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NOÇÕES DE ARGUMENTAÇÃO E PROGRESSÃO DISCURSIVA Faculdade de Minas 2 Sumário INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 4 O LETRAMENTO EM LÍNGUA INGLESA E A PRODUÇÃO ESCRITA..................... 5 A importância da língua inglesa .................................................................. 5 Parâmetros Curriculares Nacionais Brasileiros e a Língua Inglesa ........... 10 A Escrita na Língua Inglesa ...................................................................... 13 PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA E O ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA................................................. 19 LINGUAGEM, DISCURSO E O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA NO BRASIL NA ATUALIDADE ......................................................................................................... 22 PROCEDIMENTOS QUE CONTRIBUEM PARA UM ENSINO EFICAZ DA ORALIDADE DE LÍNGUA INGLESA NAS ESCOLAS DE ENSINO FUNDAMENTAL E ENSINO MÉDIO .................................................................................................. 25 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 27 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ........................................................................ 29 Faculdade de Minas 3 FACULESTE A história do Instituto Faculeste, inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação.Com isso foi criado a Faculeste, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A Faculeste tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. Faculdade de Minas 4 INTRODUÇÃO Escrever e entender são algumas das habilidades que fazem parte da comunicação entre os povos e leva a informação a quem a adquire. Assim, não basta juntar as letras e formar palavras, mas, saber o significado da escrita e a informação a que se quer chegar ou ao que se quer fazer-se entender. Ao estudarmos a língua inglesa encontramos na habilidade da escrita uma dificuldade no ensino-aprendizagem a qual nos faz pensar em como tornar esta habilidade mais prática no seu desenvolvimento entre professor e aluno no decorrer do ensino desse idioma dentro da escola pública. E neste contexto, o aluno deve estar ciente do significado sócio-cultural da mesma, para melhor se identificar com a escrita. Partindo desse pressuposto, vamos estudar o tema o ensino-aprendizagem da habilidade escrita da língua Inglesa. O mesmo surgiu ao observar a dificuldade para desenvolver a habilidade da escrita quando solicitado pelos professores aos alunos do curso de licenciatura em Letras Inglesa de algumas Universidade da Brasil, quando ficava clara a inabilidade de 90% da sala para realizar esta competência. Diante dessa observação, surgiram ainda as seguintes indagações: que abordagem poderia ser utilizada em sala de aula para ensinar esta habilidade, e como seria a aceitação ao desenvolver esta habilidade por parte dos alunos da escola pública. Com isso, nosso estudo objetiva conhecer as causas que restringem o uso da habilidade da escrita nesta turma; identificar os motivos pelos quais a escrita em língua inglesa na escola pública não ocorre de forma significativa e usual; verificar o nível de conhecimento dos professores em relação à língua-alvo e se isto contribui para o desenvolvimento discursivo do aluno. Faculdade de Minas 5 O LETRAMENTO EM LÍNGUA INGLESA E A PRODUÇÃO ESCRITA A importância da língua inglesa A língua inglesa não é a maior em números de falantes nativos, mas é a maior em termo de comunicação entre os povos, bem como a mais comercial atualmente e está entre as mais importantes do mundo. Sendo a língua chinesa a que tem o maior número de falantes nativos, falada em oito variedades, é conhecido por 1,3 bilhões de pessoas apenas na China. Partindo desse pressuposto, podemos dizer que: uma língua tem a sua importância como língua franca em determinada região ou país, pois se assim não fosse não poderíamos nos comunicar. A importância de aprender a língua inglesa num mundo globalizado vem da supremacia da mesma. A história relata o inglês como língua do mundo, com isso sentenciou o monolinguismo nos países de língua não-inglesa a incluir a mesma em suas bases da educação para não virem a se tornar países analfabetos em termos de comunicação global no futuro. Isso aconteceu, devido ao grande poderio econômico da Inglaterra no século 19, alavancado pela Revolução Industrial, e a conseqüente expansão do colonialismo britânico, o qual chegou a alcançar uma vasta abrangência geográfica e uma igualmente vasta disseminação da língua inglesa. O caso típico é o papel representado pelo inglês, em função do poder e da influência da economia norte-americana. Essa influência cresceu ao longo deste século, principalmente a partir da Segunda Guerra Mundial, e atingiu seu apogeu na chamada sociedade globalizada e de alto nível tecnológico, em que alguns indivíduos vivem neste final de século. O inglês hoje é a língua mais usada no mundo de negócios, e em alguns países, como Holanda, Suécia e Finlândia, seu domínio é praticamente universal nas universidades. É possível antever que, no futuro, as outras línguas desempenhem esse papel. (PCN, BRASIL, 1998, p. 24). Faculdade de Minas 6 Estima-se que 85% das publicações científicas do mundo; 75% de toda comunicação internacional por escrito, 80% da informação armazenada em todos os computadores do mundo e 90% do conteúdo da Internet são em inglês. Além dessa revolução das telecomunicações proporcionada pela informática, o conhecimento da humanidade ao alcance de todos via Internet, estes dois fatores bem demonstram o quanto necessário é que se estabeleça uma linguagem global. No papel de língua global, o inglês torna-se uma das mais importantes ferramentas, tanto acadêmicas quanto profissionais. Nesse sentido, a aprendizagem do inglês, tendo em vista seu papel hegemônico nas trocas internacionais desde que haja consciência crítica desse fato, pode colaborar na formulação de contra-discursos em relação às desigualdades entre países e entre grupos sociais. (homens e mulheres, brancos e negros, falantes de línguas hegemônicas e não hegemônicas etc.) Assim, osindivíduos passam de meros consumidores passivos de cultura e de conhecimento a criadores ativos: o uso de uma língua estrangeira é uma forma de agir no mundo para transformá-lo. A ausência dessa consciência crítica no processo de ensino aprendizagem e aprendizagem de inglês, no entanto, influi na manutenção do status quo ao invés de cooperar para sua transformação. (PCN – BRASIL – 1998, p. 40) Didática Magna e o Ensino de Língua Para Comenius (2006, p.253), as línguas não são aprendidas como parte da instrução ou do saber, mas como meio para adquiri-lo e comunicá-lo aos outros. Partindo dessepressuposto podemos dizer que se buscar no ensino da língua o que acima está descrito, percebemos que nem todas as palavras serão necessárias aprender para conseguirmos alcançar nossos objetivos, principalmente em se tratando de um idioma estrangeiro, pois a língua materna a adquirimos no decorrer de toda a vida, isto se permanecermos na nação de origem, bem como não precisamos aprender todas as línguas, mas, apenas as necessárias aos nossos objetivos, como as vernáculas, para a vida cotidiana; as dos povos vizinhos para podermos nos comunicar e as que nos trará mais oportunidades de desenvolvimento intelectual, profissional e/ou acadêmico. Faculdade de Minas 7 Comenius, (2006, p.254) diz ainda que o estudo da língua deve ser paralelo à das coisas, sobretudo para os jovens, para que aprendam a mesma quantidade de coisas e de palavras e para que entendam a expressar o que foi aprendido. Nesse dizer, ressaltamos que ao ensinarmos uma nova língua estamos abrindo mais uma porta para o conhecimento, mas deveríamos respeitar e tentar descobrir o tipo de aprendizagem que mais facilitaria está dentro do grupo, as palavras devem fazer sentido para quem as escuta, ler ou escreve e, portanto o aluno ou parte deles deve ter amaturidade para dar significado as mesmas. Portanto, devemos deixar de fora do ensino algumas palavras que não mais são usadas e coloquemos a disposição dos alunos apenas as que mais são utilizadas na fase de idade em que os mesmos estão inseridos, isso poderá lhes facilitar a memorização do vocabulário bem como a utilização das palavras na sua comunicação, o excesso de palavras, pode ser um empecilho na aprendizagem. Os temas a serem usados quando da instrução são de extrema importância, devem estar inseridos na faixa de idade e maturidade, assim como na realidade que lhes digam respeito. [...] Ora, se não entendem as coisas, como poderão entender a arte de expressar com vigor essas mesmas coisas? Muito mais útil é dedicar esse tempo a assuntos mais modestos, para aperfeiçoar gradualmente. A natureza não dá saltos; nem a arte, quando imita a natureza. A criança precisa aprender a andar antes de exercitar-se na dança, a cavalgar varas de pau antes de montar cavalos ajaezados, a pronunciar sílabas antes de falar, a falar antes de discursar: [...] (COMENIUS, 2006, p. 255) Nesse sentido, a Didática Magna descreve um método para o ensino de línguas, fazendo observações no seu desenvolvimento através de regras, pré- estabelecidas. Ela nos diz que cada língua deve ser aprendida uma por vez, em determinado tempo para que não confunda a língua materna com a secundária, evitando que as coisas da vida se percam somente em estudo de línguas, pois conforme a mesma, as línguas secundárias levam menos tempo que as maternas para serem aprendidas, portanto uma língua estrangeira deve ser aprendida, uma vez que,as mesmas devem ser aprendidas mais na prática do que com regras, sem Faculdade de Minas 8 menosprezar essa, pois elas consolidam a prática. Ao mesmo tempo lembremo-nos de que “as regras são gramaticaise não filosóficas” (COMENIUS, 20006, p. 255). Ao estudarmos uma nova língua devemos usar a materna para mostrar as diferenças entre uma e outra, como exemplo, e a temática do ensinamento a ser aplicado deve partir de que o aluno já tenha um conhecimento prévio do que vai ser solicitado daquele tema, e por fim a confirmação de que “Todas as línguas, portanto, podem ser aprendidas em um mesmo modo”. (COMENIUS, 2006, p. 258) Ainda segundo Comenius (2006) o estudo de uma língua deve subdividir-se seguindo as quatro idades da vida: a primeira; a infantil, em que se começa a falar de qualquer maneira; a segunda, da infância a adolescência, quando se aprende a falar com propriedade; a terceira a juvenil e madura, onde se fala com elegância, e a quarta fase viril e vigorosa, onde a fala é com vigor. Assim de acordo com esse pensamento, o ensino aprendizado deve ser guiado com clareza e gradualmente, senão torna-se confuso, improvisado e fragmentado. Ao se referir ao livro didático o autor nos orienta que um livro didático deve ser perfeito, tanto o que deve ser utilizado pelo aluno, quanto o que irá passar as informações de como o professor deve ministrar suas aulas, com explicações precisas e, feitos com métodos. Para ele, (2006) durante o estudo de uma língua estrangeira, devem ser atribuídos quatro livros didáticos para cada fase de aprendizado, assim distribuídos: na primeira fase, a qual o autor chama de Vestíbulo, é a que deve conter conteúdo para quem está aprendendo a falar, com algumas centenas de vocábulos reunidos em pequenas frases, em anexas, deve haver tabelas de declinações e de conjugações. Na segunda fase na qual o autor denomina de Porta, deve conter todas as palavras efetivamente usadas naquela língua, cerca de oito mil, reunidas em frases breves que expressem as coisas vividamente. A estas devem ser acrescentadas regras gramaticais breves e claras, que mostrem o modo verdadeiro e genuíno de escrever, pronunciar, formar e construir palavra numa língua. Em seguida vem o Palácio, seria o substantivo para a terceira fase, na qual deve conter dissertações acerca de qualquer assunto, ornadas com frases elegantes; à margem, deve haver notas que indiquem de que autores foram Faculdade de Minas 9 tomados os textos. Ao pé, devem ser acrescentadas regras para variar e embelezar de mil modos as frases e os pensamentos. Finalizando com a fase denominada por Tesouro, consiste em estudar livros de autores clássicos, que escreveram sobre vários assuntos com sabedoria: deve ser antecedidos por regras e modos de observar e captar a essência do discurso. A partir de alguns desses autores deve–se fazer uma coletânea para ser lida nas escolas. Com outros autores pode-se preparar um catálogo para se alguém tiver a ocasião ou o desejo de ler autores de diversos assuntos. Comenius ressalta também que todas as coisas a serem ensinadas podem ser ensinadas observando como a natureza trabalha para conseguir sobreviver ou atingir os objetivos inerentes e nos ensina a utilizar estes ensinamentos da natureza quando praticamos a arte de ensinar o ser humano, analogias, assim, temos: No evangelho encontra-se aquela bela parábola de Nosso senhor Jesus Cristo: O reino de Deus é assim como se um homem lançasse sementes a terra, e dormisse, e se levantasse de noite ou de dia, e a semente brotasse e crescesse, não sabendo ele como. Porque a terra por si mesma frutifica, primeiro a erva, depois a espiga, e por último o grão cheio na espiga. E quando já o fruto se mostra, mete- lhe logo a foice, porque está chegada a ceifa (Mc IV, 26 ss.) Aqui o Salvador mostra que é Deus quem realizatudo em todas as coisas, e que ao homem cabe apenas acolher com coração devoto e crescerão até a maturidade, quase sem que o homem o perceba. Portanto aqueles que educam a juventude têm apenas a tarefa de espalhar a sementes das ciências nos espíritos, e de irrigar cuidadosamente as plantinhas de Deus: o céu se encarregará de fazê-las crescer e amadurecer. COMENIUS (2006, p. 145) Sabemos que, para semear e colher também é preciso habilidade, pois nem todos que semeiam, colhem; alguns por descuidos ou inexperiências deixam perecer, e se crescem é devido o acaso da sorte. Mas, quando se trabalha com destreza e paixão consegue alcançar os seus objetivos; sabendo como e onde deve chegar e fazer, e assim quando não mais se dispuser a fazer, não será por inabilidade e sim por não mais o desejarem. Faculdade de Minas 10 Com isso, podemos afirmar que, o professor atualmente não é mais o único transmissor direto de conhecimento que o aluno tem diante das novas tecnologias da informação. A educação teve que repensar o papel do professor em sala de aula para que pudesse se inserire adaptar as suas aulas ao novo jeito de se pensar o ensino. Ao pensarmos no ensino-aprendizagem de um língua estrangeira devemos buscar dentro dos Parâmetros Curriculares Nacionais do Brasil o que a nós professores é solicitado, e diante desta solicitação, o que se aproxima da nossa realidade regional, nacional e internacional para que este objetivo seja atingido. Assim é o professor de Língua estrangeira, alguém que vai mostrar uma nova realidade para aqueles que estão sob a sua orientação para descobrir que um novo mundo esta se abrindo para ele e que diferente de outras ciências, a língua se aprende para ser usada e servir de ponte para aprender as outras ciências. “As palavras servem para comunicar as idéias: as palavras são adotadas pelas pessoas como sinais distintivos de ideias”. Dimenstein (2008, p. 125). Nesse sentido, homens e mulheres, crianças e adultos se comunicam; tendo acesso às informações expressam e defendem opiniões, organizam contextos, compartilham ou arquitetam visões e interpretações do mundo, produzindo cultura, sendo estas algumas das razões pela qual ensinar língua inglesa vai além de cumprir ação profissional, bem como assumir um compromisso com a democratização social e cultural. Parâmetros Curriculares Nacionais Brasileiros e a Língua Inglesa Situando-nos a respeito do ensino de Língua no âmbito do PCN, temos como foco a percepção sociointeracional da linguagem e da aprendizagem. Dentro desta visão, o aluno deve estar ciente da sua participação na sociedade, não como coadjuvante, mas como ser pensante que pode, através da linguagem, vir a se transformar ou transformar o seu mundo, ele deve ter a percepção de que através da linguagem poderá se posicionar de forma crítica e construtiva nas diferentes situações sociais. E para que essa interação sociointeracional aconteça, o aluno deve ter o conhecimento sistêmico da língua, conhecimento de mundo e conhecimento da Faculdade de Minas 11 organização dos textos. Os PCNs trazem três concepções teóricas do processo de ensino aprendizagem de língua estrangeira. Para o PCN, BRASIL, (1989, p. 56) na percepção Behaviorista “a aprendizagem de Língua Estrangeira é compreendida como um processo de adquirir novos hábitos lingüísticos no uso da língua estrangeira. Isso seria feito, primordialmente, por meio da automatização desses novos hábitos, usando uma rotina que envolveria ESTÍMULO, a exposição do aluno ao item lexical, à estrutura sintática etc. a serem aprendidos, fornecidos pelo professor; RESPOSTA do aluno; REFORÇO, em que o professor avaliaria a resposta do aluno.Essa visão na sala de aula de Língua Estrangeira resultou no uso de metodologias que enfatizavam exercícios de repetição e substituição. Podemos dizer que se focalizava, principalmente, o processo de ensino e o professor. Se a aprendizagem não ocorresse adequadamente, ou seja, se fossem detectados erros nas produções do aluno, o motivo seria a inadequação dos procedimentos de ensino. Os erros teriam de ser imediatamente eliminados ou corrigidos para que não afetassem, negativamente, o processo de aprendizagem como um todo, inclusive os de outros colegas que tivessem sido expostos aos erros. É nesse sentido que se costuma dizer que na visão behaviorista a aprendizagem era associada a uma pedagogia corretiva. Note-se que nessa concepção a mente do aluno é entendida como uma tabula rasa que tem de ser moldada, por assim dizer, na aprendizagem de uma nova língua. Pitágoras costumava dizer que para o homem é tão natural conhecer tudo que se um menino de sete anos fosse convenientemente interrogado sobre qualquer problema filosófico, estaria em condições de responder com segurança a tudo. (COMENIUS, 2006 p. 60) Neste caso não poderíamos ter o aluno como uma tabula rasa, mas que o ensino deveria partir do princípio de que o aluno estar inserido em ambiente social e que sendo assim ele já tem um conhecimento prévio que deve ser considerado, e esta é a percepção Cognitivista, PCN, BRASIL (1998, 56), onde essa teoria “desloca o foco do ensino para o aluno ou para as estratégias que ele utiliza na construção de sua aprendizagem da Língua Estrangeira. Entende- se que a mente humana está cognitivamente apta para a aprendizagem de línguas. Faculdade de Minas 12 Ao ser exposto à língua Inglesa, o aluno, com base no que sabe sobre as regras de sua língua materna, elabora hipóteses sobre a nova língua e as testa no ato comunicativoem sala de aula ou fora dela. Os erros, então, passam a ser considerados como evidência de que a aprendizagem está em desenvolvimento, ou seja, são hipóteses elaboradas pelo aluno em seu esforço cognitivo de aprender a língua Inglesa. “Contrariamente à visão behaviorista, os erros passam a ser entendidos como parte do processo da aprendizagem”. A percepção Sociointeracional de acordo com o PCN, BRASIL, (1998, p. 570), o que “subjaz a esta última visão é a compreensão de que a aprendizagem é de natureza sociointeracional, pois aprender é uma forma de estar no mundo social com alguém, em um contexto histórico, cultural e institucional. Assim, os processos cognitivos são gerados por meio da interação entre um aluno e um participante de uma prática social, que é um parceiro mais competente, para resolver tarefas de construção de significado/conhecimento com as quais esses participantes se deparem. O participante mais competente pode ser entendido como um parceiro adulto em relação a uma criança ou um professor em relação a um aluno ou um aluno em relação a um colega da turma. Na aprendizagem de Língua Estrangeira, os enunciados do parceiro mais competente ajudam a construção do significado, e, portanto, auxiliam a própria aprendizagem do uso da língua”. E os objetivos quanto ao ensino de Língua estrangeira é a função social da língua, quanto aos aspectos profissionais, sociais, intelectuais em função das necessidades e desejos dos alunos, buscando também ter em mente que os alunos estão nesta fase de transição da adolescência para juventude e que lembramos que a aprendizagem de uma língua estrangeira não é uma atividade apenas intelectual, mas que o emocional esta relacionada à aprendizagem, pois “o aluno é um ser cognitivo, afetivo, emotivo e criativo”, PCN, BRASIL (1998, p. 66) Logo, ficaexplícito que é mais importante educar do que instruir; formar pessoas que profissionais; ensinar a mudar o mundo que ascender à elite. Imerso na concepção holística, a língua estrangeira inglesa ultrapassa a questão do vocábulo solto e do estudo pragmático da gramática, indo para uso da língua com Faculdade de Minas 13 foco comunicativo, visto que a língua é dinâmica e necessita de um contexto real, conectando-a aos seus falantes. A Escrita na Língua Inglesa Há muitas razões para fazer com que os alunos escrevam dentro e fora da sala de aula. Em primeiro lugar, escrever propicia aos alunos mais tempo para pensar diferente do que eles vivenciam ao tentar iniciar uma conversa espontânea. Além do mais, permitindo oportunidade para o processamento da língua – que é refletir sobre a linguagem – quando os alunos se encontram envolvidos nos estudos ou no processo de catalisação da língua. Tendo em mente que os alunos que conseguem administrar a leitura de maneira eficaz, possuem uma maior facilidade na produção escrita como afirma Stubbs (2002, p.135): As noções contemporâneas de leitura e escrita enfatizam suas relações com escutar e falar. Por exemplo, leitores de sucesso na escola são frequentemente crianças que tiveram a experiência freqüente de ouvir histórias lidas em casa. E como afirma Paiva (2007, p. 130-131): A atividade de leitura é um processo de construção de significados que envolvem a habilidade de processar as informações registradas no papel ou em uma tela e o conhecimento de mundoque o leitor aciona para compreender um texto. Durante esse processo o leitor lança mão desse conhecimento lingüístico – vocabulário, prefixos e sufixos, marcadores discursivos, organização textual, conjunções, etc. São elementos como sufixos e prefixos, por exemplo, quepermitem que o leitor atribua significados a uma palavra. Simultaneamente o leitor processa um jogo de adivinhação utilizando o seu conhecimento de mundo para testar hipóteses e fazer previsões sobre o que vai encontrar em um texto. Assim, a leitura é vista como construção de significados e não como mera transmissão de informação, visto que leitores diferentes atribuem significados diferentes ao mesmo texto; influenciando, dessa forma, na produção escrita. Logo, as habilidades de ler (reading) e escrever (writing) se correlacionam Faculdade de Minas 14 nos estudos de língua, onde o reading proporciona as ferramentas necessárias e suplementarias na hora de produzir um microtexto e também objetivando uma estrutura maior, o macrotexto. Além do reading, a estrutura gramatical, o estudo das regras e exceções também auxilia no momento da produção escrita quanto na formação da frase, sua coesão, coerência e significado como afirma (Richards, Platt, Weber 1987:125 apud. Paiva 2007:176) a descrição da estrutura gramatical de um idioma é a forma na qual as partículas tais como: palavras e frases estão combinadas para criar sentenças no mesmo. O tipo de escrita que se pede aos alunos dependerá de sua idade, nível, estilos de aprendizagem e interesses. Não se deve pedir a iniciantes que escrevam um texto de tema complexo em língua inglesa; assim como não se pede aos alunos de inglês de nível avançado um poema sobre as mães, a não ser que seja necessário. Leva-se em consideração a realidade e linguagem do aluno na elaboração de um texto escrito, corroborando com que diz Freire (2009, p. 11) linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão de texto a ser alcançado por sua leitura crítica implica a percepção das relações entre o texto e o contexto. Dentre muitas tentativas de se ensinar a escrever podemos citar os materiais audiovisuais que surgiram na década de 1970 publicadas pela Editora Didier, preocupando-se com o texto escrito. Sabe-se que na metodologia audiovisual a prioridade era a compreensão e a produção oral, sobrepujando dessa maneira a compreensão e produção escrita, como afirma Dias e Cristovão (2009, p.35): no século XIX durante a metodologia audiovisual que dava primazia a oralidade na sala de aula sem o apoio do registro escrito. A idéia era a mesma: a crença de que a escrita perturbaria o desenvolvimento da compreensão oral. Nessa faze do ensino de línguas, encontramos duas estratégias para impedir a leitura precoce. Havia um tipo de língua com sonegação total do texto ao aprendiz, outros usavam mascara para cobrir os diálogos. Atualmente, estudam-se línguas estrangeiras de maneira a contemplar as quatro habilidades sem que uma iniba a outra. Por isso, prioriza-se a abordagem comunicativa no ensino de língua. Faculdade de Minas 15 Ainda dentro da questão da produção escrita, salienta-se a questão motivacional e como motivá-los a escrever. A razão de se instigar a produção escrita dar-se pelas descobertas do aluno sendo a mesma o termômetro de sua aprendizagem. A motivação reside em propiciar um ambiente em que o aluno possa escrever sobre aquilo que sabe levando em consideração seu conhecimento prévio e o recente. A utilização persistente depende da motivação para aprender, em outras palavras, do desejo de absorver e suportar os riscos que acompanham os novos e crescentes conhecimentos. Segundo Levine (2003, p.253): O sucesso alimenta a motivação e a motivação faz com que o sucesso seja maior. O fracasso abafa a motivação, e a falta de motivação faz com que o fracasso seja constante. Os sistemas do neuro desenvolvimento requerem exercícios para permanecerem em boa forma. Sendo assim, nota-se que expressar por escrito requer particularidades por parte do professor em solicitar produções que estejam dentro do contexto social, cultural e histórico do aluno, além de que na parte que cabe o aprendizado de língua considera-se a carga vocabular, as estruturas gramaticais e o nível do aluno para que o mesmo sempre esteja motivado a escrever, sem se preocupar com os possíveis erros e transformá-los em fracasso. Sabe-se que a obtenção de conhecimento necessita-se de prática e estudo constante que leva o aluno a internalizar o assunto. Entretanto, considera-se que na aquisição de conhecimento despendemos de tempo para consagrar o objetivo de internalizar, externalizar e socializar aquilo que foi aprendido. Pozo (2002, p.252) retrata muito bem esta questão da quantidade de tempo em relação a eficácia da prática, afirmando que mais importante ainda que a sua quantidade é o tipo de prática que os aprendizes realizam. Em outras palavras, Pozo quis dizer que durante as longas horas de aula e estudo do inglês os aprendizes podem estar pensando em outras coisas mais agradáveis para eles e por isso não ativem os processos adequados ou simplesmente careçam dos conhecimentos prévios adequados para se aproveitar da prática. Em relação ao objeto desse estudo, que trata da escrita, conclui-se que não importa quantas horas você passa estudando, praticando a escrita e sim os Faculdade de Minas 16 tipos de ferramentas pedagógicas que propiciem uma boa prática no ato de escrever. Convém, no entanto, não nos esquecermos do conteúdo a ser aplicado para aprimorar não só a habilidade da escrita, mas as outras habilidades também, pois a esse respeito Selbach (2010, p. 54) nos diz que: conteúdo não é informação que se acumula, mas, “ferramenta” com a qual se aprende a aprender e, por saber aprender, conseguir se transformar. Não importando desde que ano é a língua inglesa ensinada, mas esse ensino deve se voltar para a comunicação e expressão sobre o mundo que vive e convive, a atribuição de significados a aspectos sintáticos e morfológicos da língua, a identificação do grau de formalidade na escrita e na fala, o reconhecimento, a compreensão e a produção de diferentes tipos de textos. Para o propósito deste trabalho vamos classificar conteúdo em três modalidades conforme Selbach (2010) para que possamos atingir nosso objetivo: Conteúdos conceituais, como seu nome sugere, envolve a abordagem de conceitos, fatos, hipóteses e princípios e se referem a construção ativa e dinâmica das capacidades intelectuais para que os alunos possam operar símbolos, signos, ideias, imagens que representem a realidade; o que em língua inglesa, são os saberes considerados relevantes para que o aluno conquiste plena capacidade discursiva e linguística tanto nos objetivos específicos quanto nos objetivos gerais traçados pelo professor em seu planejamento e considerando o conhecimento da realidade social, emocional e cultural do aluno. Conteúdos procedimentais: correspondem ao modo de buscar e aplicar, organizar e comunicar os conteúdos conceituais. Expressão a produção realizada pelos alunos tanto no que se refere a textos orais como textos escritos. Envolvendo a preocupação em compreender e ser compreendido, valorizando o conhecimento de outras culturas com as quais se interage, sabendo que quanto melhor pensamos melhor nos expressamos; melhor se compreende o outro, aumentando assim o interesse em apreciar sempre produções orais e escritas em outras línguas Conteúdo atitudinais, são os que se ligam a normas, valores e virtudes que em última análise são atitudes que devem apresentar e permear todo conhecimento Faculdade de Minas 17 escolar. Como se pode observar existe um entrelaçamento de conhecimento para se obter as conquista dentro de uma abordagem que melhor oriente para oensino aprendizagem da habilidade escrita dentro de um sistema escolar. CONTEXTO HISTÓRICO Para compreender o processo de ensino de Língua Inglesa é necessário fazer uma releitura de todo o processo de ensino de idiomas. Segundo Germain (1993), conforme explica Selma Martins Alas Cestaro a preocupação em aprender outros idiomas existe desde o ano 3000 A.C., devido às necessidades de conquista de territórios: (...) as primeiras provas da existência do ensino de uma segunda língua remontam à conquista gradativa dos sumérios pelos acadianos - do ano 3000, aproximadamente, até por volta do ano 2350. Os acadianos adotaram o sistema de escrita dos sumérios e aprenderam a língua dos povos conquistados. O conhecimento do sumério constituía um instrumento de promoção social, dando acesso à religião e à cultura da época. A aprendizagem do sumério se dava, no entanto, essencialmente através da escrita em língua suméria, o que não correspondia à língua usada pelos alunos em suas práticas cotidianas. Trata-se realmente do primeiro ensino de uma língua estrangeira de que se tem registro (CESTARO, SELMA ALAS MARTINS: O Ensino de Língua Estrangeira: História e Metodologia, 2005- AVA-FACEL). Desta época em diante, os povos aprendiam, por uma questão se necessidade e sobrevivência, uns a língua dos outros, os romanos a língua dos gregos e vice e versa, até que veio o surgimento do Latim que passou a ter uma gramática mais formal, mais elaborada e foi considerada no século III a língua culta e oficial ensinada nas escolas e popular em relação à francesa. Registros de estudiosos afirmam que: “Na Europa, durante a Idade Média, o latim possuía muito prestígio, sendo considerada a língua da igreja, dos negócios, das relações internacionais, das publicações filosóficas, literárias e científicas” (PUREN, 1988). E que devido a estes fatos o século XVI assistiu a uma grande revolução linguística. “Exigia-se dos educadores o bilinguismo: o Latim como língua culta e o vernáculo como língua popular” (SAVIANI,1996). Vários povos passaram a Faculdade de Minas 18 aprender o latim ao redor do mundo: O tipo de ensino do latim pouco mudou entre países como Alemanha, Inglaterra e França; nem mesmo se verificou mudança nas condições do ensino do latim durante os séculos VII e VIII. Para ensinar a leitura, os mestres da Idade Média partiam das letras às sílabas, depois das sílabas às palavras e às frases. O estudo da gramática dava-se a partir de textos religiosos. Cantarolava-se um poema para se aprender os casos (nominativo, dativo, etc.) e as declinações latinas. Quanto ao vocabulário o aluno deveria aprender de cor o maior número possível de palavras, com a ajuda de glossários, ou seja, de léxicos que apresentavam a tradução em latim das palavras de uso mais frequente ou tirada da Bíblia (CESTARO, SELMA ALAS MARTINS: O Ensino de Língua Estrangeira: História e Metodologia, 2005- AVA-FACEL). Após esta revolução linguística, passou-se a dar maior atenção à outros idiomas como o Francês, o Italiano, o Alemão, o Espanhol, o Inglês e o Holandês para a comunicação entre os povos, o que gerou um abandono do Latim pelos povos: À medida que as diversas línguas nacionais suplantaram o latim como língua de comunicação, elas se tornaram objeto de aprendizagem escolar. No plano metodológico, vale salientar que é o modo de ensino do latim que prevalece durante toda a Idade Média e que o ensino das línguas vivas ou modernas vai se basear no modelo de ensino do latim (CESTARO, SELMA ALAS MARTINS: O Ensino de Língua Estrangeira: História e Metodologia, 2005 – AVA-FACEL). Selma ainda afirma que foi somente a partir do século XVIII que os textos de língua estrangeira passaram a ser objeto de estudo, substituindo a antiga forma de se aprende idiomas que era através de frases isoladas tiradas da língua materna. Com o passar de alguns anos este método foi consagrado como “método gramática tradução”, mais tarde popularmente conhecido como “tradicional” ou “clássico” que durou até o século XX. Nesta metodologia os alunos tinham que desenvolver trabalhos de tradução com longas listas de vocabulário e exercícios gramaticais. Neste processo o aluno não era participativo, apenas desempenhava funções escritas, e erros não eram permitidos. Até a década de 40, a maior importância no processo de aprendizagem de segunda língua era dada a aquisição de vocabulário. Porém, tratava-se de uma metodologia mais interacionista em que os alunos podiam conversar na outra língua através de jogos e perguntas e respostas. Nesta época Faculdade de Minas 19 ainda existia a interferência da Metodologia Tradicional em impor as traduções no processo de ensino-aprendizagem. No período que compreende os anos de 1940 a 1960 as línguas ensinadas nas escolas eram o francês, o inglês e o espanhol. Em 1943 passou-se a trabalhar com processos áudio-orais e audiovisuais, o que gerou um avanço, por outro lado isso gerou também a insatisfação dos alunos em desenvolver os exercícios gramaticais que ainda eram necessários. Esta metodologia também é chamada de comunicativa, que permite uma interação maior do aluno com a língua nos processos de fala, escrita, audição e leitura de modo que as quatro habilidades da língua funcionem integradas como unidade que não se pode dissociar, porém requer muito do empenho do aluno pra se obter os resultados. Esta é a metodologia utilizada por algumas escolas particulares e públicas brasileiras na busca de melhores resultados de seus alunos e de aulas mais cativantes. PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA E O ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA A análise e reflexão das leis constituintes dos PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais da Educação do Brasil traz a percepção de alguns problemas quanto à disciplina de Língua Inglesa no Currículo Nacional da Educação do Brasil. Os PCNs sobre Língua Inglesa foram lançados em 1998, tendo apenas uma última atualização no ano de 2000. Em se tratando da competência fala da Língua Inglesa existem poucas citações sobre esta importância, uma delas na página 67 dos PCNs (1998, p.67) direcionados a Língua Inglesa que contempla alguns objetivos do ensino de Inglês: “utilizaroutras habilidades comunicativas de modo a poder atuar em situações diversas. Existe um pequeno trecho na página 72 (1998,p.72) que diz sobre proporcionar ao aluno: “ pequenos diálogos, histórias em quadrinhos, instruções para jogos”. Uma outra parte do conteúdo direcionado à competência comunicativa da língua Inglesa está na página 19 que fala sobre a Faculdade de Minas 20 importância de o aluno ter habilidade discursiva em pelo menos uma língua, porém nos parágrafos posteriores justifica as dificuldades do ensino público em proporcionar esta competência comunicativa aos alunos, sendo assim, o ler todos os PCNs de Língua Inglesa nota-se que o ensino de conversação em Língua Inglesa, não é o principal alvo do governo. Em um documento do Ministério da Educação intitulado “Conhecimentos de Língua Estrangeira Moderna”, estão detalhados todos os fatores que contribuem para que haja falhas no processo de ensino de Língua Inglesa nas escolas brasileiras: No Brasil, embora a legislação da primeira metade deste século já indicasse o caráter prático que deveria possuir o ensino das línguas estrangeiras vivas, nem sempre isso ocorreu. Fatores como o reduzido número de horas reservado ao estudo das línguas estrangeiras e a carência de professores com formação linguística e pedagógica, por exemplo, foram os responsáveis pela não aplicação efetiva dos textos legais. Assim, em lugar de capacitar o aluno a falar, ler e escrever em um novo idioma, as aulas de Línguas Estrangeiras Modernas nas escolas de nível médio acabaram por assumir uma feição monótona e repetitiva que,muitas vezes, chega a desmotivar professores e alunos, ao mesmo tempo em que deixa de valorizar conteúdos relevantes à formação educacional dos estudantes. Evidentemente, não se chegou a essa situação por acaso. Além da carência de docentes com formação adequada e o fato de que, salvo exceções, a língua estrangeira predominante no currículo ser o inglês, reduziu muito o interesse pela aprendizagem de outras línguas estrangeiras e a consequente formação de professores de outros idiomas. Portanto, mesmo quando a escola manifestava o desejo de incluir a oferta de outra língua estrangeira, esbarrava na grande dificuldade de não contar com profissionais qualificados. Agravando esse quadro, o país vivenciou a escassez de materiais didáticos que, de fato, incentivassem o ensino e a aprendizagem de Línguas Estrangeiras; quando os havia, o custo os tornava inacessíveis a grande parte dos estudantes ( MEC, 1999. pp 49-63). Faculdade de Minas 21 As habilidades de fala, pronúncia e comunicação, são excelentes ferramentas de aprendizagem para os professores e um excelente aprendizado para os alunos. As escolas e professores que oferecem um ensino de Língua Inglesa e que fazem uma separação entre fala e leitura estão empobrecendo a riqueza desta competência, pois dissociar uma da outra trará apenas danos ao ensino, pois distancia os dois conceitos do significante que são a forma gráfica e o som, possuindo o significante um só conceito, como pode ser bom para o aluno que haja um distanciamento entre os dois? A citação a seguir, possui uma crítica que evidencia a importância de não separar as competências linguísticas no processo de ensino aprendizado de idiomas nas escolas brasileiras: Todos os componentes, no ato comunicativo, estão perfeitamente inter- relacionados e interligados. Nota-se, pois, que os aspectos gramaticais não são os únicos que devem estar presentes ao longo do processo ensino-aprendizagem de línguas. Para poder afirmar que um determinado indivíduo possui uma boa competência comunicativa em uma dada língua, torna-se necessário que ele possua um bom domínio de cada um dos seus componentes. Assim, além da competência gramatical, o estudante precisa possuir um bom domínio da competência sociolinguística, da competência discursiva e da competência estratégica. Esses constituem, no nosso entender, os propósitos maiores do ensino de Línguas Estrangeiras no Ensino Médio. Portanto, se considerarmos que são essas as competências a serem alcançadas ao longo dos três anos de curso, não mais poderemos pensar, apenas, no desenvolvimento da competência gramatical: torna-se imprescindível entender esse componente como um entre os vários a serem dominados pelos estudantes. Afinal, para poder comunicar-se numa língua qualquer não basta, unicamente, ser capaz de compreender e de produzir enunciados gramaticalmente corretos. E preciso, também, conhecer e empregar as formas de combinar esses enunciados num contexto específico de maneira a que se produza a comunicação. Em outras palavras, é necessário, além de adquirir a capacidade de compor frases corretas, ter Faculdade de Minas 22 o conhecimento de como essas frases são adequadas a um determinado contexto ( MEC,1999. pp 49-63). Embora os PCN’s afirmem maior importância aos atos gramaticais e a leitura e escrita, existem também outros fatores que apontam para quais seriam as metodologias apropriadas que poderiam ser aplicadas nas aulas de Língua Inglesa nas salas de aula do Brasil, em tempos modernos. LINGUAGEM, DISCURSO E O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA NO BRASIL NA ATUALIDADE Linguagem e discurso são duas linhas que estruturam as línguas como meio de comunicação, e a linguística é o decodificador para todos os processos comunicativos, portanto trata-se de um aspecto imprescindível para análise e reflexão dos engajamentos metodológicos do ensino de Língua Inglesa do Brasil. O ensino de línguas avançou até a metodologia comunicativa que, embora seja rica em recursos tecnológicos e criticada por alguns como sendo pobre em teorias, implica em que o aluno tenha total desempenho no processo de aprendizagem de acordo com o que afirma Selma Alas Martins Cestaro da USP: “Acredita-se que para manter a motivação pela língua estrangeira em estudo, o aluno precisa se engajar no processo, tem de “aprender a aprender” e ser capaz de assumir uma parte de responsabilidade por sua aprendizagem” (CESTARO, SELMA ALAS MARTINS: O Ensino de Língua Estrangeira: História e Metodologia, 2005). No texto intitulado “O Ensino de Línguas Estrangeiras”- de código a discurso, Clarissa Menezes Jordão da UFPR, analisa as práticas e metodologias de ensino de línguas dos professores e se compromete com a análise de duas grandes linhas teóricas de concepção de língua esuas implicações para contextos educacionais formais como a escola e Língua Estrangeira em sala de aula. A primeira linha é chamada estruturalismo e trata-se de um processo de aquisição de uma segunda língua em que a língua é o intermediário entre o sujeito e o mundo, sendo assim todo aquele que adquirisse a língua passaria a ser o dono da verdade, trata-se, portanto de um processo objetivo. Faculdade de Minas 23 A segunda linha é chamada pós-estruturalismo que é uma visão mais ampla, mais preocupada com questões sobre quem somos, de onde viemos e para onde vamos, pois trata-se de um processo subjetivo em que “as relações entre sujeito e realidade, construção e distribuição de conhecimento estão no âmago das conjecturas pósestruturalistas.”(JORDÃO, 2005). O pós-estruturalismo permite ao aluno atuar sobre o mundo constantemente e conscientemente, através deste método o aluno aprende não somente sobre a língua do mundo, mas também sobre o mundo da língua: Desse modo, a língua não é percebida como um código a ser decifrado, um emaranhado de pistas que devemos investigar. Ao invés de mediar nossas relações com o mundo, num mundo supostamente transparente e neutro, a língua constitui nosso mundo, e não apenas o nomeia (JORDÃO, CLARISSA MENEZES: O Ensino de Línguas Estrangeiras – de código a discurso, 2005 – AVA-FACEL). O sócio linguista Bakhtin tem uma argumentação que concretiza a afirmação da escritora, além de evidenciar a relação do pós-estruturalismo com a metodologia comunicativa já abordada: “Ela constrói discursos, produz efeitos de sentido indissociáveisdos contextos em que se constituem” (BAKHTIN, 1988). Esta afirmação de Bakhtin sobre uma língua que constrói discursos e produz efeitos de sentido indissociáveis dos contextos em que se constituem é perfeita para ressaltar a necessidade de um ensino de Língua Inglesa mais consistente e mais completo para os alunos das escolas brasileiras. Outro aspecto que se faz necessário trabalhar em sala de aula é o aspecto cultural, pois quando se fala a Língua Inglesa, uma das partes possuirá não somente a competência e desempenho linguístico, mas, uma competência de saberes culturais. Segundo Jordão conceber a língua é compreendê-la em todos os aspectos possíveis: “perceber as marcas culturais nos textos que produzimos ou lemos e perceber também os gêneros discursivos dos mecanismos de estabelecimento de sentidos possíveis” (JORDÃO, CLARISSA MENEZES: O Ensino de Línguas Estrangeiras – de código a discurso, 2005 – AVA - FACEL). Faculdade de Minas 24 A IMPORTÂNCIA DO ENSINO DA ORALIDADE NA LÍNGUA INGLESA E SUA REALIDADE NAS ESCOLAS BRASILEIRAS O ensino da oralidade da Língua Inglesa é algo muito necessário, porém que raríssimamente ocorre. Professores e especialistas da área de Língua Inglesa afirmam ser um objeto de ensino que enfrenta muitos obstáculos. Dentre os diversos obstáculos tem-se: ausência de recursos (que promovam uma regularidade no aprendizado e aperfeiçoamento), poucas aulas e poucoinvestimento em cursos para os professores, desnivelamento de conhecimento por parte dos alunos tanto em Língua Portuguesa quanto em Língua Inglesa. Ainda assim, é evidente que não se pode e nem se deve omitir esta realidade, nem por isso deve-se desistir ou abrir mão de gerir uma aula eficaz, proporcionando ao aluno um ensino que influenciará positivamente em seu futuro. A consistência da comprovação desta necessidade está, também, na afirmação de muitos linguistas e estudiosos que discutem a questão da oralidade das línguas estrangeiras e a importância de sua funcionalidade para o meio social do cidadão. Dóris de Almeida Soares (UERJ, UFRJ e EN) afirma em seu texto “Bakhtin e a aula de redação acadêmica em Língua Inglesa um diálogo possível” que é possível articular escrita e fala no Ensino de Língua Inglesa e ensiná-los como uma unidade real de comunicação no discurso: (...) diferentemente de seus contemporâneos estruturalistas, Bakhtin (2003) acreditava ser necessário o estudo do enunciado como unidade real de comunicação discursiva para uma compreensão mais precisa acerca da natureza das unidades da língua enquanto sistema” (SOARES, http://www.filologia.org.br/ixcnlf/17/07.htm). Outra afirmação que Dóris faz sobre os estudos do sócio-linguista Mikhail Bakhtin ressalta é que língua e comunicação são elementos que caminham juntos: Assim, ele define o enunciado como sendo um elo na corrente complexamente organizada de outros enunciados, onde os limites de cada um como http://www.filologia.org.br/ixcnlf/17/07.htm Faculdade de Minas 25 unidade de comunicação discursiva são definidos pela alternância de sujeitos do discurso (falantes)” (SOARES, http://www.filologia.org.br/ixcnlf/17/07.htm). Ao observar estas afirmações é possívelobter-se respostas para questionamentos do Ensino de Língua Inglesa no Brasil e de posicionamentos de como deveria ser este ensino, haja vista que o atual ensino de Língua Inglesa no Brasil não favorece que a escrita e a fala caminhem lado a lado, nem tampouco que sejam aprendidas e praticadas com a mesma ênfase. O não favorecimento do ensino e prática da oralidade em sala de aula resulta em um empobrecimento da língua e da disciplina de Língua Inglesa para a sociedade. O artigo de Eliana Santiago G. Edmundo postado no site dia a dia educação, fala sobre a prática docente de Língua Inglesa, e das relações de poder, definidas pelo sociólogo e filósofo francês Michel Foulcault. A questão das relações de poder podem ser vistas sob uma ótica positiva em algumas salas de aula em que é possível ensinar a oralidade. Na maioria das salas de aula os níveis de poder e desempenho da oralidade são incompatíveis e ocorre a seguinte situação: alguns já têm o poder de comunicação avançado, outros não têm uma capacidade plena, e alguns não tem o mínimo de capacidade resultando num desnivelamento de poderes e desempenho linguístico em sala de aula. PROCEDIMENTOS QUE CONTRIBUEM PARA UM ENSINO EFICAZ DA ORALIDADE DE LÍNGUA INGLESA NAS ESCOLAS DE ENSINO FUNDAMENTAL E ENSINO MÉDIO Para desenvolver uma aula sob o aspecto da oralidade em sala de aula, é necessário observar as capacidades dos alunos e proporcionar a eles saberes compatíveis à realidade deles, com assuntos que eles já estejam familiarizados, pois cada sala possui características peculiares aos indivíduos que a compõe. Após ter definido e distribuído saberes em sala de aula, o professor deverá propor uma prática regular de conversação em sala de aula. Esta realidade está de acordo com o que Foucault pensa sobre os grupos sociais e a prática que leva o indivíduo a desempenhar determinada função: “Definir http://www.filologia.org.br/ixcnlf/17/07.htm Faculdade de Minas 26 em sua individualidade singular um sistema de formação é, assim, caracterizar um discurso ou um grupo de enunciados pela regularidade de uma prática”. (FOUCAULT, 1997, p.82). Isto quer dizer que deve haver uma prática e uma regularidade, porém de modo singular, avaliando cada circunstância, para cada grupo de alunos no sentido de atender as necessidades de maneira realmente eficaz a ponto de gerar resultados que comprovem o ensino como algo suficiente para a vida dos futuros cidadãos. A conclusão da professora Gertrud Frahm publicada no jornal A Gazeta do povo evidencia como devem agir os professores: O professor de 1º e 2º graus tem que ter um senso crítico e ser um pesquisador dentro da sua comunidade para reconhecer a realidade e, a partir daí, desenvolver um trabalho coerente com os alunos. [...] Devido a estas necessidades diferenciadas é que a Professora Gertrud [Frahm] vê que o professor precisa estar atento ao que acontece ao seu redor e só um pesquisador conhecerá esta situação, não aceitando modelos prontos. (“Em discussão normas ao ensino de inglês". Gazeta do Povo. Caderno Viver Bem, 03/12/1989, p. 15) O professor deve estar atento às necessidades dos alunos e estabelecer normas que os auxiliem acrescer no conhecimento e nas práticas. Desvendando problemas e buscando soluções para as dificuldades dos alunos, aplicando as dicas dos linguistas em sala de aula e se valendo do recurso linguístico como ferramenta fundamental no processo do ensino de Língua Inglesa. O estímulo é um fator fundamental para o bom desenvolvimento das aulas e o bom desempenho e crescimento intelectual dos alunos, portanto o professor deve buscar desenvolver suas aulas através de recursos próximos às realidades dos alunos como por exemplo através de filmes, revistas, músicas e jornais com temas relacionados aos gostos e aos interesses deles em Língua Inglesa, desenvolvendo todas as competências do idioma: falar, escrever, ler e escutar. Faculdade de Minas 27 CONSIDERAÇÕES FINAIS A importância do aprimoramento da educação no Brasil sempre faz com que diversas pessoas da sociedade: professores, políticos, doutores, sociólogos e todo o cidadão que possua um olhar crítico analisem quais são os fatores que dificultam e quais poderiam facilitar uma melhora no ensino de qualidade. Deste modo, compreender a atual situação do ensino no Brasil envolve olhar para o passado para saber a raiz do problema e buscar soluções para o que dificulta o processo do ensino nas escolas do Brasil. Ao ler e analisar os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Inglesa é possível encontrar muitos pontos críticos que explicam um dos motivos para que o ensino de Língua Inglesa não produza a sua eficácia necessária. Tratam-se de afirmações que revelam a importância que se dá a leitura e a escrita como forma de comunicação em Língua Inglesa, por outro lado da pouca importância que se dá a questão da oralidade, tratando-a como uma necessidade do aluno, porém não comprometendo a educação em ensiná-lo esta tão importante competência da Língua Inglesa. Existem críticas, análises, reflexões, mas infelizmente, não existem ações que visem um ensino realmente eficaz do idioma inglês agregando o valor da fala e da correta pronúncia, pois afastar os dois conceitos do significante de cada palavra da Língua Inglesa, escrita e som. Vale ressaltar que os aspectos já abordados como salas de aula superlotadas, ausência de recursos, pouco ou nenhum investimento na carreira do professor de Língua Inglesa e baixos salários também repercutem negativamente, mas isso não deve ser visto como pretexto para desmerecer a educação, pois trata-se de uma questão de escolha e de dignidade. As reflexões, análises e leitura acurada dos fatos trazem verdades e realidades que comprovam que separar escrita e fala do processo de ensino de Língua Inglesa, faz com que o aprendizado não seja realmente eficaz. Porém, muito pouco se tem feito para que esta realidade seja revertida no que seria ideal para um ensino consistente da oralidade de Língua Inglesa das salas deaula brasileiras. Frente à realidade brasileira do ensino da oralidade de Língua Faculdade de Minas 28 Inglesa no Brasil, tudo o que os professores não devem fazer é desistir ou ser complacente, pois somente se houver muito empenho, é que este quadro de desestímulo às práticas da oralidade poderá ser mudado para melhor. Faculdade de Minas 29 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS BRASIL. MEC. Parâmetros Curriculares nacionais: língua estrangeira / ensino fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998 ANTUNES, C. Novas Maneiras de Ensinar- Novas formas de Aprender. Rio de Janeiro. Artmed, 2002. COMENIUS. Didática Magna, São Paulo. 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