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PROTOZOÁRIOS (Coccidioses) Profª. Mariana Rhaylla de O. Roque Disciplina de Parasitologia – Curso de Medicina Veterinária Faculdade Anhanguera Dourados 1 Coccidia - características do grupo: Infectam vertebrados e invertebrados Causam doenças entéricas e em glândulas e órgão anexos ao sistema TGI. Mais importantes protozoários em termos de relevância econômica Maioria dos membros são monoxenos e alguns são heteroxenos facultativos 2 Coccidia – morfologia dos oocistos esporulados Esporocistos: Esporozoítos: 0 4 0 8 1 8 2 4 4 2 4 4 Esporocistos: Esporozoítos: Cryptosporidium Tyzzeria Caryospora Besnoitia Cystoisospora Frenkelia Hammondia Isospora Sarcocystis Toxoplasma Wenyonnela Eimeria Calyptospora 3 Coccidiose Coccidiose - termo genérico que designa as infecções causadas por protozoários da classe Coccidia Isospora Sarcocystis Cryptosporidium Toxoplasma Isospora 4 Eimeria (coccidiose aviária) Sete espécies de Eimeria infectam a galinha doméstica: Eimeria acervulina Eimeria tenella Eimeria maxima Eimeria necatrix Eimeria praecox Eimeria brunetti Eimeria mitis 6 Ciclo direto (monoxênico) Doença entérica (células intestinais) Reprodução Assexuada Esporogonia ou esporulação no meio ambiente Esquizogonia ou merogonia no intestino Sexuada Gametogonia no intestino Características do ciclo de vida de Eimeria 7 Eimeria – estrutura de um oocisto 4 esporocistos com 2 esporozoítos no interior 8 Oocisto – características Resistência física e química – possui uma parede com duas camadas principais e composição diferente. Garante resistência a diferentes agentes químicos. Somente pequenas moléculas atravessam a parede: água, amônia, brometo de metila Não resiste ao calor e desidratação Oocisto rompido mostrando as duas camadas da parede 9 Causa enormes prejuízos na produção avícola Custos diretos: menor ganho de peso, aumento de mortalidade, aumento de infecções secundárias Custos indiretos: uso de drogas e/ou vacinas na prevenção Coccidiose aviária 10 11/18/2015 11 Ciclo de vida 1. O ciclo de vida se inicia pela ingestão de um oocisto esporulado por uma ave suscetível. 2. A parede do oocisto é rompida na moela, liberando os esporocistos. 3. A excistação dos esporozoítos ocorre no intestino delgado. Os esporozoítos aderem e penetram as células do epitélio intestinal 4. Desenvolvimento de um esquizonte de primeira geração, um estágio assexual de desenvolvimento (esquizogonia) 5. Seguindo a maturação do esquizonte, ocorre o rompimento das células intestinais e a liberação de merozoítos. 6. Penetração dos merozoítos em células do epitélio intestinal, formação de um esquizonte de segunda geração e liberação de merozoítos de segunda geração. 7. Penetração de merozoítos em células intestinais e diferenciação em macrogametócitos. Este estágio sexual feminino é caracterizado pela presença de grânulos eosinofílicos periféricos. 8. Penetração de merozoítos em células intestinais e diferenciação em microgametócitos. As células intestinais são rompidas, liberando microgametas (estágio sexual masculino). 9. Fertilização dos macrogametas pelos microgametas biflagelados (gametogonia). 10. Formação do oocisto, rompimento da célula intestinal e liberação do oocisto maduro nas fezes. 11. O oocisto se torna infeccioso ao esporular no meio ambiente, sob condições de aeração, umidade e temperatura adequadas. Esta fase assexual do desenvolvimento é denominada esporogonia. 11 11/18/2015 12 Ciclo de vida 6 7 5 4 Esquizogonia 10 11 8 9 Gametogonia 2 3 2n 1 Esporogonia 12 Eimeria – microscopia de varredura Esquizonte maduro liberando formas merozoítas Microgametócito rompido liberando microgametas Oocisto maduro. Um microgameta está presente na superfície microgametas macrogametócito 13 Diferenciação de espécies E. acervulina E. tenella E. maxima E. praecox E. necatrix E. mitis E. brunetti 14 Espécie Período pré-patente (horas) Tempo mínimo de esporulação (horas) E. acervulina 97 17 E. brunetti 120 18 E. maxima 121 30 E. mitis 93 15 E. necatrix 138 18 E. praecox 83 12 E. tenella 132 18 Diferenciação de espécies 15 Lesões intestinais E. acervulina A mucosa apresenta lesões esbranquiçadas tranversais, variando de um aspecto puntiforme até a total coalescência em infecções mais severas. Este tipo de lesão, é também denominado “estria em escada”, e pode também ser freqüentemente visualizado na superfície da serosa. E. maxima Espécie moderadamente patogênica, provoca espessamento da mucosa intestinal e acúmulo de conteúdo mucoso de cor castanho-alararanjada. 16 Lesões intestinais E. tenella Espécie altamente patogênica, apresenta lesões hemorrágicas severas localizadas principalmente nos cecos. Pode formar debris de mucosa associados a coágulos sanguíneos, os “núcleos cecais” (cecal cores), e levar à necrose do tecido. As lesões também podem ser visíveis na superfície serosa dos cecos. E. necatrix Uma das espécies mais patogênicas, provoca lesões hemorrágicas severas e dano tecidual profundo, com formação de debris de mucosa. A serosa apresenta petéquias e lesões esbranquiçadas puntiformes ao longo de sua superfície. 17 Lesões intestinais E. brunetti Em infecções leves pode produzir pequenas lesões hemorrágicas em estrias, mas em infecções severas as lesões podem levar a uma profusa hemorragia, com despreendimento de debris de mucosa, especialmente no terço final do intestino delgado, e até necrose do tecido. E. mitis Considerada uma espécie de baixa patogenicidade, de forma geral não causa lesões intestinais evidentes. Em infecções maciças podem ser observadas pequenas petéquias no reto, próximo à junção íleo-cecal, e exudação mucóide. 18 Lesões intestinais E. praecox Considerada uma espécie de baixa patogenicidade, geralmente não apresenta lesões intestinais evidentes. Em infecções maciças pode resultar em espessamento da mucosa e formação de exudato mucóide. 19 Patogenia Os parasitas causam as seguintes ações nos hospedeiros: Invasão e ruptura das células da mucosa intestinal nos vários estágios de esquizogonia e na gametogonia Grau das lesões depende essencialmente dos seguintes fatores: Carga parasitária Estado imune do hospedeiro Profundidade das lesões no epitélio (Ex. E. tenella e E. necatrix causam lesões mais profundas) Consequências das lesões: Perda da capacidade absortiva do intestino – menor ganho de peso Hemorragia (em algumas espécies) Portas de entrada para agentes secundários. Ex. Clostridium perfringens 20 TOXOPLASMOSE Cosmopolita Zoonose Acomete carnívoros, herbívoros, insetívoros, roedores, suínos, primatas e outros mamíferos e aves Toxoplasma gondii, única espécie descrita. Aproximadamente 200 espécies de mamíferos e aves se infectam por este parasita Os felídeos são os hospedeiros definitivos (HD) (reprodução sexuada) e os demais hospedeiros como mamíferos e aves são hospedeiros intermediários (HI). Menos infectivo e patogênico para o HD, quando comparado com o HI É comum em animais de produção ovinos, suínos e coelhos Bovinos, equinos e búfalos menor prevalência. 22 Morfologia dos oocistos esporulados 2 4 Esporocistos: Esporozoítos: Toxoplasma Doença de alta prevalência sorológica, mas de baixa incidência sintomatológica. Homem aproximadamente 50% da população adulta já teve contato com o agente, mas somente 1% apresenta sintomas da doença. Cerca de 30% de humanos com AIDS desenvolvem toxoplasmose se infectados pelo parasita. 24 Invasão Taquizoíto de Toxoplasma gondii invadindo uma célula 25 Ciclo Biológico O ciclo de vida do parasita é heteroxeno facultativo O ciclo de vida inclui: Reprodução assexuada: HI e HD. Reprodução sexuada, gametogonia, ciclo enteroepitelial, no gato doméstico e outros felinos (HD). Hospedeiros: Definitivo (HD): felídeos (gato doméstico é o mais importante): reprodução assexuada e sexuada Intermediário (HI): aves e mamíferos (incluindo-se os felídeos): reprodução assexuada 26 Ciclo Biológico 27 Toxoplasma gondii- ciclo de vida Dubey (1986) 28 Taquizoítos 29 Forma infectante produzida somente no intestino dos felinos e eliminados nas fezes do gato. Condições ambientais adequadas: temperatura e umidade Oocistos esporulados podem sobreviver por longos períodos de tempos em condições moderadas de temperatura e umidade (ex. solo úmido). Oocistos no solo podem ser mecanicamente transmitidos por moscas, besouros, etc… Podem sobreviver por longo períodos de tempo sobre frutas e vegetais. Esporozoítos são infectantes e ao serem ingeridos se multiplicam originando os taquizoítos bradizoítos cistos. Oocistos 30 Hospedeiros definitivos Felídeos, principalmente os jovens e imunodeprimidos Gatos adquirem a infecção após a ingestão de animais infectados cujos tecidos contêm taquizoítos ou bradizoítos, ou pela ingestão de oocistos eliminados por outros gatos. Menos de 50% dos gatos eliminam oocistos após a ingestão de taquizoítos e quase 100% dos gatos que ingerem bradizoítos eliminam oocistos. Gatos também podem desenvolver cistos teciduais. 31 Patogenia Severidade da doença clínica é dependente do grau e localização do tecido acometido, a necrose tecidual é proporcional à multiplicação do parasita. O quadro clínico está relacionado com o órgão acometido. Com exceção das infecções disseminadas agudas, que podem ser fatais, o hospedeiro geralmente se recupera, aproximadamente, na terceira semana após a infecção, quando os taquizoítos começam a desaparecer dos tecidos. Doenças concomitantes ou imunossupressão podem agravar o quadro. 32 Sinais Clínicos Geralmente são inespecíficos. Os mais frequentes estão associados ao sistema respiratório e digestivo, acompanhados de febre, anorexia, prostação e secreção ocular bilateral. Lesões oculares por toxoplasmose em gatos são comuns. Animais Abortos – ovinos, caprinos, suínos Cão, gato – pneumonia, hepatite e encefalite Cães – associação com o vírus da cinomose 33 Sinais Clínicos Humanos – 1% apresentam sintomas clínicos, que podem persistir por semanas ou meses e, em alguns casos por anos. Pode ocorrer cefaléia, febre, hemi-paresia, dor muscular e nas articulações, convulsões, coma, morte A patogenia mais importante ocorre no feto humano 33% retardo mental severo 53% problemas de visão 23% retardo mental 20% estrabismo 10% problemas de audição 34 Controle Carne deve ser bem cozida – >65 0C Lavar bem os alimentos e as mãos Não oferecer carne crua aos gatos Limpeza das caixas de areia dos gatos – diariamente Fezes de gatos devem ser eliminadas no vaso sanitário Uso de luvas em trabalhos de jardinagem 35 Fim!!!
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