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Didática da Lingua Inglesa 1 - Livro

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Prévia do material em texto

2018
DiDática Da Língua 
ingLesa i
Prof. Estela Maris Bogo Lorenzi
Prof. Luciana Fiamoncini
Copyright © UNIASSELVI 2018
Elaboração:
Prof. Estela Maris Bogo Lorenzi
Prof. Luciana Fiamoncini
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
420.7
L869d Lorenzi, Estela Maris Bogo
 Didática da língua inglesa I / Estela Maria Bogo Lorenzi; 
Luciana Fiamoncini. Indaial: UNIASSELVI, 2018.
 179 p. : il.
 
 ISBN 978-85-515-0147-4
 
 1.Língua Inglesa – Estudo e Ensino. 
 I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. 
Impresso por:
III
apresentação
Hello, dear students. It is a pleasure to write a book especially for you: a 
future English Teacher. A didática, como já se sabe, é a arte de ensinar. Por 
ser uma técnica, a didática pode ser aprimorada ao longo dos anos e a 
experiência é uma forte aliada. Neste material, buscamos evidenciar quais são 
as principais técnicas didáticas usadas para o ensino da língua e apresentar 
a você, acadêmico e futuro professor, o que a literatura traz acerca desta 
importante temática para quem quer adentrar à docência. 
Na Unidade 1, teremos como enfoque o conceito e a aplicação da 
didática da língua inglesa. Nesta etapa, você será capaz de compreender 
quais são as implicações culturais da língua inglesa e sua implicação no 
mercado de trabalho. Ainda nessa unidade, abordaremos o conceito de 
didática, sua aplicação em sala de aula, e aspectos relacionados à escolha do 
material didático para trabalhar a língua estrangeira. 
Ainda na Unidade 1, você conhecerá um pouco mais sobre o 
que versam os documentos nacionais da educação no que tange o ensino 
das línguas. Documentos como LDB, PCN, BNCC e algumas resoluções 
importantes que norteiam o ensino serão explorados. Fique atento a eles. 
Já a Unidade 2 foca na diferença entre language learning and language 
aquisition. Serão abordados os conceitos de ambos os termos, maneiras de 
estimular e trabalhar cada um deles e ainda a ideia de bilinguismo. Ainda 
na Unidade 2, trataremos das implicações de se ter ou não um professor 
nativo na língua inglesa e trabalharemos as quatro habilidades que devem 
ser desenvolvidas quando estamos no processo de aprendizagem da língua: 
listening, speaking, writing and reading. 
Por fim, na Unidade 3, o enfoque será exclusivamente nos métodos 
de ensino de língua inglesa. São eles: Direct Method, Grammar Translation 
Method, Audiolingual Method, The Silent Way, Suggestopedia, Communicative 
Language Teaching, The Lexical Syllabus and Immersion. Trataremos de como 
estes métodos surgiram, quais são seus prós e contras, discutiremos suas 
principais características e se eles ainda são viáveis ou não para a aplicação 
nos tempos hodiernos. 
Explore tudo o que oferecemos a você a partir da ferramenta UNI, 
das dicas de vídeos, sugestões de leituras e acesse também a trilha de 
aprendizagem da disciplina no seu Ambiente Virtual de Aprendizagem 
(AVA), que é recheada de informações para que você cresça sempre mais 
como profissional da educação. 
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Esperamos que a partir deste material você possa ampliar seus 
horizontes, compreendendo os princípios básicos da didática e apaixonando-
se cada vez mais pela arte de ensinar. Estaremos sempre à disposição para 
trocar ideias e aprendermos juntos a partir das suas sugestões e dúvidas.
 
We hope you have an excellent journey and be happy! See you soon! Teachers 
Estela and Luciana.
V
VI
VII
UNIDADE 1 – ENGLISH DIDACTICS AND THE ENGLISH LANGUAGE ............................. 1
TÓPICO 1 – DIDÁTICA DA LÍNGUA INGLESA: CONCEITO E APLICAÇÃO ..................... 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 POR QUE ESTUDAR A LÍNGUA INGLESA? ............................................................................... 3
2.1 A LÍNGUA INGLESA E SEU CONTEXTO DE USO ................................................................ 6
2.2 A LÍNGUA INGLESA E AS IMPLICAÇÕES CULTURAIS ...................................................... 7
2.3 A LÍNGUA INGLESA NO MERCADO DE TRABALHO ........................................................ 9
3 O QUE É DIDÁTICA? ......................................................................................................................... 11
3.1 A DIDÁTICA E SUA APLICAÇÃO EM SALA DE AULA ........................................................ 13
3.2 A ESCOLHA DO MATERIAL DIDÁTICO E AS IMPLICAÇÕES NO ENSINO E 
APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA ................................................................................ 15
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 16
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 17
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 18
TÓPICO 2 – AS NORMAS E OS DOCUMENTOS ORIENTADORES ACERCA 
DA APRENDIZAGEM DA LÍNGUA ESTRANGEIRA: ALGUMAS 
CONSIDERAÇÕES .......................................................................................................... 19
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 19
2 O ENSINO DE LÍNGUAS NO BRASIL ........................................................................................... 20
3 ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS: UM OLHAR NAS LEIS, NORMAS 
 E NOS DOCUMENTOS ORIENTADORES .................................................................................... 27
3.1 A LDB E O ENSINO DA LÍNGUA ESTRANGEIRA .................................................................. 28
3.2 OS PCN – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO, AS OCEM – ENSINO MÉDIO 
 E A LÍNGUA ESTRANGEIRA ....................................................................................................... 31
3.3 OUTROS DOCUMENTOS ORIENTADORES E NORMAS ACERCA DA LÍNGUA 
ESTRANGEIRA – INGLÊS ............................................................................................................. 34
3.3.1 A resoluçãodo Conselho Nacional de Educação de nº 4, de 13 de julho de 2010 ......... 34
3.3.2 A resolução do Conselho Nacional de Educação de nº 7, de 14 de dezembro 
 de 2010 ...................................................................................................................................... 35
3.3.3 A resolução do Conselho Nacional de Educação de nº 2, de 30 de janeiro 2012: 
Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio .................................................. 36
3.3.4 Plano Nacional de Educação - PNE de 2014 ....................................................................... 37
3.3.5 O que é a Base Nacional Comum Curricular (BNCC)? ..................................................... 39
3.3.6 Como será o currículo do novo Ensino Médio em relação à língua estrangeira? ......... 40
4 A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM LÍNGUA INGLESA .............................................. 40
4.1 O QUE OS DOCUMENTOS ORIENTADORES E LEIS POSTULAM SOBRE 
 AVALIAÇÃO .................................................................................................................................... 41
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 44
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 46
sumário
VIII
TÓPICO 3 – O ENSINO DA LÍNGUA INGLESA PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA .................. 49
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 49
2 A DIDÁTICA DO ENSINO DA LÍNGUA ESTRANGEIRA NA EDUCAÇÃO 
 INFANTIL ............................................................................................................................................. 50
2.1 ENSINANDO A PARTIR DA ORALIDADE .............................................................................. 53
2.2 UTILIZANDO O MATERIAL CONCRETO E RECURSOS VISUAIS ..................................... 54
3 A DIDÁTICA DO ENSINO DA LÍNGUA ESTRANGEIRA NO ENSINO 
 FUNDAMENTAL I .............................................................................................................................. 55
3.1 A COMPREENSÃO DO VOCABULÁRIO NAS TEMÁTICAS DE ENSINO ........................ 56
3.2 A LÍNGUA ESTRANGEIRA E OS SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO ................................... 57
4 A DIDÁTICA DO ENSINO DA LÍNGUA ESTRANGEIRA NO ENSINO 
 FUNDAMENTAL II.............................................................................................................................. 58
4.1 CONTEXTUALIZANDO O ENSINO DA GRAMÁTICA ......................................................... 59
4.2 O USO DAS TECNOLOGIAS E A APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA ................... 61
5 A DIDÁTICA DO ENSINO DA LÍNGUA ESTRANGEIRA NO ENSINO MÉDIO ............... 62
5.1 A COMPREENSÃO TEXTUAL NA LÍNGUA INGLESA .......................................................... 63
5.2 O ENSINO DO INGLÊS E O VESTIBULAR ................................................................................ 64
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 67
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 69
UNIDADE 2 – LANGUAGE LEARNING AND LANGUAGE ACQUISITION ......................... 71
TÓPICO 1 – LANGUAGE ACQUISITION OU ASSIMILAÇÃO NATURAL ............................. 73
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 73
2 CONCEITUANDO A LANGUAGE ACQUISITION .................................................................... 74
2.1 LÍNGUA MATERNA ...................................................................................................................... 76
2.2 SEGUNDA LÍNGUA ....................................................................................................................... 77
2.3 LÍNGUAS MINORITÁRIAS E MINORITARIZADAS ............................................................... 78
3 MANEIRAS PARA ESTIMULAR A LANGUAGE ACQUISITION ........................................... 79
3.1 AQUISIÇÃO DE UMA SEGUNDA LÍNGUA: QUE FATORES CONSIDERAR? .................. 79
3.1.1 Idade de aquisição .................................................................................................................. 80
3.1.2 Bilinguismo .............................................................................................................................. 81
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 83
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 84
TÓPICO 2 – LANGUAGE LEARNING OU ESTUDO FORMAL .................................................. 87
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 87
2 CONCEITUANDO A LANGUAGE LEARNING ........................................................................... 87
2.1 O ESTUDO FORMAL E O APRENDIZADO DA LÍNGUA ESTRANGEIRA ........................ 88
3 COMO DESENVOLVER A LANGUAGE LEARNING ................................................................. 91
3.1 O PAPEL DO PROFESSOR NA LANGUAGE LEARNING ...................................................... 92
3.2 AS SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS NA LANGUAGE LEARNING .............................................. 96
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 100
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 103
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 104
TÓPICO 3 – PROFESSOR NATIVO E NÃO NATIVO DE LÍNGUA INGLESA: 
 IMPLICAÇÕES ................................................................................................................. 105
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 105
2 O PROFESSOR NATIVO NA LÍNGUA INGLESA ....................................................................... 105
3 O PROFESSOR NÃO NATIVO NA LÍNGUA INGLESA ............................................................ 107
IX
3.1 O QUE DIZEM AS NORMAS E OS DOCUMENTOS ORIENTADORES SOBRE A 
FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUA ESTRANGEIRA ................................................ 108
4 HABILIDADES E COMPETÊNCIAS A SEREM DESENVOLVIDAS COM OS 
 ALUNOS DE LÍNGUA INGLESA .................................................................................................... 110
4.1 LISTENING ....................................................................................................................................... 111
4.1.1 Pre-listening, listening and post-listening .......................................................................... 112
4.2 READING ......................................................................................................................................... 112
4.2.1 Processes top-down e bottom-up ......................................................................................... 113
4.2.2 Reading strategies ................................................................................................................... 114
4.3 SPEAKING ........................................................................................................................................115
4.3.1 Speech stimulation techniques ............................................................................................. 116
4.4 WRITING .......................................................................................................................................... 116
4.4.1 English everywhere ................................................................................................................ 116
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 118
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 120
UNIDADE 3 – THE DIDACTICS OF THE ENGLISH LANGUAGE: 
 TEACHING AND LEARNING METHODS .......................................................... 123
TÓPICO 1 – MÉTODOS DE ENSINO: PARTE 1 .............................................................................. 125
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 125
2 DIRECT METHOD .............................................................................................................................. 125
2.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE O DIRECT METHOD ..................................................................... 127
2.2 SUGESTÕES DE ATIVIDADES UTILIZANDO DIRECT METHOD ....................................... 128
3 GRAMMAR TRANSLATION METHOD ........................................................................................ 130
3.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE O GRAMMAR TRANSLATION METHOD ............................... 131
3.2 SUGESTÕES DE ATIVIDADES UTILIZANDO GRAMMAR TRANSLATION METHOD .... 133
4 AUDIOLINGUAL METHOD ............................................................................................................. 133
4.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE O AUDIOLINGUAL METHOD ................................................... 136
4.2 SUGESTÃO DE ATIVIDADE UTILIZANDO AUDIOLINGUAL METHOD ......................... 138
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 139
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 140
TÓPICO 2 – MÉTODOS DE ENSINO: PARTE 2 .............................................................................. 143
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 143
2 THE SILENT WAY ................................................................................................................................ 143
2.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE O SILENT WAY METHOD ............................................................ 145
2.2 SUGESTÃO DE ATIVIDADE UTILIZANDO SILENT WAY METHOD .................................. 146
3 SUGGESTOPEDIA .............................................................................................................................. 146
3.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE O SUGGESTOPEDIA METHOD .................................................. 147
3.2 SUGESTÕES DE COMO TRABALHAR O SUGGESTOPEDIA METHOD ............................ 149
4 TOTAL PHYSICAL RESPONSE ....................................................................................................... 150
4.1 CONSIDERAÇÕES SOBRE O TOTAL PHYSICAL RESPONSE METHOD ........................... 150
4.2 SUGESTÕES DE ATIVIDADES UTILIZANDO TOTAL PHYSICAL RESPONSE 
 METHOD .......................................................................................................................................... 152
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 154
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 155
TÓPICO 3 – MÉTODOS DE ENSINO: PARTE 3 .............................................................................. 157
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 157
2 COMMUNICATIVE LANGUAGE TEACHING ........................................................................... 157
X
2.1 CONSIDERAÇÕES DO COMMUNICATIVE LANGUAGE TEACHING METHOD ........... 158
2.2 SUGESTÕES DE ATIVIDADES UTILIZANDO COMMUNICATIVE LANGUAGE 
TEACHING METHOD.................................................................................................................... 159
3 THE LEXICAL SYLLABUS ................................................................................................................ 161
3.1 PRÓS E CONTRAS DO LEXICAL SYLLABUS METHOD ........................................................ 162
3.2 SUGESTÕES DE ATIVIDADES UTILIZANDO LEXICAL SYLLABUS METHOD ............... 162
4 IMMERSION ........................................................................................................................................ 163
4.1 PRÓS E CONTRAS DO IMMERSION METHOD ....................................................................... 164
4.2 SUGESTÕES DE ATIVIDADES UTILIZANDO IMMERSION METHOD .............................. 165
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 166
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 170
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 171
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 173
1
UNIDADE 1
ENGLISH DIDACTICS AND THE 
ENGLISH LANGUAGE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você estará apto a:
• compreender o contexto de uso da língua inglesa; 
• discutir o conceito de didática e suas aplicações; 
• conhecer a trajetória do ensino de línguas no Brasil;
• compreender os dizeres das leis, normas e os documentos orientadores 
acerca do ensino e aprendizagem das línguas estrangeiras;
• refletir acerca da avaliação;
• analisar o ensino da língua inglesa na Educação Básica.
Esta unidade está dividida em três tópicos. Ao final da cada um deles, 
você poderá dispor de atividades que o auxiliarão na fixação do conteúdo 
apresentado.
TÓPICO 1 – DIDÁTICA DA LÍNGUA INGLESA: CONCEITO E 
APLICAÇÃO
TÓPICO 2 – AS NORMAS E OS DOCUMENTOS ORIENTADORES 
ACERCA DA APRENDIZAGEM DA LÍNGUA 
ESTRANGEIRA: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
TÓPICO 3 – O ENSINO DA LÍNGUA INGLESA PARA A EDUCAÇÃO 
BÁSICA
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
DIDÁTICA DA LÍNGUA INGLESA: CONCEITO E APLICAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Students, welcome to our new book. Todos nós sabemos que a língua inglesa 
é a mais falada no mundo e que as pessoas que a dominam têm, sem sombra de 
dúvidas, certas vantagens com relação a quem não a domina. 
A partir do estudo deste material você será capaz de compreender por que 
a didática da língua inglesa é tão importante quando falamos em aprendizado 
de uma second language, ou segunda língua, em português. Especificamente na 
Unidade 1, dedicaremos nossos estudos ao conceito e aplicação da didática em 
sala de aula (e, em alguns casos, fora dela também).
A didática, conforme estudaremos mais adiante, não é um conceito novo. 
Ela já vinha sendo estudada por Jan Amós Comenius em meados do século XVII. 
Por que, então, estudaremos algo tão antigo aqui, em um material atual como 
este? 
A resposta é simples: a didática, embora date de séculos atrás, é um 
conceito que nunca deixou de ser atual.Todos os anos, inúmeros pesquisadores 
realizam seus estudos voltados para esta temática, visando sempre fazer 
descobertas significativas que possam auxiliar os professores a lapidar cada vez 
mais o seu trabalho em sala de aula. 
 A partir de agora, acadêmico, você passará a estudar este conceito 
e conhecer cada detalhe da aplicabilidade da didática do ensino da língua 
estrangeira em sala de aula. Are you ready to start? So, let’s go!
2 POR QUE ESTUDAR A LÍNGUA INGLESA? 
It is a pleasure to meet you again! Quem de vocês já se perguntou por que a 
língua inglesa é um dos idiomas mais estudados do mundo? E por que em todo 
o mundo cada vez mais pessoas buscam aprender este idioma? Bem, não é difícil 
deduzir que, se a procura está aumentando, é porque realmente a língua está em 
ascendência. 
De acordo com inúmeras pesquisas, pode-se afirmar que uma das 
respostas para esta pergunta é o fato de que a língua inglesa é o idioma principal 
UNIDADE 1 | ENGLISH DIDACTICS AND THE ENGLISH LANGUAGE
4
da comunicação em business mundo afora. Mesmo nos países que falam mandarim 
(China e Japão, por exemplo), o inglês é predominante quando o tema são os 
negócios.
Christopher Newcombe (2015, p. 74), diretor assistente dos cursos de 
Inglês do British Council Singapore, afirma que:
além da necessidade mais localizada, há um grande aumento na 
necessidade da proficiência no inglês em relação ao mundo globalizado 
em geral, no qual qualquer um pode receber uma ligação em inglês de 
um colega na Escócia, e ao mesmo tempo ter de responder um e-mail 
em espanhol ou em outra língua.
 
Apesar de o inglês ser destaque no mundo dos negócios (business), não 
é só nesta área que ele está em evidência. No mundo tecnológico, por exemplo, 
o inglês é muito presente. Podemos perceber isso nos estrangeirismos que nos 
permeiam quando o assunto é informática.
FIGURA 1 - BUSINESS
FONTE: Disponível em: <http://www.dicasdosergio.com.br/category/diversos/tirinhas-
diversos/>. Acesso em: 15 jul. 2017.
A tirinha apresentada traz uma conotação humorística para uma parte 
do computador, o mouse. Neste caso, o mouse a que o atendente se refere é 
o animal, que está tranquilo a bordo. A partir dela, podemos trazer inúmeros 
estrangeirismos muito utilizados na nossa língua portuguesa que se referem à 
tecnologia: mouse, touchscreen, enter, pen drive, board, closed caption, e muitas outras 
palavras usadas em nosso dia a dia. 
TÓPICO 1 | DIDÁTICA DA LÍNGUA INGLESA: CONCEITO E APLICAÇÃO
5
Vamos relembrar o que são os estrangeirismos? São palavras estrangeiras que 
a língua portuguesa acabou por acrescentar ao vocabulário. Os estrangeirismos não são 
somente palavras trazidas da língua inglesa, mas também de outros idiomas, por exemplo, a 
palavra abajour, que vem do francês. 
UNI
Mais um importante passo para que possamos compreender o porquê 
da importância de estudar o inglês é analisar o mundo que nos cerca: outdoors, 
lojas, a própria tecnologia, conforme comentamos anteriormente, todas estas 
peculiaridades do dia a dia estão rodeadas pela língua inglesa. O mercado de 
trabalho cada vez mais busca profissionais qualificados que dominem, total ou 
parcialmente, um segundo idioma – neste caso, especificamente a língua inglesa. 
Esta procura cresce vertiginosamente porque há ocasiões em que somente 
conhecer vocabulário e gramática básica não basta. Para participar de discussões 
de trabalho e comunicar-se efetivamente com estrangeiros é necessário que o 
falante domine o listening.
Um dado curioso exposto por Newcombe (2015) é que em muitas 
universidades conceituadas, como Oxford e Edimburgo, há muitos estudantes 
de outros países, que se matriculam e lá estudam justamente para que possam 
ter a língua inglesa como base nas situações acadêmicas, do dia a dia e também 
para que possam ter a experiência de compartilhar as culturas dos mais diversos 
países, lá representados pelos estudantes. 
Estes e outros motivos fazem com que o inglês, apesar de ser por vezes 
complicado para os estudantes iniciantes, ainda seja a primeira opção, pois apesar 
da dificuldade e das frustrações iniciais, as recompensas do seu aprendizado são 
sempre compensadoras e acabam por valer a pena de médio a longo prazo.
Você sabia que, apesar de a língua inglesa ser a mais utilizada no mundo, ela 
não é a que mais tem falantes nativos? Isso quer dizer que ela é a mais aprendida como 
língua estrangeira e você, acadêmico, está somando para estas estatísticas.
UNI
UNIDADE 1 | ENGLISH DIDACTICS AND THE ENGLISH LANGUAGE
6
A razão pela qual devemos aprender a língua inglesa é abrir portas, 
em todos os setores. Negócios, turismo, comunicação, cultura, economia, 
relacionamentos, literatura, internet, informação. Todas estas são áreas facilmente 
exploradas quando se tem um bom domínio da língua inglesa. So, what are you 
waiting for? Let’s learn English, folks! 
2.1 A LÍNGUA INGLESA E SEU CONTEXTO DE USO 
A língua inglesa, ao contrário do que muitos pensam, teve seu ápice 
mundial por volta do século XVI, quando o imperialismo britânico proporcionou 
que a língua inglesa se estendesse além das suas fronteiras (GRADDOL, 2006). 
Este fato influenciou a linguística e a cultura de outros países, que muitos anos 
depois fizeram com que a língua inglesa se transformasse em língua internacional. 
O rápido avanço tecnológico fez com que a interação entre diferentes 
pessoas do mundo inteiro aumentasse significativamente, e esta comunicação 
deu-se especialmente a partir do uso da língua inglesa. Por este motivo, a língua 
passou a ser estudada em massa pela população, fazendo com que seu uso 
aumentasse significativamente em questão de décadas. 
Hoje, não há como medir em números exatamente a quantidade de 
pessoas que estudam a língua inglesa e quais são suas intenções ao fazê-lo, 
mas é perceptível o aumento do interesse não somente nas instituições que 
oferecem cursos particulares, mas também por parte das pessoas que o fazem 
autonomamente por meio de cursos on-line ou de maneira autodidata. 
De acordo com Dal Molin (2003), a velocidade da inserção da população 
nos meios tecnológicos fez com que o perfil dos aprendizes mudasse, ou seja, 
vivemos hoje em um mundo no qual a atuação pedagógica está passando por 
profundas mudanças, fugindo do obsoleto, da rotina e daquele ensino tradicional 
cansativo e enfadonho. Dal Molin (2003) ainda afirma que a reprodução de 
conhecimentos ultrapassados, inoperantes e descompassados não é mais aceita 
hoje. 
Podemos perceber esta situação se compararmos o ensino de línguas 
atual com o de 20 anos atrás (ou menos): na época, era o professor o detentor 
do saber, aquele que transmitia o conhecimento. O aluno era ouvinte. Hoje, os 
estudantes tornaram-se atuantes e já trazem a informação de casa, pois a acessam 
a qualquer momento de seus aparelhos tecnológicos. Ao professor cabe mediar 
esta informação e transformá-la em conhecimento. O fácil acesso à tecnologia fez 
com que o professor saísse do pedestal de detentor do saber para o papel de 
mediador. 
O professor de língua inglesa passa a ser, portanto, aquele que dará 
continuidade a um processo que, geralmente, já está iniciado. Motter et al. (2009) 
afirmam que hoje o ciberespaço tem papel importante na formação das pessoas, 
TÓPICO 1 | DIDÁTICA DA LÍNGUA INGLESA: CONCEITO E APLICAÇÃO
7
seja na reprodução cultural, na informação de diferentes visões de mundo, na 
proposição e criação de habilidades, adoção de atitudes, valores, e, principalmente, 
em relação ao acesso de uma língua estrangeira.
Para os autores, o contexto de uso da língua inglesa hoje “cria novas 
identidades, forma cidadãos com interesses originais e diferentes” (MOTTER et 
al., 2009, p. 4). Assim, pode-se inferir que o falante da língua inglesa, seja ele nativo 
ou aprendiz, percebe a língua inglesa não somente como um segundo idioma, 
mas sim, como uma possibilidade de troca, seja pelo fato de 80% das informações 
da web estarem em inglês ou mesmo por suas característicassocioculturais. 
Percebe-se, então, que os sujeitos que estão em contato com a língua 
inglesa não são mais meros receptores, mas sim, que “têm liberdade de escolha e 
produção dos conteúdos que desejam acessar” (MOTTER et al., 2009, p. 2). Assim, 
agem com propriedade e liberdade para aprenderem da maneira como acharem 
mais conveniente. 
Portanto, o contexto de uso da língua está mudando. Antes, tínhamos o 
inglês como mais uma disciplina escolar. Hoje, o temos como uma porta para uma 
cultura que já não é mais, de acordo com Costa (2004), ocidental ou americanizada, 
mas sim, global. Esta cultura global existe, de acordo com Costa (2004), partindo 
de diversos países e não tem um foco principal. 
A língua inglesa é, portanto, usada hoje com diferentes objetivos, diferente 
do que era antes. É o idioma do desenvolvimento tecnológico, econômico e 
científico, sendo o ápice da interação e do entretenimento. E você, acadêmico? 
Why are you learning English? Think about it! 
2.2 A LÍNGUA INGLESA E AS IMPLICAÇÕES CULTURAIS 
A cultura da língua inglesa! Eis um tema sobre o qual poderíamos falar 
tranquilamente por horas e horas. Embora não seja tão simples quanto pareça, 
é um dos temas que, quando se fala em “aprender inglês”, mais vem à tona. 
Para esta sessão, tomaremos por base a definição antropológica de cultura, que 
ressalta que esta vai muito além do mundo letrado, ou seja, o comportamento 
humano, independentemente de sua classe, define a cultura. 
A cultura, portanto, é evidenciada por um conjunto de situações, que, 
de acordo com Ullmann (1980, p. 86), é “todo comportamento humano-cultural, 
transmissão social... Cultura é saudação dirigida a alguém... é a forma de educar 
a prole... é o modo de vida da sociedade... Cultura é um termo que dá realce aos 
costumes de um povo". Observe a tira de Mafalda:
UNIDADE 1 | ENGLISH DIDACTICS AND THE ENGLISH LANGUAGE
8
FIGURA 2 - MAFALDA E OS ESTRANGEIRISMOS
FONTE: Disponível em: <http://blog.culturainglesa-ce.com.br/linguagem/
anglicismo-a-influencia-do-ingles-na-lingua-portuguesa>. Acesso em: 23 
jul. 2017. 
Na tira, podemos perceber que a personagem não compreende a palavra 
living como estrangeira, visto que ela já está tão impregnada no seu dia a dia que 
passa a ser como se fosse do seu próprio idioma, ignorando o fato de que, para 
ela, há uma palavra específica (sala de estar). Pode-se afirmar que a língua inglesa 
está, aos poucos, infiltrando-se de tal maneira nas outras culturas que, por vezes, 
passa despercebida, fazendo com que esta pareça já fazer parte da própria cultura 
de cada país. 
Ensinar a língua inglesa não quer dizer que estejamos forçando o aluno 
a adquirir a cultura do outro, mas sim, fazendo com que ele saiba que os povos 
se comportam de maneiras diferentes. Culturas não são superiores ou inferiores 
umas às outras, mas sim, diferentes, e a situação econômica nada tem a ver com 
estes fatores, embora muitas vezes a cultura dos países mais influentes domine 
sobre as demais. 
Em sala de aula, discutir estas questões com o aluno é essencial, pois a 
partir delas é possível fazer com que se compreenda que aprender inglês vai 
além do simplesmente compreender um idioma de um país dominante, devemos 
utilizá-lo como um instrumento de comunicação que abrange os mais diversos 
aspectos, tanto culturais quanto tecnológicos.
TÓPICO 1 | DIDÁTICA DA LÍNGUA INGLESA: CONCEITO E APLICAÇÃO
9
Atualmente, pode-se perceber que a visão da língua inglesa como 
dominadora está perdendo espaço, fazendo com que ela passe a ser vista não 
mais como a língua da cultura americana ou ocidental, mas como a língua da 
globalização, a partir da qual podemos comunicar e interagir. Os impactos 
da língua inglesa sobre os aspectos culturais estão, portanto, mais voltados à 
globalização. 
2.3 A LÍNGUA INGLESA NO MERCADO DE TRABALHO 
Hi, folks! Cá estamos nós novamente para falar um pouco acerca da língua 
inglesa no mercado de trabalho. No mundo atual, estamos cercados por produtos 
e marcas estrangeiras, correto? Desde alimentos até automóveis, todas as esferas 
comerciais nos oferecem algo importado. Assim como para nós há o importado 
de outros países, também nosso Brasil é grande exportador, ou seja, lá fora, os 
produtos brasileiros são importados aos olhos dos outros. 
Vamos nos ater ao que é, para nós, importado. Você já deve ter reparado no 
mercado ou em lojas de tecnologias que, mesmo que os produtos sejam chineses, 
árabes ou de outra nacionalidade, as informações são predominantemente em 
inglês? Isso é uma prova do que vimos falando até agora: a língua inglesa é, sim, 
a língua dos negócios. 
Podemos ver isso também nas organizações e empresas. Muitos dos 
termos utilizados são em língua inglesa, e isso ocorre porque são termos mundiais, 
ou seja, não se usa tradução para eles. E adivinhem em que língua são usados? 
Isso mesmo: em inglês. A tira a seguir ilustra um pouco do que estamos falando, 
com dose de humor. Vamos descontrair? 
FIGURA 3 - THE ENGLISH TEACHER 
FONTE: Disponível em: <http://www.ivoviuauva.com.br/tag/ingles/>. Acesso em: 23 jul. 2017.
Isto ocorre porque na visão das empresas, por exemplo, em uma relação 
cliente e fornecedor, é importante tratar direto com o fornecedor, que, na maioria 
das vezes, é estrangeiro. A partir desta logística, ganha-se tempo e eficiência. Por 
isso, compreender a língua inglesa razoavelmente bem é imprescindível. 
UNIDADE 1 | ENGLISH DIDACTICS AND THE ENGLISH LANGUAGE
10
Não somente na área de negócios, mas também na área tecnológica 
a língua inglesa ganha cada vez mais espaço. Os profissionais que lidam com 
tecnologia têm a língua inglesa como ferramenta de trabalho em potencial. Isto, 
podemos explicar, porque a maioria das criações no quesito tecnológico vem dos 
Estados Unidos ou do Japão, e aprender o mandarim é mais complicado do que 
aprender o inglês, concordam? Portanto, pelo fato de o inglês ser a língua mais 
disseminada, acordou-se trocar as informações nesta língua. 
Aos profissionais do turismo também o inglês é bem-vindo. Podemos 
ver que a área turística cresceu vertiginosamente nos últimos anos. Muitos são 
os estrangeiros que vêm ao Brasil diariamente, seja para turismo ou mesmo a 
negócios. Saber atendê-los (e bem!) por aqui é de suma importância para que eles 
voltem. Exemplos disso foram a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Muitas foram 
as dificuldades enfrentadas pelos comerciantes, justamente por não dominarem 
a língua. 
Da maneira oposta também: há muitos brasileiros que viajam diariamente 
para o exterior. E todos eles se comunicam em língua inglesa para atender aos 
turistas. Você poderá ir à França, Alemanha, Japão, China... Sempre haverá 
alguém tentando ajudá-lo... EM INGLÊS. Que tal aprender rapidinho? 
Não somente estes ramos (organizações, tecnologia e turismo) crescem 
no Brasil e no mundo. Falar bem a língua inglesa abre portas para muitos setores 
que devagar vêm ganhando espaço. No seu caso, acadêmico, estamos falando 
da educação. Você será professor de língua inglesa, e esta área também está em 
constante crescimento. Você, como professor licenciado, terá oportunidade de 
trabalhar em escolas, universidades, cursos, como coach, e ainda como professor 
particular. É ou não é uma enorme gama de possibilidades? Aproveite and let’s 
learn English! E para finalizar esta sessão, veja estas dicas. 
DICAS
Cinco motivos para investir no aprendizado
1. Ter acesso às informações de todos os lugares do mundo.
2. Conhecer pessoas e culturas diferentes.
3. Ter maiores salários.
4. Ter melhores empregos.
5. Ter a possibilidade de trabalhar ou estudar em outros países.
Cinco estratégias para não perder o foco e desistir do curso
1. Entender que não há fórmulas milagrosas para aprender um novo idioma.
2. Não ter vergonha de praticar.
TÓPICO 1 | DIDÁTICA DA LÍNGUA INGLESA: CONCEITO E APLICAÇÃO
11
3. Conversar com pessoas de outros países quando tiver a oportunidade.
4. Se dedicar, estudando também em casa.
5. Ver filmes e sériescom legendas em inglês.
Christiane Nociti - professora da escola de idiomas Centro Britânico.
FONTE: Disponível em: <https://www.catho.com.br/carreira-sucesso/colunistas/convidados/
a-importancia-da-lingua-inglesa-para-o-mercado-de-trabalho>. Acesso em: 25 jul. 2017. 
3 O QUE É DIDÁTICA? 
Welcome to our new section. Nosso livro, que trata especificamente da 
Didática, tem como um dos objetivos ensinar a você, futuro professor de língua 
inglesa, a importância da didática no decorrer do seu dia a dia profissional. Vamos 
estudar um pouco mais sobre ela? 
A Didática é uma disciplina que une a teoria à prática. De acordo com 
Melo e Urbanetz (2008, p. 152), ela pretende auxiliar os professores “em todos os 
elementos constitutivos da dinâmica escolar, quais sejam: a reflexão pedagógica 
necessária à implementação de um projeto educativo, com suas concepções 
explicitadas através de seus planejamentos e efetivadas através de sua dinâmica 
cotidiana”. Em outras palavras, a didática torna concretos os métodos, de maneira 
a escolher os melhores caminhos em cada caso para chegar a uma determinada 
meta.
A didática é parte do cotidiano do professor no que tange à compreensão 
da educação como fenômeno, ou seja, auxilia a escolher quais caminhos seguir 
de acordo com os objetivos que pretende alcançar. Quem nunca ouviu dizer 
a seguinte frase: “aquele professor sabe muito, mas não tem didática”. Esta 
frase exemplifica qual é a função da didática: facilitar o processo de ensino e 
aprendizagem, tanto para o professor quanto para o aluno. 
DICAS
Para compreender melhor o que estamos estudando, acesse o link a 
seguir e assista ao vídeo do professor Mário Sérgio Cortella: <https://www.youtube.com/
watch?v=TMIGLNT-yis>. Acesso em: 20 jul. 2017.
UNIDADE 1 | ENGLISH DIDACTICS AND THE ENGLISH LANGUAGE
12
A história da didática não vem de hoje. Já na Grécia antiga ela era 
considerada inata a algumas pessoas e chamada de “arte de ensinar”. Hoje, após 
inúmeras pesquisas, sabemos que a didática é muito mais do que uma arte e que 
não é inata, ou seja, pode ser aprendida. 
Até chegar ao conceito de didática que temos hoje, muitos foram os 
pesquisadores que ajudaram a construir este conhecimento, a partir do nobre 
Comenius, considerado seu pai, até Herbart, Dewey e muitos outros. Cada um 
deles contribuiu de maneira grandiosa para a construção do conhecimento acerca 
de didática que temos hoje. 
A didática, basicamente, se ocupa em descobrir o “como ensinar”. De 
acordo com Martins (2008), esta questão está sempre ligada a mais questionamentos 
importantes: para que ensinar, por que ensinar, a quem ensinar, qual sua realidade, 
que tipo de pessoas desejamos formar... e muitas outras. Assim, pode-se concluir 
que não há uma técnica neutra e única para se ensinar. A mesma técnica não serve 
para todos os contextos, para todas as pessoas e para todos os objetivos. 
A didática nada mais é do que isto: a técnica que ajuda o professor a tomar 
a decisão acerca dos encaminhamentos que serão tomados para cada ocasião. 
Uma disciplina, uma atividade, uma prova... não são organizadas de maneira 
neutra. Sempre haverá impactos de caráter político e social na maneira como 
determinados assuntos são ensinados.
A maneira como se enfatizam determinados temas ou que se omitem 
outros, a forma como são abordados os conteúdos, o nível de importância que se 
dá a cada um deles, os autores utilizados para embasar o que está sendo ensinado. 
Tudo isso são fatores que fazem com que o professor tenha um papel político 
importante na hora de ensinar.
Isso não quer dizer que o professor deva, de acordo com Martins (2008), 
doutrinar os alunos. Para que ele possa cumprir seu papel, ele deve organizar 
a disciplina de maneira a favorecer a aprendizagem significativa do aluno, 
apresentando todas as facetas e proporcionando ao aluno o crescimento intelectual 
apropriado para que ele mesmo chegue às suas conclusões. 
A didática é, portanto, mediadora entre a teoria e a prática. Dominar esta 
prática faz com que o professor decida de maneira autônoma quais são os melhores 
caminhos a serem tomados de acordo com a turma em que está lecionando, 
observando as questões anteriormente expostas: Para quê? Para quem? Por quê? 
A didática fica, portanto, focada na aula, mas não restrita a ela (MARTINS, 2008). 
A aula é apenas o emaranhado de relações que ocorrem no decorrer do processo 
de ensino e aprendizagem. 
TÓPICO 1 | DIDÁTICA DA LÍNGUA INGLESA: CONCEITO E APLICAÇÃO
13
3.1 A DIDÁTICA E SUA APLICAÇÃO EM SALA DE AULA
Até então, falamos no conceito da didática, mas como funciona a aplicação 
da didática em sala de aula? Vamos lá. Existem inúmeras técnicas para o ensino 
dos alunos individualmente, mas quando se fala em sala de aula, as coisas se 
tornam mais densas. Isso porque, como já se sabe, a sala de aula não é um local 
composto por alunos iguais nos aspectos social, intelectual, econômico, cognitivo, 
físico, político e inúmeros outros fatores. A sala de aula é heterogênea. 
A didática deve instruir, guiar, ensinar, ajudar... A sala de aula, por ser 
heterogênea, necessita de um professor que conheça os recursos da didática para 
que possa ter seus objetivos alcançados ao final do período letivo. Juntamente 
à pedagogia, a didática visa analisar a realidade educativa para compreendê-
la, e em seguida, aplicar as atividades mais coerentes para que a turma siga em 
sintonia e possa obter um resultado positivo em todos os aspectos. 
Como ensinar de maneira eficaz para que os alunos possam gerar 
conhecimento? Esta pergunta é diária na rotina dos professores. A resposta 
é e sempre será a mesma: não há receita pronta para ensinar com sucesso. O 
planejamento é primordial para que se possa organizar uma aula que abranja os 
conteúdos que se pretende e, ao mesmo tempo, alcançar os objetivos almejados. 
De acordo com Lerner (2009), conhecer as didáticas específicas deveria 
ser a matéria-prima do trabalho do professor, pois é uma das únicas maneiras de 
garantir o aprendizado em sala de aula. Por que existem as didáticas específicas? 
Simplesmente pelo fato de que não se ensina matemática da mesma maneira 
que se ensina geografia. E mais: dentro da própria geografia, por exemplo, há 
maneiras diferentes de ensinar o mesmo conteúdo.
Hoje em dia não é mais o professor que leva a informação à sala de aula, 
pois os alunos já vêm, em sua maioria, com elas de casa a partir do acesso à internet 
e outros meios tecnológicos. A ele cabe, portanto, fazer com que o aluno assimile 
estas informações de maneira a transformá-las em conhecimento. Na hora de 
planejar estas aulas, é primordial que o professor não se atenha simplesmente 
ao fato de levar informações, mas sim, de propor atividades que despertem no 
aluno a criticidade e a capacidade argumentativa. Lerner (2009) complementa 
afirmando que infelizmente a didática ainda não é tida como uma ciência e que 
muitos ainda resistem às descobertas, porque acreditam que basta simplesmente 
repetir o que vem sendo feito que o ensino dará certo.
Agora, separamos para você dez passos para inovar no seu processo de 
ensino e aprendizagem e tornar suas aulas bem-sucedidas. Vamos a eles? 
UNIDADE 1 | ENGLISH DIDACTICS AND THE ENGLISH LANGUAGE
14
10 passos para ter mais inovação no ensino e no aprendizado
1. Dos horários fixos para as atividades dinâmicas: Organizar o ensino de 
maneira mais dinâmica e aproveitar as oportunidades que surgem durante 
o processo. Fortalecer a improvisação.
2. Dos conhecimentos adquiridos dentro da sala de aula para aqueles obtidos 
fora da escola: O aprendizado ocorre em todos os lugares, na sala de aula e 
no mundo que nos rodeia. Hoje, as crianças e os jovens obtêm informações 
de muitas fontes, e a realidade exterior desempenha um papel cada vez 
maior no ensino e na aprendizagem.
3. Do conhecimento teórico ao conhecimento aplicado na prática: Os alunos 
usam o conhecimento teórico como base para a concepção e desenvolvimento 
de soluçõespráticas para problemas concretos, realistas.
4. De respostas certas às perguntas abertas: Os alunos não devem apenas ser 
incentivados a dar as respostas certas, mas também a agir como antropólogos, 
curiosos e repórteres que trazem novos conhecimentos valiosos que podem 
ser usados para a criação de novas perguntas.
5. De problemas fictícios para os desafios reais: Motivar os alunos a explorarem 
a realidade ao redor, em vez de ficar inventando problemas para serem 
resolvidos.
6. Da aprendizagem passiva para uma participação ativa: Transformar os 
alunos em agentes ativos, criadores. Eles devem se envolver na geração de 
novos conhecimentos e novas soluções.
7. De aprender com a cabeça para aprender com o corpo inteiro: O ensino 
deve mesmo inspirar os alunos a tocar, cheirar e mergulhar num assunto 
em vez de apenas ler um livro ou olhar para uma tela.
8. De trabalhos individuais para a solução de problemas em conjunto: Em 
vez de priorizar o trabalho individual do aluno, colocar um problema no 
centro de todos eles, para que o conhecimento individual contribua para a 
resolução em conjunto.
9. Do professor como especialista onisciente para o professor como facilitador: 
O professor deve ajudar a trazer novos conhecimentos em vez de ficar 
narrando velhos conhecimentos. Ele é responsável por seu método e deve 
usar técnicas e ferramentas diferentes para ensinar.
10. Da sala de aula formal à oficina experimental: A sala de aula deve ser um 
laboratório para a experimentação, em vez de um ambiente rígido e formal. 
Elas precisam ser espaços onde os erros são permitidos.
FONTE: Disponível em: <http://porvir.org/10-passos-para-inovar-ensino-aprendizado/>. 
Acesso em: 21 jul. 2017. 
TÓPICO 1 | DIDÁTICA DA LÍNGUA INGLESA: CONCEITO E APLICAÇÃO
15
3.2 A ESCOLHA DO MATERIAL DIDÁTICO E AS 
IMPLICAÇÕES NO ENSINO E APRENDIZAGEM DA LÍNGUA 
INGLESA
Paralelamente aos demais recursos didáticos está a escolha do material 
que será utilizado como base para o ensino da língua inglesa. Esse material, 
utilizado pelo professor para nortear o ensino, deve ser muito bem escolhido para 
que se possa atingir os objetivos pretendidos.
De acordo com Vilaça (2001), material didático é tudo o que auxilia no 
ensino de aprendizes de uma língua. Ao ser destinado para atividades educativas, 
este deve ser pensado de modo que o professor seja capaz de utilizá-lo da maneira 
mais adequada possível para facilitar o aprendizado. 
Por estar, conforme já mencionamos, em constante ascendência, o ensino 
de línguas hoje ganha cada vez mais espaço. Aprimorar, ou mesmo adquirir, 
uma segunda língua está se tornando indispensável no mundo em que estamos 
inseridos. Assim, falaremos aqui sobre dois tipos de ensinos de língua inglesa: o 
ensino instrumental e o ensino nas escolas. 
Por ensino instrumental compreende-se, de acordo com Martins, 
Rochebois e Paula (2009), o ensino da língua para fins específicos. Este ensino teve 
início em meados dos anos 70 com vistas a desenvolver a habilidade de leitura 
de textos científicos. Este ensino objetivava auxiliar os acadêmicos a interpretar 
e compreender textos da esfera científica. Já o ensino nas escolas faz parte do 
nosso dia a dia há muito tempo. Como parte do currículo, o ensino de línguas 
estrangeiras nas escolas já é parte do cotidiano da maioria das crianças do Brasil 
em fase escolar.
Assim, podemos concluir que, de acordo com Leffa (2003), a produção 
de material para o ensino de línguas é uma sequência de atividades que, juntas, 
objetivam criar um instrumento de aprendizagem. A partir deste instrumento, o 
professor deverá dar ênfase ao uso da língua, bem como proporcionar ao aluno 
uma reflexão acerca dele. Almeida Filho (1994, p. 50) afirma que “acima de tudo, os 
materiais expostos serão pontos de partida e fontes potenciais de insumo e apoio 
na construção de experiências válidas, profundas, duradouras e memoráveis nas 
trajetórias díspares e oscilantes dos que aprendem novas línguas”. A partir disso, 
conclui-se que o material didático deve estar sempre aliado ao ensino da língua, 
seja ele instrumental ou escolar.
UNIDADE 1 | ENGLISH DIDACTICS AND THE ENGLISH LANGUAGE
16
O livro didático, quando mal-empregado, pode representar um empecilho 
em vez de ser um auxiliar do ensino. Inclusive, ele tem sido apontado por 
professores como um vilão do processo educativo. Segundo eles, seu uso faz com 
que mudanças significativas não se realizem. 
Embora muitos avanços tenham que ocorrer, os materiais de apoio à 
docência têm que estar presentes, cabe ao professor fazer a escolha do tipo de 
material mais adequado para as aulas.
Existe uma variedade de materiais que podem fazer parte de uma aula, 
incluindo os livros paradidáticos, vídeos, softwares etc., mas não se pode dispensar 
o uso do livro didático como ferramenta de ensino. Então, como fazer uma escolha 
correta do livro a ser adotado? Responda às seguintes perguntas antes de decidir: 
1. Os conceitos se apresentam de forma correta no livro? 
2. A metodologia de ensino é estimulante, ou seja, vai despertar o interesse do 
aluno a estudar a matéria através do livro? 
3. Nas atividades práticas presentes no livro existe uma preocupação com 
a integridade física do aluno? Exemplo: recomendações de segurança e 
primeiros socorros. 
4. Os exercícios propostos são coerentes com a matéria? 
Se a resposta é sim para esses quatro itens, o professor pode usar o livro 
em sala de aula e desfrutar de seus benefícios para o aluno. Agora, se alguma 
das perguntas mereceu resposta negativa, está na hora de reconsiderar a decisão. 
Imagine colocar nas mãos de seus alunos um livro que os conduza a conceitos 
errados, expondo-os a riscos. 
O importante é que o professor escolha com carinho seu parceiro na 
obtenção do conhecimento, um livro didático de qualidade pode trazer uma nova 
percepção da matéria.
FONTE: ALVES, Líria. Escolha correta do livro didático. Equipe Brasil Escola. Disponível em: 
<http://educador.brasilescola.uol.com.br/orientacoes/escolha-correta-livro-didatico.
htm>. Acesso em: 20 jul. 2017.
LEITURA COMPLEMENTAR
17
Neste tópico, você aprendeu que: 
• A didática da língua inglesa é muito importante quando falamos em 
aprendizado de uma second language.
• É muito importante estudar a língua inglesa, pois ela é expoente nos quesitos 
negócios, turismo, informação, cultura e oportunidade de crescimento pessoal 
e profissional. 
• O ápice mundial da língua inglesa ocorreu por volta do século XVI, quando o 
imperialismo britânico proporcionou que a língua inglesa se estendesse além 
das suas fronteiras.
• Não se pode calcular exatamente quantas pessoas no mundo falam inglês, mas 
o interesse, não somente nas instituições que oferecem cursos particulares, 
aumenta exponencialmente.
• Os aspectos culturais estão muito presentes no ensino e na aprendizagem da 
língua inglesa, mas devemos deixar claro que não existem culturas superiores 
ou inferiores, mas sim, diferentes.
• A didática é uma disciplina que une a teoria à prática e que pretende auxiliar 
os professores no preparo e aplicação das suas aulas. A didática é parte do 
cotidiano do professor no que tange à compreensão da educação como 
fenômeno.
• O material didático é tudo o que auxilia no ensino de aprendizes de uma 
língua. Ao ser destinado para atividades educativas, este deve ser pensado de 
maneira que o professor seja capaz de utilizá-lo da maneira mais adequada 
possível para facilitar o aprendizado.
RESUMO DO TÓPICO 1
18
1 Acerca do estudo da didática, assinale a alternativa INCORRETA: 
a) ( ) A didática é uma disciplina que une a teoria à prática.
b) ( ) A didática torna concretos os métodos, de maneira a escolher os melhores 
caminhos em cada caso para chegar a uma determinada meta.
c) ( ) A didática não é estudada em cursos de licenciatura porque não pode ser 
considerada uma disciplina.
d) ( ) A didática é parte do cotidiano do professor e o auxilia a escolher quais 
caminhos seguirde acordo com os objetivos que pretende alcançar.
2 Observe a tira a seguir e responda com suas palavras qual é a crítica implícita 
na fala de Mafalda e que relação ela tem com a didática:
AUTOATIVIDADE
19
TÓPICO 2
AS NORMAS E OS DOCUMENTOS ORIENTADORES 
ACERCA DA APRENDIZAGEM DA LÍNGUA ESTRANGEIRA: 
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Hello, acadêmico! Preparado para mais um tópico da Unidade 1? Este 
tópico tratará especificamente de questões que envolvem as leis, normas e os 
documentos oficiais que legislam e orientam o ensino e a aprendizagem das 
línguas estrangeiras no Brasil. Tais normas, leis e documentos, de certa maneira, 
fundamentaram e fundamentam as políticas de educação linguística na (re)
construção da proposta pedagógica de ensino de línguas nas diversas localidades 
nacionais. 
Inicialmente, porém, realizaremos uma retomada histórica do ensino 
de línguas no Brasil, através de uma trajetória que contextualiza as escolhas 
das línguas estrangeiras nos currículos escolares do nosso país. Para tanto, leis, 
normas e documentos orientadores, como LDB – Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional (1996); OCEM – Orientações Curriculares para o Ensino Médio 
(2006); PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais (1998); PNE – Plano Nacional 
da Educação (2014); BNCC – Base Nacional Comum Curricular (2017), que ainda 
está em construção, resoluções, entre outros, referentes à organização curricular e 
ao ensino de línguas estrangeiras, serão apresentados e discutidos, já que versam 
sobre movimentos políticos acerca da escolha das línguas estrangeiras modernas 
para o currículo da educação básica brasileira. 
A linguista Celani (1997, p. 147) nos ensina que “para se contemplar o 
futuro torna-se imperativo olhar para o passado, e isso só é possível a partir 
do presente”. Partindo disso, de que o passado colabora para explanar ações 
constituídas e vivenciadas na nossa atualidade, buscamos esclarecimentos sobre 
quais línguas foram ofertadas e quais não foram ofertadas no currículo das 
escolas brasileiras, para então compreendermos algumas posturas perante que 
línguas ensinar e aprender.
Neste tópico também serão apresentadas considerações sobre como a 
avaliação da língua estrangeira está proposta segundo as leis e os documentos 
que orientam o ensino no Brasil.
Continue conosco! Analise e (re)construa sua visão sobre o ensino de 
línguas no nosso país.
UNIDADE 1 | ENGLISH DIDACTICS AND THE ENGLISH LANGUAGE
20
2 O ENSINO DE LÍNGUAS NO BRASIL
Podemos compreender a história do ensino de línguas no Brasil a partir 
das leis, normas e dos documentos oficiais que permeiam a educação brasileira. 
Para tanto, vamos iniciar compreendendo o que as “línguas estrangeiras 
modernas” englobam, pois esse é o termo utilizado nos documentos orientadores 
e legisladores até o momento. O termo “línguas estrangeiras modernas” engloba 
as línguas francesa, inglesa, alemã, italiana e, recentemente, a espanhola, em 
oposição às línguas clássicas como o grego e o latim (LEFFA, 1999). Muitos 
documentos orientadores desse século inserem em seu texto a nomenclatura 
línguas adicionais, já que, como iremos estudar, a inglesa é a mais escolhida nos 
currículos, e as adicionais englobariam as outras línguas inseridas na escola. De 
repente, o termo línguas adicionais substituirá o termo antes exposto. Lucena 
(2016, p. 362) nos orienta que:
[...] reconhecendo a pluralidade de línguas e valorizando as línguas já 
usadas por eles, que os alunos poderão entender mais facilmente por 
que a língua inglesa é um objeto de ensino, cujo conhecimento vale 
a pena ser acrescido aos seus repertórios. Importa, ainda, no caso da 
compreensão do uso do termo “adicional”, o fato de a grande maioria 
da população brasileira já lidar com a língua inglesa, não tendo 
motivos, pois, para negar sua onipresença. 
Retomando o recorte histórico, a educação formal, na história do 
Brasil, iniciou com a catequização jesuítica. A partir de 1808, ano da chegada 
da Família Real, mudanças significativas em relação à escola aconteceram. A 
Coroa Portuguesa implantou políticas para o ensino das línguas, visto que, no 
período do descobrimento existiam em torno de 1.200 línguas indígenas, e os 
jesuítas se aproximaram, especialmente, do tupi, para catequizar os índios, pois a 
diversidade linguística vetou a rápida introdução do latim e da língua portuguesa 
(LORENZI, 2014). 
Como nos apresenta a figura que segue, os padres jesuítas iniciaram 
a educação no Brasil com o objetivo principal da propagação da fé cristã, eles 
foram, praticamente, os únicos educadores do Brasil por mais de 200 anos.
TÓPICO 2 | AS NORMAS E OS DOCUMENTOS ORIENTADORES ACERCA DA APRENDIZAGEM DA LÍNGUA ESTRANGEIRA: 
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
21
FIGURA 4 - CATEQUIZAÇÃO JESUÍTICA
FONTE: Disponível em: <http://www.matematicaefacil.com.br/2015/02/
breve-historia-educacao-brasil.html>. Acesso em: 24 abr. 2017.
Em 1758, após a expulsão dos jesuítas, o Marquês de Pombal publicou o 
Diretório dos Índios, que tinha em seu texto, como norma principal, proibir as 
línguas indígenas, decretando a língua portuguesa como língua oficial do Brasil, 
a qual manteve o controle educacional por mais de dois séculos (MAHER, 2013).
A partir de 1808, ano da chegada da Família Real no Brasil, mudanças 
significativas em relação à escola aconteceram. Dom João VI, em relação à 
educação, promoveu apenas o ensino superior, instituindo cursos de nível 
superior que objetivavam uma formação profissional mais qualificada. Nos 
currículos, as disciplinas de língua francesa e de língua inglesa eram designadas 
para suprir falhas nas negociações realizadas nos portos (LEFFA, 1999). 
O que se destaca no ensino primário e secundário é a criação do Colégio 
Federal Pedro II, em 1837, no Rio de Janeiro, apresentado na figura que segue, 
que ofertou o inglês como língua curricular obrigatória (OLIVEIRA, 1999). 
Dentre as reformas acerca do ensino das línguas, o decreto de número 62, de 
1841, estabeleceu o ensino das línguas clássicas e modernas. 
UNIDADE 1 | ENGLISH DIDACTICS AND THE ENGLISH LANGUAGE
22
FIGURA 5 - COLÉGIO PEDRO II
FONTE: Disponível em: <http://cp2centro.net/hitoriacp2centro.aspx>. Acesso em: 1º 
maio 2017.
No Brasil, muitas reformas educacionais foram efetivadas até o fim da 
Primeira República. As reformas foram “tão indefinidas quanto as da fase anterior, 
tornando-se apenas um prolongamento do Império” (HANNA, 2009, p. 227). 
Durante o Estado Novo, em 1937, Getúlio Vargas implementou a 
segunda campanha de nacionalização, na qual a escola e a imprensa foram, 
significativamente, atingidas. A segunda campanha de nacionalização, segundo 
Fritzen (2007, p. 22), problematiza a proibição das línguas em “comunidades de 
imigrantes [que, ] com sua pluralidade cultural e linguística, com uma língua 
materna que não coincidia com a língua nacional, representavam [...] uma ameaça 
capaz de contaminar o corpo nacional e abalar a soberania do Estado-Nação”. 
Dessa maneira, Vargas implementou a segunda campanha em termos nacionais, 
mas antes disso, a primeira campanha de nacionalização aconteceu no Estado 
de Santa Catarina, em 1911, na qual Orestes Guimarães fomentou o ensino da 
língua portuguesa como essencial para a constituição de uma identidade nacional 
homogênea. 
Em 1942 foi realizada a Reforma Capanema, que foi a que mais importância 
deu ao ensino das línguas estrangeiras, na qual todos os alunos, desde o ginásio 
até o científico ou clássico, estudavam latim, francês, inglês e espanhol. A 
Reforma Capanema propôs uma formação voltada para a cultura, a cidadania, 
numa perspectiva humanística, evidenciando a exaltação ao nacionalismo. Até 
1942, o latim, francês, inglês e espanhol eram ensinados. Com o passar do tempo, 
o espanhol supriu o latim e, em 1945, foi lançado o Manual de Espanhol, de Idel 
Becker, que foi referência para o ensino do idioma por muitos anos (LEFFA, 1999). 
TÓPICO 2 | AS NORMAS E OS DOCUMENTOS ORIENTADORES ACERCADA APRENDIZAGEM DA LÍNGUA ESTRANGEIRA: 
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
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Depois de muitas reformas e tentativas educacionais, criou-se a LDB de 
1961 e, 10 anos depois, a emenda à LDB, a Lei 5.692, de 1971, que, segundo Paiva 
(2004), não enfatizam a obrigatoriedade do ensino de línguas estrangeiras no 
currículo escolar. 
As duas Leis, 4.024/61 e 5.692/71, não são similares, mas ambas incumbem 
os Conselhos Estaduais de Educação para decidir sobre o ensino de línguas. 
A Lei 4.024, de 20 de dezembro de 1961, fixou as Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional e retirou a obrigatoriedade do ensino de línguas estrangeiras, 
deixando a cargo dos Estados a opção para incluir ou não tal ensino nos currículos 
escolares. 
A Lei 5.692, de 11 de agosto de 1971, fixa as Diretrizes e Bases para o 
Ensino de 1º e 2º graus à época, e não toda educação nacional, o que inclui a 
Educação Superior e atualmente a Educação Infantil. Com o parecer de número 
853/1, recomendava, mas não obrigava a língua estrangeira nos currículos, pois o 
Brasil passava por uma fase que exaltava o patriotismo. 
Segundo Del Vigna e Naves (2008, p. 35), “após essas duas LDB, outras leis 
são formuladas para gerir o ensino no país, e em todas elas, a questão do ensino 
de língua estrangeira é abordada, mas nem sempre tratada com a importância 
que se deveria dar ao assunto”. 
Em 1974 foi criado o Centro de Linguística Aplicada pelo Conselho Diretor 
da Unicamp. Em novembro de 1996, a Associação de Linguística Aplicada do 
Brasil (ALAB) organizou um Encontro Nacional de Política de Ensino de Línguas 
(I ENPLE), que discutiu a obrigatoriedade do ensino de línguas estrangeiras nas 
escolas públicas (DEL VIGNA; NAVES, 2008). 
Trinta dias após o I ENPLE, a nova LDB, a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro 
de 1996, foi promulgada. A lei “estabelece normas para o sistema educacional em 
sua totalidade” (BERENBLUM, 2003, p. 142). A LDB 9.394/96 torna obrigatório 
o ensino de línguas a partir dos anos finais do Ensino Fundamental e ainda 
institui que, no Ensino Médio, a comunidade escolar poderia escolher uma língua 
estrangeira moderna obrigatória e outra optativa.
UNIDADE 1 | ENGLISH DIDACTICS AND THE ENGLISH LANGUAGE
24
DICAS
Que tal, acadêmico, conhecer a LDB 9.394/96 na íntegra? Acesse: <https://
presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/109224/lei-de-diretrizes-e-bases-lei-9394-96> e leia 
essa lei com muita atenção, pois é ela que rege a educação brasileira.
FONTE: Disponível em: <http://llikapedagoga.blogspot.com.br/2015/04/ldb-o-que-e-e-
quais-sao-seus-fundamentos.html>. Acesso em: 4 jul. 2017.
Em 1998, o Ministério da Educação e Cultura – MEC publica os Parâmetros 
Curriculares Nacionais – PCN, que “estão organizados num extenso e detalhado 
documento introdutório no qual se estabelecem os fundamentos para a elaboração 
dos documentos das áreas dos Temas Transversais” (BERENBLUM, 2003, p. 156). 
Dentre os PCN, há o que fundamenta o ensino da língua estrangeira nos anos 
iniciais e finais do Ensino Fundamental e, também, o PCN dos temas transversais 
incluem uma discussão sobre a pluralidade cultural, que engloba o ensino de 
línguas. 
TÓPICO 2 | AS NORMAS E OS DOCUMENTOS ORIENTADORES ACERCA DA APRENDIZAGEM DA LÍNGUA ESTRANGEIRA: 
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
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DICAS
Você já conhece, acadêmico, os PCN? Bem, se já os conhece, não custa 
rever, não é mesmo? Acesse: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf> e leia o 
Caderno de Introdução dos PCN, depois você pode buscar os outros cadernos, de acordo 
com suas necessidades e interesses.
FONTE: Disponível em: <https://www.estantevirtual.com.br/b/secretaria-de-educacao-
fundamental/parametros-curriculares-nacionais/2882811754>. Acesso em: 4 jul. 2017.
Os PCN do Ensino Médio foram lançados em 2000. Esse material orienta 
que as línguas estrangeiras modernas são “consideradas, muitas vezes, de 
maneira injustificada, como disciplina pouco relevante”, porém adquirem, na 
nova LDB, a configuração de disciplina tão importante como qualquer outra do 
currículo (DEL VIGNA; NAVES, 2008, p. 37). 
UNIDADE 1 | ENGLISH DIDACTICS AND THE ENGLISH LANGUAGE
26
DICAS
Acadêmico, acesse a Parte I dos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino 
Médio no link: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/blegais.pdf>, e fique por dentro do 
que eles orientam.
FONTE: Disponível em: <http://lista.mercadolivre.com.br/livros/livro-par%C3%A2metros-
curriculares-nacionais-pcn-ensino-m%C3%A9dio>. Acesso em: 4 jul. 2017.
Em 2005, a Lei nº 11.161 instituiu que a oferta do espanhol se torna 
obrigatória no Ensino Médio. As Orientações Curriculares do Ensino Médio 
são elaboradas em 2006, contemplando, nas diretrizes de língua estrangeira, a 
constituição de “um conjunto de orientações que buscam retomar a discussão dos 
Parâmetros Nacionais do Ensino Médio de forma a expandir seus conceitos e a 
oferecer práticas pedagógicas alternativas” (DUBOC, 2011, p. 732). 
DICAS
Acadêmico, leia e compreenda mais acerca das OCEM no link: <http://portal.
mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/book_volume_01_internet.pdf>.
FONTE: Disponível em: <https://pt.slideshare.net/maurouchoa/orientaes-curriculares-para-
o-ensino-mdio-ocem>. Acesso em: 4 jul. 2017.
TÓPICO 2 | AS NORMAS E OS DOCUMENTOS ORIENTADORES ACERCA DA APRENDIZAGEM DA LÍNGUA ESTRANGEIRA: 
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
27
Em 2010, as línguas inglesa e espanhola são introduzidas na prova do 
ENEM e, em 2011, livros didáticos de língua estrangeira, inglês e espanhol, são 
distribuídos gratuitamente nas escolas públicas através do Plano Nacional do 
Livro Didático. 
DICAS
Entenda melhor o que é o Plano Nacional do Livro Didático visitando o link: 
<http://portal.mec.gov.br/pnld/apresentacao>. Acesso em: 4 jul. 2017.
Acadêmico, com esse recorte histórico enfatizando alguns dos principais 
movimentos em torno do ensino e aprendizagem das línguas estrangeiras, 
podemos inferir como as relações de poder, de interesses movidos, muitas vezes, 
pela política, articularam e, de repente, ainda articulam o ensino e a aprendizagem 
das línguas no Brasil. Novos documentos estão sendo elaborados e novidades 
acerca dessa e de outras temáticas relacionadas à educação nacional brasileira 
serão promovidas. Uma delas é a BNCC – Base Nacional Comum Curricular 
(adiante estudaremos sua proposta). 
Passamos agora a compreender e conhecer um pouco mais de perto as leis 
que regem e os documentos que orientam o ensino e aprendizagem na atualidade. 
Não perca o foco, continue conosco!
3 ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS: UM OLHAR NAS 
LEIS, NORMAS E NOS DOCUMENTOS ORIENTADORES
 
Nesta parte do livro de estudos voltaremos nosso olhar especificamente às 
leis, normas e documentos orientadores que tratam do ensino e da aprendizagem 
das línguas estrangeiras no Brasil e que, de certa maneira, fundamentaram e 
ainda fundamentam as políticas de educação linguística no que diz respeito à 
proposta pedagógica de ensino de línguas nos currículos escolares brasileiros.
Inicialmente, revisaremos a lei maior, que estabelece questões educacionais 
no Brasil como um todo, a LDB 9.394/96. Essa lei, além de legislar a educação 
brasileira, conforme mencionamos, também determina regras sobre o ensino de 
línguas no Brasil, tanto para o Ensino Fundamental como Médio. 
Após, os PCN de Língua Estrangeira - terceiro e quarto ciclos do Ensino 
Fundamental e de Pluralidade Cultural e Orientação Sexual, e a OCEM, que 
orientam e norteiam o ensino de línguas, do Ensino Fundamental e Médio, serão 
UNIDADE 1 | ENGLISH DIDACTICS AND THE ENGLISH LANGUAGE
28
apresentados e discutidos no que tange ao ensino e aprendizagem de língua 
estrangeira. 
Por fim, outros documentos que orientam as línguas estrangeiras, como 
resoluções e, agora, a Base Nacional Comum Curricular (apesar de ainda estar em 
construção), serão apresentados. 
3.1 A LDB E O ENSINO DA LÍNGUA ESTRANGEIRA
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, norma maior, que tem 
como função “regular o andamento dasredes escolares, no que está relacionado 
ao ensino formal” (LIMA; CABRAL; GASPARINO, 2009, p. 27), estabelece todas 
as questões educacionais. A lei, ainda, proporciona autonomia a órgãos como 
o Conselho Nacional de Educação (CNE) para que estes estabeleçam caminhos 
diversificados ao ensino, conforme as necessidades de cada região. 
Exemplo dessa autonomia é o ensino da língua estrangeira moderna, 
no Ensino Fundamental II, que pode ser escolhida pela comunidade escolar, 
desde que esteja dentro das possibilidades de oferta da instituição, conforme 
nos apresenta o artigo 26, parágrafo 5o da LDB 9.394/96: “Art. 26 - §5º Na parte 
diversificada do currículo será incluído, obrigatoriamente, a partir da quinta 
série, o ensino de pelo menos uma língua estrangeira moderna, cuja escolha ficará 
a cargo da comunidade escolar, dentro das possibilidades da instituição”. 
Quanto ao Ensino Médio, o art. 36, inciso III, da LDB 9.394/96 estabelece 
que: “[...] será incluída uma língua estrangeira moderna, como disciplina 
obrigatória, escolhida pela comunidade escolar, e uma segunda, em caráter 
optativo, dentro das possibilidades da instituição”.
Assim, acadêmico, compreendemos que a lei não expressa, explicitamente, 
critérios específicos para que esta ou aquela língua seja a escolhida, nem nestes 
artigos nem nos posteriores da lei. O que se verifica é uma pequena redação 
em torno da escolha da língua que deve ocorrer dentro das possibilidades 
da instituição, o que deixa a decisão a cargo da comunidade escolar, que são 
os profissionais da escola, alunos, pais, conselheiros, gestores, associações, 
universidades e outras organizações interessadas e envolvidas com a escola para 
analisar e aplicar políticas de escolha. 
Assim sendo, a lei abre espaço para que línguas estrangeiras passem a 
fazer parte obrigatória do currículo [pelo menos uma], não fazendo referência à 
quantidade máxima de línguas que possam ser ofertadas pelas escolas, apenas 
devem pertencer ao grupo das consideradas modernas. Compreendemos, então, 
que a LDB 9.394/96 proporciona, de certa forma, autonomia de ensino quanto ao 
número de línguas estrangeiras a serem ofertadas nas escolas. 
TÓPICO 2 | AS NORMAS E OS DOCUMENTOS ORIENTADORES ACERCA DA APRENDIZAGEM DA LÍNGUA ESTRANGEIRA: 
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
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O ensino preferencial atual é o inglês, e apesar de não haver instruções 
que aconselhem o ensino e aprendizado do inglês como LE, ele ainda é a LE 
predominante nos currículos das escolas de Ensino Fundamental e Médio 
brasileiras. Porém, a questão da escolha da língua estrangeira moderna, na 
parte diversificada do currículo, encoraja novas ações de políticas educacionais 
linguísticas acerca do ensino de línguas, já que a lei abre espaço no currículo 
para a diversidade cultural, partilhando da ideia de que, ao invés de se procurar 
a “unidade” na diversidade, deve-se perceber as “misturas” para compreender 
e desenvolver trabalhos com a pluralidade que se vive (CÉSAR; CAVALCANTI, 
2007). 
A partir disso, compreendemos que a LDB 9.394/96 dialoga com a questão 
da globalização e com o intercâmbio entre línguas estrangeiras. Podemos ainda 
dizer que, segundo a LDB, o Brasil tem sim o mito de ser um país que é constituído 
por uma única língua, a língua portuguesa, porém, se incentiva a aprendizagem 
de línguas estrangeiras modernas e, dentre elas, indiretamente, a considerada 
franca, que é a língua inglesa. 
Acadêmico, vamos entender melhor o termo “língua franca”? Segundo 
Seidlhofer (2001), uma língua franca define-se como um sistema linguístico adicional usado 
como meio de comunicação entre falantes de diferentes línguas maternas, ou uma língua 
em que os membros de diferentes comunidades de fala podem se comunicar, mas que não 
é a língua materna de nenhum deles.
IMPORTANT
E
UNIDADE 1 | ENGLISH DIDACTICS AND THE ENGLISH LANGUAGE
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FIGURA 6 - LÍNGUA FRANCA
FONTE: Disponível em: <http://www.lingua-online.com/en/2016/10/12/english-lingua-
franca/>. Acesso em: 19 jun. 2017.
Como nos mostra a tirinha apresentada, o inglês, como todas as línguas 
já faladas em toda a história humana, evoluiu ao longo dos séculos e milênios, 
gradualmente acumulando vocabulário de outras línguas. Se qualquer língua 
falada no planeta hoje pode ser classificada como de natureza verdadeiramente 
híbrida, poucas devem ser classificadas à frente do inglês. 
Você sabe o que é híbrido, acadêmico? O termo hibridismo acontece quando, 
no processo de formação de uma palavra, por exemplo, utiliza-se elementos de línguas 
diferentes, isto é, uma parte da palavra decorre de um termo de uma determinada língua, 
enquanto a outra parte da palavra provém de outra língua. Um bom exemplo é a palavra 
“Romanista” – Romano (latim) + -ista (grego).
NOTA
Agora que conhecemos um pouco mais da LDB, com foco nas línguas 
estrangeiras, vamos voltar nosso olhar aos PCN. Continue conosco!
TÓPICO 2 | AS NORMAS E OS DOCUMENTOS ORIENTADORES ACERCA DA APRENDIZAGEM DA LÍNGUA ESTRANGEIRA: 
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
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3.2 OS PCN – ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO, AS OCEM 
– ENSINO MÉDIO E A LÍNGUA ESTRANGEIRA
Os PCN/1998 e 2000, como já mencionado, são documentos um tanto 
extensos e, podemos dizer, detalhados, que foram elaborados para orientar os 
educadores por meio da normatização de alguns aspectos fundamentais relativos 
a cada disciplina do currículo escolar. 
Analisando-os de maneira crítica, podemos ousar dizer que, por vezes, 
os PCN deixam lacunas na questão da real importância e aplicabilidade de uma 
língua estrangeira no currículo escolar, pois essa temática é tratada de maneira 
muito ampla, o que também percebemos quando compreendemos um pouco da 
história das línguas no Brasil.
Porém, tais lacunas podem ser preenchidas com uma interpretação e 
aplicabilidade diferenciada, isto é, os parâmetros, como o próprio nome já diz, 
são orientações que podem ser reinterpretadas e aplicadas de maneira muito 
positiva nas realidades brasileiras.
 
É nos parâmetros de Língua Estrangeira - terceiro e quarto ciclos do Ensino 
Fundamental e de Pluralidade Cultural e Orientação Sexual que a discussão que 
norteia o ensino de línguas é reativada. 
No início do primeiro parágrafo, quando se referem à inclusão de língua 
estrangeira no Ensino Fundamental, os PCNLE (1998, p. 15 e 20) orientam que: 
 
A aprendizagem de uma língua estrangeira é uma possibilidade de 
aumentar a autopercepção do aluno como ser humano e como cidadão. 
Por esse motivo, ela deve centrar-se no engajamento discursivo do 
aprendiz, ou seja, em sua capacidade de se engajar e engajar outros no 
discurso de modo a poder agir no mundo social [...].
A inclusão de uma área no currículo deve ser determinada, entre 
outros fatores, pela função que desempenha na sociedade. Em relação 
a uma língua estrangeira, isso requer uma reflexão sobre o seu uso 
efetivo pela população. No Brasil, tomando-se como exceção o caso 
do espanhol, principalmente nos contextos das fronteiras nacionais, 
e o de algumas línguas nos espaços das comunidades de imigrantes 
(polonês, alemão, italiano etc.) e de grupos nativos, somente uma 
pequena parcela da população tem a oportunidade de usar línguas 
estrangeiras como instrumento de comunicação oral, dentro ou fora 
do país [...]. 
Podemos compreender, a partir do primeiro trecho apresentado, 
que a aprendizagem de uma língua estrangeira possibilita ao estudante 
o desenvolvimento da comunicação e da linguagem, o que diretamente o 
conscientiza da importância da língua como um recurso para compreensão dos 
paradigmas que envolvem os elementos que formam a sociedade na qual ele está 
inserido.
UNIDADE 1 | ENGLISH DIDACTICS AND THE ENGLISH LANGUAGE
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Já no segundo trecho, percebemos que há uma discussão acerca da inserção 
do ensino da língua estrangeira no currículo escolar, pois o documento afirma 
que sua efetiva inclusão deva levar em conta a função e o uso que a população 
faz de determinado idioma, o que justificaria a escolha de uma língua e não de

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