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Caminhos para a aplicabilidade de evidências na prática clínica Autora Laíse Escalianti Del Alamo Guarda 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 15:56 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 Objetivos Sejam bem-vindos ao nosso material sobre Caminhos para a aplicabilidade de evidências na prática clínica. Neste trecho, abordaremos os temas relacionados a como efetuar busca de evidências na literatura, como avaliar as evidências por meio da sua hierarquia e apresentaremos o sistema GRADE. Com isso, vocês terão a oportunidade de aprender sobre como escolher o periódico e a importância do seu fator de impacto. Além disso, apresentaremos modelos de transferência do conhecimento e a sua importância, além de abordar estratégias de disseminação de conhecimento educacionais e na prática clínica. Esperamos que, com esse conteúdo, vocês sejam capazes de entender quais passos precisam seguir para conseguir reunir evidências e modelos de sua aplicabilidade na prática. Além disso, terão a oportunidade de conhecer estratégias inovadoras e tecnológicas. Espero que vocês aproveitem esse conteúdo, explorem-no ao máximo e mergulhem no novo mundo de conhecimentos a que serão apresentados. 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 15:56 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 Caminhos para a aplicabilidade de evidências na prática clínica 1 Para usufruir dos benefícios da Saúde Baseada em Evidências, é necessário ter conhecimento acerca da estratégia de busca de evidências na literatura. Não é por meio de uma busca simples em algum portal de periódicos que levantaremos os estudos que precisamos, porém, é um bom começo, pois com isso é possível desenvolver familiaridade com os termos que serão utilizados na busca (CAPP; NIENOV, 2020). Antes de iniciar essa etapa de busca, é importante certificar-se de que a pergunta de pesquisa está adequada, clara e definida, pois qualquer irregularidade na sua formulação pode acarretar prejuízos na estratégia de busca, tornando a síntese dos resultados incorreta. Assim, não será possível o levantamento adequado da evidência necessária para responder ao objetivo da revisão (CAPP; NIENOV, 2020). A formulação da estratégia de busca aborda diversos aspectos importantes que nos servirão de guia para que tenhamos sucesso ao realizá-la. É necessário ter conhecimento robusto acerca da temática em questão, pois, à medida que realizamos a busca e a leitura de artigos, podemos encontrar novos estudos, nomenclaturas e termos para aperfeiçoamos a estratégia de busca. Na maioria dos casos, é necessário testar a estratégias por inúmeras vezes, com inclusão de palavras-chave e descritores, a fim de conseguirmos reunir o maior número de estudos possíveis, garantindo assim que nenhuma pesquisa relevante fique fora da nossa busca (CAPP; NIENOV, 2020). Outro aspecto importante de ser lembrado é que cada base de dados tem estratégias específicas de busca, então, saber como acessar e buscar nas bases de dados traz economia de tempo e uma melhor capacidade de encontrar toda a evidência disponível. A Diretriz Metodológica para a elaboração de revisões sistemáticas e metanálises, elaborada pelo Ministério da Saúde, classifica como essencial a busca nas bases CENTRAL, MEDLINE, EMBASE e LILACS. A base de dados CENTRAL reúne registros de ensaios clínicos; a MEDLINE tem ênfase na literatura científica dos Estados Unidos; a EMBASE consiste na produção científica europeia; e o LILACS enfatiza a produção científica da América Latina. Habitualmente, as buscas são realizadas em portais de busca como a Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), PubMed e o portal de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Porém, é importante que Busca de evidências na literatura1.1 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 15:56 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 saibamos a diferença entre bases de dados e portais de busca, para evitar que no momento da busca alguma base fique de fora (CAPP; NIENOV, 2020). Para que a montagem da estratégia de busca seja adequada, é necessário que o pesquisador tenha conhecimento acerca da diferença entre palavras-chave e descritores controlados (ou thesaurus). As palavras-chave são aleatórias e extraídas de textos de linguagem livre, ou seja, não são estruturadas. Os descritores controlados são organizados em estruturas hierárquicas, facilitando a busca e a identificação dos estudos de interesse do revisor. O portal de buscas PubMed tem como thesaurus o MeSH terms (Medical Subject Headings), já a BVS utiliza os Descritores em Ciências da Saúde (Decs). No portal da BVS, é possível encontrar os descritores em quatro idiomas diferentes: português, inglês, espanhol e francês. A elaboração da estratégia de busca deve considerar grafias alternativas, terminações alternativas, sinônimos, nomes comerciais ou genéricos de medicamentos, antônimos e acrônimos (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2019; CAPP; NIENOV, 2020). Além disso, em alguns casos é necessária a determinação do tempo, pois a depender do assunto a busca pode explodir e retornar um número muito grande de estudos, inviabilizando a análise, outrossim, a restrição do tempo pode tornar a busca incompleta. É importante também que se faça o uso adequado dos operadores booleanos, que atuam como palavras que informam ao sistema de busca como combinar os termos de sua pesquisa. São eles AND, OR e NOT, que significam respectivamente E, OU e NÃO. Utilizaremos o operador booleano “AND” para combinação restritiva, “OR” para combinação aditiva e “NOT” para condição excludente. Além disso, é necessário que se tenha conhecimento acerca do truncamento de sufixos e prefixos com o uso de símbolos (* ou $). Em diversos sites da internet, temos tutoriais e orientações disponíveis sobre como realizar buscas e utilizar adequadamente cada um dos recursos disponíveis em cada uma das bases de dados (CAPP; NIENOV, 2020). Além das buscas nas bases de dados, é importante também que as buscas contemplem a literatura cinzenta. Esse tipo de literatura consiste em dados não publicados formalmente em fontes como livros, revistas e periódicos eletrônicos, em que a busca pode ser realizada de forma manual ou eletrônica. Os documentos denominados literatura cinzenta incluem resumos de congressos, relatórios técnicos de pesquisa, preprints, e-prints, trabalhos de conclusão de curso, dissertações, teses, publicações governamentais (emendas, projetos, leis, manuais), anais de eventos científicos, estudos não registrados, registro de ensaios clínicos, lista de referências, entre outros (CAPP; NIENOV, 2020). A princípio, a utilização da literatura cinzenta pode parecer pouco confiável, até por se tratar de uma busca muitas vezes manual, sem uma sistemática incluída. Porém, algumas iniciativas 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 15:56 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 buscam compilar dados de literatura cinzenta para facilitar o processo de busca e acesso. Entre elas destacam-se o Open Grey, Grey Net International, Grey Literature Report, além do Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos (CAPP; NIENOV, 2020). Acesse os sites de buscas da literatura cinzenta: Open Grey (www.opengrey.eu [http://www.opengrey.eu] ) GreyNet International (www.greynet.org [http://www.greynet.org] ) Grey Literature Report (www.greylit.org [http://www.greylit.org] ) Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos (www.ensaiosclinicos.gov.br [http://www.ensaiosclinicos.gov.br] ) A estratégia de busca é elaborada para ser altamente sensível, em que se retorna um número muito maior de estudos do que apenas os elegíveis para a revisão. Dessa forma, é necessário que se realize a seleção dos estudos, que consiste na importação destes para a plataforma de seleção (que pode ser um recurso eletrônico ou manual), a remoção das duplicações, a triagempelos títulos e resumos e a leitura do texto completo dos estudos selecionados para confirmação da inclusão ou não no processo de revisão. O ideal é que essas etapas sejam realizadas simultaneamente, de modo independente por pelo menos dois revisores a fim de garantir a consistência na coleta das informações necessárias (CAPP; NIENOV, 2020). Além disso, toda estratégia de seleção dos estudos deve ser apropriadamente registrada. Esse registro deve conter informações relevantes como quantidade de artigos recuperados na busca, duplicações removidas, estudos selecionados, incluídos, excluídos e seus motivos. O registro adequado contribui para a transparência e a reprodutibilidade da revisão (CAPP; NIENOV, 2020). 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 15:56 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 http://www.opengrey.eu/ http://www.opengrey.eu/ http://www.greynet.org/ http://www.greynet.org/ http://www.greylit.org/ http://www.greylit.org/ http://www.ensaiosclinicos.gov.br/ http://www.ensaiosclinicos.gov.br/ Videoaula - Busca de evidências na literatura Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/809862539". Com o grande volume de informações e a variabilidade da sua qualidade, os profissionais de saúde enfrentam desafios de como avaliar criticamente os materiais disponibilizados para consulta. Dessa forma, é necessário que se faça a avaliação da qualidade da evidência com o objetivo de apresentar a confiança nas evidências reunidas e para a tomada de decisão se determinada conduta seja adotada ou rejeitada, tanto para os profissionais de saúde envolvidos no cuidado como para os gestores. A hierarquia dos níveis de evidência é baseada no grau de confiança da informação, com base no delineamento do estudo (CAPP; NIENOV, 2020; PEREIRA; GALVÃO; SILVA, 2016). Nesse contexto, utilizamos fontes primárias e secundárias de evidências. As fontes primárias são relacionadas a estudos com delineamento bem definido e as secundárias são aquelas provenientes de métodos de síntese do conhecimento. Dessa forma, as fontes secundárias têm destaque no desenvolvimento de diretrizes clínicas por passarem por processos sistemáticos de revisão de literatura, caracterizada por métodos abrangentes e transparentes, permitindo um embasamento adequado (CAPP; NIENOV, 2020; PEREIRA; GALVÃO; SILVA, 2016). A Saúde Baseada em Evidências tem como foco sistemas de classificação de evidências. São sistemas geralmente caracterizados de forma hierárquica, que avaliam o delineamento do Hierarquia dos níveis de evidência científica e sistema GRADE 1.2 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 15:56 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 estudo, ou seja, da abordagem metodológica que foi utilizada para o desenvolvimento do estudo e da sua natureza. O conhecimento desses sistemas de classificação de evidências proporciona subsídios para auxiliar o profissional de saúde na avaliação crítica de resultados oriundos de pesquisas e, consequentemente, na tomada de decisão sobre a incorporação das evidências à prática clínica (PEREIRA; GALVÃO; SILVA, 2016). Na literatura, temos diversas divisões do nível de evidência, e todas permeiam basicamente pela mesma linha. A fim de ilustrar, podemos utilizar o desenho da pirâmide do nível de evidência, que é amplamente conhecida para exemplificar o local que os estudos ocupam e a sua representatividade na tomada de decisões. As revisões sistemáticas estão no topo da pirâmide, seguidas pelos ensaios clínicos randomizados. Logo após, temos os estudos observacionais como estudos de coorte, de caso-controle, transversal e ecológico, seguidos de série de casos, “opiniões de especialistas” e, na parte inferior (base), a pesquisa básica. A pesquisa qualitativa não se enquadra nessa hierarquia particular de evidências, pois seu objetivo é explicar um fenômeno ainda não conhecido em um determinado contexto, pouco estudado. Sendo assim, dificilmente os seus achados servirão para explicar fenômenos em contextos diferentes ou com indivíduos diferentes. Já a pesquisa quantitativa (estudos experimentais, observacionais e descritivos) reúne uma grande quantidade de dados em forma de números, porcentagens; por meio dela, podemos descobrir se determinada terapêutica ou medicamento é eficaz em determinada população (CAPP; NIENOV, 2020; PEREIRA; GALVÃO; SILVA, 2016). Figura: Pirâmide tradicional do nível de evidência Fonte: adaptado de Capp e Nienov (2020, p. 34) 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 15:56 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/01.png https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/01.png Notadamente, as revisões sistemáticas de ensaios clínicos randomizados estão no topo da pirâmide. Além disso, é importante ressaltar que quanto mais próximo do topo, melhor a evidência é considerada, e quanto mais perto da base, vai diminuindo a sua força. As revisões sistemáticas consideradas duradouras e úteis são aquelas realizadas pela colaboração Cochrane (CAPP; NIENOV, 2020) por incorporarem constantemente novas informações. Como sabemos, a ciência é dinâmica, dessa forma novas descobertas estão sempre disponíveis e a instituição sempre preza pela atualização contínua das revisões (CAPP; NIENOV, 2020; PEREIRA; GALVÃO; SILVA, 2016). Para que possamos recomendar uma determinada intervenção em saúde, o nível de evidência pode indicar, de forma objetiva, o suporte dessa recomendação. Inúmeros sistemas já foram criados com o objetivo de classificar os níveis de evidência e, apesar de haver semelhanças em suas características, os usuários desses sistemas acabavam confusos com tantas opções disponíveis (BRASIL, 2014; PEREIRA; GALVÃO; SILVA, 2016). Foi então que no ano de 2004, como forma de avaliar as evidências do ponto de vista da qualidade das evidências e força das recomendações, foi proposta a implementação do sistema GRADE (Grading of Recommendations Assessment, Development and Evaluation). O GRADE foi criado por um grupo colaborativo de pesquisadores que tem como objetivo disponibilizar um sistema universal, transparente e sensível para essa avaliação das evidências, de forma padronizada. Atualmente, o GRADE é utilizado por mais de 80 instituições internacionais, entre elas estão a OMS, o Centers for Disease Control and Prevention (CDC) e a colaboração Cochrane. Sua aplicação está na avaliação da evidência para, por meio disso, obter informações de qualidade que servirão de base na formulação de recomendações para diretrizes clínicas, revisões sistemáticas e avaliações de tecnologias em saúde (BRASIL, 2014; PEREIRA; GALVÃO; SILVA, 2016). Na maioria dos sistemas que realizavam esse tipo de classificação, o delineamento do estudo era um fator essencial para a determinação da qualidade da evidência. No entanto, mais fatores como a precisão dos seus resultados podem nortear as decisões em saúde. Ou seja, o GRADE realiza esse processo de avaliação crítica e ao final nos mostra o quão confiável é aquela evidência e como esses resultados podem ser utilizados na nossa realidade (PEREIRA; GALVÃO; SILVA, 2016). No sistema GRADE, a qualidade da evidência é classificada em quatro níveis: alto, moderado, baixo e muito baixo. Inicialmente, a classificação da evidência é definida com base no delineamento dos estudos. As classes de delineamento são duas: ensaios clínicos randomizados e estudos observacionais (BRASIL, 2014; CAPP; NIENOV, 2020). 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 15:56 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 Por exemplo, o ensaio clínico randomizado é o delineamento mais adequado para questões relacionadas a intervenções e, quando esses são utilizados, a qualidade da evidência pelo sistema GRADE (www.gradeworkinggroup.org) é consideradaalta. Quando há inclusão apenas de estudos observacionais, a qualidade da evidência inicia-se como baixa (CAPP; NIENOV, 2020). Com base nessa classificação inicial, alguns critérios são definidos, e o julgamento desses aspectos permite reduzir ou aumentar o nível de evidência. Sendo assim, o delineamento do estudo por si só não corresponde à qualidade buscada, por isso é necessário que se observe a forma como esse estudo foi conduzido para que essa classificação se mantenha alta ou diminua. Cinco fatores podem diminuir e três fatores podem aumentar a qualidade do estudo. Os fatores que são responsáveis pela diminuição do nível de evidência incluem limitações metodológicas, inconsistência, evidência indireta, imprecisão e viés de publicação (BRASIL, 2014; PEREIRA; GALVÃO; SILVA, 2016). É importante lembrar que a qualidade da evidência proveniente de estudos observacionais se inicia com nível baixo, pois fatores como a ausência de randomização indicam forte possibilidade de viés. No entanto, esses estudos podem ter seu nível de evidência elevado, caso cumpram critérios que aumentem a sua confiança na estimativa de efeito. O sistema GRADE considera três critérios: grande magnitude de efeito, gradiente dose-resposta e fatores de confusão residuais (BRASIL, 2014; PEREIRA; GALVÃO; SILVA, 2016). Quando falamos em magnitude de efeito, pensamos em casos em que há a redução dramática de um efeito considerado nocivo, mesmo ocorrendo em um curto intervalo de tempo após a intervenção. Dessa forma, quando encontramos um grande efeito nos estudos observacionais, é provável que aquela intervenção tenha um efeito importante no desfecho em questão. A magnitude e o efeito podem ser considerados grandes ou muito grandes, levando em consideração alguns fatores. Caso sejam grandes, aumentam a qualidade da evidência em um nível, e se forem muito grandes, aumentam em dois níveis (BRASIL, 2014; PEREIRA; GALVÃO; SILVA, 2016). Quando há a presença de gradiente dose-resposta, isso nos mostra a probabilidade da ocorrência da relação de causa-efeito, ou seja, há então uma causalidade no estudo. A causalidade é a relação entre o evento A (causa) e um segundo evento B (efeito), em que o 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 15:56 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 segundo acontece em consequência do primeiro. Quando delineamos um estudo, devemos evitar a distribuição desigual dos fatores de confusão entre os grupos de comparação, pois esses precisam estar adequadamente balanceados entre os diferentes grupos, pois caso contrário se caracterizam como confundimento residual. A presença desses fatores pode sub ou superestimar os efeitos observados e, em ocasiões especiais, trabalha a favor da confiança da estimativa de efeito (BRASIL, 2014; PEREIRA; GALVÃO; SILVA, 2016). Quando as recomendações são oriundas das opiniões de especialistas, são classificadas como nível de evidência “muito baixo”. Formalmente, as opiniões de especialistas não são consideradas como evidência, pois não dizem respeito a algum estudo delineado e conduzido, pois são escritas com base em vivências e experiências clínicas do autor. Dessa forma, quando buscamos a substituição desses estudos, devemos buscar preferencialmente outras fontes de informação, por exemplo os estudos observacionais do tipo série e relato de casos (BRASIL, 2014). No GRADE a força da recomendação não avalia somente a qualidade da evidência. Há análise de outros fatores como o balanço entre riscos e benefícios, os valores e as preferências do paciente e, por fim, os custos relacionados àquela intervenção. Sendo assim, por meio da força da recomendação identificamos o quanto determinada conduta deve ser adotada ou rejeitada, e consideramos potenciais vantagens e desvantagens para aqueles que irão ser submetidos a determinada intervenção. Como desvantagens podemos ressaltar os efeitos adversos, a carga psicológica a que o paciente e sua família serão submetidos e os custos para a sociedade. Deve haver um balanço entre vantagens e desvantagens para que se determine a força da recomendação. A força da recomendação é dividida em forte e fraca, ou seja, ela pode ser a favor ou contra a conduta proposta. Assim, determinada evidência pode ser considerada como de baixa qualidade, porém fortemente recomendada por apresentar potenciais benefícios e baixo custo (BRASIL, 2014). É importante ressaltar que os domínios avaliados no sistema GRADE, apesar de serem baseados em critérios bem definidos, estão sujeitos a uma avaliação qualitativa do pesquisador e podem apresentar diferenças entre os avaliadores. Dessa forma, é necessário que, ao longo do processo, a graduação da evidência seja realizada de forma transparente pelo avaliador e que este apresente os motivos que o fizeram atribuir determinado nível de evidência (BRASIL, 2014). Uma das limitações desse sistema está relacionada à complexidade no seu manejo; dessa forma, é necessário que os avaliadores que forem utilizá-lo realizem treinamento prévio e tenham um conhecimento robusto em epidemiologia clínica (BRASIL, 2014; PEREIRA; GALVÃO; SILVA, 2016). 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 15:56 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 Videoaula - Hierarquia dos níveis de evidência Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/809862686". O uso de softwares gerenciadores de referências bibliográficas foi proposto inicialmente para estudos de revisão sistemática, com registro das primeiras publicações relacionadas ao seu uso na década de 1990. Muitos revisores ainda utilizam planilhas do Microsoft Excelourealizam a seleção manual dos estudos. Para que realizem esse tipo de seleção, é necessária a impressão dos títulos e resumos, o que torna o processo complexo, não ecológico e demanda um tempo maior para análise. Atualmente, o fluxo de trabalho no processo de revisão é mais racionalizado com o uso de programas computacionais (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2019). Com o intuito de facilitar o manuseio dos estudos levantados por meio da revisão de literatura, dispomos dos gerenciadores de referências, que são softwares que permitem o armazenamento, o gerenciamento e a utilização de referências em trabalhos acadêmicos e científicos de acordo com diferentes estilos de normalização (Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, Vancouver, ISO, entre outros). Após concluir as buscas nas bases de dados, os resultados são exportados em arquivos de acordo com cada base de dados. Geralmente no formato eletrônico (XML, Extensible Markup Language), textual (txt, Text File) ou de gerenciador de referências (RIS, Research Information Systems) (CAPP; NIENOV, 2020). Os gerenciadores de referências permitem alguma automatização das atividades, como a identificação de artigos duplicados (indexado em duas bases de dados diferentes), identificação Gerenciadores de referências1.3 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 15:56 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 de concordâncias e discordâncias entre os avaliadores na seleção, auxiliando na condução e organização das etapas e dos artigos da revisão. Além disso, essa automatização proporciona uma redução no tempo de análise desses estudos, visto que a maioria dos profissionais da área da saúde enfrenta desafios relacionados ao pouco tempo disponível nos seus locais de trabalho em razão da sobrecarga de trabalho e do dimensionamento inadequado de profissionais (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2019; CAPP; NIENOV, 2020). Quadro: Gerenciadores de referências bibliográficas Gerenciador Característica Disponibilidade EndNote Principais estilos de formatação e filtros de importação disponíveis Pago EndNote Web Opção web e gratuita do EndNote Grátis Mendeley Disponível em versão web e desktop Grátis Zotero Integrado com navegadores de internetGrátis Covidence Triagem, seleção do texto completo, pago, extração dos dados, avaliação crítica Pago Rayyan Triagem Grátis Fonte: adaptado de Capp e Nienov (2020, p. 86) Após realizadas as triagens e a seleção dos artigos, é necessário que tenhamos disponíveis os textos na íntegra, para que a leitura seja realizada de forma integral e também para a extração dos dados de interesse. A obtenção dos textos completos pode representar um grande desafio aos envolvidos no processo de revisão, pois nem todos estão completa ou gratuitamente disponíveis, o que pode demandar recursos financeiros para a aquisição desses estudos, e, quando não há essa possibilidade, pode acontecer a exclusão de um artigo que seria muitas vezes extremamente relevante para a revisão. Como alternativas para driblar esse tipo de dificuldade, temos a possibilidade de obter esses artigos na íntegra por meio de algumas opções como ResearchGate,Unpaywall, ORCID, Publons ou LinkedIn(CAPP; NIENOV, 2020). 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 15:56 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 Além disso, outro aspecto importante que os gerenciadores de referência têm é a capacidade de organizar a bibliografia do trabalho em questão, por meio da criação das citações, enquanto escreve o texto científico, facilitando a formatação das referências ao final de todo o processo de preparo do manuscrito. Ao inserir um artigo científico no gerenciador de referência, o próprio sistema busca todas as informações acerca do manuscrito e as disponibiliza para os usuários, deixando então a referência pronta para o uso no documento. Por se tratar de um recurso muito específico, algumas próprias plataformas (Mendeley, EndNote) oferecem treinamentos acerca desse tipo de recurso oferecido. É sabido que os diferentes estilos de normatização dos estudos acarretam uma grande demanda de tempo, além de conhecimento do responsável por organizar. Sem contar que a maioria dos trabalhos de conclusão de curso, dissertações e teses segue as normas da ABNT, já quando seguem para publicação em periódicos a recomendação é que os textos sejam encaminhados com as normas de Vancouver (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2019; CAPP; NIENOV, 2020). A escolha do software é influenciada por sua disponibilidade (que pode ser gratuita ou paga) e pela adaptação do revisor às opções disponíveis. Entretanto, salienta-se a seleção do programa para suprir as necessidades individuais de cada revisor, uma vez que cada ferramenta apresenta vantagens e desvantagens. Alguns têm maior facilidade no manuseio, porém outras funções podem se mostrar limitadas. Com o objetivo de auxiliar os usuários na sua utilização, o software EndNote disponibiliza aos seus usuários um canal no YouTube com diferentes vídeos que ensinam seu uso. Além disso, há disponível na internet diversos guias e orientações acerca do Figura: Logotipo da plataforma ResearchGate Fonte: . Figura: Logotipo da plataforma ORCID Fonte: . 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 15:56 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/02.jpg https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/02.jpg https://commons.wikimedia.org/w/index.php?search=research+gate&title=Special:MediaSearch&go=Go&type=image https://commons.wikimedia.org/w/index.php?search=research+gate&title=Special:MediaSearch&go=Go&type=image https://commons.wikimedia.org/w/index.php?search=research+gate&title=Special:MediaSearch&go=Go&type=image https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/03.jpg https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/03.jpg https://commons.wikimedia.org/wiki/File:ORCID_logo_with_tagline.svg https://commons.wikimedia.org/wiki/File:ORCID_logo_with_tagline.svg uso dos gerenciadores, e também é possível a realização de treinamentos ministrados por bibliotecários capacitados (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2019). Videoaula - Gerenciadores de referências bibliográficas Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/809862835". Os artigos científicos são documentos extremamente importantes para a comunidade acadêmica, para os profissionais de saúde e até mesmo para os usuários, pois são importantes meios de se incentivar o desenvolvimento de aprendizado, além de contribuírem para a melhoria da educação. São ferramentas que possibilitam o desenvolvimento pessoal tanto de quem escreve como daquele que lê e também contribuem na evolução da carreira docente e/ou científica. Vale destacar que todo pesquisador, professor e aluno pode contribuir na produção científica por meio de seus trabalhos, sejam eles resultantes de experiências realizadas em laboratórios, pesquisas em campo ou, até mesmo, revisões de literatura (PEREIRA et al., 2018). Para que saibamos como elaborar, redigir e estruturar um artigo científico, antes de mais nada é necessário que saibamos ler e realizar a sua interpretação adequada. Dessa forma, é necessário ter conhecimentos básicos acerca dos métodos científicos, noções básicas de epidemiologia e estatística. A pesquisa e a leitura em si já fazem com que o leitor se aperfeiçoe, conheça mais sobre o tema de sua busca e desenvolva habilidades e competências cognitivas (PEREIRA et al., 2018; CAPP; NIENOV, 2020). Elaboração de artigos científicos1.4 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 15:56 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 A estrutura de um artigo científico é basicamente formada por título, resumo, introdução, método, resultados, discussão, conclusão e referências (CAPP; NIENOV, 2020). O título deve informar claramente a que se destina o artigo, é a principal chamada para a leitura sobre aquele material. Depois, normalmente avaliamos o resumo, que trará os pontos-chaves do artigo em poucas palavras (normalmente entre 250 e 300 palavras). É com base no resumo que o leitor irá decidir se segue ou elimina aquele material da sua revisão, portanto, é extremamente importante que o resumo, apesar de conciso, seja ao mesmo tempo completo (CAPP; NIENOV, 2020). Na introdução, conseguimos situar o leitor sobre o contexto do tema do artigo. É importante que a introdução faça o adequado levantamento do estado da arte, as bases da pesquisa. Além disso, é nela que conheceremos os objetivos do trabalho, hipótese da pesquisa e justificativas que motivaram o pesquisador a conduzir aquele estudo. O método é como se fosse a receita do bolo, pois informa sobre a maneira como foi realizado o estudo e como os resultados foram analisados. Além disso, também são explicitados o desenho do estudo, a amostra (e como foi realizado seu cálculo), os critérios de inclusão e de exclusão, os instrumentos e experimentos realizados, a análise estatística e os aspectos éticos (CAPP; NIENOV, 2020). No campo resultados, apresentaremos os achados do estudo, que podem ser apresentados por meio de tabelas, gráficos e figuras. Já na discussão, realizaremos a avaliação dos resultados, o que eles significam e também é possível que correlacionemos os achados com outros estudos realizados anteriormente e já publicados. Também é importante levantar as limitações e forças do estudo. Para finalizar são apresentadas as conclusões, evidenciando com clareza e objetividade a resposta ao problema do estudo. Um ponto muito importante é que, sempre que for elaborar a sua conclusão, ela e o objetivo do estudo devem estar em consonância, ou seja, é como se a conclusão respondesse ao objetivo do estudo (CAPP; NIENOV, 2020). Por fim, e não menos importantes, teremos as referências (ou bibliografia), conjunto de documentos, impressosou eletrônicos, utilizados como referência para a elaboração do artigo científico. É importante que sejam as mais atualizadas possíveis (normalmente dos últimos cinco anos) e, no caso de referência mais antigas, estas precisam ser categorizadas como referências clássicas e que não podem faltar para embasar aquele tema específico (CAPP; NIENOV, 2020). E como escrever um artigo? Essa parece uma pergunta difícil de ser respondida, pois, com tantas informações e critérios, parece ser extremamente trabalhoso. De fato é, mas é por meio da escrita científica que tornamos a ciência real e utilizável para os outros. E para escrevê-lo devemos utilizar uma linguagem objetiva, precisa e com vocabulário técnico, portanto, os pesquisadores responsáveis pelas colaborações devem ter conhecimento acerca do tema 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 15:56 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 proposto. Normalmente, cada autor descreve de qual forma foi a sua colaboração na concepção do material, além de indicar a qual instituição está vinculado, seja como docente, pesquisador ou aluno (CAPP; NIENOV, 2020). Além disso, o estilo de escrita deve ser coerente, conciso e fiel às fontes mencionadas durante a sua construção. Outro ponto de grande importância é a correção gramatical e o uso dos recursos ilustrativos, com o objetivo de facilitar o entendimento por parte do público que fará a sua leitura. Esses podem ser quadros, tabelas, figuras, gráficos, entre outros. Dessa forma, o processo de escrita ocorre em várias etapas e inclui diversas revisões, antes se receber a aprovação para sua publicação. A revisão é um ótimo exercício, pois permite a identificação de potenciais erros ou formas de melhorar a apresentação dos dados. Muitas vezes, ao escrever o artigo, podemos ter certo domínio do tema e acabar por esquecer de mencionar alguns detalhes que deve conter para que o seu embasamento fique adequado (CAPP; NIENOV, 2020). Porém, em alguns casos, os estudos, mesmo após diversas revisões, não recebem o aceite para sua publicação. Algumas falhas podem estar envolvidas nesse processo e favorecem os editores a rejeitar aquele material para publicação na revista escolhida. Entre essas falhas, algumas destacam-se: a não originalidade do artigo, um delineamento não utilizado adequadamente, o tamanho da amostra foi insuficiente para o objetivo do estudo, a análise estatística estava incorreta ou inapropriada, conflito de interesse ou, até mesmo, porque o artigo foi tão mal escrito que se tornou incompreensível. Essas são algumas das falhas que podem ocorrer; para que sejam evitadas, é extremamente importante que a pesquisa seja planejada de forma correta e adequada para responder à questão de pesquisa, ser conduzida de forma ética e dentro dos preceitos estabelecidos, além de a escrita do material estar de clara e objetiva (CAPP; NIENOV, 2020). 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 15:56 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 Videoaula - Elaboração de artigos científicos Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/809862973". 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 15:56 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 Outra questão de extrema importância é a escolha do periódico (ou revista) para a publicação do material. As revistas precisam cumprir alguns critérios para serem consideradas adequadas, pois nos dias atuais houve um aumento exponencial de revistas científicas, mas nem todas têm a mesma qualidade de análise, verificação e registro reconhecidos. Há um código de numeração de nível mundial, denominado International Standard Serial Number(ISSN). Se uma publicação é registrada, ela tem seu número de ISSN, caso não o possua: está em processo de registro ou é “pirata” (PEREIRA et al., 2018). Escolha do periódico e fator de impacto1.5 Figura: Primeira edição da Nature, de 1869 Fonte: . 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 15:56 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/04.jpg https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/04.jpg https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Nature_cover,_November_4,_1869.jpg https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Nature_cover,_November_4,_1869.jpg https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Nature_cover,_November_4,_1869.jpg Outra forma é verificar o fator de impacto, que nada mais é do que um indicador bibliométrico responsável por avaliar a importância das publicações científicas com base no número de citações que ela recebe. Esse cálculo mostra a média de citações que os artigos recebem em um determinado periódico, mais especificamente aqueles periódicos indexados no Web of Science. Após realizado o cálculo, é atribuído o fator de impacto e o resultado é anexado ao Journal Citation Reports (JCR), que é uma publicação anual da Clarivate Analytics, autoridade em citações e avaliações científicas (ALMEIDA; GRACIO, 2019). Além disso, no Brasil também está disponível para verificação a Qualis, que é atribuída pela Capes. A classificação Qualis afere a qualidade dos artigos e de outros tipos de produção com base na análise de qualidade dos veículos de divulgação, ou seja, os periódicos científicos. A classificação é realizada em quadriênios, e dividida por estratos: A1 (mais elevado), A2; A3; A4; B1; B2; B3; B4; C - peso zero. Conforme a publicação vai melhorando sua qualidade, o periódico tendo mais tempo de existência e garantindo a continuidade de manutenção da qualidade, sua classificação Qualis pode melhorar (PEREIRA et al., 2018). A verificação do nível de qualidade atribuído pela Capes pode ser feita por meio de pesquisa no website da Plataforma Sucupira, disponível no endereço eletrônico: sucupira.capes.gov.br [https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/veiculoPublicacaoQualis/listaCo nsultaGeralPeriodicos.jsf] (PEREIRA et al., 2018). Outro fator importante para se avaliar a qualidade do periódico são seus indexadores, que são instituições que registram a revista, reconhecem e realizam a indexação. Alguns são importantes na América Latina, como é o caso do LATINDEX (Índice Latino-americano de Publicações Cientficas Seriadas) e LILACS (Literatura Latino-americana em Ciências da Saúde). Temos outros em nível internacional, como é o caso do Directory of Open Access Journals (DoAJ), SCOPUS E do Journal Citation Reports - JCR (Thomson Reuters). Além disso, é necessário que se sigam as normas de publicação da revista. Normalmente, são informações disponibilizadas nas páginas dos periódicos a respeito de normativas de elaboração do manuscrito e geralmente encontradas por “orientações aos autores” (PEREIRA et al., 2018). Outro ponto que deve ser avaliado no momento da escolha da revista é verificar o seu escopo, ou seja, se um artigo não se encaixar no tipo de assunto que a revista publica, não terá chance e o 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 15:56 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/veiculoPublicacaoQualis/listaConsultaGeralPeriodicos.jsf https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/veiculoPublicacaoQualis/listaConsultaGeralPeriodicos.jsf https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/veiculoPublicacaoQualis/listaConsultaGeralPeriodicos.jsf aceite do artigo por parte do periódico poderá ser recusado. Uma vez selecionada a revista, é preciso ver quais são os critérios ou exigências dela, pois algumas revistas exigem o pagamento e outras são gratuitas. Na sua grande maioria, deve ser realizado o pagamento para que o artigo seja submetido, avaliado e posteriormente,se aceito, é feito o pagamento da taxa de publicação e/ou tradução (nos casos de revistas internacionais, na qual há necessidade de tradução para outro idioma). Além disso, algumas são de acesso aberto (open access), na qual o leitor pode acessar o conteúdo sem custo algum. Mas alguns periódicos exigem que, para o acesso, deve- se realizar o pagamento pelo conteúdo, que em algumas vezes é cobrado em dólar, o que acaba sendo inviável para muitos pesquisadores e alunos (PEREIRA et al., 2018). Como mencionado anteriormente, os periódicos devem cumprir alguns critérios para publicação. É por meio de padronizações que conseguiremos que o nosso manuscrito cumpra todos os requisitos necessários para sua publicação. Para isso, a iniciativa Equator Network desenvolve e disponibiliza roteiros para a redação de artigos científicos para melhorar a confiabilidade e a transparência da pesquisa (CAPP; NIENOV, 2020). Quadro: Guias para redação de artigos científicos Tipo de estudo Guia para redação Ensaio clínico randomizado CONSORT - Consolidated Standards of Reporting Trials Estudos observacionais STROBE - Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology Estudos qualitativos COREQ - Consolidated criteria for reporting qualitative research Revisão sistemática PRISMA - Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta- Analyses Relato de caso CARE - Consensus-based Clinical Case Reporting Guideline Development Fonte: adaptado de Capp e Nienov (2020, p. 76) 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 15:56 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 Videoaula - Como escolher o periódico e consultar o fator de impacto? Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/809863175". Os sistemas de saúde do mundo todo têm que lidar a todo momento com o desafio da melhoria da qualidade nos cuidados com o paciente, além de promover a redução de tratamentos inadequados ou insuficientes, na maioria das vezes desatualizados, ao passo que se mantêm economicamente viáveis. Sendo assim, é importante que os serviços sempre avaliem a eficácia das intervenções utilizadas, a relação de custo e benefício e a satisfação dos usuários nesse processo, evitando investimentos desnecessários (VIEIRA; GASTALDO; HARISSON, 2020). Há uma lacuna presente entre a produção científica e sua aplicabilidade na prática clínica. Como consequência disso temos o baixo uso de tratamentos eficazes e o uso excessivo de tratamentos ineficazes ou não comprovados cientificamente. Isso contribui para desfechos desfavoráveis, iniquidades em saúde e um desperdício de recursos cada vez mais escassos. O uso de metodologias verticais, como a simples disseminação do conhecimento ao término de uma pesquisa por meio de publicações em revistas ou apresentações em eventos científicos, não garante a utilização do conhecimento adquirido pelos profissionais de saúde dentro do serviço. Por sua vez, a utilização de modelos de transferência do conhecimento (também conhecida como tradução do conhecimento) envolve o engajamento e a integração daqueles que irão Transferência do conhecimento em saúde 1.6 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 15:56 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 utilizar o conhecimento em todas as etapas da pesquisa, seja na tomada de decisões, seja ainda no estabelecimento de protocolos no serviço (VIEIRA; GASTALDO; HARISSON, 2020). Na língua portuguesa, o termo tradução é um processo que permite ao nativo de uma língua comunicar-se em outra língua. Dessa forma, utilizamos o termo tradução, pois é entendido que a linguagem científica comumente não é acessível a usuários e profissionais do sistema de saúde. Assim, é necessária uma “tradução”para a utilização dos conhecimentos científicos. Ou seja, a simples leitura de um artigo científico não garante que o profissional envolvido no cuidado seja capaz de implementar mudanças no seu serviço. Como já vimos anteriormente, é preciso ter conhecimentos básicos sobre pesquisa, epidemiologia e estatística para que se consiga realizar uma leitura adequada de alguns materiais (VIEIRA; GASTALDO; HARISSON, 2020). Segundo o Canadian Institute of Health Research (CIHR), transferência do conhecimento é: Na literatura internacional, há muitos termos utilizados para descrever essa abordagem, o que pode gerar confusão, pois muitas vezes pesquisadores os utilizam descolados de seus modelos conceituais e teóricos (VIEIRA; GASTALDO; HARISSON, 2020). Quadro: Modelos de tradução do conhecimento Inglês Português Envolvimento do usuário Knowledge diffusion Difusão do conhecimento Não Knowledge transfer/dissemination Transferência/disseminação do conhecimento Não Research utilization/use Uso/utilização da pesquisa Não Knowledge transfer and uptake Transferência e adoção do conhecimento Sim Knowledge translation Tradução ou translação do conhecimento Sim Knowledge translation and exchange Tradução e intercâmbio do conhecimento Sim Fonte: adaptado de Vieira, Gastaldo e Harrison (2020) Um processo dinâmico e iterativo que inclui a síntese, disseminação, o intercâmbio e aplicação ética e fundamentada do conhecimento para melhorar a saúde, fornecer serviços de saúde e produtos mais eficientes e fortalecer o sistema de cuidados de saúde. (apud VIEIRA; GASTALDO; HARISSON, 2020, n.p.) 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 15:56 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 Com relação à prática clínica, estudos evidenciam que infelizmente há um número expressivo de profissionais de saúde que ainda não se sente confiante sobre suas habilidades para avaliar criticamente as evidências disponíveis em revisões sistemáticas, com insuficiente preparo na interpretação dos pressupostos da prática baseada em evidência. Além disso, há ainda dificuldades de acesso às bases de dados e outras fontes, seja por falta de conhecimento, habilidades ou até mesmo pelo fato de que algumas têm somente acesso aos materiais mediamente pagamento. Associado a isso, há também a falta de tradição em trabalho colaborativo entre profissionais que atuam na prática clínica e pesquisadores no andamento de suas pesquisas (VIEIRA; GASTALDO; HARISSON, 2020). Para que se obtenha sucesso na implementação das evidências na prática, são necessários alguns ajustes e aferições para se conhecer o contexto em que prevê a melhoria no cuidado. Entre elas estão a adaptação do conhecimento ao contexto local, a avaliação de barreiras e facilitadores para o uso do conhecimento, o monitoramento do uso, a avaliação do impacto e a manutenção do uso do conhecimento. É importante que sejam conhecidas as necessidades e particularidades do serviço a que se propõe o processo de melhoria, para que a escolha das estratégias seja feita de forma individual e personalizada, a fim de suprir as necessidades da instituição (VIEIRA; GASTALDO; HARISSON, 2020). Com o objetivo de suprir essas lacunas, algumas instituições, como a Cochrane e o JBI, têm desenvolvido metodologias para a produção de sínteses de evidências (CAPP; NIENOV, 2020). As sínteses dessas evidências são consideradas o pontapé inicial no processo de implementação de evidências na prática clínica, pois o volume de artigos publicados dificulta a atualização dos profissionais de saúde. Além disso, o acesso a essas pesquisas primárias pode ser difícil e pode ser ainda mais complexo entendê-las (CAPP; NIENOV, 2020). Só será possível oferecer um cuidado baseado na melhor evidência disponível com base na reunião e na síntese dos inúmeros materiais disponíveis nas bases de dados científicos (PÜSCHEL et al., 2021). Apresentaremos brevemente os modelos de cada uma das instituições para que seja possível compreender melhor qual é o propósito de cada uma, apesar de seguirem pela mesma linha de trabalho, há algumas características individuais.A Cochrane prepara, mantém e promove revisões sistemáticas (Cochrane Reviews) para informar decisões sobre saúde e assistência social. Essas revisões são publicadas no Banco de Dados Cochrane de Revisões Sistemáticas na Biblioteca Cochrane (HIGGINS et al., 2022). Já o JBI adota como referencial teórico para a construção de programas de formação profissional o Modelo do Cuidado em Saúde Baseado em Evidências (CSBE) (PÜSCHEL et al., 2021). 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 15:56 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 A Cochrane é uma rede global de profissionais de saúde e assistência social, pesquisadores, defensores de pacientes e outros que tem como missão promover a tomada de decisões informadas por evidências, produzindo revisões sistemáticas de alta qualidade, relevantes e acessíveis e outras evidências de pesquisa sintetizadas. É uma organização sem fins lucrativos cujos membros têm como objetivo principal produzir informações credíveis, livres de patrocínio comercial e outros conflitos de interesse. A instituição trabalha em colaboração com profissionais de saúde, formuladores de políticas e organizações internacionais como a OMS para apoiar o desenvolvimento de diretrizes e políticas baseadas em evidências (HIGGINS et al., 2022). A Colaboração Cochrane foi fundada em 1993, após uma reunião de um grupo inicial de 77 pessoas de nove países no primeiro Cochrane Colloquium em Oxford, Reino Unido. Atualmente é simplesmente referida como Cochrane, ao longo de 25 anos essa colaboração conta com 13 mil membros e 50 mil apoiadores de mais de 130 países, tornando-se a maior organização envolvida nesse tipo de trabalho. A Cochrane continua a ampliar seu alcance com redes em todos os continentes e novos grupos, tendo o seu conteúdo traduzido para 14 idiomas diferentes (HIGGINS et al., 2022). No Brasil, temos o Centro Cochrane do Brasil, que é um dos 13 centros da colaboração Cochrane. Inaugurado em 1996, está ligado ao programa de Pós-Graduação em Saúde Baseada em Evidências da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo. O centro realiza revisões sistemáticas, pesquisa clínica e avaliações de tecnologias em saúde, além de promover workshops de revisão sistemática e metodologia de pesquisa, e também a realização de consultorias científicas (CENTRO COCHRANE DO BRASIL, 2019). As Revisões Cochrane sustentam muitas diretrizes. Dezenas já foram usadas como base de evidências para as diretrizes da OMS sobre questões críticas de saúde pública de amamentação, malária e para a lista de medicamentos essenciais da OMS e a lista de diagnósticos essenciais (HIGGINS et al., 2022). O JBI foi fundado na década de 1990 pelo enfermeiro Alan Pearson e incorporado em 2010 à Universidade de Adelaide, na Austrália, que é uma organização internacional de pesquisa e desenvolvimento sem fins lucrativos, agregando cientistas, profissionais e pesquisadores da 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 15:56 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 saúde comprometidos com o cuidado em saúde baseado em evidência. No ano de 2019, passou a ser denominado somente JBI, que deixou de ser uma abreviação de Joanna Briggs Institute. Atualmente, possui mais de 70 centros colaboradores localizados por todo o mundo. No Brasil, o JBI Brasil foi fundado no ano de 2009 e é o centro colaborador pioneiro na América Latina. Está sediado na Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EEUSP), em parceria com o Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (HU-USP) e mantém convênio com o JBI Austrália, na Universidade de Adelaide. O JBI avançou para além da produção de síntese de evidências ao propor um modelo do cuidado em saúde baseado em evidências, desenvolvendo uma metodologia para a implementação de evidências em saúde que vem sendo ensinada no Brasil, com resultados extremamente positivos (PÜSCHEL et al., 2021). O JBI Brasil oferece os cursos evidence-based clinical fellowship program – EDCFP (curso de implementação de Evidências em Saúde) e o comprehensive systematic review training program (curso de revisão sistemática da literatura), ambos com credenciamento, certificação e metodologia do JBI (PÜSCHEL et al., 2021). Videoaula - Transferência do conhecimento em saúde Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/809863361". 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 15:56 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 Para que possamos sair das estratégias habituais como a difusão passiva, devemos conhecer e entender estratégias inovadoras para incorporar o uso de materiais voltados à audiência e ao contexto. Essas estratégias podem ser vídeos, lembretes, sessões educativas interativas, cafés científicos e mídia social. Com o surgimento dessas inovações, principalmente aquelas relacionadas à tecnologia, faz-se necessária a sua incorporação para que possamos alcançar um número grande de pessoas, além de tornar o processo mais prazeroso e interessante (VIEIRA; GASTALDO; HARISSON, 2020). Para lidar com a complexidade das situações de saúde vivenciadas diariamente pelos profissionais, existe a necessidade de um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que deve ser mobilizado de maneira articulada para contemplar as necessidades de saúde da população. Além disso, no campo da educação há recomendação das diretrizes curriculares nacionais, para que o processo de ensino-aprendizagem seja centrado no estudante e que este atue como sujeito ativo do processo, nesse contexto o docente exerce o papel de facilitador e mediador. Para que isso aconteça é preciso investir em uma formação pautada em metodologias ativas, que possibilitem a aprendizagem significativa (FONSECA et al., 2020). Nesse contexto, podemos destacar ainda algumas estratégias que vêm sendo bastante utilizadas como a gamificação (jogos), a simulação realística e o uso de aplicativos (mhealth) que contemplam intervenções educativas com atributos inovadores e mais adequados ao público-alvo. Elas podem ser utilizadas como recursos de ensino-aprendizagem e educação em saúde tanto nos cenários educacionais quanto na prática clínica, promovendo a melhoria do conhecimento como uma ferramenta adicional em programas de educação e promoção da saúde (DIAS et al., 2021; FONSECA et al., 2020; GUIMARÃES; FONSECA; MONTEIRO, 2021). Estratégias de disseminação de conhecimento educacionais e na prática clínica 1.7 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 15:56 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 A tecnologia mobile health (mhealth) trata-se da prática de saúde que acontece por meio de tecnologias sem fio e atua com trabalhos de prevenção, monitoramento e diagnóstico de doenças com o intuito de contribuir para a melhoria nos serviços de saúde (GUIMARÃES; FONSECA; MONTEIRO, 2021). No caso dos jogos, além do processo de diversão e entretenimento, há ainda um objetivo de aprendizagem a ser alcançado. Entretanto, isso não significa que esse tipo de estratégia seja desinteressante ou menos divertido, apenas reforça que existe um propósito além da diversão. Por meio da gamificação, é possível inserir o usuário no contexto da aprendizagem, tornando o processo mais interativo, interessante e, além disso, promover a fixação daquele conteúdo por meio da repetição do jogo. Ou seja, sendo uma estratégia atrativa, é esperado que o usuário da tecnologia repita o seu uso por algumas vezes, o que favorece o processo de aprendizagem (DIAS et al., 2021). Já a simulação realística destaca-se como uma estratégia alinhada ao modelo de metodologia ativa, possibilitando ao estudante a oportunidade de desenvolver aprendizagens complexas ao vivenciar situações realísticas em um ambiente seguro e livre de riscos. Por meio de práticas simuladas, o estudante/profissional desaúde pode aperfeiçoar habilidades técnicas, de comunicação e também comportamentais, desenvolver observação crítica, aprender a trabalhar em equipe, exercitar o raciocínio clínico e o processo decisório. Antes do início da atividade, são fornecidas informações acerca do cenário que o participante fará parte e, ao término da sessão, é possível que seja realizado um debriefing, que consiste num processo estruturado que tem como objetivo revisar as ações tomadas durante a atividade. Nesse momento é possível que o docente/responsável forneça uma devolutiva ao participante de como foi o seu desempenho e quais pontos são passíveis de melhoria (FONSECA et al., 2020). 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 15:56 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 Nas últimas décadas, observou-se um forte crescimento do uso das tecnologias móveis, chamadas de mhealth, com conectividade à internet sem fio no mundo todo. O uso da tecnologia móvel, por meio dos aplicativos (apps), pode facilitar o acesso aos serviços de saúde e permitir a consulta e a troca de informações entre os profissionais, melhorando o suporte à assistência e aumentando a conectividade social. Nas lojas virtuais para aquisição de apps para smartphones existe uma variedade de aplicativos disponíveis, mas é preciso ter cautela e cuidado no seu uso, é preciso verificar se foram desenvolvidos com base em evidências científicas e avaliados quanto à sua eficácia. Entretanto, é uma estratégia que tem mostrado bons resultados para pacientes, famílias, profissionais, alunos e docentes/pesquisadores (GUIMARÃES; FONSECA; MONTEIRO, 2021). Dessa forma, é necessário que o profissional esteja atualizado e preparado acerca do uso dessas estratégias, pois diversos estudos comprovam a sua eficácia e eficiência. É necessário que cada vez mais busquemos informações de qualidade a fim de proporcionar um cuidado efetivo, baseado sempre nas premissas da saúde baseada em evidência. Figura: Simulação realística em saúde Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:CSR_UPF.jpg 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 15:56 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/05.jpg https://objetos.institutophorte.com.br/PDF_generator/img/05.jpg Videoaula - Estratégias de disseminação de conhecimento Escaneie a imagem ao lado com um app QR code para assistir o vídeo ou acesse o link: "https://player.vimeo.com/video/809863608". 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 15:56 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 Recapitulando Neste trecho aprendemos sobre como realizar a busca de evidências científicas nas bases de dados. Vimos que é necessária uma estratégia de busca planejada e estruturada, que exige do profissional que irá realizá-la conhecimentos acerca do tema em questão. Além disso, foi possível verificar que, com o grande volume de informações e a variabilidade da sua qualidade, os profissionais de saúde enfrentam desafios de como avaliar criticamente os materiais disponibilizados para consulta. Dessa forma, é necessário classificar os estudos de acordo com a sua hierarquia do nível de evidência a fim de realizar uma avaliação crítica de resultados oriundos de pesquisas para a tomada de decisão sobre a incorporação das evidências à prática clínica. Além disso, como recurso tecnológico para nos auxiliar nesse processo, temos o GRADE, criado por um grupo colaborativo de pesquisadores que tem como objetivo disponibilizar um sistema universal, transparente e sensível para essa avaliação das evidências, de forma padronizada. Outro recurso tecnológico usado como auxiliar são os gerenciadores de referências. Por meio deles, temos a opção de facilitar o manuseio dos estudos levantados por meio da revisão, além de possibilitar o armazenamento, o gerenciamento e a utilização de referências em trabalhos acadêmicos e científicos de acordo com diferentes estilos de normalização. Também pudemos conhecer a estrutura de um artigo científico e a importância de saber ler e interpretar o seu conteúdo adequadamente, além de pontos que são cruciais para garantir a sua qualidade e acessibilidade. Também vimos que é necessário cuidado no momento da escolha do periódico; e um dos fatores que nos ajudam nessa seleção é o impacto do periódico. Ademais, conhecemos modelos de transferência do conhecimento em saúde e estratégias inovadoras e tecnológicas, a fim de propiciar um aprendizado pautado em metodologias ativas e de garantir que o processo de ensino-aprendizagem seja prazeroso e efetivo tanto para os que aprendem como para aqueles que ensinam. 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 15:56 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 Autoria Autora Enfermeira formada pelas Faculdades de Dracena (Fadra). Mestra em Enfermagem pela Universidade de Brasília (UnB), com período sanduíche na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC). Especialização em Enfermagem do Trabalho pelas Faculdades Integradas do Vale do Ivaí. Especialização também em Enfermagem em Unidade de Terapia Intensiva pela PUC – Goiás. Atualmente, doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação Enfermagem em Saúde Pública, da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (EERP/USP). Atua na temática de pesquisa Enfermagem Neonatal e Pediátrica, principalmente nos seguintes temas: Cuidado de Enfermagem ao Recém-Nascido e à família; Dor no Recém-Nascido; Aleitamento Materno; Prática Baseada em Evidências e Transferência do Conhecimento. Laíse Escalianti Del Alamo Guarda 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 15:56 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 Glossário Palavra que se forma pela junção das primeiras letras ou das sílabas iniciais de um grupo de palavras, de uma expressão: a Anatel, Agência Nacional de Telecomunicações, é um exemplo de acrônimo. Fonte: www.dicio.com.br/acronimo [https://www.dicio.com.br/acronimo/] Condição segundo a qual uma causa produz um efeito. Fonte: www.dicio.com.br/causalidade [http://www.dicio.com.br/causalidade/] Vem do verbo indexar, que significa dispor em índice, numa lista que metodicamente indica o conteúdo de alguma coisa; ordenar. Fonte: www.dicio.com.br/indexado [https://www.dicio.com.br/indexado/] Qualidade de iníquo; contrário à equidade. Fonte: www.dicio.com.br/iniquidade [https://www.dicio.com.br/iniquidade/] Acrônimo Causalidade Indexado Iniquidade 139_202503674817@aluno.admcsc.com.br - Aluno - Impresso em 12/05/2025 15:56 - 139 00 00 13 90 00 02 02 50 36 74 81 70 00 0 https://www.dicio.com.br/acronimo/ https://www.dicio.com.br/acronimo/ http://www.dicio.com.br/causalidade/ http://www.dicio.com.br/causalidade/ https://www.dicio.com.br/indexado/ https://www.dicio.com.br/indexado/ https://www.dicio.com.br/iniquidade/ https://www.dicio.com.br/iniquidade/ Bibliografia Bibliografia Clássica BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Ciência e Tecnologia. Diretrizes metodológicas: Sistema GRADE – Manual de graduação da qualidade da evidência e força de recomendação para tomada de decisão em saúde. Brasília, DF: Ministério da Saúde, 2014. 72 p. PEREIRA, A. S. et al. Metodologia da pesquisa científica. Santa Maria: UFSM, 2018. PEREIRA, M. G.; GALVÃO, T. F.; SILVA, M. T. Saúde Baseada em Evidências. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2016. Bibliografia Geral ALMEIDA, C. C.; GRACIO, M. C. C. Produção científica brasileira sobre o indicador “Fator de Impacto”: um estudo nas bases SciELO, Scopus e Web of Science. Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação, [s.l.], v. 24, n. 54, p. 62-77, 2019. CAPP, E.; NIENOV, O. H. Epidemiologia aplicada básica. Porto Alegre: UFRGS, 2020. CENTRO COCHRANE DO BRASIL. Cochrane Brasil. São Paulo, 2019. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lis-LISBR1.1-46574[https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lis-LISBR1.1-46574] . Acesso em: 25 jan. 2023. DIAS, J. D. et al. Avaliação de serious game em programa de enfrentamento da obesidade infantil. Acta Paulista de Enfermagem, São Paulo, v. 34, 2021. FONSECA, L. M. M. et al. 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