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* Malária * Introdução A doença é transmitida pelos mosquitos do gênero Anopheles e ocorre principalmente nas zonas equatoriais e tropicais do globo, sendo considerada a doença parasitária de maior letalidade mundial. No Brasil, ocorrem dezenas de milhares de casos de malária por ano, e 99% se localizam na Amazônia. Estima-se 100.000 mortes /ano por malaria,principalmente crianças * “Mal aria” “mau ar” escritores italianos infecção proveniente de vapores dos pântanos tiberianos. Sinonímia: maleita,sezão,febre palustre,impaludismo,paludismo, treme-treme * Agente etiológico: Protozoário esporozoário do gênero Plasmodium evoluem em mamíferos, aves ou répteis, incluindo insetos (dípteros hematófagos) em seu ciclo evolutivo. Vetor: transmissor e hospedeiro invertebrado * Os plasmódios humanos As espécies normalmente responsáveis pela malária humana são quatro: 1. Plasmodium falciparum, que produz a “febre terçã maligna” e cujo quadro clínico caracteriza-se por apresentar acessos febris repetindo-se com intervalos de 36 a 48 horas. É responsável pela maioria dos casos fatais. 2. Plasmodium vivax, agente da “febre terçã benigna” com ciclo febril que se repete cada 48 horas (A) e é a mais freqüente no Brasil. 3. Plasmodium ovale, continente África e é responsável por outra forma de “febre terçã benigna”. 4. Plasmodium malariae, o agente da “febre quartã”, com acessos febris a cada 72 horas (B). É pouco freqüente no Brasil. * A B A, curva febril na terçã benigna; B, na febre quartã. A * Transmissão Hematofagia do mosquito fêmea do gênero Anópheles. Infecção por transfusão sangüínea Seringas contaminadas Eventualmente por ocasião da gestação * Morfologia Hospedeiro Vertebrado passam de formas amebóides intracelulares (trofozoítas), cujo aspecto altera-se freqüentemente pela emissão de pseudópodes, para formas re-produtivas assexuadas: os esquizontes ; * Hospedeiro Invertebradosexuadas (os oocistos) que produzem organismos com estruturas capazes de invadir hepatócitos (esporozoítas) e, depois, hemácias (merozoítas) * Ciclo * * * * Ciclo Assexuado O ciclo do Plasmodium inicia-se quando o mosquito Anopheles inocula os esporozoítos diretamente na circulação. Eles vão para o fígado e se transformam em criptozoítos. (30 min) No fim do crescimento, o núcleo do criptozoíto começa a se dividir várias vezes, de forma assexuadaEsquizogoniamultinucleada, o esquizonte. * Rompe-se o esquizonte e são liberados os merozoítos. Essa etapa completada é denominada esquizogonia pré-eritrocítica e dura entre seis e 16 dias após a inoculação. Cada merozoíto, liberado na fase anterior, infecta uma hemácia. No interior da hemácia o merozoíto realiza esquizogonia e evolui para trofozoíto * O núcleo do trofozoíto começa a se dividir várias vezes, de forma assexuada, o que resulta em uma forma multinucleada, o esquizonte. O esquizonte rompe-se, liberando merozoítos que podem repetir o processo assexuado ou iniciar o ciclo sexuado. * A repetição do ciclo assexuado nas hemácias é denominado ciclo eritrocítico. Nesse caso as esquizogonias se repetem com uma periodicidade que é específica de cada espécie e se relaciona com o ritmo das crises febris. * Ciclo Sexuado Formação de gametócitos masculinos ou femininos, a partir dos merozoítos. Os gametócitos, formados no homem, são ingeridos por um mosquito anofelino, durante a hematofagia. A fecundação ocorre no tubo digestivo do mosquito. * A fusão dos gametócitos oocisto, em célula do epitélio intestinal do mosquito. Com a esporulação, ocorre a ruptura do oocisto , liberando os esporozoítos. Estes migram para a glândula salivar do mosquito, sendo inoculados no hospedeiro vertebrado, posteriormente. * Plasmodium falciparum Cada esporozoíta : no fígado, produz uma só geração de merozoítas hepáticos (cerca de 40.000) que invadem as hemácias. No sangue periférico: circulam apenas os trofozoítas jovens. Se os esquizontes aparecerem no sangue periférico, isso constitui sinal de gravidade da doença. * Plasmodium falciparum A esquizogonia capilares viscerais, em hemácias aderidas à parede, e forma de 8 a 16 merozoítas sanguíneos ao fim de 36 a 48 horas. Ao romperem-se as hemácias ocorre a febre. Os gametócitos aparecem na circulação após 7 a 10 dias, uma forma de banana,podendo estar fora das he. Os femininos12-14 µm, têm citoplasma mais azulado, núcleo denso e extremos afilados. Os masculinos 9-11 µm e mais claros, têm o núcleo difuso. * * Plasmodium vivax Fase pré-eritrocítica no fígado em 8 dias, produzindo 10.000 merozoítas hepáticos . Hipnozoítas – que podem permanecer inativos por muito tempo--responsáveis pelas recaídas. Os trofozoítas dentro de algumas horas passam a emitir pseudópodes ativa-mente, daí o nome vivax. * Plasmodium vivax Na esquizogonia, o parasito se arredonda e o núcleo entra em divisão formando uma rosácea que produz 12 a 18 merozoítas sanguíneos. Estes não tardam em invadir novas hemácias. Os gametócitos são arredondados e ocupam quase todo o volume das hemácias: o macro com núcleo central e o microgametócito com núcleo periférico e denso. As hemácias parasitadas aumentam de tamanho e exibem um pontilhado carac-terístico, devido a alterações de sua membrana, ditas granulações de Schüffner. * * Plasmodium malariae É de desenvolvimento lento pois, nos hepatócitos, gasta 12 dias e meio para produzir 1.500 merozoítas. Os trofozoítas jovens lembram os de P. vivax, mas as hemácias permacecem de tamanho e cor normais. Não há granulações de Schüffner. Depois, os trofozoítas crescem estendendo-se como faixas (de citoplasma azul abundante) que atravessam a hemácia ou a preenchem simulando gametócitos. Na esquizogonia sanguínea, as rosáceas ou merócitos produzem 8 a 10 merozoítas. A proporção de hemácias parasitadas é pequena, donde a baixa patogenicidade; mas os casos podem recidivar meses ou anos depois. * Patologia da malária Doença sistêmica que pode afetar a maioria dos órgãos, variando sua gravidade dentro de amplos limites. Apenas o ciclo assexuada é responsável pela patogenia e manifestações clínicas da doença * A destruição dos eritrócitos com a liberação dos parasitos e de seus metabólitosresposta do hospedeiroalterações morfológicas e funcionais no indivíduo com malária. * Fenômenos patogênicos: *destruição das hemácias *toxicidade resultante da liberação das citocinas *sequestro dos eritrócitos parasitados na rede capilar(P.f) *lesão capilar por deposição de imunocomplexos (P.m) * Alterações anátomo e fisiopatológicas Nos rins- podem acumular-se imunocomplexos resultantes do plasmódios com os anticorpos correspondentes A nefrite produzida pela febre quartã pode advir do depósito renal desses complexos. No sangue – Há anemia de grau variável visto que, na terçã benigna, são destruídas 0,5 a 1% das hemácias, em cada esquizogonia eritrocitica. * Na terçã maligna, a destruição pode ir de 2 a 5% das hemácias, não sendo proporcional ao grau de parasitemia. Essa redução dos glóbulos vermelhos contribui para a anóxia nos tecidos. A permeabilidade capilar e os edemas aumentam com a hipoproteinemia, sobretudo na terçã maligna. Nesta, formam-se trombos ou êmbolos devidos à aderência das hemácias ao endotélio vascular; o que produz zonas de necrose, principalmente no SNC. * Alterações anátomo e fisiopatológicas Diferentes graus de esplenomegalia No baço - O órgão apresenta-se dila-tado, congesto e de tonalidade escura, com os capilares e seios venosos repletos de hemácias parasitadas. O quadro é o de uma esplenomegalia, de grau variável, como se indica no dese-nho ao lado. A fagocitose aí é intensa. No fígado - O mesmo se passa nesse órgão, podendo haver hepatomegalia nas formas crônicas. Na medula - Hiperplasia do sistema fagocitário e reação eritroblástica. Redução da granulocitose. No cérebro - Na terçã maligna, há congestão, edema, microembolias ou tromboses capilares. * Quadro Clínico O período de incubação da malária varia de acordo com a espécie de Plasmodium: P. falciparum: 8 a 12 dias P.vivax: 13 a 17 dias P malarie: 28 a 30 dias * Fase sintomática inicial: mal estar,cansaço e mialgia que procedem a classe febre malárica Ataque paroxístico: febre alta: até 41° sudorese calafrio Duração: 15 a 60 min * Fase seguinte: febre intermitente,com periodicidade dependente do tempo de duração: 48h: P.falciparum,vivax,ovale 72h: P.malarie * Quadro clínico da malária O intervalo apirético dura até completar-se novo ciclo esquizogônico nas hemácias: 48 horas para P. vivax ou P. ovale e 72 horas para P. malariae. 1. Período de incubação; 1a. Perío-do pré-patente (exame de sangue negativo); 2. Ataque primário com vários paroxismos; 2a. Com hemosco-pia positiva. Os ciclos de P. falciparum são menos sincronizados. Mas, no início da doença, a febre pode ser irregular; ou dois ciclos em dias alternados tornam os acessos diários. 3. Infecção latente; 4. recrudescên-cia; 5. Infecção latente; 5a. Hemos-copia negativa; 6. Recidiva a longo prazo; 7. Cura clínica; 7a. Recidiva parasitológica (assintomática). * P. vivax, sem tratamento, os acessos se repetem durante uma semana ou mais; depois, declinam e a parasitemia desaparece. Mas, pode reaparecer dias ou semanas depois: são as recrudescências da infecção anterior. As recaídas em prazos maiores, devido à reativação dos hipnozoítas . P. falciparum só apresenta poucas recidivas a curto prazo.. * P. malariae devem-se a uma longa persistência das formas eritrocíticas em hemácias seqüestradas no fígado, ao formarem complexos com as células de Kupffer. Nas áreas endêmicas, a malária mostra-se mais grave em crianças e em gestantes e em adultos não imunes que visitam ou migram para áreas com transmissão ativa. Em áreas de baixa transmissão a malária pode ser igualmente grave em qualquer tipo de indivíduo. * Formas graves Os quadros graves são devidos à infecção por P. falciparum Outras características que podem estar presentes são: Hiperparasitemia (mais de 5% da hemácias parasita-das). Quadro de malária cerebral (confusão, delírio, torpor ou coma). Anemia grave (taxa de hemoglobina abaixo de 20%). Icterícia (bilirrubina sérica total acima de 2,9 mg/dl). * Formas graves da malária Insuficiência renal (excreção urinária inferior a 400 ml/dia). Distúrbios hidreletrolíticos e do equilíbrio ácido-base que exijam terapia intravenosa. Hipertermia (a temperatura retal superior a 39ºC). Colapso circulatório (choque, hipotensão). Outras alterações podem ocorrer, como edema pulmonar, hemoglobinúria, distúrbios hemorrágicos e da coagulação, hipoglicemia, infecções associadas etc.). * Imunidade Imunidade inata Imunidade adquirida: Récem-natos proteção passivaIgG da mãe até 6 meses. Depois alta letalidade até 2 anos Imunidade é espécie específica e passageira * Diagnóstico Todo paciente da área endêmica que apresenta os sinais sintomas clássicos é suspeito de malária. Ter estado na área endêmica nos últimos 30 dias é suspeito * Diagnóstico Clínico: alterações morfológicas Laboratorial: Parasitológico:sangue Gota espessa Esfregaço estirado Sorológico: ImunológicoQBC PCR * * * * * Trofo.maduro de vivax * Trofozoítos jovens (em anel). Observe a hemácia poliparasitada, com 3 trofozoítas dentro (embaixo e à direita), e um trofozoíta com 2 massas de cromatina nucleares (embaixo e à esquerda) * Plasmodium sp. - formas sanguíneas de trofozoíto (setas azuis), esquizonte (setas verdes) e rosácea (seta preta) * Tratamento Quinino e Cloroquina ciclo eritrocítico Primaquina ciclo hepático ciclo eritrocítico: em altas doses tóxico Pirimetamina ação regular no ciclo hepático * Vacina Em desenvovimento Anti-esporozoíto: usada na Colômbia,testada em Marabá Anti-merozoíto: impede a infecção das hemácias,sem sintomas,mas com infecção hepática Anti-gametócito: só deixa de ser foco. * Controle O controle da malária consiste: estudos epidemiológicos que envolvem soroepidemiologia, avaliação clínica da população afetada e comportamento dos vetores locais. Medidas de controle como o tratamento medicamentoso de todos os pacientes doentes e portadores. A redução da população de mosquitos, o controle de sua migração e a destruição de suas larvas, considerando a resistência do vetor aos inseticidas, também constituem medidas importantes de combate à malária. * * * * *
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