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REANIMAÇÃO NEONATAL NA SALA DE PARTO www.recem-nascido.uff.br/rnsp.pdf A chance de necessitar de reanimação é maior em casos de bebês com < 1500g e IG < 37 semanas PROBLEMAS NASCIMENTO E 1ª SEMANA Abertura de vias aéreas Boa ventilação Circulação Só período neonatal que é ABC. Criança e adultos é CAB Avaliar: Respiração FC Peso/ idade gestacional: Anomalia congênita Traumatismo do parto Temperatura Tônus Amamentação Normal: FR entre 40 e 60; FC > 100 bpm; Asfixia: respiração irregular ou ausente, FC < 100 bpm, peso > ou < 2500g, traumatismo ausente Infecção Sinal de perigo: Hipotermia (<36,5) ou febre (>37,5) Diminuição ou recusa alimentar Regurgitação, vômitos, diarreia ou distenção abdominal Hipoatividade ou irritabilidade hipotonia/ sonolência Taquipneia (>60 irpm) Batimento da asa do nariz Tiragem torácica Palidez/icterícia Infecção: bacterianas (sepse, pneumonia, meningite), sífilis congênita, gonococo, clamídia, herpes, CMV, toxoplasmose, HIV Icterícia Fisiológica: início após 24h RN termo: pico 3-4 dias e redução 5-7 dias RN pre-termo: pico 4-6 dias e involução 10-15 dias Patológica: infecção, incompatibilidade sanguínea mãe/filho Sinais de alerta: Umbigo vermelho Hipotermia ou febre Sucção fraca/ problemas com a amamentação Vômito ou diarreia Hipotonia, irritabilidade ou sonolência Convulsão Respiração rápida ou difícil Algorítmos: Quando bebê nasce com cabeça fletida e torcida flácido Avaliação da vitalidade ao nascer: a termo? Ausência de Mecônio? Respirando? Tônus? Se sim para tudo boa vitalidade Avaliação de reanimação: FR (regular) e FC (>100). Não avaliar mais pela coloração da pele ao nascer, nem pelo apgar. Não usa mais o apgar para deflagrar a reanimação Se apgar menor que 7 até 5º minuto, refazê-lo a cada 5 minutos durante 20 minutos. O RN a termo com boa vitalidade secado e posicionado sobre o abdome da mãe ou ao nível da placenta por 1-3 minutos para só então realizar-se o clampeamento Presença de líquido mecônio depende da vitalidade do RN: Se FC e FR normais devo aspirar apenas excesso de secreção da boca e nariz e posicionar a cabeça em leve extensão. Se FC e FR alterados fazer aspiração a vácuo do mecônio uma vez avaliar FR e FC novamente se FC e FR mantiverem alterados ventilação sob pressão positiva (VPP) RN com necessidade de reanimação: 1º passos – no máximo 30 segundos. • Prover calor – pode coloca-lo num saco • Posicionar a cabeça em leve extensão. • Aspirar vias aéreas, se excesso de secreções – cuidado para não induzir à resposta vagal e ao espasmo laríngeo, com apneia e bradicardia • Secar e desprezar os campos úmidos (se RN > 1.500g). • Reposicionar a cabeça, se necessário. Se não houver FC e FR normais após os passos iniciais, iniciar a VPP. Ventilação: Se RN > 34 semanas + apneia + FC < 100 iniciar ventilação com ar ambiente observando se há normalização da FC Se RN pré-termo: concentração de 40% inicial. E regulação posterior para manter boa saturação e FC> 100 bpm. Usar oxímetro de pulso para avaliar saturação. No membro superior direito. RN > 34 semanas no pulso radial. RN < 34 semanas no pulso ou na palma da mão. Saturação de oxigênio ideal Até 5 min (70-80%). De 5-10 min (80-90) e acima de 10 min (85-95%) Frequência de ventilação: 40 a 60 irpm “ aperta-solta-solta-aperta-solta-solta-aperta) Ventilação efetiva deve provocar primeiro elevação da FC, depois melhora do tônus e por fim regularização da respiração espontânea. Suspender ventilação quando FC, respiração e tônus normais. Falha na ventilação quando em 30 segundos não houver elevação de FC avaliar posição da máscara e permeabilidade aumentar pressão do balão se continuar fazer intubação orotraqueal Indicações de intubação – ventilação com máscara ineficaz, necessidade de massagem cardíaca e/ou adrenalina e obrigatória nos RN com anomalias congênitas. Caso haja insucesso na intubação após 20 segundos, deve interromper, iniciar ventilação com balão e máscara e só depois fazer nova tentativa Averiguar posição da cânula da intubação com ausculta das regiões epigástrica e axilares Após intubação, inicia a ventilação com balão. Se FC, tônus e FR normais, a ventilação é suspensa e o RN extubado com retirada gradual e oxigênio inalatório no cateter. Se não melhorar, levar para UTI Intubação com cânulas de diâmetro uniforme sem balão e com marcador de corda vocal 5 litros de ar com 5 litros de gás carbônico dá 0,6 Se FC mantem < 60 mesmo após ventilação ou não elevar após 30 segundos após ventilação com oxigenação suplementar massagem cardíaca Massagem cardíaca: No terço inferior do esterno com dois polegares logo abaixo da linha intermamilar ou indicador e médio Pressão de 1/3 da dimensão ântero-posterior do tórax Sempre acompanhada de ventilação: proporção 3:1 (3 massagens cardíacas para 1 ventilação Massagem deve continuar enquanto FC < 60 bpm Quando FC > 60 interromper massagem e manter ventilação até FC atingir 100 bpm Medicações: quando FC mantem abaixo de 60 mesmo com ventilação efetiva e massagem cardíaca adequada uso de adrenalina, expansor de volume ou ambos Adrenalina endovenosa: na veia umbilical. Adrenalina endotraqueal: na cânula traqueal e ventilar a seguir. Dose única Expansor: na veia umbilical. Lentamente (5-10 minutos). Importante quando há hipovolemia no RN (palidez, má perfusão e pulsos débeis) e sem resposta adequada da FC à medidas de reanimação). Se não houver melhora, verificar a posição da cânula traqueal, uso do oxigênio 100%, a técnica de ventilação e da massagem e a permeabilidade da via de acesso venoso Aula 2: Assistência ao recém nascido no alojamento conjunto: administração, conduta e alta Alojamento conjunto é sistema de cuidado em que a mãe e recém nascido permanecem juntos 24h por dia Desde 1983 obrigatória pelo MS. Desde 1986 obrigatório nos hospitais universitários Segue as normas da ANVISA Vantagens: Estabelecimento precoce do vínculo afetivo mãe – bebê Promoção do aleitamento materno Oportunidade para as mães aprenderem cuidados com os RN. Troca de experiências com outras mães Diminuição do risco de infecção hospitalar Obedecer normas: Mãe e bebê juntos desde o nascimento – em contato com a mãe desde a sala de trabalho de parto Amamentação com livre demanda – sem horário marcado Não pode usar mamadeira, bico, fórmula láctea, chá, água, solução glicosada e outros alimentos exceto se indicado Puérpera sempre informada sobre aleitamento materna, técnicas, dúvidas Aleitamento cruzado contra indicado (só a mãe pode amamentar seu filho formação de vínculo e perigo de transmissão de doenças, contaminação) Proibido amostra e propaganda de alimentos substitutos de leite materno Horários de visita dos pais flexíveis 2005 lei que garante a presença de acompanhante escolhido pela mãe durante o trabalho de parto, o parto e pós-parto imediato (10 dias) Tripé: interação mãe RN + aleitamento + cuidados com o RN Interação: sinais de psicopatia, comportamento materno segurança do bebê Cuidados: banho, cuidados com o umbigo, roupas e pele prevenção de doenças Comportamento normal do recém nascido Primeiras 24h: dorme a maior parte do tempo Após: choro, mamar com frequência, vigília ativa, vigília tranquila, sono, cuidado: irritabilidade, choro inconsolável, sonolência extrema podem ser sinais de problemas Perguntar pra mãe como o RN passou no dia anterior (anamnese) População a ser atendida no alojamento: mães que não tenham doença recém nascido saudáveis, peso em torno de 2 kg, maiores de 35 semanas de idade gestacional, apgar > 6 no 5º minuto capaz de mamar no peito capazes de controlar sua temperatura corporal Avaliação do bebê e da mãe: exame físico completo, o que aconteceu na gestação e no parto, se bebê apresentou icterícia deve ter o nível de bilirrubina sérica dosado, uso de drogas, condições sociais, cuidado da mãe com o bebê,avaliação das mamas e da mamada Práticas: Acolhimento Comunicação – Aconselhamento, tirar dúvidas Orientação: amamentação, comportamento do bebê Interação com o bebê – bebê vai ao encontro do peito para mamar, reconhece face da mãe, distingue sons, segue objetos, distingue cheiros, alcança objetos Posição da criança para dormir: posição supina Acompanhamento da criança: 1ª consulta agendada, teste do pezinho (3º-7º dia de vida), vacinação Identificação da criança de risco ao nascer Reside em áreas de risco Baixo peso < 2500g Prematuridade (<37 semanas) Asfixia grave (apgar <5 no 5º minuto) Mãe adolescente Mãe com baixa instrução (<8 anos de estudo) História de morte de crianças com menos de 5 anos na família Avaliação do recém nascido Cor da pele do bebê – presença de icterícia ou palidez Ausência de lesões de pele Presença de lesões benignas próprias no recém nascido: desaparecem sozinhas, lesões evanescentes milio- sebáceo – queixo, palato, dorso do nariz miliaria eritema tóxico neonatal eritemas maculopapulares manchas eritematosas com pápula central Pustulose neonatal transitória – semelhante ao impetigo. Ela não deixa mancha, a base do impetigo fica exsudando, pustulose fica sequinha. A base da pústula pode ficar um pouco hipercrômica por algum tempo Mancha mongólica – mancha arroxeada Impetigo Postura do bebê no leito – flexão dos 4 membros Manobras para descartar displasia do quadril Avaliação do umbigo - claro, sem odor patológico, sem secreção, sem hiperemia, após nascimento é gelatinoso e vai secando – mumificação) Avaliação dos aspectos das fezes: mecônio fezes de transição Descamação fina das mãos e nos pés é normal quando leve não tem significado patológico. Teste respiratório e cardíaco Teste da orelhinha: não fazer após o nascimento. Deve demorar alguns dias para evitar um falso positivo Teste do coraçãozinho: oxímetro de pulso tenho medida de saturação periférica na mão direita e orelha direita, e em qualquer mmii. Oximetria deve ser > 95%. Variação ms e mi deve ser inferior a 3%. Se der alterado, deve ser repetido em 1 a 3 min. Se confirmado deve ser realizado ecocardiograma. Transposição de grandes vasos, coarctação da aorta Reflexo vermelho – para catarata congênita. O olho do bebê tem que ficar vermelho. Se não ficar vermelho e se ficar branco (leucocoria) pode ser catarata 1º exame físico do bebê é muito importante testar se ânus e narina são pérveas Critérios de alta 48h de vida Mamando bem Eliminações (urina e mecônio) Peso mínimo de 2000 g Sem doenças ou outras condições que contraindiquem a alta Com cuidador bem definido Na alta o RN nascido deve ser encaminhado para: Realizar teste do pezinho Teste da orelhinha (emissão otoacústica) Receber imunizações Acompanhamento pediátrico de rotina Aula 3: Adaptações à vida extra uterina Apgar Avalia frequência cardíaca, respiração, tônus muscular, irritabilidade reflexa e cor Quanto maior o apgar, melhor a situação do paciente Quanto menor o apgar, mais grave o paciente No 1º e 5º minuto. Se até 5º minuto, apgar < 7, repetir a cada 5 minutos durante 20 minutos Quando abaixo de 7, ficar de olho no bebê. Se menor que 3 deve-se atender imediatamente o recém-nascido. Acima de 7, há pouco risco Adaptações cardíacas Ducto venoso – cerca de 30 a 40% do sangue oxigenado vai diretamente para o coração Forame oval – sangue chega no átrio direito, passa para átrio esquerdo Canal arterial – sangue passa da artéria pulmonar para aorta Sangue oxigenado na placenta Remoção da circulação placentária aumento da resistência vascular sistêmica diminuição da resistência vascular pulmonar (vasos ocluídos passam a receber sangue) fechamento do canal arterial Aumento da pressão do VE e AE fechamento do forame oval Início da ventilação aumento da p CO2 no alvéolo e sangue arterial diminuição da vasoconstrição pulmonar aumento da oxigenação resultando em fechamento do canal arterial Expansão pulmonar restabelecimento dos vasos mecanicamente comprimidos aumento da oxigenação resultando em fechamento do canal arterial Hipertensão pulmonar persistente do recém nascido É uma desordem caracterizada por hipoxemia arterial sistêmica secundaria à elevada resistência vascular pulmonar, com resultante shunting do fluxo sanguíneo pulmonar para a circulação sistêmica e canal arterial continua aberto fazendo com que a quantidade de sangue que vai pela artéria pulmonar seja insuficiente para diminuir a pressão pulmonar Resistência vascular pulmonar elevada pressão artéria pulmonar elevada Canal arterial mantem aberto desvio sangue para aorta pouco sangue oxigenado hipoxemia sistêmica Tto – NO (óxido nítrico) há diminuição da pressão pulmonar sem que haja diminuição da pressão sistêmica inibidor de fosfodiesterase (viagra) Persistência de canal arterial No útero a pressão parcial de O2 é baixa e a concentração de prostaglandina mantem o canal arterial aberto intrauterino Canal arterial fecha normalmente em horas se o bebê continuar estável, sem cianose e etc Uso de indometacina (anti-inflamatório para diminuir a quantidade de prostaglandina já que ele inibe a COX que converte ácido araquidônico em prostaglandina) no máximo por 4 doses (1 dia) Se não for fechado com o antiinflamatório deve ser fechado cirurgicamente Recém-nascido tem taquipneia Se bebê tem estenose na artéria pulmonar devo evitar que esse canal arterial feche (Idiopatia canal-dependente). Uso prostaglandina para o recém-nascido. Fazer depois cirurgia para resolver a estenose , só então deixa o canal fechar 22ª a 24ª semana há diferenciação entre pneumócito I e II. O Pneumócito do tipo II que produz o surfactante O surfactante intratraqueal (2 a 3 doses no máximo) após o nascimento amadurece o pulmão. Deve ser usado nos recém-nascidos sob ventilação mecânica Adaptação térmica Fontes de produção de calor: Metabolismo basal – consumo de glicose Atividade muscular – tremor (não consegue) Termogênese química – mecanismo que recém-nascido se utiliza para produzir calor Temperatura intra-útero: 37,8° Quando nascer, é importante cobrir o bebê para evitar a perda de calor TERMOGÊNESE QUÍMICA Definição: a gordura marrom é responsável por produzir calor no recém nascido Localização: interescapular, nuca, área pericárdica, área perineal Alteração de temperatura reconhecida no SNAsimpático liberação de noradrenalina vaso contrição periférica e indução de lipólise nos depósitos de gordura marrom (desdobramento de triglicerídeo) como produção de calor Quando o RN é prematuro ou PIG, não apresentam gordura marrom, portanto não fazem termogênese química. Daí utilização o metabolismo para ganhar calor (consomem glicose) causando hipoglicemia. Aula 4: Período neonatal e classificação do recém-nascido Desde o clampeamento do cordão até 28 dias de vida Classificação do recém-nascido Idade gestacional Peso de nascimento Adequação ao peso e idade gestacional Quanto idade gestacional: Pré-termo: precisam de monitorização. <37 semanas A termo 37 a 41 semanas e 6 dias Pós-termo > 42 semanas Idade gestacional antes do nascimento DUM (depende da informação correta) ou US (até 12 semanas. Depois do nascimento método de Capurro e New Ballard Método de Capurro A partir de uma tabela, soma os pontos + 204 = idade gestacional em dias Avalia só criancas acima de 29 semanas Itens avaliados: Textura da pele – gelatinosa até descamação Glândula mamária – não consegue palpar até ter muito palpável Formação do mamilo – apenas visível até bem definido Forma de orelha – avalia a quantidade de cartilagem Pregas plantares – mais liso até muita quantidade de pregas Método de Ballard Avalia recém-nascido a partir de 23-24 semanas Mais itens avaliados Quanto ao peso de nascimento Peso normal 2500 a 4000 Baixo peso ao nascer < 2500 Muito baixo peso < 1500 Extremo baixo peso < 1000 Premier peso < 500 Macrossômicoou sobrepeso > 4000g Quanto à adequação de peso e idade gestacional Toxoplasmose, rubeola, citomegalovírus, herpes, hiv, htlv, hepatite, sífilis e outros bebê com pouco peso (PIG) Eclampsia -> bebê com pouco peso Diabetes bebe com muito peso Tabela relaciona peso e IG e fica entre as duas curvas adequada à idade gestacional –AIG GIG grande para a idade gestacional. Dorme muito. Entra num processo de hipoglicemia nos primeiros 4 dias e pode morrer. Acorda-lo de 3 em 3h para amamentar. Pode ter problemas cardíacos, cerebrais. Fazer cesária pela incompatibilidade pélvica. AIG – adequado para a idade gestacional PIG – abaixo – pequeno para a idade gestacional. Inconsolável. Amamenta muito. Desnutrido. Normalmente cesária já que ele está em sofrimento intrauterino. Apgar 1º e 5º minuto FC Tônus Irritabilidade reflexa Cor Respiração FC – quanto menor a idade, maior a frequência cardíaca 120 a 140. Ao longo do tempo a FC vai diminuindo FR – 40 a 60 PA é baixa e se eleva ao longo do tempo Exame físico alterado Cri De chá (miado de gato) – Onfalocele Gastrosquise – exteriorização Alerquim PARASITOSES Grave problema de saúde pública Relacionado com fatores socio-econômicos emambientais Pode levar à desnutrição e anemia Transmissão fecal-oral Ovos cistos e vsrvam comtsminsm a ahua Mecanismo que desencadeiam agravam a desnutricao Lesao da mucosa Alterações do metabolismo de sais menireais Competição alimentar Exsudação intestinal Proliferação bacteriana Sangramento Fatores de risco Menor idade Imunossupressao Desnutrição Alerta durante início de corticoterapia ou outras drogas imunossupressoras alguns parasitas Infeccoes pelos protozoários está associada a imunossupressao Microscoporídeos Tem mais Recidivas são comuns Tratamento Antiparasitarios Medidas educação preventiva Saneamento básico Baixa letalidade e alta morbidade Quadro clínico Dor abdominal Epigástrica – giardiase, Periumbilical Fossa ilíaca direita – tricuríase Nausea Anorexia Anemia Diarreia Emagrecimento Diarreia aguda Diarreia crônica Constipação intestinal Sindrome se Loeffler (ciclo pulmonar): tosse, broncoespasmo, imagem radiológica semeslhante à pneumonia – ascaridíase, estrongiloidiase Diagnóstico Exame parasitológico de fezes Fezes frescas – no dia MIF – 3 a 5 amostras em dias alternados – aumenta a sensibilidade ao protozoário Métodos: Exame direto: trofozoitos Hoffman – cistos e ovos pesados Fita gomada – Enterobius Classificação Protozoarios Balatidium Giardia Entamoeba Helmintos Ascaris GIARDIASE Giardia lámblia Transmissão: fecal-oral. Cisto sai nas fezes Patogenia: Competição alimentar Atapetamento das vilosidades dos enterócitos Diminuição da produção de lactase Sindrome de má absorção Infiltração inflamatória da mucosa Quadro clínico Pode ser assintomático Dificuldade de ganhar peso Anorexia, vômito, flatulência Dor abdominal Diarreia aguda ou crônica Síndrome de má absorção (fezes volumosas e brilhantes) Diagnóstico EPF – fezds frescas e MIF Métodos: exame direto, Hoffman, Faust Aspirado duodenal Biópsia duodenojejunal: método mais sensível Tratamento Metronidazol – 15 a 20 mg/ kg/dia. 7 dias Secnidazol 30mg/kg/dia, dose única Tinidazol 50mg/kg/dia, dose única Albendazol 400mg/dia 5 dias AMEBÍASE Entamoeba histolytica Cisto maduro – forma infectante Habitat intestino grosso Forma invasiva patogénica – trofozoíto Cai na corrente sanguínea e pode causar lesões no fígado (abcesso amebiano), pulmão e SNC Patogenia Trofozoitos – produz enzimas proteolíticas levando às ulcerações, hemorragia Quadro clínico Disenteria amebiana – evacuações dolorosas com sangue e muco Febre, constipação, calafrios – nos casos mais agressivos Extra intestinal (se houver imunossupressão) : abcesso hepático amebiano, perfuração intestinal, meningite amebiana Diagnósrico EPF – MIF Reações sorológicas: Elisa Tratamento Metronidazol 25-50 mg/kg/dia em 3 tomadas por 10 dias Tinidazoo 50 mg/kg dose única diária durante 2 dias Forma extra-hepática ASCARIDÍASE Ascaris lumbricoides Enteroparasita mais comum Habitat- intestino delgado Só vira infectante quando passa pelo pulmão e retornar para o ID Quadro clinico Colicas intestinais, nauseas, vômitos, eliminação de bermes Síndrome de Loeffler Semi oclusão e oclusão intestinal Manifestação de hipersensibilidade urticária e prurido anal Volvo Migração para árvore biliar, ducto pancreático, apêndice e fígado Tratamento Mebendazol- 100mg, duas vezesnai dias, 3 dias reinicia 14 dias depois Albendazol – 400 mg. Dose única Se houver suboclusão: jejum, hidratação via parenteral, piperazina, óleo mineral a cada 2h, até eliminação de óleo pelas fezes por sonda nasojejunal - pós-pilórica para evitar refluxo e aspiração para árvore brônquica. ANCILOSTOMÍDEO Necator Invasão através da pele Quadro clínico Anemia ferropriva Sangramento intestinal Perda de peso Geofagia Dermatite pruriginosa no local da penetração Diagnóstico EPF Hemograma (anemia e eosinofilia intensa) Tratamento Mebendazol Albendazol ESTRONGILOIDÍASE Habitat Intestino delgado E m cask de kmuno (50 min) forma disseminada Larvas penetram pela pele Síndrome de Loeffler Ciclo patogênico Auto-infeccao endógeno: larva rabdforme se transforma em filariforme pemetra na luz intestinal e Auto-infeccao exógena: latva filariforme na luz penetra pele da regiao anal (ouvir 53min) Quadro clínico: Dor abdominal epigástrica, perda de peso Síndrome de má absorção Anemia, eosinofilia Sindromes cutáneas Sindrome de LOEFFER PROVA Estrogiloidiase disseminada: 56 min Quamdo cai na corrente sanguínea cajsa tsanslocacao bacteriana AMEBA E ESTRONGILOIDÍASE são mais graves primcipalmente em um estado de imunossupressao TRICURÍASE Comum em pre-escolares Quadro clinico: Prolapso retal Dor abdominal periumbilical ou no quadrante inferior direito Infecções maciças em desnutridos e 9u lactantes OXIURÍASE Coceira noturna, vulvovaginite, irritabilidade, insônia Habitat intestino grosso Diagnóstico: Fita gomada ou Graham (anal swab) Ovos são raramente encontrados nas fezes Sensibilidsde do EF < 10% Tratamento: Mebendazol Albendazol Repetir 14-21 dias após Conclusão – TRATAMENTO - na dúvida quanto ao parasita, opto por 1 dos 2 esquemas de amplo espectro seguintes capazes de cobrir TODOS os protozoários + todos os helmintos: 1. Albendazol VO 400 mg/dia, 5 dias - R$30,00 2. Metronidazol VO 15 - 20 mg/Kg/dia, 10 dias (7d só tto protoz.) - R$10,00 (porém é fornecido pelo SUS) + Mebendazol VO 100 mg, 2x/dia, 3 dias – realizar 2 séries (repetir 14*-21 dias após p garantir eliminação já que alguns protoz. podem ter sobrevivido ao tratamento conforme o estágio do ciclo em que se encontrava) DOR ABDOMINAL RECORRENTE Síndromes dolorosas são queixas comuns na infância Lactente: cólica Pré-escolar: dores do crescimento Escolar: DAR – dor abdominal recorrente Adolescente: cefaleias Mais frequente entre 4 e 12 anos de idade Ocorrência pelo menos de 3 episódios período de no mínimo 3 meses durante o último ano de intensidade suficiente para interferir nas atividades habituais da criança Causa: orgânica (10%) ou funcional (90%) Mais comum no sexo feminino Fisiopatologia Hipersensibilidade visceral Alteração na motilidade intestinal Alteração da flora intestinal Estado emocional – SNC estimula mucosa intestinal Estresse pode provocar ativação dos mastócitos e sua desgranulacaocom liberacao de mediadores químicos qje alteram a resposta intestinal Diagnóstico: Dor abdominal funcional quando não há uma alteração anatômica, infecciosa, inflamatória ou metabólica Classificação dos distúrbios gastrointestinais funcionais: Critério de Manning Critério de Roma I Critéro de Roma II Critérios de Roma III Dor abodominal dispepsia funcional, síndrome do intestino irritável, migrânea abdominal,dor abdominal funcional Dispepsia funcional Dor osrsistente ih reccorente ou desconforto na srefiao superior do abdome Não melhora com a evacuação Síndrome do intestino irritável Dor abdominal associado a dor e mais dois dos seguintes: melhor com a evacuação Migrânea abdominal Dor periumbilical Aguda e intensa Ocorre em crises > 3 espisódos nos ultimos 12 anos Pode durar de 1h a muitos dias Associada a pelo menos dois destes: cefaleia Dor abdominal funcional Contínua ou episódica Sinais de alerta – sinais para investigar causa orgânica Perda de peso Desaceleração do crescimento – má absorção intestinal, Dor que acorda a criança à noite Febre Erupções na pele Dor articular Aftas recorrentes Lesoes perianais Anemia Diarreia crônica Disúria Sangue nas fezes VHS PCR alterados Screening Laboratorial DAR mínimo: colher sangue, fezes e urina Hemograma completo VHS PCR PFH PFR – hepárica e renal Amilase- lipase EAS EPF EAF – elementos anormais nas fezes - com pesquisa de sangue oculto nas fezes RX abdome US abdominal Diagnóstico de dor abdominal funcional História clínica cuidadosa Preenchimento dos critérios de Roma III Exame físico normal, incluindo toque retal Exames laboratoriais normais Ausência dos sinais de alerta Diagnóstico diferencial – causas orgânicas Infecções parasitárias Doença inflamatória intestinal DRGE Gastrite por ANES Doenças extra intestinais: pancreatite crônica, hepatite crônica, colecistite crônica, pancreatite crônica, hepatite crônica Conduta terapêutica: Correção de erros alimentares Uso de medicamento rotineiro deve ser desaconselhado Esclarecer os pais quanto a autenticidade da dor – doença funcional Tranquilizar sobre a benignidade da doença Observar o gatilho no desencadeamento da crise de dor, ou que pioram a dor Abolir os ganhos secundários Redirecionamento da criança para atividades Garantir vida normal ao paciente Reforços comportamentais para os dias sem dor – “agrados quando não tiver dor” Tratamento Analgésicos comuns Antiespasmódicos Probióticos Antidepressivos Anticonvulsivantes Distúrbios das Vias Respiratórias Infecção de Vias Aéreas Superiores Rinofaringites Virais ou resfriado comum. É a desordem infecciosa mais comum da infância, de natureza benigna e autolimitada. É diferente da gripe, que é uma doença sistêmica epidêmica, causada pelo vírus influenza, caracterizada clinicamente por febre alta, mialgias e prostração. A nasofaringite viral predispõe a criança a complicações bacterianas como a otite media aguda e a sinusite. O agente etiológico mais frequente é o rinovírus. São considerados agentes casuais: coronavírus, vírus sincicial respiratório, influenza e parainfluenza. São transmitidos sob a forma de aerossol, sendo a principal via de contaminação o contato direto. O período de incubação é de 1-3 dias. Inicia-se com uma sensação de garganta arranhando, de duração máxima de 3 dias, que evolui com espirros, obstrução nasal e rinorréia. A coriza e a obstrução nasal estão sempre presentes. A coriza é abundante, sendo clara inicialmente, mas frequentemente torna-se amarela nos últimos dias (não deve ser encarada como infecção bacteriana secundária). A tosse surge em 30% dos casos, observada principalmente durante o sono, devido ao gotejamento pós-nasal. A duração media dos sintomas é de 1 semana. A febre pode ser alta, porem não deve ser usada como diferenciação entre infecção viral e bacteriana. Pode ser observada uma discreta hiperemia de mucosa. A otite media aguda é a principal complicação bacteriana, podendo estar presente em ate 30% dos casos. Febre alta, dor no ouvido, irritabilidade, sugerem o quadro. A sinusite e a pneumonita são complicações bacterianas menos comuns. O tratamento deve ser dirigido para as queixas e os sintomas apresentados. Soro nasal e líquidos em abundancia. Podem ser usados antitérmicos como o acetominofen (1gt/Kg/dose) e a dipirona (1gt/2Kg/dose). O AAS não é recomendado por causa de sua associação com a Sindrome de Reye, nas infecções por influenza. Anti-hitamínicos não influenciam na evolução de uma episodio de nasofaringite viral, assim como a administração de descongestionantes nasais, mucolíticos e expectorantes. A medida preventiva mais eficaz contra o resfriado é a lavagem frequente das mãos ou pelo menos após o contato direto com algum suspeito de resfriado ou gripe. Diagnóstico diferencial: Rinite alérgica (espirros e prurido nasal), corpo estranho (secreção unilateral, fétida) e Coqueluxe (tosse proeminente e persistente). Otite Média Aguda: É uma complicação da rinofaringite. É uma das doenças mais frequentes da infância. A maior frequência de OMA ocorre nos dois primeiros anos de vida, declinando após. Principais fatores de risco: crianças menores que 2 anos, devido à imaturidade do sistema imunológico e à anatomia da trompa auditiva que é mais curta e mais horizontal, com mecanismo antirrefluxo prejudicado; sexo masculino; perfil socioeconômico; aleitamento artificial; tabagismo passivo; exposição à outras crianças; anomalias congênitas. Os agentes etiológicos mais frequentemente identificados na OMA são: S. pneumoniae, H. influenzae não tipável e M. catarrhalis. Os sintomas variam de acordo com a idade da criança. Em maiores que 2 anos, a suspeita clinica provem da queixa de dor de ouvido pela própria criança, associada à febre, astenia, inapetência e hipoacusia flutuante. Crianças menores que 2 anos, podem apresentar sinais indiretos de otalgia como irritação, choro persistente, levar a mão ao ouvido e dificuldade para dormir. Um dado fundamental na historia de uma OMA é a presença de um episódio prévio de uma rinofaringite viral antecedendo as manifestações clinicas. Sabe-se que a OMA pode ser complicação de um resfriado comum em até 30% dos casos. Otorréia, fluida ou purulenta, pode ocorrer em até m terço dos casos. Otoscopia A membrana timpânica apresenta-se convexa, hiperemiada, abaulada, com opacificação (perde o sinal do triangulo luminoso). *A hiperemia isolada da membrana timpânica não deve ser considerada como alteração suficiente para definir o diagnostico de OMA. O tratamento é feito com medidas gerais (analgésicos e antitérmicos) e antibioticoterapia com amoxicilina (40-40mg/Kg/dia) por 10 a 14 dias. Crianças menores que 2 anos, que frequentam creches, que tenham feito uso de antibiótico nos últimos 3 meses, que tenham história de OMA de repetição ou que possuam alguma doença imunossupressora, deve receber dose dobrada de amoxicilina (90mg/Kg/dia) Todas as crianças para as quais se tenha iniciado a antibioticoterapia deverão ser revistas em 48-72h para a reavaliação de sinais e sintoma de melhora ou piora. Em caso de resposta inadequada ou falha terapêutica após o tratamento adequado por três dias, pode-se estar diante de duas possibilidades: Provável presença de um microrganismo produtor de betalactamase (hemófilos e moraxela) Prescrever associação de amoxicilina + clavulanato em dose dobrada (80-100mg/kg/dia). Pneumococo resistente: na maioria dos casos a resistência é intermediária e pode ser contornada com a dose dobrada de amoxicilina. Conduta terapêutica: < 6 meses diagnostico de certeza ou na dúvida Terapia Antimicrobiana 6m – 2 anos Certeza = ATB / Duvida = ATB se doença grave ou observação se leve > 2 anos Certeza = ATB se doença grave ou observação se leve / Duvida = Observação (Reavaliação após 48h). Resumo: Tratar todos os menores que 6 meses, todos com OMA grave e todos os < 2 anos na certeza do diagóstico. A opção de observação somente poderá ser aplicada nos casos que sem possa garantir a revisão da criança em um outro momento. Define-se doença grave quando encontra-se: otalgia grave-moderada OU febre >39ºC OU toxemia. Complicação – Mastoidite: Ocorre quando o processo inflamatório se extende para o periósteo da mastoide do osso temporal, provocando sintomas de edema, eritema e dor retroauricular. O tratamento é feito com antibioticoterapiavenosa e miringotomia. Em casos graves pode haver evolução para uma osteomielite da parte petrosa do osso temporal. A conduta é sempre internar a criança, realizar uma TC, uma mastoidectomia e antibioticoterapia venosa (AMX+CLAV ou Cefuroxia ou AMP+SULB). Sinusite ou Rinossinusite: É uma complicação da rinofaringite. É classificada como viral autolimitada, bacteriana aguda (< 4 semanas), subaguda (> 4 sem e < 12) e crônica (> 12 semanas). Etiologia semelhante à da Otite Media Aguda (S. pneumoniae, H. influenzae e M. catarrhalis. No caso de sinusite crônica (Estafilococos coagulase negativo, S. aureus, Estreptococos alfa hemolítico e anaeróbios). Ao contrario da criança maior e do adolescente, a criança com menos de 5 anos de idade não manifesta dor facial, cefaleia, edema e sensibilidade à percussão da face. As manifestações mais comuns são a tosse e secreção nasal, muitas vezes encarada como um resfriado comum que demora a passar, com duração maior que 10 a 14 dias. A tosse é o principal sintoma de rinossinusite da infância e ocorre durante o dia om piora durante a noite ou quando em posição supina. A secreção pode ser clara ou purulenta. Em crianças o estudo radiológico dos seios da face é desnecessária. Diagnóstico clínico. O tratamento é semelhante à OMA. Complicações: Celulite periorbitária e orbitária (mais grave) Faringoamigdalites virais e bacterianas - Anginas: Caracteriza-se por eritema e pela presença ou não de exsudato amigdaliano, ulcerações e vesículas. Em relação à etiologia, os agentes virais correspondem a 75% dos casos, e menos comumente os bacterianos. Crianças menores que 3 anos, raramente apresentam doença bacteriana. Os principais vírus são o adenovírus (febre faringoconjuntival), o Virus Epstein-Barr (mononucleose) e o Cocksackie A (herpangina). Entre os agentes bacterianos destacam-se o estreptococo beta-hemolítico do grupo A (S. pyogenes), mais comum na faixa etária dos 5 aos 15 anos. *A escarlatina é uma síndrome clinica que congrega faringoamigdalite exsudativa com um exantema em lixa. As maiores preocupaçãos em relação à infecção com o estreptococo são as infecções a longo prazo como a febre reumática e a GNDA, além das complicações supurativas. Podem ser classificadas como sendo eritematosas, eritamatopultáceas, pseudomembranosas e ulcerosas. Infecções virais: Não costumam estar associadas à dor intensa e odinofagia. Há a queixa de garganta coçando ou arranhando. A faringe apresenta-se eritematosa e edemaciada. Adenovírus Geralmente é mais intensa, com sintomas de mialgias, cefaleias, calafrios, febre alta, por cinco a seis dias. A dor de garganta é importante, assim como exsudatos e eritema da orofaringe. Um achado muito frequente é o encontro de sintomas conjuntivais = Febre faringoconjuntival. Coksackie A (Herpangina) Pequenas vesículas no palato mole, úvula e pilares amigdalianos anteriores. As lesões geralmente se rompem e originam ulceras esbranquiçadas. Febre alta, dor de garganta e disfagia estão presentes. O sorotipo 16 pode causar a doença mão-pé-boca. Epstein-Barr (Mononucleose) ocorre febre, linfadenopatia cervical e esplenomegalia. Quando o diagnostico não é realizado corretamente, a prescrição de ampicilina dá origem a um exantema típico em 90% dos casos. Infecções bacterianas: se inicia com queixas pouco especificas como cefaleia, dor abdominal e mal-estar, além de febre de até 40ºC. Algumas horas depois o paciente apresenta dor de garganta com intensidade variável. Ocorre eritema da orofaringe acompanhado ou não de exsudato. O diagnóstico pode ser feito através de coleta de secreção com swab e cultura ou teste de detecção rápida de antígenos estreptocócicos. O leucograma não diferencia com confiabilidade entre infecções bacterinas e virais, não sendo um dado laboratorial consistente. O tratamento das faringites agudas virais não necessita de terapia específica. A antibioticoterapia deve ser usada na faringite estreptocócica. Ela previne a febre reumática e as complicações supurativas se utilizada dentro dos primeiros nove dias após o inicio do quadro. No entanto, não previne o surgimento de GNDA. A antibioticoterapia leva à defervescência nas primeiras 24h de uso. O antibiótico utilizado é a penicilina benzatina na dose única de 600.000 UI (< 27Kg) a 1.200.000 UI (>27Kg). Outra opção é a amoxicilina (50mg/Kg/dia de 8/8 horas por 10 dias). Eritromicina e Azitromicina podem ser usadas nos casos alérgicos à penicilina. Complicações: Abscesso periamigdaliano é mais comum que o abscesso retrofaríngeo. Ocorre com mais frequência em adolescentes. O quadro clinico é clássico, caracterizado por intensificação da dor de garganta, surgindo intensa disfagia e trismo em grau variado. O exame da orofaringe demonstra um abaulamento inflamatório unilateral com rechaço da amigdala e da úvula para o lado oposto. Conduta: internação + ATB venoso (Penicilina ou AMOX-CLAV) + drenagem. Abscesso Retrofaríngeo Menores que 4 anos; Febre, irritabilidade, disfagia, torcicolo; estreptococo + anaeróbio + estafilococo (flora mista); radiografia lateral do pescoço (aumento do espaço retrofaringeo); TC cervical é confirmatória; internar imediatamente (Há risco de morte!!); ATB venoso (AMX-CLV) + Drenagem. *Indicações de cirurgia: Adenoidectomia + Amigdalectomia Apnéia obstrutiva do sono, Hipertrofia amigdaliana associada à cor pulmonale Amigdalectomia Surtos agudos, intensos e frequentes, abscesso peri-tonsilar, amigdalite crônica. Adenoidectomia OMA recorrente, sinusite e nasofaringite de repetição, hipertrofia adenoidiana provocando respiração tipo bucal, voz hiponasal, obstrução nasal e secreção continua (Indicação absoluta). Laringotraqueobronquite ou Crupe Afecção infraglótica. Vírus parainfluenzae em 75% dos casos. Outros: influenzae, adenovírus, VSR. A bacteriana é uma complicação da viral. O mais comum é o S. aureus. A maioria dos pacientes tem entre 1 e 5 anos de idade e do sexo masculino. É a forma mais comum de obstrução das vias aéreas superiores. Inicialmente há uma tosse metálica (ladrante) com estridor inspiratório leve. Evolui com piora da tosse, rouquidão, batimento de asa de nariz e retrações costais. Sintomas são tipicamente piores à noite. É autolimitada cuja duração média é de 3-5 dias. O diagnostico é feito quando tem-se uma criança pequena com historia recente de um resfriado, evoluindo depois com a tríade: rouquidão + tosse metálica + estridor (Sd. Crupe). Sinal da Torre na radiografia cervical em PA (estreitamento infraglótico). Faz diagnóstico diferencial com abscesso retrofaríngeo e peritonsilar. Tratamento: A maioria dos pacientes pode ser tratado em casa. O uso de vapor quente ou frio interrompe o espasmo laríngeo e a dificuldade de respirar. As crianças com a Sd. Do Crupe devem ser hospitalizadas na presença de: epiglotite, estridor progressivo, estridor intenso em repouso, dificuldade respiratória, hipóxia, cianose, depressão do sensório. Os casos mais graves devem ser tratados com nebulização com adrenalina. O efeito da adrenalina dura apenas 2 horas. O emprego de corticoide como a dexametasona e a budesonida é recomendado em dose única na emergência. A conduta inicial é nebulizar com adrenalina e já aplicar a dose de corticoide. Essas crianças devem ser observadas por 2-6h na emergência e se houver melhora (desaparecimento do estridor em repouso), poderão ser liberadas para casa com a orientação de uso do vapor úmido e umidificação do ar. Epiglotite: Afecção supraglótica. Antes da era vacinal o H. influenzae tipo B era a causa habitual. Atualmente, o S. pyogenes, S. pneumoniae e S. aureus são os mais encontrados. Com o advento da vacinação contra o hemófilos B, a incidência de epiglotite diminuiu bastante. Representa a forma mais grave de obstrução inflamatória aguda das vias aéreas superiores. Tem instalação hiperaguda, com insuficiência respiratória precoce. Acomete crianças entre 2 e 5 anos de idade. Seu curso é fulminante, com febre alta, dor de garganta, sialorreia,dispneia, obstrução respiratória rapidamente progressiva e prostração. Não há rouquidão. Em questão de horas pode evoluir com obstrução completa das vias aéreas e morte. A criança geralmente acorda no meio da noite com febre alta, afonia, dificuldade respiratória e estridor. Costuma sentar-se pra frente com o pescoço hiperestendido em posição de tripé. A boca permanece entreaberta e a língua protusa. O padrão-ouro para o diagnostico é a visualização de uma epiglote vermelho-cereja, grande e edematosa, por exame direto (laringoscopia). Na suspeita de epiglotite, a inspeção a orofaringe com um abaixador de língua pode levar a um laringoespasmo reflexo seguida de parada cardiorrespiratória e portanto deve ser evitada. A posição supina também deve ser evitada. Se o diagnostico for provável, devem-se tomar medidas imediatas para o exame e controle das vias aéreas através de intubação traqueal ou traqueostomia. A radiografia lateral cervical revela o “sinal do polegar”. Na pratica a radiografia NÃO está indicada e a manipulação para o procedimento pode ser fatal. Confirmada a epiglotite, é fundamental a internação do paciente em UTI pediátrica. Independente do grau de dificuldade respiratória, está indicada a intubação traqueal ou traqueostomia. As crianças permanecem intubadas por 2-3 dias. Deve ser feita antibioticoterapia parenteral com ampicilina-sulbactam ou amoxacilina-clavulanato por 7-10 dias. Exames de sangue, como hemograma e hemocultura devem ser solicitados, além de cultura das secreções faríngeas. A adrenalina e os corticoides são ineficazes. Na traqueíte bacteriana, o paciente apresenta-se toxemiado e com febre alta. O agente mais frequente é o S. aureus. Deve ser instituído intubação ou traqueostomia e ATBterapia apropriada com amp-sulb ou amx-clav ou cefuroxima. Infecção de Vias Aéreas Inferiores Taquipnéia: < 2 meses > 60 irpm 2 – 12 meses > 50 irpm 1 – 5 anos > 40 irpm Coqueluxe: Curso e duração muito prolongados 3 fases: Catarral / Paroxística / Convalescença Tosse seca irritativa paroxística, em guincho, pior a noite Leucocitose com linfocitose Eritromicina 40-50mg/Kg/dia 6-6h, 14 dias Pneumonias: Quadro clínico: Taquipnéia Pródromos catarrais Febre alta Tosse Sinais clássicos (nem sempre presentes) Aumento do frêmito toraco-vocal Macicez a percussão Diminuição do MV (estertor crepitante) Broncofonia Sinais de Gravidade: Tiragem subcostal Batimento de asa de nariz Gemido Cianose Indicações de internação hospitalar: Idade < 2 meses Sinais de gravidade Complicações Fatores de risco Falha terapêutica ambulatorial Etiologias: RN < 3 dias S. grupo B RN > 3 dias S aureus < 1 ano VSR / Clamydia ( 1 – 3 meses) 1 – 5 anos Virus / S. pneumoniae / H tipo B / Mycoplasma / S. aureus Broncopneumonias São mais frequentes. São encontradas mais comumentes em pacientes imunocomprometidos, recém-nascidos, prematuros, lactentes menores que 1 ano, desnutridos. Apresenta quadro radiológico com lesões que não respeitam a segmentação pulmonar, podendo ser únicas ou múltiplas, dispersas ou confluentes, de limites irregulares, uni ou bilaterais. No caso de pneumonia pelo S. aureus é comum a presença de pneumatoceles e derrame pleural. Lobares ou segmentares Comprometem homogeneamente um lobo, lobos ou segmentos pulmonares. São causadas pelo pneumococo. Podem ser visualizados broncogramas aéreos. São mais frequentes em lactentes acima de seis meses de idade e em crianças maiores. Intersticial São causadas por vírus (VSR) ou Mycoplasma, apresentando-se com sinais de aumento da trama broncovascular, espessamente peribrônquico e hiperinsuflação. Virais: VSR; Crianças de 2 – 3 anos. É precedida de vários dias de sintomas respiratórios como tosse, coriza e obstrução nasal. Leucometria com linfocitose. Diagnostico definitivo é o isolamento do vírus. Tratamento: em geral são necessárias apenas medidas de apoio. Bacterianas: É uma doença incomum na ausência de uma doença crônica subjacente. Fibrose cística, agamaglobulinemia, fenda palatina, discinesia ciliar, SIDA, refluxo gastroesofágico, anemia falciforme. Pneumocócica: Crianças entre 6 meses e 5 anos. É a causa mais comum de infecção pulmonar bacteriana. Calafrio seguido de febre alta, tosse e dor torácica em crianças maiores. Obstrução nasal, irritabilidade, redução do apetite em lactentes. Inicio abrupto de febre alta, inquietude, dificuldade respiratória, batimento de asa de nariz, gemência, retrações intercostais, taquicardia, taquipnéia, murmúrio vesicular diminuído, presença de estertores crepitantes. Leucometria elevada a custa de polimorfonucleares. Classicamente o padrão é pneumonia lobar com hepatização. Não convém realizar radiografias seriadas no curso da doença. O pneumococo é o principal agente causal de derrame pleural. O derrame é parapneumônico na maioria das vezes. Tratamento com penicilina procaína dose única ou amoxicilina por 7-10 dias. Casos graves com penicilina cristalina EV por 10-14 dias. Estreptocócica: Os estreptococos o grupo A causam mais comumente doença limitada ao trato respiratório superior. A pneumonia tende a ser uma complicação de doenças virais como sarampo e varicela. As lesões pulmonares consistem em necrose da mucosa traqueobrônquica com formação de úlceras. As manifestações clínicas são semelhantes as da pneumonia pneumocócica. A droga de escolha para o tratamento é a penicilina G benzatina por 2 – 3 semanas. Estafilocócica: A pneumonia por S. aureus costuma ser grave e rapidamente progressiva, com alta mortalidade. 30% dos pacientes tem menos de 3 meses de idade e 70% menos de 1 ano. O estafilococo não é causa habitual de pneumonia em crianças hígidas. Geralmente causam broncopneumonia confluente com extensas aéreas de necrose hemorrágica e áreas irregulares de cavitação. Pneumatoeles podem estar presentes. O tratamento consiste em antibioticoterapia, drenagem da coleção purulenta e oxigênio. Podem ser usadas a oxacilina, cefalotina ou clindamicina. Para os resistentes à oxacilina usa-se a vancomicina. A duração total é de 21 dias. Mycoplasma: 2ª causa entre 6-18 anos Comum entre irmãos Broncopneumonia inicio gradual de sintomas de IVAS Evolução longa (21 dias) Hemograma normal / VHS aumentado Raio x inespecífico Padrão intersticial / Broncopneumonia Tratamento com Claritromicina / Azitromicina (Macrolídeo) Tratamento: Menores que 2 meses: SEMPRE hospitalar Antibiótico endovenoso AMPICILINA + AMINOGLICOSÍDEO / CEFALOSPORINA DE 3ª GERAÇÃO Maiores que 2 meses: Apenas aumento da FR AMBULATORIAL Amoxicilina 50mg/kg/dia, 12/12h, VO, 10 dias Reavaliar após 48 horas Se não melhorar, mas não piorar AMX-CLV 10 dias Presença de sinais de gravidade HOSPITALAR Penicilina Cristalina 200.000 U/Kg/dia, IV, 6/6h, 14 dias Ampicilina 200mg/Kg/dia, IV, 6/6 horas Presença de sinais de MUITA gravidade: Oxacilina + Ceftriaxone / Cloranfenicol Não melhora ou Piora Complicação de PNM ou Imunodepressão Pneumococo resistente Associar vancomicina + ceftriaxone. Complicações: Abscesso Pulmonar: Tosse, febre alta, taquipnéina, dispneia, vômitos, escarro purulento, hemoptoicos, perda de peso. Rx é fundamental: Imagem arredondada > 2 cm, presença de nível hidroaéreo, cavidade com paredes espessadas. Tratamento: P. cristalina + Clindamicina por 2 – 3 semanas Pneumatoceles: Lesões císticas de conteúdo aéreo, de paredes finas Secundaria a pnm, trauma torácico, ou ventilação mecânica. Diagnostico pelo raio-x Maioria é assintomática Tratamento: Conduta conservadora. O tratamento para pnm resolve o processo. Fibrose Cística: Doença genética, autossômica recessiva. Alteração nos canais de cloreto transmembrana. Múltiplas infecções de vias aéreas recorrentes + insuficiência pancreática Diagnóstico: Teste do suor (dosagem do cloreto) Triagem neonatal (dosagem do tripsinogênio) Historia familiar positiva Tratamento: ATB Oxacilina + Amicacina+ Ceftazidima Agentes mucolíticos Nebulização com salina 7% Lipase recombinante Vacinas (anti-pnm, anti-influenza, antivaricela) Sd. de Kartagener: Tosse Crônica, produtiva matinal, IVAS de repetição, TC de tórax com bronquiectasias (semelhante a fibrose cística) Tríade: SITUS INVERSUS + SINUSITES/OTITES CRÔNICAS + Dça Pulmonar levando à bronquiectasias. Diagnóstico: Exames de imagem (seios de face e tórax) Provas de função pulmonar (padrão de doença obstrutiva) Avaliação do óxido nítrico exalado (diminuído) BRONQUIOLITE É uma doença infecciosa Causa mais comum de IVAI em lactentes menores de 2 anos Resulta na obstrução das pequenas vias aéreas inferiores. A doença é mais grave entre o primeiro e o terceiro mês de vida. É a causa mais frequente de hospitalizações em lactentes. Agentes: Vírus sincicial respiratório (VSR) - 50% dos casos. Parainfluenzae Influenza Adenovírus Mycoplasma pneumoniae Vírus sincicial respiratório Transmissão – respiratória por tosse, espirro, secreção nasal e contato Período de incubação: 2 a 8 dias Excreção viral: 3 semanas Fisiopatologia Invasão na mucosa pelo vírus infiltrado peribronquiolar aumento da secreção de muco e alteração da produção de surfactante Resposta inflamatória perivascular alteração da permeabilidade e aumento da produção de endotelina Invasão na mucosa + inflamação perivascular obstrução das vias aéreas edema pulmonar + alteração do tônus vascular + alteração do clearance alveolar HIPOXEMIA + SUBCREPTAÇÕES + SIBILÂNCIA + CIANOSE + TAQUIPNEIA + DISPNEIA + OBSTRUÇÃO + HIPERINSUFLAÇÃO PULMONAR + REDUÇÃO DA DINÂMICA PULMONAR + PROLONGAMENTO DO TEMPO EXPIRATÓRIO Principais fatores de risco: Idade inferior a seis meses Baixo peso ao nascer Prematuridade, Doença pulmonar crônica Desnutrição Aleitamento artificial. Sintomas: pródromo (sintomas leves de VAS - espirros e rinorréia). Gradualmente o quadro respiratório piora com tosse paroxística, dispneia e irritabilidade. A criança é sempre taquipneica. Exame físico: sibilos, subcreptações e prolongamento do tempo expiratório Radiografia Sinais de hiperinsuflação e áreas de atelectasias Hemograma normal Diagnóstico diferencial: Coqueluche, Fibrose cística, cardiopatias congênitas, refluxo gastroesofágico, pneumonia bacteriana. Tratamento é de suporte com controle da temperatura, aporte hídrico e nutricional, oxigênio, broncodilatadores, corticoides, epinefrina, ribavirina. Controle de transmissão: Lavagem das mãos, limpeza do estetoscópio, precaução de contato, isolamento de casos suspeitos, afastar funcionários com IVA Profilaxia específica: Palivizumabe – neutraliza e inibe a fusão do VSR aos receptores da mucosa, reduz atividade viral e transmissão do vírus entre as células ASMA BRÔNQUICA Uma doença inflamatória crônica Caracterizada pela hiper-responsividade das vias aéreas inferiores Limitação variável ao fluxo de ar - reversível espontaneamente ou com tratamento Inflamação + obstrução brônquica + aumento da reatividade + sibilo + tosse (pela manhã) + dispneia + aumento do tempo expiratório + taquipneia + hiperventilação Epidemiologia: Predomina na infância, entre 7-10 anos. O principal fator de risco é a atopia. Tem caráter genético e ambiental Anamnese Sintomas característicos – tosse principalmente matinal, sibilo, aumento de tempo expiratório Início e tipo de crise Fatores desencadeantes Historia familiar Exame físico Sinais de atopia Rinite – sinute Tórax em tonel e hiperinsuflado Extremidades frias e cianóticas Ruídos respiratórios - sibilos Repercussão funcional: Doença episódica, marcada pela exacerbação e remissão Volume residual e capacidade residual funcional aumentados Aprisionamento de ar Gasometria arterial Hipocapnia e alcalose respiratória (Taquipnéia e hiperventilação) + Hipoxemia Critérios diagnósticos: VEF-1 < 80% do previsto e redução da relação VEF-1/CVF < 75% em adultos e < 86% em crianças. Prova broncodilatadora positivo aumento em mais de 7% ou mais de 200ml do VEF-1 após a inalação de um beta-2-agonista de curta duração. Teste provocativo positivo, ou seja, queda de mais de 20% no VEF-1 após a utilização de baixas doses de agentes broncoconstritores. PEF (Peak Flow) com variação maior que 20% num período de 2-3 semanas, com medidas diversas feitas pelo próprio paciente ou aumento do PEF em mais de 15% após a inalação de um broncodilatador ou um curso de corticoide oral por 2-3 semanas. Fatores desencadeantes Infecções virais Alérgenos ambientais Irritantes: cigarro, poluentes do ar Exercício vigoroso Mudanças climáticas Stress Aditivos alimentares Classificação: Gravidade Sintomas Espirometria Diurnos Despertar Noturno Exacerbações VEF-1 Variação do VEF-1 INTERMITENTE Raros (<2x semana) Raros (<2X no mês) Raras > 80% < 20% PERSISTENTE LEVE Semanais Mensais Afeta atividades diárias > 80% < 20-30% PERSISTENTE MODERADA Diários Semanais Afeta atividades diárias 60-80% > 30% PERSISTENTE GRAVE Contínuos Diários Frequentes < 60% > 30% *A classificação é dada sempre pelo critério mais grave. *Se o paciente possuir critérios para Asma Intermitente, mas possui exacerbações classificadas como graves, a classificação é de Asma Persistente Moderada. Tratamento: Padrão Clínico Estratégia Terapêutica Crise Asmática Beta-2 –Agonista de curta duração dose (1gt/3Kg) a cada 20 minutos até a melhora ou no máximo 3 doses em 1 hora Associar Brometo de Ipatrópio (Atrovent) 20 gotas nos casos graves Na impossibilidade de terapia inalatória, fazer Terbutalina ou Adrenalina Boa resposta – Espaçar as doses inalatórias e avaliar alta (continuar 2-3 dias de beta-2 agonista de curta duração + 7-10 dias de corticoide oral) Resposta incompleta ou ausente – Manter doses inalatórias de 20/20 min por até 1 hora e associar corticoide sistêmico Prednisona 1-2mg/Kg/dia (dose máxima em crianças é de 40mg/dia) Hospitalizar os casos graves ou refratários Intermitente Alívio: B-2-Agonista de curta duração Salbutamol – Aerolin Fenoterol – Berotec Terbutalina - Bricanyl Persistente Leve “Raro” Alívio: B-2-Agonista de curta duração Manutenção: Corticóide inalatório em dose baixa (Fluticasona ou Budesonida) Alternativa: associar Antileucotrieno Persistente Moderada “Todo dia” Alívio: B-2-Agonista de curta duração Manutenção: Corticóide inalatório + B2 agonista de longa duração - LABA (Salmeterol) Alternativa: associar Antileucotrieno Persistente Grave “Vive em crise” Alívio: B-2-Agonista de curta duração Manutenção: Corticóide inalatório em alta dose + B2 agonista de longa duração + Corticóide oral Alternativa: associar Antileucotrieno ALÍVIO INTERMITENTE B-2 AGONISTA DE CURTA DURAÇÃO PERSISTENTE LEVE B-2 AGONISTA DE CURTA DURAÇÃO CORTICOIDE INALATÓRIO DE BAIXA DOSE PERSISTENTE MODERADO B-2 AGONISTA DE CURTA DURAÇÃO CORTICOIDE INALATÓRIO B-2 LONGA DURAÇÃO PERSISTENTE GRAVE B-2 AGONISTA DE CURTA DURAÇÃO CORTICOIDE INALATÓRIO DE ALTA DOSE B-2 AGONISTA DE LONGA DURAÇÃO CORTICOIDE ORAL Tratamento profilático: Eliminar alérgenos, Ácaros do pó, Animais de estimação, Baratas e Cigarros Risco de asma em lactentes sibilantes: 02 maiores ou 01 maior + 02 menores Critérios maiores: Um dos pais com asma Diagnóstico de dermatite atópica Critérios menores: Diagnóstico de rinite alérgica Sibilância não associada a resfriado Eosinofilia > 4% Diagnóstico diferencial: Aspiração de corpo estranho, Bronquiolites, Insuficiência cardíaca, Síndrome de Loeffler, Apneia obstrutiva do sono, Bronquiectasia, DRGE, Distúrbios de deglutição, Displasia broncopulmonar, tumor, tuberculose DIARREIA INFANTIL Perda de água e eletrólitos nas fezes maior que o normal Aumento do volume + aumento na frequência + diminuição da consistência 3 ou mais evacuaçõesamolecidas ou líquidas em 24h Número de evacuações normal depende da dieta e da idade da criança Classificação Aguda – causada por agente infeccioso e dura menos de duas semanas. Pode causar desidratação e contribuir pra desnutrição Persistente – dura mais que 14 dias. Causas nutricionais Crônica > 30 dias. Disenteria – fezes com sangue e com ou sem muco. Com tenesmo e urgência Avaliar: Qto tempo? Aguda ou persistente ou crônica Sangue nas fezes? Disenteria Sinais de desidratação Olho fundo (tb sinal de desnutrição) Lágrima (presente ou ausente) Mucosas hidratadas ou secas Sinal da prega (a pele volta ao estado anterior) lenta Inicialmente irritada ou inquieta. Se contínuo: letargia ou inconsciente Oferecer água e ver se a criança bebe avidamente, com sede ou não consegue beber água Débito urinário Pulso periférico Enchimento capilar (normal é 2 segundos) Fontanela Classificação da desidratação Grave Moderada Leve Sem desidratação Classificação da diarreia persistente Diarreia persistente Grave – há desidratação Diarreia persistente – não há desidratação Classificar a disenteria: Sangue nas fezes Dar antibiótico para Shigella por 5 dias e marcar o retorno em dois dias Trate e previna a desidratação DIARREIA AGUDA Há desequilíbrio entre os processos de absorção e secreção intestinal Geralmente entre 2 a 14 dia Agentes etiológicos: Infecciosos – bactéria, vírus e parasitas Não infecciosos – dietética ou anatômica Drogas – laxante e pós antibioticoterapia Imunológica Endócrina hipertireoidismo Psicogênica Vírus – rotavirus É a causa mais comum de diarreia em menores de 2 anos Persiste por 5 a 7 dias. Acompanhada de vômito e febre Fezes sem sangue ou muco Desidratação se instala rapidamente O aleitamento materno não deve ser suspenso Bactérias: E. coli é o mais comum. Salmonela – ingestão de alimentos animais contaminados. Com sangue e muco Shigela de 1 a 4 anos V. Cholerae – de assintomatica à letal Modo de transmissão Direto – pessoa para pessoa, animais para pessoas, manipuladores de alimentos, vetores Indireto – alimento e água contaminados, objetos contaminados Predisposição Habitação precária Má higiene pessoal Água e alimentos contaminados Desmame precoce Desnutrição Comprometimento imunológico Baixa cobertura vacinal Viagem Fatores agravantes: Baixo peso ao nascer Prematuro Desidratação Desnutrição Desmame precoce Febre elevada Pais com baixo grau de instrução Menor que 5 anos Classificação Diarreia osmótica Aumento de líquido, alta osmolaridade na luz intestinal, substâncias não digeríveis, hiperalimentação de carboidratos, deficiência de enzimas Sintomas: distensão abdominal, cólicas, fezes explosivas, volumosas, fétidas, ausência de febre, assadura perianal, fezes ácidas EAF – ph < 5, alta osmolaridade, ausência de sangue e leucócitos Coprocultura negativa Teste de absorção – prova de tolerância Diarreia infecciosa Toxigenicidade, invasão, aderência, parasitária Sintomas: diarreia aquosa (delgado), com sangue e muco (colon) na invasora vejo sangue e leucocitócitos. Na toxigênica vejo coprocultura positiva Secretora Liberação de enterotoxinas que bloqueiam o transporte de eletrólitos e água Diagnostico laboratorial Toxigênica: Ph normal Leucócitos e sangue negativos Coprocultura positivo Invasora Ph normal Leucócitos e sangue presentes Coprocultura positiva Aderente Ph normal Leucócito negativo Sangue positivo ou negativo Coprocultura positiva Obs: EPF – MIF e fezes frescas e exame de fezes macroscópico Pesquisa de vírus: ELISA e microscopia eletrônica Complicações: Desidratação Desnutrição em casos crônicos ou recorrentes Tratamento Corrigir desidratação Combate à desnutrição Uso de medicamentos Probióticos Prevenção Melhoria no saneamento básico Higiene pessoal e alimentar Combate de vetores Aleitamento materno História clínica + exame físico principais recursos para o diagnóstico da gastroenterite aguda Sintomas: febre + náusea + vômito + tenesmo + flatulência + dor abdominal + distensão abdominal + anorexia + eliminações durante o sono + dejeções pós – alimentares + fezes explosivas + disúria Avaliar o grau de desidratação Observar Estado geral Bem, alerta Irritada Comatoso Olhos Normais Fundos Muito fundos Lágrimas Presentes Poucas Ausentes Boca e língua Úmidas Secas Muito secas Sede Normal Sedento Bebe mal; não é capaz Débito urinário Normal Diminuído Ausente Explorar Sinal da prega Desaparece rapidamente Desaparece lentamente Desaparece muito lentamente Pulsos Cheios Rápidos, débil Muito débil, ausente Enchimento capilar 2 segundos 3-5 seg > 5 seg Decidir Não tem desidratação ou Desidratação leve (< 3% de perda de peso) Desidratação moderada se apresentar > 2 acima (3-9% de perda de peso) Desidratação grave (> 9% de perda de peso) Tratar Planos Plano A Plano B Plano C Tratamento da desidratação Terapia de Reidratação Oral – corrige a desidratacao em 4-6h. solução hipotônica. Os sais de reidratação oral são Na, Cl, K, citrato e glicose Sem desidratação, fazer TRO para prevenção: Crianças com menos de 2 anos – 50 a 100 ml Crianças com mais de 2 anos – 100 a 200 ml Acima de 10 anos- à vontade Hidratação endovenosa ou por sonda nasogastrica em pacientes com dificuldade de ingestão do TRO, vômitos persistentes mesmo pós TRO Na desidratação grave reestabelecer rapidamente a perfusão dos órgãos vitais com recuperação do pulso, da PA e recuperação da consciência. Usar solução isotônica. Fases da reidratação: Reparação: repor as perdas Manutenção: soro hipotônico. Ao longo de 24h pós desaparecimento dos sintomas de desidratação. Alimentação Aleitamento materno mantido durante TRO Suporte hipercalórico o mais rápido possível Condutas terapêuticas: Plano A: Recomendar o aumento da ingestão de líquidos preparados no domicilio: soro caseiro, chás, cozimento de cereais, sopas e sucos. A alimentação habitual deve ser mantida. SRO (mais indicado): menor osmolaridade, menor concentração de sódio e glicose. Soro caseiro (alternativa): É capaz de manter uma criança hidratada, mas não é capaz de reidratar uma criança. Preparação = 1 medida rasa de sal (pitada) + 2 medidas rasas de açúcar (punhado) em um copo de 200 ml de agua limpa (filtrada). Dar em colheradas. Oferecer depois de cada evacuação um volume de soro correspondente a: Até 01 ano ¼ - ½ copo Acima de 01 ano ½ copo a 1 copo Adolescentes (> 10 anos) quantidade que desejar. Suplementação de zinco por 10 a 14 dias. Plano B: A reidratação oral com o SRO é o tratamento de escolha. A criança deverá receber de 75ml/Kg de SRO no período de 4 a 6 horas. A osmolaridade de sódio e glicose é de 75 mOsm/L e a total de 245 mOsm/L. Os lactentes amamentados no seio deverão continuar recebendo leite materno junto com a SRO. Os pacientes com outro tipo de alimentação deverão receber apenas a solução reidratante, não sendo permitida a ingestão de qualquer outro alimento enquanto mantém sinais de desidratação. Se o paciente vomitar, o volume administrado deverá ser reduzido e a frequência aumentada. A administração através de uma sonda nasogástrica (gastróclise) é uma maneira de dar SRO de maneira gradual e continua, sendo indicada nos casos de perda de peso após as primeiras duas horas de tratamento adequado com a SRO, vômitos persistentes depois de iniciada a SRO, distensão abdominal acentuada, dificuldade de ingestão de SRO. Iniciar a administração pela sonda numa velocidade de 20 -30 ml/Kg/hora até a reidratação. Terminada a reidratação a criança poderá ser liberada para casa com orientação para os pais que no caso de persistência da diarreia, oferecer SRO após cada evacuação liquida nas próximas 48h. Orientar sobre sinais de piora: sede intensa, vômitosfrequentes, piora da diarreia, irritabilidade ou prostração. As crianças deverão permanecer na unidade de saúde até a reidratação completa. A criança deverá retornar a unidade de saúde após 48h para reavaliação. Plano C (OMS – Antigo): O tratamento de escolha é a hidratação venosa. É utilizada quando: criança com desidratação grave, criança não ganha peso ou perde peso após duas horas de hidratação por gastróclise, paciente com alteração do estado de consciência, vômitos persistentes após uso de sonda nasogástrica, íleo paralítico. Fase de expansão rápida: Solução de 1:1 contendo soro glicosado a 5% + SF 0,9%, administrado no volume de 100ml/Kg em 2 horas. A fase termina quando há melhora clinica da criança. A criança deve ser reavaliada a cada hora. Fase de manutenção e reposição: O paciente deve ser alimentado normalmente e receber a SRO. A quantidade administrada por via venosa deverá ser reduzida progressivamente à medida que for aumentando a ingestão de alimento e SRO. Volume de manutenção em 24h = Regra de Holliday Até 10Kg 100ml/kg 10 – 20Kg 1000ml + 50 ml para cada Kg > 10 >20Kg 1500ml + 20ml para cada Kg > 20 Para cada 100ml de liquido: 20ml de SF0.9% + 80ml de SG 5% + 2ml de KCl 10% Volume de reposição = 50ml/Kg/dia, na proporção de 1:1 Nº de gotas/min = Vol total / Tempo de infusão X 3 Plano C (OMS – Novo): Iniciar imediatamente 100ml/Kg de solução Ringer-Lactato ou SF0,9%. < 1 ano 30ml/Kg em 1 h e o restante (70ml/Kg) em cinco horas > 1 ano 30ml/Kg em 30 min e o restante (70ml/Kg) em 2,5h Reavaliar a criança a cada 1 ou 2 horas. Caso não ocorra melhora, acelerar o gotejamento da solução. Oferecer TRO (5ml/Kg/h) tão logo a criança seja capaz de beber. Reavaliar a criança após o termino da infusão venosa, reclassificar e escolher o plano apropriado para continuar o tratamento. Antiemetico não deve ser usado Antibioticoterapia somente usada em pacientes imunodeprimidos, com cólera, com sepse ou disenteria prolongada Alta: Quadro clínico e peso recuperados Sem necessidade de reposição por via endovenosa Aporte de líquidos por via oral igual ou superior às perdas Diarreia crônica Inespecífica Há dismotilidade intestinal Crianças bem nutridas, com peso e estatura adequadas para a idade De 6 meses a 3 anos de idade Com diarreia, não dolorosa, volumosa por 4 semanas. Evacuações pós alimentação e cessam no período noturno. Tendem a desaparecer na idade escolar Tratamento: mostrar aos pais a benignidade, mudar a alimentação Intolerância à lactose Deficiência de lactase Diarreia osmótica pela presença de lactose que não é digerida na luz intestinal Tratamento: exclusão de lactose da dieta Síndromes desabsortivas Doença celíaca: doença imunologica após exposição ao gluten gerando reação de hipersensibilidade. A mucosa intestinal sofre atrofia de microvilosidades com consequente redução da superfície de absorção e redução da capacidade digestiva Quadro clinico: diarreia crônica, com dificuldade de ganho de peso e estatura, perda de massa muscular Diagnostico: pesquisa de anticorpos (antitransglutaminase IgA) e biópsia mostrando a atrofia das microvilosidades intestinais Tratamento: retirada do glúten Síndrome do intestino curto Perda > 50% do intestino delgado. Há má absorção generalizada ou de alfuns elementos. Se na parte distal, há má absorção de vitamina B12 Tratamento: inicialmente dieta parenteral total. Com evolução para dieta enteral trófica e progressão gradual Alergia à proteina do leite de vaca Mecanismo de hipersensibilidade imunologica IgE após ingestão do leite e derivados Apresenta enterocolite alérgica, refluxo gastresofágico em lactentes Associado à dermatite atópica e urticaria Tratamento: eliminar dieta com qualquer alimento do leite e derivados DESNUTRIÇÃO ENERGÉTICO-PROTEICA Ocorre principalmente em países em desenvolvimento Elevada prevalência nas crianças com menos de 5 anos de idade – sendo fator de morbidade e mortalidade Fatores de risco: nível socioeconômico baixo – subemprego, renda baixa baixa escolaridade Salubridade e saneamento Exclusão do sistema de saúde infecções hospitalização Baixo estado vacinal Alimentação – desmame precoce História do paciente: Avaliar estado vacinal HPP para doenças infecciosas anteriores Internações que a criança foi submetida Sintomas relacionado ao baixo ganho ponderal – diarreia, vômito, trauma Anamnese alimentar: Aleitamento materno – Desmame e alimentação atual Dieta qualitativa e quantitativa Observar: Diminuição de atividade – apática, letárgica Irritabilidade Alterações de pele e cabelos Escassez de subcutâneo Musculatura hipotrófica Fáceis senil Edema Hepatomegalia 1º baixo peso 2º parada de crescimento (curva estacionarias ou decrescentes nas curvas peso/estatura) 3º perímetro cefálico Para compensar a baixa de glicose e aminoácidos, há aumento de cortisol, hormônio do crescimento e catecolaminas Classificação quanto à etiologia: Primária – alimentos < necessidades pobreza, baixa ingestão alimentar Secundária – alteração patológica que impeça ingestão, digestão, absorção e metabolização dos alimentos Doença celíaca, diarreia crônica, diabetes melitus tipo 1, insuficiência renal, AIDS Classificação clínica: Marasmo – deficiência calórica Kwashiokor – deficiência de proteínas Kwashiokor – Marasmático: Marasmo: Deficiência calórica total Inanição Mais comum em crianças menores de um ano de idade Apresenta infecções oportunistas graves Causa mais comum: desmame precoce do aleitamento materno Baixa ingestão calórica + baixa higiene + atraso vacinal = desenvolvimento de infecções imunopreviníveis e gastrointestinais Há déficit de peso e de crescimento, atrofia muscular extrema, pele enrugada com pobreza de tecido subcutâneo principalmente nas nádegas e coxas desaparecimento da bola gordurosa de Bichat Apetite costuma estar preservado Anemia e diarreia são comuns Abdome volumoso Não há edema nem lesões cutâneas Cabelos podem eventualmente estar alterados Kwashiokor Embora a ingestão calórica possa ser adequada há deficiência dietética de proteína Em lactentes desmamados precocemente devido ao nascimento do segundo filho Mais comum no 2º - 3º ano de vida Peso e estatura menores que o esperado pra idade Apresenta edema – manifestação mais importante – mascarando a atrofia muscular dos membros Edema – inicia nos membros inferiores, sobe para face e mãos Alterações mentais – comportamentais presentes Criança apática, hipoativa, anoréxica e desinteressada – irritada permanentemente Pele da face despigmentada + dermatoses em áreas de atrito Cabelos com alteração de textura, cor (se castanhos podem ficar ruivos), quebradiços Fezes liquefeitas com sangue Anemia presente – devido à deficiência proteica, de ferro e de ácido fólico na síntese de eritrócitos, parasitoses intestinais e infecções frequências Hipoalbuminemia e redução das proteínas séricas totais Hepatomegalia (esteatose) Tem tecido celular subcutâneo Kwashiokor – Marasmático Intermediária entre os dos extremos A criança tem carência na ingestão protéica e/ou energética Classificação quanto a duração Aguda – alteração do peso Crônica – altera estatura, perímetro cefálico e peso Pregressa Classificação de Gomez Classifica a desnutrição a partir do déficit do peso em relação ao peso do percentil 50 para sua idade Normal quando peso superior a 91% do percentil 50 de peso para a sua idade Desnutrição leve, moderada e grave Não consegue avaliar se a desnutrição é aguda ou crônica Se perda for menor que 10%, normal. Se perda de 10 a 25 leve. Se perda de 25 a 40 % é moderada. Se acima de 40 , grave. Ex: pesa 10kg e o p50 para sua idade é 15. 15 ---- 100% 10 ------ × × = 66% do peso perda de 33 % desnutrição moderada Ex 2: 11 meses com 6 kg. Peso p50 é 10 10 --- 100% 6 ----- x x = 60% de p 50 déficit de 40% Desvantagens:Só analisa o peso Não diferencia se a desnutrição é aguda ou grave Elevado percentual de falso-negativo (não considera a altura) Não informa a duração da doença A idade tem que ser conhecida Indicador: Peso / Idade (percentil 50) Interpretação: Eutrófica > 90% do peso esperado Desnutrição leve (1° grau) 76-90% Desnutrição moderada (2° grau) 61-75% Desnutrição grave (3° grau) < 60% Presença de edema Classificação de waterlow Crianças de 2 a 10 anos E/I e P/E Avalia se a desnutrição é aguda ou crônica E/I deve estar acima de 95 P/E maior que 90% do p50 Classificação da OMS Em crianças de qualquer idade Identifica as formas moderada e grave da desnutrição Edema nutricional determina que a desnutrição é grave Comparação em escore z Avaliar ganho de peso da criança nos 3 primeiros meses em 20 a 30g por dia. Se menor que 20 considerar risco nutricional Exames complementares: Hipoalbuminemia Hipoglicemia < 54 mg/dl Hiponatremia do tipo dilucional, Hipocalemia e hipomagnesemia Linfopenia Mecanismos adaptativos Diminuição do metabolismo basal Hipoatividade Ganho ponderal insuficiente Diminuição da velocidade de crescimento (fase tardia) Aumento de catecolaminas, cortisol e GH catabólicos Catabolismo aumentado Alterações anatomopatologicas: Lesões hepáticas: esteatose (principalmente no Kwashiokor). Acompanha fibrose perilobular com evolução desfavorável para cirrose. Alterações gastrointestinais: atrofia da mucosa gástrica e intestinal diminui absorção pela redução das vilosidades diarreia crônica. A lesão mucosa é mais grave no kwashiokor Sistema imune: diminuição da atividade fagocitária. Deficiência de imunidade celular infecções recorrentes Tratamento clínico: Primeira fase (urgência): 3 a 5 dias Correção dos distúrbios hidroelétricos Correção alterações metabólicas (hipoglicemia) Tratar as infecções e parasitoses Segunda fase (dietoterapia) 1 a 2 semanas Diminuir as perdas diarreicas Terceira fase (manutenção) 2 a 4 semanas Objetivo é o ganho ponderal Dieta hipercalórica para reposição do peso Tratamento: Sempre hospitalar Fase de estabilização (1-7 dias) Prevenção e tratamento da hipotermia e hipoglicemia Atenção aos disturbios hidroeletrolíticos (hidratação VO) Tratamento da infecção (“sem febre”) ATB de amplo espectro = Ampicilina + Gentamicina Iniciar alimentação (dieta habitual – 100Kcal/Kg/dia, não hiperalimentar) Avaliar SNG Suplementos de K, Mg, Zn / Não suplementar ferro!!! Polivitamínicos Fase de reabilitação (2 – 6 semanas) Marco inicial Retorno do apetite Dieta de alta densidade energético-protéica 150-200 Kcal/Kg/dia 4-6g/Kg/dia Suplementação de ferro Alta hospitalar Fase de Acompanhamento: Prevenir recaídas e assegurar a continuidade do desenvolvimento emocional, físico e mental. Distúrbios do Desenvolvimento Conceitos Gerais Peso: Fórmula Idade X 2 + 9 A criança dobra de peso aos 4 meses, triplica aos 12 meses e quadruplica com 2 anos. Dos 2 até os 8 anos, a criança ganha em média 2kg/ano Estatura: Fórmula (Idade – 3) X 6 + 95 Até os 2 anos é medida na posição deitada. Fatores que interferem na avaliação do crescimento: Antecedentes perinatais Padrão de estatura familiar Fatores extrínsecos (ambientais, nutricionais) Fatores intrínsecos (genéticos e neuroendócrinos) Desenvolvimento: Conduta motora: Achados normais no RN que desaparecem e reaparecem como atividade voluntária Reflexo de pensão, de sucção e de marcha. Achados normais que persistem no adulto Reflexos superficiais e profundos. Reflexo cutâneoplantar Inicialmente como extensão e posteriormente como flexão dos dedos e hálux. Conduta adaptativa (Motor fino): Do centro para periferia / Da borda ulnar para a radial Neonatal Fixa face humana; olhos-de-boneca 1 mês Segue um objeto em movimento 4 meses Vê o objeto mas não se movimenta para alcança-lo 7 meses Vê o objeto e inclina-se para pegá-lo; Transfere objetos de uma mão para outra 10 meses Pega objetos com o polegar e o indicador 12 meses Pinça objetos com o polegar e o indicador 15 meses Torre de 3 cubos 18 meses 4 cubos 24 meses 7 cubos 30 meses 9 cubos 3 anos 10 cubos Conduta pessoal-social: Neonatal Preferencia pela face humana 1 mês Esboça um sorriso 2 meses Sorriso social 4 meses Ri alto; gargalhadas 7 meses Prefere a mãe; observa-se no espelho 10 meses Olha quando chamado pelo nome 12 meses Brinca; Ajuda a se vestir 15 meses Aponta o que deseja; Abraça 18 meses Come sozinho; Beija 3 anos Brinca em paralelo com outras crianças 4 anos Brinca com varias crianças; Controle esfincteriano 5 anos Veste-se e despe-se; Faz perguntas Puberdade: Período de maior velocidade de crescimento na vida extrauterina. O crescimento começa distalmente (mãos e pés braços e pernas) para somente depois se completar com o crescimento do tronco. Nas meninas o estirão puberal ocorre em media de 11-12 anos e cessa aos 16 anos. Nos meninos o pico ocorre entre 13-14 anos e cessa aos 18 anos. Nas meninas a primeira manifestação da puberdade é o aparecimento do broto mamário (Estágio M2), que geralmente ocorre entre 8 e 12 anos. Em seguida ocorre a pubarca. A menarca ocorre em fases mais avançadas (M3 e M4). Nos meninos a primeira manifestação da puberdade é o crescimento dos testículos, que normalmente ocorre aos 9 anos (G2). Em seguida ocorre a pilificação pubiana e o aumento do pênis. Estágios de Tanner Síndrome de Baixa Estatura Etiologia: Variantes normais Baixa estatura genética (familiar) Retardo constitucional Condições mórbidas Desnutrição de 1° e 2° graus Endócrinas (deficiência de GH, Hipotireoidismo, Aumento Cortisol) Genéticas (Acondroplasia / Tunner) Avaliações: Estatura atual < p3 Velocidade de crescimento (é o melhor dado isolado) Estatura dos pais Relação Peso / Estatura Complementar Cariótipo e Idade óssea (Rx da mão e punho) Diagnóstico: Definir se há baixa estatura (E/I < p3) Avaliar velocidade de crescimento Normal Anormal Idade óssea atrasada I.O compartivel com I.C Cariótipo Turnner? ou pais normais ou pais baixos Alteração Fenotípica? Retardo Constitucional Baixa estatura genética Sim Dça Genética Não Relação P/E Bem Nutrido Emagrecido Doenças Crônicas Desnutrição AIDS NA INFÂNCIA Infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana é um retrovírus de RNA produz transcriptase reversa permite a conversão de seu RNA em DNA e incorporação ao genoma do hospedeiro infecta e destrói os linfócitos T CD4 (auxiliares) isso causa: - Deficiência de linfócitos T e B (pois a resposta imune é organizada pelo linfócito TCD4) - Hipergamaglobulinemia policlonal inespecífica ineficaz (estimulação desenfreada) infecção dos macrófagos dissemina o vírus para linfócitos TCD4 não infectados no corpo todo As manifestações clínicas iniciam-se quando o organismo não consegue compensar (pelo aumento da produção) a perda de linfócito T CD4 (↓ T CD4) imunodeficiência clínica infecções oportunistas típicas (Pneumicystis Carinii e complexo Micobacterium avium-intracellulare) Transmissão Uso de drogas EV – seringa contaminada Contato sexual desprotegido (hetero ou homossexual*) Parto (perinatal ou transplacentário) Amamentação pela mãe infectada com HIV Sangue e hemoderivados foram eliminados dos países desenvolvidos (nos menos desenvolvidos ainda persiste este perfil) Fatores de risco para a transmissão perinatal de HIV: Prematuridade Ruptura de membranas por mais de 4h ↑níveis circulantes de vírus durante o parto O aleitamento por mães infectadas com HIV eleva o risco de infecção neonatal por HIV em 50-100% Mudança de perfil epidemiológico da AIDS na população pediátrica: - antes: Transfusão de sangue e hemoderivados evolução tecnológica da produção de hemoderivados triagem obrigatória para HIV ↑n° mulheres infectadas - Hoje: transmissão vertical
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