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Código de Defesa do Consumidor ● Denominações Usadas: ↳ CDC ou CoDeCon. ● Legislação de Regência: ↳ Lei 8.078/90 - Aprovada juntamente com o programa brasileiro de qualidade e produtividade - O QUE É ?. ⇘ é um conjunto de normas jurídicas que estimulam as empresas a produzirem produtos e serviços com mais qualidade e com maior produtividade, e entre as leis que integram esse programa, está o Código Brasileiro de Proteção e Defesa do Consumidor. ↳ O CDC é multidisciplinar, ou seja, se aplica em várias “partes” do direito, em vários âmbitos do direito. ↳ Atinge também todo o espectro social, atingindo todas as pessoas do país, ao contrário por exemplo da lei do franchise, que atinge apenas aqueles que se enquadram como franqueados e franqueadores. ↳ Outra regra muito importante trazida pelo CPC foi a inversão do ônus da prova, modificando toda a estrutura dos julgamentos. ↳ O CDC também trouxe a Teoria da Responsabilização OBJETIVA, que traz a responsabilização do agente independentemente de ele ter agido com culpa. ↳ Por esses quatro últimos motivos listados, que serão mais aprofundados, é possível afirmar que o Código de Defesa do Consumidor, é a lei mais importante das últimas cinco décadas do Brasil. ↳ O CDC é uma lei que tem como finalidade equilibrar a relação jurídica. ↳ O STJ é o guardião do Código de Defesa do Consumidor. ● Modelos Mundiais de Proteção do Consumidor: a) modelo privado: feito através de “boicotes” a produtos e serviços. b) modelo estatal: feito através de uma lei de defesa dos direitos do consumidor. ● Princípio Inspirador da Proteção do Consumidor: ↳ Princípio da vulnerabilidade (técnica, de informação e quase sempre econômica). ⇘ consumidor é precário em questão de informações acerca do produto. ⇘ quase sempre econômica, pois podem existir casos em que o consumidor pode possuir uma renda maior que o seu fornecedor de serviços e/ou produtos. ↳ De acordo com esse princípio, em uma relação jurídica há sempre uma parte mais fraca, mais vulnerável, ↳ Henry Ford: “O consumidor é o elo mais fraco da cadeia de produção e nenhuma corrente é mais forte do que o seu elo mais fraco”. ● Fundamento Constitucional de Defesa do Consumidor: ↳ Antigamente, o cenário era de total descaso com os consumidores, no qual as pessoas eram enganadas pelas propagandas enganosas e quando os produtos estragavam não possuíam um local de apoio para reclamar. ↳ Com isso, a nova e atual Constituição Federal Brasileira, conhecida como Constituição Cidadã, viu a necessidade de criar direitos e proteger os consumidores brasileiros. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078compilado.htm ⇘ Art. 5 XXXII, Art. 170, Art. 150 §3, Art. 175 II e Art. 48 ADCT (ato das disposições constitucionais transitórias). ● Sobre a Lei: ↳ O CDC é uma lei de ordem pública e cogente (imperativa, obrigatória). ⇘ o CDC é uma norma pública e obrigatória, ou seja, que não pode ser modificada independentemente da vontade das partes. ⇘ está sendo aceito a aplicação a aplicação subsidiária de outras normas, ou seja, uma aplicação por analogia, de normas que tratam de relações que não sejam de consumo, desde que naquela relação não aja previsão expressa. ↳ Também é um conjunto de normas que se aplica as relações de consumo diretamente e sub-diretamente a outras relações jurídicas. ⇘ se a relação não for de consumo, não será possível se utilizar do código de defesa do consumidor. ⇘ como definir uma relação jurídica de consumo? por meio das PARTES ENVOLVIDAS. ↳ A relação jurídica de consumo é definida pelas partes envolvidas (fornecedor e consumidor). ↳ As partes na relação de consumo: a) fornecedor: ⇘ Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. ↳ todo aquele que fornece com habitualidade produtos e/ou serviços no mercado de consumo. ↳ tanto os produtos quanto os serviços precisam ser lícitos. ↳ pode ser uma pessoa física ou jurídica. ↳ aquele que faz da mercancia uma atividade habitual. b) consumidor: ⇘ Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo. ↳ é todo aquele que adquire produtos e/ou serviços como destinatário final. ↳ destinatário final = para consumo próprio, para uso próprio e não para fins de revender. ↳ assim como o fornecedor, também pode ser uma pessoa física ou jurídica. ↳ o consumidor se “submete” às condições impostas pelo fornecedor. c) produto: ⇘ Art. 3° § 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. ↳ é qualquer bem capaz de satisfazer necessidades humanas. d) serviço: ⇘ Art. 3° § 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista. ↳ todo aquele prestado com algumas exceções. ● Características da Relação de Consumo: a) envolve duas partes (fornecedor e consumidor); b) o produto e/ou serviço destina-se ao consumo; c) o consumidor se submete às condições impostas pelo fornecedor. ● Aspectos Positivos do CDC: ↳ Ele prioriza para a solução do conflitos entre fornecedor e consumidor no âmbito civil. ↳ Incentiva a conciliação do conflito. ↳ Entretanto, apesar de incentivar, não deixar de criminalizar condutas criminosas como a propaganda enganosa. ⇘ Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser enganosa ou abusiva: Pena Detenção de três meses a um ano e multa. ↳ Incentiva os fornecedores no controle de qualidade e inovações tecnológicas. ↳ Facilita a defesa do consumidor em juízo: a) adoção da tecnologia e responsabilidade civil como regra; b) estabelece o foro do consumidor como competente para solução de conflitos; ⇘ competência do domicílio do CONSUMIDOR. c) interpretação dos contratos de forma mais favorável ao consumidor; d) a possibilidade de tutela antecipada nas relações de consumo; e) possibilidade da inversão do ônus da prova em favor do consumidor, quando há “fumus boni iuris” e hipossuficiência do consumidor (principalmente técnica). f) a instituição do princípio da SOLIDARIEDADE dos fornecedores dentro da cadeia de produção. g) impossibilidade de denunciação à lide. ⇘ ato pelo qual o autor de uma demanda tenta trazer a juízo o indivíduo de quem houve coisa ou o direito a fim de defendê-lo contra a agressão/ofensa ⇘ Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo único deste código, a ação de regresso poderá ser ajuizada em processo autônomo, facultada a possibilidade de prosseguir-se nos mesmos autos, vedada a denunciação da lide. ↳ Proibição de “venda casada”. ● Responsabilidade Civil: ↳ A responsabilidade civil está ligada a reparação de danos que foram causados ↳ A diferença entre vício e defeito: a) vício: de qualidade e quantidade. ⇘ Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas. b) defeito: quando importa em riso para o a segurança e a saúde do consumidor (acidente de consumo). ↳ Tipos de vício ou defeito: a) de concepção: erros de projeto ou formulação.⇘ ex: erro no projeto de construção de uma casa. b) de produção: construção, fabricação, condicionamento, instalação. ⇘ ex: erro na hora de executar a construção de uma casa. ⇘ o erro pode ser de concepção E de produção ao mesmo tempo. c) de informação: informação inadequada ou insuficiente. ⇘ ex: erro de idade indicada para um brinquedo. ↳ Causas excludentes de responsabilidade do fornecedor de produtos no CDC: a) provar que não colocou o produto no mercado; b) provar que o defeito não existe. c) provar que o fato ocorreu por culpa exclusiva do consumidor ou terceiros. ↳ A força maior e o caso fortuito nas relações de consumo. ⇘ obs: fortuito interno é aquele ligado a atividade do fornecedor. ● Aspectos Gerais do CDC: ↳ Adoção do princípio da SOLIDARIEDADE dos fornecedores dentro da cadeia de produção. ⇘ Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusula que impossibilite, exonere ou atenue a obrigação de indenizar prevista nesta e nas seções anteriores. § 1° Havendo mais de um responsável pela causação do dano, todos responderão solidariamente pela reparação prevista nesta e nas seções anteriores. ↳ A venda casada é um procedimento proibido no CDC. ↳ Sociedades de Economia Mista: se inserem no conceito de fornecedor. ⇘ exemplos: Petrobrás e Banco de Brasil. ↳ Empresas Públicas: também se inserem no conceito de fornecedor. ⇘ exemplo: CEF. ↳ Autarquias: não se inserem no conceito de fornecedor. ⇘ exemplos: INSS e FDF. ↳ O Ministério Público tem legitimidade para propor ações coletivas para proteger uma universalidade de consumidores lesados. ● Os Contratos de Consumo: ↳ Contrato: ajuste de vontades, que dependendo da relação jurídica, pode se materializar de forma verbal, por escrito particular ou por escrito público. ⇘ de consentimento (válido E livre, sem nenhum tipo de vício) de determinado objeto. ↳ O contrato deve ser isonômico, deve ser equilibrado, com os direitos e obrigações distribuídos de forma equilibrada entre as partes. (Princípio da Isonomia). ↳ Partes devem ser capazes. ↳ A forma estabelecida e não proibida em lei ↳ O objeto deve ser lícito, determinada ou determinável. ↳ Impera os contrato de adesão: a) estipulante: fornecedor. b) aderente: consumidor. ↳ Doutrinariamente há distinção entre de adesão (ADERIR, CONSENTIR) e contrato por adesão. ⇘ o nosso CDC não faz essa distinção. ⇘ DE adesão: contrato redigido por apenas uma das partes da relação jurídica (fornecedor, chamador de ESTIPULANTE) e a outra parte (consumidor, chamado de ADERENTE) apenas aceita, sem opção de escolha, ele não pode optar por outro fornecedor. ⇘ POR adesão: contrato que possui as mesmas características (redigido pelo fornecedor, acatado pelo consumidor), porém possui uma característica marcante: o consumidor TEM o poder de escolha, pode escolher outro fornecedor, geralmente, o que é melhor para ele. ↳ O liberalismo contratual do século XIX (“pacta sunt servanda) foi relativizado no CDC (“contrato é lei entre as partes, desde que não conflite com o CONDECON”). ⇘ o contrato é LIVRE, mas se alguma cláusula for de encontro, colidir com alguma norma que está estabelecido no CDC, a cláusula em específico ou o próprio contrato perderá a sua validade, ou seja, tudo pode desde que não conflite com o CDC. ↳ O contrato de consumo, geralmente, se concretiza verbalmente. ↳ O CDC preocupou-se com a forma do contrato e com o conteúdo. ⇘ forma: diz respeito sobre o tamanho a letra (TIPO 6 PARA MAIOR) e a disposição das cláusulas (ESPAÇAMENTO ENTRE AS LINHAS), a fim de que os consumidores consigam ler a olho nu, já que antigamente os contratos eram redigidos com letras tão pequenas que as pessoas eram incapazes de lerem. ⇘ conteúdo: o que está escrito, ou seja, o contrato deve estar redigido com uma linguagem que todos consigam ler, pessoas com alto grau de ensino e não, sem palavras rebuscadas, com linguagem clara e acessível (TERMINOLOGIA, DEVE-SE EVITAR O JURIDIQUÊS). ⇘ Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo. § 3o Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e com caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho da fonte não será inferior ao corpo doze, de modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor. ⇘ Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis; II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos casos previstos neste código; III - transfiram responsabilidades a terceiros; IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade; VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor; VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem; VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro negócio jurídico pelo consumidor; IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora obrigando o consumidor; X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço de maneira unilateral; XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor; XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor; XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua celebração; XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais; XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor; XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias necessárias. XVII - condicionem ou limitem de qualquer forma o acesso aos órgãos do Poder Judiciário; XVIII - estabeleçam prazos de carência em caso de impontualidade das prestações mensais ou impeçam o restabelecimento integral dos direitos do consumidor e de seus meios de pagamento a partir da purgação da mora ou do acordo com os credores; ↳ Alguns aspectos a serem observados nos contratos do contrato. ⇘ Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance. a) “in dubio pró-consumidor”: ↳ quando a cláusula tiver dupla interpretação, terá a mais favorável ao consumidor. ⇘ Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor. b) o consumidor deve ter prévio conhecimento do contrato. ⇘ Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance. c) permitida a modificação de cláusulas para onerosidade excessiva. ⇘ Art. 6º São direitos básicos do consumidor: V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas; d) a boa-fé do fornecedor é princípio fundamental. ⇘ Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, orespeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios: III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores; ⇘ Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade; e) cláusulas limitativas de direito devem ser destacadas. ⇘ Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo. § 4° As cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor deverão ser redigidas com destaque, permitindo sua imediata e fácil compreensão. f) proteção do consumidor em cláusulas abusivas. ⇘ Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios: I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo; ⇘ Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em situações justificáveis; II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos casos previstos neste código; III - transfiram responsabilidades a terceiros; IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade; VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor; VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem; VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro negócio jurídico pelo consumidor; IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora obrigando o consumidor; X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço de maneira unilateral; XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem que igual direito seja conferido ao consumidor; XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor; XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a qualidade do contrato, após sua celebração; XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais; XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor; XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias necessárias. XVII - condicionem ou limitem de qualquer forma o acesso aos órgãos do Poder Judiciário; XVIII - estabeleçam prazos de carência em caso de impontualidade das prestações mensais ou impeçam o restabelecimento integral dos direitos do consumidor e de seus meios de pagamento a partir da purgação da mora ou do acordo com os credores; ↳ Consequências de uma cláusula absoluta: a) a sua nulidade (de pleno direito) e ineficácia; b) a sua imprescritibilidade; c) o seu reconhecimento “ex officio” (sem provocação das partes) e em qualquer grau de jurisdição. ● A Publicidade no CDC: ↳ A diferença entre publicidade e propaganda. a) conceito de publicidade: conjunto de comunicações controladas, identificáveis e persuasivas, transmitidas através dos meios de difusão com o objetivo de despertar o interesse do consumidor. ⇘ qualquer meio de divulgar as qualidades de determinado produto ou serviço, é o meio do fornecedor divulgá-los, a forma de chegar no consumidor, é a “alma” do negócio. ⇘ a lei não obriga nenhuma empresa a anunciar os seus produtos, mas sim que a partir do momento que decidam por esse caminho, devem seguir algumas regras estabelecidas pelo CDC. ⇘ anúncio com finalidade de difusão econômica. b) conceito de propaganda: é de natureza institucional, visando corrigir condutas negativas do consumidor, disseminando uma ideia melhor na rotina, na vida das pessoas, dessa forma, não possui um caráter econômico. ⇘ porém, é possível encontrar uma propaganda e uma publicidade juntas. ↳ Princípio da vinculação contratual da publicidade. ⇘ Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado. ⇘ Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha: I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou publicidade; II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente; III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos. ↳ PUBLICIDADE ENGANOSA: ⇘ é a publicidade mentirosa, que engana o consumidor em relação à qualidade e quantidade do produto. a) por ação ou por omissão. ⇘ quando a publicidade deixa de informar um fato relevante do produto para o consumidor. b) enganosa total ou parcial. c) anúncio ambíguo. d) enganosidade potencial. ⇘ a publicidade não te enganou, mas poderia ter te enganado. e) exagero publicitário. ↳ PUBLICIDADE ABUSIVA: ⇘ é aquela que utiliza mecanismos condenáveis sob a perspectiva ética e moral. ⇘ o rol do artigo abaixo é meramente enunciativo, exemplificativo. ⇘ Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva. § 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança. a) discriminação. b) exploração do medo. c) incitação à violência, anti-ambiental. ↳ O anunciante, na esfera cível, responde objetivamente. ⇘ o consumidor NÃO precisa provar a CULPA do anunciante pela publicidade abusiva, não excluindo a culpa do anunciante. ↳ A atuação do CONAR (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária). ⇘ o CONAR é o órgão que “enxerga” a publicidade, constatando quais são abusivas e enganosas e determinando quais devem ser retiradas do ar. ↳ A Contrapropaganda.