Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO OCEANOGRÁFICO VICTOR AGUIAR E SANTIAGO GONZALEZ MICROBIOLOGIA MARINHA MICRO ID São Paulo 2014 � � � ���������� ���������������� �������� ���� � � � �� Agradecimento Agradecemos especialmente ao Prof. Dr. Harald Huber da Universität Regensburg por ceder cordialmente vossas pesquisas para a execução desse trabalho. � � � ���������� ���������������� �������� ���� � � � �� Ignicoccus pacificus� 1. Classificação Taxonômica Domínio: Archaea Reino: Crenarchaeota Filo: Crenarchaeota Classe: Thermoprotei Ordem: Desulfurococcales Família: Desulfurococcaceae Género: Ignicoccus Espécie: I. Pacificus 2. Estrutura Celular e Metabolismo Crescem entre 70-98 graus C (Temperatura ótima:90 graus C). A I. Pacificus é quimiolitoautotrófica e anaeróbia obrigatória; ganha energia pela redução do enxofre, usando hidrogênio molecular como elétron doador (Huber et al., 2000). São cocos irregulares, gram negativas, de diâmetro entre 1 e 2 micrometros, organismos móveis com “monopolar polytrichous flagela”(um extremo da célula apresenta vários flagelos). O gênero Ignicoccus apresenta um envelope celular diferente a qualquer um descrito, dado por: uma membrana citoplasmática; um espaço periplasmático , com uma largura que varia entre 20 a 400 nm , contendo vesículas ligadas à membrana ; e uma envoltura exterior , cerca de 10 nm de largura , que se assemelha à membrana exterior de bactérias gram-negativas (Rachel et al., 2002). Foto de Microscopia(Páginas Posteriores): Especificamente, para a demonstração do novo envelope celular (Rachel et al., 2002). Falta de microscopia de I. pacificus , abundantes microscopias de I. hospitalis e I. Islandicus. 3. Ecologia Residem em sedimentos de altas temperaturas, localizados em fontes hidrotermais ativas do Oceano Pacífico. (Huber et al., 2000). 4. Importância Ambiental Por serem quimiolitoautotróficos, em um ambiente afótico, são provavelmente importantes produtores primários de matéria orgânica, essencial para o desenvolvimento de organismos organotróficos e manutenção de maiores níveis tróficos. 6. Aplicações biotecnológicas Organismo em estudo para entender o seu modo de fixação de carbono e enzimas utilizadas no processo (Huber et al., 2003). � � � ���������� ���������������� �������� ���� � � � �� Fig (a): Temperatura ótima de crescimento de I.islandicus (�) e I.pacificus (�). Fig (b): Efeito do pH sobre o crescimento da I.islandicus (�) e I.pacificus (�) � � � � � � � � � � � � � � � ���������� ���������������� �������� ���� � � � �� Fig (c): Efeito do NaCl sobre o crescimento da I.islandicus (�) e I.pacificus (�). � � � � � � � � � � � � � � Fig (d): Árvore filogenética � � � � � � � � � � � � � � � � � ���������� ���������������� �������� ���� � � � �� Fig. (e) Electron micrograph of a cell of isolate Kol8T, exhibiting numerous flagella. The sample was fixed with 2% glutaraldehyde and shadowed with Pt/C. Bar, 1 lm. (b) Electron micrograph of a thin section of a freeze-substituted cell of isolate Kol8T. C, cytoplasm; CM, cytoplasmic membrane; P, periplasm; OS, outer sheath; white arrowhead, contact site of a periplasmic vesicle with the cytoplasmic membrane; black arrows, areas of the outer sheath with double-layer appearance. Bar, 0±5 lm. (c) Electron micrograph of freeze-etched cells of isolate Kol8T. C, cytoplasm; CM, cytoplasmic membrane; P, periplasm; FF, fracture face of the outer sheath; OS, outer sheath. Bar, 0±5 lm.”�(Huber et al., 2000). Kol8T corresponde à I. islandicus.� � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � ���������� ���������������� �������� ���� � � � �� Fig.(f) Transmission electron micrographs of strain KIN4/IT. (a) Ultrathin section; (b) freeze-etching. Cy, Cytoplasm; P, periplasm; V, vesicles; OM, outer membrane; *, fracture face through the outer membrane. Bars, 1 �m (Huber et al., 2007). I. hospitalis � � � ���������� ���������������� �������� ���� � � � �� Fig (g): Local da descoberta da I.pacificus. � � � ���������� ���������������� �������� ���� � � � �� ADAPTAÇÕES DA ESPÉCIE PARA ALTAS TEMPERATURAS Como dito anteriormente, essa espécie é encontrada em fumarolas negras submarinas, onde a água alcança temperaturas altíssimas. Sendo assim, como é possível haver vida em um ambiente tão hostil como esse, onde a grande parte de organismos padeceria? Sabe-se que até mesmo em temperaturas abaixo daquelas onde a I.pacificus é encontrada, biomoléculas facilmente sofreriam desnaturação. Sendo assim, não apenas a I.pacificus, mas como todas as outras archaeas hipertermófilas, possuem mecanismos no que diz respeito à estabilidade de proteínas, aminoácidos, monômeros e lipídeos. • Hipertermófilas possuem uma proteína chamada chaperonina, que possuem a função de manter outras proteínas propriamente estabilizadas e com suas funcionalidades ativas. • No que diz respeito á estabilidade do DNA, podemos citar a grande quantidade do 2,3-difosfoglicerato presente no citoplasma do indivíduo, que previne danos químicos à célula. Há também uma forma única de DNA topoisomerase chamada DNA girase reversa, onde produz um superenovelamento positivo no DNA. Ainda nesse tema, pode-se citar também as poliaminas que juntamente com o Mg2+ produz uma maior estabilização no DNA e RNA. • Já em relação à estabilização lipídica – importante no papel de manutenção de sua membrana citoplasmática -, podemos usar como exemplo a atuação do lipídeo dibifitanil tetra éter, sintetizado pela própria archaea. Tal lipídeo possui ligações covalentes entre as unidades fitanil, originando uma camada simples, mais resistente, ao contrário das bicamadas usuais formadas por ácido graxos. � � � ���������� ���������������� �������� ���� � � � �� Bibliografía - Huber, H., Burggraf, S., Mayer, T., Wyschkony, I., Rachel, R. & Stetter, K. O. (2000). Ignicoccus gen. nov., a novel genus of hyperthermophilic, chemolithoautotrophic Archaea, represented by two new species, Ignicoccus islandicus sp. nov. and Ignicoccus pacificus sp. nov. Int J Syst Evol Microbiol 50, 2093–2100.Abstract -�Rachel, R., Wyschkony, I., Riehl, S. & Huber, H. (2002). The ultrastructure of Ignicoccus: evidence for a novel outer membrane and for intracellular vesicle budding in an archaeon. Archaea 1, 9–18. Abstract - Walter Paper, Ulrike Jahn, Michael J. Hohn, Michaela Kronner, Daniela J. Näther, Tillmann Burghardt, Reinhard Rachel, Karl O. Stetter, and Harald Huber. (2007). Ignicoccus hospitalis sp. nov., the host of ‘Nanoarchaeum equitans’ - Michael Hügler, Harald Huber, Karl Otto Stetter, Georg Fuchs. (2003) Autotrophic CO2 fixation pathways in archaea (Crenarchaeota) - Michael T. M., John M. M e Jack Parker, BROCK BIOLOGY OF MICROORGANISMS 10a ed. Pg. 468 - 469