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1 1 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 1 Módulo 05b – Complementos de Álgebra Booleana Marco Túlio Carvalho de Andrade Professor Responsável Versão: 2.0 (Setembro de 2.013) PCS 2215 Sistemas Digitais I © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 2 Conteúdo Álgebra de Chaveamento 1. Circuitos Combinatórios. 2. Propriedades dos Circuitos Combinatórios. 3. Álgebras Booleanas. 4. Álgebras Booleanas: Outras Definições. 4.1 Reticulados (“Lattices”). 4.2 Subálgebras. 5. Álgebra de Chaveamento. 2 2 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 3 1. Circuitos Combinatórios Circuito Combinatório Qualquer circuito, desde que sua saída seja unicamente definida para cada combinação possível de valores de suas entradas. 1-) Uma mesma combinação de valores de entrada não pode dar margem a dois possíveis valores de saída. 2-) O valor da saída depende apenas e tão somente dos valores das entradas em um determinado instante e não tem qualquer vínculo com valores anteriores (“realimentações”) ou estados internos do circuito. Nota 1.1: Circuitos combinatórios individuais (ou elementares) podem ser interconectados, ou combinados, de maneira a propiciar a obtenção de circuitos mais complexos. © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 4 1. Circuitos Combinatórios Definição 1.1 Uma porta E (“And” em inglês) recebe duas entradas, x1 e x2, que são “bits”, e produz uma saída representada por x1 x2 (que também é um “bit”), de tal modo que: x1 x2 = 1, se x1 = x2 = 1 x1 x2 = 0, em qualquer outro caso O símbolo usual (e tabela da verdade) para representar a porta E é: AND Entrada Saída 0 0 0 1 1 0 1 1 0 0 0 1 3 3 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 5 1. Circuitos Combinatórios Definição 1.2 Uma porta OU (“Or” em inglês) recebe duas entradas, x1 e x2, que são “bits”, e produz uma saída representada por x1 x2 (que também é um “bit”), de tal modo que: x1 x2 = 0, se x1 = x2 = 0 x1 x2 = 1, em qualquer outro caso O símbolo usual (e tabela da verdade) que representa a porta OU é: OR Entrada Saída 0 0 0 1 1 0 1 1 0 1 1 1 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 6 1. Circuitos Combinatórios Definição 1.3 Uma porta NÃO (“Not” em inglês, mais comumente denominada como porta inversora em português) recebe uma entrada x, onde x é um “bit”, e produz uma saída representada por ~x (que também é um “bit”), de tal modo que: ~x = 0, se x = 1 ~x = 1, se x = 0 O símbolo usual (e tabela da verdade) para representar a porta inversora é: Inversora Entrada Saída 0 1 1 0 4 4 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 7 1. Circuitos Combinatórios Exercício 1.1 - O circuito abaixo é um circuito combinatório? b a e fc d g ENTRADAS SINAIS INTERMEDIÁRIOS SAÍDA FINAL a b c d e f g 0 0 1 1 0 1 0 1 1 0 1 0 1 1 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 1 0 0 1 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 8 1. Circuitos Combinatórios Exercício 1.2 - Os circuitos abaixo são circuitos combinatórios? x1 x2 y x1 x2 y 5 5 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 9 1. Circuitos Combinatórios Exercício 1.3 - O circuito abaixo é um circuito combinatório? x1 x2 y © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 10 1. Circuitos Combinatórios Exemplo 1.1 - Os circuitos C1 e C2 dos exercícios anteriores podem ser combinados por meio de um circuito C3 (uma porta OU, por exemplo) para gerar o circuito C: x1 x2 x3 x4 y C1 C2 C3 C 6 6 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 11 1. Circuitos Combinatórios Exemplo 1.2 - Um circuito combinatório pode ser representado por uma expressão usando-se os símbolos , e ~. x1 x2 y ~x1 ~x1 x2 x2 x2 (~x1 x2)x2 ~((~x1 x2)x2) y=~((~x1 x2)x2) Tais expressões são ditas Expressões Booleanas. © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 12 1. Circuitos Combinatórios Definição 1.4 - Expressões Booleanas geradas sobre os símbolos x1, x2, ..., xn são definidas recursivamente: 1-) 0, 1, x1, x2, ..., xn são expressões Booleanas. 2-) Se X1 e X2 são expressões Booleanas então: (a) (X1) (b) ~X1 (c) X1 X2 (d) X1 X2 também são expressões Booleanas. 3-) Se X é uma expressão Booleana gerada sobre os símbolos x1, x2, ..., xn então podemos escrever X = X(x1, x2, ..., xn) onde cada símbolo xi (ou ~xi) é chamado de um Literal. 7 7 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 13 1. Circuitos Combinatórios Exercício 1.4 a) Usar a definição 1.4 para mostrar que o lado direito da expressão y=~((~x1 x2)x2) é uma expressão Booleana. b) Encontre o circuito combinatório correspondente às expressões Booleanas: b.1) y=~((x1 x2)x1). b.2) y=(~x1 x2)(x1 ~x2). b.3) y=~((~x1 x2)(x1 ~x2)). c) Encontre o valor de verdade das expressões Booleanas do item b) considerando-se que: c.1) x1 = 1 e x2 = 0. c.2) x1 = 1 e x2 = 1. c.3) x1 = 0 e x2 = 0. © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 14 1. Circuitos Combinatórios Exemplo 1.3 - Circuito de Chaveamento - É uma rede elétrica, constituída de chaves “abertas” ou “fechadas”. 1-) Se a chave X está aberta (fechada) então X = 0 (X = 1). 2-) Chaves simbolizadas pela mesma letra estão todas abertas ou todas fechadas. 3-) Chave X aberta implica em chave ~X fechada. 4-) Se a corrente flui do terminal esquerdo para o direito diz-se que a saída do circuito é 1, em caso contrário é 0. 5-) Uma tabela de chaveamento proporciona a saída do circuito para todos os valores das chaves. A ~A B C A B C Saída 1 1 1 1 1 0 1 0 1 1 0 1 Alguns exemplos de possíveis valores de entrada 8 8 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 15 2. Propriedades dos Circuitos Combinatórios Propriedades dos Circuitos Combinatórios Anteriormente definimos dois operadores binários, e , e um operador unário ~ sobre o conjunto Z2 = {0,1}. – Vimos que estes operadores podiam ser implementa- dos em circuitos, como sendo as “portas lógicas” bá- sicas de circuitos combinatórios. – Agora serão mostradas algumas propriedades de um sistema constituído por Z2 e os operadores , e ~: – Associativa – Comutativa – Distributiva – Identidade – Complemento © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 16 2. Propriedades dos Circuitos Combinatórios Propriedades dos Circuitos Combinatórios Teorema 2.1 - Se , e ~ são operadorescomo os definidos em 1.1, 1.2 e 1.3, então exibem as seguintes propriedades: – Lei Associativa: (a b) c = a (b c) (a b) c = a (b c) – Lei Comutativa: a b = b a; a b = b a – Lei Distributiva: a (b c) = (a b) (a c) a (b c) = (a b) (a c) – Lei da Identidade: a 0 = a; a 1 = a – Lei do Complemento: a ~a = 1; a ~a = 0 para todo a, b e c Z2 = {0,1} 9 9 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 17 2. Propriedades dos Circuitos Combinatórios Prova do Teorema 2.1 - As provas das várias Leis (e/ou proprie- dades) consistem em verificações diretas por meio de tabelas da verdade. Exemplo 2.1 - Prova da primeira lei distributiva. Deve-se mostrar que a (b c) = (a b) (a c) a b c a (b c) (a b) (a c) 1 1 1 1 1 1 1 0 1 1 1 0 1 1 1 1 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 18 2. Propriedades dos Circuitos Combinatórios Exemplo 2.2 - Usando o teorema 2.1 mostre que os circuitos abaixo são equivalentes (tem saídas iguais para entradas iguais): x1 x2 x3 x2 x3 x1 Pelo Teorema 2.1: a (b c) = (a b) (a c) x1 (x2 x3) (x1 x2) (x1 x3) 10 10 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 19 2. Propriedades dos Circuitos Combinatórios Definição 2.1 - Sejam X1 = X1(x1, x2, ... , xn) e X2 = X2(x1, x2, ... , xn) expressões Booleanas. Diz-se que X1 é igual a X2 e denota-se por X1 = X2 se X1(a1, a2, ... , an) = X2(a1, a2, ... , an) para todo ai Z2 = {0,1} Nota 2.1 - Se definirmos uma relação R sobre um conjunto de expressões Booleanas baseada na propriedade X1 = X2 , ou seja, X1RX2 se X1 = X2 então R é uma relação de equivalência. Nota 2.2 - Cada Classe de Equivalência que resulta desta relação consiste em um conjunto de expressões Booleanas cujos valores são iguais para os mesmos valores dos literais(ou entradas), isto é, expressões Booleanas equivalentes entre si. © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 20 2. Propriedades dos Circuitos Combinatórios Definição 2.2 - Diz-se que dois circuitos combinatórios, cada um dos quais tendo as entradas x1, x2, ..., xn e uma saída única, são equivalentes, se para os mesmos valo- res de entrada suas saídas produzem o mesmo valor. Nota 2.3 - Se definirmos uma relação R sobre um con- junto de circuitos combinatórios por meio da regra C1RC2 se C1 e C2 são equivalentes (no sentido da definição 2.2) R é uma relação de equivalência: Nota 2.4 Cada classe de equivalência consiste de um con- junto de circuitos combinatórios mutuamente equiva- lentes. 11 11 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 21 2. Propriedades dos Circuitos Combinatórios Nota 2.5 - Circuitos equivalentes podem não ter o mesmo número de portas (para efeitos práticos é desejável o mínimo possível). Nota 2.6 - Segue que circuitos combinatórios são equivalentes se as expressões Booleanas que os representam são iguais (ou podem ser transformadas para ficarem iguais). a b ~(a b) = ~a ~b = ~(a b) ~a ~ba b a b a b © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 22 2. Propriedades dos Circuitos Combinatórios Teorema 2.2 - Sejam C1 e C2 circuitos combinatórios re- presentados, respectivamente, pelas expressões Booleanas X1 = X1(x1, x2, ... , xn) e X2 = X2(x1, x2, ... , xn). Então C1 e C2 são equivalentes se e somente se X1 = X2. – O valor X1(a1, a2, ... , an) [ou X2(a1, a2, ... , an)] para ai Z2 é a saída para o circuito C1 [ou C2] para entradas a1, a2,..., an. – De acordo com a definição 2.2: » Os circuitos C1 e C2 são equivalentes se e somente se eles tem as mesmas saídas X1(a1, a2, ... , an) e X2(a1, a2, ... , an) para todas as possíveis entradas a1, a2, ... , an. » Assim C1 e C2 são equivalentes se e somente se: X1(a1, a2, ... , an) = X2(a1, a2, ... , an) para todo ai Z2 12 12 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 23 3. Álgebras Booleanas Definição 3.1 - Uma Álgebra Booleana B consiste em um conjunto S contendo pelo menos dois elementos distin- tos (denotados por 0 e 1), dois operadores binários, “+” e “.”, e um operador unário “~”, constituindo uma sêx- tupla B = <S, + , . , ~ , 0 , 1> sobre S que satisfaz: a) Lei Associativa (para todo x, y, z S) (x + y) + z = x + (y + z) e (x . y) . z = x . (y . z) b) Lei Comutativa (para todo x, y, z S) x + y = y + x e x . y = y . x c) Lei Distributiva (para todo x, y, z S) x.(y+z) = (x.y)+(x.z) e x+(y.z) = (x+y).(x+z) © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 24 3. Álgebras Booleanas d) Lei da Identidade ( x S): x + 0=x e x . 1=x e) Complemento ( x S): x+~x=1 e x.~x=0 Exemplo 3.1 - A sêxtupla “(Z2, , , ~, 0, 1)” pelo Teorema 2.1 é uma Álgebra Booleana, onde: – Z2 = {0,1}, sendo que são meros símbolos que não guardam relação com os números 0 e 1. – As triplas de operadores (+,.,~) e (,,~) são equiva- lentes. – “a . b” denota-se usualmente por “ab”. O operador “.” tem precedência sobre “+”. 13 13 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 25 3. Álgebras Booleanas Exemplo 3.2 - Seja U o conjunto universo e seja S = P(U) o conjunto Potência de U. » Se definimos as seguintes operações entre subconjuntos: X + Y = X Y, X . Y = X Y, ~X = X pertencentes a S então a sêxtupla (S, , , , Ø, U) é uma Álgebra Booleana. – Alguns autores fazem a distinção entre: » Uma Álgebra Booleana Funcional (Z2, , , ~, 0, 1) » Uma Álgebra Booleana Conjuntista (S, , , , Ø, U) © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 26 3. Álgebras Booleanas Conjuntista (P(U), , , , Ø, U) U = {1,2,3} P(U)={Ø,{1},{2},{3},{1,2},{1,3},{2,3},{1,2,3}} (parcialmente ordenado) A P(U), B P(U) tal que A B Funcional (S, , , ~, 0, 1) S = parcialmente ordenado S = {1,2,3,5,6,10,15,30} x divide y xRy Ø {3}{1} {2} U= {1,2,3} {1,2} {2,3} {1,3} 52 3 30 6 15 10 1 14 14 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 27 3. Álgebras Booleanas Ainda Exemplo 3.2 - Sejam X, Y e Z subconjuntos de S. As propriedades (a) a (e) da definição 3.1 passam a ser as seguintes propriedades de conjuntos: a) Lei Associativa [para todo X, Y, Z S, onde S = P(U)] (X Y) Z = X (Y Z) (X Y) Z = X (Y Z) b) Lei Comutativa (para todo X, Y, Z S) X Y = Y X e X Y = Y X c) Lei Distributiva (para todo X, Y, Z S) X (Y Z) = (X Y) (X Z) X (Y Z) = (X Y) (X Z) © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 28 3. Álgebras Booleanas d) Lei da Identidade (para todo X S) X Ø = X e X U = X e) Lei do Complemento (para todo X S) X X = U e X X = Ø Teorema 3.1 - Em uma Álgebra Booleana, o elemento ~x da definição 3.1 é único. – Especificamente se x + y = 1 e xy = 0, então y = ~x. Definição 3.2 - Em uma Álgebra Booleana o elemento ~x é denominado complemento de x. 15 15 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 29 3. Álgebras Booleanas Estamos agora em condições de derivar outras propriedades importantes das Álgebras Booleanas. Teorema 3.2 - Seja B = (S, +, ., ~, 0, 1) uma Álgebra Booleana. Então valem as seguintes propriedades: a) Lei Idempotente (para todo x S) x + x = x e x . x = x b) Lei das Fronteiras Superiores e Inferiores (para todo x S) x + 1 = 1 e x . 0 = 0 c) Lei da Absorção (para todo x, y S) x + x . y = x e x . (x + y) = x © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 30 3. Álgebras Booleanas d) Lei da Involução (para todo x S) ~(~x) = x e) Lei do 0 e do 1 ~0 = 1 e ~1 = 0 f) Lei de De Morgan (para todo x, y S) ~(x + y) = ~x . ~y e ~(x . y) = ~x + ~y Exemplo 3.3 - Conforme mostrado no exemplo 3.2, se U é um conjunto, P(U) associado a alguns operado- res é uma Álgebra Booleana, para a qual: (X Y) = X Y e (X Y) = X Y O teorema 3.2 mostra que estas equações são consequências de outras Leis já demonstradas. 16 16 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 31 3. Álgebras Booleanas Definição 3.3 - É provável que já se tenha notado que as equações envolvendo elementos da Álgebra Booleana aparecem aos pares. Estes pares são ditos duais. Exemplo, Lei da identidade: x + 0 = x e x . 1 = x – O dual de expressões da Álgebra Booleana é obtido substituindo 0 por 1 , 1 por 0, + por . e . por +. Exemplo: o dual de ~(x + y) = ~x . ~y é ~(x . y) = ~x + ~y Teorema 3.3 - O dual de um teorema sobre uma Álgebra Booleana também é um teorema. © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 32 4. Álgebras Booleanas: Outras Definições Definição 4.1 Consideremos as proposições vistas em Lógica Proposicional. Seja uma expressão de duas variáveis proposicionais. Então sua tabela da verdade define uma função “f” tal que: f:{V,F}2 {V,F} Exemplo 4.1: Note que: 1-) Neste exemplo “f(a,b) = a”. 2-) Podemos generalizar este conceito para n variáveis proposicionais: f:{V,F}n {V,F} a b f V V V V F V F V F F F F 17 17 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 33 4. Álgebras Booleanas: Outras Definições 3-) A função associada a uma tautologia é uma aplicação: f:{V,F}n {V} 4-) A função associada a uma contradição (absurdo) é uma aplicação: f:{V,F}n {F} 5-) Sabe-se que é possível construir a Tabela da Verdade para quaisquer sentenças proposicionais “p” ou “q”, compostas de “n” variáveis proposicionais. A função associada a estas sentenças está definida por sua Tabela da Verdade. Se “p”e “q” têm a mesma Tabela da Verdade elas definem a mesma função. Então podemos escrever: “p = q” em vez de “p q” © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 34 4. Álgebras Booleanas: Outras Definições 6-) A propriedade da “igualdade” entre sentenças propo- sicionais estabelece uma relação de equivalência entre as sentenças que possuem a mesma Tabela da Verdade (ver Teorema 2.2.): É imediato verificar que a “igualdade”obedece às proprie- dades reflexiva, simétrica e transitiva, portanto é uma relação de equivalência. Esta relação de equivalência particiona o conjunto (infini- to) de sentenças de “n” variáveis em um conjunto de Classes de Equivalência (CE={Ci}). 18 18 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 35 4. Álgebras Booleanas: Outras Definições 7-) Se n = 2 há 16 classes de equivalência: C. E. = {C0, C1, ... , C15} p F F V V q F V F V C2 F F V F C0 F F F F C1 F F F V C3 F F V V C4 F V F F C5 F V F V C6 F V V F C7 F V V V C10 V F V F C8 V F F F C9 V F F V C11 V F V V C12 V V F F C13 V V F V C14 V V V F C15 V V V V 122: nmObs TautologiaAbsurdo (contradição) p q. + ~p~q~+~ ~. © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 36 4. Álgebras Booleanas: Outras Definições 8-) Até agora estamos utilizando apenas dois operadores (conectivos) binários “ e ”, e um operador unário “~”: Podemos definir novos operadores? Quantos? Para duas variáveis o número de operadores é igual a 16, que é o número de Classes de Equivalência. Por exemplo: a “disjunção exclusiva” (“ou exclusivo” - ) é uma nova operação (que até o momento não havia aparecido). Pode-se resumir estes conceitos na definição de um outro tipo de estrutura Booleana (definição 4.2 - a seguir). 19 19 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 37 4. Álgebras Booleanas: Outras Definições Definição 4.2- A sêxtupla ({C.E.}, , , ~, Ft, Vt) é uma Álgebra Booleana, onde: – {C. E.} = {C0, C1, ... , Cm} é o conjunto das classes de equivalência possíveis para “n” variáveis lógicas. – Ft = C0 = Classe de Equivalência correspondente às Contradições. – Vt = Cm = Classe de Equivalência correspondente às Tautologias. – A estrutura da Álgebra de Boole da lógica de propo- sições permite que suas transformações sejam apli- cadas aos circuitos lógicos. 122 nm © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 38 4. Álgebras Booleanas: Outras Definições (Duas Variáveis Proposicionais - 16 Classes de Equivalência) C0(FFFF) C1(FFFV)C8(VFFF) C12(VVFF) C14(VVVF) C15(VVVV) C7(FVVV) C3(FFVV) C13(VVFV) C11(VFVV) C5(FVFV)C10(VFVF) C4(FVFF) C2(FFVF) C9(VFFV) C6(FVVF) [Contradições] [Tautologias] [Contingências][Contingências] 20 20 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 39 4. Álgebras Booleanas: Outras Definições Definição 4.2.a - Átomo ou Elemento Atômico - Dada a Álgebra de Boole B = (S, , , ~, 0t, 1t) chama-se Átomo a sk S (sk 0t) tal que para si S ocorre: si sk = 0t ou si sk = sk Ex: Átomos da definição 4.2: {C1, C2, C4, C8} Teorema 4.1 - Dada uma Álgebra Booleana B = (S, , , ~, 0t, 1t) cujos átomos são {si, sj, ..., sk} sm S pode expressar-se de maneira única como uma soma de átomos: sm S {si, sj, ..., sk} (0 i, j, ..., k n) © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 40 4. Álgebras Booleanas: Isomorfismo Definição 4.3 - Duas ocorrências de uma estrutura são isomorfas se existir uma bijeção, chamada isomorfismo, que leva os elementos de uma ocorrência aos elementos da outra ocorrência, de modo que as propriedades relevantes são preservadas: – Cada ocorrência é uma imagem da outra, com outra denominação dos elementos mas com o mesmo número de elementos. – Pode-se usar esta idéiapara “classificar” exemplos de estruturas, associando-se as que são isomorfas. 21 21 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 41 4. Álgebras Booleanas: Isomorfismo Conjuntista (P(U), , , , Ø, U) P(U)={Ø,{1},{2},{3},{1,2},{1,3},{2,3},{1,2,3}} Funcional (Z2, , , ~, 0, 1) Z2 = {1,2,3,5,6,10,15,30} Ø {3}{1} {2} U= {1,2,3} {1,2} {2,3} {1,3} 52 3 30 6 15 10 1 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 42 4.1. Reticulados (“Lattices”) Sabe-se da teoria de Relações que: – Sendo S um conjunto e R uma relação de ordem parcial ao par (S, ) chama-se conjunto parcialmente ordenado, onde é o símbolo de ordenação parcial. – O grafo de um conjunto parcialmente ordenado, denomina-se Diagrama de Hasse, sendo uma representação simplificada para este. sk sjsi sn (S, ) 22 22 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 43 4.1. Reticulados (“Lattices”) Dado o par (S, ) - Definições: 4.4.1. Limite Máximo (LM) - Dado sn S, sn = LM se si S si sn. 4.4.2. limite mínimo (lm) - Dado s1 S, s1 = lm se si S s1 si. =LM = lm sn si s1 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 44 4.1. Reticulados Dado P = {pi,pj,pk} e P S - Definições: 4.4.3. Fronteira Superior (FS) - Um dado sn S é FS de P se e somente se para pk P houver pksn. Onde sn obrigatoriamente a P (pode pertencer). 4.4.4. Fronteira Superior mínima (FSm) - Um dado sn S é FSm de P se e somente se sn é FS de P e para si = FS de P houver snsi. Onde sn obrigatoriamente a P (pode pertencer). =FS = fi sn pj s1 pi pk =fiM =FSm 23 23 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 45 4.1. Reticulados Exemplo 4.2.a - Dado S ao lado: 1) Limite Máximo (LM) - Não existe sn S de modo que para si S sisn (os elementos 5 e 6 não se comparam). 2) Para P1 = {5,6} S: – Fronteira Superior (FS) - Não existe, dado que não há sn S de modo que para pk P ocorra pksn. – Fronteira Superior mínima (FSm) - Não existe dado que não existe nenhum elemento de S que seja FS de P. 4 1 3 5 2 6 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 46 4.1. Reticulados Exemplo 4.2.a - Dado S ao lado: 3) Para P1 = {1,2} S: – Fronteira Superior (FS) - Existem 4. São 5 para cada elemento {1} e {2}: – 11; 13; 14; 15 e 16 – 22; 23; 24; 25 e 26 – Comuns: 3, 4, 5 e 6. – Fronteira Superior mínima (FSm) = 3 = sn. O único elemento que satisfaz a condição de FSm ( sn, snsi) é o 3. 4 1 3 5 2 6 24 24 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 47 4.1. Reticulados Exemplo 4.2.a - Dado S ao lado: 4) Para P1 = {2,6} S: – Fronteira Superior (FS) - São 5 para o ele- mento {2} e uma para o elemento {6}: – 22; 23; 24; 25 e 26 – 66 – Comum: apenas o elemento 6. – Fronteira Superior mínima (FSm) = 6 = sn. Já que á a única Fronteira Superior si candidata a FSm, e vale snsi. 4 1 3 5 2 6 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 48 4.1. Reticulados Dado P = {pi,pj,pk} e P S - Definições: 4.4.5. fronteira inferior (fi) - Um dado s1 S é fi de P se e somente se para pi P houver s1pi. Onde s1 obriga- toriamente a P (pode pertencer). 4.4.6. fronteira inferior Máxima (fiM) - Um dado s1 S é fiM de P se e so- mente se s1 é fi de P e para si = fi de P houver s1si. Onde s1 obrigatoria- mente a P (pode pertencer). =FS = fi sn pj s1 pi pk =fiM =FSm 25 25 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 49 4.1. Reticulados Exemplo 4.2.b - Dado S ao lado: 1) Limite Mínimo (lm) - Não existe s1 S de modo que para si S s1si (os elementos 1 e 2 não se comparam). 2) Para P1 = {1,2} S: – fronteira inferior (fi) - Não existe, dado que não há s1 S de modo que para pi P ocorra s1pi. – fronteira inferior Máxima (fiM) - Não existe dado que não existe nenhum elemento de S que seja fi de P. 4 1 3 5 2 6 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 50 4.1. Reticulados Exemplo 4.2.b - Dado S ao lado: 3) Para P1 = {5,6} S: – fronteira inferior (fi) - São 5 para {5} e {6} mas apenas 4 comuns: – 15; 25; 35; 45 e 55 – 16; 26; 36; 46 e 66 – Comuns: 1, 2, 3 e 4. – fronteira inferior Máxima (fiM) = 4 = s1. O único elemento que satisfaz a condição de fiM ( si, s1si) é o 4. 4 1 3 5 2 6 26 26 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 51 4.1. Reticulados Exemplo 4.2.b - Dado S ao lado: 4) Para P1 = {2,6} S: – fronteira inferior (fi) - São 5 para o ele- mento {6} e uma para o elemento {2}: – 66; 46; 36; 26 e 16 – 22 – Comum: apenas o elemento 2. – fronteira inferior Máxima (fiM) = 2 = s1. Já que á a única fronteira inferior si candidata a fiM, e vale sis1. 4 1 3 5 2 6 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 52 4.1. Reticulados Decorrência das Definições 4.4.1 e 4.4.2 - Dado um conjunto parcialmente ordenado (S, ), o li- mite mínimo (lm) e o Limite Máximo (LM), se existirem, são únicos. Decorrência das Definições 4.4.4 e 4.4.6 - Dado o subconjunto P S, sendo S um conjunto par- cialmente ordenado (S, ), a fronteira inferior Máxima (fiM) e a Fronteira Superior mínima (FSm) se existirem, são únicas. 27 27 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 53 4.1. Reticulados Definição 4.1 - Reticulado - É um conjunto par- cialmente ordenado (S, ), de modo que, para si S e sk S o subconjunto P = {si, sk} possui uma fronteira inferior Máxima (fiM) e uma Fronteira Superior mínima (FSm). Definição 4.2 - Reticulado Distributivo - É um reticulado que obedece às propriedades: si (sj sk) = (si sj) (si sk) si (sj sk) = (si sj) (si sk) © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 54 4.1. Reticulados Definição 4.3 - Reticulado Complementado - É um reticulado onde si S existe ~si tal que: si ~ si = lm e si ~ si = LM Teorema 4.2 - Se um reticulado é distributivo e complementado ao mesmo tempo, então ~si é único. Operação que calcula a fiM do subconjunto dos dois elementos. Operação que calcula a FSm do subconjunto dos dois elementos. 28 28 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 55 4.1. Reticulados Exemplo 4.3 - Um reticulado é uma estrutura com uma ordem parcial envolvida. Portanto pode-se representar por um Diagrama de Hasse. S = {1,2,5,7,10,14,35,70} e R = MDC (s1,s2) = s1 [R vai implicar em que mmc(s1,s2) = s2] 72 5 70 10 35 10 1 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 56 4.1. Reticulados Definição 4.4 - Um reticuladoque é distributivo e complementado define uma Álgebra Booleana: B = (S, , , ~, , ) onde: = LM (as vezes denotado por: {S},S,) = lm (as vezes denotado por: ,�,I,0 e são únicos e De modo que para si P S e sk P S: = fiM(si, sk) = FSm(si, sk) dado si ~ si é único 29 29 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 57 4.1. Reticulados Álgebra Booleana como da def. 4.4- Propriedades: P1 - Limite Máximo e limite mínimo: a) si lm = lm e si LM = si b) si LM = LM e si lm = si P2 - Complemento: si si = lm e si si = LM P3 - Distributiva: a) si (sl sk) = (si sl) (si sk) b) si (sl sk) = (si sl) (si sk) P4- Comutativa: si sk = sk si e si sk = sk si © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 58 4.1. Reticulados Teorema 4.3 - Seja uma Álgebra Booleana como a da definição 4.4. Para esta vale: Se si sk = lm E si sk = LM Então sk = ~si Prova: sk lm = sk (P1b) sk = sk lm sk = sk si si(P2a) sk = (sk si) sk si(P3b) sk = (si sk) sk si(P4b) sk = LM sk si(pelas hipóteses) sk = sk si LM (P4a) sk = sk si(P1a) [1] 30 30 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 59 4.1. Reticulados Prova (continuação): ~si lm = ~si (P1b) ~si = si lm ~si = ~si si sk(pelas hipóteses) ~si = (~si si) si sk(P3b) ~si = LM si sk(P2b) ~si = si sk LM (P4a) ~si = si sk (P1a) ~si = sk si(P4b) [2] Portanto de [1] e de [2] vem: [1] = sk sisk = ~si = sk si [2] C.Q.D. © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 60 4.1. Reticulados Teorema 4.4 - Seja uma Álgebra Booleana como a da definição 4.4. Para esta valem: 1-) Se si sk = si Então si sk = sk 2-) Se si sk = sk Então si sk = si 3-) Se si sk = sk Então ~si sk = LM 4-) Se ~si sk = LM Então si sk = sk 5-) Se ~si sk = LM Então si ~sk = lm 6-) Se si ~sk = lm Então ~si sk = LM 31 31 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 61 4.2. Subálgebras Definição 4.5 - Uma operação “fechada” sobre elementos de um conjunto S é uma operação que devolve apenas valores que pertencem a S. Definição 4.6 - A Álgebra Booleana B1 = (P, , , ~, , ) é uma subálgebra de B = (S, , , ~, , ) se ocorrer: P S e = LM P e = lm P Para si P e sk P as operações: si sk e si sk e ~si são fechadas em P © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 62 4.2. Subálgebras Exemplo 4.4 - Juntando ao exemplo 4.3 as definições: (s1 s2) = MDC (s1,s2); (s1 s2) = mmc(s1,s2); ~si = 70/si; = lm = 1; = LM = 70. Tem-se que a Álgebra Booleana B = (S, , , ~, , ) pode ter as seguintes subálgebras: Bi = ({1,70} , , , ~, 1, 70) Bj = ({1,2,35,70} , , , ~, 1, 70) Bk = ({1,5,14,70} , , , ~, 1, 70) Bl = ({1,7,10,70} , , , ~, 1, 70) 32 32 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 63 4.2. Subálgebras Teorema 4.5 - Toda subálgebra de uma Álgebra Booleana é também uma Álgebra Booleana. Teorema 4.6 - A partir das propriedades LM e lm, complemento, distributiva e comutativa (P1,P2,P3 e P4) pode-se demonstrar as seguintes: P5 - Idempotência - si si = si e si si = si P6 - Associativa - si (sj sk) = (si sj) sk P7 - Absorção - si (si sk) = si ; si (si sk) = si P8 - Involução - ~(~si) = si P9 - De Morgan - ~(sjsk) = ~sj~sk ; ~(sjsk) = ~sj~sk P10 - Modularidade - si[sj(sisk)] = si; (sisj) (sisk) © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 64 4.2. Subálgebras Teorema 4.7 - Se as operações , e ~ de uma Álgebra Booleana satisfazem as propriedades de P1 a P10 estas operações serão fechadas em P S, para = LM P e = lm P se: e ~ são fechadas em P ou e ~ são fechadas em P Resultado útil: Para provar que Bi é uma subálge- bra de B basta provar que duas das três opera- ções são fechadas. 33 33 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 65 5. Álgebra de Chaveamento Definição 5.1 - Seja xi uma variável de Chaveamento, isto é, uma variável que representa os estados de uma chave (“aberta” ou “fechada”) por meio dos valores 0 e 1. Sejam n variáveis de chaveamento x1, x2, ..., xn, que definem funções de chaveamento (F.C.) distintas. A sêxtupla “({F.C.}, , , ~, 0t, 1t)” é uma Álgebra Booleana, onde: – {F.C.} = {f0, f1, ... , fm} é o conjunto das funções de chaveamento possíveis para “n” variáveis lógicas. – 0t = f0 = Função correspondente a chaves abertas. – 1t = fm = Função correspondente a chaves fechadas. n m 221 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 66 5. Álgebra de Chaveamento A sêxtupla “({F.C.}, , , ~, 0t, 1t)” é uma Álgebra Booleana, onde (continuação): – é a operação lógica “E” (denotada por “.”). – é a operação lógica “OU” (denotada por “+”). – ~ é a operação lógica “NÃO”. – Valem as propriedades P1 a P10 enunciadas anteriormente. Em vista disto pode-se encontrar o reticulado distributivo e complementado que a representa, onde fi + fj = FSm(fi, fj) e fi . fj = fiM(fi, fj). 34 34 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 67 5. Álgebra de Chaveamento [Contradições] [Tautologias] [Contingências] f0(0000) f1(0001)f8(1000) f12(1100) f14(1110) f15(1111) f7(0111) f3(0011) f13(1101) f11(1011) f5(0101)f10(1010) f4(0100) f2(0010) f9(1001) f6(0110) [Contingências] © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 68 5. Álgebra de Chaveamento No diagrama de Hasse do reticulado da Álgebra de Chaveamento podem ser observadas algumas propriedades interessantes: 1-) Dados fi e fj se os índices i e j somam quinze (i+j = 15) então fi = ~fj. Exemplo: f4 = 0100 e f11 = 1011. 2-) Qualquer função de chaveamento pode ser expressa em termos da operação “+” (FSm) sobre as funções: f1 = 0001, f2 = 0010, f4 = 0100 e f8 = 1000 3-) Qualquer função de chaveamento pode ser expressa em termos da operação “.” (fiM) sobre as funções: f7 = 0111, f11 = 1011, f13 = 1101 e f14 = 1110 35 35 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 69 5. Álgebra de Chaveamento: Funções para duas variáveis x2 0 0 1 1 x1 0 1 0 1 f2 0 0 1 0 f0 0 0 0 0 f1 0 0 0 1 f3 0 0 1 1 f4 0 1 0 0 f5 0 1 0 1 f6 0 1 1 0 f7 0 1 1 1 f10 1 0 1 0 f8 1 0 0 0 f9 1 0 0 1 f11 1 0 1 1 f12 1 1 0 0 f13 1 1 0 1 f14 1 1 1 0 f15 1 1 1 1 ~ x2 x1. + Λ V ~x2~x1 ~ ~Λ ~ ~ V ~+ Absurdo (contradição) Tautologia ~ ~. Se “traduzimos” esta tabela da verdade das funções de chaveamento para a linguagem das expressões das funções de chaveamento, em termos de suas variáveis, obtemos nodiagrama de Hasse uma representação mais fácil de ler. © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 70 5. Álgebra de Chaveamento 0 x1x2~x1 ~ x2 ~x2 x2 ~x1+~x2 x1+ x2 1 x1x2 x1+ ~x2 ~x1+ x2 ~x1 x1 x1.~x2 ~x1.x2 x1x2 0 x1x2~x1 ~ x2 ~x2 x2 ~x1+~x2 x1+ x2 1 x1x2 x1+ ~x2 ~x1+ x2 ~x1 x1 x1.~x2 ~x1.x2 x1x2 36 36 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 71 5. Álgebra de Chaveamento Sob esta nova representação do diagrama de Hasse: [1] f1 = x1.x2, f2 = ~x1.x2, f4 = x1.~x2 e f8 = ~x1.~x2 Da definição de átomo: fk {F.C.} (fk f0) tal que para fi {F.C.} ocorre fi . fk = f0 ou fi . fk = fk. Os átomos do diagrama anterior {f1, f2, f4, f8} não podem ser obtidos pela operação de FSm sobre nenhuma outra função e denominam-se mintermos. [2] f7= x1+x2, f11= ~x1+x2, f13= x1+~x2 e f14= ~x1+~x2 Por outro lado as funções {f7, f11, f13, f14} não podem ser obtidos pela operação de fiM sobre nenhuma outra função e denominam-se maxtermos. © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 72 5. Álgebra de Chaveamento 0 x1.x2~x1 ~ x2 ~x1+~x2 x1 + x2 1 x1+~x2 ~x1 + x2 x1.~x2 ~x1 . x2 f14 = M3 = = f7 = M0 = f11 = M1 = f2 = m2 = f1 = m3 f13 = M2 = f4 = m1 = f8 = m0 = f1(0001)f8(1000) f14(1110) f7(0111) f13(1101) f11(1011) f4(0100) f2(0010) 0 x1.x2~x1 ~ x2 ~x1+~x2 x1 + x2 1 x1+~x2 ~x1 + x2 x1.~x2 ~x1 . x2 f14 = M3 = = f7 = M0 = f11 = M1 = f2 = m2 = f1 = m3 f13 = M2 = f4 = m1 = f8 = m0 = f1(0001)f8(1000) f14(1110) f7(0111) f13(1101) f11(1011) f4(0100) f2(0010) 37 37 © Andrade, Corrêa, Gomi e Margi 2.013 < Complementos de Álgebra Booleana > PCS 2215 Sistemas Digitais I 73 Bibliografia Fernández, Gregório;; Saez Vacas, Fernando;; “Fundamentos de Informática”, Alianza Editorial, Colección Alianza Informática, 1.987. Gersting, Judith L.;; “Fundamentos Matemáticos Para a Ciência da Computação”, LTC - Livros Técnicos e Científicos Editora S. A., 1.995. Harrison, Michael A.;; “Introduction To Switching and Automata Theory”, McGraw-Hill Book Company, 1.965. Hill, Frederic and Peterson, Gerald;; “Introduction To Switching Theory and Logical Design”, John Wiley Sons, 1.974. Johnsonbaugh, Richard;; “Discrete Mathematics”, 3ª Edição, Macmillan Publishing Company, 1.993. Mendelson, Elliott;; “Álgebra Booleana e Circuitos de Chaveamento”, Coleção Schaum, Editora McGraw-Hill, 1.977. Ranzini, Edith;; “Notas de Aula de PEL 213”, Apostila, EPUSP, 1.985. Tremblay, J. P. and Monohar, R.;; “Discrete Mathematical Structures With Applications to Computer Science”, McGraw-Hill, 1.975.
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