Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Disciplina : CCE0317 – Refrigeração e Climatização 1 9ª Aula Curso : 841 - Engenharia Mecânica 2 Curso : 841 - Engenharia Mecânica CLASSIFICAÇÃO DE SISTEMAS DE AR CONDICIONADO 3 EQUIPAMENTOS – ARRANJOS Uma maneira de classificar os sistemas de condicionamento é : quanto aos fluidos utilizados para a remoção da carga térmica e arranjos dos equipamentos. Uma classificação possível é a seguinte: Expansão direta Tudo água Ar - água Tudo ar Curso : 841 - Engenharia Mecânica 4 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Sistema de Expansão Direta 5 Split de janela Condicionadores SPLIT 3 até 40 TR Curso : 841 - Engenharia Mecânica 6 EXPANSÃO DIRETA Self Contained : 5 a 60 TR Curso : 841 - Engenharia Mecânica 7 Condicionador Tipo Self-contained Os condicionadores de ar tipo self-contained são destinados a usos domésticos ou comerciais e podem ser fornecidos com condensação a ar ou a água. Curso : 841 - Engenharia Mecânica Atendem a uma ampla faixa de possibilidades de aplicação: instalações em lojas, restaurantes, centros de computação, em edifícios industriais, bancos, em grandes residências, etc. 8 O condicionador de ar tipo self-contained, com condensação a ar acoplado, utiliza ventilador centrífugo para movimentar o ar entre as aletas do condensador e para retirar o calor do fluido refrigerante. Este fluido passa do estado de vapor para o de líquido no próprio condensador. “Self” de ambiente “Self” de teto Curso : 841 - Engenharia Mecânica 9 Condicionador Tipo Self-contained Os condicionadores de ar tipo self-contained podem ser instalados diretamente no recinto a receber o ar-condicionado ou nas casas de máquinas, podendo desta forma conter dutos de insuflamento. Na Figura ilustra-se um self-contained típico com condensação a ar remoto. Curso : 841 - Engenharia Mecânica 10 Neste sistema, a unidade evaporadora é instalada, nas proximidades ou no próprio local a ser condicionado e a unidade condensadora é instalada externamente ao ambiente. A interligação destas unidades é feita por tubulações de cobre devidamente isolada para circulação do fluido refrigerante. Curso : 841 - Engenharia Mecânica 11 Condicionador Tipo Self-contained O condicionador de ar do tipo self-contained com condensação a água precisa de uma torre para resfriamento da água para o seu funcionamento. A água que sai do condensador, aquecida, é movimentada até a torre de resfriamento por uma bomba, para liberar o calor retirado do fluido refrigerante para o ar atmosférico. Curso : 841 - Engenharia Mecânica 12 Condicionador Tipo Self-contained Vantagens: • Maior simplicidade de instalação; • Em geral menor custo por TR; • Fabricação seriada com aprimoramentos técnicos constantes; • Garantia de desempenho por testes de fábrica; • Manutenção e reposição de peças mais eficientes e econômicas; • Maior rapidez de instalação; • Grande versatilidade para projetos (zoneamentos, variações de demanda), etc. Curso : 841 - Engenharia Mecânica Desvantagens: • Os equipamentos divididos requerem procedimentos habituais de vácuo e carga de gás; • Compressor junto da unidade evaporadora (maior nível de ruído comparado com o sistema tipo split). 13 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Capacidade dos Equipamentos do Sistema de Expansão Direta Para se determinar a capacidade total dos equipamentos dos sistemas de expansão direta, podemos agir de três maneiras: (a) Pelo cálculo do calor absorvido pelas serpentinas do evaporador, através de equações que já foram vistas anteriormente: Qt = 1,20 x Q x (h1 - h2); Qt = calor total em kcal/h; Q = vazão de ar em m31h; h1 e h2 = entalpia do ar entrando e saindo em kcal/kg. Sabendo-se que 1 kcal = 4,186 kJ. 14 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Resolvendo o mesmo Exemplo 1.22 (da 4ª aula) : “As condições do ar exterior são: BS = 34°C e umidade relativa 65%. As condições a serem mantidas no recinto são: BS = 26ºC e umidade relativa 45%. Se a vazão de ar é de 125 m³/h, queremos saber a umidade que precisa ser eliminada pelo equipamento de refrigeração e a capacidade desse equipamento.” temos: Q = 125 m³/h a) Qt = 1,20 X 125 (21,6 - 8,7) = 1.935 kcal/h (desprezou-se a entalpia do condensado). Se quisermos o resultado em toneladas de refrigeração, basta dividir por 3.024 kcal/h. 15 Curso : 841 - Engenharia Mecânica (b) Pelo cálculo do calor transferido para a água do condensador: Qt = 60 X Qa X (t2 – t1); Qt = calor total em kcal/h; Qa = vazão de água em litros por minuto; t2 – t1 = diferença entre as temperaturas da água na saída e na entrada do condensador. No Exemplo 1.22, consideremos que a temperatura da água ao entrar no condensador é de 38°C e ao sair é de 46°C e a vazão de água é de 6,25 m³/h. Calcular a capacidade de absorção de calor do condensador. Solução : Qt = 6.250 (46 - 38) = 50.000 kcal/h ou 50.000 / 3024 = 16,5 TR 16 Curso : 841 - Engenharia Mecânica (c) Pela capacidade de retirada dos calores sensível e latente obtidos através das temperaturas de entrada e saída nas serpentinas do evaporador. Calcular o calor total retirado do ar que entra no evaporador na temperatura de 34°C e sai na temperatura de 13,20C, a umidade é retirada na razão de 12,6 g por kg de ar seco e a vazão de ar é de 125 m³/h. Solução: Pela Eq. (1.21), temos para o calor sensível: Qs = 0,29 X Q (t2 – t1); Qs = 0,29 X 125 (34 - 13,2) = 754 kcal/h. Para o calor latente, temos a expressão: QI = 583 X C 17 Curso : 841 - Engenharia Mecânica 18 Sistema de Expansão Indireta Um sistema é dito de Expansão Indireta, quando o fluido usado como refrigerante do ar é a água. Esta , por sua vez, é resfriada num circuito de compressão, por um “chiller” Podem ser classificados em: Tudo Água Ar - Água Curso : 841 - Engenharia Mecânica 19 Sistema de Expansão Indireta Curso : 841 - Engenharia Mecânica 20 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Sistema Frigorífico típico de expansão indireta 21 RESFRIADORES DE LÍQUIDOS - (Expansão Indireta) Condensação a Ar Alternativos - até 400 TR Condensação a Água Alternativo - até 280 TR Parafuso - 75 até 350 TR Centrífugo - 165 até 2800 TR Chillers Curso : 841 - Engenharia Mecânica 22 Dentre os sistemas de expansão indireta temos o fancoil/chiller, conforme ilustrado na Figura. Sua condensação pode ser a água ou a ar. Nestes sistemas o ambiente a ser climatizado troca calor com um equipamento composto por uma serpentina e um ventilador (fan-coil). Pela serpentina tem-se água fria em circulação, proveniente do chiller. Curso : 841 - Engenharia Mecânica 23 Sistemas tipo fan-coil/chiller Vantagens: • A maior vantagem desses sistemas, sem dúvida, é a facilidade de distribuição (tubulação versus dutos), que requer menor espaço de construção. Curso : 841 - Engenharia Mecânica Desvantagem: • Em relação aos demais sistemas, requerem uma manutenção mais especializada, principalmente se a central (resfriador de líquido - chiller) opera com baixas temperaturas, exigindo controle da quantidade de aditivos anticongelantes (polipropileno glicol). 24 Tudo Água É assim dito, quando a água é distribuída para os recintos, onde passa nos condicionadores de ar. Este condicionadores são chamados de fan-coil (ventilador-serpentina). Curso : 841 - Engenharia Mecânica 25 Aplicação: prédios de salas onde custo de dutos se torna proibitivo. Ex: hotéis, hospitais, escritórios, prédios profissionais. Curso : 841 - Engenharia Mecânica Arranjos duplo tubo quatro tubos 26 Sistema de Expansão Direta Um sistema é dito de Expansão Direta , quando o ar é diretamente resfriado pelo fluido refrigerante. As aplicações são as seguintes: Instalações de pequenas e médias capacidades, onde são usados: - Aparelhos de janela - Splits. - Self contained. Sistema de Expansão Indireta (esfriamento de líquidos), para médias e altas capacidades, onde são usados “chillers” com compressores alternativos, centrífugos ou parafuso. Curso : 841 - Engenharia Mecânica 27 Comparação entre Sistemas de Expansão Direta e Indireta Curso : 841 - Engenharia Mecânica 28 Comparação entre Sistemas de Expansão Direta e Indireta Curso : 841 - Engenharia Mecânica DIRETA INDIRETA Custo Inicial Baixo Alto Instalação Simples Menos simples Controle Temperatura Individual Centralizado Manutenção Não centralizada Centralizada Regulagemde Vazão Não Sim Potência Menor Vida Útil Pequena Maior Mão de Obra Não especializada Especializada CustoOperacional Alto Menor 29 Sistemas Ar-Água Aplicação: prédios com grande número de salas, muitas internas. Ex : hotéis, hospitais, etc.. Curso : 841 - Engenharia Mecânica 30 Sistemas Tudo Ar É assim dito, quando o ar é distribuído diretamente para os recintos. Dentre outros, estão os sistemas “Multizona” e os sistemas “VAV” Sistemas Multizona Aplicação: Locais com espaços com múltiplas condições de operação e função, requerendo grandes flexibilidades de temperatura e umidade. Curso : 841 - Engenharia Mecânica Requisitos para aplicação: Vários espaços a serem controlados individualmente. Ex .: Escolas, escritórios. Prédios com fachadas múltiplas e diferentes características de cargas internas. Combinação de amplas áreas internas com pequenos espaços na periferia. Áreas com espaços internos com diferentes características de cargas (estúdio de TV, Rádio, etc.). 31 Sistemas VAV Estes sistemas abrigam, via de regra, além de caixas reguladoras de vazão, chamadas caixas VAV, controles de frequência nos acionadores dos ventiladores . Curso : 841 - Engenharia Mecânica Aplicação: Sistemas com cargas internas variáveis, que requeiram controle de temperatura fixo. Ex.: Prédios de escritórios com diferentes fachadas e horários de funcionamento flexíveis. Vantagens: Redução na carga de refrigeração, pela redução nos volumes de ar resfriado. Redução da carga térmica, pela admissão de maiores parcelas de ar exterior em estações amenas. Controle individual de temperatura, pelo controle de vazão de ar em caixas VAV, para diferentes recintos. 32 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Capacidade dos Equipamentos no Sistema de Expansão Indireta Para se determinar a capacidade dos equipamentos do sistema de expansão indireta, podemos calcular da seguinte maneira: (a) Pela vazão de água gelada necessária na central: onde: VAG = vazão de água gelada em m3/h; Qt = capacidade total em kcal/h; t = diferencial de temperatura em ºC no resfriador de água . (b) Pela vazão de água necessária no condensador: onde: VAC = vazão de água de condensação em m3/h; Qt = capacidade total em kcal/h; t = diferencial de temperatura em ºC no condensador 33 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Resfriamento pela Evaporação A atmosfera é o absorvedor inesgotável de todo o calor emitido nas transformações das máquinas térmicas. Nas grandes máquinas, como, por exemplo, nas centrais termoelétricas, o vapor, depois de passar pelas turbinas, deve ser condensado. A condensação do vapor exige grandes vazões de água, o que evita a sua descarga direta na atmosfera. Há inúmeros tipos de máquinas, cuja condensação exige água, que, após o processo, deve ser refrigerada. Usam-se, para o processo de refrigeração de água de condensação, as torres de arrefecimento (ou de resfriamento). No tipo mais comum de torre, o tipo úmido, a água quente é lançada, sob a forma de gotículas, contra uma massa ascendente de ar; isso aumenta a área de transferência de calor. Usam-se também ventiladores, normalmente na parte superior para aumentar a corrente de circulante (Fig. 1.38). 34 Curso : 841 - Engenharia Mecânica 35 Curso : 841 - Engenharia Mecânica 36 Curso : 841 - Engenharia Mecânica O ar em contato com a água eleva a temperatura do BU, o que significa também, que sai sob a forma saturada. Esse contato faz com que parte da água seja evaporada e deve ser reposta para não haver deficiência (água de reposição ou make-up). Essa reposição é pequena, da ordem de 2% da água de circulação, por isso a torre deve ter uma ligação com a caixa-dágua de abastecimento do prédio, que mantém o nível da bacia no fundo da torre através de uma torneira-bóia. 37 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Exemplo 1.24: A temperatura da água ao entrar em uma torre é de 46°C, sua vazão é de 6,25 m³/h e a pressão atmosférica é normal. O ar entra nas temperaturas BS = 35°C e BU = 25°C e deixa a torre na temperatura de 38°C, saturado. A temperatura da água ao sair da torre é de 29,2°C. Calcular o rendimento da torre (veja Fig. 1.38) e o approach: 38 Curso : 841 - Engenharia Mecânica O balanço energético do ar será : entalpia na entrada (h1) + calor recebido = entalpia na saída (h2) + + entalpia do vapor dágua (h3) Desprezando a parcela h3 por ser muito pequena diante das demais, temos : h1 = 18,4 kcal/kg (da carta psicrométrica) ou 77 kJ/kg h2 = 28,7 kcal/kg (da carta psicrométrica) ou 120 kJ/kg h1 = 18,4 (kcal/kg) x 1/0,833 (kg/m3) = 22,08 kcal/m³ h2 = 28,7 / 0,833 = 34,4 kcal/m³ Supondo a vazão de ar Q (m³/h), do balanço energético, temos : Calor recebido pelo ar = h2 – h1 = 34,4 – 22,08 = 11,6 kcal/m³ volume específico do ar seco 39 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Em uma hora, o calor cedido pela água é igual ao calor recebido pelo ar, assim : 11,6 x Q x 0,8 = 105.000 (rendimento 80%) Então a vazão de ar será : Q = 105.000 / 11,6 x 0,8 = 11.314 m³/h Desse modo o ventilador da torre deve ter essa vazão de ar, para dissipar o calor cedido pela água de circulação. 40 Curso : 841 - Engenharia Mecânica TORRES DE ARREFECIMENTO 41 Introdução O modo pelo qual se dá a condensação em um ciclo de refrigeração define dois tipos de equipamento : unidade de condensação a ar estas são usadas para pequenas unidades (em geral até 10 ou 15 TR´s. unidade de condensação a água estas são indicadas para quaisquer potências. Curso : 841 - Engenharia Mecânica Ao projetista de ar condicionado compete a escolha do tipo de condensação, levando em conta : área disponível, confiabilidade exigida, quantidade de água disponível, custo e qualidade da água. Águas com elevado grau de impurezas, como cálcio, não podem ser utilizadas sem tratamento adequado porque causam incrustações nas tubulações. 42 Os equipamentos mais usados em instalações frigoríficas são as torres de arrefecimento e os condensadores evaporativos. Quando se usa torres de arrefecimento, os condensadores do equipamento de refrigeração são do tipo “shell and tube” = uma carcaça de chapa de ferro que possui em seu interior uma tubulação de cobre. Curso : 841 - Engenharia Mecânica 43 Curso : 841 - Engenharia Mecânica 44 Os condensadores evaporativos são ao mesmo tempo condensador e torre. Nesses condensadores, o gás vindo do compressor (em alta pressão) circula em uma serpentina que recebe água dos borrifadores, transforma-se em líquido, que é armazenado no receptor de refrigerante Curso : 841 - Engenharia Mecânica 45 TORRES DE ARREFECIMENTO Curso : 841 - Engenharia Mecânica 46 As Torres mais usuais são trocadores de calor de tiragem mecânica de ar forçado ou por indução com o fluxo de ar em contracorrente ou corrente mista ou, ainda torres atmosféricas. A água quente oriunda do condensador circula pela torre; entrando pela parte superior, é distribuída pelos canais abertos e, por gravidade, desce ao tanque coletor, de onde é sugada por uma bomba. O nível dágua do tanque coletor é mantido por meio de uma torneira de boia. Assim, a água resfriada volta ao condensador de modo contínuo e uniforme, de tal forma que o calor cedido pelo fluido frigorígeno à água de circulação é lançado ao ar, com o qual entra em contato na torre. Há três tipos de torre, conforme a maneira pela qual a corrente de ar entra em contato com a água. (figura a seguir). atmosférica corrente de ar forçado corrente de ar induzido Curso : 841 - Engenharia Mecânica 47 Curso : 841 - Engenharia Mecânica 48 Curso : 841 - Engenharia Mecânica 49 . . . A torre atmosférica é geralmente colocada na cobertura do prédio e deve ficar localizada de modo a receoer a incidência dirta dos ventos dominantes, pois não possui ventiladores (Fig. 6.2). Curso : 841 - Engenharia Mecânica É constituída de venezianas de madeira ou de aço nos quatro lados, com pilares de ferro ou concreto nos cantos e uma bacia de madeira, aço, concreto ou alvenaria no fundo. A água circulante entra pela parte superior, é espargida pelos borrifadores e cai por gravidade na bacia, de onde retoma aos condensadores. Uma torneira de bóia mantém o nível da bacia de modo a que nunca falte água, evitando assim que entre ar na tubulação de sucção. 50 - A torre de corrente de ar forçado (Fig. 6.3) pode ser colocada em qualquer ponto do prédio em contato com o exterior. Curso : 841 - Engenharia Mecânica Possui um ventilador lateral na parte inferior e pode ser fabricada de madeira, chapas metálicas ou fibra de vidro. Nesse tipo de torre, o ar é forçado contra a água borrifada que cai. Também possui bacia com torneira de boia, que deve manter constante o nível d'água. 51 A torre de corrente de ar induzido (Fig. 6.4) deve ficar instalada de preferência na cobertura do prédio O ventilador fica localizado acima dos borrifadores. A carcaça da torre pode ser de alvenaria, madeira ou fibra de vidro e deve possuir venezianas laterais para entrada do ar; a bacia fica localizada no fundo da torre e o nível d'água é mantido constante por meio duma torneira de boia. Curso : 841 - Engenharia Mecânica 52 No contato entre ar e água, esta cede calor ao ar ascendente por evaporação ou convecção. A quantidade de calor dQ cedida ao ar por uma partícula de água com uma superfície dS é : dQ = (h – h0) dS (equação de Merkel – 1925) Curso : 841 - Engenharia Mecânica onde : dQ = quantidade de calor em kcal/h h – h0 = diferença de entalpia entre o ar saturado (após contato com a partícula) e o ar não-saturado em kcal/kg = coeficiente de evaporação que depende das condições de escoamento na superfície-limite ar/água em kg/m² x h dS = superfície da partícula em m² Os fatores e dS são dependentes das dimensões físicas do resfriador, portanto a capacidade de resfriamento Q de uma unidade é função das condições atmosféricas e da transferência de calor expressas por h – h0 53 O resfriador ideal seria aquele que lançasse na atmosfera o ar com temperatura igual à da água quente e completamente saturado, ou seja o fator h – h0 sendo um máximo. A diferença entre as entalpias do ar na entrada e na saída depende da queda de temperatura da água na entrada e na saída e da relação dos volumes de água e do ar em jogo no sistema, ou seja : h2 – h1 = Vw / Va (tw1 – tw2) Curso : 841 - Engenharia Mecânica onde : h2 – h1 = diferença entre as entalpias do ar na entrada e na saída Vw = volume da água pulverizada ou gotejada Va = volume do ar tw1 = temperatura da água na entrada tw2 = temperatura da água na saída 54 A temperatura de bulbo úmido do ar do ambiente é o limite físico mínimo ao qual pode ser resfriada a água em circulação no resfriador , por evaporação. Assim, tem-se a definição de “approach” (aproximação) – “a diferença entre a temperatura da água tw2 e a temperatura de bulbo úmido do ar do ambiente tu” : a = tw2 - tu Curso : 841 - Engenharia Mecânica Quanto menor o “approach” (a) , tanto menor pode ser o resfriador, pois maior será a diferença de entalpias h – h0 do ar (equação de Merkel). A escolha correta do resfriador vai depender desse approach e da temperatura de bulbo úmido do ar. 55 Tabelas climatológicas Baseadas em dados fornecidos pela Diretoria de Rotas Aéreas do Ministério da Aeronáutica (fonte: "Resfriadores de água Alpina"), temos as tabelas climatológicas da Fig.6.5 para algumas cidades brasileiras. Observando-se a tabela relativa a um lugar específico, pode-se optar pela escolha econômica de um resfriador. Curso : 841 - Engenharia Mecânica Para um local em que o pico de calor se verifique em apenas um mês do ano, será mais econômico escolher um resfriador menor, porém com ventilador de duas velocidades, por exemplo, cuja comutação da rotação seja comandada por um termostato na bacia de água resfriada. Para a variação da rotação, pode-se usar uma chave elétrica que faz a ligação de 8 pólos (900 RPM) ou 4 pólos (1.800 RPM). 56 Curso : 841 - Engenharia Mecânica 57 Escolha de uma torre de arrefecimento Para a escolha correta de uma torre, devemos saber a carga térmica Q, a temperatura da água quente em graus Celsius (tw1) e a temperatura de bulbo úmido do ar ambiente tu , (pode-se usar os gráficos de temperatura do local). Esse dados deverão ser conhecidos pelo projetista de ar condicionado. De acordo com a experiência, nas instalações de ar condicionado ou frio industrial, devem ser usados os seguintes valores : Curso : 841 - Engenharia Mecânica para o “approach” , a= tw2 – tw1 de 3 a 5,5 ºC para tw2 = 29,5 ºC para o Z = tw2 – tw1 de 4 a 5,5º C onde : tw2 = temperatura da água resfriada em ºC tw1 = temperatura da água na entrada do resfriador em ºC tu = temperatura de bulbo úmido em ºC 58 Exercício Numa instalação de ar condicionado pra verão, o projeto fixou os seguintes elementos: carga térmica : 100 TR temperatura de água quente tw1 = 34,5 ºC temperatura de bulbo úmido do ar exterior tu = 24 ºC Escolher o resfriador Curso : 841 - Engenharia Mecânica 59 Solução Utilizando os dados da Alpina (fig.6.6), temos : entrando com a temperatura de bulbo úmido tu = 24ºC seguimos na horizontal até a temperatura da água resfriada tw2 = 29,5º C (para Z = tw2 – tu = 29,5 – 24,0 = 5 ºC). Desse ponto, baixa-se uma vertical até a linha Z= 5 ºC Escolhe-se uma vazão para a bomba de 50 m³/h, até encontrar a horizontal que passa no ponto correspondente a Z = 5º C. Temos o resfriador : 40 OHSV com 420 RPM, 3,0 CV, 6 polos. Obs.: nesse exemplo escolheu-se um ventilador com 2/3, ou seja , 66% de sua rotação nominal, para que , nos raros dias do ano em que a temperatura de bulbo úmido ultrapasse esse valor de projeto, possa-se aumentar a rotação do ventilador para 100% de sua capacidade Curso : 841 - Engenharia Mecânica 60 temperatura de água resfriada tipo de resfriador OHSV Curso : 841 - Engenharia Mecânica 61 Quantidade de água de circulação A quantidade de água para os condensadores deve ser de 3 GPM por TR. Para um diferencial de temperatura aproximado de 10 ºF (5,6 ºC), ou, em dados práticos, toma-se de 3 a 6 GPM por TR, ou seja, 11,4 a 22,8 litros/min por TR ou 0,68 a 1,36 m³/h Curso : 841 - Engenharia Mecânica PRFV = Poliester Reforçado em Fibra de Vidro PVC = (polyvinyl cloride) = Policloreto de Polivinila PP = Polipropileno 62 Exercício Para uma instalação cuja carga térmica seja 100 TR. Qual a quantidade de água de circulação que irá passar pelo condensador, bomba e torre na base de 0,68 m³/h por TR. 0,68 x 100 = 68 m³/h se tomar a base de 1,36 m³/h por TR : 1,36 x 100 = 136 m³/h Com esse valor de água de circulação é que se vai entrar no ábaco da escolha de resfriadores Curso : 841 - Engenharia Mecânica 63 Escolha da bomba da água de circulação (BAC) Para escolha da bomba-dágua , precisa-se conhecer os seguintes parâmetros : Hm = altura manométrica em metros Q = vazão em m³/h A altura manométrica Hm é a altura representativa das perdas de carga a vencer mais a altura estática. Hm = Hest + Hperd Curso : 841 - Engenharia Mecânica As perdas de carga de um sistema de água de circulação podem ser divididas em três parcelas : perda de carga através do condensador, em metros , obtida pelos dados do fabricante perda de carga através da torre, em metros, obtida pelos dados do fabricante - perda de carga através das tubulações, conexões, registros, etc, em metros, obtidas pelos cálculos hidráulicos (Instalações Hidráulicas e Sanitárias – Creder) 64 Para se conhecer as perdas no sistema hidráulico, precisa-se saber o diâmetro das tubulações. Os diâmetros podem ser fixados conhecendo-se a vazão em m³/h ou l/s e a velocidade em m/s. De acordo com a NB-92 da ABNT (Instalações prediais de água fria), a velocidade máxima nas tubulações deve ser de 2,5 m/s, A NBR-6401 da ABNT fornece uma indicação dos diâmetros recomendados em função da vazão, o que deve ser usado pelo projetista da instalação (Tabela 6.1). Curso : 841 - Engenharia Mecânica 65 Curso : 841 - Engenharia Mecânica 66 P = potência em CV Q = vazão em m³/h Hm = altura manométrica em m = rendimento do conjunto motor-bomba (da ordem de 40 a 50%) Curso : 841 - Engenharia Mecânica 67 Curso : 841 - Engenharia Mecânica 68 Curso : 841 - Engenharia Mecânica 69 Curso : 841 - Engenharia Mecânica Entrem no site : projetee 70 Sistema de vazão de ar constante (CAV= Constant Air Volume) multizona Curso : 841 - Engenharia Mecânica 71 Sistema de vazão de ar variável (VAV= Variable Air Volume)) multizona. Curso : 841 - Engenharia Mecânica
Compartilhar