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Direito das Sucessões - Professor Reinaldo

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Direito Sucessório
Antes da morte de alguém não se trata em hipótese alguma de sucessão, sendo tratada somente a partir do evento morte. Qualquer estipulação de sucessão em vida é vedada. O que pode ocorrer em vida é doação etc.
Conceito de Comoriência: quando duas ou mais pessoas morrem em um mesmo momento ou não, estando no mesmo lugar ou não, desde que não saiba diferenciar quem faleceu primeiro. No caso de comoriência, os bens do casal não se misturam, seriam como se um fosse estranho ao outro, logo, os bens do marido vai para os herdeiros dele e os bens da esposa vai para os herdeiros dela.
Princípio de Saisine: é o princípio MAIS IMPORTANTE NO DIREITO SUCESSÓRIO. Este princípio fundamenta a regra do artigo 1784 do CC/02. A transmissão do patrimônio do falecido ocorre ope legis (por lei). Quando alguém morre, AUTOMATICAMENTE no instante da morte, o patrimônio do falecido se transfere aos herdeiros, o motivo, evitar que o patrimônio fique sem dono. Antigamento, quando alguém morria o patrimônia transferia-se ao senhor feudal e posteriormente tinha o herdeiro que pagar para reaver o bem.
Quanto a morte ocorre, três fatos ocorrem ao mesmo tempo, sendo: morte, abertura da sucessão e atransmissão do patrimônio, sendo o princípio em epígrafe.
O formal de partilha é necessário ser feito não para falar que a pessoa é proprietário, porque proprietário a pessoa ja é a partir da morte, o real motivo é por causa do princípio da disponibilidade, pois, só pode vender quem está registrado.
Não se confunde a morte com a transmissão da herança, sendo aquela pressuposto e causa desta. Porém, por uma ficção legal, tornou-se coincidentes em termos cronológicos, presumindo que o próprio de cujus transferiu a propriedade e posse da herança a seus sucessores, por isso que em caso de comoriência não há sucessão entre os comorientes, porque não se sabe quem morreu primeiro, logo, como saber quem "transmitiu" a quem.
Consequências do Princípio da Saisine:
	em decorrência deste princípio é que os herdeiros recebem a posse indireta dos bens – o inventariante recebe a posse direta – o que, portanto, os legitimam para impetrarem os interditos possessórios (reintegração de posse, manutenção e interdito proibitório);
	a lei vigente ao tempo da abertura da sucessão regulará a legitimidade para suceder e a própria sucessão;
	a sobrevinda do herdeiro, ainda que por instantes, ao de cujus. Exemplo Adão, pai de Caio é pré-morto, Caio, responderá como herdeiro de seu avo pai de Adão;
	o local para abertura da sucessão – o artigo 1785 do CC/02, determina que o local do último domicílio do falecido será o foro competente para a sucessão dos bens, porém, tal regra deve ser conjugada com o artigo 96, parágrafo único do CPC (art. 48 do Novo CPC). Último domicílio porque entende-se que este é o local de seus últimos interesses. Segundo o artigo 80, II do CC/02, todos os bens do falecido se transformam em bens imóveis, ainda que sejam móveis a priori.
Obs. 1: Súmula 33 do STJ – o juiz não pode conhecer de ofício competência relativa, exemplo, cara mora em Manhuaçu/MG e o inventário é aberto em Belo Horizonte/MG, o juiz de BH não poderá manifestar-se pela incompetência do foro, justamente pode ser matéria relativa, logo, quem deve reclamar são os demais herdeiros. Se os herdeiros não observarem as regras de competência dispostas no art. 96 do CPC, o juiz deverá declinar a competência para o foro competente, mas se os herdeiros observarem as regras de competência, o juiz não poderá falar nada.
Obs. 2: Art. 5°, inciso XXXI da CF/88 – "a sucessão de bens de extrangeiros situados no país, será gulada em benefício do cônjuge ou herdeiros, sempre que não lhe for mais favorável a lei extrangeira". Este inciso é uma exceção ao princípio da territorialidade. O juiz não precisa conhecer leis extrangeiras, exceto legislação dos países que companham o MERCOSUL.
Obs. 3: Inventário em cartório não obedece às regras de competência: qualquer lugar do Brasil pode ser feito, exemplo, Adão morre em Ipanema/MG, Maria, sua esposa, pode realizar inventário extrajudicial (resolução 35 do CNJ) em qualquer cartório de notas do país.
Espécies de sucessão e sucessores
Quanto aos efeitos a sucessão pode ser a título universal e singular.
a) Título Universal – quando o herdeiro é chamado a suceder na totalidade da herança (como não tem mais herdeiros o herdeiro irá somente adjudicar os bens), fração ou parte da alíquota (porcentagem). Pode ocorrer na sucessão legítima e testamentária. Assim, da mesma maneira que se investe na titularidade de seu ativo e assume a responsabilidade por seu passivo. Até que haja a partilha, todos os herdeiros são "donos" de todo o espólio na sua universalidade, somente após a partilha que os bens serão individualizados;
b) Título Singular – O testador deixa ao beneficiário um ou vários bens certos e determinados, de nome legado, como um veículo, um terreno etc (só existe sucessão singular sendo testamentária). Obs: sucessão contratual não é admitida no ordenamento pátrio. O pacto sucessório está proibido pelo art. 426 do CC/02. No direito romano, este tipo de sucessão contratual era chamada de pacta corvina (falar de herança de pessoa viva, ressalvando-se que o testamento discute sucessão em vida, porém, só tem validade após a morte do testador).
Quanto à fonte, a sucessão poderá ser legítima ou testamentária:
a) Legítima ou abintestato – é a mordlidade de sucessão decorrente da lei (quando não há testamento), que obedece à ordem de vocação hereditária legalmente estabelecida (art. 1790/ art. 1829 a 1856, todos do CC/02). Será legítima a sucessão quando: 1) não houver testamento; 2) quanto aos bens não incluídos na sucessão (exemplo, o cara tem 100 reais e só faz testamento referente à 20, logo o a diferença será dividida pela sucessão legítima; 3) quando o testamento caducar (exemplo no testamento cerrado o testador deixa todos os bens à X, porém antes do testador morrer esse X falece, logo, o testamento caduca, e X bem como seus herdeiros não tem mais qualquer direito sobre a herança) ou for julgado nulo (quando não cumprir o testamento com os requisitos legais);
b) sucessão testamentária – modalidade de sucessão baseada no ato de disposição de última vontade para que tenham aplicação após a morte (arts. 1857 a 1990, CC/02). Os requisitos são mais aguçados que os da sucessão legítima, exemplo, testamento cerrado se cedo a pessoa deverá fazê-lo em cartório de registro público, o idioma deve ser o português, já o cerrado pode ser em qualquer língua etc.
Quanto aos sucessores:
a) herdeiro legítimo (aquele que recebe conforme a lei);
b) herdeiro testamentário (aquele que recebe por meio de testamento);
c) herdeiro necessário – é aquele que, se existente (vivo) à época da abertura da sucessão, deve ser resguardado 50% dos bens do falecido (chamada parte indisponível ou legítima). Necessário são os ascendentes, descendentes e cônjuge somente. Tios, primos e todos os colaterais não são necessários porque são colateriais, logo, são facultativos;
d) herdeiro aparente – é aquele que ostenta a qualidade de herdeiro, mas não é. Exemplo: indigno (só deixa de ser herdeiro quando há transito em julgado da sentneça que exclui o indiguino da sucessão), deserdado (após sentença judicial transitada em julgado que deserdou o cara). O herdeiro aparente responde pelos prejuízo que causar, sendo o 3° de boa fé resguardado. Outro exemplo: Abel morre, e seus bens passa aos seus ascendentes; ocorre, que após a morte aparece um possível filho, contudo, se comprovada a paternidade de abel em relação a este filho, os bens que foram transmitidos ao pai de Abel deverá ser devolvidos ao herdeiro legítimo, no caso o filho de Abel.

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