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' .. 7 ' h •. INTERVEN\~O COMPORTAMENTAL NA CLINICA * Sonia dos Santos Castanheira* * FAFICH UFMG A Terapia Comportamental (T.c.) parece ter sua origem conceitual em 1920, na famosa experiencia dE! Watson e Rayner com o pequeno Albert e em 1924, com Mary Cover Jones, no tratamento de fobias de criarn;as. · Depois dos trabalhos sabre neuroses expe rimentais produzidas nos. laborat6rios de Pavlov, no comec;o do seculo XX, Wolpe e outros estudiosos passaram a investigar a nE!urose experimental em animais e humanos, a dessensibilizac;ao sistematica e o contraco ndicionamento com pacientes neur6ticos, torna hdo os prindpios comportamentais objeto de observac;oes experimentais cada vez mais bem controladas (Wolpe, 1973, 1983}. Segundo alguns autores, as rafzes da T.C. remonta m a muitas escolas de pensamento, a metodologia contraposta , a sistemas filos6ficos e te6ricos diversos, a pafses distintos ea lfderes diferentes. Todavia, ha concordancia de que as pedras angulares e estruturais da atual T.C. foram o condicionamento classico de Pavlov, o behaviori smo metodol6g ico de Watson; o condicionamento instrumental de Thorndike e o operante de Skinner (Caballo, 1996; Barcellos e Haydu, 1995) . *Texto proferido na Mesa Redonda: Forma~ao do Terapeuta, realizada durante o "Seminario de Analise do Comportamento", no Unicentro Newton Paiva, em 2/6/2001. .. Mestre em Psicologia - Professora Assistente e Supervisora de estagio dinico do Oepartamento de Psicologia da UFMG. E-mail: soniacst@terra.com.br Hist orica mente, o termo Terapia Comportamenta l foi introduzido, de modo mais ou menos independente, por t res grupos de pesquisadores: em 1953, Lindsley, Skinner, Solomon e Richards empregaram o condicionamento operante a problemas clfnicos de pacientes psic6ticos hospitalizados, com o termo de T.C. Em 1959, Eysenck defi nia a T.C. de fo rma mais ampla, como sendo a ap licac;ao das modernas teorias de aprendizagem no t ratamento de disturbios psicol6gicos, e sua definic;ao compreendia o condicionamento clas_sico, o operante e a modelac;ao. Contudo, antes disto, em 1958, na Africa do Su l, Lazarus patenteou, de forma i ndependente, o te rmo T.C., para referir-se ao fato de acrescentar procedimentos objetivos de labo rat6rio a psicoterapia tradiciona l e e, em gra nde parte, 0 responsavel pelo uso atual (Caballo, 1996). Na decada de 60, tornou-se muito evidente o contraste entre a aplicac;ao de estudos e de pesquisas funda mentados nos para?igmas o~e ra nte (mais diversificado) e respondente (mais restnto). A onentac;ao respondente era direcionada cada vez mais pa ra intervenc;oes em sit uac;oes cl1nicas com pacientes externos, enfocando os comportamentos net1r6ticos e a uti lizac;ao de tecnicas que procu rava m reduzi r a ansiedade dos indivfduos. Por exe mplo, em 1960, Eysenck uti lizava tecnicas de intervenc;ao com ini bic;ao recf proca e o contraco ndicionamen to gradativo da a·nsiedade (defendendo a exposic;ao di reta do indivfduo aos estlmulos) e, em 1966, Wolpe aplicava a dessensibilizac;ao sistematica em pacientes f6bicos (e le desenvolveu um tratamento no qual o cliente imaginava e falava sabre os estf mu los ameac;adores) . Tanto Wolpe quanta Eyse nck con cordavam com Watson que as emoc;oes eram sujeitas ao condicio nament o classico e que os dist urbios emocionais e fisiol6gicos podiam ser eliminados segundo este modelo. Por outro lado, a orientac;ao operante baseava-se no pressuposto de que 0 comportamento dos organismos e func;ao direta do ambiente e que o melhor Lugar para modificar o comportamento- problema e o_pr6prio ~m~ier]!e_11atu ral em que ele ocorre. A abordagem com portamental cresce u par meio dos esfo rc;os de in umeros pesquisadores e clfnicos estudiosos. Trazendo o ambiente para a Linha de frente da ciencia do comportamento, eles demonstraram sua re le- vancia para a analise de situac;oes humanas sim ples e complexas. Esta abordagem, hoje tambem chamada Tera pia Analftico- Comportamental, tern coma base a Ana lise do Co mportamento e co mo fi losofia o Behaviorismo Radical. E uma li nha te rapeutica que se baseia nos prindpios da aprendizagem operante. Estes prindpios 89 90 podem produzir mudan<;as no comportamento humano, tornando-o mais funcional. o que significa interven<;ao comportamental na clinica? Ou, o que faz um terapeuta comportamental que o distingue de outros psicoterapeutas? E diftcil esta resposta e nao se pode deduzi-la de relatos clinicos publicados na literatura, pois estes representam apenas uma pequena e, as vezes, tendenciosa amostra do que realme nte acontece nos consult6rios dos terapeutas comportamentais. Segundo Meyer (comunica<;ao pessoal, 22-25/8/1990), nao existe uma unica defi ni<;ao de T.C., mas quatro niveis de ·analise que, em conjunto, formam o paradigma da Analise do Comportamento de Hayes, ou do Behaviorismo Radical de Skinner. 1- 0 nivel tecnol6gico, no qual se faz uso de tecnicas derivadas de pesquisas realizadas. Nao basta aplica r procedimentos operantes para ser considerado terapeuta comportamental e nao acreditar que sen- timentos nao sao causas de comportamentos observaveis ou que o ambiente afeta o comportamento; 2- 0 nivel metodo l6gico, no qua l se faz a analise funcional de contingencias; 3- 0 nivel conceitual, em que o analista deve conhecer e aplicar, mesmo que assistematica mente, os prindpios do comportamento e 4- 0 nivel filos6fico, em que se rejeita o mentalismo. A T.C. torno u-se, se m duvida, o movimento mai s importante dentro da psicologia clinica nas ultimas decadas. 'com um enfoque novo e diferente de doen<;a mental, ela rompeu com os modos e os metodos de abordagens tradicionais anteriores. Hoje, o termo doen<;a mental e substituido por transtorno comportamental e tem-se, na clinica, uma pratica derivada da analise experimental do comportamento, que oferece uma grande diversidade de proce di mentos de interven<;ao para encarar estes t ra nstorn os, chamada 111odifica<;ao do comportamento (Caballo, 1996). Segundo Yates (1975), o fator critico do rompimento ent re as duas abordagens de atendimento clinico foi a substitui<;ao do diagn6sti co psiquiatri co pelo modelo comportamental. No primeiro, os transtornos de comportamento sao considerados enfer- midades para as quais: (1) faz-se uma investiga<;ao clinica; (2) da-se enfase ao diagn6stico; encontra-se uma etiologia (crent;as de que existem causas subjacentes espedficas das doen<;as mentais); (3) procede-se ao tratamento, 0 progn6stico e (4) a avalia<;ao final. No modelo comportamental, o com po rtamen t o desajustado OU inadequado e vista COmO resultado da intera<;ao da pessoa com o ambiente a sua volta e representa o resultado compreensivel da hist6ria de refor<;amento do individuo. Aqui, o terapeuta come<;a por fazer 1- a analise funcional do comportarnento; 2- a sele<;ao do comportamento de interesse; 3- a modifica<;ao do comportamento-problema e 4- a avalia<;ao do resultado. E importante ressaltar que o modelo comportamental traz, subjacente, uma questao fundamental que e a importancia da teoria na pratica clinica. Inicialmente e por algum tempo, a T.C. ficou conhecida pela utilizat;ao destas tecnicas espedficas e foi confundida com a modifica<;ao do comportamento, bastante difundida e utilizada nos anos 70 (Quadro 1). Esta forma de trabalh o utilizava os prindpios comportamentais e as tecnicas como instrumento para modifica r a conduta das pessoas, manipulando va riaveis e modificando o ambiente dos individuos, muitos deles internados em hospitais psiquiatricos. Estes procedim entos sao baseados em conceitos operacionalmente definidos, em principios experimentalmente vali da dos e, atualment e, seu uso s6 e estabelecido ap6s t estes sistematicos que demonstrem sua efetividade.Alem disso, o terapeuta comportamental pr~ocupa-se em escolher a(s) tecnica(s) depois que efetua uma cuidadosa analise funcional (seu metodo de avalia<;ao clinica) que identifique e descreva cla ra mente o t ranstorno do comportamento e suas rela<;6es com variaveis do meio ambiente (Range; Gorayeb e outros, 1995). Fazer uma interven<;ao clinica comportamental adequada en vo lve nao s6 a mudan<;a de alguns co mportamentos, mas, e principalmente, a descoberta das contingencias que os mantem. Para isto, E! indis pe nsavel qu e o te 1·apeuta operacionalize o comportamento de interesse, co mpreendendo sob que controles 0 individuo responde e que aspectos devem ser mudados para melhorar suas dificuldades (Baptistussi; Oelitti, 2000). Um clinico comportamental de format;ao adequada nao escolhe qualquer tecnica sem antes ~fetuar uma apurada anatise funcional que identifique e descreva com clareza o disturbio do com portamento e suas rela<;oes com as variaveis do ambiente (Range; Gorayeb, 1995). Ele realiza esta analise defini ndo com precisao o comportamento de interesse; identificando e descrevendo o efeito comportamental; identificando as rela<;oes entre as variaveis do ambiente e de outros comportamentos com o comportamento-alvo;. fazendo e, por fim, testando as predit;oes sabre os resultados da 91 92 manipula~ao dessas variaveis sobre o comportamento de interesse (Matos, 1999) . Alem disso, para que uma interven~ao seja bem sucedida e necessario nao apenas utilizar um procedimento de modifica\ao do comportamento, mas decidir corretamente sobre as ocasi6es adequadas para seu uso e coma interpretar seus efeitos. A necessidade de uma analise funcional dos compor- tamentos desenvolveu-se em meio as criticas relacionadas ao uso destas tecnicas de modifica~ao de comportamento, porque elas eram caracterizadas pela solu\ao de problemas imediatos, pela rapidez da terapia e pela confiabilidade na rela~ao procedimentos-resultados (Baptistussi, 2000). Fazer analise funcional significa, para o terapeuta comportamental, identificar as variaveis contextuais, a ntecedentes e conseqiientes dos comportamentos, considerando os aspectos funcionais e topograficos das respostas. Fazer analise funcional e, antes de tudo, procurar identificar a fun~ao de uma determinada resposta, definindo que contingencias estao mantendo este ou aquele com portamento. Segundo Matos (19~9), "niio existe comportamento 'patol6gico' para o analista comportamental; se ele ocorre, e porque de alguma maneira e/e e funcional, tern um valor de sobrevivencia ... Por exem- plo, o comportamento de auto-agressiio niio e considerado coma uma manifesta(:iio de um processo psic6tico, e, sim, um conjunto de respostas que permitem o acesso, pelo indivfduo, a conseqiiencias importantes para ele: conse- qiiencias senson'ais, conseqiiencias sociais, conseqiiend- as como bem tangfveis, ou conseqiiendas como a evita(:iio de eventos desagradaveis (pag. 13). Fazer analise funcional significa, tambem, utiliza~la no levantamento de hip6teses, na observa\ao do comportamento do cliente na sessao, no planejamento do tratamento, na manuten~ao e na generaliza\ao das mudan\as comportamentais. A procura destas variaveis das quais 0 comportamento e fun~ao e que distingue a pratica do terapeuta-analista do comportamento de outras praticas, tambem importantes, em psicologia. Uma grande diferen\a a ser considerada entre o modificador de comportamento e o terapeuta comportamental e que este nao manipula as contingencias do cotidiano de seu cliente como o modificador de comportamento o faz. Nao ha uma mera aplica~ao de tecnicas, mas uma investiga~ao dos problemas apresentados pelo cliente e uma defini~ao de um programa de interven~ao individualizado (Meyer, em Lettner, 1988), pois, muitas vezes, a tecnologia a servi\o do terapeuta pode ou nao se adequar ao caso . 0 terapeuta comportamenta l privi legia a pr6pria situa~ao terapeutica coma ambiente natural, modelando os comportamentos verbais do cliente que surgem durante as sess6es e analisa ndo as contingencias interpessoais entre ele e o cliente, em fun~ao dos problemas deste ultimo. 0 clfnico-analista do comportamento acredita que 0 pr6prio cliente constr6i grande parte de seu ambiente, ou seja, que ele cria as contingencias das quais seu comportamento e fun~ao e e porque se comporta que os efeitos de seu comportamento o afetam. 0 terapeuta ere, tambem, que ele faz parte das conti ngencias de vida do cliente e que influencia suas respostas atraves dos efeitos que elas tern sobre o comportamento dele - terapeuta (Banaco, 1997; Guilhardi e Queiroz, 1997). Agindo desta forma, o terapeuta comportamental tenta entender as dificuldades comportamentais do indivfduo, desenvolve um programa de tratamento apropriado e se ajusta ao cliente, ao inves de o cliente se ajustar a sua tecnologia. Alem disso, testa e retesta hip6teses ate que as VI e VD relevantes sejam precisamente identificadas. 56 entao ele desenvolve um programa de modifica\ao de comportamento ~propriado (Lettner; Range; 1988) . Lipp (em Range e cols., 1995) chama aten~ao para o fato de que, "na escolha da tecnica deve-se considerar: (1) a eficdcia do mesma; (2) se ela se baseia em princfpios te6ricos estabe/ecidos; (3) a rela(:iio vantagens-desvantagens; (4) as implica(oes a tango prazo; (5) a coerencia com as normas culturais; (6) a possibilidade de a mesma ser incorporada na rotina da pessoa e (7) a aceita(iio do paciente e do seu meio ao uso da tecnica. Quando tecnicas aversivas forem uti/izadas, etas devem ser definidas operacionalmente; ser explicadas e aceitas pelo paciente e/ou responsdvel e o terapeuta deve estar convencido de que o comportamento que se estd tentando eliminar gera conseqiiencias mais negativas do que a tecnica aversiva a ser implementada': A Terapia Comportamental parte das necessidades das pessoas de melhorar sua s vidas, em lidar melhor com o controle coercitivo e em libertar-se daquilo que mais lhes incomoda ou prejudica. As principais metas dos terapeutas analistas do compor- 93 94 tamento sao: buscar uma compreensao adequada das dificuldades do cliente, propor estrategias e realizar uma intervenc;a'o cuidadosa baseada na analise funcional do co mportamento (Baptistussi, 2000). Eles tern, tambem, coma objetivo levar o cliente a auto-observac;ao e ao autoconhecimento, oferecendo uma melhor qualidade de vida e uma independencia maior para a resoluc;ao de problemas futuros (Guilhardi e Quei roz, 1997). Finalizando, lembramos Wielenska (2000), quando ela aponfa que a intervenc;ao comportamental passou a ocupar, com competencia, espac;os institucionais diversos {clfnica-hospitais- escolas-empresas) e a atender populac;oes variadas. Segundo esta autora, isto e resultado das condic;oes criadas pelos analistas do comportame nto que, cada vez mais, apresentam novas alternativas de investigac;ao e de intervenc;ao em contextos especificos, e que superam, a todo instante e sem perder a qualidade, os li mites que vive o momenta cientffico. REFERENCIAS BJBLIOGRAFICAS Banaco, R. {1997). Auto-regras e patologia comportamental. In 0. Zamignani (Org.), Sabre Comportamento e Cognir;ao - a aplica- r;ao da analise do comportamento e da terapia cognitivo- comportamental no hospital geral e nos transtornos psiquiatricos. Santo Andre: ESETec Editores Associados. Baptistussi, M. C. {2000). Bases te6ricas para o born atendi me nto em clfnica comportamental. In R. C. Wielenska (Org.), Sabre Compartamento e Cognir;ao - questionando e ampliando a teoria nos intervenr;oes clfnicas e em outros contextos. Santo Andre: ESETec Editores Associados. Barcellos, A. 8., & Haydu, V. B. {1995). Hist 6ria da Psicoterapia Comportamenta l. In B. Range {Org.), Psicoterapia Comportamentale Cognitivo - pesquisa, pratica, aplicar;oes e problemas. 1 ed. Campinas: Editorial Psy. Caballo, V. E. (Org.). (1996). Manual de Tecnicas de Terapia e Modifi- car;aa· do Comportamento. 1 ed. Sao Paulo: Livra ria Ed. Santos. Delitti, M. {1997). Analise funcional: o comportamento do cliente coma foco da analise funcional. In M. Delitti (Org.), Sabre Comportamento e Cognir;ao - a pratica da anolise do comportamento e da terapia cognitivo-comportamental. Santo Andre: ESETec Editores Associados. Gui lhardi, H.J., & Queiroz, P. P. (1997). A analise fu ncional no contexto terapeutico. In M. Delitti (Org.), Sabre Comportamento e Cognir;ao - a pratica do analise do comportamento e do terapia cognitivo- comportamental. Santo Andre: ESETec Editores Associados. Lettner, H. W., & Range, B. P. (1998). Manual de Psicoterapia Comportamental. 1 ed. Sao Paulo: Manole. Matos, M. A. (1999, Setembro/Dezembro). Analise funcional do com- portamento. Revista Estudos de Psicologia - PUC-Campinas, vol. 16, 3, 8-18. - Range, 8., Gorayeb, R., & cols. (1995). Glossario de Tecnicas. In 8. Range (Org.), Psicoterapia Comportamental e Cognitiva de Trans- tornos Psiqui6tn·cos. Sao Paulo: Psy Editora. Wielenska, R. C. (2000) . In R. C. Wielenska (Org), Sabre Comportamento e Cognir;ao-questionando e ampliando a teoria nos intervenr;oes c/fnicas e em outros contextos. Santo Andre: ESETec Editores Associados. Texto de apresentac;ao da Coletanea. Wolpe, J. (1983). Pratico da Terapia Comportamental. 5 ed. Sao Pau- lo: Editora 8rasiliense. Yates, A. J. (1975). Theory and Practice in Behavior Therapy . N.Y.: Wisley-i nterscience Publication. 95 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 11 .. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25 . 26. 27. 28. 29. 30. 31. 32. 33. 34. 35. 36. 37. 38. 39. 40. 41. 42. 43. 44. 45. 46. 47 . 48. 49. 96 QUADRO 1 - GLOSSARIO DE TECNICAS COMPORTAMENTAIS Adapta~ao de: (Range, B.; Gorayeb, R.; Lettner, H. W.; Oliveira, C. M. F.; Souza, C. R.; Concei~ao, 0. B.; Poser, N. - 1995) Relacionamento terapeuta-cliente 50. Biofeedback Analise funcional 51. Treinamento de habilidades sociais Linha de base 52. Treino de inocula1ao de estresse Linha de base mliltipla 53. Ensaio comportamental Revers3o a linha de base 54. Tratamento da enurese por despertador Seguimento (follow·up) 55. Treinamento do controle da bexiga Registro de comportamento 56. lnten~ao Paradoxa l Refor~amento positivo 57. Preven1ao de respostas Exti n~ao 58. Inversao de habito Refo r1amento continuo (CRF) 59. Foco sensorial Refor1amento intermitente 60. Tecnica d.i compressao Resistencia a extin1ao 61. Recondicionamento org.istico Modelagem 62. Terapia sexual conjunta Refor~amento diferencial 63. Dessensibiliza1ao masturbat6ria Priva~ao 64. Dilatadores Hegar Sacia,ao 65. Parada no pensamento (thought- Refor~amento condicionado stopping) Refor~adores generalizadbs 66. Familia instrutora Refor,amento simb6lico 67. Imagina~ao emotiva Economia de fichas (Tokens) 68. Terapia racional-emotiva Discrimina(ao 69. Registro de pensamentos Generaliza,ao disfuncionais Esmaecimento (Fading out) 70. Terapia cognitiva Pais como agentes de mudan~a 71 . Desperson.iliza,ao Autocontrole 72. Redu(ao da dissonancia cognitiva Contrato de contingencias 73. Contesta,iio Controle aversivo 74. Manejo de sabotagens Puni,ao e Time out 75. Introdu,ao de perspectiva hist6rica Refor~amento negativo 76 . Checklist Frustra~ao 77 . Reestrutura(ao de esquemas Condicionamento respo ndente disfu ncionais subjacentes Extin,ao respondente 78. Extin~ao de encobertos Co ntracond iciona men to 79. Reestrutura~ao cognitiva operante Dessensibiliza(ao sistematica 80. Decatastrofiza~ao Dessensibiliza(ao ao vivo 81. Treine auto-instrucional Oessensibiliza~iio auto-administrada 82. Treinamento de proje,ao no futuro Exposi,ao gradual 83. Graficos e registros Relaxamento muscular progressive 84. Concentra1ao/distra~ao Relaxamento aplicado 85. Raciocinio sequencial/correlacional/ Resistencia a frustra(fo anal6gico Trcinamento assertivo 86. Analise de erros l6gicos Modela(iio 87. Decentramento Oramatiza,ao (role-playing) 88. Desligar Inunda,ao (flooding) 89. Repeti,ao Pratica negativa 90. Tecnica do "como se" Habitua,ao (adapta,ao) 91. Reatribui,ao Supressao de resposta (ansiedade) 92. Ponto-e-contra ponto Principio de Premack 93. Modelos de enfrentamento Feedback auditivo atrasado (DAF) 94. Exposi,ao interoceptiva A ANALISE FUNCIONAL NA CLINICA COMPORTAMENTAL 1,2 Marco Antonio Amaral Chequer3 UN IVA LE PUC-SP A analise funcional do comportamento verii sendo adotada coma o modelo de analise da terapia comportamental. No relato de terapeutas comportamentais, e comu m a afirma~ao de que e feita analise funcional dos comportamentos de seus clientes. Nessa perspectiva, vem serido apresentada na literatura analises funcionais de comportamentos ta nto de terapeuta quanta de cliente, em contexto clf nico (Delitti, 1997; Guilha rdi e Queiroz, 1997; Otero, 1997; Ingberman, 1997; Yano, 1997; Wielenska, 2000; Kerbauy, 2000). Este texto pretende faze r uma discussao te6rica sobre Interven~ao Comportamental na Clfni ca, a partir do modelo de analise de contingencias (analise fu ncional do comportamento), tendo coma pressuposto que a analise funcional na clfnica refere-se aos compor- tamentos do terapeuta de analisar os comportamentos emitidos pelo cliente e o seu pr6prio (ver Kohle nberg e Tsai, 1991). 0 texto foi organizado em quatro t6picos. 0 primeiro faz uma breve discussao do conceito de analise funciona l enquanto metodo de uma ciencia do comportamento e sua possfvel rela~ao com a clinica comportamental. : Versiio modificada de palestra apresentada na Mesa Redonda Interven,ao Comportamental na Wnica, durante o SeminArio de AnA lise Comportamento promovido pelo Unicentro Newton de Paiva, em Belo Horizonte, nos dias 1 e 2 de Junho de 2001.. 1 0 autor agradece ao Professor Joao Carlos Muniz Martinelli pela revisao deste texto. ' Nucleo de Estudos em Analise do Comportamento e PrAtica Cultural (AC-PC). Professor Assistente na Universidade Vale do Rio Dace {UNIVALE) e Mestrando em Psicologia Experimental: Analise do Comportamento na PUC-SP. 8
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