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Código de Defesa do Consumidor 
 
● Denominações Usadas: 
↳ CDC ou CoDeCon. 
 
● Legislação de Regência: 
↳ Lei 8.078/90 - Aprovada juntamente com o programa brasileiro de qualidade e 
produtividade - O QUE É ?. 
⇘ é um conjunto de normas jurídicas que estimulam as empresas a 
produzirem produtos e serviços com mais qualidade e com maior 
produtividade, e entre as leis que integram esse programa, está o Código 
Brasileiro de Proteção e Defesa do Consumidor. 
↳ O CDC é multidisciplinar, ou seja, se aplica em várias “partes” do direito, em 
vários âmbitos do direito. 
↳ Atinge também todo o espectro social, atingindo todas as pessoas do país, ao 
contrário por exemplo da lei do franchise, que atinge apenas aqueles que se 
enquadram como franqueados e franqueadores. 
↳ Outra regra muito importante trazida pelo CPC foi a inversão do ônus da 
prova, modificando toda a estrutura dos julgamentos. 
↳ O CDC também trouxe a Teoria da Responsabilização OBJETIVA, que traz a 
responsabilização do agente independentemente de ele ter agido com culpa. 
↳ Por esses quatro últimos motivos listados, que serão mais aprofundados, é 
possível afirmar que o Código de Defesa do Consumidor, é a lei mais importante 
das últimas cinco décadas do Brasil. 
↳ O CDC é uma lei que tem como finalidade equilibrar a relação jurídica. 
↳ O STJ é o guardião do Código de Defesa do Consumidor. 
 
● Modelos Mundiais de Proteção do Consumidor: 
a) modelo privado: feito através de “boicotes” a produtos e serviços. 
b) modelo estatal: feito através de uma lei de defesa dos direitos do 
consumidor. 
 
● Princípio Inspirador da Proteção do Consumidor: 
↳ Princípio da vulnerabilidade (técnica, de informação e quase sempre 
econômica). 
⇘ consumidor é precário em questão de informações acerca do produto. 
⇘ quase sempre econômica, pois podem existir casos em que o consumidor 
pode possuir uma renda maior que o seu fornecedor de serviços e/ou 
produtos. 
↳ De acordo com esse princípio, em uma relação jurídica há sempre uma parte 
mais fraca, mais vulnerável, 
↳ Henry Ford: “O consumidor é o elo mais fraco da cadeia de produção e 
nenhuma corrente é mais forte do que o seu elo mais fraco”. 
 
● Fundamento Constitucional de Defesa do Consumidor: 
↳ Antigamente, o cenário era de total descaso com os consumidores, no qual as 
pessoas eram enganadas pelas propagandas enganosas e quando os 
produtos estragavam não possuíam um local de apoio para reclamar. 
↳ Com isso, a nova e atual Constituição Federal Brasileira, conhecida como 
Constituição Cidadã, viu a necessidade de criar direitos e proteger os 
consumidores brasileiros. 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8078compilado.htm
⇘ Art. 5 XXXII, Art. 170, Art. 150 §3, Art. 175 II e Art. 48 ADCT (ato das disposições 
constitucionais transitórias). 
 
● Sobre a Lei: 
↳ O CDC é uma lei de ordem pública e cogente (imperativa, obrigatória). 
⇘ o CDC é uma norma pública e obrigatória, ou seja, que não pode ser 
modificada independentemente da vontade das partes. 
⇘ está sendo aceito a aplicação a aplicação subsidiária de outras normas, ou 
seja, uma aplicação por analogia, de normas que tratam de relações que não 
sejam de consumo, desde que naquela relação não aja previsão expressa. 
↳ Também é um conjunto de normas que se aplica as relações de consumo 
diretamente e sub-diretamente a outras relações jurídicas. 
⇘ se a relação não for de consumo, não será possível se utilizar do código de 
defesa do consumidor. 
⇘ como definir uma relação jurídica de consumo? por meio das PARTES 
ENVOLVIDAS. 
↳ A relação jurídica de consumo é definida pelas partes envolvidas (fornecedor 
e consumidor). 
↳ As partes na relação de consumo: 
 
a) fornecedor: 
⇘ Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou 
privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes 
despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, 
montagem, criação, construção, transformação, importação, 
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação 
de serviços. 
↳ todo aquele que fornece com habitualidade produtos e/ou serviços no 
mercado de consumo. 
↳ tanto os produtos quanto os serviços precisam ser lícitos. 
↳ pode ser uma pessoa física ou jurídica. 
↳ aquele que faz da mercancia uma atividade habitual. 
 
b) consumidor: 
⇘ Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou 
utiliza produto ou serviço como destinatário final. 
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, 
ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de 
consumo. 
↳ é todo aquele que adquire produtos e/ou serviços como destinatário 
final. 
↳ destinatário final = para consumo próprio, para uso próprio e não 
para fins de revender. 
↳ assim como o fornecedor, também pode ser uma pessoa física ou 
jurídica. 
↳ o consumidor se “submete” às condições impostas pelo fornecedor. 
 
c) produto: 
⇘ Art. 3° 
§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial. 
↳ é qualquer bem capaz de satisfazer necessidades humanas. 
 
d) serviço: 
⇘ Art. 3° 
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, 
mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, 
de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter 
trabalhista. 
↳ todo aquele prestado com algumas exceções. 
 
● Características da Relação de Consumo: 
a) envolve duas partes (fornecedor e consumidor); 
b) o produto e/ou serviço destina-se ao consumo; 
c) o consumidor se submete às condições impostas pelo fornecedor. 
 
● Aspectos Positivos do CDC: 
↳ Ele prioriza para a solução do conflitos entre fornecedor e consumidor no 
âmbito civil. 
↳ Incentiva a conciliação do conflito. 
↳ Entretanto, apesar de incentivar, não deixar de criminalizar condutas 
criminosas como a propaganda enganosa. 
⇘ Art. 67. Fazer ou promover publicidade que sabe ou deveria saber ser 
enganosa ou abusiva: 
Pena Detenção de três meses a um ano e multa. 
↳ Incentiva os fornecedores no controle de qualidade e inovações tecnológicas. 
↳ Facilita a defesa do consumidor em juízo: 
 
a) adoção da tecnologia e responsabilidade civil como regra; 
b) estabelece o foro do consumidor como competente para solução de 
conflitos; 
⇘ competência do domicílio do CONSUMIDOR. 
c) interpretação dos contratos de forma mais favorável ao consumidor; 
d) a possibilidade de tutela antecipada nas relações de consumo; 
e) possibilidade da inversão do ônus da prova em favor do consumidor, 
quando há “fumus boni iuris” e hipossuficiência do consumidor 
(principalmente técnica). 
f) a instituição do princípio da SOLIDARIEDADE dos fornecedores dentro 
da cadeia de produção. 
g) impossibilidade de denunciação à lide. 
⇘ ato pelo qual o autor de uma demanda tenta trazer a juízo o 
indivíduo de quem houve coisa ou o direito a fim de defendê-lo contra a 
agressão/ofensa 
⇘ Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo único deste código, a ação 
de regresso poderá ser ajuizada em processo autônomo, facultada a 
possibilidade de prosseguir-se nos mesmos autos, vedada a 
denunciação da lide. 
 
↳ Proibição de “venda casada”. 
 
● Responsabilidade Civil: 
↳ A responsabilidade civil está ligada a reparação de danos que foram 
causados 
↳ A diferença entre vício e defeito: 
 
a) vício: de qualidade e quantidade. 
⇘ Art. 18. Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não 
duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou 
quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a 
que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles 
decorrentes da disparidade, com a indicações constantes do recipiente, 
da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as 
variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a 
substituição das partes viciadas. 
 
b) defeito: quando importa em riso para o a segurança e a saúde do 
consumidor (acidente de consumo). 
 
↳ Tipos de vício ou defeito: 
a) de concepção: erros de projeto ou formulação.⇘ ex: erro no projeto de construção de uma casa. 
 
b) de produção: construção, fabricação, condicionamento, instalação. 
⇘ ex: erro na hora de executar a construção de uma casa. 
⇘ o erro pode ser de concepção E de produção ao mesmo tempo. 
 
c) de informação: informação inadequada ou insuficiente. 
⇘ ex: erro de idade indicada para um brinquedo. 
 
↳ Causas excludentes de responsabilidade do fornecedor de produtos no CDC: 
a) provar que não colocou o produto no mercado; 
b) provar que o defeito não existe. 
c) provar que o fato ocorreu por culpa exclusiva do consumidor ou 
terceiros. 
 
↳ A força maior e o caso fortuito nas relações de consumo. 
⇘ obs: fortuito interno é aquele ligado a atividade do fornecedor. 
 
● Aspectos Gerais do CDC: 
↳ Adoção do princípio da SOLIDARIEDADE dos fornecedores dentro da cadeia 
de produção. 
⇘ Art. 25. É vedada a estipulação contratual de cláusula que impossibilite, 
exonere ou atenue a obrigação de indenizar prevista nesta e nas seções 
anteriores. 
§ 1° Havendo mais de um responsável pela causação do dano, todos 
responderão solidariamente pela reparação prevista nesta e nas seções 
anteriores. 
↳ A venda casada é um procedimento proibido no CDC. 
↳ Sociedades de Economia Mista: se inserem no conceito de fornecedor. 
⇘ exemplos: Petrobrás e Banco de Brasil. 
↳ Empresas Públicas: também se inserem no conceito de fornecedor. 
⇘ exemplo: CEF. 
↳ Autarquias: não se inserem no conceito de fornecedor. 
⇘ exemplos: INSS e FDF. 
↳ O Ministério Público tem legitimidade para propor ações coletivas para 
proteger uma universalidade de consumidores lesados. 
 
● Os Contratos de Consumo: 
↳ Contrato: ajuste de vontades, que dependendo da relação jurídica, pode se 
materializar de forma verbal, por escrito particular ou por escrito público. 
⇘ de consentimento (válido E livre, sem nenhum tipo de vício) de determinado 
objeto. 
↳ O contrato deve ser isonômico, deve ser equilibrado, com os direitos e 
obrigações distribuídos de forma equilibrada entre as partes. (Princípio da 
Isonomia). 
↳ Partes devem ser capazes. 
↳ A forma estabelecida e não proibida em lei 
↳ O objeto deve ser lícito, determinada ou determinável. 
↳ Impera os contrato de adesão: 
a) estipulante: fornecedor. 
b) aderente: consumidor. 
↳ Doutrinariamente há distinção entre de adesão (ADERIR, CONSENTIR) e 
contrato por adesão. 
⇘ o nosso CDC não faz essa distinção. 
⇘ DE adesão: contrato redigido por apenas uma das partes da relação 
jurídica (fornecedor, chamador de ESTIPULANTE) e a outra parte (consumidor, 
chamado de ADERENTE) apenas aceita, sem opção de escolha, ele não pode 
optar por outro fornecedor. 
⇘ POR adesão: contrato que possui as mesmas características (redigido pelo 
fornecedor, acatado pelo consumidor), porém possui uma característica 
marcante: o consumidor TEM o poder de escolha, pode escolher outro 
fornecedor, geralmente, o que é melhor para ele. 
↳ O liberalismo contratual do século XIX (“pacta sunt servanda) foi relativizado 
no CDC (“contrato é lei entre as partes, desde que não conflite com o 
CONDECON”). 
⇘ o contrato é LIVRE, mas se alguma cláusula for de encontro, colidir com 
alguma norma que está estabelecido no CDC, a cláusula em específico ou o 
próprio contrato perderá a sua validade, ou seja, tudo pode desde que não 
conflite com o CDC. 
↳ O contrato de consumo, geralmente, se concretiza verbalmente. 
↳ O CDC preocupou-se com a forma do contrato e com o conteúdo. 
⇘ forma: diz respeito sobre o tamanho a letra (TIPO 6 PARA MAIOR) e a 
disposição das cláusulas (ESPAÇAMENTO ENTRE AS LINHAS), a fim de que os 
consumidores consigam ler a olho nu, já que antigamente os contratos eram 
redigidos com letras tão pequenas que as pessoas eram incapazes de lerem. 
⇘ conteúdo: o que está escrito, ou seja, o contrato deve estar redigido com 
uma linguagem que todos consigam ler, pessoas com alto grau de ensino e 
não, sem palavras rebuscadas, com linguagem clara e acessível 
(TERMINOLOGIA, DEVE-SE EVITAR O JURIDIQUÊS). 
⇘ Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas 
pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor 
de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar 
substancialmente seu conteúdo. 
§ 3o Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e com 
caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho da fonte não será inferior ao 
corpo doze, de modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor. 
⇘ Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais 
relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: 
I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por 
vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou impliquem renúncia ou 
disposição de direitos. Nas relações de consumo entre o fornecedor e o 
consumidor pessoa jurídica, a indenização poderá ser limitada, em situações 
justificáveis; 
II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, nos 
casos previstos neste código; 
III - transfiram responsabilidades a terceiros; 
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o 
consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé 
ou a eqüidade; 
VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor; 
VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem; 
VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro negócio jurídico 
pelo consumidor; 
IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, embora 
obrigando o consumidor; 
X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço de 
maneira unilateral; 
XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem que 
igual direito seja conferido ao consumidor; 
XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua 
obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor; 
XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou a 
qualidade do contrato, após sua celebração; 
XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais; 
XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor; XVI - 
possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias necessárias. 
XVII - condicionem ou limitem de qualquer forma o acesso aos órgãos do 
Poder Judiciário; 
XVIII - estabeleçam prazos de carência em caso de impontualidade das 
prestações mensais ou impeçam o restabelecimento integral dos direitos do 
consumidor e de seus meios de pagamento a partir da purgação da mora ou 
do acordo com os credores; 
↳ Alguns aspectos a serem observados nos contratos do contrato. 
⇘ Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os 
consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento 
prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de 
modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance. 
 
a) “in dubio pró-consumidor”: 
↳ quando a cláusula tiver dupla interpretação, terá a mais favorável ao 
consumidor. 
⇘ Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais 
favorável ao consumidor. 
 
b) o consumidor deve ter prévio conhecimento do contrato. 
⇘ Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não 
obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de 
tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos 
instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de 
seu sentido e alcance. 
 
c) permitida a modificação de cláusulas para onerosidade excessiva. 
⇘ Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam 
prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos 
supervenientes que as tornem excessivamente onerosas; 
 
d) a boa-fé do fornecedor é princípio fundamental. 
⇘ Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo 
o atendimento das necessidades dos consumidores, orespeito à sua 
dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses 
econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a 
transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os 
seguintes princípios: 
III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de 
consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a 
necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a 
viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, 
da Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas 
relações entre consumidores e fornecedores; 
⇘ Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas 
contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: 
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que 
coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam 
incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade; 
 
e) cláusulas limitativas de direito devem ser destacadas. 
⇘ Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido 
aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas 
unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o 
consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu 
conteúdo. 
§ 4° As cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor 
deverão ser redigidas com destaque, permitindo sua imediata e fácil 
compreensão. 
 
f) proteção do consumidor em cláusulas abusivas. 
⇘ Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo 
o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua 
dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses 
econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a 
transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os 
seguintes princípios: 
I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de 
consumo; 
⇘ Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas 
contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: 
I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do 
fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos e serviços ou 
impliquem renúncia ou disposição de direitos. Nas relações de consumo 
entre o fornecedor e o consumidor pessoa jurídica, a indenização 
poderá ser limitada, em situações justificáveis; 
II - subtraiam ao consumidor a opção de reembolso da quantia já paga, 
nos casos previstos neste código; 
III - transfiram responsabilidades a terceiros; 
IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que 
coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam 
incompatíveis com a boa-fé ou a eqüidade; 
VI - estabeleçam inversão do ônus da prova em prejuízo do consumidor; 
VII - determinem a utilização compulsória de arbitragem; 
VIII - imponham representante para concluir ou realizar outro negócio 
jurídico pelo consumidor; 
IX - deixem ao fornecedor a opção de concluir ou não o contrato, 
embora obrigando o consumidor; 
X - permitam ao fornecedor, direta ou indiretamente, variação do preço 
de maneira unilateral; 
XI - autorizem o fornecedor a cancelar o contrato unilateralmente, sem 
que igual direito seja conferido ao consumidor; 
XII - obriguem o consumidor a ressarcir os custos de cobrança de sua 
obrigação, sem que igual direito lhe seja conferido contra o fornecedor; 
XIII - autorizem o fornecedor a modificar unilateralmente o conteúdo ou 
a qualidade do contrato, após sua celebração; 
XIV - infrinjam ou possibilitem a violação de normas ambientais; 
XV - estejam em desacordo com o sistema de proteção ao consumidor; 
XVI - possibilitem a renúncia do direito de indenização por benfeitorias 
necessárias. 
XVII - condicionem ou limitem de qualquer forma o acesso aos órgãos 
do Poder Judiciário; 
XVIII - estabeleçam prazos de carência em caso de impontualidade das 
prestações mensais ou impeçam o restabelecimento integral dos 
direitos do consumidor e de seus meios de pagamento a partir da 
purgação da mora ou do acordo com os credores; 
 
↳ Consequências de uma cláusula absoluta: 
a) a sua nulidade (de pleno direito) e ineficácia; 
b) a sua imprescritibilidade; 
c) o seu reconhecimento “ex officio” (sem provocação das partes) e em 
qualquer grau de jurisdição. 
 
● A Publicidade no CDC: 
↳ A diferença entre publicidade e propaganda. 
a) conceito de publicidade: conjunto de comunicações controladas, 
identificáveis e persuasivas, transmitidas através dos meios de difusão 
com o objetivo de despertar o interesse do consumidor. 
⇘ qualquer meio de divulgar as qualidades de determinado produto ou 
serviço, é o meio do fornecedor divulgá-los, a forma de chegar no 
consumidor, é a “alma” do negócio. 
⇘ a lei não obriga nenhuma empresa a anunciar os seus produtos, mas 
sim que a partir do momento que decidam por esse caminho, devem 
seguir algumas regras estabelecidas pelo CDC. 
⇘ anúncio com finalidade de difusão econômica. 
 
b) conceito de propaganda: é de natureza institucional, visando corrigir 
condutas negativas do consumidor, disseminando uma ideia melhor na 
rotina, na vida das pessoas, dessa forma, não possui um caráter 
econômico. 
⇘ porém, é possível encontrar uma propaganda e uma publicidade 
juntas. 
 
↳ Princípio da vinculação contratual da publicidade. 
⇘ Art. 30. Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada 
por qualquer forma ou meio de comunicação com relação a produtos e 
serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular 
ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado. 
⇘ Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou serviços recusar cumprimento à 
oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e 
à sua livre escolha: 
I - exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, 
apresentação ou publicidade; 
II - aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente; 
III - rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente 
antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos. 
 
↳ PUBLICIDADE ENGANOSA: 
⇘ é a publicidade mentirosa, que engana o consumidor em relação à 
qualidade e quantidade do produto. 
a) por ação ou por omissão. 
⇘ quando a publicidade deixa de informar um fato relevante do produto 
para o consumidor. 
b) enganosa total ou parcial. 
c) anúncio ambíguo. 
d) enganosidade potencial. 
⇘ a publicidade não te enganou, mas poderia ter te enganado. 
e) exagero publicitário. 
 
↳ PUBLICIDADE ABUSIVA: 
⇘ é aquela que utiliza mecanismos condenáveis sob a perspectiva ética e 
moral. 
⇘ o rol do artigo abaixo é meramente enunciativo, exemplificativo. 
⇘ Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva. 
§ 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer 
natureza, a que incite à violência, explore o medo ou a superstição, se 
aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita 
valores ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar 
de forma prejudicial ou perigosa à sua saúde ou segurança. 
a) discriminação. 
b) exploração do medo. 
c) incitação à violência, anti-ambiental. 
↳ O anunciante, na esfera cível, responde objetivamente. 
⇘ o consumidor NÃO precisa provar a CULPA do anunciante pela publicidade 
abusiva, não excluindo a culpa do anunciante. 
↳ A atuação do CONAR (Conselho Nacional de Autorregulamentação 
Publicitária). 
⇘ o CONAR é o órgão que “enxerga” a publicidade, constatando quais são 
abusivas e enganosas e determinando quais devem ser retiradas do ar. 
↳ A Contrapropaganda.

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