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Cerebelo: Generalidades e Anatomia

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Faculdade de Medicina de Campos
Daniele Longo – 2020
2 período
Resumo sobre CEREBELO
 Generalidades: O cerebelo, órgão do sistema nervoso suprasegmentar, deriva da parte dorsal do metencéfalo e fica situado dorsalmente ao bulbo e à ponte, contribuindo para a formação do tecto do IV ventrículo. Repousa sobre a fossa cerebelar do osso occipital e está separado do lobo occipital do cérebro por uma prega da dura-máter denominada tenda do cerebelo. Liga-se à medula e ao bulbo pelo pedúnculo cerebelar inferior e à ponte e mesencéfalo pelos pedúnculos cerebelares médio e superior, respectivamente.
 Alguns aspectos anatômicos: Anatomicamente, distingue-se no cerebelo uma porção ímpar e mediana, o vermis, ligado a duas grandes massas laterais, os hemisférios cerebelares.
 A superfície do cerebelo apresenta sulcos de direção predominantemente transversal que delimitam lâminas finas denominadas folhas do cerebelo. Existem também sulcos mais pronunciados, as fissuras do cerebelo, que delimitam lóbulos.
 O cerebelo é constituído de um centro de substância branca, o corpo medular do cerebelo, de onde irradiam as lâminas brancas do cerebelo, revestidas externamente por uma tina camada de substância cinzenta, o córtex cerebelar. O corpo medulai' elo cerebelo com as lâminas brancas que dele irradiam, quando vistas em cortes sagitais, receberam o nome de árvore da vida. No interior do corpo medular existem quatro pares de núcleos de substância cinzenta, que são os núcleos centrais do cerebelo: denteado, emboliforme, globoso e fastigial.
 Lóbulos e fissuras: A língula está quase sempre aderida ao véu medular superior. O folium consiste apenas de uma folha do vermis. Um lóbulo importante é o flóculo, situado logo abaixo do ponto em que o pedúnculo cerebelar médio penetra no cerebelo, próximo ao nervo vestíbulo-coclear. Liga-se ao nódulo, lóbulo do vermis, pelo pedúnculo do flóculo. As tonsilas são bem evidentes na face inferior do cerebelo, projetando-se medialmente sobre a face dorsal do bulbo. 
 Divisão ontogenética e filogenética do cerebelo: A divisão proposta por Larsell baseia-se principalmente na ontogênese do cerebelo e leva em conta o fato de que a primeira fissura que aparece durante o desenvolvimento do órgão é a póstero-lateral. Assim, ela divide o cerebelo em duas partes muito desiguais: o lobo flóculo-nodular, formado pelo flóculo e pelo nódulo; e o corpo do cerebelo, formado pelo resto do órgão. 
 A fissura prima divide o corpo do cerebelo em lobo anterior e lobo posterior.
 Os estudos de anatomia comparada indicam a existência de três fases na filogênese do cerebelo, as quais podem ser correlacionadas com a complexidade de movimentos realizados pelo grupo de vertebrados característico de cada fase:
O cerebelo surgido nesta fase se chama arquicerebelo, tem conexões vestibulares e é também denominado cerebelo vestibular;
A parte do cerebelo que surgiu nesta fase, adicionando-se ao arquicerebelo, é denominada paleocerebelo. O paleocerebelo tem conexões principalmente com a medula espinhal, sendo também denominado cerebelo espinhal;
A parte do cerebelo que surgiu nesta fase de sua evolução, adicionando-se ao arqui e ao paleocerebelo, é denominada neocerebelo. O neocerebelo relaciona-se com o controle de movimentos finos e, em vista de suas conexões com o córtex cerebral, é denominado também cerebelo cortical.
 Assim, o cerebelo do homem é formado de três partes: arqui, páleo e neocerebelo, que tem aproximadamente as mesmas conexões e funções que vimos durante o estudo da fílogênese do órgão. O arquicerebelo corresponde ao lobo flóculo-nodular, o paleocerebelo ao lobo anterior mais a pirâmide e a úvula, enquanto o neocerebelo corresponde ao resto do lobo posterior. Deste modo, a maior parte do neocerebelo se localiza nos hemisférios, enquanto o paleocerebelo é predominantemente vermiano.

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