados CENTRAL reúne registros de ensaios clínicos; a MEDLINE tem ênfase na literatura
científica dos Estados Unidos; a EMBASE consiste na produção científica europeia; e o LILACS
enfatiza a produção científica da América Latina. Habitualmente, as buscas são realizadas em
portais de busca como a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), PubMed e o portal de periódicos da
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Porém, é importante que
Busca de evidências na literatura1.1
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saibamos a diferença entre bases de dados e portais de busca, para evitar que no momento da
busca alguma base fique de fora (CAPP; NIENOV, 2020).
Para que a montagem da estratégia de busca seja adequada, é necessário que o pesquisador
tenha conhecimento acerca da diferença entre palavras-chave e descritores controlados (ou
thesaurus). As palavras-chave são aleatórias e extraídas de textos de linguagem livre, ou seja,
não são estruturadas. Os descritores controlados são organizados em estruturas hierárquicas,
facilitando a busca e a identificação dos estudos de interesse do revisor. O portal de buscas
PubMed tem como thesaurus o MeSH terms (Medical Subject Headings), já a BVS utiliza os
Descritores em Ciências da Saúde (Decs). No portal da BVS, é possível encontrar os descritores
em quatro idiomas diferentes: português, inglês, espanhol e francês. A elaboração da estratégia
de busca deve considerar grafias alternativas, terminações alternativas, sinônimos, nomes
comerciais ou genéricos de medicamentos, antônimos e acrônimos (MENDES; SILVEIRA;
GALVÃO, 2019; CAPP; NIENOV, 2020).
Além disso, em alguns casos é necessária a determinação do tempo, pois a depender do assunto
a busca pode explodir e retornar um número muito grande de estudos, inviabilizando a análise,
outrossim, a restrição do tempo pode tornar a busca incompleta. É importante também que se
faça o uso adequado dos operadores booleanos, que atuam como palavras que informam ao
sistema de busca como combinar os termos de sua pesquisa. São eles AND, OR e NOT, que
significam respectivamente E, OU e NÃO. Utilizaremos o operador booleano “AND” para
combinação restritiva, “OR” para combinação aditiva e “NOT” para condição excludente. Além
disso, é necessário que se tenha conhecimento acerca do truncamento de sufixos e prefixos com
o uso de símbolos (* ou $). Em diversos sites da internet, temos tutoriais e orientações
disponíveis sobre como realizar buscas e utilizar adequadamente cada um dos recursos
disponíveis em cada uma das bases de dados (CAPP; NIENOV, 2020).
Além das buscas nas bases de dados, é importante também que as buscas contemplem a
literatura cinzenta. Esse tipo de literatura consiste em dados não publicados formalmente em
fontes como livros, revistas e periódicos eletrônicos, em que a busca pode ser realizada de forma
manual ou eletrônica. Os documentos denominados literatura cinzenta incluem resumos de
congressos, relatórios técnicos de pesquisa, preprints, e-prints, trabalhos de conclusão de curso,
dissertações, teses, publicações governamentais (emendas, projetos, leis, manuais), anais de
eventos científicos, estudos não registrados, registro de ensaios clínicos, lista de referências,
entre outros (CAPP; NIENOV, 2020).
A princípio, a utilização da literatura cinzenta pode parecer pouco confiável, até por se tratar de
uma busca muitas vezes manual, sem uma sistemática incluída. Porém, algumas iniciativas
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buscam compilar dados de literatura cinzenta para facilitar o processo de busca e acesso. Entre
elas destacam-se o Open Grey, Grey Net International, Grey Literature Report, além do Registro
Brasileiro de Ensaios Clínicos (CAPP; NIENOV, 2020).
Acesse os sites de buscas da literatura cinzenta:
Open Grey (www.opengrey.eu [http://www.opengrey.eu] )
GreyNet International (www.greynet.org [http://www.greynet.org] )
Grey Literature Report (www.greylit.org [http://www.greylit.org] )
Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos (www.ensaiosclinicos.gov.br
[http://www.ensaiosclinicos.gov.br] )
A estratégia de busca é elaborada para ser altamente sensível, em que se retorna um número
muito maior de estudos do que apenas os elegíveis para a revisão. Dessa forma, é necessário
que se realize a seleção dos estudos, que consiste na importação destes para a plataforma de
seleção (que pode ser um recurso eletrônico ou manual), a remoção das duplicações, a triagempelos títulos e resumos e a leitura do texto completo dos estudos selecionados para confirmação
da inclusão ou não no processo de revisão. O ideal é que essas etapas sejam realizadas
simultaneamente, de modo independente por pelo menos dois revisores a fim de garantir a
consistência na coleta das informações necessárias (CAPP; NIENOV, 2020).    
Além disso, toda estratégia de seleção dos estudos deve ser apropriadamente registrada. Esse
registro deve conter informações relevantes como quantidade de artigos recuperados na busca,
duplicações removidas, estudos selecionados, incluídos, excluídos e seus motivos. O registro
adequado contribui para a transparência e a reprodutibilidade da revisão (CAPP; NIENOV, 2020).
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Videoaula - Busca de evidências na literatura
Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link:
"https://player.vimeo.com/video/809862539".
Com o grande volume de informações e a variabilidade da sua qualidade, os profissionais de
saúde enfrentam desafios de como avaliar criticamente os materiais disponibilizados para
consulta. Dessa forma, é necessário que se faça a avaliação da qualidade da evidência com o
objetivo de apresentar a confiança nas evidências reunidas e para a tomada de decisão se
determinada conduta seja adotada ou rejeitada, tanto para os profissionais de saúde envolvidos
no cuidado como para os gestores. A hierarquia dos níveis de evidência é baseada no grau de
confiança da informação, com base no delineamento do estudo (CAPP; NIENOV, 2020; PEREIRA;
GALVÃO; SILVA, 2016).
Nesse contexto, utilizamos fontes primárias e secundárias de evidências. As fontes primárias
são relacionadas a estudos com delineamento bem definido e as secundárias são aquelas
provenientes de métodos de síntese do conhecimento. Dessa forma, as fontes secundárias têm
destaque no desenvolvimento de diretrizes clínicas por passarem por processos sistemáticos de
revisão de literatura, caracterizada por métodos abrangentes e transparentes, permitindo um
embasamento adequado (CAPP; NIENOV, 2020; PEREIRA; GALVÃO; SILVA, 2016).
A Saúde Baseada em Evidências tem como foco sistemas de classificação de evidências. São
sistemas geralmente caracterizados de forma hierárquica, que avaliam o delineamento do
Hierarquia dos níveis de evidência
científica e sistema GRADE
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estudo, ou seja, da abordagem metodológica que foi utilizada para o desenvolvimento do estudo
e da sua natureza. O conhecimento desses sistemas de classificação de evidências proporciona
subsídios para auxiliar o profissional de saúde na avaliação crítica de resultados oriundos de
pesquisas e, consequentemente, na tomada de decisão sobre a incorporação das evidências à
prática clínica (PEREIRA; GALVÃO; SILVA, 2016).
Na literatura, temos diversas divisões do nível de evidência, e todas permeiam basicamente pela
mesma linha. A fim de ilustrar, podemos utilizar o desenho da pirâmide do nível de evidência, que
é amplamente conhecida para exemplificar o local que os estudos ocupam e a sua
representatividade na tomada de decisões. As revisões sistemáticas estão no topo da pirâmide,
seguidas pelos ensaios clínicos randomizados. Logo após, temos os estudos observacionais
como estudos de coorte, de caso-controle, transversal e ecológico, seguidos de série de casos,
“opiniões de especialistas” e, na parte inferior (base), a pesquisa básica. A pesquisa qualitativa
não se enquadra nessa hierarquia particular de evidências, pois seu objetivo é explicar um
fenômeno ainda não conhecido em um determinado contexto, pouco estudado. Sendo assim,
dificilmente os seus achados servirão para explicar fenômenos em contextos diferentes ou com
indivíduos diferentes. Já a pesquisa quantitativa (estudos experimentais, observacionais e
descritivos) reúne uma grande quantidade de dados em forma de números, porcentagens; por
meio dela, podemos descobrir se determinada terapêutica ou medicamento é eficaz em
determinada população (CAPP; NIENOV, 2020; PEREIRA; GALVÃO; SILVA, 2016).
Figura: Pirâmide tradicional do nível de evidência
Fonte: adaptado de Capp e Nienov (2020, p. 34)
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Notadamente, as revisões sistemáticas de ensaios clínicos randomizados estão no topo da
pirâmide. Além disso, é importante ressaltar que quanto mais próximo do topo, melhor a
evidência é considerada, e quanto mais perto da base, vai diminuindo a sua força. As revisões
sistemáticas consideradas duradouras e úteis são aquelas realizadas pela colaboração
Cochrane (CAPP; NIENOV, 2020) por incorporarem constantemente novas informações. Como
sabemos, a ciência é dinâmica, dessa forma novas descobertas estão sempre disponíveis e a
instituição sempre preza pela atualização contínua das revisões (CAPP; NIENOV, 2020; PEREIRA;
GALVÃO; SILVA, 2016).
Para que possamos recomendar uma determinada intervenção em saúde, o nível de evidência
pode indicar, de forma objetiva, o suporte dessa recomendação. Inúmeros sistemas já foram
criados com o objetivo de classificar os níveis de evidência e, apesar de haver semelhanças em
suas características, os usuários desses sistemas acabavam confusos com tantas opções
disponíveis (BRASIL, 2014; PEREIRA; GALVÃO; SILVA, 2016).
Foi então que no ano de 2004, como forma de avaliar as evidências do ponto de vista da
qualidade das evidências e força das recomendações, foi proposta a implementação do sistema
GRADE (Grading of Recommendations Assessment, Development and Evaluation). O GRADE foi
criado por um grupo colaborativo de pesquisadores que tem como objetivo disponibilizar um
sistema universal, transparente e sensível para essa avaliação das evidências, de forma
padronizada. Atualmente, o GRADE é utilizado por mais de 80 instituições internacionais, entre
elas estão a OMS, o Centers for Disease Control and Prevention (CDC) e a colaboração Cochrane.
Sua aplicação está na avaliação da evidência para, por meio disso, obter informações de
qualidade que servirão de base na formulação de recomendações para diretrizes clínicas,
revisões sistemáticas e avaliações de tecnologias em saúde (BRASIL, 2014; PEREIRA; GALVÃO;
SILVA, 2016).
Na maioria dos sistemas que realizavam esse tipo de classificação, o delineamento do estudo
era um fator essencial para a determinação da qualidade da evidência. No entanto, mais fatores
como a precisão dos seus resultados podem nortear as decisões em saúde. Ou seja, o GRADE
realiza esse processo de avaliação crítica e ao final nos mostra o quão confiável é aquela
evidência e como esses resultados podem ser utilizados na nossa realidade (PEREIRA; GALVÃO;
SILVA, 2016).
No sistema GRADE, a qualidade da evidência é classificada em quatro níveis: alto, moderado,
baixo e muito baixo. Inicialmente, a classificação da evidência é definida com base no
delineamento dos estudos. As classes de delineamento são duas: ensaios clínicos randomizados
e estudos observacionais (BRASIL, 2014; CAPP; NIENOV, 2020).
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Por exemplo, o ensaio clínico randomizado é o delineamento mais adequado para questões
relacionadas a intervenções e, quando esses são utilizados, a qualidade da evidência pelo
sistema GRADE (www.gradeworkinggroup.org) é consideradaalta. Quando há inclusão apenas de
estudos observacionais, a qualidade da evidência inicia-se como baixa (CAPP; NIENOV, 2020).
Com base nessa classificação inicial, alguns critérios são definidos, e o julgamento desses
aspectos permite reduzir ou aumentar o nível de evidência. Sendo assim, o delineamento do
estudo por si só não corresponde à qualidade buscada, por isso é necessário que se observe a
forma como esse estudo foi conduzido para que essa classificação se mantenha alta ou
diminua. Cinco fatores podem diminuir e três fatores podem aumentar a qualidade do estudo. Os
fatores que são responsáveis pela diminuição do nível de evidência incluem limitações
metodológicas, inconsistência, evidência indireta, imprecisão e viés de publicação (BRASIL, 2014;
PEREIRA; GALVÃO; SILVA, 2016).
É importante lembrar que a qualidade da evidência proveniente de estudos observacionais se
inicia com nível baixo, pois fatores como a ausência de randomização indicam forte
possibilidade de viés. No entanto, esses estudos podem ter seu nível de evidência elevado, caso
cumpram critérios que aumentem a sua confiança na estimativa de efeito. O sistema GRADE
considera três critérios: grande magnitude de efeito, gradiente dose-resposta e fatores de
confusão residuais (BRASIL, 2014; PEREIRA; GALVÃO; SILVA, 2016).
Quando falamos em magnitude de efeito, pensamos em casos em que há a redução dramática
de um efeito considerado nocivo, mesmo ocorrendo em um curto intervalo de tempo após a
intervenção. Dessa forma, quando encontramos um grande efeito nos estudos observacionais, é
provável que aquela intervenção tenha um efeito importante no desfecho em questão. A
magnitude e o efeito podem ser considerados grandes ou muito grandes, levando em
consideração alguns fatores. Caso sejam grandes, aumentam a qualidade da evidência em um
nível, e se forem muito grandes, aumentam em dois níveis (BRASIL, 2014; PEREIRA; GALVÃO;
SILVA, 2016).
Quando há a presença de gradiente dose-resposta, isso nos mostra a probabilidade da
ocorrência da relação de causa-efeito, ou seja, há então uma causalidade no estudo. A
causalidade é a relação entre o evento A (causa) e um segundo evento B (efeito), em que o
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segundo acontece em consequência do primeiro. Quando delineamos um estudo, devemos evitar
a distribuição desigual dos fatores de confusão entre os grupos de comparação, pois esses
precisam estar adequadamente balanceados entre os diferentes grupos, pois caso contrário se
caracterizam como confundimento residual. A presença desses fatores pode sub ou
superestimar os efeitos observados e, em ocasiões especiais, trabalha a favor da confiança da
estimativa de efeito (BRASIL, 2014; PEREIRA; GALVÃO; SILVA, 2016).
Quando as recomendações são oriundas das opiniões de especialistas, são classificadas como
nível de evidência “muito baixo”. Formalmente, as opiniões de especialistas não são
consideradas como evidência, pois não dizem respeito a algum estudo delineado e conduzido,
pois são escritas com base em vivências e experiências clínicas do autor. Dessa forma, quando
buscamos a substituição desses estudos, devemos buscar preferencialmente outras fontes de
informação, por exemplo os estudos observacionais do tipo série e relato de casos (BRASIL,
2014).
No GRADE a força da recomendação não avalia somente a qualidade da evidência. Há análise de
outros fatores como o balanço entre riscos e benefícios, os valores e as preferências do paciente
e, por fim, os custos relacionados àquela intervenção. Sendo assim, por meio da força da
recomendação identificamos o quanto determinada conduta deve ser adotada ou rejeitada, e
consideramos potenciais vantagens e desvantagens para aqueles que irão ser submetidos a
determinada intervenção. Como desvantagens podemos ressaltar os efeitos adversos, a carga
psicológica a que o paciente e sua família serão submetidos e os custos para a sociedade. Deve
haver um balanço entre vantagens e desvantagens para que se determine a força da
recomendação. A força da recomendação é dividida em forte e fraca, ou seja, ela pode ser a favor
ou contra a conduta proposta. Assim, determinada evidência pode ser considerada como de
baixa qualidade, porém fortemente recomendada por apresentar potenciais benefícios e baixo
custo (BRASIL, 2014).
É importante ressaltar que os domínios avaliados no sistema GRADE, apesar de serem baseados
em critérios bem definidos, estão sujeitos a uma avaliação qualitativa do pesquisador e podem
apresentar diferenças entre os avaliadores. Dessa forma, é necessário que, ao longo do processo,
a graduação da evidência seja realizada de forma transparente pelo avaliador e que este
apresente os motivos que o fizeram atribuir determinado nível de evidência (BRASIL, 2014). Uma
das limitações desse sistema está relacionada à complexidade no seu manejo; dessa forma, é
necessário que os avaliadores que forem utilizá-lo realizem treinamento prévio e tenham um
conhecimento robusto em epidemiologia clínica (BRASIL, 2014; PEREIRA; GALVÃO; SILVA, 2016).
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O uso de softwares gerenciadores de referências bibliográficas foi proposto inicialmente para
estudos de revisão sistemática, com registro das primeiras publicações relacionadas ao seu uso
na década de 1990. Muitos revisores ainda utilizam planilhas do Microsoft Excelourealizam a
seleção manual dos estudos. Para que realizem esse tipo de seleção, é necessária a impressão
dos títulos e resumos, o que torna o processo complexo, não ecológico e demanda um tempo
maior para análise. Atualmente, o fluxo de trabalho no processo de revisão é mais racionalizado
com o uso de programas computacionais (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2019).
Com o intuito de facilitar o manuseio dos estudos levantados por meio da revisão de literatura,
dispomos dos gerenciadores de referências, que são softwares que permitem o armazenamento,
o gerenciamento e a utilização de referências em trabalhos acadêmicos e científicos de acordo
com diferentes estilos de normalização (Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT,
Vancouver, ISO, entre outros). Após concluir as buscas nas bases de dados, os resultados são
exportados em arquivos de acordo com cada base de dados. Geralmente no formato eletrônico
(XML, Extensible Markup Language), textual (txt, Text File) ou de gerenciador de referências (RIS,
Research Information Systems) (CAPP; NIENOV, 2020).
Os gerenciadores de referências permitem alguma automatização das atividades, como a
identificação de artigos duplicados (indexado em duas bases de dados diferentes), identificação
Gerenciadores de referências1.3
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de concordâncias e discordâncias entre os avaliadores na seleção, auxiliando na condução e
organização das etapas e dos artigos da revisão. Além disso, essa automatização proporciona
uma redução no tempo de análise desses estudos, visto que a maioria dos profissionais da área
da saúde enfrenta desafios relacionados ao pouco tempo disponível nos seus locais de trabalho
em razão da sobrecarga de trabalho e do dimensionamento inadequado de profissionais
(MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2019; CAPP; NIENOV, 2020).
Quadro: Gerenciadores de referências bibliográficas
Gerenciador Característica Disponibilidade
EndNote Principais estilos de formatação e filtros de importação disponíveis Pago
EndNote
Web
Opção web e gratuita do EndNote Grátis
Mendeley Disponível em versão web e desktop Grátis
Zotero Integrado com navegadores de internetGrátis
Covidence Triagem, seleção do texto completo, pago, extração dos dados, avaliação
crítica
Pago
Rayyan Triagem Grátis
Fonte: adaptado de Capp e Nienov (2020, p. 86)
Após realizadas as triagens e a seleção dos artigos, é necessário que tenhamos disponíveis os
textos na íntegra, para que a leitura seja realizada de forma integral e também para a extração
dos dados de interesse. A obtenção dos textos completos pode representar um grande desafio
aos envolvidos no processo de revisão, pois nem todos estão completa ou gratuitamente
disponíveis, o que pode demandar recursos financeiros para a aquisição desses estudos, e,
quando não há essa possibilidade, pode acontecer a exclusão de um artigo que seria muitas
vezes extremamente relevante para a revisão. Como alternativas para driblar esse tipo de
dificuldade, temos a possibilidade de obter esses artigos na íntegra por meio de algumas opções
como ResearchGate,Unpaywall, ORCID, Publons ou LinkedIn(CAPP; NIENOV, 2020).
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Além disso, outro aspecto importante que os gerenciadores de referência têm é a capacidade de
organizar a bibliografia do trabalho em questão, por meio da criação das citações, enquanto
escreve o texto científico, facilitando a formatação das referências ao final de todo o processo de
preparo do manuscrito. Ao inserir um artigo científico no gerenciador de referência, o próprio
sistema busca todas as informações acerca do manuscrito e as disponibiliza para os usuários,
deixando então a referência pronta para o uso no documento. Por se tratar de um recurso muito
específico, algumas próprias plataformas (Mendeley, EndNote) oferecem treinamentos acerca
desse tipo de recurso oferecido. É sabido que os diferentes estilos de normatização dos estudos
acarretam uma grande demanda de tempo, além de conhecimento do responsável por organizar.
Sem contar que a maioria dos trabalhos de conclusão de curso, dissertações e teses segue as
normas da ABNT, já quando seguem para publicação em periódicos a recomendação é que os
textos sejam encaminhados com as normas de Vancouver (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2019;
CAPP; NIENOV, 2020).
A escolha do software é influenciada por sua disponibilidade (que pode ser gratuita ou paga) e
pela adaptação do revisor às opções disponíveis. Entretanto, salienta-se a seleção do programa
para suprir as necessidades individuais de cada revisor, uma vez que cada ferramenta apresenta
vantagens e desvantagens. Alguns têm maior facilidade no manuseio, porém outras funções
podem se mostrar limitadas. Com o objetivo de auxiliar os usuários na sua utilização, o software
EndNote disponibiliza aos seus usuários um canal no YouTube com diferentes vídeos que
ensinam seu uso. Além disso, há disponível na internet diversos guias e orientações acerca do
Figura: Logotipo da plataforma ResearchGate
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Figura: Logotipo da plataforma ORCID
Fonte: .
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https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/03.jpg
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https://commons.wikimedia.org/wiki/File:ORCID_logo_with_tagline.svg
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uso dos gerenciadores, e também é possível a realização de treinamentos ministrados por
bibliotecários capacitados (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2019).
Videoaula - Gerenciadores de referências bibliográficas
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"https://player.vimeo.com/video/809862835".
Os artigos científicos são documentos extremamente importantes para a comunidade
acadêmica, para os profissionais de saúde e até mesmo para os usuários, pois são importantes
meios de se incentivar o desenvolvimento de aprendizado, além de contribuírem para a melhoria
da educação. São ferramentas que possibilitam o desenvolvimento pessoal tanto de quem
escreve como daquele que lê e também contribuem na evolução da carreira docente e/ou
científica. Vale destacar que todo pesquisador, professor e aluno pode contribuir na produção
científica por meio de seus trabalhos, sejam eles resultantes de experiências realizadas em
laboratórios, pesquisas em campo ou, até mesmo, revisões de literatura (PEREIRA et al., 2018).
Para que saibamos como elaborar, redigir e estruturar um artigo científico, antes de mais nada é
necessário que saibamos ler e realizar a sua interpretação adequada. Dessa forma, é necessário
ter conhecimentos básicos acerca dos métodos científicos, noções básicas de epidemiologia e
estatística. A pesquisa e a leitura em si já fazem com que o leitor se aperfeiçoe, conheça mais
sobre o tema de sua busca e desenvolva habilidades e competências cognitivas (PEREIRA et al.,
2018; CAPP; NIENOV, 2020).
Elaboração de artigos científicos1.4
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A estrutura de um artigo científico é basicamente formada por título, resumo, introdução, método,
resultados, discussão, conclusão e referências (CAPP; NIENOV, 2020). O título deve informar
claramente a que se destina o artigo, é a principal chamada para a leitura sobre aquele material.
Depois, normalmente avaliamos o resumo, que trará os pontos-chaves do artigo em poucas
palavras (normalmente entre 250 e 300 palavras). É com base no resumo que o leitor irá decidir
se segue ou elimina aquele material da sua revisão, portanto, é extremamente importante que o
resumo, apesar de conciso, seja ao mesmo tempo completo (CAPP; NIENOV, 2020).
Na introdução, conseguimos situar o leitor sobre o contexto do tema do artigo. É importante que
a introdução faça o adequado levantamento do estado da arte, as bases da pesquisa. Além disso,
é nela que conheceremos os objetivos do trabalho, hipótese da pesquisa e justificativas que
motivaram o pesquisador a conduzir aquele estudo. O método é como se fosse a receita do bolo,
pois informa sobre a maneira como foi realizado o estudo e como os resultados foram
analisados. Além disso, também são explicitados o desenho do estudo, a amostra (e como foi
realizado seu cálculo), os critérios de inclusão e de exclusão, os instrumentos e experimentos
realizados, a análise estatística e os aspectos éticos (CAPP; NIENOV, 2020).
No campo resultados, apresentaremos os achados do estudo, que podem ser apresentados por
meio de tabelas, gráficos e figuras. Já na discussão, realizaremos a avaliação dos resultados, o
que eles significam e também é possível que correlacionemos os achados com outros estudos
realizados anteriormente e já publicados. Também é importante levantar as limitações e forças
do estudo. Para finalizar são apresentadas as conclusões, evidenciando com clareza e
objetividade a resposta ao problema do estudo. Um ponto muito importante é que, sempre que
for elaborar a sua conclusão, ela e o objetivo do estudo devem estar em consonância, ou seja, é
como se a conclusão respondesse ao objetivo do estudo (CAPP; NIENOV, 2020).
Por fim, e não menos importantes, teremos as referências (ou bibliografia), conjunto de
documentos, impressosou eletrônicos, utilizados como referência para a elaboração do artigo
científico. É importante que sejam as mais atualizadas possíveis (normalmente dos últimos
cinco anos) e, no caso de referência mais antigas, estas precisam ser categorizadas como
referências clássicas e que não podem faltar para embasar aquele tema específico (CAPP;
NIENOV, 2020).
E como escrever um artigo? Essa parece uma pergunta difícil de ser respondida, pois, com tantas
informações e critérios, parece ser extremamente trabalhoso. De fato é, mas é por meio da
escrita científica que tornamos a ciência real e utilizável para os outros. E para escrevê-lo
devemos utilizar uma linguagem objetiva, precisa e com vocabulário técnico, portanto, os
pesquisadores responsáveis pelas colaborações devem ter conhecimento acerca do tema
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proposto. Normalmente, cada autor descreve de qual forma foi a sua colaboração na concepção
do material, além de indicar a qual instituição está vinculado, seja como docente, pesquisador ou
aluno (CAPP; NIENOV, 2020).
Além disso, o estilo de escrita deve ser coerente, conciso e fiel às fontes mencionadas durante a
sua construção. Outro ponto de grande importância é a correção gramatical e o uso dos recursos
ilustrativos, com o objetivo de facilitar o entendimento por parte do público que fará a sua leitura.
Esses podem ser quadros, tabelas, figuras, gráficos, entre outros. Dessa forma, o processo de
escrita ocorre em várias etapas e inclui diversas revisões, antes se receber a aprovação para sua
publicação. A revisão é um ótimo exercício, pois permite a identificação de potenciais erros ou
formas de melhorar a apresentação dos dados. Muitas vezes, ao escrever o artigo, podemos ter
certo domínio do tema e acabar por esquecer de mencionar alguns detalhes que deve conter
para que o seu embasamento fique adequado (CAPP; NIENOV, 2020).
Porém, em alguns casos, os estudos, mesmo após diversas revisões, não recebem o aceite para
sua publicação. Algumas falhas podem estar envolvidas nesse processo e favorecem os editores
a rejeitar aquele material para publicação na revista escolhida. Entre essas falhas, algumas
destacam-se: a não originalidade do artigo, um delineamento não utilizado adequadamente, o
tamanho da amostra foi insuficiente para o objetivo do estudo, a análise estatística estava
incorreta ou inapropriada, conflito de interesse ou, até mesmo, porque o artigo foi tão mal escrito
que se tornou incompreensível. Essas são algumas das falhas que podem ocorrer; para que
sejam evitadas, é extremamente importante que a pesquisa seja planejada de forma correta e
adequada para responder à questão de pesquisa, ser conduzida de forma ética e dentro dos
preceitos estabelecidos, além de a escrita do material estar de clara e objetiva (CAPP; NIENOV,
2020).
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Videoaula - Elaboração de artigos científicos
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Outra questão de extrema importância é a escolha do periódico (ou revista) para a publicação do
material. As revistas precisam cumprir alguns critérios para serem consideradas adequadas, pois
nos dias atuais houve um aumento exponencial de revistas científicas, mas nem todas têm a
mesma qualidade de análise, verificação e registro reconhecidos. Há um código de numeração de
nível mundial, denominado International Standard Serial Number(ISSN). Se uma publicação é
registrada, ela tem seu número de ISSN, caso não o possua: está em processo de registro ou é
“pirata” (PEREIRA et al., 2018).
Escolha do periódico e fator de impacto1.5
Figura: Primeira edição da Nature, de 1869
Fonte: .
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Outra forma é verificar o fator de impacto, que nada mais é do que um indicador bibliométrico
responsável por avaliar a importância das publicações científicas com base no número de
citações que ela recebe. Esse cálculo mostra a média de citações que os artigos recebem em um
determinado periódico, mais especificamente aqueles periódicos indexados no Web of Science.
Após realizado o cálculo, é atribuído o fator de impacto e o resultado é anexado ao Journal
Citation Reports (JCR), que é uma publicação anual da Clarivate Analytics, autoridade em
citações e avaliações científicas (ALMEIDA; GRACIO, 2019).
Além disso, no Brasil também está disponível para verificação a Qualis, que é atribuída pela
Capes. A classificação Qualis afere a qualidade dos artigos e de outros tipos de produção com
base na análise de qualidade dos veículos de divulgação, ou seja, os periódicos científicos. A
classificação é realizada em quadriênios, e dividida por estratos: A1 (mais elevado), A2; A3; A4;
B1; B2; B3; B4; C - peso zero. Conforme a publicação vai melhorando sua qualidade, o periódico
tendo mais tempo de existência e garantindo a continuidade de manutenção da qualidade, sua
classificação Qualis pode melhorar (PEREIRA et al., 2018).
A verificação do nível de qualidade atribuído pela Capes pode ser feita por meio de pesquisa no
website da Plataforma Sucupira, disponível no endereço eletrônico: sucupira.capes.gov.br
[https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/veiculoPublicacaoQualis/listaCo
nsultaGeralPeriodicos.jsf] (PEREIRA et al., 2018).
Outro fator importante para se avaliar a qualidade do periódico são seus indexadores, que são
instituições que registram a revista, reconhecem e realizam a indexação. Alguns são importantes
na América Latina, como é o caso do LATINDEX (Índice Latino-americano de Publicações
Cientficas Seriadas) e LILACS (Literatura Latino-americana em Ciências da Saúde). Temos outros
em nível internacional, como é o caso do Directory of Open Access Journals (DoAJ), SCOPUS E
do Journal Citation Reports - JCR (Thomson Reuters). Além disso, é necessário que se sigam as
normas de publicação da revista. Normalmente, são informações disponibilizadas nas páginas
dos periódicos a respeito de normativas de elaboração do manuscrito e geralmente encontradas
por “orientações aos autores” (PEREIRA et al., 2018).
Outro ponto que deve ser avaliado no momento da escolha da revista é verificar o seu escopo, ou
seja, se um artigo não se encaixar no tipo de assunto que a revista publica, não terá chance e o
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aceite do artigo por parte do periódico poderá ser recusado. Uma vez selecionada a revista, é
preciso ver quais são os critérios ou exigências dela, pois algumas revistas exigem o pagamento
e outras são gratuitas. Na sua grande maioria, deve ser realizado o pagamento para que o artigo
seja submetido, avaliado e posteriormente,se aceito, é feito o pagamento da taxa de publicação
e/ou tradução (nos casos de revistas internacionais, na qual há necessidade de tradução para
outro idioma). Além disso, algumas são de acesso aberto (open access), na qual o leitor pode
acessar o conteúdo sem custo algum. Mas alguns periódicos exigem que, para o acesso, deve-
se realizar o pagamento pelo conteúdo, que em algumas vezes é cobrado em dólar, o que acaba
sendo inviável para muitos pesquisadores e alunos (PEREIRA et al., 2018).
Como mencionado anteriormente, os periódicos devem cumprir alguns critérios para publicação.
É por meio de padronizações que conseguiremos que o nosso manuscrito cumpra todos os
requisitos necessários para sua publicação. Para isso, a iniciativa Equator Network desenvolve e
disponibiliza roteiros para a redação de artigos científicos para melhorar a confiabilidade e a
transparência da pesquisa (CAPP; NIENOV, 2020).
Quadro: Guias para redação de artigos científicos
Tipo de estudo Guia para redação
Ensaio clínico
randomizado
CONSORT - Consolidated Standards of Reporting Trials
Estudos observacionais STROBE - Strengthening the Reporting of Observational Studies in
Epidemiology
Estudos qualitativos COREQ - Consolidated criteria for reporting qualitative research
Revisão sistemática PRISMA - Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-
Analyses
Relato de caso CARE - Consensus-based Clinical Case Reporting Guideline Development
Fonte: adaptado de Capp e Nienov (2020, p. 76)
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Videoaula - Como escolher o periódico e consultar o fator de
impacto?
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Os sistemas de saúde do mundo todo têm que lidar a todo momento com o desafio da melhoria
da qualidade nos cuidados com o paciente, além de promover a redução de tratamentos
inadequados ou insuficientes, na maioria das vezes desatualizados, ao passo que se mantêm
economicamente viáveis. Sendo assim, é importante que os serviços sempre avaliem a eficácia
das intervenções utilizadas, a relação de custo e benefício e a satisfação dos usuários nesse
processo, evitando investimentos desnecessários (VIEIRA; GASTALDO; HARISSON, 2020).
Há uma lacuna presente entre a produção científica e sua aplicabilidade na prática clínica. Como
consequência disso temos o baixo uso de tratamentos eficazes e o uso excessivo de
tratamentos ineficazes ou não comprovados cientificamente. Isso contribui para desfechos
desfavoráveis, iniquidades em saúde e um desperdício de recursos cada vez mais escassos. O
uso de metodologias verticais, como a simples disseminação do conhecimento ao término de
uma pesquisa por meio de publicações em revistas ou apresentações em eventos científicos, não
garante a utilização do conhecimento adquirido pelos profissionais de saúde dentro do serviço.
Por sua vez, a utilização de modelos de transferência do conhecimento (também conhecida
como tradução do conhecimento) envolve o engajamento e a integração daqueles que irão
Transferência do conhecimento em
saúde
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utilizar o conhecimento em todas as etapas da pesquisa, seja na tomada de decisões, seja ainda
no estabelecimento de protocolos no serviço (VIEIRA; GASTALDO; HARISSON, 2020).
Na língua portuguesa, o termo tradução é um processo que permite ao nativo de uma língua
comunicar-se em outra língua. Dessa forma, utilizamos o termo tradução, pois é entendido que a
linguagem científica comumente não é acessível a usuários e profissionais do sistema de saúde.
Assim, é necessária uma “tradução”para a utilização dos conhecimentos científicos. Ou seja, a
simples leitura de um artigo científico não garante que o profissional envolvido no cuidado seja
capaz de implementar mudanças no seu serviço. Como já vimos anteriormente, é preciso ter
conhecimentos básicos sobre pesquisa, epidemiologia e estatística para que se consiga realizar
uma leitura adequada de alguns materiais (VIEIRA; GASTALDO; HARISSON, 2020).
Segundo o Canadian Institute of Health Research (CIHR), transferência do conhecimento é:
Na literatura internacional, há muitos termos utilizados para descrever essa abordagem, o que
pode gerar confusão, pois muitas vezes pesquisadores os utilizam descolados de seus modelos
conceituais e teóricos (VIEIRA; GASTALDO; HARISSON, 2020).
Quadro: Modelos de tradução do conhecimento
Inglês Português
Envolvimento do
usuário
Knowledge diffusion Difusão do conhecimento Não
Knowledge
transfer/dissemination
Transferência/disseminação do
conhecimento
Não
Research utilization/use Uso/utilização da pesquisa Não
Knowledge transfer and uptake Transferência e adoção do conhecimento Sim
Knowledge translation Tradução ou translação do conhecimento Sim
Knowledge translation and
exchange
Tradução e intercâmbio do conhecimento Sim
Fonte: adaptado de Vieira, Gastaldo e Harrison (2020)
Um processo dinâmico e iterativo que inclui a síntese, disseminação, o intercâmbio e aplicação
ética e fundamentada do conhecimento para melhorar a saúde, fornecer serviços de saúde e
produtos mais eficientes e fortalecer o sistema de cuidados de saúde. (apud VIEIRA; GASTALDO;
HARISSON, 2020, n.p.)
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Com relação à prática clínica, estudos evidenciam que infelizmente há um número expressivo de
profissionais de saúde que ainda não se sente confiante sobre suas habilidades para avaliar
criticamente as evidências disponíveis em revisões sistemáticas, com insuficiente preparo na
interpretação dos pressupostos da prática baseada em evidência. Além disso, há ainda
dificuldades de acesso às bases de dados e outras fontes, seja por falta de conhecimento,
habilidades ou até mesmo pelo fato de que algumas têm somente acesso aos materiais
mediamente pagamento. Associado a isso, há também a falta de tradição em trabalho
colaborativo entre profissionais que atuam na prática clínica e pesquisadores no andamento de
suas pesquisas (VIEIRA; GASTALDO; HARISSON, 2020).
Para que se obtenha sucesso na implementação das evidências na prática, são necessários
alguns ajustes e aferições para se conhecer o contexto em que prevê a melhoria no cuidado.
Entre elas estão a adaptação do conhecimento ao contexto local, a avaliação de barreiras e
facilitadores para o uso do conhecimento, o monitoramento do uso, a avaliação do impacto e a
manutenção do uso do conhecimento. É importante que sejam conhecidas as necessidades e
particularidades do serviço a que se propõe o processo de melhoria, para que a escolha das
estratégias seja feita de forma individual e personalizada, a fim de suprir as necessidades da
instituição (VIEIRA; GASTALDO; HARISSON, 2020).
Com o objetivo de suprir essas lacunas, algumas instituições, como a Cochrane e o JBI,  têm
desenvolvido metodologias para a produção de sínteses de evidências (CAPP; NIENOV, 2020). As
sínteses dessas evidências são consideradas o pontapé inicial no processo de implementação
de evidências na prática clínica, pois o volume de artigos publicados dificulta a atualização dos
profissionais de saúde. Além disso, o acesso a essas pesquisas primárias pode ser difícil e pode
ser ainda mais complexo entendê-las (CAPP; NIENOV, 2020). Só será possível oferecer um
cuidado baseado na melhor evidência disponível com base na reunião e na síntese dos inúmeros
materiais disponíveis nas bases de dados científicos (PÜSCHEL et al., 2021).
Apresentaremos brevemente os modelos de cada uma das instituições para que seja possível
compreender melhor qual é o propósito de cada uma, apesar de seguirem pela mesma linha de
trabalho, há algumas características individuais.A Cochrane prepara, mantém e promove
revisões sistemáticas (Cochrane Reviews) para informar decisões sobre saúde e assistência
social. Essas revisões são publicadas no Banco de Dados Cochrane de Revisões Sistemáticas na
Biblioteca Cochrane (HIGGINS et al., 2022). Já o  JBI adota como referencial teórico para a
construção de programas de formação profissional o Modelo do Cuidado em Saúde Baseado em
Evidências (CSBE) (PÜSCHEL et al., 2021).
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A Cochrane é uma rede global de profissionais de saúde e assistência social, pesquisadores,
defensores de pacientes e outros que tem como missão promover a tomada de decisões
informadas por evidências, produzindo revisões sistemáticas de alta qualidade, relevantes e
acessíveis e outras evidências de pesquisa sintetizadas. É uma organização sem fins lucrativos
cujos membros têm como objetivo principal produzir informações credíveis, livres de patrocínio
comercial e outros conflitos de interesse. A instituição trabalha em colaboração com
profissionais de saúde, formuladores de políticas e organizações internacionais como a OMS
para apoiar o desenvolvimento de diretrizes e políticas baseadas em evidências (HIGGINS et al.,
2022).
A Colaboração Cochrane foi fundada em 1993, após uma reunião de um grupo inicial de 77
pessoas de nove países no primeiro Cochrane Colloquium em Oxford, Reino Unido. Atualmente é
simplesmente referida como Cochrane, ao longo de 25 anos essa colaboração conta com 13 mil
membros e 50 mil apoiadores de mais de 130 países, tornando-se a maior organização envolvida
nesse tipo de trabalho. A Cochrane continua a ampliar seu alcance com redes em todos os
continentes e novos grupos, tendo o seu conteúdo traduzido para 14 idiomas diferentes
(HIGGINS et al., 2022).
No Brasil, temos o Centro Cochrane do Brasil, que é um dos 13 centros da colaboração Cochrane.
Inaugurado em 1996, está ligado ao programa de Pós-Graduação em Saúde Baseada em
Evidências da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo. O centro realiza
revisões sistemáticas, pesquisa clínica e avaliações de tecnologias em saúde, além de promover
workshops de revisão sistemática e metodologia de pesquisa, e também a realização de
consultorias científicas (CENTRO COCHRANE DO BRASIL, 2019).
As Revisões Cochrane sustentam muitas diretrizes. Dezenas já foram usadas como base de
evidências para as diretrizes da OMS sobre questões críticas de saúde pública de amamentação,
malária e para a lista de medicamentos essenciais da OMS e a lista de diagnósticos essenciais
(HIGGINS et al., 2022).
O JBI foi fundado na década de 1990 pelo enfermeiro Alan Pearson e incorporado em 2010 à
Universidade de Adelaide, na Austrália, que é uma organização internacional de pesquisa e
desenvolvimento sem fins lucrativos, agregando cientistas, profissionais e pesquisadores da
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saúde comprometidos com o cuidado em saúde baseado em evidência. No ano de 2019, passou
a ser denominado somente JBI, que deixou de ser uma abreviação de Joanna Briggs Institute.
Atualmente, possui mais de 70 centros colaboradores localizados por todo o mundo. No Brasil, o
JBI Brasil foi fundado no ano de 2009 e é o centro colaborador pioneiro na América Latina. Está
sediado na Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EEUSP), em parceria com o
Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (HU-USP) e mantém convênio com o JBI
Austrália, na Universidade de Adelaide. O JBI avançou para além da produção de síntese de
evidências ao propor um modelo do cuidado em saúde baseado em evidências, desenvolvendo
uma metodologia para a implementação de evidências em saúde que vem sendo ensinada no
Brasil, com resultados extremamente positivos (PÜSCHEL et al., 2021).
O JBI Brasil oferece os cursos evidence-based clinical fellowship program – EDCFP (curso de
implementação de Evidências em Saúde) e o comprehensive systematic review training program
(curso de revisão sistemática da literatura), ambos com credenciamento, certificação e
metodologia do JBI (PÜSCHEL et al., 2021).
Videoaula - Transferência do conhecimento em saúde
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Para que possamos sair das estratégias habituais como a difusão passiva, devemos conhecer e
entender estratégias inovadoras para incorporar o uso de materiais voltados à audiência e ao
contexto. Essas estratégias podem ser vídeos, lembretes, sessões educativas interativas, cafés
científicos e mídia social. Com o surgimento dessas inovações, principalmente aquelas
relacionadas à tecnologia, faz-se necessária a sua incorporação para que possamos alcançar
um número grande de pessoas, além de tornar o processo mais prazeroso e interessante (VIEIRA;
GASTALDO; HARISSON, 2020).
Para lidar com a complexidade das situações de saúde vivenciadas diariamente pelos
profissionais, existe a necessidade de um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que
deve ser mobilizado de maneira articulada para contemplar as necessidades de saúde da
população. Além disso, no campo da educação há recomendação das diretrizes curriculares
nacionais, para que o processo de ensino-aprendizagem seja centrado no estudante e que este
atue como sujeito ativo do processo, nesse contexto o docente exerce o papel de facilitador e
mediador. Para que isso aconteça é preciso investir em uma formação pautada em metodologias
ativas, que possibilitem a aprendizagem significativa (FONSECA et al., 2020).
Nesse contexto, podemos destacar ainda algumas estratégias que vêm sendo bastante
utilizadas como a gamificação (jogos), a simulação realística e o uso de aplicativos (mhealth)
que contemplam intervenções educativas com atributos inovadores e mais adequados ao
público-alvo. Elas podem ser utilizadas como recursos de ensino-aprendizagem e educação em
saúde tanto nos cenários educacionais quanto na prática clínica, promovendo a melhoria do
conhecimento como uma ferramenta adicional em programas de educação e promoção da saúde
(DIAS et al., 2021; FONSECA et al., 2020; GUIMARÃES; FONSECA; MONTEIRO, 2021).
Estratégias de disseminação de
conhecimento educacionais e na prática
clínica
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A tecnologia mobile health (mhealth) trata-se da prática de saúde que acontece por meio de
tecnologias sem fio e atua com trabalhos de prevenção, monitoramento e diagnóstico de doenças
com o intuito de contribuir para a melhoria nos serviços de saúde (GUIMARÃES; FONSECA;
MONTEIRO, 2021).
No caso dos jogos, além do processo de diversão e entretenimento, há ainda um objetivo de
aprendizagem a ser alcançado. Entretanto, isso não significa que esse tipo de estratégia seja
desinteressante ou menos divertido, apenas reforça que existe um propósito além da diversão.
Por meio da gamificação, é possível inserir o usuário no contexto da aprendizagem, tornando o
processo mais interativo, interessante e, além disso, promover a fixação daquele conteúdo por
meio da repetição do jogo. Ou seja, sendo uma estratégia atrativa, é esperado que o usuário da
tecnologia repita o seu uso por algumas vezes, o que favorece o processo de aprendizagem
(DIAS et al., 2021).
Já a simulação realística destaca-se como uma estratégia alinhada ao modelo de metodologia
ativa, possibilitando ao estudante a oportunidade de desenvolver aprendizagens complexas ao
vivenciar situações realísticas em um ambiente seguro e livre de riscos. Por meio de práticas
simuladas, o estudante/profissional desaúde pode aperfeiçoar habilidades técnicas, de
comunicação e também comportamentais, desenvolver observação crítica, aprender a trabalhar
em equipe, exercitar o raciocínio clínico e o processo decisório. Antes do início da atividade, são
fornecidas informações acerca do cenário que o participante fará parte e, ao término da sessão, é
possível que seja realizado um debriefing, que consiste num processo estruturado que tem como
objetivo revisar as ações tomadas durante a atividade. Nesse momento é possível que o
docente/responsável forneça uma devolutiva ao participante de como foi o seu desempenho e
quais pontos são passíveis de melhoria (FONSECA et al., 2020).
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Nas últimas décadas, observou-se um forte crescimento do uso das tecnologias móveis,
chamadas de mhealth, com conectividade à internet sem fio no mundo todo. O uso da tecnologia
móvel, por meio dos aplicativos (apps), pode facilitar o acesso aos serviços de saúde e permitir a
consulta e a troca de informações entre os profissionais, melhorando o suporte à assistência e
aumentando a conectividade social. Nas lojas virtuais para aquisição de apps para smartphones
existe uma variedade de aplicativos disponíveis, mas é preciso ter cautela e cuidado no seu uso,
é preciso verificar se foram desenvolvidos com base em evidências científicas e avaliados
quanto à sua eficácia. Entretanto, é uma estratégia que tem mostrado bons resultados para
pacientes, famílias, profissionais, alunos e docentes/pesquisadores (GUIMARÃES; FONSECA;
MONTEIRO, 2021).
Dessa forma, é necessário que o profissional esteja atualizado e preparado acerca do uso dessas
estratégias, pois diversos estudos comprovam a sua eficácia e eficiência. É necessário que cada
vez mais busquemos informações de qualidade a fim de proporcionar um cuidado efetivo,
baseado sempre nas premissas da saúde baseada em evidência.
Figura: Simulação realística em saúde
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:CSR_UPF.jpg
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Videoaula - Estratégias de disseminação de conhecimento
Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link:
"https://player.vimeo.com/video/809863608".
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Recapitulando
Neste trecho aprendemos sobre como realizar a busca de evidências científicas nas bases de
dados. Vimos que é necessária uma estratégia de busca planejada e estruturada, que exige do
profissional que irá realizá-la conhecimentos acerca do tema em questão. Além disso, foi
possível verificar que, com o grande volume de informações e a variabilidade da sua qualidade,
os profissionais de saúde enfrentam desafios de como avaliar criticamente os materiais
disponibilizados para consulta. Dessa forma, é necessário classificar os estudos de acordo com
a sua hierarquia do nível de evidência a fim de realizar uma avaliação crítica de resultados
oriundos de pesquisas para a tomada de decisão sobre a incorporação das evidências à prática
clínica. Além disso, como recurso tecnológico para nos auxiliar nesse processo, temos o GRADE,
criado por um grupo colaborativo de pesquisadores que tem como objetivo disponibilizar um
sistema universal, transparente e sensível para essa avaliação das evidências, de forma
padronizada. Outro recurso tecnológico usado como auxiliar são os gerenciadores de
referências. Por meio deles, temos a opção de facilitar o manuseio dos estudos levantados por
meio da revisão, além de possibilitar o armazenamento, o gerenciamento e a utilização de
referências em trabalhos acadêmicos e científicos de acordo com diferentes estilos de
normalização.
Também pudemos conhecer a estrutura de um artigo científico e a importância de saber ler e
interpretar o seu conteúdo adequadamente, além de pontos que são cruciais para garantir a sua
qualidade e acessibilidade. Também vimos que é necessário cuidado no momento da escolha do
periódico; e um dos fatores que nos ajudam nessa seleção é o impacto do periódico. Ademais,
conhecemos modelos de transferência do conhecimento em saúde e estratégias inovadoras e
tecnológicas, a fim de propiciar um aprendizado pautado em metodologias ativas e de garantir
que o processo de ensino-aprendizagem seja prazeroso e efetivo tanto para os que aprendem
como para aqueles que ensinam.
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Autoria
Autora
Enfermeira formada pelas Faculdades de Dracena (Fadra). Mestra em Enfermagem pela
Universidade de Brasília (UnB), com período sanduíche na Escola Superior de Enfermagem de
Coimbra (ESEnfC). Especialização em Enfermagem do Trabalho pelas Faculdades Integradas do
Vale do Ivaí. Especialização também em Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva pela PUC
– Goiás. Atualmente, doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação Enfermagem em Saúde
Pública, da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP/USP). Atua na temática de pesquisa
Enfermagem Neonatal e Pediátrica, principalmente nos seguintes temas: Cuidado de
Enfermagem ao Recém-Nascido e à família; Dor no Recém-Nascido; Aleitamento Materno;
Prática Baseada em Evidências e Transferência do Conhecimento.
Laíse Escalianti Del Alamo Guarda
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Glossário
Palavra que se forma pela junção das primeiras letras ou das sílabas iniciais de um grupo de
palavras, de uma expressão: a Anatel, Agência Nacional de Telecomunicações, é um exemplo de
acrônimo. Fonte: www.dicio.com.br/acronimo [https://www.dicio.com.br/acronimo/]
Condição segundo a qual uma causa produz um efeito. Fonte: www.dicio.com.br/causalidade
[http://www.dicio.com.br/causalidade/]
Vem do verbo indexar, que significa dispor em índice, numa lista que metodicamente indica o
conteúdo de alguma coisa; ordenar. Fonte: www.dicio.com.br/indexado
[https://www.dicio.com.br/indexado/]
Qualidade de iníquo; contrário à equidade. Fonte: www.dicio.com.br/iniquidade
[https://www.dicio.com.br/iniquidade/]
Acrônimo
Causalidade
Indexado
Iniquidade
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http://www.dicio.com.br/causalidade/
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https://www.dicio.com.br/indexado/
https://www.dicio.com.br/indexado/
https://www.dicio.com.br/iniquidade/
https://www.dicio.com.br/iniquidade/
Bibliografia
Bibliografia Clássica
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. 
Departamento de Ciência e Tecnologia. Diretrizes metodológicas: Sistema GRADE – Manual de 
graduação da qualidade da evidência e força de recomendação para tomada de decisão em 
saúde. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2014. 72 p.
PEREIRA, A. S. et al. Metodologia da pesquisa científica. Santa Maria: UFSM, 2018.
PEREIRA, M. G.; GALVÃO, T. F.; SILVA, M. T. Saúde Baseada em Evidências. Rio de Janeiro: Editora 
Guanabara Koogan, 2016.
Bibliografia Geral
ALMEIDA, C. C.; GRACIO, M. C. C. Produção científica brasileira sobre o indicador “Fator de 
Impacto”: um estudo nas bases SciELO, Scopus e Web of Science. Encontros Bibli: revista 
eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação, [s.l.], v. 24, n. 54, p. 62-77, 2019.
CAPP, E.; NIENOV, O. H. Epidemiologia aplicada básica. Porto Alegre: UFRGS, 2020.
CENTRO COCHRANE DO BRASIL. Cochrane Brasil. São Paulo, 2019. Disponível em:
https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lis-LISBR1.1-46574[https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lis-LISBR1.1-46574] . Acesso em: 25 jan. 2023.
DIAS, J. D. et al. Avaliação de serious game em programa de enfrentamento da obesidade infantil. 
Acta Paulista de Enfermagem, São Paulo, v. 34, 2021.
FONSECA, L. M. M. et al. Interdisciplinary simulation scenario in nursing education: Humanized 
childbirth and birth. Revista Latino-Americana de Enfermagem, [s.l.], v. 28, 2020.
GUIMARÃES, C. M. S; FONSECA, L. M. M; MONTEIRO, J. C. S. Desenvolvimento e validação de 
protótipo de aplicativo sobre aleitamento materno para profissionais de saúde. Revista da Escola 
de Enfermagem da USP, São Paulo, v. 55, 2021.
HIGGINS, J. P. T. et al. (ed.). Cochrane handbook for systematic reviews of interventions. 
Hoboken: John Wiley & Sons, 2022.
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https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lis-LISBR1.1-46574
MENDES, K. D. S.; SILVEIRA, R. C. C. P; GALVÃO, C. M. Uso de gerenciador de referências
bibliográficas na seleção dos estudos primários em revisão integrativa. Texto & Contexto-
Enfermagem, [s.l.], v. 28, 2019.
PÜSCHEL, V. A. A. et al. Formando para implementação de evidências em saúde no Brasil: a
metodologia JBI. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v. 55, 2021.
VIEIRA, A. C. G; GASTALDO, D.; HARRISON, D. Como traduzir o conhecimento científico à prática?
Conceitos, modelos e aplicação. Revista Brasileira de Enfermagem, [s.l.], v. 73, n. 5, 2020.
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