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08 - Intervenção Comportamental na Clínica (CASTANHEIRA, Sonia dos Santos)

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' .. 
7 
' h •. 
INTERVEN\~O COMPORTAMENTAL NA CLINICA * 
Sonia dos Santos Castanheira* * 
FAFICH 
UFMG 
A Terapia Comportamental (T.c.) parece ter sua origem 
conceitual em 1920, na famosa experiencia dE! Watson e Rayner com 
o pequeno Albert e em 1924, com Mary Cover Jones, no tratamento 
de fobias de criarn;as. · 
Depois dos trabalhos sabre neuroses expe rimentais 
produzidas nos. laborat6rios de Pavlov, no comec;o do seculo XX, Wolpe 
e outros estudiosos passaram a investigar a nE!urose experimental em 
animais e humanos, a dessensibilizac;ao sistematica e o 
contraco ndicionamento com pacientes neur6ticos, torna hdo os 
prindpios comportamentais objeto de observac;oes experimentais cada 
vez mais bem controladas (Wolpe, 1973, 1983}. 
Segundo alguns autores, as rafzes da T.C. remonta m a 
muitas escolas de pensamento, a metodologia contraposta , a sistemas 
filos6ficos e te6ricos diversos, a pafses distintos ea lfderes diferentes. 
Todavia, ha concordancia de que as pedras angulares e estruturais 
da atual T.C. foram o condicionamento classico de Pavlov, o 
behaviori smo metodol6g ico de Watson; o condicionamento 
instrumental de Thorndike e o operante de Skinner (Caballo, 1996; 
Barcellos e Haydu, 1995) . 
*Texto proferido na Mesa Redonda: Forma~ao do Terapeuta, realizada durante o "Seminario 
de Analise do Comportamento", no Unicentro Newton Paiva, em 2/6/2001. 
.. Mestre em Psicologia - Professora Assistente e Supervisora de estagio dinico do Oepartamento 
de Psicologia da UFMG. E-mail: soniacst@terra.com.br 
Hist orica mente, o termo Terapia Comportamenta l foi 
introduzido, de modo mais ou menos independente, por t res grupos 
de pesquisadores: em 1953, Lindsley, Skinner, Solomon e Richards 
empregaram o condicionamento operante a problemas clfnicos de 
pacientes psic6ticos hospitalizados, com o termo de T.C. Em 1959, 
Eysenck defi nia a T.C. de fo rma mais ampla, como sendo a ap licac;ao 
das modernas teorias de aprendizagem no t ratamento de disturbios 
psicol6gicos, e sua definic;ao compreendia o condicionamento 
clas_sico, o operante e a modelac;ao. Contudo, antes disto, em 1958, 
na Africa do Su l, Lazarus patenteou, de forma i ndependente, o te rmo 
T.C., para referir-se ao fato de acrescentar procedimentos objetivos 
de labo rat6rio a psicoterapia tradiciona l e e, em gra nde parte, 0 
responsavel pelo uso atual (Caballo, 1996). 
Na decada de 60, tornou-se muito evidente o contraste 
entre a aplicac;ao de estudos e de pesquisas funda mentados nos 
para?igmas o~e ra nte (mais diversificado) e respondente (mais 
restnto). A onentac;ao respondente era direcionada cada vez mais 
pa ra intervenc;oes em sit uac;oes cl1nicas com pacientes externos, 
enfocando os comportamentos net1r6ticos e a uti lizac;ao de tecnicas 
que procu rava m reduzi r a ansiedade dos indivfduos. Por exe mplo, 
em 1960, Eysenck uti lizava tecnicas de intervenc;ao com ini bic;ao 
recf proca e o contraco ndicionamen to gradativo da a·nsiedade 
(defendendo a exposic;ao di reta do indivfduo aos estlmulos) e, em 
1966, Wolpe aplicava a dessensibilizac;ao sistematica em pacientes 
f6bicos (e le desenvolveu um tratamento no qual o cliente imaginava 
e falava sabre os estf mu los ameac;adores) . Tanto Wolpe quanta 
Eyse nck con cordavam com Watson que as emoc;oes eram sujeitas ao 
condicio nament o classico e que os dist urbios emocionais e 
fisiol6gicos podiam ser eliminados segundo este modelo. 
Por outro lado, a orientac;ao operante baseava-se no 
pressuposto de que 0 comportamento dos organismos e func;ao direta 
do ambiente e que o melhor Lugar para modificar o comportamento-
problema e o_pr6prio ~m~ier]!e_11atu ral em que ele ocorre. A abordagem 
com portamental cresce u par meio dos esfo rc;os de in umeros 
pesquisadores e clfnicos estudiosos. Trazendo o ambiente para a Linha 
de frente da ciencia do comportamento, eles demonstraram sua re le-
vancia para a analise de situac;oes humanas sim ples e complexas. 
Esta abordagem, hoje tambem chamada Tera pia Analftico-
Comportamental, tern coma base a Ana lise do Co mportamento e co mo 
fi losofia o Behaviorismo Radical. E uma li nha te rapeutica que se 
baseia nos prindpios da aprendizagem operante. Estes prindpios 
89 
90 
podem produzir mudan<;as no comportamento humano, tornando-o 
mais funcional. 
o que significa interven<;ao comportamental na clinica? 
Ou, o que faz um terapeuta comportamental que o distingue de outros 
psicoterapeutas? E diftcil esta resposta e nao se pode deduzi-la de 
relatos clinicos publicados na literatura, pois estes representam apenas 
uma pequena e, as vezes, tendenciosa amostra do que realme nte 
acontece nos consult6rios dos terapeutas comportamentais. 
Segundo Meyer (comunica<;ao pessoal, 22-25/8/1990), 
nao existe uma unica defi ni<;ao de T.C., mas quatro niveis de ·analise 
que, em conjunto, formam o paradigma da Analise do Comportamento 
de Hayes, ou do Behaviorismo Radical de Skinner. 
1- 0 nivel tecnol6gico, no qual se faz uso de tecnicas derivadas de 
pesquisas realizadas. Nao basta aplica r procedimentos operantes para 
ser considerado terapeuta comportamental e nao acreditar que sen-
timentos nao sao causas de comportamentos observaveis ou que o 
ambiente afeta o comportamento; 
2- 0 nivel metodo l6gico, no qua l se faz a analise funcional de 
contingencias; 
3- 0 nivel conceitual, em que o analista deve conhecer e aplicar, 
mesmo que assistematica mente, os prindpios do comportamento e 
4- 0 nivel filos6fico, em que se rejeita o mentalismo. 
A T.C. torno u-se, se m duvida, o movimento mai s 
importante dentro da psicologia clinica nas ultimas decadas. 'com 
um enfoque novo e diferente de doen<;a mental, ela rompeu com os 
modos e os metodos de abordagens tradicionais anteriores. Hoje, o 
termo doen<;a mental e substituido por transtorno comportamental 
e tem-se, na clinica, uma pratica derivada da analise experimental 
do comportamento, que oferece uma grande diversidade de 
proce di mentos de interven<;ao para encarar estes t ra nstorn os, 
chamada 111odifica<;ao do comportamento (Caballo, 1996). 
Segundo Yates (1975), o fator critico do rompimento 
ent re as duas abordagens de atendimento clinico foi a substitui<;ao 
do diagn6sti co psiquiatri co pelo modelo comportamental. No 
primeiro, os transtornos de comportamento sao considerados enfer-
midades para as quais: (1) faz-se uma investiga<;ao clinica; (2) da-se 
enfase ao diagn6stico; encontra-se uma etiologia (crent;as de que 
existem causas subjacentes espedficas das doen<;as mentais); (3) 
procede-se ao tratamento, 0 progn6stico e (4) a avalia<;ao final. 
No modelo comportamental, o com po rtamen t o 
desajustado OU inadequado e vista COmO resultado da intera<;ao da 
pessoa com o ambiente a sua volta e representa o resultado 
compreensivel da hist6ria de refor<;amento do individuo. Aqui, o 
terapeuta come<;a por fazer 1- a analise funcional do comportarnento; 
2- a sele<;ao do comportamento de interesse; 3- a modifica<;ao do 
comportamento-problema e 4- a avalia<;ao do resultado. E importante 
ressaltar que o modelo comportamental traz, subjacente, uma questao 
fundamental que e a importancia da teoria na pratica clinica. 
Inicialmente e por algum tempo, a T.C. ficou conhecida 
pela utilizat;ao destas tecnicas espedficas e foi confundida com a 
modifica<;ao do comportamento, bastante difundida e utilizada nos 
anos 70 (Quadro 1). Esta forma de trabalh o utilizava os prindpios 
comportamentais e as tecnicas como instrumento para modifica r a 
conduta das pessoas, manipulando va riaveis e modificando o 
ambiente dos individuos, muitos deles internados em hospitais 
psiquiatricos. Estes procedim entos sao baseados em conceitos 
operacionalmente definidos, em principios experimentalmente 
vali da dos e, atualment e, seu uso s6 e estabelecido ap6s t estes 
sistematicos que demonstrem sua efetividade.Alem disso, o terapeuta 
comportamental pr~ocupa-se em escolher a(s) tecnica(s) depois que 
efetua uma cuidadosa analise funcional (seu metodo de avalia<;ao 
clinica) que identifique e descreva cla ra mente o t ranstorno do 
comportamento e suas rela<;6es com variaveis do meio ambiente 
(Range; Gorayeb e outros, 1995). 
Fazer uma interven<;ao clinica comportamental adequada 
en vo lve nao s6 a mudan<;a de alguns co mportamentos, mas, e 
principalmente, a descoberta das contingencias que os mantem. Para 
isto, E! indis pe nsavel qu e o te 1·apeuta operacionalize o 
comportamento de interesse, co mpreendendo sob que controles 0 
individuo responde e que aspectos devem ser mudados para melhorar 
suas dificuldades (Baptistussi; Oelitti, 2000). 
Um clinico comportamental de format;ao adequada nao 
escolhe qualquer tecnica sem antes ~fetuar uma apurada anatise 
funcional que identifique e descreva com clareza o disturbio do 
com portamento e suas rela<;oes com as variaveis do ambiente (Range; 
Gorayeb, 1995). Ele realiza esta analise defini ndo com precisao o 
comportamento de interesse; identificando e descrevendo o efeito 
comportamental; identificando as rela<;oes entre as variaveis do 
ambiente e de outros comportamentos com o comportamento-alvo;. 
fazendo e, por fim, testando as predit;oes sabre os resultados da 
91 
92 
manipula~ao dessas variaveis sobre o comportamento de interesse 
(Matos, 1999) . Alem disso, para que uma interven~ao seja bem 
sucedida e necessario nao apenas utilizar um procedimento de 
modifica\ao do comportamento, mas decidir corretamente sobre as 
ocasi6es adequadas para seu uso e coma interpretar seus efeitos. 
A necessidade de uma analise funcional dos compor-
tamentos desenvolveu-se em meio as criticas relacionadas ao uso 
destas tecnicas de modifica~ao de comportamento, porque elas eram 
caracterizadas pela solu\ao de problemas imediatos, pela rapidez da 
terapia e pela confiabilidade na rela~ao procedimentos-resultados 
(Baptistussi, 2000). Fazer analise funcional significa, para o terapeuta 
comportamental, identificar as variaveis contextuais, a ntecedentes 
e conseqiientes dos comportamentos, considerando os aspectos 
funcionais e topograficos das respostas. Fazer analise funcional e, 
antes de tudo, procurar identificar a fun~ao de uma determinada 
resposta, definindo que contingencias estao mantendo este ou aquele 
com portamento. 
Segundo Matos (19~9), 
"niio existe comportamento 'patol6gico' para o analista 
comportamental; se ele ocorre, e porque de alguma maneira 
e/e e funcional, tern um valor de sobrevivencia ... Por exem-
plo, o comportamento de auto-agressiio niio e considerado 
coma uma manifesta(:iio de um processo psic6tico, e, sim, 
um conjunto de respostas que permitem o acesso, pelo 
indivfduo, a conseqiiencias importantes para ele: conse-
qiiencias senson'ais, conseqiiencias sociais, conseqiiend-
as como bem tangfveis, ou conseqiiendas como a evita(:iio 
de eventos desagradaveis (pag. 13). 
Fazer analise funcional significa, tambem, utiliza~la no 
levantamento de hip6teses, na observa\ao do comportamento do 
cliente na sessao, no planejamento do tratamento, na manuten~ao e 
na generaliza\ao das mudan\as comportamentais. A procura destas 
variaveis das quais 0 comportamento e fun~ao e que distingue a 
pratica do terapeuta-analista do comportamento de outras praticas, 
tambem importantes, em psicologia. 
Uma grande diferen\a a ser considerada entre o 
modificador de comportamento e o terapeuta comportamental e que 
este nao manipula as contingencias do cotidiano de seu cliente como 
o modificador de comportamento o faz. Nao ha uma mera aplica~ao 
de tecnicas, mas uma investiga~ao dos problemas apresentados pelo 
cliente e uma defini~ao de um programa de interven~ao individualizado 
(Meyer, em Lettner, 1988), pois, muitas vezes, a tecnologia a servi\o 
do terapeuta pode ou nao se adequar ao caso . 0 terapeuta 
comportamenta l privi legia a pr6pria situa~ao terapeutica coma 
ambiente natural, modelando os comportamentos verbais do cliente 
que surgem durante as sess6es e analisa ndo as contingencias 
interpessoais entre ele e o cliente, em fun~ao dos problemas deste 
ultimo. 0 clfnico-analista do comportamento acredita que 0 pr6prio 
cliente constr6i grande parte de seu ambiente, ou seja, que ele cria as 
contingencias das quais seu comportamento e fun~ao e e porque se 
comporta que os efeitos de seu comportamento o afetam. 0 terapeuta 
ere, tambem, que ele faz parte das conti ngencias de vida do cliente e 
que influencia suas respostas atraves dos efeitos que elas tern sobre o 
comportamento dele - terapeuta (Banaco, 1997; Guilhardi e Queiroz, 
1997). 
Agindo desta forma, o terapeuta comportamental tenta 
entender as dificuldades comportamentais do indivfduo, desenvolve 
um programa de tratamento apropriado e se ajusta ao cliente, ao 
inves de o cliente se ajustar a sua tecnologia. Alem disso, testa e 
retesta hip6teses ate que as VI e VD relevantes sejam precisamente 
identificadas. 56 entao ele desenvolve um programa de modifica\ao 
de comportamento ~propriado (Lettner; Range; 1988) . 
Lipp (em Range e cols., 1995) chama aten~ao para o 
fato de que, 
"na escolha da tecnica deve-se considerar: (1) a eficdcia do 
mesma; (2) se ela se baseia em princfpios te6ricos 
estabe/ecidos; (3) a rela(:iio vantagens-desvantagens; (4) 
as implica(oes a tango prazo; (5) a coerencia com as normas 
culturais; (6) a possibilidade de a mesma ser incorporada 
na rotina da pessoa e (7) a aceita(iio do paciente e do seu 
meio ao uso da tecnica. Quando tecnicas aversivas forem 
uti/izadas, etas devem ser definidas operacionalmente; ser 
explicadas e aceitas pelo paciente e/ou responsdvel e o 
terapeuta deve estar convencido de que o comportamento 
que se estd tentando eliminar gera conseqiiencias mais 
negativas do que a tecnica aversiva a ser implementada': 
A Terapia Comportamental parte das necessidades das 
pessoas de melhorar sua s vidas, em lidar melhor com o controle 
coercitivo e em libertar-se daquilo que mais lhes incomoda ou 
prejudica. As principais metas dos terapeutas analistas do compor-
93 
94 
tamento sao: buscar uma compreensao adequada das dificuldades 
do cliente, propor estrategias e realizar uma intervenc;a'o cuidadosa 
baseada na analise funcional do co mportamento (Baptistussi, 2000). 
Eles tern, tambem, coma objetivo levar o cliente a auto-observac;ao e 
ao autoconhecimento, oferecendo uma melhor qualidade de vida e 
uma independencia maior para a resoluc;ao de problemas futuros 
(Guilhardi e Quei roz, 1997). 
Finalizando, lembramos Wielenska (2000), quando ela 
aponfa que a intervenc;ao comportamental passou a ocupar, com 
competencia, espac;os institucionais diversos {clfnica-hospitais-
escolas-empresas) e a atender populac;oes variadas. Segundo esta 
autora, isto e resultado das condic;oes criadas pelos analistas do 
comportame nto que, cada vez mais, apresentam novas alternativas 
de investigac;ao e de intervenc;ao em contextos especificos, e que 
superam, a todo instante e sem perder a qualidade, os li mites que 
vive o momenta cientffico. 
REFERENCIAS BJBLIOGRAFICAS 
Banaco, R. {1997). Auto-regras e patologia comportamental. In 0. 
Zamignani (Org.), Sabre Comportamento e Cognir;ao - a aplica-
r;ao da analise do comportamento e da terapia cognitivo-
comportamental no hospital geral e nos transtornos psiquiatricos. 
Santo Andre: ESETec Editores Associados. 
Baptistussi, M. C. {2000). Bases te6ricas para o born atendi me nto 
em clfnica comportamental. In R. C. Wielenska (Org.), Sabre 
Compartamento e Cognir;ao - questionando e ampliando a teoria 
nos intervenr;oes clfnicas e em outros contextos. Santo Andre: 
ESETec Editores Associados. 
Barcellos, A. 8., & Haydu, V. B. {1995). Hist 6ria da Psicoterapia 
Comportamenta l. In B. Range {Org.), Psicoterapia 
Comportamentale Cognitivo - pesquisa, pratica, aplicar;oes e 
problemas. 1 ed. Campinas: Editorial Psy. 
Caballo, V. E. (Org.). (1996). Manual de Tecnicas de Terapia e Modifi-
car;aa· do Comportamento. 1 ed. Sao Paulo: Livra ria Ed. Santos. 
Delitti, M. {1997). Analise funcional: o comportamento do cliente coma 
foco da analise funcional. In M. Delitti (Org.), Sabre Comportamento 
e Cognir;ao - a pratica da anolise do comportamento e da terapia 
cognitivo-comportamental. Santo Andre: ESETec Editores Associados. 
Gui lhardi, H.J., & Queiroz, P. P. (1997). A analise fu ncional no contexto 
terapeutico. In M. Delitti (Org.), Sabre Comportamento e Cognir;ao 
- a pratica do analise do comportamento e do terapia cognitivo-
comportamental. Santo Andre: ESETec Editores Associados. 
Lettner, H. W., & Range, B. P. (1998). Manual de Psicoterapia 
Comportamental. 1 ed. Sao Paulo: Manole. 
Matos, M. A. (1999, Setembro/Dezembro). Analise funcional do com-
portamento. Revista Estudos de Psicologia - PUC-Campinas, vol. 
16, 3, 8-18. -
Range, 8., Gorayeb, R., & cols. (1995). Glossario de Tecnicas. In 8. 
Range (Org.), Psicoterapia Comportamental e Cognitiva de Trans-
tornos Psiqui6tn·cos. Sao Paulo: Psy Editora. 
Wielenska, R. C. (2000) . In R. C. Wielenska (Org), Sabre Comportamento 
e Cognir;ao-questionando e ampliando a teoria nos intervenr;oes 
c/fnicas e em outros contextos. Santo Andre: ESETec Editores 
Associados. Texto de apresentac;ao da Coletanea. 
Wolpe, J. (1983). Pratico da Terapia Comportamental. 5 ed. Sao Pau-
lo: Editora 8rasiliense. 
Yates, A. J. (1975). Theory and Practice in Behavior Therapy . N.Y.: 
Wisley-i nterscience Publication. 
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3. 
4. 
5. 
6. 
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QUADRO 1 - GLOSSARIO DE TECNICAS COMPORTAMENTAIS 
Adapta~ao de: (Range, B.; Gorayeb, R.; Lettner, H. W.; Oliveira, C. M. F.; 
Souza, C. R.; Concei~ao, 0. B.; Poser, N. - 1995) 
Relacionamento terapeuta-cliente 50. Biofeedback 
Analise funcional 51. Treinamento de habilidades sociais 
Linha de base 52. Treino de inocula1ao de estresse 
Linha de base mliltipla 53. Ensaio comportamental 
Revers3o a linha de base 54. Tratamento da enurese por despertador 
Seguimento (follow·up) 55. Treinamento do controle da bexiga 
Registro de comportamento 56. lnten~ao Paradoxa l 
Refor~amento positivo 57. Preven1ao de respostas Exti n~ao 58. Inversao de habito 
Refo r1amento continuo (CRF) 59. Foco sensorial 
Refor1amento intermitente 60. Tecnica d.i compressao 
Resistencia a extin1ao 61. Recondicionamento org.istico 
Modelagem 62. Terapia sexual conjunta 
Refor~amento diferencial 63. Dessensibiliza1ao masturbat6ria Priva~ao 64. Dilatadores Hegar 
Sacia,ao 65. Parada no pensamento (thought-
Refor~amento condicionado stopping) 
Refor~adores generalizadbs 66. Familia instrutora 
Refor,amento simb6lico 67. Imagina~ao emotiva 
Economia de fichas (Tokens) 68. Terapia racional-emotiva 
Discrimina(ao 69. Registro de pensamentos 
Generaliza,ao disfuncionais 
Esmaecimento (Fading out) 70. Terapia cognitiva 
Pais como agentes de mudan~a 71 . Desperson.iliza,ao 
Autocontrole 72. Redu(ao da dissonancia cognitiva 
Contrato de contingencias 73. Contesta,iio 
Controle aversivo 74. Manejo de sabotagens 
Puni,ao e Time out 75. Introdu,ao de perspectiva hist6rica Refor~amento negativo 76 . Checklist 
Frustra~ao 77 . Reestrutura(ao de esquemas 
Condicionamento respo ndente disfu ncionais subjacentes 
Extin,ao respondente 78. Extin~ao de encobertos 
Co ntracond iciona men to 79. Reestrutura~ao cognitiva operante 
Dessensibiliza(ao sistematica 80. Decatastrofiza~ao 
Dessensibiliza(ao ao vivo 81. Treine auto-instrucional 
Oessensibiliza~iio auto-administrada 82. Treinamento de proje,ao no futuro 
Exposi,ao gradual 83. Graficos e registros 
Relaxamento muscular progressive 84. Concentra1ao/distra~ao 
Relaxamento aplicado 85. Raciocinio sequencial/correlacional/ 
Resistencia a frustra(fo anal6gico 
Trcinamento assertivo 86. Analise de erros l6gicos 
Modela(iio 87. Decentramento 
Oramatiza,ao (role-playing) 88. Desligar 
Inunda,ao (flooding) 89. Repeti,ao 
Pratica negativa 90. Tecnica do "como se" 
Habitua,ao (adapta,ao) 91. Reatribui,ao 
Supressao de resposta (ansiedade) 92. Ponto-e-contra ponto 
Principio de Premack 93. Modelos de enfrentamento 
Feedback auditivo atrasado (DAF) 94. Exposi,ao interoceptiva 
A ANALISE FUNCIONAL NA CLINICA COMPORTAMENTAL 1,2 
Marco Antonio Amaral Chequer3 
UN IVA LE 
PUC-SP 
A analise funcional do comportamento verii sendo 
adotada coma o modelo de analise da terapia comportamental. No 
relato de terapeutas comportamentais, e comu m a afirma~ao de que 
e feita analise funcional dos comportamentos de seus clientes. Nessa 
perspectiva, vem serido apresentada na literatura analises funcionais 
de comportamentos ta nto de terapeuta quanta de cliente, em contexto 
clf nico (Delitti, 1997; Guilha rdi e Queiroz, 1997; Otero, 1997; 
Ingberman, 1997; Yano, 1997; Wielenska, 2000; Kerbauy, 2000). 
Este texto pretende faze r uma discussao te6rica sobre 
Interven~ao Comportamental na Clfni ca, a partir do modelo de analise 
de contingencias (analise fu ncional do comportamento), tendo coma 
pressuposto que a analise funcional na clfnica refere-se aos compor-
tamentos do terapeuta de analisar os comportamentos emitidos pelo 
cliente e o seu pr6prio (ver Kohle nberg e Tsai, 1991). 0 texto foi 
organizado em quatro t6picos. 0 primeiro faz uma breve discussao do 
conceito de analise funciona l enquanto metodo de uma ciencia do 
comportamento e sua possfvel rela~ao com a clinica comportamental. 
: Versiio modificada de palestra apresentada na Mesa Redonda Interven,ao Comportamental 
na Wnica, durante o SeminArio de AnA lise Comportamento promovido pelo Unicentro 
Newton de Paiva, em Belo Horizonte, nos dias 1 e 2 de Junho de 2001.. 
1 0 autor agradece ao Professor Joao Carlos Muniz Martinelli pela revisao deste texto. 
' Nucleo de Estudos em Analise do Comportamento e PrAtica Cultural (AC-PC). Professor 
Assistente na Universidade Vale do Rio Dace {UNIVALE) e Mestrando em Psicologia 
Experimental: Analise do Comportamento na PUC-SP. 
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