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_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Curso de Administração – FCN 1 UM ESTUDO SOBRE A APLICABILIDADE DO MÉDODO DO MARCO LÓGICO EM UM PROJETO SOCIAL DA REGIÃO METROPOLITANA DO VALE DO PARAÍBA Larissa Matos Pereira Faculdade Canção Nova larissa_mprosa@hotmail.com Prof Marcelo Pereira de Andrade Faculdade Canção Nova marcelopereiraandrade@hotmail.com Resumo O Marco Lógico é uma ferramenta para planejamento, implementação e avaliação de projetos que pode ser utilizado, em qualquer tipo de empresa, porém muito eficaz em organizações sociais. Este trabalho tem por objetivo analisar a aplicabilidade do Marco Lógico em uma organização social da região metropolitana do Vale do Paraíba, visando mensurar a responsabilidade social do projeto e a eficácia da ferramenta na organização. A análise se dará por meio de revisão teórica sobre as origens e funcionamento do Marco Lógico e conceitos de responsabilidade social e sua importância, e por meio de entrevista para coleta de dados, a fim de pontuar os dados coletados com os dados teóricos. Palavras-chave: Matriz do Marco Lógico, Responsabilidade Social, organização social, gestão de projeto social. Abstract The Logical Mark it is a tool for planning, implementation and evaluation of projects that can be used, at any kind of organization, but very effective in social organizations. This article aims to analyze the applicability of logical mark in a social organization at Metropoli- tan Region of Vale do Paraiba, aiming to measure the social responsibility of the project and the tool effectiveness in the organization. The analysis is based in a theoretical review about the origins and operation of logical mark and concepts of social responsibility and its im- portance, as well as using an interview, to point the data collected with theoretical data. Key-Words: Logical Mark Matrix, Social Responsibility, Social Organization, Social Project Management. _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Curso de Administração – FCN 2 INTRODUÇÃO A Responsabilidade Social tem apresentado uma importância muito grande nos últimos anos e atingiu um crescimento considerável no Brasil e no mundo. É notável a expansão do tema nos dias atuais, difundido não só nas empresas, mas também nas pessoas. As organizações sociais, ainda que sejam filantrópicas, ganharam um vasto espaço no mercado, tanto que existem redes e federações sociais porque a necessidade pede e por conta disso, continuarão crescendo e se desenvolvendo cada dia mais. Porém as organizações sociais necessitam de uma gestão diferente da gestão de uma empresa comercial comum, de acordo com Goldstein (2007), a gestão de uma empresa social difere da gestão de uma empresa comum, “o grande desfio é encontrar ferramentas práticas, simples e adequadas que tornem a gestão transparente e eficiente, sem anular suas especificidades, sua flexibilidade e sua inevitável subjetividade” (GOLDSTEIN, 2007, p. 94). Um desafio que está sendo enfrentado por diversas organizações sociais, o qual serviu de motivo para a criação da nova lei do Marco Regulatório das organizações da sociedade civil a fim de introduzir um a aperfeiçoamento jurídico e organizacional que todas as instituições filantrópicas devem se adequar. Algumas empresas estão conhecendo e iniciando a utilização de ferramentas e metodologias para planejamento de projetos, porém outras ainda não o fazem. A tendência é que, por conta da implantação da nova lei, as organizações passem a utilizar uma das ferramentas para o processo de planejamento, implementação e avaliação de projetos por ser um processo que precisa acontecer em todos os projetos, mas exige uma profissionalização maior dos membros para isto, que é algo que está em débito. Existem algumas ferramentas/metodologias indicadas para utilização em projetos sociais: o método ZOPP (Planejamento de Projetos Orientado por Objetivos), o LogFRAME (Logical Framework), o PCM (Project Cycle Managment) e Planejamento Estratégico Situacional (PES) e a Metodologia do Marco Lógico, etc. A metodologia a ser apresentada neste artigo é a Metodologia do Marco Lógico, demonstrada em uma instituição filantrópica situada na região metropolitana do Vale do Paraíba, com o objetivo de analisar a aplicabilidade da ferramenta na organização. A relevância do tema se dá devido à sua riqueza e relevância para as organizações sociais do mercado atual, devido a importância que o mesmo tem para a sociedade e devido à obrigatoriedade da nova lei do Marco Regulatório das Organizações Civis, na qual todas as organizações devem se adequar, uma vez que diversas, _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Curso de Administração – FCN 3 ou a maioria das organizações sociais auxiliam no crescimento e desenvolvimento da sociedade, trazendo impactos positivos. Desta forma, será realizada uma pesquisa, por meio de entrevista, em uma organização social sem fins lucrativos, situada na região do Vale do Paraíba, para coleta de dados e analise, com o objetivo de, através dos dados, verificar se é viável ou não a utilização da ferramenta na gestão de um projeto social. I. A METODOLOGIA DO MARCO LÓGICO O Marco Lógico é um método utilizado para planejamento estratégico, implementação e monitoramento de projetos, orientado pelos objetivos, que é algo desafiador, porém inevitável na rotina das organizações, principalmente as organizações sociais. Ela possibilita uma avaliação um pouco mais profunda e detalhada de um projeto, a comunicação dos resultados atingidos, a alocação dos recursos necessários e o estabelecimento dos passos futuros. (JUNIOR, 2012, p. 30) O Banco Mundial Acrescenta: O marco lógico é uma ferramenta para facilitar o processo de conceitualização, elaboração, execução e avaliação de projetos. Seu objetivo é dar estrutura ao processo de planejamento e informação essencial relativa ao projeto. Pode ser utilizado em todas as etapas de preparação do projeto: programação, identificação, orientação, análise, apresentação perante os comitês de revisão, execução e avaliação ex-post. (BANCO MUNDIAL, 2004, p. 1) O método começou a ser desenvolvido, entre os anos de 1969 e 1970, especificamente para aplicação em projetos de desenvolvimento social, motivado pela USAID (Agência dos Estados Unidos para Desenvolvimento Internacional), que constatou a dificuldade em tornar suas iniciativas efetivas e, por meio da análise de um rol de projetos da ocasião, se deparou com o seguintediagnóstico (JUNIOR, 2012, p. 30). Segundo Goldstein, a) o planejamento dos projetos sociais era impreciso, com objetivos vagos e nem sempre relacionados às atividades previstas; b) a responsabilidade pela execução de cada etapa não costumava estar clara; c) e a avaliação tendia à subjetividade, já que não havia consenso quanto aos objetivos e responsabilidades. (Goldstein, 2007, p. 95) Além disso, “sem um início devidamente organizado, as avaliações eram, comumente, causadoras de confusão em vez de conceberem medidas construtivas para melhoria dos projetos”. (JUNIOR, 2012, p. 31) _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Curso de Administração – FCN 4 Desta forma, pretendendo superar essas dificuldades, a USAID contratou dois consultores, Leon Rosenberg e Lawrence Posner, ambos da Practical Concepts Inc, que apoiados em diversos métodos do MBO (Managed by Objectives – Gerenciamento por Objetivos), elaboraram uma metodologia de teor científico, denominada LFA – Logical Framework Approach, podendo ser traduzido para o Português como Método do Quadro Lógico. (JUNIOR, 2012) Junior (2012) afirma que a grande melhoria do MQL ocorreu no final dos anos 1970, quando a Agência Alemã de Cooperação Técnica – Deutsche Gesellschaft Für Technische Zusammenarbeit (GTZ), atualmente nominada GIZ, passou a utilizar o MQL como ferramenta de suporte às suas iniciativas de cooperação. Os resultados foram positivos, porém ao mesmo tempo, observou-se a necessidade de maior participação e diálogo entre as equipes da empresa e entre a empresa e seus beneficiários. Desta forma, no começo dos anos 80 a empresa de consultoria Team Technologies, contratada pela GIZ, agregou as características requeridas pelo BMZ, e criou o método ZOPP (Zielorientierte Projekt Planung – Planejamento de Projeto Orientado para Objetivos). Diversos métodos derivados foram adotados e desenvolvidos. A utilização maciça do MQL também se confirmou em muitas organizações, muitas dessas organizações passaram a utilizar o método ZOPP. A diferença entre o ZOPP e o MQL é que o MQL utiliza como fundamento principal a participação dos principais stakeholders, orientados por facilitadores. A evolução dos dois conceitos os tornou semelhantes, pois ao longo do tempo, as observações e inovações de um foram agregando o outro. O ZOPP é a evolução do MQL. (JUNIOR, 2012) O Método do Quadro lógico ou matriz de marco lógico tem sido utilizado de diversas maneiras por quase todas as principais agências de cooperação internacional, tais como a ONU (Organização das Nações Unidas), USAID (United States Agency for International Development), UNICEF e Banco Mundial, SIDA (Agência Sueca de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento), ENAP (Escola Nacional de Administração Pública), entre outras mais. O marco lógico consiste numa matriz 4x4, quatro colunas. 1) Resumo Narrativo de Objetivos; 2) Indicadores para acompanhamento; 3) Fontes de dados e 4) Pressupostos Relevantes, e quatro linhas a) Objetivo Superior; b) Objetivo do Projeto; c) Produtos e d) Atividades, na qual as colunas cruzam horizontalmente com cada item das linhas. O marco lógico deve ser elaborado um para cada objetivo do projeto, se tiver mais de um objetivo, deve ser elaborado mais de um marco lógico. (PENTEADO. Www2.ufba.br) (IDALGO; MARIGA; NAZZARI; PARIS, Apud POSSAMAE FILHO, 2003). _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Curso de Administração – FCN 5 A descrição sumária ou resumo narrativo é a descrição geral do objetivo conforme cada item das linhas. Os indicadores verificáveis são formulados como metas, da mesma forma baseados nos itens das linhas, são indicadores de objetivos, que tornam específicos os resultados esperados, os indicadores dos produtos (componentes), que são descrições breves dos estudos, treinamento e obras físicas, gerados pelo projeto, e os indicadores de atividades, que se correspondem pelo orçamento do projeto. As fontes de verificação ou meios de verificação são o que indicam ao executor ou avaliador onde é possível obter informação necessária para a construção dos indicadores. Os pressupostos relevantes são os fatores que envolvem riscos a cada projeto em vários aspectos, ou seja, fatores que podem fazer com que o mesmo fracasse. O objetivo superior é a descrição da solução de um problema que se tenha diagnosticado. O objetivo do projeto é o resultado esperado ao fim de execução do projeto no qual cada projeto deve ter um único objetivo. Os produtos ou resultados são os componentes a serem produzidos para aquele objetivo, como por exemplo, os estudos a serem realizados, materiais para consultas, obras e treinamentos, como um método; e por fim, as atividades que são as tarefas que devem ser cumpridas para produzir (PENTEADO. Www2. ufba.br). É possível visualizar como se funciona a construção, no modelo de elaboração da matriz no quadro 1. Quadro 1 – Modelo de Matriz de Marco Lógico. ___ ___ ___ Descrição Sumária Indicadores Verificáveis Meios de verificação Pressupostos Relevantes (fatores de risco) Objetivo Superior Quadro 1A Quadro 2A Quadro 3ª Quadro 4ª Objetivo do Projeto Quadro 1B Quadro 2B Quadro 3B Quadro 4B Produtos Quadro 1C Quadro 2C Quadro 3C Quadro 4C Atividades Quadro 1D Quadro 3D Quadro 3D Quadro 4D Fonte: GOLDSTEIN, 2007. PENTEADO, Www2.ufba.br. – Adaptação própria. Abaixo um exemplo de aplicação da matriz, em uma empresa de transporte, para melhor compreensão, na figura 1: _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Curso de Administração – FCN 6 Figura 1. Fonte: Prof. Oswaldo Barbosa, 2012. (http://pt.slideshare.net/) É possível observar a importância do uso de uma linguagem específica, a fim de aumentar a precisão das informações e com isso, diminuir o risco de interpretações diferentes. Os resultados, objetivos e indicadores devem ser formulados no presente, como se já estivesse acontecendo. É muito importante ser realista na definição de objetivos ou resultados, formulando como se já tivesse sido alcançado, pois assim é mais fácil avaliar a capacidade que a equipe tem de produzi-los. (BARBOSA, 2012) A utilização do Quadro Lógico proporciona para a organização diversas vantagens em relação ao processo de implementação de um projeto, na qual mostram a relevância da matriz. Gondstein afirma: a) hierarquiza os elementos em cada coluna (a importância aumenta de baixo para cima); b) explicita a relação lógica dos elementos de uma mesma linha (elementos à esquerda condicionamaqueles à sua direita); c) prevê os riscos envolvidos em cada nível que precisam ser monitorados; d) valoriza o papel da avaliação do projeto; e) pode ser utilizada em todas as fases do ciclo de vida (planejamento, implementação e avaliação). (GOLDSTEIN, 2007, p. 95) O Banco Central acrescenta que a metodologia do marco lógico proporciona uma série de vantagens sobre enfoques menos estruturados, dentre elas: A) Provê uma terminologia uniforme que facilita a comunicação e que serve para reduzir ambiguidades; b) Provê um formato para chegar a acordos precisos acerca dos objetivos, metas e riscos do projeto, compartilhados pelo Banco, pelo tomador do empréstimo e pelo executor do projeto; c) Fornece um temário analítico comum que pode ser utilizado pelo tomador do empréstimo, pelos consultores e pela equipe de projeto para se elaborar tanto o projeto quanto o relatório de projeto; d) Enfoca o trabalho técnico nos aspectos críticos e pode reduzir consideravelmente os _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Curso de Administração – FCN 7 documentos de projeto; e) Fornece informações para organizar e preparar de forma lógica o plano de execução do projeto; f) Fornece informações necessárias para a execução, o monitoramento e a avaliação do projeto; g) Proporciona uma estrutura para expressar, num único quadro, as informações mais importantes sobre um projeto. (BANCO MUNDIAL, 2004, p. 1-2) A metodologia do marco lógico traz inúmeras vantagens ao processo de planejamento de projetos, por isso, o uso da ferramenta é de grande interesse para toda a organização, uma vez que auxilia fortemente a gestão no planejamento de projetos organizacionais, quanto mais efetiva é a demonstração dos projetos, mais atrairá investimentos. Para tanto, torna-se necessário a simulação da aplicação da ferramenta para mensurar a responsabilidade social da organização juntamente com o processo de planejamento de projetos. II. A RESPONSABILIDADE SOCIAL Responsabilidade Social é uma questão muito praticada pelas empresas, pois é um termo que atingiu uma importância considerável ao longo dos anos, perante a sociedade. De acordo com a autora Goldstein (2007, p. 7) “desde a década de 1980, o tema Responsabilidade Social vem ganhando espaço tanto no mundo corporativo quanto nos meios acadêmicos”, podendo citar como exemplo os estudantes e universitários, que futuramente gestores e diretores, trarão consigo algo que deverá ser aplicado em suas empresas, sejam elas de grande, médio ou pequeno porte, considerando o fato de que a sociedade cobra e espera isso das empresas nos dias atuais. As empresas são frequentemente citadas em relação ao tema da Responsabilidade Social, por ser algo importante e necessário em qualquer empresa do mercado atual. Percebe- se que as pessoas valorizam mais as empresas que estão envolvidas com a RS (Responsabilidade Social), até porque as empresas usufruem da natureza, do espaço e da contribuição das pessoas para se manter, e conforme o conceito de Carrol, citado por Barbieri e Cajazeira (2009), “a Responsabilidade Social das empresas compreende as expectativas econômicas, legais, éticas e filantrópicas que a sociedade tem em relação às organizações em dado período” (2009, p. 53), DIAS (2012) acrescenta, A RS evoluiu e se converteu em movimento estrutural de transformação da empresa. É um movimento cultural que está em seu início e que apresenta um novo tipo de _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Curso de Administração – FCN 8 empresa, novas formas de ser e fazer, que é consequência de exigências da sociedade e que remete, também, a uma nova relação com os poderes públicos. Assim, a RS tem essa força derivada das novas exigências sociais, que também são políticas na medida em que os poderes públicos reforçam suas pressões para que assumam maiores responsabilidades públicas. (DIAS, 2012, p. 7) Ou seja, a RS pode ser dita como a contribuição da empresa para a sociedade, pois a sociedade contribui com o crescimento da empresa. Por conta disso, a RS se tornou algo necessário, que a empresa precisa praticar para garantir o seu lugar no mercado atual, muitas vezes é praticada como uma alavanca para o marketing, mas também é algo que auxilia no desenvolvimento de muitas regiões do país, principalmente em áreas mais pobres, como por exemplo, os projetos sociais da Fundação Bradesco1, espalhados por todo o Brasil, e da Fundação João Paulo II2, situada na região do Vale do Paraíba, que auxiliam jovens e crianças no aprendizado e em pequenas especializações, e abrem as portas para o emprego. É importante perceber que não é somente uma questão de marketing, mas uma razão de sobrevivência das empresas, até porque demonstra maturidade e responsabilidade por parte da empresa, a empresa é socialmente aceita, acarreta menos processos judiciais, menos ações trabalhistas, etc. A palavra “responsabilidade”, substantivo derivado da palavra “responder”, no dicionário Aurélio (2000, p. 602) significa “Responder pelos próprios atos ou pelos de outrem”, no qual também pode ser definida como “obrigação” ou “dever de arcar”. Logo o termo “Responsabilidade social” pode-se afirmar como uma “obrigação e dever de arcar com a sociedade”. Os autores Barbieri e Cajazeira (2009) acrescentam que em termos gerais, a responsabilidade de um agente refere-se à obrigação de responder pelas consequências previsíveis das suas ações em virtude de leis, contratos e normas de grupos sociais ou de sua convicção íntima. A norma brasileira NBR 16001 (2004, p. 3) afirma que a Responsabilidade Social é “a relação ética e transparente da organização com todas as suas partes interessadas, visando o desenvolvimento sustentável”. O Instituto Ethos acrescenta: [...] é a forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais compatíveis com desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para as gerações futuras, respeitando a 1 Projeto EDUCA+AÇÃO, Escola Virtual, Parceiros na Aprendizagem, Cuidando do Futuro, Educar e Aprender, Networking Academy, Voluntariado Educativo, Informática para Deficientes Visuais, Inclusão de deficientes e Bradesco Esportes e Educação. 2 Projeto Geração Nova, Centro de Atendimento Comunitário, Instituto Canção Nova e Companhia de Artes. _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Curso de Administração – FCN9 diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais. (INSTITUTO ETHOS, 2005, p. 25) Observando os conceitos citados acima, é possível chegar a um consenso de que Responsabilidade Social é o dever de arcar com a sociedade, em virtude de leis, contratos e normas, compreendendo as expectativas econômicas, legais, éticas e filantrópicas que a sociedade tem em relação às organizações, mantendo relação ética e transparente entre organização e suas partes interessadas, visando o desenvolvimento sustentável, preservando os recursos ambientais e culturais, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades. De acordo com Albuquerque (2009), os autores Quazi e O'Brien (2000) defendem a existência de duas vertentes da Responsabilidade Social, sendo elas: A) a responsabilidade ampla, que compreende as atividades de negócios que vão além das responsabilidades clássicas econômicas da empresa; b) a responsabilidade estreita, segundo a qual a função objetivo da empresa é basicamente maximização do valor para o acionista. (ALBUQUERQUE, 2009, p. 139) Ambas podem ser detalhadas no quadro 2: Quadro 2 – As duas vertentes da Responsabilidade Social Responsabilidade ampla Visão moderna Prática da RS a longo prazo, contínua, benefício para a empre- sa. Visão filantrópica Prática da RS mesmo que não traga retorno para a empresa. Responsabilidade estreita Visão socioeconômica As ações de RS ajudam na geração de valor da empresa. Visão Clássica As ações sociais não geram valor para a empresa e por isso não devem ser praticadas. Fonte: ALBUQUERQUE (2009, p. 139-140) - Adaptação própria. Barbieri e Cajazeira (2009) citam o conceito de Carrol que divide a responsabilidade social em quatro dimensões, denominado como a Pirâmide da Responsabilidade Social: a) as responsabilidades econômicas remetem ao fato de que a empresa deve ser lucrativa. Essa é a primeira e principal responsabilidade social da empresa, pois, como diz Carrol, antes de qualquer coisa, ela é a unidade econômica básica da sociedade e, como tal, tem a responsabilidade de produzir bens e serviços que a sociedade deseja vendê-los como lucro. Todos os demais papéis que ela vier e desempenhar estão condicionados por estas responsabilidades. Por isso, ela está representada como uma seção na qual a pirâmide se assenta; b) A responsabilidade legal vem em seguida. No momento em que uma sociedade aprova o sistema econômico, permitindo que as empresas assumam seu papel produtivo como parte da efetivação de um contrato social, ela coloca as regras básicas, as leis sob as quais devem operar. A sociedade espera que elas cumpram sua missão econômica dentro de uma estrutura legal. Em outras palavras, significa jogar com as regras do jogo; c) _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Curso de Administração – FCN 10 A terceira dimensão é a responsabilidade ética. Embora as duas primeiras responsabilidades incluam normas éticas, há comportamentos e atividades não cobertos por leis ou aspectos econômicos do negócio, mas que representam expectativas dos membros da sociedade, enquanto a responsabilidade legal se refere à expectativa de atuar conforme a lei, a ética se refere à obrigação e fazer o que é certo e justo, evitando ou minimizando causar danos às pessoas; d) A responsabilidade discrionatária é a quarta dimensão do modelo de Carroll que, diferentemente das demais, ocorre sem sinalização precisa por parte da sociedade, ficando a cargo de escolhas e julgamentos individuais. (BARBIERI; CAJAZEIRA. 2009, p. 54). Desta forma, percebe-se que a pirâmide da Responsabilidade Social traz para o gestor, para o administrador, para as empresas e para o projeto social em si, requisitos importantes para que seja medida a viabilidade de um projeto social de acordo com as expectativas da sociedade, conforme apresentado no quadro 3: Quadro 3 - Pirâmide da Responsabilidade Social de Carrol Tipos de responsabilidades Obrigação Responsabilidades Econômicas Ser lucrativo Responsabilidades Legais Obedecer às leis Responsabilidades éticas Fazer o certo e evitar danos Responsabilidades Filantrópicas Empresa cidadã Fonte: Barbieri e Cajazeira (2009, p. 54) - Adaptação própria. A Responsabilidade Social possui também seis características essenciais, citadas por Dias (2012, p. 53-54) de acordo com pesquisas realizadas pelos pesquisadores Crane, Matten e Spence (2008), sendo elas, A) Voluntariedade [...] diz respeito a atividades que a empresa pratica e que vão além daquelas prescritas pela lei; b) Gerenciamento e internalização de externalidades. [...]por exemplo, as empresas podem ser obrigadas a internalizar o cisto dessas externalizações; c) Orientação voltada para múltiplos stakeholders. Além da responsabilidade para com seus acionistas, as empresas, para prosperar e sobreviver, devem considerar sua relação com vários stakeholders[...]; d) Alinhamento entre as reponsabilidades sociais e econômicas.[...] uma empresa alinhar as responsabilidades sociais e econômicas, para não negligenciar o aspecto de que é uma organização que busca fundamentalmente o benefício econômico e que dá sustentação às demais dimensões (social e ambiental); e) Práticas e valores.[...] Desse modo se discute não só o que as empresas fazem na área social, mas também: por que fazem isso? Baseadas em que valores?; f) Ir além da filantropia [...] Atualmente, o conceito de RS trata do conjunto das operações essenciais da empresa e o seu impacto na sociedade. (DIAS, 2012, p. 53-54) A Responsabilidade Social possui uma relevância considerável, e esta é perceptível diante de todo o crescimento e proporção das práticas nos dias atuais. Isso justifica o nascimento de vários órgãos (ONGs, 3º setor), diversas normas voltadas para o tema e o _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Curso de Administração – FCN 11 nascimento da Economia Social. De acordo com os autores Barbieri e Cajazeira (2005, p. 4), pode-se afirmar que É inegável a importância da responsabilidade social na atualidade, tanto que existe um verdadeiro movimento mundial em torno do tema. Prova disso são as inúmeras iniciativas promovidas por empresas, entidades empresariais, ONGs e órgãos vinculados à ONU. O número crescente de códigos de ética e programas de responsabilidade social e de normas voluntárias como SA8000 AA 1000 e NBR 16001 atestam o vigor desse movimento. Vale mencionar a construção de uma norma de responsabilidade social pela International Organization for Standardization (ISO), a entidade de normalização mais importante da atualidade. (BARBIERI; CAJAZEIRA, 2005.p 4). Percebe-se que a relevância do tema movimentou muitas empresas. Conforme estudos de Machado e outros (2006), citado por Albuquerque (2009, p. 143), os resultados confirmam que Em 176 empresas de grande porte e capital aberto no Brasil que utilizamrecursos naturais abundantes em seus processos produtivos, procuram compensar os impactos negativos das suas atividades fazendo mais investimentos ambientais do que prestação de serviços, para o mercado interno. (ALBUQUERQUE, 2009, P. 143) Assim, cabe afirmar que as empresas se conscientizam cada vez mais sobre sustentabilidade, e o “ser responsável” (AURELIO, 2000, P. 206), também com o meio ambiente. Além disso, as práticas da responsabilidade social podem trazer inúmeros benefícios à organização. Albuquerque (2009) cita alguns benefícios que a Responsabilidade Social gera para as empresas que aderem as práticas, exposto por Martinelli (2009), dentre eles está: A) Valor agregado à sua imagem; b) Desenvolvimento de lideranças mais conscientes e socialmente responsáveis; c) Melhoria do clima organizacional; d) Melhoria da satisfação e motivação dos funcionários; e) Aumento da autoestima de todos os participantes; f) Reconhecimento do orgulho pela participação em projetos sociais, entre outras vantagens. (ALBUQUERQUE, 2009, p. 135) DIAS (2012, p. 91) cita uma pesquisa realizada pelo Instituto de pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), em 2004, que encontrou um aumento na proporção das empresas que atuam na área social. "Entre o final da década de 1990 e 2004, houve um crescimento generalizado na proporção de empresas que declaram realizar algum tipo de ação social para a comunidade. As grandes empresas se mantêm com a maior taxa (94%) de participação em ações sociais comunitárias". (IPEA 2006, DIAS, 2012, p. 91). O autor acrescenta: _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Curso de Administração – FCN 12 A pesquisa destaca a expressiva participação das microempresas (de 1 a 10 empregados): 66% delas ou 410 estabelecimentos deram algum tipo de contribuição à comunidade. Na análise da evolução desse comportamento de atuação socialmente responsável, o crescimento mais expressivo se deu entre as microempresas e entre aquelas de médio porte (101 a 200 empregados), em relação à pesquisa anterior realizada no ano 2000. (DIAS, 2012, p. 91) De acordo com Dias (2012), mais da metade das empresas que realizam atividades sociais voltadas para a comunidade afirmam que o fazem por motivos humanitários e cerca de um quinto dos empresários informa atuar impulsionado por motivos religiosos. Por outro lado, cresceu significativamente a proporção de empresas que declaram atuar em função da demanda de entidades (governamentais ou públicas) e de campanhas públicas. Em geral as empresas realizam suas atividades sociais por meio de doações simultânea de recursos, quer para pessoas ou comunidades carentes (54%), quer para organizações que executam projetos sociais (67%). No entanto, no período analisado, cresce a proporção de empresas que apoiam organizações (comunitárias, filantrópicas ou religiosas), consolidando-se como o principal mecanismo de atuação das empresas privadas na área social. (DIAS, 2012, p. 91) Essa atitude das empresas é, cada vez mais, muito valorizada pela sociedade, conforme mencionado no texto acima. Não é praticada somente por empresas, mas também por cidadãos, conforme Dias (2012) cita no trecho abaixo: Entre os estabelecimentos com mais de 500 empregados, 57% declaram realizar parcerias para atuação na área social, enquanto entre as menores empresas (até 10 funcionários) esse percentual foi de apenas 32%. No caso daquelas empresas que realizam parcerias, destacam-se que 57% atuam junto a organizações sem fins lucrativos, 38% tem as próprias comunidades atendidas como parceiras, 27% aliam- se a outras empresas privadas no desenvolvimento de ações. (DIAS, 2012, p. 91) Outra pesquisa, essa realizada pelo Instituto Ethos em 2008, tendo como objeto as empresas participantes da rede Tear, numa estrutura baseada em nove empresas-âncora de sete setores da economia, que selecionaram entre 15 e 25 empresas de sua cadeia de valor (fornecedores ou clientes) perante as quais assumem o compromisso de ajuda-las a adotar ou ampliar uma gestão socialmente responsável. A pesquisa mostrou que 38% das empresas da rede possuem comitês de RS e 625 delas afirmaram possuir uma política formal nessa área. Além disso, 14% delas afirmaram possuir departamentos de responsabilidade social ou de sustentabilidade. (INSTITUTO ETHOS, 2009). O Instituto Ethos acrescenta: Se, no início do Ethos, o desafio era difundir o conceito de responsabilidade social no Brasil e sensibilizar os empresários, hoje o cenário é outro. O tema já está bastante conhecido. A ideia de transparência e o compromisso com a sociedade já _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Curso de Administração – FCN 13 faz parte do discurso corporativo. Hoje, 435 empresas brasileiras têm ações na Bovespa e, consequentemente, submetem-se aos critérios de governança e de transparência exigidos para a abertura de capital. (INSTITUTO ETHOS, 2008, p. 8) É satisfatório perceber o quanto as empresas prezam a importância das práticas de responsabilidade social no Brasil. No caso a seguir, será analisada uma organização privada sem fins lucrativos (filantrópica), cujo único objetivo da mesma é satisfazer a necessidade do público/cliente sem visar lucro, construindo uma simulação de aplicação do Marco Lógico a fim de obter resultados mensuráveis com a Responsabilidade Social da mesma e com o processo de planejamento de projetos habitual. III. PESQUISA E ANÁLISE DE DADOS - METODOLOGIA DO MARCO LÓGICO E A ORGANIZAÇÃO SOCIAL A fim de comprovar a aplicabilidade da metodologia do marco lógico, foi realizada uma pesquisa na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Guaratinguetá. A APAE é uma escola de educação especial, entidade filantrópica, sem fins lucrativos, que se destina à prevenção, educação, recuperação e/ou habilitação da pessoa com deficiência, atendendo aproximadamente 346 crianças especiais. Atende prioritariamente a pessoa com deficiência mental associado ou não de outra deficiência. A organização possui parcerias com algumas empresas como GoodYear, Guara Motor, Basf e Atlantica Distribuição e Logística e também é certificada ISO 9001(requisitos para sistemas de gestão da qualidade) e está entre as 400 maiores Entidades Beneficentes do país (Www.apaeguaratingueta.com.br). No formato de entrevista, foram feitas perguntas relacionadas a projetos, objetivos e metas da empresa, que seguem no apêndice, com o objetivo de analisar os resultados da entrevista com os dados teóricos, a fim de compara-los e analisar a efetividade de uso da metodologia do marco lógico na elaboração dos projetos da organização. Os projetos da escola são elaborados de acordo com a necessidade dos educandos. Cada área da organização (fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia, terapia) observa e percebe a necessidade da área para os alunos no momento, são muitos projetos, pois as necessidades são muitas, porém o recurso nãoé suficiente para todas, pois a escola sobrevive de doações, então após todas as áreas definirem as necessidades, isso é apresentado para a diretoria da unidade, e esta apresenta para a diretoria geral para que aí sejam filtradas as principais necessidades para a escola (prioridades). _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Curso de Administração – FCN 14 Essa avaliação é dada por alguns critérios para definir qual projeto é mais importante no momento, como por exemplo, a quantidade de alunos que serão beneficiados com determinado projeto. O projeto que for beneficiar maior número de alunos ficará na frente como prioridade para aprovação, e os que beneficiam um número menor não serão vetados, porém, tendo prioridade menor, ficarão guardados para uma próxima oportunidade. Observando os conceitos de Responsabilidade Social citados no segundo capítulo, percebe-se que a escola é uma organização socialmente responsável, pelo fato de que a mesma se preocupa em atingir as necessidades da sociedade, os portadores de necessidades especiais representam cerca de 23,9% da população brasileira, segundo censo demográfico de 2010 do IBGE. A organização se preocupa e se dedica a essa parcela da população, visando sempre suprir as necessidades deles e proporcionar uma vida melhor com chances de maior inclusão social para eles. A organização arca com a sociedade partindo do princípio de que a mesma promove a redução de desigualdades. A organização está em virtude de leis, contratos e normas, e busca compreender as expectativas econômicas, legais, éticas e filantrópicas, mantendo relação ética e transparente entre organização e suas partes interessadas. Após a validação do projeto a organização busca financiamentos por parte de parceiros ou inicia a arrecadação de fundos através de doações. De acordo com os dados da pesquisa, uma das dificuldades do projeto é a questão financeira, e um grande fator que influencia essa questão é a atual situação econômica do país que por estar em fase de crise, dificulta as doações que são o principal meio para a efetivação dos projetos. Ainda assim é perceptível a capacidade da organização de se manter, devido à organização (tanto física como dos processos) e profissionalismo, a diversidade e qualidade nos atendimentos que a fazem se destacar das demais unidades da região, atributos que atraem os investidores. Outra dificuldade apresentada é a dificuldade na profissionalização da elaboração de projetos no aspecto administrativo, decorrente do fato de que a maior parte dos colaboradores da organização é de formação pedagógica e possuem maior bagagem e conhecimento pedagógico do que administrativo. Por conta disso, existe dificuldade no planejamento de projetos em relação a processos administrativos atualmente, em contrapartida, surgiu uma preocupação com este ponto por parte da administração, impulsionada pela nova lei federal n. 13.019, de 31 de julho de 2014 que entrou em vigência em 22 de julho de 2015, nomeada como “Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil”, na qual todas as entidades privadas sem fins lucrativos devem se adequar. _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Curso de Administração – FCN 15 O Marco Regulatório tem o objetivo de aperfeiçoar o ambiente jurídico e institucional relacionado às organizações e suas relações parcerias com o estado, na qual se definiu três eixos orientadores: contratualização, sustentabilidade econômica e certificação. Esses temas são trabalhados tanto na dimensão normativa (projetos de lei, decretos, portarias) quanto na dimensão do conhecimento (estudos e pesquisas, seminários, publicações, cursos de capacitação e disseminação de informações sobre o universo das Organizações da Sociedade Civil). Em virtude disso, estão sendo proporcionados para toda a equipe cursos para planejamento de projetos e outros, e a equipe está buscando este aprendizado com afinco. Neste ponto pode-se observar a necessidade do uso da matriz do marco lógico, somado aos conhecimentos adquiridos nesta adequação, pois assim a equipe que participa ativamente do processo de planejamento de projetos será fortificada, eliminando as dificuldades. A questão tratada na problemática, encontrada nas empresas envolvidas no início da criação do Marco Lógico, tratando-se de problemas que projetos sociais sofrem com a falta de clareza na definição dos objetivos (GOLDSTEIN, 2007) (COEP, 2002), não ocorre no caso da organização pesquisada, pois conforme os dados da pesquisa, é possível afirmar que os membros da organização reconhecem e entendem claramente qual é objetivo principal que é atender à necessidade dos educandos e os processos para isso são corriqueiros. Muitas vezes ocorre divergência de opiniões quando se trata de aprovações de projetos, ainda assim todos possuem total consciência de que tudo que é decidido traz benefícios a todo o projeto, ou seja, todos que fazem parte do corpo da organização são beneficiados porque o objetivo principal está sendo cumprido. De acordo com a pesquisa, a organização não possui conhecimento e não faz uso da metodologia do marco lógico, porém a elaboração de projetos ocorre da mesma forma, porque é algo natural que precisa acontecer mesmo não desfrutando de ferramentas. Percebe-se que o processo de elaboração de projetos da organização passa por algumas etapas. Por exemplo: a reunião de cada área para definição de necessidades; posteriormente a reunião de todas as áreas juntas para definição da prioridade; apresentação para a diretoria geral; obtenção de financiamentos e doações, conforme exposto na entrevista. É possível perceber que essas etapas se encaixam dentro de um marco lógico, como por exemplo, o projeto citado na entrevista, para compra da máquina de fazer caixa de pizza para inserção dos alunos no mercado de trabalho, conforme apresentado na matriz do marco lógico a seguir, no quadro 4: _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Curso de Administração – FCN 16 Quadro 4 - Projeto transcrito na matriz do marco lógico. Descrição sumária Indicadores verificá- veis Meios de verificação Pressupostos e fa- tores de risco Objetivo geral Proporcionar aos alunos atuação no mercado de trabalho Os alunos estão no mercado de trabalho até março de 2015. Relatórios da empresa Objetivos específicos Compra da má- quina de fazer caixa de pizza Máquina está pronta para uso até novembro de 2015. Pesquisas de novas tecnologias As manutençõe s são realizadasperiodicame nte Resultados imediatos Professores são capacitados Número de alunos atingidos é considerável O orçamento é suficiente Salários são aumentados em 20% até novembro de 2015 O número de alunos que necessitam desta atividade é o mais elevado de todos os projetos A empresa conseguiu arrecadar verba suficiente para iniciar o projeto Relatórios da empresa Relatórios e levantamento s da empresa Relatórios e levantamento s da empresa Os professores permanecem na empresa Não haverá desistência dos alunos Os parceiros que financiarão projeto já aprovaram o mesmo Atividades Treinamento dos professores para aplicação desta nova atividade A turma está fechada Construção do espaço iniciada Arrecadação de fundos Espaço é construído até dezembro 2015 O treinamento é de qualidade e aplicado por empresa de confiança Com o orçamento bem feito não há sobras ou faltas na construção do espaço _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Curso de Administração – FCN 17 Algumas APAEs3 já utilizam ferramentas de planejamento de projetos para a captação de recursos, como o Marco Lógico, o ZOPP (Planejamento de Projetos Orientado por Objetivos), o LogFRAME (Logical Framework), o PCM (Project Cycle Managment) e Planejamento Estratégico Situacional (PES), etc. Talvez a adequação que as organizações estão passando por conta do Marco Regulatório, traga futuramente um leque de ferramentas e métodos para implementação nas organizações que ainda não utilizam, incluindo a matriz do marco lógico, por ser uma necessidade das organizações sociais. Seria muito interessante se a organização ousasse experimentar o uso da ferramenta, aproveitando este período de mudanças e novos aprendizados. A ferramenta mostra-se muito eficaz já que diversas grandes empresas já a utilizam, e assim, ajudaria muito no melhoramento da gestão (planejamento/implementação) de projetos, considerando a dificuldade que a organização tem, e com projetos melhor planejados, isso trará bons resultados organizacionais (equipe coesa, metas concretas, redução de falhas, redução de imprevistos, credibilidade e confiança para a organização) e bons resultados financeiros (arrecadações, financiamentos) que refletirão no trabalho e na qualidade do serviço. CONSIDERAÇÕES FINAIS No primeiro capítulo percebe-se a importância do uso da ferramenta Marco Lógico nas organizações sociais, uma vez que a ferramenta proporciona o planejamento estratégico e eficaz para a gestão dos projetos possibilitando a visão do todo, o uso desta traz melhoras que refletem diretamente no trabalho de toda a equipe e consequentemente na qualidade do serviço prestado, trazendo assim credibilidade para a organização. No segundo capítulo vimos que as organizações sociais exercem um papel muito importante na sociedade atualmente. É importante reconhecer a responsabilidade social que essas empresas carregam e é importante se atentar também às dificuldades enfrentadas diariamente. As organizações sociais necessitam de uma gestão eficaz, capaz, e que leve a organização ao crescimento, à evolução, pois estas provocam um desenvolvimento para a sociedade, sem cobrar por isso. Desta forma, é preciso dar maior importância para a Responsabilidade Social, considerando todos os órgãos estendidos por esta. 3 Federação das Apaes do Estado do Rio Grande do Sul, Federação das Apaes do Estado do Rio de Janeiro e Federação das Apaes do Estado do Espírito Santo. _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Curso de Administração – FCN 18 Diante dos resultados apresentados, a utilização da Metodologia do Marco Lógico na organização na APAE é viável. Percebe-se que a utilização da matriz trará notáveis resultados para a organização, auxiliando fortemente em um ponto que atualmente apresenta dificuldades, mas também é importante que a organização utilize a metodologia, devido às mudanças e adequações que estão ocorrendo por conta do Marco Regulatório, uma vez que as outras empresas da mesma rede já estão utilizando métodos para planejamento de projetos, entende-se que o marco regulatório pode trazer como padrão e norma a utilização de ferramentas e metodologias, como Marco lógico e o ZOPP, por exemplo, e outras mais que existam, ou seja, algo que para a organização citada na pesquisa pode parecer novo e distante da realidade, mas pode estar mais perto do que se imagina. Assim propõe-se que a organização utilize a metodologia do marco lógico em seu processo de planejamento e execução de projetos, pois, conforme demonstrado no presente artigo, o processo já ocorre na organização da mesma forma como o desenvolvimento da matriz, desta forma facilitará o uso e a organização se adaptará com facilidade. _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Curso de Administração – FCN 19 REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, José de Lima. Gestão Ambiental e Responsabilidade Social. 1 Ed. São Paulo: Atlas, 2009. APAE BRASIL - Federação Nacional das APAEs. Mensagem da APAE. 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Hora de acesso: 18:23. _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Curso de Administração – FCN 20 CASSIOLATO, Martha; GUERESI, Simone. Como Elaborar Modelo Lógico - Roteiro para Formular Programas e Organizar Avaliação. Instituto de Pesquisa de Economia Aplicada. Disponível em: <http://www.ipardes.gov.br/pdf/multissetorial/nota_tecnica_IPEA.pdf>. Acesso em: 23 Out, 2015. Hora de acesso: 16:52. DIAS, Reinaldo. Responsabilidade Social: Fundamentos e Gestão. 1 Ed. São Paulo: Atlas, 2012. FEDERAÇÃO DAS APAES DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO. O Desafio da Sustentabi- lidade Nas APAEs. 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Hora de acesso: 20:17. _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Curso de Administração – FCN 24 APÊNDICE A - ENTREVISTA COM A COORDENADORA PEDAGÓGICA E A DI- RETORA DA INSTITUIÇÃO Tempo de gravação: 00:26:38 Entrevista realizada em: 29 de outubro de 2015. 1) Como funciona o processo de estabelecimento de metas da instituição? Coordenadora pedagógica: É elencado pela equipe diretiva juntamente com os colaborado- res um processo de prioridades, o que seria melhor para o funcionamento da nossa escola dando retorno para os alunos, então se é uma parte de fisioterapia, junta a equipe clínica e pensa em um projeto que venha de acordo com a parte de movimento, a reabilitação, e encima disso esses clínicos sentam e elaboram esses projetos, depois tem várias vertentes que a gente pode estar encaminhando, ou é com recurso próprio da instituição, ou então nós podemos es- tar mandando para o Fundicad, parceiros, empresas que queiram financiar, então a gente vê o que nos momentos nós estamos precisando. No momento nós estamos com a pretensão de uma compra, foi até feito um projeto, de uma compra de uma máquina para a oficina de car- tonagem que nós já confeccionamos caixas, mas nós queremos implementar, trazer um novo recurso, em pensou-se uma caixa de pizza, seria mais uma forma de renda, de captação de recurso para a instituição que acaba retornando para os alunos, foi elaborado todo um projeto em cima, foi apresentado para a empresa, na qual nós estamos esperando que eles façam o reembolso desse recurso para que a gente possa adquirir esta ferramenta. P.: Entendi, então cada área planeja o seu projeto de acordo com necessidade e prioridade? R.: Sim, porque é claro que sempre nós estamos precisamos de algo, mas não é sempre que nós vamos ter o recurso disponível, então muitas vezes fica na gaveta, nós temos muitos so- nhos, por exemplo, a brinquedoteca, também é um projeto que faz tempo que nós queremos uma brinquedoteca, até que então elaborou-se o projeto, teve uma ação social muito bacana da senhora Bete Sampaio que é nossa conselheira que escreveu um livro, e com a renda deste livro ela está dando praticamente mais da metade do que vai custar a brinquedoteca, na con- trapartida a escola achou por bem destinar o recurso para complementar esse projeto, já temos o espaço e tudo. P.: E essa aprovação desse projeto que você disse, por exemplo, vocês aprovação aqui, mas tem outra aprovação, pelo que eu entendi? R.: É, a equipe diretiva junto com os colaboradores sonda a realidade e a necessidade do nos- so educando, nisso a diretora apresenta para a diretoria. A diretoria tem uma reunião que acon- tece mensamente e ali se discute entre os membros, e aí batem o martelo, - "ah tem esse proje- to, musicoterapia, brinquedoteca, compra da máquina. O que é mais importante agora? A Compra da máquina", então une os esforços, algumas empresas, Fundicad, aonde a gente po- de bater na portinha para ver o que a gente pode conseguir, tem até o Flavinho que é da Can- ção Nova, deputado, ele está com três emendas nossas, que se der tudo certo ele vai colaborar com três projetos, foi de uma van, a adaptação do espaço para a musicoterapia que nós vamos construir o espaço, então estamos nesse aguardo para a musicoterapia se vier essa verba, vai ser um espaço até melhor porque aqui, musicoterapia vai atrapalhar a sala de aula, mas é o que nós temos no momento, e o outro é a lousa digital se não me engano, que também é um do Flavinho. Então é mais nesse sentido, é visto o que é prioridade no momento, porque coi- sas para comprar o que mais a gente precisa. _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Curso de Administração – FCN 25 2) Existe alguma dificuldade no processo de estabelecimento das metas? Quais são essas dificuldades? R.: Acabamos encontrando porque nós queremos adquirir tudo, mas nem sempre é possível, ainda mais na atual situação do nosso país este ano, que piorou muito a situação, então a gente vai de portinha a portinha, quem pode colaborar com R$5, Deus lhe pague, quem pode com R$10, com R$1. P.: Então esse é um fator que influencia totalmente né... R.: A situação do país esse ano está influenciando muito nas colaborações. 3) Seria possível um exemplo positivo e negativo em relação ao estabelecimento das me- tas? R.: Às vezes o confronto de opiniões. É positivo, porque se trocam muitas ideias, mas quando não consegue chegar num consenso se torna negativo. Para todo mundo tudo teriaque aconte- cer, mas não é sempre que pode acontecer em determinado momento, então a gente em que ver. Essa máquina, por exemplo, de caixa, vou conseguir atender quantos alunos? 30, já a mu- sicoterapia 248, o que é melhor fazer? Atender os 248, então vai passando na frente aqui que é melhor, se eu puder atingir mais nossa clientela, no caso hoje, nós temos 248 alunos, então, é bacana, é importantíssima essa máquina porque com essa máquina nós vamos trabalhar com parte laboral dos alunos, eles vão conseguir colocar em prática essa prontidão para o trabalho, que muitas vezes as famílias não deixam eles serem inseridos no mercado de trabalho, mas aqui dentro eles acabam tendo oportunidade de confeccionar caixas, essas caixas são vendidas tanto no comercio local tanto na região, ali eles estão produzindo sabonete, tem outras coisas que eles conseguem fazer, mas aqui dentro da organização. 4) A instituição utiliza alguma ferramenta para planejamento de projetos e definição de objetivos? R.: Agora que nós estamos vivendo essa mudança do marco regulatório que é uma lei nova, para as organizações sociais que é a lei 13019, acredito que até a Canção Nova terá que se estruturar, nós também, nós passamos por uma formação no mês de setembro, veio a Carol Zanet, pela editora Diálogo, de filantropia, fez um curso conosco sobre elaboração de proje- tos, o nosso presidente está com contato com a Fatec, onde lá tem uma professora Thais que domina a área de projetos, então a intenção da instituição, da nossa organização, do presidente no caso, é montar uma equipe porque hoje nós somos falhos na questão de elaboração de pro- jetos, a verdade é essa, nós teríamos que ter muito mais projetos perto do que nós temos, só que como elaborar esse projeto? Você está fazendo faculdade de Administração, lá com certe- za você deve ter uma disciplina que fala de projetos, e daí você chega aqui nós temos a maio- ria do nosso quadro são pedagogos, nós tivemos a formação de metodologia de projetos, mas projetos voltados para a área educacional, já um projeto social, ali precisa ter no corpo dele, a captação de recursos, aonde você vai usar, quantos meses etc., então é muito mais informação que para professor essa foi sempre a nossa dificuldade aqui na escola. P.: precisa de elaboração de projeto mais voltado para a área administrativa, mais para a ges- tão. R.: Isso, e esse é o nosso dificultador que até então, as administrações anteriores não tiveram essa preocupação, eles resolviam entre eles e tudo bem. Nessa atual administração que está finalizando agora o mandato, passou-se a ter um olhar mais voltado para colocar a equipe junto, porque nada melhor do que quem faz o serviço no dia a dia para dizer que precisa dessa maca para esse aludo que fica sentado ou deitado o dia inteiro, e que com esse equipamento, _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Curso de Administração – FCN 26 esse aluno vai conseguir ficar na posição de pé e vai visualizar, vai conseguir jogar um video- game, um programa utilizado, para esse aluno será um ganho, já pensou, ele só vê o mundo sentado e vai ter a possibilidade de ficar em pé... Foi uma alegria no dia que posicionou o primeiro aluno e ele disse que estava vendo, foi outra situação para ele, que até então ficava num apoio, e ele sozinho travava numa máquina e ficava podendo brincar, para ele o ganho foi muito grande, então essa diretoria teve esse olhar de caminhar junto conosco, quando nós não tínhamos ferramenta, nós não tínhamos conhecimento, e tudo custa dinheiro, Esse ano que conseguiu-se trazer a moderação da APAEs, o curso, estamos correndo atrás deste apren- dizado para elaborar melhor um projeto, estamos aprendendo, buscando. Diretora: É daqui para a frente vai ser só projetos, então temos que aprender a fazer. Tanto o estado, o município, federal, tudo vai ser de projetos. 5) A instituição realiza algum tipo de avaliação ou estudo na formulação dos objetivos? Já respondido acima. 6) Existe alguma variável que possa interferir nos objetivos da instituição? Já respondido acima. 7) Como os membros da equipe/colaboradores respondem aos objetivos? Coordenadora pedagógica: Sim, participam, tanto na indicação quanto na elaboração do projeto. A maioria deles, por exemplo, dessa maca, nosso fisioterapeuta tinha o inglês e apre- sentou-nos para empresa daqui de guará, mas precisou que levasse para os Estados Unidos, já aí precisou traduzir para inglês e português o projeto. P.: Quando vocês estão trabalhando em alguma implantação de algum projeto, todo mundo anda junto, corre atrás daquele mesmo objetivo, os colaboradores, os membros da equipe, da gestão, nunca houve nenhum problema de pessoas não colaborando, de a maioria sim e algu- ma parte não. R: Sempre tem porque somos diferentes, não é tudo que todo mundo vai concordar, acaba tendo dificuldade, claro que a área, por exemplo, agora o momento é a alegria da fonoaudió- loga, porque a musicoterapia está para sair, então atingiu a fonoaudiologia, então os outros colaboram sabendo que dessa o momento foi da fonoaudiologia com a musicoterapia. P.: Então existe essa consciência de que o momento agora não é o meu, é do outro, mas preci- so ajudar porque sou do corpo. R.: Sim, porque a musicoterapia vai ajudar o todo, não vai ajudar somente a área de fonoau- diologia, se a pessoa tiver feliz ela vai conseguir ajudar na parte de fisioterapia, na parte pe- dagógica, e por aí vai. Entrevistador: Eu quero mostrar algo para vocês, como vocês disseram que estão introdu- zindo mais a parte de elaboração de projetos, o meu artigo pertente mostrar a efetivação do uso da matriz do marco lógico, que é uma metodologia de planejamento de projetos. Ela fun- ciona assim, fazendo um planejamento de objetivo para objetivo, é construído uma matriz para cada objetivo do projeto, mas essa matriz é uma matriz que encontramos por vários auto- res internacionais que falam dela, no Brasil não tem nenhum exemplo dela. Ela é muito usada no México, e eu a escolhi para saber se seria possível a efetividade dela na APAE, e acredito que sim, vou explicar um pouco de como funciona para vocês, ela é meio complexa. Eu peguei um exemplo como se fosse usada numa empresa de transporte, ela tem a descrição sumária de cada objetivo, tem o objetivo geral que se coloca da forma geral, resumido, o obje- tivo do projeto é mais delimitado que se descreve, os resultados são descrito tanto como resul- _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Curso de Administração – FCN 27 tado quanto como produto, que é o que você vai produzir para chegar nesse projeto ou o que você vai usar, por exemplo, vai realizar algum estudo ou fazer algo para realizar esse projeto, então resultado ou produto dá no mesmo. Nas atividades pede quais são as atividades realiza- das para esse projeto. Com certeza na prática já é feito isso, mas aqui é uma matriz no papel, mais detalhado, porque alguns
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