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Língua Latina - Da importância ao esquecimento

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Língua Latina: da importância ao esquecimento
Luiz Henrique dos Santos (UFAL)
Introdução
No auge do prestígio do Império Romano, a língua latina era tida como precursora da comunicação. A Herança deixada por ela abrange várias áreas do conhecimento: filosofia, teoria literária, teatro, ciência, dentre outras. No ramo linguístico ela é a língua mãe dos idiomas românicos, sendo uma das mais antigas línguas indo-européias, fornecendo soluções para a compreensão desses idiomas, no que a faz ser importante não só pelas contribuições que deixou no mundo românico, mas também pela sua exploração hoje, a fim de aprofundarmos melhor o conhecimento tanto do português como também do Espanhol, Italiano, Romeno e o Francês. O conhecimento dessa língua ajuda-nos muitos acerca da nossa compreensão de mundo, na admiração da nossa língua e nos leva a um mundo de descobertas que só tendem a trazer benefícios inesgotáveis que nunca será apagada. Mas diante desses benefícios, por que o ensino dessa língua deixou de ser valorizada? Qual a explicação para o olhar de desprezo e ressentimento por grande parte dos alunos de curso superior ao ter contato com essa língua? O presente artigo mostrará afirmações a seguir que nos ajudará a entender e de certa forma a tomar para si um senso crítico pela sua desvalorização atualmente.
O latim no ensino fundamental
A prática de ensino do Latim no ensino fundamental tinha como característica o tradicionalismo metodológico numa perspectiva gramatical que privilegiava a memorização como instrumento pedagógico. Percebe-se que o ensino do Latim antigamente era muito mais exigente do que atualmente. Prova disso é o exemplo dado por Torrão em seu artigo, quando ele se depara com uma avaliação que tinha feito a um aluno e posteriormente percebeu que o método avaliativo hoje comparado com o de 1981 é muito mais simples e que apesar de o método ter sido simplificado, as notas foram demasiadamente baixas pelo fato de os alunos não terem um conhecimento prévio do latim no ensino fundamental e médio.
Tais alunos não tinham o acesso a tabelas que ajudam na decodificação da língua, ao contrário, era necessário memoriza-las sendo assim mais uma etapa a ser conquistada para ai sim, ter o aceso a textos e exercícios.
Percebe-se que até o inicio dos anos 60 o ensino da língua litina nos quatro primeiros anos do ensino ginasial era bem elaborado, pois consistia nos dois primeiros anos no aprendizado das declinações, conjugações e elementos da sintaxe; e no terceiro e quarto ano trabalhava-se com traduções e explicações dos autores além de práticas diárias como orações em latim sendo banido em 1961. Carpinetti (UFJF) em seu artigo explica: “Minha experiência, ainda que possa ser considerada excepcional dentro dos parâmetros de minha geração, vale como contra-argumento à afirmação de que para o latim não existe demanda no ensino fundamental” (p.02). Carpinetti busca de certa forma conscientizar as pessoas exemplificando na sua trajetória de vida que o latim pela sua importância ainda pode ter espaço no ensino fundamental. Outros com Torrão não se preocupam em questionar, mas apenas em tirar conclusões acerca deste fato.
Todas as etapas de vida explanada por Carpinetti que vai do segundo grau em 1980, até o final do mestrado em 1995, exemplifica a dificuldade que ele teve, e consequentemente tornar essa dificuldade em força de vontade para adquirir material para o seu aprimoramento na língua latina. O latim perdeu o seu status de disciplina no ensino fundamental com a introdução de várias outras matérias consideradas “importantes” para o conhecimento do aluno como, por exemplo, o advento da música, atividades de lazer, etc., reduzindo ainda mais a possibilidade de sua introdução na atualidade.
E agora? Apesar das dificuldades enfrentadas atualmente, não seria importante a sua introdução hoje como era antigamente? Rebaterei essas indagações com outras vindas do VIARO (USP), “Qual a utilidade de uma língua morta, que requer atenção, dedicação e esforço? Em que isso vai ajudar a mudar minha vida, fazendo-me galgar posições mais elevadas da sociedade?” (1999, p.02). Inevitavelmente esta se torna a principal afirmação para a não introdução da língua latina na atualidade, pois em comparação com outras línguas que se encontram na ativa hoje, o latim passou a ser desconsiderado e visto como uma falta de tempo a sua introdução no ensino básico, além de não ser utilizada para facilitar o acesso do indivíduo no mercado de trabalho.
Não podemos nos acomodar com essas desculpas que só atrasam a qualidade de ensino no nosso país, para que o ensino do latim possa revelar novos olhares de mundo, como também ampliar a estrutura de formação de professores do latim e consequentemente abrir novas portas para o ensino na educação básica. Se não é possível a sua introdução como disciplina, pelo menos se deve reforçar o ensino ao aluno universitário não só da área de Letras, como também de outras disciplinas do ensino fundamental para que eles possam levar de certa forma esse conhecimento aos seus alunos.
O latim hoje dentro e fora da sala de aula
O ensino do latim hoje só é visto nos cursos de letras com uma duração de geralmente um ou dois semestres apesar de as Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Letras não considerar obrigatório a sua inclusão na grade curricular. O seu objetivo é bem explicitado no artigo da Maranhão:
 
 Dentre os objetivos usualmente apontados para a aprendizagem do latim clássico, consta o de proporcionar melhor compreensão da língua portuguesa, notadamente o aprimoramento dos conhecimentos de análise sintática, possibilitado pela marca sufixal do caso, que evidencia a função sintática dos vocábulos latinos na sentença, e de vocabulário, visto que constitui o latim a principal fonte do léxico português (MEC, 1958, p.10, 11; Furlan e Bussarello, 1997, vi; Furlan , 2006, p. 16).
Inevitavelmente o latim além de colaborar para o aprendizado da etimologia das palavras, ela nos ajuda também na gramática do português pela sua constante usualidade nas traduções de textos do latim para o português. Esse conhecimento da gramática deveria ser adquirido no ensino fundamental antes do acesso ao ensino superior, porém sabemos que a qualidade de ensino no ensino nas escolas públicas não nos possibilita esse conhecimento.
Em consequência desse método de ensino, os alunos de letras chegam às universidades sem nenhum conhecimento prévio do latim, ou até mesmo não sabendo da existência ou como se incorpora essa disciplina, como foi o meu caso. Com o ensino nas universidades, a maior parte dos alunos opta em não aprofundar os conhecimentos obtidos através do latim com a necessidade de se trabalhar, além de o material estudado ser encontrado apenas em textos literários, diferentemente de outras disciplinas que possuem uma variedade imensa para os seus estudos, e da escassez de materiais disponíveis para o estudo que implica bastante e o torna muito caro para o aprimoramento, fazendo com que muitas pesquisas com os alunos que se interessam aprofundar os seus estudos, não cheguem ao final desejado. 
A forma de ensino do latim antigamente era vista como se fosse uma matemática e se preocupavam em cumprir os programas, porém, geravam-se resultados pela exigência da memorização, diferentemente da atual que se preocupam em motivar os alunos, tendo resultados não são satisfatórios.
O latim fora da sala de aula está presente em nosso cotidiano, contudo quem não teve acesso ao conhecimento dessa língua não entenderá o que essas expressões significam, diferentemente de quem já teve o contato com ela, pois ele em virtude desse conhecimento terá a perspicácia de procurar entender o que aquela determinada expressão significa. Termos como lato sensu, deleo, e fax são usados frequentemente em nosso dia-a-dia, além de várias expressões encontradas em produtos alimentícios, cosméticos, brasões de bandeiras, termos vistos na área jurídica, etc.
Conclusão
Considerando o objetivodas universidades que é o maior conhecimento nas estruturas morfossintática e do léxico da língua portuguesa em um curto espaço de tempo de um ou dois semestres é de se propor uma redefinição dos conteúdos apresentados afim de haver uma dinâmica para que esse curto espaço de tempo possa ser o mais proveitoso possível. No caso do ensino fundamental, como não é possível tanto agora como provavelmente no futuro o ensino do latim aos alunos da escola tanto pública quanto particular, deve-se de uma certa forma entender que apesar de ser considerada uma “língua morta”, não se pode de maneira alguma extinguir os exemplos, pois sabemos que esses termos em latim estão presentes constantemente nos materiais didáticos. Conhecer e reconhecer a importância do latim para nós é imprescindível para o nosso avanço intelectual, assim como nos proporciona atalhos para os caminhos que o mundo oferece.
Referências
VIARO, Mario Eduardo. A importância do latim na atualidade. In: Revista de ciências humanas e sociais, São Paulo, Unisa, v. 1, n. 1, p. 7-12, 1999
OLIVEIRA, Denize Cristina de. Considerações sobre a prática didática das línguas clássicas. Hipertexto em www.oocities.org/textossbec/oliveira
CARPINETTI, Luís Carlos Lima. A presença do latim no ensino fundamental. Hipertexto em <LINK>
MARANHÃO, Samantha de Moura. Reflexões sobre o ensino de Língua Latina em cursos superiores de Letras Modernas. In: Revista Instrumento. R. Est. Pesq. Educ. Juiz de Fora, v. 11, n. 1, jan./jun. 2009, p. 27-36 
TORRÃO, João Manoel Nunes. O ensino do latim: exigência ou sedução? P.1-8, S/D

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