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64 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II Unidade II 5 atribuições dos líderes organizacionais 5.1 estrutura organizacional A estrutura da empresa é o esqueleto sobre o qual se apoiam todas as forças que a fazem viver: • informações; • instruções; • ordens; • ligações estruturais (comunicação). A representação gráfica de uma estrutura é geralmente feita por um organograma. É importante conhecer alguns conceitos fundamentais relacionados à estrutura da empresa. Verifique que estamos apenas fazendo uma revisão. Vamos começar pelos conceitos básicos sobre o que é uma organização. Figura 58 A organização é um conjunto de pessoas que, fazendo uso de métodos e de recursos materiais e patrimoniais, busca determinados resultados balizados por um conjunto de princípios, crenças e valores. Veja a figura a seguir: 65 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições Recursos materiais e patrimoniais Pessoas Resultados Métodos Princípios, crenças e valores Figura 59 – Conceito de organização Há organizações com fins lucrativos (empresas) e sem fins lucrativos (ONGs, instituições governamentais etc.). Uma empresa, portanto, é um tipo específico de organização: ela busca lucros, como ilustra a figura a seguir. Quando se fala em organização, deve‑se ter em mente que ela abrange o conjunto de meios materiais e humanos. Como foi visto anteriormente, a organização constitui‑se de pessoas, métodos e recursos materiais e patrimoniais. A empresa produz uma oferta ao mercado, visando ao lucro, de forma que atenda às necessidades dos clientes. Pesquisa & Desenvolvimento RH Contabilidade Finanças... Planejamento, Controle & Integração Marketing Oferta Matéria‑prima Meio ambiente Mão de obra Medidas Necessidades Clientes Máquinas Métodos Figura 60 A estrutura é o conjunto de pessoas e a forma como elas se relacionam dentro da empresa. A estrutura é representada pelo organograma. A palavra organograma remete a órgão. Já o órgão é um grupo coerente de pessoas reunidas sob uma autoridade única a fim de assumir, em caráter permanente, uma função determinada. Em um órgão complexo, a autoridade hierárquica se exerce por meio de delegações sucessivas: da Alta Direção para os responsáveis pelos órgãos de conjunto até chegar aos chefes de órgãos de base. 66 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II A representação de indivíduos por meio de pontos (como mostra a figura a seguir) significa que a autoridade hierárquica se exerce fundamentalmente sobre pessoas e, por meio destas, sobre os órgãos por elas comandados. Figura 61 – Órgão de conjunto ou órgão complexo O órgão exibido na figura anterior é composto por um chefe do qual dependem subordinados diretos (3) e subordinados indiretos (12) por intermédio dos precedentes. A autoridade hierárquica se exerce unicamente sobre pessoas. Por ser comum a expressão “autoridade sobre um grupo”, tal expressão pode ser aceita, mas deve‑se dizer “autoridade sobre os membros do grupo”. De acordo com Sumeray (1970), o órgão deve ser permanente. Os grupamentos temporários ou episódicos são grupos operacionais ou de estudo, comissões, comitês etc. A criação de um órgão corresponde a uma necessidade permanente da empresa. Quanto ao papel, o órgão é criado porque a empresa tem uma dada necessidade. O papel de um órgão é atender a tal necessidade. Assim, o papel do órgão Relações Públicas é zelar para que a empresa tenha uma imagem favorável perante o público; o papel do órgão Marketing é conhecer o cliente (suas necessidades, desejos e preferências) e fazer a empresa ser conhecida por eles; o papel do órgão Produção é produzir a oferta ao mercado (produto ou serviço) que atende às necessidades dos clientes. Interessante! Dentro da empresa cada um tem um papel, exerce uma função e possui determinadas atribuições. Figura 62 67 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições O papel de uma pessoa (e, por extensão, de um órgão) é definido pelo conjunto de atribuições, isto é, conjunto de obrigações e poderes. Dentro de uma empresa cada um tem um papel (exerce uma função) e possui determinadas atribuições. Quanto ao cargo, qualquer pessoa ocupa um cargo na organização, isto é, quando uma pessoa é admitida numa organização, ela passa a ter um cargo (o encargo, a responsabilidade) de desempenhar um dado papel (ver figura a seguir). Por isso a pessoa realiza um conjunto de atividades/tarefas/operações que produzem resultados, que atendem a uma dada necessidade da organização. Resultado A todo cargo se associa RESPONSABILIDADE pelos resultados a serem alcançados A todo cargo se associa AUTORIDADE sobre os meios ou recursos necessários para se atingir o resultado Figura 63 – Cargo, responsabilidade e autoridade Numa organização as pessoas são encarregadas de responsabilidades e prestam conta delas; gozam de prerrogativas (direitos) e fazem tais prerrogativas serem respeitadas. A pessoa recebe atribuições (veja a figura a seguir) porque ocupa um dado cargo. Se a pessoa muda de cargo, ela muda de atribuições. A estrutura da empresa pode ser considerada como um conjunto ordenado de cargos. Atribuições → conjunto de Obrigações e Poderes conferidos a uma pessoa em função do Cargo que ocupa Responsabilidades, isto é, atividades que a pessoa tem o dever de exercer para atingir resultados que dela se esperam; e Prerrogativas, isto é poderes que a pessoa tem o direito de exercer Figura 64 – Atribuições Quanto à autoridade, para que a empresa realize seus objetivos é necessário que exista um centro de impulsos, cuja influência seja transmitida regular e harmoniosamente aos diversos órgãos que a constituem. Esse centro de impulsos é a Alta Administração da empresa, que transmite ordens sob a forma de mensagens dos mais diversos tipos. A autoridade é o direito de comandar, isto é, de decidir, de dar ordens e de supervisionar a execução destas ordens. Já a delegação de autoridade (entrega de poder a outrem) é definida por um conjunto de atribuições que especificam responsabilidades e prerrogativas. A responsabilidade não pode ser delegada. O comando 68 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II ao delegar autoridade não diminui a sua própria responsabilidade, porém deixa de intervir nas decisões que foram delegadas. Significa dizer que, mesmo delegando autoridade, a responsabilidade é mantida por quem delegou o poder. De forma que quem delegou mantém‑se solidário com as iniciativas, decisões e resultados daquele que recebeu a autoridade. Figura 65 Exatamente! A autoridade hierárquica é a autoridade delegada sobre as pessoas. Ela é confiada ao chefe do órgão no qual são agrupadas as pessoas. Se o órgão comandado por complexo (órgão conjunto), seu chefe deverá subdelegar sua autoridade aos responsáveis pelos órgãos que dele dependem, assim fazendo progressivamente, até chegar aos responsáveis pelos órgãos de base. A delegação de autoridade confere a quem a recebeu total responsabilidade perante a autoridade que delega, tanto para a tomada de decisão quanto para a supervisão de sua execução. Uma ordem deve indicar o objetivo (o que se deve alcançar), a meta (que quantifica o objetivo) as diretrizes (imposições e restrições ao modo de executar a ordem) e possíveis indicadores (forma de avaliar o resultado obtido). Por exemplo: João, leve esta pasta de documentos ao Dr. Freitas (objetivo) até às 10 horas de amanhã (meta). Seja cuidadoso com o conteúdo, não a perca (diretrizes) e entregue a pasta em mãos. Um dos indicadores implícitos nesta ordem é o horário de entrega. A atividadeé o resultado de um conjunto de tarefas (veja as figuras a seguir). A realização de uma atividade implica execução de tarefas. Para exercer seu papel, um órgão realiza atividades. Uma atividade é qualquer ação ou trabalho específico. O conjunto de atividades de um órgão constitui o seu papel. Uma tarefa é uma ação complexa executada de acordo com um procedimento determinado. A operação ou elemento é uma parte considerada indivisível de uma tarefa, isto é, pode ser executada apenas por uma pessoa de cada vez. Por exemplo, ao realizar a atividade de contato com a Imprensa, são realizadas as tarefas de: (i) analisar audiência; (ii) estudar o perfil do leitor; (iii) elaborar a mensagem etc. 69 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições Veja as figuras a seguir: ATIVIDADE: é uma categoria de tarefas. O exercício de uma atividade implíca execução de tarefas. TAREFA: ação complexa, de acordo com um procedimento determinado. Uma tarefa implica uma série de OPERAÇÕES que seguem um determinada ordem. Tarefa 2 Tarefa 1 Tarefa 3 Figura 66 – Atividade, tarefas e operações: conceitos Operação ou elemento: parte considerada indivisível de uma tarefa, isto é: pode ser executada por uma pessoa de cada vez Tarefa: ação complexa executada de acordo com um procedimento determinado Atividade implica execução das tarefas Figura 67 – Atividade, tarefas e operações (ATO): relações 1 2 3 4 5 6 7 8 1 ‑ Tomar conhecimento do cliente 2 ‑ Registrar pedido 3 ‑ Transmitir o pedido ao controle de estoque 4 ‑ Verificar se existe em estoque a quantidade pedida, na qualidade especificada 5 ‑ Transmitir o pedido ao controle de contas de clientes 6 ‑ Verificar se o cliente está dentro do limite de crédito 7 ‑ Preparar nota de entrega da mercadoria, com cópia para o almoxarifado e outra para o faturamento 8 ‑ Distribuir vias aos destinatários As oito operações são distribuídas racionalmente entre cinco executantes Figura 68 – Exemplo de atividade: pedido de cliente por telefone A noção de função na empresa foi introduzida por Fayol, logo após os estudos de Taylor sobre organização e divisão do trabalho. Fayol considerou as seis funções seguintes: • Função Técnica (Produção). • Função Comercial. 70 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II • Função Financeira. • Função Segurança. • Função Contábil. • Função Administrativa (Integração). De quem é a função: • Função de Produção: transforma a matéria‑prima em produtos ou serviços, realizando o objetivo primordial da empresa; desempenha a atividade operacional da empresa. À administração da Produção compete a tomada de decisão em relação aos processos de produção de forma que os produtos e serviços sejam produzidos de acordo com as especificações. • Função Administrativa: seu papel consiste em gerir toda a organização. Seu principal objetivo é a integração de todas as funções da organização, para que se alcancem os objetivos. A função administrativa é executada pela Alta Administração com tríplice objetivo: (i) integrar todas as funções e subfunções da organização para que esta funcione como um sistema harmonioso; (ii) planejar (olhar para o futuro e antever ameaças e oportunidades e elaborar projetos para as explorar; e (iii) controlar o presente (verificando se os resultados obtidos são aderentes aos resultados planejados e tomar medidas corretivas, se for o caso). • Função Comercial: é uma complementação da Função de Produção: compra insumos para a Produção e vende os produtos acabados produzidos por esta. Dentro da Função Comercial surgiu uma especialização denominada Mercadologia (Marketing), que acabou por ganhar status de função própria. • Função Marketing: a Função Mercadologia ocupa‑se do estudo do mercado (conhecimento do cliente) e da propaganda. • Função Financeira: consiste em atrair, congregar, gerir e retribuir o capital aplicado. É uma importante função que tem por objetivo conseguir os recursos necessários ao funcionamento das demais funções. São também objetivos de Finanças estabelecer a política monetária da empresa, tal que se preveja a forma de financiamento, crédito e vendas, o necessário equilíbrio entre o capital circulante e o imobilizado, o capital de reserva que deve ser mantido, a relação entre ativo e passivo, a distribuição dos lucros, as fontes de capital para ampliações, dentre outros. • Função de Segurança: consiste em estudar, localizar, diminuir, assumir ou transferir os riscos inerentes a qualquer atividade, oferecendo cobertura contra infortúnio e dotando o organismo da proteção necessária ao seu bom funcionamento. A função de segurança, no sentido mais amplo, tem como finalidade preservar os bens e as pessoas de roubo, incêndio, inundações, bem como de todos os fatores de ordem social e ambiental que possam comprometer a vida da empresa. Alguns itens associados à Função Segurança: 71 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições — Segurança Empresarial. — Estabelecimentos de Saúde & Segurança. — Segurança & Recursos Humanos. — Política de Segurança na Organização. — Segurança das Informações. — Avaliação, Análise e Gerenciamento de Riscos. — Planos de Segurança & Contingência. — Auditoria de Segurança. • Função Contábil: consiste em fornecer, de forma sintética e sistematizada, as informações e os dados capazes de retratar a mensuração das atividades da organização, oferecendo bases para o controle. A função contábil deve permitir que se verifiquem, a qualquer momento, a posição e o rumo dos negócios. O papel da função contábil é retratar a interdependência das funções da organização. O objetivo dessa revisão sobre a estrutura organizacional é ajudar na compreensão sobre as atribuições dentro de cada cargo. Entendido isso, vamos agora falar sobre as competências organizacionais. 5.2 competências organizacionais Já falamos sobre as competências individuais e sobre os atributos necessários para a liderança desempenhar os seus papéis e tarefas. Porém, a empresa também tem suas competências, que variam de organização para organização. A competência, no âmbito organizacional, pode ser conceituada como um conjunto de conhecimentos, habilidades, tecnologias, sistemas físicos, sistemas gerenciais e valores que geram um diferencial competitivo para a organização (STOLLENWERK, 1999). A lógica das competências permite substituir o conceito do engessado posto de trabalho para uma atividade dinâmica a ser estabelecida pelos indivíduos. À medida que o trabalho é passível de ser aperfeiçoado de acordo com os conhecimentos do próprio trabalhador, possibilitando, assim, a tomada de iniciativa e de responsabilidade diante de situações variadas, permite também a simplificação das estruturas organizacionais, uma vez que o foco passa a ser: o modo de combinar as competências individuais; a sistematização dos processos de aprendizagem; e o sentido ao trabalho dado pelo trabalhador que passa a ser a referência da ação coletiva, diz Zarifian (1996). 72 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II Preciso entender a estrutura da organização. Somente entendendo a estrutura serei capaz de entender quais são as competências necessárias. Figura 69 Os líderes têm importância vital na construção e no desenvolvimento das competências requeridas, pois eles devem possuir a capacidade de articular diferentes competências individuais, transformando‑as em competências coletivas, de maneira que, no processo de aprendizagem, as competências sejam transformadas em competências da organização. Competências essenciais Competência essencial é o aprendizado coletivo da organização, é comunicação, é o comprometimento em trabalhar através das fronteirasorganizacionais, envolvendo as pessoas. São competências que se desenvolvem na medida em que são aplicadas e compartilhadas, dizem Hamel e Prahalad (1995). Envolvendo as pessoas de que nível hierárquico? De todos os níveis hierárquicos da organização. Figura 70 Conforme os autores, as competências essenciais não são como os outros ativos da organização que se deterioram com o uso, pelo contrário, elas se desenvolvem na medida em que são aplicadas e compartilhadas. 73 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições Fleury e Fleury (2000) afirmam que uma competência essencial pode estar associada ao domínio de qualquer estágio do ciclo de negócios, desde que esteja associada a um processo de aprendizagem que envolva descobrimento, inovação e capacitação de pessoas. Competência essencial é uma capacidade própria da empresa, difícil de ser imitada pelos outros, porquanto é a sua core competence. Definida como: Um conjunto de conhecimentos, habilidades, tecnologias, sistemas físicos, gerenciais e valores que geram um diferencial competitivo para a organização. Para esses autores, competências essenciais nas empresas são aquelas que atribuem vantagem competitiva, criam valor percebido pelos clientes e são difíceis de ser imitadas pela concorrência (PRAHALAD, 1997, p. 46). E quem é o responsável por definir quais são as competências essenciais? A alta administração das organizações. Ela precisa definir quais são as competências essenciais ao seu negócio. Figura 71 Prahalad (1997) afirma que, para ter competência essencial, são necessários três fatores: • treinar os funcionários continuamente, pois o conhecimento explícito não acontece por acaso; • usar as competências continuamente, desdobradas, reformuladas de diversas formas, o que inclui transferir os funcionários de um setor para outro dentro da organização; • as competências podem ser desenvolvidas quando a empresa rompe suas barreiras funcionais e organizacionais para que exista um trabalho em equipe. Uma competência é considerada essencial quando preenche os seguintes requisitos: tem valor percebido pelos clientes; contribui para diferenciar a empresa dos concorrentes; e aumenta a capacidade de expansão da organização. • Valor percebido pelos clientes: uma competência essencial deve fazer a empresa agregar valor de forma concisa e diferenciada aos produtos ou serviços que oferece, de modo que os clientes recebam reais benefícios. 74 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II • Diferenciação entre concorrentes: uma competência essencial deve diferenciar a empresa das demais que atuam no mesmo ramo. Esse algo específico precisa ser reconhecido pelo mercado como algo próprio do produto, do serviço, da marca ou da própria empresa e deve ser muito difícil de imitar. • Capacidade de expansão (para novos mercados): uma competência essencial deve abrir as portas para a empresa, de maneira que lhe propicie o acesso a diferentes mercados, oferecendo suporte para produtos e serviços e também desenvolvendo novas oportunidades. (HAMEL; PRAHALAD, 1995). Fleury e Fleury (2000) observam que, “para ser considerado uma competência essencial, o conhecimento deve estar associado a um sistemático processo de aprendizagem, que envolve descobrimento/inovação e capacitação de recursos humanos”. Para Zarifian (1996), há cinco diferentes competências na organização: • Competências sobre processos: os conhecimentos sobre o processo de trabalho. • Competências técnicas: conhecimentos específicos sobre o trabalho que deve ser realizado. • Competências sobre a organização: saber organizar os fluxos de trabalho. • Competências de serviço: aliar a competência técnica à pergunta: qual o impacto que este produto ou serviço terá sobre o consumidor final? • Competências sociais: saber ser, incluindo atitudes que sustentam os comportamentos das pessoas. O autor identifica três domínios dessas competências: autonomia, responsabilização e comunicação. Percebi que, na medida em que se fala de competência para realizar tarefa, encontramos as competências individuais como o alicerce da prática. Figura 72 75 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições Exatamente! Por esse motivo, vale repetir que é do líder a responsabilidade de desenvolver as competências requeridas pela organização, porque eles devem possuir a capacidade de articular as diferentes competências individuais, assim como transformando‑as em competências organizacionais. Segundo Wanderley (2005), não importa qual seja a atividade em que alguém esteja envolvido, existe um conjunto de competências que são essenciais para que se obtenham desempenhos expressivos. Competências que dizem respeito à capacidade de reflexão, decisão e ação de uma pessoa e que são sempre necessárias, quer seja negociando, liderando, solucionando problemas, tomando decisões, desenvolvendo uma equipe ou qualquer outra atividade. Elas constituem as competências essenciais da efetividade humana. O ponto relevante é que são fundamentais para que se obtenham resultados expressivos. Segundo Hamel e Prahalad (1995), a competência essencial envolve três aspectos fundamentais: • Identificação de um conjunto único de habilidades, que inclui um componente tecnológico e um componente de aprendizagem, e se esse conjunto está presente em múltiplas unidades de negócio. • Verificação: se outras empresas têm dificuldade de imitar. • Avaliação: se pode ser utilizado em novas oportunidades de negócios. Assim, acentua‑se a necessidade de garantir que essa visão traga uma arquitetura estratégica que elabore uma planta para a construção das competências necessárias para dominar os mercados futuros. Portanto, os funcionários devem ter competência técnica para exercer sua função, competência social para interagir com outras pessoas e competência de negócio para buscar os resultados empresariais pretendidos. Desenvolve‑se, assim, a competência como fonte de vantagem competitiva organizacional. 5.3 competências como fonte de vantagem competitiva Primeiro precisamos relembrar os conceitos para podemos compreender a aplicação destes na organização. Iniciaremos com o conceito de competitividade organizacional. Competitividade, segundo Soto (2002), é um conjunto de condições ótimas, derivadas da competência em si e da experiência ante os outros, para se ter êxito na consecução dos objetivos. Lembra‑se disso? A competitividade é um conceito dinâmico, diz Silva (2001). Segundo o autor, para acompanhar o complexo processo concorrencial, as empresas devem ter um olho no passado – para fortalecer os acertos e não repetir erros; os pés firmes no presente – para posicionar‑se com segurança diante da instabilidade do mercado; e um olhar atento para o futuro – para promover os ajustes necessários. Portanto, a capacidade de competir está relacionada à compreensão sobre onde, por que e como se está competindo. 76 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II 5.3.1 Fatores de competitividade Os fatores que determinam a competitividade são classificados em três grandes grupos, segundo Silva (2001), a saber: • Fatores sistêmicos: estão relacionados ao ambiente macroeconômico, político, social, legal, internacional e à infraestrutura, sobre os quais a empresa pode apenas exercer influência. Compõem os fatores sistêmicos, dentre outros: — a tendência do crescimento do PIB brasileiro e mundial; — a taxa de câmbio prevista; — as tendências de mudanças da taxa de juros; — o nível de emprego e seu impacto nas pressões salariais e no aumento do consumo; — os direcionamentos econômicos, sociais e políticos do Brasil e dos países com quem temosparcerias comerciais. • Fatores estruturais: dizem respeito ao mercado, ou seja, à formação e estruturação da oferta e demanda, bem como às suas formas regulatórias específicas. São fatores externos à empresa, relacionados especificamente ao mercado em que atua, nos quais ela pode apenas interferir. As seguintes questões devem ser respondidas pela empresa quanto aos fatores estruturais: — Quais são os fatores de sucesso do seu mercado? — Como se estrutura a cadeia produtiva da qual participa? — Quais são os seus concorrentes e a estratégia dominante no mercado, enfim, quais os caminhos que os outros estão seguindo? — Quais os fatores determinantes da sua demanda? — Como se agrega valor ao produto que comercializa? — Quais são os gargalos para crescimento nesse processo de agregação de valor? — Quais as possibilidades de cooperações na sua rede de relacionamentos? — Quais os bens e serviços substitutos e complementares ao seu produto? • Fatores internos: são aqueles que determinam diretamente a ação da empresa e definem seu potencial para permanecer e concorrer no mercado. Os fatores internos estão efetivamente sob 77 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições o controle da empresa e dizem respeito a sua capacidade de gerenciar o negócio, a inovação, os processos, a informação, as pessoas e o relacionamento com o cliente. Entendido o que é competitividade? Agora vamos entender o que é “vantagem competitiva”. Figura 73 Vantagem competitiva é qualquer característica do produto ou do serviço que atrai o cliente para a compra, diz Zaccarelli (1996). O conceito da competência como fonte de vantagem competitiva, segundo Prahalad e Ramaswamy (2000, p. 43), teve origem em estudos sobre a diversificação. Tais estudos começaram a conceber as organizações como uma série de competências, e não mais como uma carteira de diferentes negócios. Os autores propõem quatro fundamentos para o aproveitamento das competências do consumidor pela empresa: as empresas devem envolver seus clientes em um diálogo aberto, claro, contínuo; devem mobilizar grupos de clientes, os quais podem ter muita influência sobre o mercado; devem gerenciar as diversidades dos consumidores, criando oportunidades para o cliente definir seu envolvimento; e promover a criação conjunta de experiência entre a empresa e o cliente. Envolver, mobilizar, gerenciar e criar. Por isso, não se concentre na competição; concentre-se na incompetência. A empresa precisa definir em que precisa melhorar; assim, deve ter como foco as oportunidades de melhoria. Para tanto, deve ter atenção maior aos seus recursos, observando que não são eles, isoladamente, geradores da vantagem competitiva. Os recursos devem ser trabalhados como estratégia, objetivando desenvolver as competências essenciais que sustentarão a competitividade diante dos concorrentes. Hitt, Ireland e Hosrisson (2002) entendem que uma empresa possui vantagem competitiva bem‑sucedida e sustentável quando consegue implementar uma estratégia que agregue valor, tendo como base seus recursos, capacidades e competências essenciais. 78 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II Está dito: “tendo como base os seus recursos”. Poderíamos relembrar, ou desenvolver o conceito de recursos? Será importante para alinharmos o conhecimento. Figura 74 Os recursos são os fatores que produzem o resultado que a organização busca. Esses fatores são: pessoas; métodos e insumos, e instalações. Combinados, estes geram os resultados. Veja a figura a seguir: Contratos; Folha de pagamento Manuais de procedimentos e PPOs ‑ Procedimentos‑Padrão Operacionais Catálogo de produtos e serviços Código de Ética Insumos Instalações Pessoas Crenças e valores Resultados Métodos Recursos materiais e patrimoniais Os fatores que contribuem para resultados são: pessoas, métodos e recursos materiais/patrimoniais Figura 75 O plano de ação para se chegar aos objetivos organizacionais, portanto, leva em consideração as competências essenciais, o conhecimento do mercado e seus recursos, dentre outros fatores que, na estrutura organizacional, são determinantes. Entendidos os conceitos sobre as competências organizacionais, podemos agora falar sobre as atribuições das lideranças nas organizações. 79 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições saiba mais Leia o artigo a seguir: KING, A. W.; FOWLER, S. W.; ZEITHAML, C. P. Competências organizacionais e vantagem competitiva: o desafio da gerência intermediária. Revista de Administração de Empresas, v. 42, n. 1, São Paulo, jan./mar. 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid =S0034‑75902002000100005>. Acesso em: 16 set. 2014. 6 atribuições da liderança 6.1 atribuições da liderança nas organizações A alta administração é composta pelos presidentes, diretores e/ou gerentes‑chave, que são responsáveis pela formulação e implementação de estratégias da organização. lembrete Atributos estão relacionados ao conjunto das qualidades e habilidades que o líder possui e que devem igualar ou suplantar as características necessárias para que realize suas tarefas. São características próprias que o líder desenvolve para cumprir as funções no cargo de liderança. Atribuições são obrigações e poderes conferidos a uma pessoa em função do cargo que ela ocupa. Obrigações são as responsabilidades, isto é, as atividades que a pessoa tem o dever de exercer para atingir os resultados que dela se esperam. Os poderes são prerrogativas, isto é, direitos especiais que uma pessoa adquire ao assumir determinado cargo e que lhe dão condições para poder cumprir suas responsabilidades. Atribuições, seja no contexto de obrigações ou de poderes, exigem certas competências. Na Unidade I, quando estudamos os atributos dos líderes, foi apresentada a teoria de Klemp Jr. (1999, p. 2) no seguinte contexto: Um estudo realizado pela Cambria Consulting, com 62 modelos de competências de liderança de grandes empresas mundiais revelou trinta atributos e trinta práticas usados para codificar as competências de liderança de todos os modelos e lançá‑las em uma base de dados comum. O estudo da Cambria Consulting foi descrito com exclusividade para a HSM Management por George O. Klemp Jr., fundador da Cambria Consulting, conforme veremos a seguir. 80 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II Klemp Jr. (1999, p. 2) estudou o que vêm a ser as principais competências de um líder efetivo, de modo que estabelecesse um modelo para relacionar liderança com estratégias organizacionais e, além disso, identificar maneiras de reconhecer e desenvolver líderes. As competências para liderança são baseadas em atributos, conforme estudado neste livro‑texto, e atribuições, que Klemp chama de práticas, ou seja, o que as pessoas fazem, exercendo suas funções, para obter resultados, por exemplo, um líder “orientar a visão e o direcionamento”, “colocar o foco no cliente” e “tomar decisão”. As práticas são o que as pessoas fazem com os atributos que elas detêm, atributos estes observados em seu comportamento no trabalho. Conforme Klemp Jr. (1999), “as práticas estão relacionadas ao que as pessoas fazem, exercendo suas funções, para obter resultados”. Nos quadros que seguem são apresentadas as nove práticas principais e outras nove consideradas importantes. Mais de 99% de todas as competências puderam ser codificados nessas categorias. O processo de codificação revelou três tipos de modelos de competências de liderança: o modelo concentrado em atributos (8% das empresas pesquisadas), o modelo concentrado em práticas (27%) e o modelo misto, que mistura os dois anteriores (65% dasempresas pesquisadas). Mais uma vez, é importante ressaltar que, além de ter as qualidades certas, os líderes precisam realizar as ações certas. Quadro 5 – Práticas mais citadas Práticas principais Porcentagem Outras práticas importantes Porcentagem Desenvolver pessoas/ cooperar 64% Participar de equipes 36% Obter resultados 55% Criar equipes 36% Comunicar‑se 52% Criar um ambiente de alto desempenho 32% Orientar a visão e a direção 46% Impulsionar mudanças 32% Criar laços de relacionamento comercial 43% Ser um modelo em sua função 29% Tomar decisões 41% Gerenciar a diversidade/valorizar o outro 29% Gerenciar o desempenho 39% Desenvolver estratégias 25% Influenciar a organização 38% Assumir responsabilidade pelas coisas 23% Fonte: Cambria Consulting (2002, p. 15). Será que existe um grupo de competências que podem ser chamadas de universais? Aplicáveis a todos os líderes e a todas as situações? Quantas competências deve ter um modelo de liderança? 81 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições A resposta dependerá da escolha por uma definição de competências de cada empresa, se serão práticas, atributos ou mistas. Os modelos baseados em atributos tendem a ter um número maior de competências do que os modelos baseados em práticas. Os modelos de base atual são de dois tipos: • Abrangentes: contêm longas listas de competências que podem ser usadas para várias aplicações. • Seletivos: concentram‑se em poucas competências de grande impacto. Partem do princípio de que existem competências básicas ou mínimas, mas preferem se concentrar nas competências que diferenciam os líderes “de destaque” dos líderes “comuns”. Com base no exposto, Klemp Jr. (1999) identificou nove “metacompetências”. Esse conjunto foi chamado de modelo de nove baldes, sendo cinco “baldes” ou compartimentos de atributos de liderança (estudados na Unidade I) e quatro de práticas de liderança. “Baldes” ou compartimentos de práticas de liderança: • Balde 6 – Dizer (dar a direção): os líderes devem estabelecer a direção a ser seguida, concentrar‑se em resultados, tomar decisões, delegar autoridade, gerenciar o desempenho e dar responsabilidade às outras pessoas. • Balde 7 – Vender (influenciar pessoas): os líderes são mestres em influenciar pessoas. Trabalham canais de influência formais e informais de forma eficaz. Criam equipes eficazes, conseguem um ambiente de alto desempenho e comunicam‑se de forma habilidosa e frequente. • Balde 8 – Iniciar (fazer as coisas aconterem): significa que os líderes devem impulsionar mudanças, correr riscos, buscar melhorias, mesmo nas operações mais bem‑administradas, e agir de forma decisiva, em vez de deixar que as circunstâncias e os acontecimentos orientem seu comportamento. • Balde 9 – Relacionar-se (estabelecer relacionamentos): os líderes devem compreender a importância de manter relacionamentos sólidos, de confiança e respeito. Relacionamentos em vários níveis, tanto fora da empresa (clientes, parceiros, fornecedores) quanto dentro (pares, superiores, funcionários). Klemp Jr. (apud LAMB, 2007) diz que são várias as formas como se combinam práticas e atributos em estilos de liderança de diferentes organizações: variam de competências gerais – obedecendo a um padrão comum a várias empresas – a competências estratégicas – reveladas de acordo com as reflexões da cultura organizacional predominante, bem como com a posição que a empresa ocupa no mercado, sua relação com os consumidores, fornecedores, empregados e a comunidade em geral, fatores estes que demandam competências específicas de liderança. O fato de que muitas competências de liderança não são universalmente representadas sugere que a liderança seja situacional. 82 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II Lembre‑se: lideres diferentes enfrentam situações diferentes, e situações diferentes requerem comportamentos diferentes. Figura 76 A presença de modelos de função bem‑definidos e de mentores que instiguem uma pessoa a assumir uma posição de líder pode acelerar esse processo. Uma educação bem‑embasada também é importante, por preparar líderes com know‑how essencial. Não há substituto para a experiência adequada em líderes capazes, afirma Klemp Jr. (1999). Para demonstrar as atribuições gerenciais nas organizações, faremos uma explanação dos modelos de competências gerenciais apresentados por Robert E. Quinn et al. (2004). 6.2 competências gerenciais, segundo robert e. Quinn et al. (2004) Robert E. Quinn et al. (2004) acreditam que existam muitos tipos diferentes de modelos e que, embora alguns sejam formais e outros informais, esses modelos afetam o que se passa nas organizações. Modelos são representações de uma realidade mais complexa que nos ajudam a representar, comunicar ideias e compreender melhor os fenômenos mais complexos do mundo real, dizem Quinn et al. (2004). Ainda, segundo o autor, nossos modelos e definições sobre gestão encontram‑se em constante evolução. Os modelos antigos se fazem necessários para a estruturação de tomada de decisões. Quinn et al. (2004) ressaltam que a orientação geral do período era o darwinismo social, a lei da sobrevivência, isto é, aquele que tinha habilidade e era mais apto garantia o seu trabalho. Foi nesse contexto histórico que os dois modelos de gestão começaram a emergir. Nesse modelo, o último valor é a realização e a maximização do lucro e da produtividade. A função do gerente é ser um diretor decisivo e um produtor pragmático. Esse modelo enfatiza que as metas, a análise racional e a tomada de iniciativas sejam explícitas. 83 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições Como competência gerencial no trabalho entende‑se uma combinação geral de conhecimentos, habilidades e atitudes, expressa pelo desempenho do empregado em contexto organizacional. Esse desempenho agrega valores ao indivíduo e à organização. Segundo Quinn et al. (2004), a gestão por competências constitui um modelo gerencial que se propõe a integrar e orientar esforços relacionados à administração de pessoas, visando desenvolver e sustentar competências consideradas fundamentais aos objetivos organizacionais. As pesquisas de Quinn et al. (2004) mostram que o fato de o indivíduo compreender e apreciar cada um dos quatro modelos sugere que ele aprendeu algo no âmbito organizacional e aprofundou sua complexidade cognitiva no tocante à liderança gerencial. São eles: Mentor Coordenador Monitor Facilitador Produtor Negociador Inovador Diretor Flexibilidade Controle In te rn o Externo Re laç õe s h um an as Me tas ra cio na is Sistemas abertos Processos internos Figura 77 6.3 apresentação dos modelos de acordo com Quinn et al. (2004) 6.3.1 Modelo das metas racionais O símbolo que melhor representa esse modelo é o ($), visto que os critérios que orientam esse modelo são a realização e a maximização do lucro e da produtividade. A premissa básica concernente aos meios e fins dessa abordagem é a crença de que uma direção clara acarrete resultados produtivos. O clima organizacional é econômico‑racional, e todas as decisões são motivadas por considerações quanto ao “lucro líquido”. O modelo enfatiza que as metas, a análise racional e a tomada de iniciativas sejam explícitas. A função do gerente, nesse modelo, é ser um diretor decisivo e um produtor pragmático. 84 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II Por que metas racionais? Figura 78 Taylor era o pai da Administração Científica e introduziu uma variedade de técnicas visando “racionalizar” o trabalho e torná‑lo tão eficiente quanto possível. Fazendo uso das ideias de Taylor, Henry Ford, em 1914, criou a linha de montageme reduziu o tempo de montagem de um automóvel de 728 horas para 93 minutos. A riqueza gerada pela invenção, pelos métodos de produção e pelas organizações em si constituiu um fenômeno inteiramente novo. Foi nesse contexto histórico que os dois primeiros modelos de gestão começaram a emergir – Modelo de Metas Racionais e Modelo dos Processos Internos. Há uma abundância de histórias sobre o tratamento áspero infligido por supervisores nessa época, quando a fala, por exemplo, era: se um empregado que está há vinte anos na empresa produz com apenas 80% de eficiência, a medida correta é clara: substituí‑lo por alguém capaz de contribuir com 100% de eficiência. 6.3.2 Modelo dos processos internos Esse modelo – o segundo do período ao qual nos referimos anteriormente – ficou conhecido como burocracia profissional. É um complemento ao modelo das metas racionais. O símbolo desse modelo é a pirâmide, e os critérios de eficácia baseiam‑se na estabilidade, na continuidade e na eficiência no fluxo do trabalho. O clima organizacional é hierárquico, e todas as decisões são coloridas pelas regras, estruturas e tradições existentes. O modelo mostra a definição de responsabilidade, mensuração e documentação, pois a função do gerente consiste em ser um monitor tecnicamente competente e um coordenador confiável. 85 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições 6.3.3 Modelo das relações humanas No período entre 1926 e 1950, em razão de alguns fatos ocorridos, como a queda da Bolsa de Valores (1929) e a Segunda Guerra Mundial, pôde‑se perceber que os modelos das metas racionais e dos processos internos já não eram totalmente apropriados para a demanda da época. Neste modelo, os critérios de eficácia são o compromisso, a coesão e a moral da equipe. Ele tem como ênfase a participação, a resolução de conflitos e a criação do consenso. O símbolo para esse modelo é o círculo. A organização adquire uma atmosfera de clã, centrada em equipes, em que o processo decisório se caracteriza por um profundo envolvimento. No modelo das relações humanas, se a eficiência de um empregado cai, os gerentes assumem uma perspectiva desenvolvimentista e examinam um complexo conjunto de fatores motivacionais. A função do gerente é assumir o papel de mentor empático e de facilitador centrado em processos. Por que os Modelos Racionais e os Processos Internos perderam a força? Figura 79 Começaram a ocorrer mudanças fundamentais, em especial nos sindicatos, que com uma força significativa aderiram a uma agenda econômica que levou contracheques cada vez mais altos aos lares dos trabalhadores. Esses trabalhadores já não aceitavam com a mesma avidez de seus pais a oportunidade de fazer horas extras, tampouco se dispunham a obedecer à autoridade sem questionar. A indústria passou a enfatizar a produção de bens de consumo. Aconteceram eventos que geraram retornos significativos para as pessoas, o que fez os modelos anteriormente citados perderem a eficácia para os gerentes. 86 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II 6.3.4 Modelo de sistemas abertos Este é um sistema em que se faz necessário competir num ambiente ambíguo e competitivo. Os critérios básicos de eficácia da organização são a adaptação e o apoio externo. O modelo tem como ênfase a adaptação política, a criatividade na resolução de problemas, a inovação e o gerenciamento de mudanças. O símbolo para este modelo é a ameba, em virtude da ênfase na flexibilidade e da capacidade de respostas organizacionais, onde um organismo muito sensível é capaz de mudar rapidamente, é ágil nas respostas ao meio. Aqui, uma eventual perda de eficiência de um empregado pode ser entendida como fruto de longos períodos de trabalho intensivo, de uma sobrecarga de estresse ou mesmo como um caso de esgotamento. Espera‑se que o gerente seja inovador, negociador e criativo, alguém que faça uso do poder e da influência na organização. Ocorreu algum evento para impulsionar essa mudança? Figura 80 Sim! Quinn et al. (2004, p. 6‑8), resumidamente, contam que: O período de 1951 a 1975 principiou‑se com os Estados Unidos como líder inquestionável do mundo capitalista e terminou com a preponderância americana seriamente ameaçada. Durante esse tempo, a economia sofreu o choque do embargo do petróleo de 1973. No início do período, made in Japan significava artigos baratos e de baixa qualidade, de pouca importância para os americanos; por fim, a qualidade nipônica era inigualável, e o Japão ameaçava rapidamente alguns setores da economia, até então tidos como redutos sagrados de empresas americanas. Mesmo setores manufatureiros como o automobilístico foram afetados. A velocidade do progresso tecnológico começou a acentuar‑se. 87 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições Os valores sociais também sofreram transformações drásticas. Quando despontou a década de 1970, as dificuldades de se promover mudanças sociais eram plenamente compreendidas, e começou a arraigar‑se uma orientação mais individualista e conservadora. Quanto à força de trabalho, o tempo médio de educação saltou de 8,2 anos do início do século para 12,6 anos. Instigados pela considerável prosperidade, os trabalhadores americanos passaram a preocupar‑se não só com o dinheiro e a recreação, mas também com a realização pessoal. As mulheres começaram a exercer profissões que lhes eram vedadas até então. Àquela altura, os dois primeiros modelos estavam plenamente consolidados, e o vocabulário gerencial estava repleto de termos de administração racional, tais como administração pró‑objetivo e sistema de informações gerenciais. O modelo de relações humanas, no entanto, já se tornara familiar. Diversos livros sobre relações humanas alcançaram popularidade durante esse período, chamando ainda mais a atenção de todos para as complexidades da motivação e da liderança. O gerente deixou de ser visto como um decisor racional, no controle de uma organização similar a uma máquina, pois vivia em ambientes altamente imprevisíveis, dispondo de pouco tempo para dedicar‑se à organização e ao planejamento –, ele era bombardeado de estímulos e forçado a tomar decisões rápidas. Tais observações estavam de acordo com a tendência a desenvolver teorias de contingência, e essas teorias reconheciam a simplicidade das abordagens dos modelos anteriores. Teoria da Contingência? Já estudamos essa teoria, mas não me recordo. Podemos relembrar? Figura 81 A abordagem contingencial defende a ideia de que não se atinge a eficácia organizacional seguindo um único modelo organizacional. De maneira que não existe uma única forma de alcançar os objetivos altamente variados das organizações dentro de um ambiente também altamente variado: a estrutura de uma organização e seu funcionamento são dependentes da interface com o ambiente externo. 88 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II Para essa teoria, líder é aquele capaz de ajustar um grupo específico de pessoas, com características específicas, em situação específica e sob condições extremamente variadas, identificando que atitude, procedimento ou técnica administrativa poderá, em um momento específico, contribuir melhor para a obtenção dos objetivos organizacionais. 6.4 síntese dos modelos Uma síntese das características principais dos quatro modelos gerenciais de Quinn et al. (2004) está no quadro a seguir: Quadro 6 Metas racionais Processos internos Relações humanas Sistemas abertos Símbolo $ Critérios de eficácia Produtividade/ lucro Estabilidade, continuidade Compromisso, coesão, moral Adaptabilidade, apoio externo Teoria referente a meios e fins Uma direção clara leva a resultados produtivosRotinização leva à estabilidade Envolvimento resulta em compromisso Adaptação e inovação levam à aquisição e manutenção de recursos externos Ênfase Explicitação de metas, análise racional e tomada de iniciativas Definição de responsabilidade, mensuração, documentação Participação, resolução de conflitos e criação de consenso Adaptação política, resolução criativa de problemas, inovação, gerenciamento de mudança Atmosfera Econômico‑racional: “lucro líquido” Hierárquica Orientada para equipes Inovadora, flexível Papel do gerente Diretor e produtor Monitor e coordenador Mentor e facilitador Inovador e negociador/ mediador Fonte: Quinn et al. (2004). Os líderes têm importância vital na construção e no desenvolvimento das competências requeridas em uma organização. Eles devem possuir a capacidade de articular diferentes competências individuais, transformando‑as em competências coletivas. Para os autores, os líderes desempenham, muitas vezes, papéis antagônicos nas organizações. Para estabelecer os papéis dos líderes, os autores tomaram como base quatro grandes modelos de gestão (metas racionais, processos internos, relações humanas e sistemas abertos), entendendo que o surgimento de um novo modelo não exclui os anteriores. 89 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições Como um novo modelo não exclui o anterior? Os autores, por entenderem que as organizações devam ser tanto adaptáveis e flexíveis quanto estáveis e controladas e, portanto, precisem ter um foco interno e um externo, não consideram que esses modelos sejam mutuamente excludentes. Observe que os modelos de processos internos e de relações humanas possuem foco interno, em contraste com os modelos de metas racionais e de sistemas abertos que possuem foco externo. observação Os modelos de relações humanas e sistemas abertos definem‑se pela flexibilidade, enquanto os modelos de processos internos e metas racionais compartilham o controle. São estratégias diferentes e não se excluem. Os autores acreditam que cada modelo aponte para benefícios de estratégias diferentes e até contrárias e que se deva ampliar o pensamento e incrementar as possibilidades de escolha e eficácia se forem resolvidos três desafios: • apreciar vantagens e desvantagens de cada um dos quatro modelos; • adquirir e utilizar as competências associadas a cada modelo; • integrar de maneira dinâmica as competências de cada um dos modelos às situações gerenciais encontradas. 7 PaPéis e comPetências resPectivas 7.1 como tornar-se um gerente: necessidade de novas competências Para o desenvolvimento de um líder gerencial é necessário que ele desempenhe diversos papéis na organização, por meio dos quais irá desenvolver competências apropriadas a cada um destes papéis. Essas competências são denominadas de competências-chave. Seguem oito papéis e suas competências respectivas: 90 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II Mentor Coordenador Monitor Facilitador Produtor Negociador Inovador Diretor Flexibilidade Controle Interno Externo Mo de lo da s Re laç õe s H um an as Mo de lo da s Me tas Ra cio na is Modelo dos Sistemas Abertos Modelo dos Processos Internos 1. Constituição de equipes 2. Uso de um processo decisório participativo 3. Gerenciamento de conflitos 1. Monitoramento do desempenho individual 2. Gerenciamento do desempenho e processos coletivos 3. Análise de informações com pensamento crítico 1. Produtividade do trabalho 2. Fomento de um ambiente de trabalho produtivo 3. Gerenciamento de tempo e estresse 1. Constituição e manutenção de uma base de poder 2. Negociação de acordos e compromissos 3. Apresentação de ideias 1. Gerenciamento de projetos 2. Planejamento do trabalho 3. Gerenciamento multidisciplinar 1. Desenvolvimento e comunicação de uma visão 2. Estabelecimento de metas e objetivos 3. Planejamento e organização 1. Compreensão de si próprio e dos outros 2. Comunicação eficaz 3. Desenvolvimento dos empregados 1. Convívio com a mudança 2. Pensamento criativo 3. Gerenciamento da mudança Figura 82 – Competências e papéis dos líderes no quadro de valores competitivos Cada um dos oito papéis de liderança do quadro de valores concorrentes compreende três competências que, como os valores, ao mesmo tempo complementam aquelas com que fazem fronteira e contrastam‑se àquelas que se opõem. Podemos aprender sobre esses papéis, analisando cada um, de acordo com a proposta de Quinn et al. (2004)? Figura 83 91 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições Certamente, caro aluno! Vamos iniciar pelo modelo de metas racionais. 7.2 modelo das metas racionais: papéis de diretor e produtor 7.2.1 O papel do diretor: direção, clareza de objetivos Espera‑se que o gerente explicite expectativas por meio de processos, tais como planejamento e delimitação de metas, e seja um deflagrador decisivo, que define problemas, seleciona alternativas, estabelece objetivos, define papéis e tarefas, gera regras e políticas e fornece instruções. Quando alguém está desempenhando o papel de diretor, não há dúvidas quanto a quem é que manda (p. 17). As competências desse papel serão vistas a seguir. Desenvolvimento e comunicação de uma visão Pode‑se dizer que visão é condição sine qua non para a liderança. O líder ajuda os demais a enxergarem o que está a sua frente a partir dos objetivos. Pode definir melhor o conceito de Visão Organizacional? Figura 84 Vejamos. A visão de futuro é a descrição do que a empresa deseja ser em uma determinada data. Essa visão geralmente inclui valores financeiros, como faturamento e custos, taxas de retorno, índices de satisfação (de clientes e de funcionários), participação no mercado e outros indicadores internos e externos. Para desenvolver e comunicar uma visão de maneira eficaz, para Quinn et al. (2004), é preciso: • identificar, estruturar e desenvolver uma visão que apele para um objetivo comum, capaz de conquistar todos os subordinados; 92 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II • comunicar tal visão nos âmbitos estratégico, tático e pessoal, apresentando‑a assim de uma forma tão concreta que as pessoas possam visualizar‑se dentro dela; • conhecer e acreditar na visão, de modo que possa demonstrar, de modo genuíno, que suas palavras refletem suas convicções pessoais. Estabelecimento de metas e objetivos O passo lógico seguinte ao desenvolvimento e à comunicação de uma visão é formular planos organizacionais, metas e objetivos específicos com vistas à consecução da referida visão. A definição de metas ocorre em todos os níveis da organização, entretanto elas variam conforme o nível hierárquico em que se dão. Nos patamares mais elevados de liderança – na alta administração –, tendem a girar em torno da visão. O foco é estratégico e direcional, envolvendo a decisão mais básica e fundamental da organização: a escolha de missões, estratégias e alocações genéricas de recursos. O conjunto dessas escolhas estratégico‑visionárias é que vai moldar, de maneira geral, o futuro da empresa. Em todos os níveis é assim que ocorre? Figura 85 Não! Nos escalões inferiores de gerência e supervisão o estabelecimento de objetivos tende a ser mais tático, com ênfase primária na implementação e execução de decisões tomadas conforme a visão estratégica ou o planejamento direcional. Planejamento e organização O planejamento e a organização são movidos pela visão e pela estratégia articuladas. Não existe planejamento perfeito, todos possuem vantagens e desvantagens relativas. A visão e a estratégia determinam os critérios para escolher entre os prós e os contrasde cada um. Sugere‑se o modelo em estrela como um quadro de referências para a estruturação das organizações. 93 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições O modelo identifica cinco categorias ou elementos a considerar no processo de planejamento: • estratégia; • estrutura; • processos; • recompensas; • pessoas. 7.2.2 O papel do produtor: produtividade, realização Espera‑se que os produtores sejam orientados para tarefas, mantenham o foco no trabalho e exibam um alto grau de interesse, motivação, energia e ímpeto pessoal. Supõe‑se que aceitem responsabilidades, realizem tarefas e sustentem uma elevada produtividade pessoal — o que costuma envolver a motivação dos membros da equipe, de modo que aumente a produção e atinja as metas estabelecidas (QUINN et al., 2004, p. 18). As competências desse papel são: • Trabalho produtivo: a produtividade é uma medida crucial da eficácia individual, grupal e organizacional. Quinn sugere quatro práticas úteis, indissociáveis da consecução do desempenho ideal: — definição de metas; — engajamento total e imersão na atividade; — hipersensibilidade; — consciência da atividade durante seu desenrolar e capacidade de desfrutar da experiência imediata, em tempo real. • Fomento a um ambiente de trabalho produtivo: para fomentar um ambiente de trabalho produtivo é preciso atentar para todo o universo de potenciais fatores do ambiente de trabalho, cuja importância e influência dependem muito do contexto particular e dos indivíduos especificamente envolvidos. Existem dois aspectos críticos do fomento a um ambiente de trabalho produtivo: o sistema de recompensa e o sistema de como motivar os outros. 94 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II — Sistema de recompensa: no sistema de recompensa as organizações baseiam‑se no contrato psicológico com seus funcionários, no reconhecimento da importância e do valor do capital humano, ou seja, no contrato de empregabilidade: se o funcionário desenvolver competências que são necessárias e aplicá‑las de maneira que ajude a empresa a vencer, e comportar‑se de acordo com os novos valores essenciais, a organização lhe proporcionará um ambiente de trabalho desafiador, com apoio ao desenvolvimento e recompensas proporcionais aos níveis de contribuição. Sei que já aprendi sobre sistema de recompensa e sobre contrato psicológico, mas não me lembro. Podemos fazer uma revisão rápida? Figura 86 O sistema de recompensa é representado, na organização, pela remuneração e pelos benefícios oferecidos. A remuneração é constituída de três componentes principais: remuneração básica, incentivos salariais e benefícios. A política salarial bem‑constituída demonstra o quanto a empresa valoriza o trabalho do seu funcionário. Davis (1992, p. 65) entende que “quando as pessoas entram numa organização, trazem consigo certas forças e necessidades que afetam seu desempenho na situação de trabalho. Algumas vezes são facilmente perceptíveis, mas frequentemente tais forças e necessidades são difíceis de determinar e satisfazer, além de variarem enormemente de uma pessoa para outra. Torna‑se útil então entender como as necessidades criam tensões que estimulam o esforço de desempenho, gerando‑se assim a satisfação via recompensas”. — Sistema de como motivar: este é um assunto interessante na medida em que é comum ouvir falar sobre “o que é motivação”, mas pouco se discute sobre “como motivar”. Hammer (1997), sobre como motivar, destaca a redução de trabalhos burocráticos, permitindo aos profissionais concentrarem‑se em atividades que lhes sejam naturalmente atrativas, como as associadas diretamente a sua formação e à tecnicidade da sua posição. Isso é viabilizado por duas características da gestão por processos: ‑ redução das barreiras verticais da organização, pela menor estrutura de níveis hierárquicos (“achatamento da pirâmide organizacional”); e 95 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições ‑ redução das barreiras horizontais da organização, pela predominância de equipes multifuncionais que extrapolam e reduzem a estrutura tradicional das áreas funcionais (trabalho como ato contínuo). Observa‑se que para Hammer (1997) a motivação é derivada, resultante da implantação da gestão por processos, e não parte das atividades necessárias para sua implementação. Burlton (2001) entende que a motivação deve ser discutida em termos de superação de barreiras para implementação da gestão por processos na organização, apresentada em um framework (modelo de trabalho) voltado especificamente para adoção da prática da gestão por processos. Esse autor não aborda a motivação do colaborador na operação diária do processo de negócio, apenas no processo de implantação do processo de negócio. Os estágios de preocupações possíveis do colaborador ao longo da implementação e evolução do processo de negócio é comparado por Burlton (ibid) aos níveis de hierarquia das necessidades de Maslow; apresenta‑se inclusive a tradicional figura da pirâmide dos níveis hierárquicos de Maslow. Dessa forma, Burlton não trata a motivação do colaborador que atua no processo de negócio nem mesmo como um subproduto do processo; aborda a motivação apenas como parte da metodologia para implantação de processos de negócio. Como as principais literaturas da gestão por processos mencionam a importância do feedback e da concessão de maior autonomia aos colaboradores, as maiores contribuições da Teoria do Planejamento do Trabalho seriam com relação a três das suas cinco dimensões: • variedade de habilidades; • identidade da tarefa; e • significância da tarefa. A observância dessas dimensões é fundamental para entregar à organização um processo de negócio mais eficaz, com postos de trabalho mais atrativos e colaboradores mais motivados. Sobre o contrato psicológico, existe uma relação de reciprocidade entre o indivíduo e a organização que vai além do contrato de trabalho formal – o contrato psicológico. O contrato psicológico refere‑se à expectativa recíproca do indivíduo e da organização, que estabelece o trabalho a realizar e a recompensa a receber. Mas o contrato psicológico, além de ser um acordo tácito entre o indivíduo e a organização, também constitui um elemento importante em qualquer relação de trabalho. Sem dúvida, uma fonte comum de dificuldades nas relações interpessoais é a falta de acordos explícitos — o que querem e o que precisam. 96 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II Entendido? Vamos voltar agora para as competências do papel do produtor Figura 87 Administração do tempo e do estresse/equilíbrio de demandas concorrentes A questão do estresse (e de sua administração) vem crescendo em importância para as organizações e seus gerentes. Além de afetar a saúde física, o estresse prejudica a capacidade e a disposição dos funcionários para cumprir suas atribuições, na medida em que reduz suas habilidades cognitivas, o nível de energia, de motivação e a capacidade de relacionar‑se com os colegas, causando grande prejuízo para as organizações. As duas causas principais de estresse são: situação de vida estressante e características de personalidade. A primeira está relacionada com os acontecimentos que provocam grandes mudanças nos padrões de vida dos indivíduos; a segunda, com os traços de personalidade que predispõem os indivíduos a avaliar e a reagir a situações similares de diferentes maneiras. Em relação à administração do tempo, também podemos utilizar estratégias como planejar e estabelecer prioridades regularmente e analisar de que forma estamos gastando o tempo. Quinn et al. (2004) sugerem: • esclareça seus valores; • planeje e estabeleça prioridadesregularmente; • volte a analisar regularmente a maneira como está gastando o tempo. Kerzner (2000) cita que o ambiente de gerenciamento do tempo é extremamente turbulento e é composto de várias reuniões, escrita de relatórios, resolução de conflitos, planejamento e replanejamento contínuo, além da comunicação com o cliente e do gerenciamento de crises. O tempo gasto é tempo perdido, impossível de ser recuperado. 7.3 modelo dos processos internos: papéis de monitor e coordenador 7.3.1 O papel do monitor: documentação, gerenciamento de informações Quinn et al. (2004) ressaltam que o papel do monitor é ser um bom analista e dominar todos os fatos e detalhes; realizar constantemente verificações para descobrir o que se passa de fato; ter um 97 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições aguçado senso de precisão e prestar bastante atenção em medidas, relatórios e dados. Esse papel diz respeito à atenção do gerente a questões de controle interno. É imprescindível para a manutenção do alto desempenho individual e coletivo. Como monitor, o gerente deve saber o que se passa em sua unidade, determinar se as pessoas estão cumprindo as regras e averiguar se o setor está fazendo sua parte. O monitor domina todos os fatos e detalhes e é um bom analista. Seus papéis incluem o gosto por dados e formulários, pela análise e resposta a informações de rotina, pela condução de inspeções e vistorias, pela revisão de relatórios e outros documentos (p. 18). As competências desse papel são: Administração de informações por meio do pensamento crítico Gerentes eficazes estruturam com competência suas linhas de raciocínio e, ao mesmo tempo, reagem com rapidez aos argumentos alheios. Argumentar ou pensar criticamente é um processo, não de criação de ideias, mas de apresentação e avaliação de pareceres e informações. A missão do pensador crítico é tomar a melhor decisão com as informações disponíveis numa determinada circunstância. A maioria dos raciocínios é composta de três elementos: • A proposição ou conclusão do argumento: na proposição, responde‑se à pergunta “O que queremos dizer aqui?”. • Os fundamentos ou fatos e evidências que sustentam a proposição: a força da proposição é proporcional à dos fundamentos nos quais ela se apoia. Os fundamentos respondem às perguntas “Em que nos baseamos?” ou “O que nos leva a dizer isso?”. • A justificativa ou a ponte entre a proposição e seus fundamentos: na justificativa, responde‑se à pergunta “Qual a relação entre a nossa proposição e os fundamentos que apresentamos?”. Interessante esse assunto! Fale um pouco mais sobre o processo de tomada de decisão. Figura 88 98 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II A decisão está estruturada na escolha de um caminho ou de uma alternativa com base no conhecimento que o indivíduo tem sobre o objeto/objetivo da escolha e com base nas emoções que envolvem o conhecimento referenciando o objeto/objetivo, de maneira que as questões sugeridas ajudem na identificação das escolhas. No momento da tomada de decisão, o indivíduo deve entender as causas da decisão para justificar para si o motivo pelo qual está procedendo de uma determinada maneira, e essa justificativa é entendida como uma avaliação que o orienta para discernir. Dessa maneira, para tomar uma decisão, fazemos automaticamente uma avaliação com relação aos nossos valores, discernimos sobre o evento – posso, não posso, terei danos morais, terei danos financeiros e materiais, posso enfrentar, devo descartar, devo continuar –, sempre com o objetivo de avaliar se a ação traz ganhos ou perdas, sejam morais, financeiras ou afetivas, mas sempre de acordo com os interesses do indivíduo. Avaliações desse nível, com base nas crenças e valores, é que definirão o processo de tomada de decisão, e este processo está, basicamente, associado àquilo que o indivíduo pensa a seu respeito em relação ao evento em julgamento. Administração da sobrecarga de informações Os bons gerentes examinam todas as informações, mas os grandes administradores sabem como canalizar as informações com eficiência, pois estabelecem hábitos e sistemas de informação que os forçam a fazer algo com cada papel e informação. Quinn et al. (2004) citam Winston quando sugerem quatro alternativas do sistema ARAA: Atirar, Remeter, Agir e Arquivar. • Atirar os papéis, isto é, descartá‑los se não tiverem valor imediato: a maioria de nós é excessivamente conservadora em suas decisões sobre o que guardar; por esse motivo, acumulam‑se papéis e e‑mails, pois existe o receio de precisar mais tarde deles. • Remeter: é interessante manter pastas para aqueles aos quais delegamos tarefas com mais frequência. Usar ficha de catalogação é outra sugestão, ou usar post‑it com uma breve explicação do porquê de a informação estar sendo transferida, inclusive em documentos encaminhados. • Agir: abrir uma pasta intitulada Agir e anotar as providências necessárias em uma lista de afazeres, priorizando as necessidades. • Arquivar: abrir uma pasta intitulada Arquivar. Perceba que a leitura, nesse sistema, é uma força de ação; portanto, se um documento leva mais de cinco minutos para ser lido, ponha‑o na pasta Agir. O sistema deve ajudá‑lo a definir prioridades e a organizar‑se em torno de toda a papelada e das mensagens com que tem de lidar. Administração dos processos essenciais Processos essenciais são aqueles que agregam valor ao produto ou serviço da organização e aos resultados que desejamos. Certas atividades são vitais para a consecução dos resultados; no entanto, 99 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições um foco excessivo nas atividades pode convertê‑las em fins em si, levando‑nos a perder os resultados de vista. A pergunta crucial a se fazer sobre qualquer atividade de uma organização é: “Como isso agrega valor aos resultados que desejamos?”. Para ajudar a distinguir as atividades que agregam valor, Quinn et al. (2004), citando Porter (1985), sugerem cinco atividades primárias: • Trazer materiais ou informações para a organização (logística de entrada). • Atuar sobre eles (operação). • Remetê‑los para fora (logística de saída). • Comercializá‑los (marketing e vendas). • Fazer sua manutenção (assistência). Quatro atividades de apoio: • Infraestrutura (planejamento e transações jurídicas, financeiras e contábeis usadas para agregar valor aos materiais e informações). • Gestão de recursos humanos (contratação, treinamento, pagamento e socialização das pessoas responsáveis pelo trabalho). • Desenvolvimento de tecnologia (equipamentos, ferramentas e informações que possibilitam a agregação de valor). • Compras (aquisição de equipamentos, ferramentas, ideias e informações necessárias para manter e aprimorar as atividades primárias). 7.3.2 O papel do coordenador: estabilidade e controle Como coordenador, o gerente deve utilizar recursos que facilitam o trabalho, tais como a organização e a coordenação dos esforços da equipe, a resolução de dificuldades de ordem logística e tecnológica, entre outros. Como coordenador, espera‑se que o gerente dê sustentação à estrutura e ao fluxo do sistema. Quem é incumbido desse papel deve ser digno de confiança e crédito. Dentre seus traços comportamentais figuram recursos diversos para a facilitação do trabalho — como o agendamento, a organização e a coordenação dos esforços da equipe, o enfrentamento de crises e a resolução de dificuldades de ordem tecnológica, logística e doméstica (p. 19). 100 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II As competências desse papel serão vistas a seguir. Gerenciamento de projetos Para Kerzner (2000), o gerenciamento de um projeto implica planejamento,organização, direção e controle de recursos organizacionais num dado empreendimento, levando‑se em conta tempo, custo e desempenho estimados. Caso o projeto esteja sendo executado com o acompanhamento de um cliente externo, também deve ser considerada a preocupação em manter boas relações com o cliente e atendê‑lo. O gerenciamento de projetos solicita: definição dos pré‑requisitos do trabalho, do volume de trabalho, dos recursos de trabalho e monitoramento de projetos, que inclui monitoramento dos progressos, comparação entre as previsões e a realidade, análise de impacto e as adaptações. Essas são as atribuições de um gerente de projetos! Eu gostaria de saber, especificamente, quais são os atributos de um gerente de projetos. Figura 89 Kerzner (2000) apresenta uma lista de características desejadas em um gerente de projetos: flexibilidade e adaptabilidade, preferência por iniciativa e liderança, agressividade, confiança, persuasão e fluência verbal, ambição e proatividade, efetividade como comunicador e integrador, variedade de interesses pessoais, entusiasmo, imaginação e espontaneidade, habilidade em balancear soluções técnicas com as variáveis de tempo, custo e fatores humanos, ser bem‑organizado e disciplinado, ser um generalista em lugar de um especialista, habilidade para dedicar a maioria de seu tempo para planejamento e controle, habilidade para identificar problemas, capacidade de tomar decisões e habilidade para balancear o uso do tempo. 101 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições Como é possível um profissional ter tantos atributos? Figura 90 Parece muito ao nomeá‑lo, mas dentre esses atributos alguns fazem parte da personalidade do indivíduo, enquanto outros são os esforços investidos na busca pelo conhecimento, objetivando o desenvolvimento profissional. Observe que, como característica individual, especificamente para essa atribuição, pode‑se citar a preferência por iniciativa, agressividade, confiança, persuasão, ambição, entusiasmo, imaginação e espontaneidade. Mas existem alguns atributos profissionais que podem, com determinação, ser aprendidos, como: flexibilidade e adaptabilidade, liderança, fluência verbal, proatividade, efetividade como comunicador e integrador, variedade de interesses pessoais, habilidade em balancear soluções técnicas com as variáveis de tempo, custo e fatores humanos, ser bem‑organizado e disciplinado, ser um generalista em lugar de um especialista, habilidade para dedicar a maior parte de seu tempo para planejamento e controle, habilidade para identificar problemas, capacidade de tomar decisões e habilidade para balancear o uso do tempo. É uma questão de determinação, portanto? Figura 91 102 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II Não somente uma questão de determinação. Determinação, desejo e vontade ajudam muito no desenvolvimento das habilidades. Podemos saber fazer bem uma tarefa porque aprendemos a realizá‑la de forma técnica e disciplinada. Porém, a pessoa dotada de dom para realizar tal tarefa o fará com mais propriedade pela questão da habilidade própria – um jeito especial de fazer! Explique melhor! Os indivíduos podem ter dons para executar suas tarefas na organização? É a mesma coisa que talentos? Como eu sei que tenho dom ou talento para alguma coisa? Figura 92 O talento é sinônimo de dom – não se transmite, é natural no indivíduo; porém, tendo dom ou não, é preciso aprender a saber fazer. Veja! Para quem tem o dom, realizar uma determinada tarefa é mais fácil, e, na execução da tarefa, o indivíduo é mais rápido, mais criativo. Você só descobre que tem um determinado dom quando tem a oportunidade para experimentar. A organização, por meio do desenvolvimento de pessoas, ou, ainda, por meio dos treinamentos pode ajudar a descobrir os talentos. As oportunidades oferecidas aos funcionários podem eliciar os dons, descobrindo assim seus talentos organizacionais. observação Talento pode ser definido como um padrão recorrente de pensamento, sentimento ou comportamento que pode ser aplicado de maneira produtiva. A chave da questão aqui é o termo recorrente, visto que o talento é algo que o indivíduo que o tem é capaz de reproduzir de maneira natural, diz Gramigna (2002). Sendo assim, os nossos dons são determinados por um padrão natural de pensamentos e atitudes que geram um comportamento produtivo. É mais produtivo porque os talentosos despendem menos energia, a tarefa flui naturalmente. 103 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições E qual é a diferença entre talento e habilidade para fazer as coisas? Figura 93 Não existe diferença, existe uma relação entre ambas porque a habilidade está relacionada com nossa capacidade de desenvolver o que nos é nato. Retomando a questão da determinação, uma pessoa determinada, com desejo de aprender, experimenta mais o mundo do conhecimento. Portanto, tem mais oportunidades para eliciar seus dons e descobrir seus talentos. Posso concluir que o conhecimento adquirido nos possibilita desenvolver as habilidades, transformando nossos talentos e expertise. Figura 94 Exatamente! É a diferença entre estar informado, ter conhecimento sobre um assunto e, efetivamente, ser capaz de praticar o conhecimento de forma produtiva. 104 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II Entendido isso, vamos voltar ao nosso assunto sobre O papel do coordenador: estabilidade e controle. Vamos falar sobre planejamento de trabalho. Figura 95 Planejamento do trabalho Quinn et al. (2004) acreditam que ao longo dos próximos anos o planejamento do trabalho vá concentrar‑se, cada vez mais, na aprendizagem e na transferência de conhecimento, duas das principais funções do trabalho. Acessar e documentar o conhecimento que as pessoas guardam “na cabeça” tornou‑se um objetivo de negócios estratégico para a organização. O desafio agora é coletar o conhecimento organizacional e convertê‑lo em aprendizagem — função conhecida como gestão do conhecimento. Gerenciamento multifuncional Trata‑se do gerenciamento das equipes de trabalho e tem por diretrizes básicas: • Esclarecimento de metas e declaração da missão, granjeando a adesão da equipe. • Criação de uma massa crítica de liderança. • Manutenção da equipe e de seus membros pela responsabilidade do desempenho coletivo. • Manutenção da equipe multifuncional com o menor tamanho possível dentro de uma representação funcional crítica. • Fornecimento, à célula multifuncional, de informações relevantes e sempre atualizadas. • Treinamento dos envolvidos no trabalho em equipe e no gerenciamento de processos. • Esclarecimento de expectativas dentro das equipes e entre elas, estimulação dos membros da equipe a mudarem de papel. 105 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições 7.4 modelo das relações humanas: papéis de facilitador e mentor 7.4.1 O papel do facilitador: participação e abertura Espera‑se que o facilitador fomente os esforços coletivos, promova a coesão e o trabalho em equipe e administre conflitos interpessoais. Nesse papel, o gerente é orientado a processos. Os comportamentos que se esperam dele incluem a intervenção em disputas interpessoais, o uso de técnicas de resolução de conflitos, o reforço da coesão e do moral coletivo, a obtenção de colaborações e a participação e ajuda na solução dos problemas do grupo (p. 19). As competências desse papel são: Construção de equipes O líder gerencial, no papel de facilitador, deve direcionar esforços para ajudar um grupo de pessoas a transformar‑se em uma equipe de trabalho. É função do gerenteajudar cada membro da equipe a desenvolver suas próprias habilidades, ao mesmo tempo que congrega essas individualidades únicas na construção da equipe. São quatro os estágios para o desenvolvimento e a construção de equipes: • Teste: as metas do grupo são instituídas, e sua missão, definida. Os membros indagam‑se sobre qual é a finalidade da equipe e se desejam dela fazer parte. • Organização: o grupo estabelece uma cultura. O líder salienta o objetivo comum (papel de tarefa) e institui normas e padrões. O time tem de esclarecer questões referentes à partilha de informações – como os seus membros vão comunicar‑se entre si – e aos tipos de informações que precisam ser compartilhados. • Estabelecimento de interdependência: os talentos individuais são identificados e explorados, e as atenções encontram‑se em como coordenar os esforços individuais. O líder deve focar na interdependência dos membros, desestimular a competição e incentivar a responsabilidade pelo papel informal de liderança. A pergunta crucial que os componentes da equipe se fazem aqui é como coordenar os seus atos individuais, de modo que atinjam as metas coletivas de forma mais efetiva. • Produção e avaliação: encorajar a equipe a questionar‑se com relação à abordagem da tarefa e a oferecer sugestões para o aprimoramento do desempenho coletivo (papel de tarefa), a fornecer feedback e observações a respeito dos processos grupais (papel de manutenção do grupo). O líder deve, ao mesmo tempo, conduzir e dar a seus componentes a oportunidade de assumir um papel de liderança; assumir diretrizes, dar ouvidos a sugestões alheias e ter o devido envolvimento no trabalho cotidiano, mas sem microgerenciar. Precisa encontrar maneiras 106 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II de valorizar as diferenças e recompensar os sucessos, sem jamais permitir que determinados indivíduos se destaquem à custa de outros. Nesse contexto, o conceito de interdependência está relacionado com sinergia? Figura 96 Sim, no sentido de que as partes dependem umas das outras. Sem as partes, não pode haver o todo, e a parte não tem sentido sem o todo. Isso significa saber unir as capacidades, conhecimento e técnicas como seres independentes em prol dos objetivos comuns da equipe. Uso da tomada participativa de decisões As técnicas de gestão participativa partem do pressuposto de que os funcionários devam ter a oportunidade de contribuir para decisões que, na rotina do trabalho, afetem sua vida. Os processos decisórios diferem com relação à quantidade de autoridade concentrada nas mãos do patrão e na dose de liberdade concedida aos empregados. Aumentando‑se a autoridade do gerente, por definição, diminui‑se a liberdade de seus subordinados. Este assunto está relacionado com empowerment por causa do estilo de delegação dos líderes. Na decisão participativa existe um espaço para que os funcionários deem suas opiniões, demonstrem os resultados dos seus trabalhos como proposta de melhoria e deem novas ideias. O empowerment é dar total poder ao funcionário para tomar decisões. Administração de conflitos Cada tipo de atrito pode ter consequências positivas ou negativas. O conflito de relacionamento tende a produzir maus resultados, enquanto o conflito de tarefa pode acarretar decisões efetivas. O desafio para nossas concepções e ideias pelo questionamento, em vez da aceitação incondicional, faz com que confiemos nos companheiros de trabalho. 107 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições 7.4.2 O papel do mentor: compromisso e moral O mentor é responsável pelo desenvolvimento dos recursos humanos, estimula o treinamento e o aprimoramento das competências, é sempre solícito e atencioso, demonstrando, de forma legítima, apreciação pelos desejos e anseios de seus subordinados. Dedica‑se ao desenvolvimento das pessoas mediante uma orientação cuidadosa e empática. O gerente é solícito, atencioso, sensível, afável, aberto e justo; nesse papel, ele escuta, apoia reivindicações legítimas, transmite apreciação e distribui elogios e reconhecimentos. As pessoas são recursos a serem desenvolvidos. O gerente contribui para o aprimoramento de competências, proporciona oportunidades de treinamento e planeja o desenvolvimento individual dos empregados (QUINN, et al., 2004, p. 20). As competências desse papel são: • Compreensão de si mesmo e dos outros: como mentor, é preciso identificar as habilidades de cada funcionário e avaliar qual a contribuição de cada um para a organização. É fundamental que o gerente tenha capacidade de perceber e compreender as reações no tocante aos sentimentos, necessidades e interesses das pessoas, visto que estas reagem de diferentes formas a situações diversas. Em relação à compreensão dos outros, a chave está em expandir continuamente nossa conscientização sobre tudo aquilo que menos desejamos saber sobre nós mesmos. Integridade, segurança e autoaceitação reforçam a capacidade de praticar a empatia (principal competência para ajudar os outros a crescer). lembrete A empatia implica em nos colocarmos, de fato, no lugar do outro e procurar enxergar honestamente o mundo a partir de seu ponto de vista. • Comunicação eficaz: a comunicação interpessoal é uma das mais importantes e menos compreendidas competências gerenciais — e é vital para o papel de mentor. Saber quando e como compartilhar informações requer uma complexa compreensão das pessoas e situações, diz Quinn et al. (2004). Comunicação é a troca de informações, fatos, ideias e significados. O processo pode ser utilizado para informar, coordenar e motivar as pessoas; no entanto, não é fácil ser um bom comunicador. Veja que, para expor nossos pensamentos, precisamos entender a mensagem, interpretá‑la, avaliá‑la e, somente depois, transmiti‑la ao receptor. 108 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II Nos comunicamos com o meio externo fazendo uso da nossa percepção A percepção é um conjunto de sensações acompanhadas de significados atribuídos como resultado de experiências e conhecimentos anteriores Relacionamos os dados sensoriais com as experiências anteriores, somados às nossas crenças e valores, o que lhes confere um significado, e temos assim a interpretação Figura 97 A forma como interpretamos a mensagem vai depender da nossa cultura, de crenças e valores, dos traços de personalidade – humor, autoconfiança, segurança – e ainda do ambiente em que o indivíduo está inserido. Portanto, o processo de comunicação não é simples. Quinn et al. (2004) sugerem algumas regras para a comunicação eficaz: • esclarecer quem é o receptor; • saber qual é o seu objetivo; • analisar o clima; • rever a mensagem em seu íntimo antes de dizê‑la; • comunicar‑se usando palavras e expressões com que seu interlocutor esteja familiarizado. Alguns empecilhos à comunicação interpessoal efetiva, referentes à capacidade dos envolvidos de enviar e receber mensagens, são: • Falta de articulação: dificuldade do emissor para expressar o conceito, assim como falta de conhecimento sobre o assunto por parte do receptor. • Segundas intenções: o emissor não deixa claro qual é a intenção real do assunto para poder manipular a reação do receptor. • Status: de forma errônea, às vezes, podemos não ser receptivos às ideias e opiniões daqueles que se encontram em posição inferior. • Hostilidade: quando o receptor já está prevenido contra o emissor, a comunicação tende a ser percebida de maneira negativa, seja ou não essa a intenção. 109 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições • Diferentes estilos de comunicação: os estilos de comunicação são diferentes por vários motivos; dentre eles podemoscitar a cultura e os tipos diferentes de personalidade. Por exemplo, na organização, temos padrões técnicos de comunicação de acordo com as diferentes profissões. Basta seguir essas orientações para melhorar a minha comunicação? Figura 98 Não somente seguir esses passos! É necessário desenvolver habilidades para tal. Por exemplo, é importante ter o hábito de, conscientemente, definir qual é o objetivo da comunicação antes de qualquer ação: o que se pretende alcançar como resultado. É preciso conhecer o interlocutor, saber um pouco sobre a sua personalidade, sobre suas limitações culturais e sociais. Com relação ao clima organizacional, sabe‑se muito bem que, se não houver uma boa relação entre as pessoas, a comunicação ficará deficiente, com vieses emocionais. Da mesma forma, se a relação interpessoal for saudável, a comunicação será eficiente; por conta da aceitação afetiva, a tolerância social fica maior. Como comunicar uma orientação para uma tarefa: • Deve‑se previamente expressar o objetivo – o que se pretende? • Deve‑se previamente justificar a necessidade da tarefa (envolver a pessoa) – por quê? • Devem‑se expressar a meta e o desempenho adequado de forma precisa – quanto é esperado? • Deve‑se indicar o melhor método para a execução – como fazer? • Deve‑se estar disposto a ouvir críticas (quanto à meta, ao método e à coerência). • Deve‑se certificar‑se de que foi integralmente compreendido. 110 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II Desenvolvimento dos empregados O desenvolvimento dos empregados se dá por meio de duas abordagens: • Delegação: busca o aprimoramento das competências e habilidades dos empregados, oferecendo‑ lhes oportunidades para assumirem mais responsabilidades. Envolve três elementos essenciais: — responsabilidade; — autoridade; — prestação de contas. • Avaliação de desempenho: visa dar aos empregados o feedback acerca de seu desempenho. É encarada como uma ferramenta para facilitar o aprimoramento dos empregados, elucidar expectativas e incrementar o desempenho. Saber delegar é um dos grandes desafios no desenvolvimento de um líder. Falamos anteriormente sobre o empowerment, que significa dar poder ao funcionário. Essa é uma necessidade da organização, que não pode ter líderes que, sozinhos, decidem, controlam e executam as tarefas. Por força da rotina, eles precisarão confiar parte das suas obrigações à sua equipe, de forma funcional. Esse é um assunto muito delicado! Quando estudamos a estrutura da organização, falamos sobre o conceito de delegar; porém, vale a penar rever o conceito segundo esse contexto. Simeray (1970, p. 28) entende que a delegação de autoridade é definida por um conjunto de atribuições que especificam as responsabilidades e prerrogativas de quem recebeu a delegação. Assim, diz o autor, a responsabilidade não pode ser delegada. O líder, ao delegar autoridade, não diminui a sua própria, porém deixa de intervir nas decisões que foram delegadas. Então, a responsabilidade é toda mantida pelo líder, que continuará preso às decisões que não serão tomadas por ele próprio; porém, mantém‑se solidário com as iniciativas dos que receberam a delegação. Iniciativas essas que ele deverá responder pelas consequências perante as instâncias superiores. A delegação de autoridade confere a quem a recebeu total responsabilidade perante a autoridade que delega, tanto para a tomada de decisão quanto para o controle de sua execução. 7.5 modelo dos sistemas abertos: os papéis de inovador e negociador 7.5.1 O papel do inovador: inovação e adaptação O papel do inovador é ser criativo e capaz de enxergar longe, vislumbrar inovações e convencer todos de que elas são necessárias e desejáveis. 111 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições Como inovador, o gerente é encarregado de facilitar a adaptação e a mudança; deve prestar atenção ao ambiente em transformação, identificar tendências significativas, conceitualizar, projetar mudanças necessárias e tolerar as incertezas e os riscos. Os gerentes baseiam‑se na indução, em ideias e em insights intuitivos; espera‑se que sejam sonhadores inteligentes e criativos, capazes de enxergar longe, de vislumbrar inovações, de apresentá‑las em embalagens convidativas e de convencer os demais de que são necessárias e desejáveis (QUINN, et al., 2004, p. 20). Como assim! Os gerentes podem ser orientados pelas suas intuições? Penso que seria importante revermos o que é intuição. Figura 99 lembrete Intuição é o processamento das informações que foram registradas a partir das experiências vivenciadas no passado. São conexões inconscientes que tornam possível à mente, na necessidade de uma estratégia de escolha na tomada de decisão, chamá‑la sob efeito automático. Quando o raciocínio lógico atinge seu limite, a intuição que se forma a partir do processamento dos dados estocados no subconsciente possibilita a criação de novas alternativas para os desafios impostos pelo ambiente organizacional interno e externo, diz Motta (1997, p. 166). Sendo assim, os processos decisórios racionais podem ser complementados pela intuição porque, diferentemente do que parece, a intuição não é contrária à razão, mas sim complementar como modo de se obter informações. As competências desse papel serão vistas a seguir. Convivência com a mudança Configura‑se na aceitação pessoal e no convívio com a mudança. 112 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II É necessária atenção ao sistema de crenças, que pode dificultar a convivência com a mudança. Sistema de crenças? Ah, sim! É aquele sistema que explica como as decisões são tomadas a partir de crenças, valores e conhecimentos. Figura 100 Pensamento criativo A criatividade é uma maneira de pensar que envolve a geração de novas ideias e soluções. Existem três dimensões da criatividade: • Habilidades referentes ao domínio: são aquelas associadas aos conhecimentos básicos e especializados indispensáveis ao pensamento criativo. • Habilidades criativas: são aquelas que permitem aos indivíduos associar conceitos até então independentes e conceber novas maneiras de pensar. • Motivação de tarefas: refere‑se à existência de um ambiente organizacional de fomento à criatividade dos empregados. A criatividade requer que se saiba como trabalhar com outras pessoas criativas e empregar técnicas que maximizem a probabilidade de elas produzirem soluções não convencionais. Gestão da mudança Para atingir metas e objetivos é preciso mudar, aumentar a eficiência, enxugar custos, competir por dinheiro e recursos, promover avanços tecnológicos, cumprir regulamentações governamentais, incrementar os serviços prestados para os clientes e responder às pressões do público. Embora empreendamos essas alterações e adaptações em reação a transformações sociais, não necessariamente elas são inesperadas ou impostas; ao contrário, decidimos promovê‑las a fim de cumprir, de modo mais efetivo, a missão da organização, que atua em um mundo dinâmico e volátil. Para tanto, porém, é fundamental que compreendamos o conceito de resistência. 113 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições Cinco tipos de mudança têm grandes chances de provocar a resistência dos funcionários, uma vez que eles acreditam que tais mudanças afetarão seus comportamentos profissionais habituais. São elas: • Mudanças que afetem as demandas de conhecimento e competência. • Os empregados resistem a todas as mudanças (automação, por exemplo) que façam suas competências parecerem obsoletas ou desnecessárias. • Mudanças associadas a perdas econômicas ou de status; • Haverá resistência a mudanças que provocam rebaixamentos ou perda de emprego.• Mudanças sugeridas por outros. • Às vezes, as boas ideias sofrem resistência só por não serem nossas. • Mudanças que envolvam riscos. • Arriscar‑se, às vezes, leva a erros. Quando a cultura da organização não dá valor aos riscos, ninguém vai querer se expor ao perigo de errar – o que provavelmente fará todos relutarem em sugerir ou abraçar modificações. • Mudanças que acarretem ruptura das relações sociais. • Por mais que as organizações tenham missões e finalidades públicas, também proporcionam um ambiente social em que os indivíduos se associam e formam laços de amizade. Para muitos, sua organização de trabalho é uma importante fonte de interação social. Quando esse padrão de interação é violado, as pessoas costumam resistir. A habilidade para aceitar ou enfrentar as mudanças está associada à flexibilidade cognitiva discutida anteriormente. Figura 101 114 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II lembrete Lembre‑se de que a flexibilidade cognitiva é a capacidade que as pessoas têm para reestruturar o conhecimento já existente, fazendo uso de uma diversidade de estratégias no momento da tomada de decisão. 7.5.2 O papel do negociador: crescimento e aquisição de recursos A tentativa de equilibrar a satisfação das necessidades alheias com a obtenção daquilo que nós mesmos precisamos leva‑nos à questão da negociação. Esta não se limita a encontros formais com a “outra parte” e uma mesa no meio. Negociamos sempre que precisamos de algo de alguém. A maioria das decisões importantes que tomamos na vida não é unilateral. Em geral, são negociações. A negociação é a principal forma de tomada de decisão na vida pessoal e profissional (Ury, 1993). Como os negociadores se preocupam particularmente com a sustentação de legitimidade exterior e a obtenção de recursos externos, [...] devem ter astúcia política, capacidade de persuasão, influência e poder. Encontram‑se com pessoas de fora de sua própria unidade para representar, negociar e adquirir recursos; vendem e servem de intermediários e porta‑vozes (p. 21). As competências desse papel serão vistas a seguir. Construção e manutenção da base do poder O poder costuma ser definido como a capacidade de mobilizar pessoas e recursos para conseguir que as coisas sejam feitas. No ambiente organizacional, o termo “poder” costuma ser definido basicamente como “capacidade de produzir e capacidade de mobilizar pessoas e recursos para conseguir que as coisas sejam feitas”, diz Kanter (apud Quinn et al., 2004). O negociador deve ser capaz de influenciar ou controlar supervisores e subordinados, com técnicas diferentes para cada caso, pois eles têm visões diferentes. 115 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições Nesse contexto, pode‑se dizer que poder é uma habilidade? Figura 102 Nesse contexto, sim! Porque o poder pode ser definido como a habilidade de influenciar pessoas por meio do controle dos recursos organizacionais, ou seja, a habilidade para conseguir que a outra pessoa faça aquilo que se quer. Porém, é preciso ter cuidado com a diversidade de situações que os líderes encontram ao exercer o poder dentro da organização. O líder precisa saber para qual finalidade usará o poder, o que se espera do funcionário ao colocar o poder em exercício. Conforme Kelman (apud HOLLENBECK, 1999), é provável que existam três tipos distintos de respostas ao tipo de poder: obediência, identificação e internalização. De maneira que: • Se a proposta do líder for garantir a obediência, poderá usar o poder de recompensa e o poder coercitivo. • Se a proposta do líder for garantir a identificação, então deverá se utilizar do poder de referência. • Se a proposta do líder for garantir a internalização, então deverá se utilizar dos poderes legítimos e de sua especialização. Negociação de acordos e compromissos O mais importante ponto é o diálogo, um processo de resolução de divergências mediante cuidadoso compartilhamento de pontos de vista. O diálogo é constituído de três elementos: objetivo mútuo, respeito mútuo e entendimento mútuo. 116 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II Apresentação de ideias Uma apresentação eficaz deve pautar‑se em três pontos: • Objetivo: seja claro, definido; não parta do pressuposto de que o público deva tomar consciência do objetivo. • Audiência: compreender o modo de conduzir a apresentação de um ponto a outro. • Recursos: ajudam na preparação da apresentação um bom suporte, uma sequência, o acesso aos dados e o polidez do apresentador. Aqueles que se destacam nos papéis de negociador e inovador, em geral, são empreendedores, capazes de fundar uma nova organização com base em sua visão de um novo produto ou serviço. Dentro da empresa, esses indivíduos são, às vezes, denominados de intraempreendedores; costumam ser vistos como poderosos agentes de mudança. Vale a pena destacarmos os pontos positivos e negativos de cada papel estudado. Para cada papel desenvolvido existe uma zona negativa e uma zona positiva, conforme a seguir: • Produtor: — zona negativa: desempenho exacerbado, individualista (destrói a coesão); — zona positiva: foco em tarefas (deflagra a ação). • Diretor: — zona negativa: pouco receptivo, insensível (ofende os indivíduos); — zona positiva: decisivo, diretivo (proporciona estrutura). • Coordenador: — zona negativa: cético, cínico (sufoca o progresso); — zona positiva: digno de crédito e confiança (mantém a estrutura). • Monitor: — zona negativa: sem imaginação, tedioso (negligencia possibilidades); — zona positiva: competente tecnicamente, bem‑preparado (coleta informações). 117 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições • Facilitador: — zona negativa: excessivamente democrático, demasiadamente participativo (retarda a produção); — zona positiva: foco em processos (facilita a interação). • Mentor: — zona negativa: coração mole, permissivo (abdica da autoridade); — zona positiva: solícito, simpático (demonstra consideração). • Inovador: — zona negativa: sem realismo, pouco prático (desperdiça energia); — zona positiva: criativo, inteligente (vislumbra mudanças). • Negociador: — zona negativa: oportunista, excessivamente ambicioso (rompe a continuidade); — zona positiva: foco em recursos, astuto politicamente (levanta recursos). De forma muito interessante, Quinn et al. (2004) mostram as etapas para a transformação de um líder novato em um perito. Vamos conhecer! Figura 103 Transformações de um novato em um perito O caminho para o domínio de qualquer atividade é um processo de aprendizado para toda a vida, e é preciso esforço para compreender o novo e saber praticar novas habilidades. Quinn et al. (2004) descrevem cinco etapas para a transformação de um novato em um perito, a seguir. 118 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II Estágio 1: O novato Aprendem‑se regras e fatos, visto que as regras são como algo absoluto e nunca devem ser violadas. Comparando com a administração, corresponde ao aprendizado das várias funções de tarefa e manutenção de grupos e, devido a isso, o bom desempenho coletivo exige que se dê atenção a ambos. Estágio 2: O principiante avançado O desempenho melhora, e o indivíduo mostra‑se capaz de colocar em prática os fatos e as regras aprendidas. Também começa a reconhecer elementos que não são mencionados nas regras. Estágio 3: Competente Ganham‑se mais competências e, com isso, passa‑se a desenvolver uma melhor apreciação da complexidade da tarefa; desenvolve‑se a capacidade de selecionar as tarefas mais relevantes e de concentrar‑se nelas; à medida que as competências aumentam, correm‑se riscoscalculados e faz‑se complexas avaliações e balanços entre aspectos positivos e negativos — o que o autor cita com o nome de wade‑offs. Estágio 4: Proficiente O cálculo e a análise parecem desaparecer. Percebe‑se que os fatores antigos perdem importância, e são colocados em prática novos planos. A proficiência não ocorre com facilidade, pois é preciso prática e habilidades para que tudo passe a ser desenvolvido. Estágio 5: Perito Aqueles que estão neste estágio desenvolvem um ótimo desempenho, adotam uma perspectiva “holística”, que lhes proporciona um entendimento profundo da situação. Elaboram e reelaboram estratégias enquanto leem indicadores em transformação. Isso os leva ao senso comum. O perito parece encarar sem esforços as contradições da vida organizacional. O perfil de um gerente capaz É preciso não só habilidade para desempenhar os papéis de uma liderança, mas também capacidade de mesclar e equilibrar os diferentes papéis de modo adequado. Parte desse desenvolvimento encontra‑se na experiência. Entretanto, mesmo aqueles que não são eficazes nos oito papéis reconhecem a necessidade de crescimento constante e se dispõem a transições mais desafiadoras, das quais saem com uma gama mais ampla de competências, menos presos a um estilo em particular. Não é o gênero que é fundamental para definir um gerente eficaz, e sim as habilidades para desempenhar bem os papéis. Como gerente, ele deve saber tudo o que se passa em sua unidade, determinar se as pessoas estão cumprindo ou não as regras e se o setor está fazendo a sua parte (QUINN et al., 2004). 119 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições O referencial exposto por Quinn et al. (2004) parte do princípio de que as organizações têm de ser simultaneamente adaptáveis / flexíveis e estáveis / controladas, e que, para ter bons resultados, precisam enfocar ao mesmo tempo seus ambientes externos e a situação competitiva, seus ambientes internos e as pessoas em processo de trabalho, ou seja, o modelo proposto consegue abraçar as ambiguidades e complexidades da função gerencial. A ideia de tornar‑se um gerente competente implica que há sempre mais a aprender e novas ideias que vão desfiando e incrementando as próprias habilidades gerenciais. Portanto, à medida que os gestores percorrem os vários estágios de sua carreira, precisam estar sempre desenvolvendo suas competências. Assim, para tornar‑se um gerente competente, é preciso esclarecer que essa competência inclui o desempenho dos oito papéis descritos e a capacidade de mesclar e equilibrar os diferentes papéis de modo adequado, de acordo com a necessidade, lembrando o caráter contingencial do construtor. Essa capacidade envolve dois componentes: repertório comportamental — a quantidade de papéis de liderança que um gerente é capaz de usar de forma eficaz; e diferenciação comportamental — a possibilidade de usar os papéis de diferentes modos, de acordo com a situação. 8 atribuições de liderança segundo as ProPostas dos critérios da Fundação do Prêmio nacional da Qualidade 8.1 PnQ – Prêmio nacional da Qualidade – sistema de liderança O Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ), instituído em 1992, busca promover o entendimento dos requisitos para alcançar a excelência do desempenho e a troca de informações sobre métodos e sistemas de gestão. Administrado pela Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), instituída em outubro de 1991 por 39 organizações públicas e privadas, o PNQ surgiu do esforço de um grupo de profissionais oriundos das áreas industrial, de consultoria e acadêmica que fizeram estudos na área de gestão. O PNQ é entregue à empresa que obtém a melhor avaliação em oito critérios, conforme segue: 1. Liderança. 2. Estratégias e planos. 3. Clientes. 4. Sociedade. 5. Informações e conhecimento. 6. Pessoas. 7. Processos. 8. Resultados. 120 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II Clientes Liderança Pessoas Processos Resultados Sociedade Estratégias e planos Inform ações e Conhecimento Informações e Conhecime nto Figura 104 Tais critérios mostram o que uma organização deve fazer para obter sucesso na busca pela excelência no desempenho. Mesmo não concorrendo ao PNQ, qualquer organização pode buscar definir suas próprias estratégias e seus processos de gestão com base nos critérios de excelência. O modelo do PNQ é flexível e adaptável a qualquer ramo de atividade. Além disso, os critérios poderão ser adotados por organizações que pretendem fazer uma autoavaliação e medir seu desempenho, possibilitando a identificação dos seus pontos fortes e das principais oportunidades de melhorias. Outra importante característica do PNQ é o conjunto de fundamentos da excelência que permeiam os oito critérios. Esses fundamentos expressam conceitos reconhecidos internacionalmente e se traduzem em práticas encontradas em organizações líderes de classe mundial. São valores organizacionais facilmente percebidos como parte de uma cultura organizacional e são praticados pelos líderes e profissionais de todos os níveis. Identificados esses valores, foram considerados fundamentos para formar uma cultura de gestão voltada para resultados e para ser competitiva no mercado. São eles: • pensamento sistêmico; • aprendizado organizacional; • cultura de inovação; • liderança e constância de propósitos; 121 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições • orientação por processos e informações; • visão de futuro; • geração de valor; • valorização das pessoas; • conhecimento sobre o cliente e o mercado; • desenvolvimento de parcerias; • responsabilidade social. Vamos estudar cada um desses critérios. 8.1.1 Pensamento sistêmico Entendimento das relações de interdependência entre os diversos componentes de uma organização, bem como entre a organização e o ambiente externo. 8.1.2 Aprendizado organizacional A aprendizagem está orientada para o desenvolvimento de competências (humanas e organizacionais). Esse é um ponto de inquestionável responsabilidade da liderança de uma organização. O objetivo desse critério é “busca e alcance de um novo patamar de conhecimento para a organização por meio de percepção, reflexão, avaliação e compartilhamento de experiências”. 8.1.3 Cultura de inovação É de responsabilidade da liderança a promoção de um ambiente favorável à criatividade, experimentação e implementação de novas ideias que possam gerar um diferencial competitivo para a organização. 8.1.4 Liderança e constância de propósitos Atuação de forma aberta, democrática, inspiradora e motivadora das pessoas, visando ao desenvolvimento da cultura da excelência, à promoção de relações de qualidade e à proteção dos interesses das partes. 8.1.5 Orientação por processos e informações Compreensão e segmentação do conjunto das atividades e processos da organização que agreguem valor para as partes interessadas; a tomada de decisões e a execução de ações devem 122 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II ter como base a medição e a análise do desempenho, levando‑se em consideração as informações disponíveis e a inclusão de riscos identificados. 8.1.6 Visão de futuro Compreensão dos fatores que afetam a organização, seu ecossistema e o ambiente externo a curto e longo prazo, visando sua perenização. 8.1.7 Geração de valor Alcance de resultados consistentes, assegurando a perenidade da organização pelo aumento de valor tangível e intangível de forma sustentada para todas as partes integrantes. 8.1.8 Valorização das pessoas Estabelecimento de relações com as pessoas, criando condições para que elas se realizem profissional e humanamente, maximizando seu desempenho por meio do comprometimento, do desenvolvimentode competências e de espaço para empreender. 8.1.9 Conhecimento sobre o cliente e o mercado Conhecimento e entendimento do cliente e do mercado visando à criação de valor de forma sustentada para o cliente e, consequentemente, gerando maior competitividade nos mercados. 8.1.10 Desenvolvimento de parcerias Desenvolvimento de atividades em conjunto com outras organizações, a partir da plena utilização das competências essenciais de cada uma, objetivando benefícios para as partes. 8.1.11 Responsabilidade social Atuação que se define pela relação ética e transparente da organização com todos os públicos com os quais se relaciona, estando voltada para o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais como parte integrante da estratégia da organização. 8.2 critérios do PnQ com relação à liderança Já foi visto que o PNQ é entregue à empresa que obtém a melhor avaliação em oito critérios: liderança, planejamento estratégico, responsabilidade social, foco no cliente e no mercado, informação e análise, gestão de pessoas, gestão de processos e resultados da organização. 123 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições Observe que esse é o mais relevante critério para o nosso curso. Figura 105 É sabido que os critérios do PNQ mostram o que uma organização deve fazer para obter sucesso na busca pela excelência no desempenho. Dessa forma, considerando apenas os critérios “liderança” e “gestão de pessoas”, listamos algumas questões que devem ser respondidas positivamente para que a organização atenda a tais critérios. O que é preciso para se dizer que uma organização atende a tais critérios? Figura 106 Para que isso ocorra, a organização deve ser constante, rotineira, disseminada, conhecida por todos e deve produzir resultados. Sendo assim, as práticas devem possuir enfoque, aplicação e resultados. Vamos ver cada uma delas: • Enfoque: refere‑se às práticas de gestão utilizadas para atender aos requisitos do item dos critérios de excelência. Os seguintes fatores são considerados para a avaliação do enfoque: — adequação: atendimento aos requisitos aplicáveis, considerando‑se o perfil da organização; 124 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II — exemplaridade: a proatividade, a inovação e/ou o refinamento das práticas de gestão da organização, considerando‑se o seu perfil. • Aplicação: refere‑se à disseminação e ao uso do enfoque pela organização. Os seguintes fatores são considerados para a avaliação da aplicação: — disseminação: implementação das práticas de gestão, horizontal e verticalmente, pelas áreas, pelos processos, pelos produtos e/ou pelas partes interessadas da organização, considerando‑se o seu perfil, o enfoque descrito e os resultados apresentados; — continuidade: a utilização das práticas de gestão de maneira periódica e ininterrupta. • Resultados: referem‑se às consequências da aplicação dos enfoques. Os seguintes fatores são considerados para a avaliação dos resultados: — desempenho: a situação atual, avaliada em termos de intensidade e variabilidade, do conjunto de resultados da organização em relação às informações comparativas pertinentes; — relevância: a importância desse conjunto de resultados, decorrentes das práticas de gestão aplicadas para a determinação do desempenho global, levando‑se em conta o perfil, as estratégias, os planos de ação e os processos da organização; — tendência: o comportamento do conjunto de resultados ao longo do tempo. Esse critério examina o sistema de liderança da organização e o comprometimento pessoal dos membros da alta direção no estabelecimento, na disseminação e na atualização de valores e diretrizes organizacionais, que promovam a cultura da excelência, levando em consideração as necessidades de todas as partes interessadas. O critério também examina como a alta direção analisa criticamente o desempenho global da organização por meio dos seguintes questionamentos: • A estrutura organizacional está formalmente definida? (A organização faz uso de organograma atualizado?) • Os líderes são identificados? (A organização faz uso periódico de sociograma?) • Os líderes são avaliados? (É utilizado algum método, por exemplo, escalas gráficas, incidentes críticos, comparativo, escolha forçada, 360 graus, para avaliar os líderes periodicamente?) • Os líderes são desenvolvidos? (Existe um processo destinado ao desenvolvimento dos talentos? Há programas de desenvolvimento para o corpo gerencial, bem como para diretores e supervisores?) • As práticas de liderança relativas ao comprometimento dos líderes, ao envolvimento pessoal deles e ao modo como comunicam valores e diretrizes são sistemáticas e periodicamente 125 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições avaliadas por indicadores especificamente projetados para tal fim? Ações corretivas são tomadas em face de resultados indesejáveis ou incompatíveis com as metas? • Os líderes estão continuamente envolvidos com os funcionários no estabelecimento de metas e na verificação dos resultados, estimulando e orientando as pessoas para melhores resultados? • Os líderes estão intensamente comprometidos com a melhoria da organização, estimulando o envolvimento das equipes na solução dos problemas e procurando envolver o pessoal na decisão, de forma tal que os grupos participem da sua análise e apresentem alternativas de solução? • A organização possui seus valores estabelecidos? (Há um quadro contendo crenças e conceitos que moldam o contorno cultural da organização e instituem padrões de comportamento?) • Os valores e princípios da organização são conhecidos por todos os funcionários e há diretrizes definidas que os orientam na tomada de decisões ou na busca de alternativas? É muito clara a definição da vantagem competitiva que a organização busca para cada produto ou serviço, sendo do conhecimento de cada funcionário as ações que podem ou não contribuir para tal vantagem competitiva? • A alta direção tem um comportamento exemplar quanto a valores e princípios, que continuamente são reforçados por comportamento coerente e visível? O comportamento e as atitudes dos líderes, tanto dentro quanto fora da organização, são condizentes com os valores e princípios expressos oralmente? • Valores éticos são comunicados e difundidos por toda a organização, e atitudes e comportamentos condizentes com eles são reforçados? Questões de comportamento ético são frequentemente levantadas e discutidas? • A organização dissemina seus valores? (Os valores organizacionais são conhecidos por, pelo menos, 95% dos funcionários?) • A organização possui sua visão de futuro estabelecida? (Há uma visão de futuro operacionalizável?) • A organização possui sua visão de futuro disseminada? (A visão de futuro, de forma geral, é conhecida por, pelo menos, 95% dos funcionários?) • A organização possui sua missão estabelecida? • A organização possui sua missão disseminada? (A missão da organização é conhecida por, pelo menos, 95% dos funcionários?) • Os dirigentes participam da definição e revisão das diretrizes organizacionais? (Diretriz é um conjunto de instruções para se tratar e levar a termo um plano, uma ação, um negócio. Tem o sentido de norma, procedimento, diretiva. Exemplos de diretrizes: as compras devem ser feitas sempre com um mínimo de três cotações; o preço não é o quesito mais importante numa compra.) 126 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II • Os dirigentes participam da comunicação das diretrizes organizacionais? (Os funcionários conhecem as diretrizes às quais devem atender?)• A alta direção e os líderes departamentais periodicamente fazem a análise dos indicadores referentes ao desempenho da organização, cotejando os resultados alcançados com os objetivos iniciais, verificando os pontos problemáticos e definindo ações corretivas? • Os dirigentes realizam a análise crítica do desempenho global da organização? (Os dirigentes periodicamente comparam os resultados alcançados com os planejados? Utilizam instrumentos de gestão: por exemplo, a planilha 5W2H e o Relatório das Três Gerações – R3G ou semelhantes?) • Os dirigentes realizam a análise crítica do desempenho global da organização utilizando indicadores derivados dos objetivos estratégicos? (Quais indicadores são utilizados para análise crítica do desempenho global da organização?) • Os dirigentes interagem com os clientes para identificar as necessidades destes? (É uma interação periódica? Há registros dessa interação?) • Os dirigentes interagem com os funcionários para identificar as necessidades destes? (É uma interação periódica? Há registros dessa interação?) • Os dirigentes interagem com os fornecedores para identificar as necessidades destes? (É uma interação periódica? Há registros dessa interação?) • Os dirigentes interagem com os sindicatos para identificar as necessidades destes? (É uma interação periódica? Há registros dessa interação?) • Os dirigentes interagem com a comunidade (vizinhança) para identificar as necessidades desta? (É uma interação periódica? Há registros dessa interação?) • Os dirigentes exploram novas oportunidades depois de ouvir os clientes? (Os resultados das interações são discutidos pelos dirigentes? Possíveis oportunidades são analisadas?) • Os dirigentes exploram novas oportunidades depois de ouvir os funcionários? (Os resultados das interações são discutidos pelos dirigentes? Possíveis oportunidades são analisadas?) • Os dirigentes exploram novas oportunidades depois de ouvir os fornecedores? (Os resultados das interações são discutidos pelos dirigentes? Possíveis oportunidades são analisadas?) • Os dirigentes exploram novas oportunidades depois de ouvir os sindicatos? (Os resultados das interações são discutidos pelos dirigentes? Possíveis oportunidades são analisadas?) • Os dirigentes exploram novas oportunidades depois de ouvir a vizinhança? (Os resultados das interações são discutidos pelos dirigentes? Possíveis oportunidades são analisadas?) 127 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições • A organização estimula o comportamento ético dos funcionários (com todas as partes interessadas)? • A organização busca garantir comportamentos éticos dos funcionários (com todas as partes interessadas)? • A organização cumpre os tratos oriundos de negociações ou acordos (evitando sanções contratuais)? É por meio dessas questões que é examinado o comprometimento, assim como a forma como a alta direção estabelece e dissemina os valores e as diretrizes organizacionais. Agora vamos ver quais são as Práticas e Aplicações dos fundamentos. Figura 107 A liderança está, obviamente, vinculada a todas as práticas referentes aos fundamentos do PNQ, porquanto são eles que sustentam o sucesso de uma organização. Nesse sentido, a liderança está associada a todos os fundamentos. Entretanto, alguns são desenvolvidos extensamente em outras disciplinas. Veremos rapidamente a prática de todos, mas em especial a prática e a aplicação dos valores e princípios da missão e da visão de futuro que dizem respeito especificamente à liderança. 8.2.1 Pensamento sistêmico O pensamento sistêmico, de forma geral, pode ser definido como uma nova forma de percepção da realidade. Segundo Capra (1996), quanto mais são estudados os problemas de nossa época, mais se percebe que eles não podem ser entendidos isoladamente. São problemas sistêmicos, o que significa que estão interligados e são interdependentes. Deve‑se sempre partir do princípio de que o todo é mais que a soma das partes, assim, o sistema é um todo integrado cujas propriedades essenciais surgem das inter‑relações de suas partes. Entender a realidade sinteticamente significa, literalmente, colocá‑la dentro de um contexto e estabelecer a natureza de suas relações. 128 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II Usa‑se o termo sistêmico porque indica uma forma organizada de pensar, assim como de proceder, considerando‑se a existência de um todo. Figura 108 Ter pensamento sistêmico é ter uma forma de entender a organização como um sistema integrado, inclusive à sociedade, no qual o desempenho de um componente pode afetar não apenas a própria organização, mas suas partes interessadas. Como se coloca essa teoria em prática? Para colocar em prática esse conceito, a liderança deve estar atenta ao entendimento das relações de interdependência dos diversos componentes de uma organização, bem como entre a organização e o ambiente externo. Deve também focalizar toda a organização na estratégia, o que significa monitorar e gerenciar o desempenho com base nos resultados do negócio e no atendimento, harmônico e equilibrado, das necessidades de todas as partes interessadas. À liderança compete, dessa forma, o preparo para uma leitura sistêmica das variáveis que influenciam a organização direta ou indiretamente, a fim de extrair as informações adequadas para orientar o processo decisório da organização. 8.2.2 Aprendizado organizacional A liderança deve ter entre suas preocupações centrais o aprendizado organizacional. De acordo com Le Boterf (1997, p. 22), o que de fato irá diferenciar a competência de uma empresa ou de uma unidade (divisão, departamento, serviço) não é a competência de seus membros. O diferencial não depende tanto de seus elementos, mas da qualidade da combinação ou da articulação entre eles. Nesse contexto, apresenta‑se a aprendizagem organizacional como uma estratégia que busca aproximar e integrar a competência essencial (core competence) e a gerencial. 129 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições Aprendizagem está sempre relacionada com as palavras “articular, aproximar, interligar”? Figura 109 Sim! Se entendermos que aprender é sistêmico porque relaciona um saber com outro de forma integrada. Ruas (1999, p. 8) afirma que o aprender está associado à capacidade de transformação contínua, baseada no desenvolvimento individual e organizacional, mas sob a forma de um processo de aprendizagem coletivo, por meio da interação das pessoas na empresa. Ao aprender, nós nos recriamos a nós mesmos. Por meio da aprendizagem nós nos tornamos capazes de fazer algo que nunca havíamos sido capazes de fazer antes. A partir da aprendizagem nós repercebemos o mundo e nossa relação com ele. “Através da aprendizagem nós estendemos a nossa capacidade de criar, de ser parte do processo gerativo da vida” (SENGE, 1995, p. 142). 8.2.3 Cultura de inovação “A inovação diz respeito à busca, descoberta, experimentação, desenvolvimento, imitação e adoção de novos produtos, novos processos de produção ou novas formas organizacionais” (DOSI, 1988, p. 222). A inovação envolve um elemento fundamental de incerteza, devido essencialmente à: • existência de problemas tecnoeconômicos cuja maneira de solucionar é desconhecida; • impossibilidade de traçar precisamente quais serão as consequências das ações. As inovações constituem, essencialmente, mudanças empreendidas e adotadas pela empresa. Quando a empresa introduz um novo bem ou serviço, ou usa um novo método, seja em atividades de manufatura, seja em serviços ou gerencial, ou, ainda, utiliza outros tipos de insumos, que são novos para tal empresa, está implantando uma mudança tecnológica (KRUGLIANSKAS, 1996). 130 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D iagr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II A teoria de Schumpeter (1988) de que as inovações são o próprio cerne do ciclo econômico tem sido estendida para explicar a inovação do capital como uma causa dos lucros. Ter uma excelente cultura de inovação significa desafiar o status quo e efetuar a mudança, utilizando a aprendizagem para desencadear a inovação e as oportunidades de melhoria. Como se coloca essa teoria em prática? As pessoas são incentivadas a olhar para o futuro e para além das capacidades atuais. São cuidadosas para conservar seu capital intelectual e explorá‑lo para fins comerciais, quando apropriado. As pessoas desafiam constantemente o status quo e procuram oportunidades de inovação e melhoria contínuas que acrescentem valor. No âmbito organizacional, as organizações excelentes aprendem continuamente, não só com suas próprias atividades e seu desempenho, mas também com os de outros. Realizam benchmarking rigoroso, tanto interna como externamente. Assimilam e partilham o conhecimento das suas pessoas de forma que maximizem a aprendizagem em toda a organização. Existe abertura à identificação e utilização das ideias de todos os stakeholders (partes interessadas na organização: acionistas, proprietários, funcionários, fornecedores, governo municipal e estadual, sindicatos e comunidade, dentre outros). Que benefícios proporciona à organização a prática de uma gestão do conhecimento? Figura 110 As organizações que fazem gestão do seu conhecimento exercendo a prática da aprendizagem contínua podem ter benefícios como: • melhoria na criação de valor; • melhoria da eficácia e eficiência; • aumento da competitividade; • inovação nos produtos e serviços; recolha e partilha do conhecimento e agilidade organizacional. 131 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições 8.2.4 Liderança e constância de propósitos Ter liderança e constância de propósitos de forma excelente é ter liderança visionária e inspiradora, não dissociada de uma constância de propósitos, isto é, de busca de objetivos definidos previamente. Ter liderança e constância de propósitos é ter o comprometimento dos líderes com os valores e os objetivos da organização, é ter a capacidade de construir e manter um sistema de gestão que estimule as pessoas a realizar um propósito comum e duradouro. Como se coloca essa teoria em prática? Organizações excelentes têm líderes que definem e comunicam um rumo claro para elas. Por meio dessa atitude, unificam e motivam outros líderes para que inspirem seus colaboradores. Estabelecem para a organização valores, ética, cultura e uma estrutura de administração que proporcionam uma identidade única e atrativa para os stakeholders. Os líderes dessas organizações, em todos os níveis, conduzem e inspiram constantemente os outros em direção à excelência e, dessa forma, desencadeiam comportamentos e desempenhos‑modelo. Lideram pelo exemplo que transmitem, reconhecendo os seus stakeholders e trabalhando com eles em atividades de melhoria. São lideres que, durante períodos de turbulência, norteiam‑se pela constância de propósitos e pelo equilíbrio que inspira confiança e gera envolvimento por parte dos stakeholders. Ao mesmo tempo, num ambiente externo caracterizado por constante e rápida mudança, demonstram capacidade para adaptar e realinhar o rumo da sua organização, levando com eles as pessoas. A participação pessoal ativa e continuada da alta direção cria clareza e unidade de propósito na organização. No exercício da liderança, a alta direção serve de exemplo a todos. Por meio de seu comportamento ético e transparente, habilidades de planejamento, comunicação e análise estimulam as pessoas a buscar a excelência. Seu papel inclui a criação de um ambiente apropriado à autonomia, à melhoria, à inovação, à agilidade e ao aprendizado. Que benefícios proporciona à organização uma alta administração com liderança e constância de propósito? Figura 111 132 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II Sua pergunta está perfeita: que benefícios a organização tem quando a “alta direção” exerce a constância de propósito? • Clareza de propósitos e orientação na organização. • Clara identidade para a organização e no seio da organização. • Conjunto de valores e ética partilhados. • Comportamentos‑modelo consistentes em toda a organização. • Força de trabalho comprometida, motivada e eficaz. • Confiança interna e externa na organização, mesmo em períodos de turbulência e de mudança. Perceba que ter uma alta administração orientada por processos e por informações significa ter uma gestão baseada em fatos, em decisões racionais e estrategicamente tomadas, não em meras opiniões. É ter uma alta administração que não adota nem tolera o “achismo”. Ter orientação por processos e informações excelentes é gerir a organização por meio de um conjunto de sistemas, processos e fatos interdependentes e inter‑relacionados. Como se coloca essa teoria em prática? Usando como referência as organizações excelentes, estas possuem um sistema de gestão eficaz baseado e concebido para responder às necessidades e expectativas de todos os stakeholders. A implementação sistemática de políticas, estratégias, objetivos e planos da organização é conseguida e assegurada por meio de um conjunto de processos claramente definido e integrado. Esses processos são desdobrados de forma eficiente, geridos e melhorados numa base diária. As decisões são baseadas em informação factual relativamente credível ao desempenho atual e planejado, à capacidade dos processos e sistemas, às necessidades, expectativas e experiências dos stakeholders e ao desempenho de outras organizações, incluindo o da concorrência, quando apropriado. Os riscos são identificados com base em indicadores de desempenho sólidos e eficazmente geridos. A organização é gerida profissionalmente, de forma que satisfaça e exceda todos os requisitos externos corporativos. São identificadas e implementadas medidas de prevenção adequadas, inspirando e mantendo elevados níveis de confiança para os stakeholders. Cabe à alta administração a compreensão e a segmentação do conjunto das atividades e processos da organização que agreguem valor para as partes interessadas, e a tomada de decisões e a execução de ações devem ter como base a medição e a análise do desempenho, levando‑se em consideração as informações disponíveis. Os riscos identificados também devem ser incluídos. 133 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições Como fazer para que o processo de tomada de decisão seja eficaz e a introdução de melhorias e inovações seja mais rápida? Figura 112 Para que o processo de tomada de decisões seja eficaz e a introdução de melhorias e inovações seja mais rápida, a organização deve dispor de sistemas estruturados de informação adequados ao seu negócio e deve desenvolver formas de obtenção e uso sistemático de informações comparativas. Dispondo de informações íntegras e atualizadas, os gestores podem qualificar suas decisões no dia a dia, assim como aquelas relacionadas à estratégia, aumentando a probabilidade de êxito no alcance de seus objetivos. Portanto, compete à liderança a construção de uma gestão baseada em dados e fatos que possibilite a diminuição dos riscos organizacionais e o aumento da precisão no processo decisório nos vários níveis organizacionais, de forma que se desenvolva um ambiente mais seguro para o emprego das práticas organizacionais. Que benefícios proporciona à organização a gestão baseada em fatos? Figura 113 134 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II A administração baseada em fatos pode: • maximizar a eficáciae a eficiência na condução dos propósitos da organização e dos seus produtos e serviços; • maximizar a tomada de decisão eficaz e realista; • maximizar a gestão eficaz de riscos; • maximizar o reforço da confiança dos stakeholders. Quando a organização dispõe de sistemas de análises estruturados, baseados em fatos e processos, torna‑se capaz de introduzir melhorias de forma mais rápida por conta da sua competência em tomar decisões mais eficazes. Nota‑se que o desenvolvimento de um sistema de gestão voltado para o alto desempenho requer, por meio de análises estruturadas, a identificação dos processos organizacionais. A análise dos processos leva ao melhor entendimento do funcionamento da organização, assim como permite a definição de responsabilidade, a prevenção e solução de problemas, a eliminação de atividades redundantes e a identificação dos clientes e fornecedores. Daremos continuidade a esse assunto no próximo tópico, quando aprenderemos sobre visualização do futuro. Figura 114 A visualização do futuro ocorre em duas partes: a definição de metas de dez a trinta anos e a descrição de qual será a realidade se a meta for atingida. 135 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições saiba mais GUARAGNA, E. V. C. O aprendizado nas organizações vencedoras do PNQ. 2004. 207 f. Dissertação (Mestrado em Administração) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2004. Disponível em: <www. lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/6701/000445491.pdf>. Acesso em: 1º set. 2014. 8.3 critérios do PnQ com relação à visão do futuro 8.3.1 Visualização do futuro Por ser um dos pontos mais importantes para a liderança, apresentamos a seguir uma forma de entender a complexa construção da visão que é proposta por Collins e Porras (1998). Já discutimos que cabe à liderança construir uma visão de futuro, isto é, ter a compreensão dos fatores que afetam a organização, seu ecossistema e o ambiente externo a curto e a longo prazo, visando à sua perenização. A visão serve, dentro das organizações, como um norte a ser conquistado e estimula o compromisso das partes interessadas com o processo de melhoria contínua. Segundo Mintzberg (2000) “é uma representação mental de estratégia, criada ou ao menos expressa na cabeça do líder, ela serve como inspiração e também como um senso daquilo que precisa ser feito”. Como se coloca essa teoria em prática? A organização com visão de futuro planeja, pensa e aprende estrategicamente, obtendo sucesso sustentado e duradouro em suas atividades. O planejamento deve ser voltado para o sucesso a longo prazo e para resultados no presente, sem comprometer o futuro em função de ganhos a curto prazo. À alta administração compete a construção, o desenvolvimento e a disseminação de uma visão de futuro que se mostre consistente com as necessidades das várias partes interessadas e que promova desafios que estimulem a busca contínua da excelência. Os autores afirmam que a visão compreende dois componentes principais: ideologia central e visualização do futuro. A ideologia central define o que cada organização defende e o porquê da sua existência. O futuro é o que a organização aspira a se tornar, o que espera alcançar e criar, tudo o que requer mudanças significativas e progresso a ser atingido. A ideologia central define o caráter permanente de uma organização – uma identidade coerente que transcende ciclos de vida de produtos ou de mercado, revoluções tecnológicas, modismos gerenciais ou 136 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II lideranças individuais. De fato, a contribuição mais duradoura e expressiva daqueles que constroem uma empresa visionária é a ideologia central. Criadores de grandes empresas, como David Packard, Masaru Ibuka, da Sony, George Merck, William McKnight, da 3M e Paul Gavin, da Motorola compreenderam que é mais importante saber quem você é do que para onde está indo. Afinal, o lugar para onde você está indo muda à medida que muda o mundo em que vivemos. Líderes morrem, produtos tornam‑se obsoletos, mercados mudam, novas tecnologias surgem, modismos gerenciais vêm e vão, mas a ideologia central de uma grande empresa persiste como fonte de orientação e inspiração. O conceito de visão incorpora a ideologia central da organização, que, por sua vez, compõe‑se de duas partes: valores básicos e finalidade básica. 8.3.2 Os valores básicos Valores básicos são os preceitos essenciais e permanentes de uma organização. Formando um pequeno conjunto de princípios de orientação perenes, esses valores não requerem nenhuma justificativa externa: têm valor e importância intrínsecos e são importantes para aqueles que fazem parte da organização. Os valores básicos do entretenimento imaginativo e saudável do grupo Walt Disney estão enraizados não nas exigências do mercado, mas na crença interior de seu fundador. William Procter e James Gamble não introduziram na cultura da Procter & Gamble a excelência de produto como uma mera estratégia para o sucesso, mas como um preceito quase religioso. O serviço ao cliente – chegando até à subserviência – é um modo de vida na Nordstrom que remonta a 1901, oito décadas antes de os programas de serviços ao cliente se tornarem moda. Bill Hewlett e David Packard encaravam o respeito ao indivíduo como um valor pessoal profundo e não o aprenderam nos livros ou com um guru do management. Ralph S. Larsen, CEO da Johnson & Johnson, diz o seguinte: "nossos valores básicos podem ser uma vantagem competitiva, mas não foram incorporados por causa disso, e sim porque definem o que defenderemos. E nós os defenderíamos mesmo que, em determinadas situações, se tornassem uma desvantagem competitiva". Uma grande empresa decide por si só quais são seus valores básicos, em grande parte, independentemente do ambiente, de necessidades competitivas ou dos modismos gerenciais. Não existem, portanto, valores básicos universalmente corretos. E eles não precisam agradar ou ser humanitários, embora muitos sejam. Não importa quais os valores básicos de uma organização; o importante é que ela os tenha, dizem Collins e Porras (1998, p. 2). observação Para identificar os valores básicos de uma organização, defina, com total honestidade, os valores que lhe são verdadeiramente importantes. Se você chegar a mais de cinco ou seis, haverá uma grande possibilidade de que esteja confundindo valores básicos (imutáveis) com práticas operacionais, estratégias comerciais ou normas culturais (que devem estar abertas a mudanças). Lembre‑se: os valores devem resistir ao teste do tempo. Depois 137 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições de fazer uma lista preliminar dos valores básicos, faça a seguinte pergunta em relação a cada um deles: se as circunstâncias mudassem e passássemos a ter uma desvantagem pelo fato de abraçar este valor, continuaríamos, assim mesmo, a defendê‑lo? 8.3.3 A finalidade básica A segunda parte da ideologia central é a finalidade básica, ou seja, a razão de ser da organização. A finalidade deve refletir as motivações das pessoas para executar seu trabalho na empresa. Não é uma simples descrição da produção ou dos clientes‑alvo. A finalidade, como explicou David Packard em um discurso aos funcionários da HP em 1960, espelha as razões mais profundas da existência de uma organização, aquelas que vão além de fazer dinheiro. Packard disse: Acredito que muitas pessoas supõem, equivocadamente, que uma empresa existe para fazer dinheiro. Embora isso seja uma consequência importante da existência de uma empresa, precisamos ir mais fundo e descobrir as razões reais de existirmos. À medida que examinamos o assunto, chegamos à inevitável conclusão de que um grupo de pessoas se reúne e existe como instituição,que chamamos de empresa, para realizar coletivamente algo que não seriam capazes de realizar individualmente – fazem uma contribuição à sociedade, uma frase que parece banal mas é fundamental. O quadro a seguir mostra a finalidade básica de algumas organizações: Quadro 7 Finalidade básica de empresas 3M Solucionar problemas não solucionados de maneira inovadora Cargill Elevar o padrão de vida mundial Hewlett‑Packard Fazer contribuições técnicas para o avanço e o bem‑estar da humanidade McKinsey & Company Auxiliar corporações e governos líderes a obter mais sucesso Merck Preservar e melhorar a vida humana Nike Viver a alegria do avanço e suar tecnologia em benefício do público Wal‑Mart Dar às pessoas comuns a oportunidade de comprar as mesmas coisas que os ricos Walt Disney Alegrar as pessoas Fonte: Collins e Porras (1998). A finalidade (que deve prevalecer por pelo menos cem anos) não deve ser confundida com metas específicas ou estratégias comerciais (que provavelmente mudarão muitas vezes em um século). Podemos atingir metas ou concluir estratégias, mas não podemos concretizar uma finalidade. Ela é como uma estrela‑guia no horizonte, que buscaremos eternamente e nunca alcançaremos. A finalidade em si não muda; inspira mudanças. 138 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II Burmann (2003), vice‑presidente e gerente‑geral da DANA Tecnologias, da DANA Albarus, destacou o critério de Liderança como fator que contribuiu para o crescimento da empresa. Para ele, o comprometimento da alta direção, assim como a disseminação dos valores e diretrizes da empresa, é fundamental na promoção da cultura pela excelência. As lideranças devem estar em sintonia com as propostas, abrindo espaço para os que aceitam os desafios que vêm com as transformações. É da visão e do comportamento do líder quem vêm os sinais que vão determinar a adesão ou não das pessoas às propostas apresentadas (BURMANN, 2003). Discutimos aqui um modo de entender a complexa construção da visão de acordo com Collins e Porras (1998), que consideram dois componentes principais: ideologia central e visualização do futuro. Já foi apresentado a conceito de ideologia central. A segir, uma síntese do que os autores argumentam sobre a visualização do futuro. A visualização ocorre em duas partes: a definição de metas de dez a trinta anos e a descrição de qual será a realidade se a meta for atingida. Para ser expressa, a visualização do futuro deve ter algumas características específicas, expostas a seguir. 8.3.4 Estabelecimento de supermetas Uma verdadeira supermeta é clara e inspiradora, concentra esforços e catalisa o espírito de equipe. Apresenta uma linha de chegada bem‑definida para que a organização saiba que a atingiu – as pessoas gostam de cruzar linhas de chegada. A supermeta leva as pessoas a se envolverem, requer pouca ou nenhuma explicação e é apreendida rapidamente. Nos anos 1960, a missão da Nasa, a agência espacial norte‑americana, não precisou de um comitê de especialistas em retórica para transformar sua meta em uma declaração verborrágica e impossível de ser esquecida. A meta em si era tão compreensível, estimulante e atraente que poderia ter sido expressa de cem maneiras diferentes e seria entendida por todos mesmo assim. Embora, muitas vezes, as organizações tenham várias supermetas concomitantes em níveis diferentes, a visão requer um tipo especial de meta, aplicada à organização inteira, exigindo de dez a trinta anos de esforços para ser alcançada. Para estabelecer metas para um futuro tão distante, é necessário pensar além das capacidades atuais da organização e do ambiente presente. Na realidade, a invenção de uma meta como essa obriga a equipe executiva a construir uma visão, em lugar de formular apenas estratégias ou táticas. A supermeta não deve ser um jogo de cartas marcadas – suas possibilidades de sucesso precisam ficar entre 50% e 70%. 8.3.5 Descrição vívida do futuro Além das supermetas, a visão do futuro necessita do que chamamos de descrição vívida, isto é, uma descrição envolvente e detalhada do que deve ser atingido com as metas. É como pintar um quadro com 139 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições palavras. A pintura do quadro é essencial para tornar a meta de dez a trinta anos algo claro na cabeça das pessoas. Henry Ford, por exemplo, deu vida à meta de democratização do automóvel com a seguinte descrição: Vou construir um carro a motor para as grandes multidões. O preço será tão baixo que todos [os] que tiverem um bom salário poderão possuir esse carro e desfrutar com a família a benção de horas de prazer nos espaços abertos de Deus. Quando eu terminar, todos poderão possuir um automóvel. E possuirão. O cavalo terá desaparecido de nossas estradas, e o automóvel será algo corriqueiro. Além disso, proporcionaremos a um grande número de homens bons empregos com bons salários. Paixão, emoção e convicção são partes essenciais da descrição vívida, diz Ford. 8.3.6 Pontos-chave da visualização Não se deve confundir ideologia básica com visualização do futuro. Em particular, não se deve confundir finalidade básica com metas. Muitas vezes os executivos trocam uma pela outra e não conseguem encará‑las como distintas. Finalidade básica – e não meta específica – é a razão da existência de uma organização. Supermeta é uma meta ambiciosa claramente articulada. A finalidade básica não pode jamais terminar; já uma supermeta pode ser atingida em dez ou trinta anos. Pense na finalidade básica como uma estrela no horizonte, cuja busca é eterna; já a supermeta é uma montanha que precisa ser escalada. Depois de chegar ao topo dela, você escalará outras montanhas. Esclareça, por favor, qual a diferença entre ideologia central e visualização do futuro. Figura 115 Vejamos: a identificação da ideologia central é um processo de descoberta; a visualização do futuro é um processo criativo. 140 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II Os executivos têm muita dificuldade para criar metas estimulantes. Alguns progridem melhor quando começam com a descrição do futuro para depois voltar às metas. O que pode nos ajudar a tomar essas decisões? Figura 116 Devemos começar com as seguintes perguntas: • O que gostaríamos de ser daqui a vinte anos se estivéssemos sentados aqui? • Como estará esta empresa? • O que os funcionários vão achar dela? • O que ela terá alcançado? Essas questões vão me ajudar a analisar se a visualização está correta? Figura 117 141 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições Não! Não tem sentido analisar se a visualização do futuro é correta! Não existe resposta correta quando o assunto é criar. E a tarefa é criar o futuro, não prevê‑lo. A visualização do futuro envolve perguntas essenciais, como: Ela faz o sangue da gente correr mais rápido? Faz as pessoas se mexerem? Ela deve ser tão estimulante por si só que deve continuar a motivar a organização, mesmo que os líderes que estabeleceram a meta desapareçam. O Citibank, predecessor do Citicorp, queria “tornar‑se a instituição financeira mais poderosa, com mais serviços e mais influente que jamais existiu” – uma meta que antes de ser atingida motivou muitas gerações ( ALLEN, 1998). Modelo de um plano de ação para elaboração da visão Instrumento para elaboração da visão (equipe gerencial) Atual enunciado da visão (todos os níveis gerenciais) Reuniões de planejamento (todos os outros funcionários da empresa) • Enunciado da visão da organização • Onde se está agora e onde se deseja estar • Metas e objetivos mensuráveis (dentro da visão) Sessões de planejamento individuais (entre todos os executivos e os membrosde suas equipes) • Enunciados individuais da visão • Metas (longo e curto prazo) • Objetivos mensuráveis Figura 118 8.3.7 Geração de valor Gerar valor significa alcançar resultados consistentes, assegurando a perenidade da organização pelo aumento de valor tangível e intangível, de forma sustentada, para todas as partes integrantes. Ter uma excelente geração de valor alcança resultados que encantam todos os stakeholders da organização. 142 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II Como se coloca essa teoria em prática? No contexto de rápida mudança em que o mundo atualmente se insere, as organizações excelentes são ágeis, flexíveis e responsáveis relativamente aos stakeholders à medida que suas necessidades e expectativas se alteram de forma muito rápida e frequente. As organizações excelentes monitorizam e antecipam as necessidades e expectativas de seus stakeholders, monitorizam suas experiências e percepções, monitorizam e reveem o desempenho de outras organizações. A informação é reunida a partir dos stakeholders atuais e futuros e é usada para estabelecer, implementar e rever políticas, estratégias, objetivos, metas, indicadores e planos, a curto, médio ou longo prazo. A informação recolhida é também uma ajuda preciosa para as organizações desenvolverem e alcançarem um conjunto equilibrado de resultados dos stakeholders. Que benefícios proporciona à organização a geração de valor? Figura 119 Em especial, a geração de valor agrega: • Valor acrescentado para todos os stakeholders. • Sucesso sustentável para todos os stakeholders. • Compreensão dos requisitos atuais e futuros do desempenho, visando à definição de objetivos. • Alinhamento e focalização por toda a organização. • Encantamento dos stakeholders. 143 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições 8.3.8 Valorização das pessoas Valorizar as pessoas dentro de uma organização significa maximizar a contribuição dos colaboradores por meio do seu desenvolvimento e envolvimento. Como se coloca essa teoria em prática? Tomando como exemplo as organizações excelentes, estas identificam e compreendem as necessidades de competências atuais e futuras, que possibilitam a implementação de políticas, estratégias, objetivos e planos na organização. Recrutam e desenvolvem as pessoas de acordo com as competências necessárias à organização e as apoiam ativa e positivamente em todo o seu potencial. O desenvolvimento pessoal é preconizado e apoiado, permitindo a realização das pessoas e a libertação de todo o seu potencial. Por meio dele se prepara as pessoas para receber e se adaptar às mudanças, quer em termos operacionais, quer de capacidades pessoais. A organização reconhece a importância crescente do capital intelectual das pessoas e utiliza o conhecimento em seu benefício. Persegue o propósito de reconhecer, recompensar e assistir suas pessoas, ganhando o seu envolvimento e a sua lealdade para com a organização. Maximiza o potencial e o empenho ativo das pessoas por meio de valores partilhados e de uma cultura de confiança, transparência e empowerment, utilizando esse envolvimento para gerar e implementar oportunidades de melhoria. A organização deve contar com líderes capazes em todos os níveis, com perfis adequados, capacitados e com habilidade para motivar e engajar as equipes. Ao lado do exercício pessoal da liderança, a organização precisa desenvolver um sistema capaz de manter o engajamento das pessoas na causa da organização. Critérios e procedimentos devem ser definidos para orientar a tomada de decisão e a comunicação em todos os níveis da organização. A esse respeito, Burmann (2003) diz: “A comunicação é fator crítico para a companhia. Saber comunicar é crítico, porque quem não entende não faz. Se um colaborador pratica algo errado é porque ele não tem conhecimento, não foi comunicado, e não simplesmente por má vontade”. Como exemplo de táticas de comunicação, Burmann (2003) afirma que a empresa dissemina mensagens positivas de integração: “somos um time de sucesso, temos um bom plano, cada um é chave, nós construímos o nosso futuro e trabalhar na Dana é muito bom”. A Suzano Petroquímica faz reuniões com o objetivo de estimular a participação de todos os funcionários (semanalmente, desde 1997). Também faz avaliação das competências desejáveis para os líderes, avaliação de análise de potencial de liderança, e todos os funcionários ainda avaliam os líderes atuais (anualmente, desde 1994). Também são realizados um intercâmbio com empresas ligadas, job rotation e cursos específicos para os funcionários. 144 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II A ação da alta direção e dos demais líderes deve conduzir ao equilíbrio e à harmonia no relacionamento com todas as partes interessadas, de forma que se alcancem o engajamento e o consentimento geral para concretizar a visão da organização. Schmidt , Souza e Vicini. (2004) dizem que as empresas por eles estudadas buscam desenvolver a motivação e o comprometimento das pessoas. Podemos citar: • formação de times de facilitadores para o programa de qualidade; • existência de uma estrutura de cargos; • ações de endomarketing; • comunicação interna: gestão à vista, informativos, reuniões, seminários; • avaliação de desempenho; • treinamentos corporativos. Que benefícios proporciona à organização a valorização das pessoas? Figura 120 São muitos os benefícios relacionados à valorização das pessoas, dentre eles: • responsabilidade partilhada em prol dos propósitos e objetivos da organização; • força de trabalho comprometida, leal e motivada; • aumento do valor do capital intelectual; 145 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições • melhoria contínua das competências e do desempenho dos indivíduos; • aumento da competitividade por meio do reforço da imagem; • potencial alcançado. 8.3.9 Conhecimento sobre o cliente e o mercado Na prática, cabe à alta administração criar, manter e ampliar o quadro de seus clientes. Entretanto, para manter e atrair clientes já não é suficiente possuir as melhores ferramentas e a tecnologia mais recente. Torna‑se igualmente necessário conhecer o valor de cada cliente e ter a percepção exata de suas necessidades. Isso exige o uso de tecnologia adequada que resulte num conhecimento completo do cliente. Prática para conhecer o cliente e o mercado: • visualizar toda informação relacionada ao cliente (informação demográfica, comercial, de marketing e de serviço); • conhecer o valor de cada cliente para a organização; • reter os melhores clientes, aqueles que geram mais valor; • prestar continuamente um serviço excepcional ao cliente; • potencializar o relacionamento comercial, identificar constantemente novas oportunidades de venda; • satisfazer exigências regulatórias mediante a criação de formulários específicos; • agendar contatos; • registrar todas as interações do cliente e para ele. 8.3.10 Desenvolvimento de parcerias Parceria tem sido a designação de certas formas de cooperação entre organizações. Ela indica, antes de tudo, uma ação conjunta, motivada pela existência de interesses e objetivos comuns, na qual cada um aporta e mobiliza os recursos de que dispõe para atingir esses objetivos. Não é o seu caráter legal ou formal que a distingue, é a qualidade da relação existente, ou seja, é o modo como organizações com distintos interesses, poderes, recursos e atribuições constroem um espaço em que se comportam como iguais na definição dos objetivos comuns, dos papéis e da contribuição de cada uma. 146 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II A parceria se diferenciada relação de contrato. O contrato impõe a ambas as partes o cumprimento de certas atividades e as penalidades, implícitas ou não, que caberão à parte que não cumprir o que está estabelecido. Uma parceria estabelece uma relação na qual os parceiros buscam alcançar um dado objetivo com esforços mútuos, visando desenvolver ambas as partes. Em um contrato, cada parte está interessada em receber o que foi prometido pelas cláusulas contratuais. Em uma parceria, ambas as partes desejam crescer e querem que o parceiro cresça. A parceria vai além da troca e da satisfação de interesses mútuos. Há uma dimensão de complementaridade, isto é, buscar no outro os recursos e capacidades de que não se dispõe, mas que são necessários para atingir seus propósitos. Entretanto, a diferença reside no fato de que essa troca ou complementaridade tem como motivação o cumprimento de objetivos compartilhados e externos a cada uma. Os objetivos da parceria tendem a ser relativos a um impacto mais profundo na realidade na qual as organizações envolvidas atuam. Por isso elas não apenas suprem necessidades, mas convertem‑se tanto numa forma de ampliar e irradiar os efeitos de um trabalho quanto num modo de sensibilizar, mobilizar e corresponsabilizar outros sujeitos, em torno de ações voltadas para a ampliação da cidadania e do enfrentamento dos problemas sociais. Portanto, a construção e a gestão de relações de parceria são, por um lado, um processo que, ao mesmo tempo que exige, contribui para o crescimento do grau de transparência nas relações entre os diversos grupos e instituições da sociedade brasileira. Por outro, no plano específico de uma organização, qualquer que seja o seu tamanho ou tipo, a construção de parcerias representa um elemento fundamental do seu desenvolvimento institucional: a sua capacidade de estabelecer relações, influenciando, convencendo, cooperando e mobilizando outros atores para atingir objetivos institucionais, ampliando o impacto e a abrangência de sua atuação, segundo Valarelli (2004). 8.3.11 Responsabilidade social Uma organização tem responsabilidade social quando evita, minimiza, reduz, elimina e compensa os danos que seus produtos, seus processos e suas instalações causam à sociedade e ao meio ambiente. De acordo com Kraeme (2008), o mundo corporativo tem um papel fundamental na garantia de preservação do meio ambiente e na definição da qualidade de vida das comunidades de seus funcionários. Empresas socialmente responsáveis geram, sim, valor para quem está próximo. E, acima de tudo, conquistam resultados melhores para si próprias. A responsabilidade social deixou de ser uma opção para as empresas. É uma questão de visão, de estratégia e, muitas vezes, de sobrevivência. 147 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições Os assuntos ambientais são muito importantes para a organização. Figura 121 Caro aluno, os assuntos ambientais estão crescendo em importância para a comunidade de negócios em termos de: responsabilidade social, do consumidor, desenvolvimento de produtos, passivos legais e considerações contábeis. A inclusão da proteção do ambiente entre os objetivos da administração amplia substancialmente todo o conceito de administração. Os administradores têm de lidar cada vez mais com situações em que parte do patrimônio das empresas é simplesmente ceifada pelos processos que envolvem o ressarcimento de danos causados ao meio ambiente, e independentemente de esses danos poderem ser remediados ou não. As companhias estão sendo incentivadas cada vez mais, pela administração pública e pelos seus stakeholders, a focalizar seus impactos ambientais e sociais, a desenvolver maneiras apropriadas para internalizar e reduzir seus custos associados e a construir um relatório para uma sustentabilidade ambiental maior. Nos últimos anos ocorreram progressos surpreendentes na área de gerenciamento e relatório ambiental, e, mais recentemente, o mesmo ocorreu com a conscientização sobre a responsabilidade social e a crescente compreensão dos desafios da sustentabilidade. O Livro Verde (2001) diz que a responsabilidade social das empresas é, essencialmente, um conceito segundo o qual as empresas decidem, numa base voluntária, contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais limpo. A empresa é socialmente responsável quando vai além da obrigação de respeitar as leis, pagar impostos e observar as condições adequadas de segurança e saúde para os trabalhadores, e faz isso por acreditar que assim será uma empresa melhor e estará contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa. 8.3.12 Organizações Ganhadoras do PNQ Em 2010, as organizações ganhadoras foram a AES SUL e Elektro. As finalistas foram Cemig Distribuição S.A; Coelce e Rio Grande Energia (RGE), do grupo CPFL Energia. 148 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II Segundo o Movimento Catarinense pela Excelência (MCE), as empresas vencedoras do PNQ apresentam modelos de gestão ética. Representantes de empresas vencedoras do Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ) apresentaram como a Ética é tratada em suas corporações e responderam a perguntas dos participantes. Britaldo Soares, presidente do grupo AES Brasil (AES Com Rio, AES Eletropaulo, AES Eletropaulo Telecom, AES Infoenergy, AES Sul, AES Tietê, AES Uruguaiana), explicou os mecanismos que utilizam para assegurar um relacionamento ético dentro da companhia, dentre eles: o Código e o Comitê de Ética, treinamentos de Ética e Compliance e a AES Helpline. Wilson Ferreira Jr., presidente do Grupo CPFL Energia, contou como foi o processo para implementação de uma Cultura Ética. Os primeiros passos foram a criação do Plano Millennium e do Sistema de Gestão Integrado, seguidos da elaboração da primeira versão do Código de Ética e Responsabilidade Social e do Programa CPFL de Responsabilidade Social. 8.3.13 Competências requeridas por organizações ganhadoras do PNQ • Suzano Papel e Celulose – 2008: — Foco em resultados. — Fazer diferente e melhor. — Trabalho em equipe. — Paixão. — Visão do todo. — Atitude. • Liderança. • Belgo – Usina de Monlevade – 2006: — Liderança de equipe. — Orientação para gestão de risco. — Orientação para mudanças. — Orientação para cliente/fornecedor interno. — Orientação para resultado. — Visão estratégica. 149 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições — Trabalho em equipe. — Capacitação profissional. — Comprometimento. — Expertise. • Suzano Petroquímica S/A – 2005: — Orientação para resultados. — Orientação para o desenvolvimento de pessoas. — Visão sistêmica de futuro para a área. — Inteligência emocional. — Pessoal técnico. — Trabalho em equipe (projetos multifuncionais). — Capacidade para resolução de problemas específicos. — Espírito participativo, questionador e empreendedor. — Inteligência emocional. • Belgo – Juiz de Fora – 2004: — Expertise. — Orientação para mudanças. — Orientação para gestão de risco. — Liderança de equipe. — Visão estratégica. — Orientação para resultado. — Orientação para cliente/fornecedor interno. — Trabalho em equipe. — Comprometimento. — Capacitação profissional. 150 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II Todas as informações da tabela apresentada foram extraídas dos relatórios de gestão das empresas mencionadas, publicados pela Fundação Nacional da Qualidade. A única exceção é a Suzano Papel e Celulose, cujas informações foram extraídas do relatório de gestão resumido, distribuído internamente na empresa. resumo Nesta Unidade discorremos sobre a estrutura da empresa, conceituando‑a como o esqueleto sobre o qual se apoiam todas as forças que a fazem viver: Informações,Instruções, Ordens e Ligações Estruturais. Para melhorar esse conceito, aprendemos a noção de função, segundo Fayol e Taylor, sobre organização e divisão do trabalho, considerando seis funções: Função Técnica (de Produção); Função Comercial; Função Financeira; Função de Segurança; Função Contábil; Função Administrativa (Integração). Sobre competência, no âmbito organizacional, conceituamos como um conjunto de conhecimentos, habilidades, tecnologias, sistemas físicos, sistemas gerenciais e valores geram um diferencial competitivo para a organização. Falamos sobre a competência essencial como um conjunto de competências que se desenvolvem na medida em que são aplicadas e compartilhadas, como aprendizado coletivo da organização por meio da comunicação e do comprometimento em trabalhar através das fronteiras organizacionais, envolvendo as pessoas. Essa competência da organização é a fonte de vantagem competitiva. Aprendemos, conforme Klemp e Quinn, quais são as atribuições, as obrigações e os poderes conferidos a uma pessoa em função do cargo que ela ocupa. As atribuições que Klemp chama de práticas foram definidas como o que as pessoas fazem, exercendo suas funções, para obter resultados, por exemplo, um líder “orientar a visão e o direcionamento”, “colocar o foco no cliente” e “tomar decisão”. As práticas são o que as pessoas fazem com os atributos que elas detêm, atributos estes observados em seu comportamento no trabalho. Com base no exposto, Klemp Jr. identificou nove “metacompetências”. Esse conjunto foi chamado de modelo de nove baldes, sendo cinco “baldes” ou compartimentos de atributos de liderança (estudados na Unidade I) e quatro de práticas de liderança. São eles: Balde 6, Dizer (dar a direção); Balde 7, Vender (influenciar pessoas); Balde 8, 151 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições Iniciar (fazer com que as coisas aconteçam); Balde 9, Relacionar‑se (estabelecer relacionamentos). As pesquisas de Robert E. Quinn mostraram que o fato de o indivíduo compreender e apreciar cada um dos quatro modelos sugere que ele aprendeu algo no âmbito organizacional e aprofundou sua complexidade cognitiva no tocante à liderança gerencial. São eles: modelo das metas racionais: modelo de processos internos; modelo de relações humanas e modelo de sistemas abertos. Vimos que o Prêmio Nacional da Qualidade (PNQ) busca promover o entendimento dos requisitos para alcançar a excelência do desempenho e a troca de informações sobre métodos e sistemas de gestão. O PNQ é entregue à empresa que obtém a melhor avaliação em oito critérios e, tais critérios mostram o que uma organização deve fazer para obter sucesso na busca pela excelência no desempenho. O modelo do PNQ é flexível e adaptável a qualquer ramo de atividade. Além disso, os critérios poderão ser adotados por organizações que pretendem fazer uma autoavaliação e medir seu desempenho em relação aos clientes, pessoas, fornecedores, produtos e processos, possibilitando a identificação dos seus pontos fortes e das principais oportunidades de melhorias. Outra importante característica do PNQ é o conjunto de fundamentos da excelência que permeiam os oito critérios. Esses fundamentos expressam conceitos reconhecidos internacionalmente e se traduzem em práticas encontradas em organizações líderes de classe mundial. A liderança, que é assunto desta disciplina, está vinculada a todas as práticas referentes aos fundamentos do PNQ, porquanto são eles que sustentam o sucesso de uma organização. Nesse sentido, a liderança está associada a todos os fundamentos. Discutimos a importância do papel da alta administração na definição dos rumos organizacionais, a partir da definição da visão de futuro, da missão e dos valores da organização. Cabe ressaltar a importância da sua disseminação e a mobilização de todos os envolvidos, bem como a constância de propósitos e a gestão baseada em fatos e dados. 152 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II exercícios Questão 1. (Enade, 2009) Saiu o resultado da pesquisa de clima organizacional da Bom Tempo S.A. Entretanto, os resultados relativos ao item Responsabilidade e Motivação com o Trabalho são os que mais preocupam Jorge, o diretor de recursos humanos. Estes são os resultados da pesquisa: Responsabilidade e motivação com o trabalho Índice de 5 a 1* Grau de importância** 1. Satisfação com o conteúdo e a variedade do trabalho 2,2 Muito importante 2. Satisfação com o nível de responsabilidade sobre o trabalho 2,1 Importante 3. Satisfação com a autonomia para realizar o trabalho 4,5 Muito importante 4. Satisfação com a influência na tomada de decisão para realizar o trabalho 4,2 Importante 5. Satisfação com o feedback no trabalho e nos seus resultados 4,0 Muito importante *Índice de 1 a 5. sendo 5 muito bom; 4 bom; 3 regular; 2 ruim; 1 muito ruim. **Escala de 4 opções: muito importante; importante; pouco importante; não importante Alguns funcionários relataram, no campo do questionário reservado para comentários adicionais, que as atividades não utilizavam plenamente o seu potencial. Com base nas informações e nos dados apresentados, Jorge solicitou à sua equipe preparar algumas opções de planos voltados para gerar motivação com o trabalho e reverter essa situação junto aos funcionários. Por qual das alternativas Jorge deverá optar? A) Abertura dos canais de comunicação e feedback. B) Aumento do trabalho em grupo. C) Enriquecimento de cargo lateral e vertical. D) Participação dos funcionários no processo decisório. E) Simplificação das atividades. Resposta correta: alternativa C. Análise das alternativas A) Alternativa incorreta. Justificativa: a pesquisa mostrou que a satisfação com feedback no trabalho e seus resultados é um item muito importante. Esse item recebeu boa avaliação e, portanto, não há necessidade de qualquer intervenção. 153 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Liderança: atributos e atribuições B) Alternativa incorreta. Justificativa: no tópico da pesquisa sobre responsabilidade e motivação no trabalho, não é abordada nenhuma questão que se relacione diretamente com a intensidade e a colaboração na participação dos indivíduos em trabalho em equipe. As inferências são de cunho individual e de percepções pessoais em relação ao trabalho desempenhado. C) Alternativa correta. Justificativa: a pesquisa mostrou que a satisfação com o conteúdo e a variedade do trabalho é um item muito importante. Já a satisfação com o nível de responsabilidade com o trabalho é um item importante. Verifica‑se que os funcionários demonstram descontentamento com o conteúdo do cargo, ou seja, com as tarefas que devem ser executadas e com o nível de responsabilidade com o trabalho, ou melhor, com as atribuições do cargo. O enriquecimento do cargo é uma forma eficaz de aumentar a motivação na realização das tarefas. O enriquecimento vertical aumenta o grau de dificuldade do trabalho, tornando mais complexas as tarefas inerentes. O enriquecimento lateral diversifica as atribuições do cargo, ampliando a base de atuação e as consequentes responsabilidades. Essas medidas coadunam com a necessidade detectada para melhorar o clima organizacional, por meio da melhoria da percepção e da satisfação com a diversidade das tarefas e com o nível de responsabilidade relacionado ao trabalho que deve ser realizado. D) Alternativa incorreta. Justificativa: a participação dos funcionários no processo decisório é satisfatória. Os resultados das respostas referentes à satisfação com autonomia para realizar o trabalho revelam que esse quesito determina significativamente o nível de satisfação dos colaboradores, o mesmo ocorrendo em relação à satisfação com influência na tomada de decisão para a realização do trabalho,item ponderado como importante. Em relação à autonomia para a realização do trabalho na organização, a avaliação situa‑se entre muito bom e bom. E) Alternativa incorreta. Justificativa: as razões apontadas para a indicação de ação no sentido de enriquecer os cargos, vertical e lateralmente, inviabilizam qualquer indicação para simplificação das atividades desempenhadas na organização. Basta uma análise atenta dos resultados insatisfatórios obtidos na pesquisa. Questão 2. (Enade, 2006) As novas políticas de pessoal, recentemente implantadas na Confecção Norma Modas, trouxeram insatisfação e estresse para o ambiente de trabalho e consequentes perdas financeiras. A insatisfação e o estresse foram detectados a partir dos seguintes indicadores: I – custos associados a doenças ocupacionais; II – violência no trabalho; 154 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Unidade II III – nível de responsabilidade atribuída ao cargo; IV – inclinações pessoais; V – absenteísmo e rotatividade. Como fontes adequadas de investigação, estão corretos, somente: A) I, II e V. B) I, III e V. C) II, III e IV. D) II, IV e V. E) III, IV e V. Resolução desta questão na plataforma. 155 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 FIGURAS E ILUSTRAçõES Figura 1 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 2 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 3 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 4 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 6 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 7 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 8 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 10 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 11 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 12 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 13 Grupo UNIP‑Objetivo. 156 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Figura 14 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 15 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 16 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 18 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 21 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 23 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 24 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 25 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 26 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 27 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 28 Grupo UNIP‑Objetivo. 157 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Figura 29 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 30 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 31 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 32 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 33 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 34 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 35 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 36 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 37 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 38 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 39 Grupo UNIP‑Objetivo. 158 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Figura 42 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 43 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 44 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 45 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 46 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 47 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 48 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 49 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 51 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 52 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 53 Grupo UNIP‑Objetivo. 159 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Figura 54 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 55 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 56 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 57 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 58 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 62 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 65 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 69 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 70 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 71 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 72 Grupo UNIP‑Objetivo. 160 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Figura 73 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 74 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 76 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 78 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 79 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 80 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 81 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 83 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 84 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 85 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 86 Grupo UNIP‑Objetivo. 161 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Figura 87 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 88 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 89 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 90 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 91 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 92 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 93 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 94 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 95 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 96 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 98 Grupo UNIP‑Objetivo. 162 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Figura 99 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 100 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 101 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 102 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 103 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 105 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 106 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 107 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 108 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 109 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 110 Grupo UNIP‑Objetivo. 163 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 Figura 111 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 112 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 113 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 114 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 115 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 116 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 117 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 119 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 120 Grupo UNIP‑Objetivo. Figura 121 Grupo UNIP‑Objetivo. 164 AD M - R ev isã o: M ar ia E . - D ia gr am aç ão : F ab io - 1 7/ 09 /2 01 4 REFERÊNCIAS Textuais AGUIAR, M. A. F. Psicologia aplicada à administração. São Paulo: Excellus, 1997. ALLEN, R. O processo de criação da visão. HSM Management, São Paulo, ano 2, n. 9, p. 18‑22, jul./ago. 1998. BASS, B. M. Stogdill’s handbook of leadership. Nova Iorque: Free Press, 1981. ___. Leadership and performance beyond expectations. Nova Iorque: Free Press, 1985. ___. Two decades of research and development in transformational leadership. European Journal of Work and Organizational Pshycology, v. 8, n. 1, p. 9‑32, 1999. BASS, B. M.; AVOLIO, B. Transformational leadership and organizational culture. Public Administration Quarterly, v. 17, p. 112‑21, 1993. BLAKE, R. R.; MOUTON, J. S. A comparative analysis of situationalism and 9,9 management by principle. Organizational Dynamics, Spring 1982, p. 20‑43. BURNS, J. Leadership. 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