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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO CURSO DE PUBLICIDADE E PROPAGANDA AMANDA VALERIA SILVA PUBLICIDADE EM DISPOSITIVOS MÓVEIS: O MOBILE MARKETING NO CENÁRIO RECIFENSE Recife 2013 AMANDA VALERIA SILVA PUBLICIDADE EM DISPOSITIVOS MÓVEIS: O MOBILE MARKETING NO CENÁRIO RECIFENSE Trabalho de Conclusão de Curso em formato de Monografia apresentado ao Centro de Artes e Comunicação como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Publicidade e Propaganda. Orientador: Prof. André Vicente R. T. Vouga. Recife 2013 AMANDA VALERIA SILVA PUBLICIDADE EM DISPOSITIVOS MÓVEIS: O MOBILE MARKETING NO CENÁRIO RECIFENSE Esta Monografia foi submetida à Coordenação do Curso de Publicidade e Propaganda, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Bacharel em Publicidade e Propaganda, outorgado pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE e encontra-se à disposição dos interessados na Biblioteca da referida Universidade. A citação de qualquer trecho deste trabalho é permitida, desde que feita de acordo com as normas de ética científica. Data da aprovação ____/____/_____ BANCA EXAMINADORA __________________________________________________ Prof. André Vicente Reina Torres Vouga (Orientador) Universidade Federal de Pernambuco - UFPE __________________________________________________ Prof. Rogério Luiz Covaleski (Membro Interno) Universidade Federal de Pernambuco - UFPE __________________________________________________ Karina Rocha da Silva (Membro Externo) Faculdade Boa Viagem - FBV AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus e minha família que sempre me deu amor e apoio necessários em cada passo dessa jornada. Ao meu orientador André Vouga que me prestou incomensurável apoio em todas as etapas do projeto, estando sempre disponível e disposto a compartilhar experiências. A todos os profissionais que gentilmente cederam seu tempo e contribuíram com informações que foram fundamentais para a execução do trabalho Aos meus colegas que direta ou indiretamente me ajudaram a alcançar mais essa meta. RESUMO O presente estudo pretende analisar o panorama do mobile marketing, com foco no cenário local. Foram abordados alguns conceitos fundamentais para a compreensão da atual reconfiguração comunicacional, bem como informações provenientes de pesquisas que versam sobre as transformações do contexto de consumo. Devido à proeminência do estado no âmbito tecnológico, buscou- se verificar o grau de aproveitamento dessas potencialidades pelo mercado de comunicação local. A partir dos dados obtidos, oriundos de entrevistas abertas com profissionais de comunicação e Tecnologia da Informação, é proposta uma reflexão sobre o nível de integração e interação entre esses setores. Palavras-chaves: mobile marketing, comunicação, internet, tecnologia da informação, integração. ABSTRACT The following study intends to reflect about the panorama of mobile marketing, more specifically the local scenery. Some fundamental concepts to understand the current communicational reconfiguration were discussed, as well the informations from researchs which comments about the transformations in the perspective of consumption. Due to a prominence of Pernambuco in the field of technology, we attempted to verify the degree of utilization of its potential by local communication market. From the data obtained from the interviews with Communication and Information Technology professionals, a reflection about the level of integration and interaction between these areas is made. Keywords: mobile marketing, communication, internet, Information Technology, integration SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................... 9 1. Contextualização do objeto de estudo ......................................................... 12 2. Reconfiguração das mídias .......................................................................... 15 3. Convergência midiática, Inteligência coletiva e cultura participativa ............ 17 3.1 Interseção entre publicidade e entretenimento - Uma convergência mercadológica .......................................................................................... 20 4. METODOLOGIA .......................................................................................... 22 5. Penetração e alcance da Internet ................................................................. 29 5.1 Mercado Mobile e Publicidade em dispositivos móveis ....................... 36 5.2 M-Commerce ...................................................................................... 37 5.3 Aplicativos .......................................................................................... 39 5.4 Web Advertising .................................................................................. 39 5.5 Pesquisas via Mobile .......................................................................... 40 5.6 Qr codes ............................................................................................. 42 6. RESULTADOS E ANÁLISES ....................................................................... 42 6.1 Coleta dos dados ................................................................................ 42 Quadro 1 – Profissionais de comunicação ....................................................... 43 Quadro 2 – Profissionais de empresas de T.I ................................................. 43 7. ANÁLISE DAS ENTREVISTAS ................................................................... 44 7.1 PROFISSIONAIS DA ÁREA DE COMUNICAÇÃO ..................................... 45 7.1.1 Concepção de custos em investimentos digitais .............................. 45 7.1.2 Aspectos do comportamento local e externo .................................... 46 7.1.3 Perspectivas em mídias tradicionais e online ................................... 48 7.1.4 Percepção da integração entre agências de comunicação e clusters de T.I.......................................................................................................... 49 7.2 PROFISSIONAIS DA ÁREA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ......... 7.2.1 Comparação entre comportamento local e externo ........................... 51 7.2.2 Perspectivas gerais e peculiaridades do setor .................................. 53 7.2.3 Percepção da integração entre agências de comunicação e clusters de T.I.......................................................................................................... 54 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 57 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 60 APÊNDICES ..................................................................................................... 63 APÊNDICE A – MODELO DA ENTREVISTA PROFISSIONAIS DE COMUNICAÇÃO ..............................................................................................64 APÊNDICE B – MODELO DA ENTREVISTA PROFISSIONAIS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ................................................................... 65 ANEXOS .......................................................................................................... 66 Anexo 1 ............................................................................................................ 66 Anexo 2 ............................................................................................................ 73 Anexo 3 ............................................................................................................ 76 Anexo 4 ............................................................................................................ 80 Anexo 5 ............................................................................................................ 83 Anexo 6 ........................................................................................................... 87 Anexo 7 ............................................................................................................ 90 Anexo 8 ............................................................................................................ 93 Anexo 9 ............................................................................................................ 95 Anexo 10 .......................................................................................................... 99 LISTA DE FIGURAS, GRÁFICOS E QUADROS FIGURA 1 GRÁFICO DE USUÁRIOS COM ACESSO À INTERNET POR 100 HABITANTES ......................................................................................................................... 29 FIGURA 2 INFOGRÁFICO COM PORCENTAGEM DE USUÁRIOS MÓVEIS NO MUNDO ... 31 FIGURA 3 INFOGRÁFICO COM PROJEÇÃO DE USUÁRIOS DE INTERNET MÓVEL E COMPUTADORES DE MESA. ............................................................................... 31 FIGURA 4 INFOGRÁFICO COM PERFIL E HÁBITOS DE CONSUMO NO BRASIL ........... 34 FIGURA 5 INFOGRÁFICO COM PERFIL DOS ENTREVISTADOS NO BRASIL ................ 35 FIGURA 6 INFOGRÁFICO SOBRE O USO DO SMARTPHONE NO BRASIL .................... 36 FIGURA 7 INFOGRÁFICO SOBRE CONSUMIDORES E MOBILE MARKETING .............. 38 FIGURA 8 INFOGRÁFICO SOBRE COMPRAS EM SMARTPHONES ........................... 39 FIGURA 9 INFOGRÁFICO SOBRE PESQUISA EM SMARTPHONES ............................. 41 FIGURA 10 INFOGRÁFICO SOBRE DISTRIBUIÇÃO DE INVESTIMENTOS EM ANÚNCIOS MÓVEIS .............................................................................................................. 42 10 INTRODUÇÃO A evolução dos dispositivos tecnológicos nos mais diversos âmbitos vem transformando as relações entre as pessoas e o espaço urbano. A atual configuração comunicacional nos coloca em meio a novos paradigmas que reconstroem as dinâmicas de interação e sociabilidade. As tecnologias sem fio proporcionam o acesso à informação de forma ubíqua e permanente. Esse cenário se traduz na dinâmica das ações de marketing que gradualmente focam na mobilidade da informação. No que concerne à publicidade, a consolidação da internet como meio receptivo para os anunciantes tem remetido a estratégias distintas para atingir o público-alvo. E as ações desenvolvidas para os suportes móveis correspondem aos desdobramentos provenientes da web. O acesso aos smartphones vem crescendo exponencialmente e o mobile marketing já alcança status de consolidação, atraindo cada vez mais investimentos. Estatísticas apontam que em 2014 o acesso móvel à internet ultrapassará o acesso pelo desktop1. Esse cenário envolve competências complexas e ainda pouco disponíveis. Podemos destacar questões concernentes à viabilidade de projetos técnicos na área de T.I e os aspectos criativos que causam interesse e mobilização do target,2 provenientes de ações de comunicação. Dada à pujança já demonstrada pelo setor de tecnologia da informação no estado de Pernambuco, por sediar um cluster tecnológico de renome internacional, cabe indagar se há a devida exploração dessas potencialidades pelo mercado publicitário recifense. Dentre diversas formas de aclarar essas questões, uma das possibilidades seria discutir o grau de integração das agências de comunicação com esses fornecedores localmente disponíveis. Pretende-se no presente trabalho de pesquisa, mapear os padrões correntes 1 Disponível em <http://www.martha.com.br/as-top-3-tendencias-de-marketing-para-2013/> Acesso em 21 ago de 2013. 2 Público-alvo 11 da integração entre áreas de tecnologia e comunicação, a partir de discussões relacionadas às percepções de negócio desses profissionais. As entrevistas abertas indagarão sobre a prática dos anunciantes, priorizando aspectos de seu comportamento e visão de mercado. Também serão abarcados pontos sobre motivações e estratégias utilizadas pelos entrevistados em suas ações. Finalmente será verificado o nível de integração e inter-relação entre os dois campos Propomos, assim, um estudo que, com base em aportes teóricos e utilizando- se da obtenção e cruzamento de dados, possa apontar traços desse contexto mercadológico. Está presente, contudo, a consciência das limitações do que pode ser extraído de um pequeno número de entrevistas com caráter exploratório e que, por seu escopo tende a não abranger uma gama muito extensa de aspectos. De qualquer forma, acreditamos na possibilidade da abertura, aqui, de discussões de evidente interesse para o momento vivido pelo setor publicitário da região. 12 1. Contextualização do objeto de estudo Para melhor compreender os fenômenos acerca da mobilidade da informação através dos dispositivos móveis, faz-se necessário remontar ao surgimento da web e seu impacto no contexto comunicacional e de consumo. Inicialmente os sites eram muito simples com relação à forma, dotados de pequenos textos e poucas imagens, no entanto, apenas os webdesigners possuíam expertise para formatá-los. A partir de 1999, com a criação de ferramentas de auxílio aos usuários, como o Geocities e o Blogger, a edição tornou-se um pouco mais acessível (BOQUIMPANI, 2009). A publicidade foi-se apropriando de recursos digitais para promover alguns serviços e produtos. A partir da década passada disponibilizou-se no mercado a internet móvel. No início havia uma adaptação do tráfego de internet ao sinal da rede de celulares, posteriormente foram se instituindo formas de trânsito de dados dedicadas, que seguem evoluindo, chegando hoje a sua terceira e quarta gerações (3G e 4G). A mobilidade, nesse sentido, surge como um desdobramento da possibilidade de conexão e interação oferecida pelo advento da internet, que constitui a base material para a expansão da lógica de redes, como uma forma de organização social. Castells comenta esse aspecto: "Redes são estruturas abertas capazes de expandir de forma ilimitada, integrando novos nós desde que consigam comunicar-se dentro da rede, ou seja, desde que compartilhem os mesmos códigos de comunicação (por exemplo, valores ou objetivos de desempenho). Uma estrutura social com base em redes é um sistema aberto altamente dinâmico suscetível de inovação sem ameaças ao seu equilíbrio." (CASTELLS, 1999, pag. 499) Esse autor ressalta, desse modo, o papel agregador que as tecnologias da informação e comunicação (TIC)exercem, formando um novo paradigma sociotécnico, possibilitado pela sociedade em rede. 13 Devido ao desenvolvimento das TIC´s, ocorre a convergência das mídias, que torna possível que os mesmos conteúdos possuam uma inédita capacidade de circular por diferentes meios, os quais também podem ser unidos em uma única plataforma. Esse fenômeno possibilita principalmente a integração dos meios de comunicação que mesclam suas características em novas configurações. “Por convergência refiro-me ao fluxo de conteúdos através de múltiplos suportes midiáticos, à cooperação entre múltiplos mercados midiáticos e ao comportamento migratório dos públicos dos meios de comunicação, que vão a quase qualquer parte em busca das experiências de entretenimento que desejam. Convergência é uma palavra que consegue definir transformações tecnológicas, mercadológicas, culturais e sociais, dependendo de quem está falando e do que imaginam estar falando.”(JENKINS,2008,pag. 27) Nesse sentido, cabe aos estudos comunicacionais atuais estudar as narrativas em suas formas transmidiáticas correntes extrapolando as questões meramente tecnológicas, visto que vivenciamos o desenvolvimento de uma mudança cultural em relação ao novo consumidor, à medida que é continuamente incentivado a buscar informações e realizar conexões em diferentes conteúdos de mídia. As transformações no posicionamento do internauta decorrem de sua maior conscientização quanto à apropriação da informação e aumento do potencial comunicativo, principalmente através do controle das mídias. O maior poder que espectador dispõe na interação e produção de conteúdo bem como suas novas potencialidades de agrupamento em comunidades são analisados por LEVY (1998, apud JENKINS, 2008) em conceitos por ele nomeados como comunidades de conhecimento e inteligência coletiva. Em suas elaborações, ele enfatiza a capacidade das comunidades virtuais em alavancar uma expertise combinada de seus membros, atestando a impossibilidade de um único ser humano ou grupo de pessoas dominar todo o conhecimento e todas as habilidades. 14 No âmbito mercadológico, essas mudanças de paradigmas interferem nos modelos tradicionais de negócio, configurando um panorama no qual o consumidor tende a ser mais exigente e seletivo em suas escolhas, como também pautando as mensagens para ele direcionadas. A chave para entender a mudança é a transferência de poder: de quem faz e distribui os produtos de entretenimento para quem os consome. Em outras palavras, o poder está migrando dos estúdios de cinema, das redes de televisão, das gravadoras e das agências de propaganda para o sujeito no sofá com o controle remoto, ou para a mulher que compra uma entrada de cinema no multiplex do seu bairro, ou para o adolescente que baixa músicas na internet. O consumidor ganhou poder e liberdade.(DONATON, 2007, p. 25) Sabe-se que são diversas as possibilidades de alcançar o consumidor através de estratégias distintas e são infinitas as formas de compartilhamento do conhecimento, potencializados pelo desenvolvimento continuado de novos sistemas e plataformas. Analisando o grau de mudança e as incertezas dele decorrentes visualiza-se um objeto passível de análise, no qual há espaço para discussão de fenômenos midiáticos, bem como reflexão acerca das transformações paradigmáticas discutidas durante a elaboração desse estudo. . 15 2. Reconfiguração das mídias Os meios de comunicação de massa emergem no século XV, com o advento dos tipos móveis de imprensa introduzidos por Gutenberg. À época somente uma elite bastante restrita tinha acesso aos meios, de modo que o efeito disseminador dos veículos de mídia era bastante reduzido e o alcance não possuía um efeito tão eficaz nas camadas mais populares. A partir da segunda metade do século XIX, com a Revolução Industrial, observou-se a criação de condições estruturais para que a cultura de massa pudesse emergir, sobretudo através do modo de produção capitalista e na padronização de bens de consumo. Durante muito tempo, as mídias massivas predominaram dentre os veículos de comunicação, configurando um fluxo unidirecional no qual não há muita possibilidade de interação com o público. Se na cidade industrial os meios de massa configuram o espaço urbano, na cibercidade contemporânea ocorre o desenvolvimento de relação estreita entre mídias com funções massivas e as mídias digitais com novas funções pós- massivas (LEMOS, 2007). O autor diferencia com mais precisão as diferenças entre as funções: Por função massiva compreendemos um fluxo centralizado de informação, com o controle editorial do pólo da emissão, por grandes empresas em processo de competição entre si, já que são financiadas pela publicidade (...). As mídias de função pós-massiva, por sua vez, funcionam a partir de redes telemáticas em que qualquer um pode produzir informação, «liberando» o pólo da emissão, sem necessariamente haver empresas e conglomerados econômicos por trás. (LEMOS, 2007, p.125) A quebra de paradigma do emissor da informação é o fator primordial dentro desse contexto comunicacional, se antes falávamos de espectadores, que em parte, eram passivos, nos referimos agora a atores – no sentido de ação e não da representação de personagens – através de uma malha telemática que permite uma troca de mensagens em mais de uma direção. (OLIVEIRA, 2009, pg.4) 16 A emergência da Cibercultura transforma a natureza das relações dos homens com a tecnologia dentro do “ciberespaço”, meio de comunicação que se origina da interconexão mundial de computadores (LEVY apud OLIVEIRA, 2011). Na Cibercultura, o homem possui autonomia e espaço de inclusão para gerar conteúdo e expressar ideias, principalmente a partir da propagação de computadores domésticos. O indivíduo comum, a partir das mídias pós-massivas, pôde intervir na customização, produção e disseminação de informações com menos controle por parte de empresas ou concessões do Estado. A presente configuração comunicacional, no entanto, permite uma maior complexificação entre a rígida diferenciação dos meios em função dos dispositivos. Existem mídias digitais funcionando como meios massivos e mídias analógicas com funções pós-massivas. A utilização desse expediente pode ser remetida ao que Bolter & Grusin(1999) denominavam de remediação, a qual sugere a não eliminação de uma tecnologia por outra subsequente. O novo meio não elimina o anterior, mas o incorpora em suas formas (mediando novamente as antigas mídias). Há dessa maneira, programas de rádio que utilizam postagens do Twitter3, jornais que fazem uso de blogs, bem como programas de televisão que remetem à internet por meio de perguntas e comentários dos internautas. A reestruturação do espaço informacional corrobora a transformação decorrente desses processos pós-massivos que permitem a circulação da informação que anteriormente era confinada em espaços de baixo alcance 3 O Twitter é uma rede social e servidor para microblogging, que permite aos usuários enviar e receber atualizações pessoais de outros contatos (em textos de até 140 caracteres, conhecidos como "tweets"). Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Twitter>. Acesso em16 de out. de 2012. 17 3. Convergência midiática, Inteligência coletiva e cultura participativa No final da década passada, o estouro da bolha pontocom representou o fim do debate acerca do paradigma da revolução digital. No auge da euforiaanterior reinava a impressão de que os novos meios de comunicação digital mudariam tudo e que tradicionais veículos como rádio e televisão seriam aniquilados. Para George Gilder (apud JENKINS, 2008) teórico que incorporava o espírito da época, o computador não havia vindo para transformar a cultura de massa, mas para destruí-la. (JENKINS, 2008). O tempo provou que os adeptos dessa corrente estavam equivocados, mas de fato, o ambiente midiático passou por uma reconfiguração em seus moldes. Hoje a convergência é o novo ponto de referência, já que o futuro das configurações atuais das indústrias de entretenimento parece incerto e a interação entre novas e antigas mídias tendem a se complexificar. O cientista político Ithiel de Sola Pool foi provavelmente o primeiro autor a delinear o conceito de convergência como “um poder de transformação dentro das indústrias midiáticas” (JENKINS, 2006, p. 35): Um processo chamado “convergência de modos” está tornando imprecisas as fronteiras entre os meios de comunicação, mesmo entre as comunicações ponto a ponto, tais como o correio, o telefone e o telégrafo, e as comunicações de massa, como a imprensa, o rádio e a televisão. Um único meio físico – sejam fios, cabos ou ondas – pode transportar serviços que no passado eram oferecidos separadamente. De modo inverso, um serviço que no passado era oferecido por um único meio – seja a radiodifusão, a imprensa ou a telefonia – agora pode ser oferecido de várias formas físicas diferentes. Assim, a relação um a um que existia entre um meio de comunicação e seu uso está se corroendo (POOL,apud JENKINS, 2006:35). Essa citação de Pool, que data de 1986, demonstra o desenvolvimento inicial da convergência atrelada à tecnologia que, mesmo antes da intensificação do uso de dispositivos móveis, já possibilitava o fluxo de conteúdos em um único meio e a oferta de uma função por diversos suportes midiáticos. 18 Segundo Pavlík (2000:140), a nova mídia é resultado de uma convergência de vários elementos, visto que “Nós definimos new media (nova mídia) como a convergência entre computadores, telecomunicações e os meios tradicionais de comunicação. O resultado desta “mistura digital” online incluí a Internet…”. Convém ressaltar que o que Pavlík denominou de new media está mais próximo do que é compreendido como convergência midiática, pois indica uma interação entre os meios. Para Santaella (2004) o fenômeno da convergência surge após a digitalização de dados, ou seja, a transformação das fontes de informação em códigos binários e sua posterior tradução em dispositivos compatíveis com esse sistema de leitura. O desenvolvimento da evolução digital permitiu um rápido avanço dos suportes midiáticos, fato que constitui um fator significativo para a autora: Foram assim fundidas, em um único setor do todo digital, as quatro formas da comunicação humana: o documento escrito (imprensa, magazine, livro); o áudio - visual (televisão, vídeo, cinema), as telecomunicações (telefone, satélites, cabo) e a informática (computadores, programas informáticos). É esse processo que tem sido referido pela expressão ‘convergência das mídias’. (SANTAELLA, apud BITTENCOURT, 2009, p.5). Ademais da competência tecnológica que propicia o diálogo entre os meios, há o interesse de interação por parte da sociedade, ao manifestar pensamentos, criações e interpretações, assumindo assim o controle das mídias. A convergência, nesse sentido, ocorre nas mentes dos consumidores e reporta a uma modificação cultural propiciada pela interação entre as pessoas. Jenkins em referência ao teórico Pierre Levy utiliza o conceito de inteligência coletiva, que consiste em uma “inteligência distribuída por toda parte, incessantemente valorizada, coordenada em tempo real, que resulta em uma mobilização efetiva das competências” (LEVY, apud JENKINS, 2007). A capacidade de combinar conhecimentos coletivamente é o aspecto mais enfatizado por Jenkins, por permitir a associação de recursos e habilidades voltadas nesse caso para o aspecto do consumo. Apesar do rompimento de 19 antigas formas de comunidade social e do enfraquecimento dos laços familiares, segundo o autor, novas formas de comunidade estão surgindo de acordo com os interesses dos participantes, sendo mantidas por contínua troca de conhecimento e produção mútua. Essa “produção coletiva de significados” (JENKINS, 2008.p.28) tende a modificar diversas instâncias da nossa sociedade, como a educação, o direito e a política. A circulação de informações em variados suportes e meios combinada ao processo coletivo de conteúdo colaboram para a propagação do conhecimento, uma vez que, permite um aumento exponencial de pessoas envolvidas. A possibilidade de acesso aos universos de informações e ideias criados na convergência e a interação permitida pelas tecnologias das novas mídias forma, além da inteligência coletiva, uma inteligência distribuída (BEIGUELMAN, 2010 apud FACCION, 2012). O conceito de cultura participativa embora bastante interligado ao de inteligência coletiva denota um incipiente e complexo sistema de participação do usuário/consumidor em um cenário midiático que, até pouco tempo era predominantemente dominado por grandes corporações. No lugar de falar sobre produtores e consumidores de mídia como integrantes separados no contexto comunicacional, podemos agora considerá-los como participantes interagindo em um novo conjunto de regras que ainda não é entendido por todos. (JENKINS,2008.p.28) O empoderamento dos consumidores, facilitado pelo acesso aos dispositivos tecnológicos, constituiu um cenário em que o sujeito, anteriormente considerado a ponta de uma cadeia produtiva, se tornasse o protagonista do processo de comunicação. Para muitos, esse novo sujeito é ativo, questionador e disseminador. Ele se engaja em causas de seu interesse, como também compartilha conteúdos concernentes com seu ponto de vista. A multiface desse personagem põe em xeque hierarquias e fronteiras, antes claramente estabelecidas, entre produtores e consumidores, e tem ocupado o 20 imaginário de profissionais que ainda não sabem lidar totalmente com esse novo processo. Esse fenômeno tem modificado os modelos de consumo e circulação de bens culturais, como consequência, assistimos às tentativas dos conglomerados de mídia em criar novas modalidades de negócios, estratégias de mercado que sejam lucrativas e proporcionem o engajamento do consumidor de modo ainda mais imersivo em seus bens simbólicos. (MAZETTI, 2009) 3.1 Interseção entre publicidade e entretenimento - Uma convergência mercadológica As novas dinâmicas que transformaram de modo irreversível a configuração do espaço e das práticas sociais, também afetaram as grandes indústrias. Diante da ineficácia dos modelos tradicionais que não mais supriam as necessidades do novo consumidor, essas corporações viram-se obrigadas a dar respostas criativas em consonância com o ambiente comunicacional vigente. O aumento na autonomia para produção e seleção de conteúdo pelo público propiciou uma elevada procura pelo entretenimento e informação segmentada, o que aponta para o caminho que até o momento vem sendo seguido pelos modelos de gerenciamento das empresas comerciais. As indústrias de propaganda buscam cada vez mais formas de aliar lazer e conteúdo a mensagens de cunho publicitário, utilizando uma linguagem convidativa à interação e colaboração. Em vista do redesenho do sistema publicitário, “a interação entre processos persuasivos e a linguagem lúdica indica a redefinição de uma das dominantes quedistinguem a publicidade.” (NAKAGAWA, 2007). Scott Donaton, especialista sobre o tema, cunhou o termo Madison & Vine que faz alusão às ruas Madison em Nova York, notável centro publicitário dos Estados Unidos, e Vine, em Los Angeles, simbolizando a indústria 21 cinematográfica do entretenimento. A união desses ícones representa uma promissora estratégia para conquista e fidelização dos consumidores. O nome Madison & Vine é uma rica descrição dessa interseção de conteúdo (programas de TV, filmes, música, videogames, entre outros) e de comércio (representado pela propaganda)... O que está em jogo não é nada menos que a reinvenção do negócio da comunicação do marketing, e para isso é necessária uma mudança total de mentalidade, de um modelo baseado na intrusão a um modelo estruturado no convite e na sedução do consumidor. (DONATON, 2007, p.21) Para o autor, essa mudança de poder proporciona modificações na definição, criação, distribuição e consumo da comunicação do marketing, o que vai construir novas marcas, mas destruirá outras, já que a sobrevivência das mesmas dependerá do grau de abertura à interação do consumidor. Na ótica de Donaton e Jenkins, o consumidor é concebido como um ator participante no processo do consumo e entender essa questão é primordial para construção de modelos econômicos que atendam a essa nova demanda. A chave para entender a mudança é a transferência de poder: de quem faz e distribui os produtos de entretenimento para quem os consome. Em outras palavras, o poder está migrando dos estúdios de cinema, das redes de televisão, das gravadoras e das agências de propaganda para o sujeito no sofá com o controle remoto, ou para a mulher que compra uma entrada de cinema no multiplex de seu bairro, ou para o adolescente que baixa música na internet. O consumidor ganhou poder e liberdade (DONATON, 2007 p. 25). 22 4. METODOLOGIA Muniz e Octavian (2003, p.22) definem o processo metodológico como “o conjunto de instrumentos que deverão ser utilizados na investigação e que tem por finalidade encontrar o caminho mais racional para atingir os objetivos propostos”. Para o desenvolvimento do estudo, a ferramenta metodológica escolhida foi a pesquisa exploratória. Tal procedimento apresenta um caráter qualitativo e contextual, e se justifica principalmente pela escassez de informações acerca de um objeto que, por sua natureza incipiente possui pouco material bibliográfico. (...) a pesquisa exploratória visa prover o pesquisador de um maior conhecimento sobre o tema ou problema de pesquisa em perspectiva. Por isso, é apropriada para os primeiros estágios da investigação quando a familiaridade, o conhecimento e a compreensão do fenômeno por parte do pesquisador são, geralmente, insuficientes ou inexistentes. (MATTAR, 1997, p. 80). GIL (2002, apud CARVALHO, 2009) corrobora a afirmação, ao comentar sobre o tipo exploratório “Estas pesquisas têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições.” Por esse motivo, esse tipo é apropriado para os estágios iniciais da investigação quando a familiaridade, o conhecimento e a compreensão do fenômeno por parte do pesquisador são, em sua maior parte, insuficientes ou inexistentes. Para Santos (1991, apud Révillion, 2001) o uso desse expediente é “o contato inicial com o tema a ser analisado, com os sujeitos a serem investigados e com as fontes secundárias disponíveis.” Desse modo, o pesquisador deve ter uma atitude receptiva às informações e dados da realidade social, ademais de uma postura flexível e não formalizada. Nickels e Wood (1999, p. 91) comentam a finalidade dessa pesquisa com um maior enfoque na área de Marketing, 23 Um tipo de pesquisa preliminar projetada para mostrar de forma mais completa a natureza do problema e da situação atual e apontar o caminho para pesquisas futuras. A pesquisa exploratória pode incluir conversas com especialistas na área em questão e a verificação de bancos de dados de Marketing disponíveis ou fontes externas para informação a respeito de problemas similares (NICKELS e WOOD, 1999, p. 91). Acrescenta-se ainda, o que Révillion aponta de uma forma geral, como os principais objetivos do uso da pesquisa exploratória (Mattar, 1994; Malhotra, 1993; Sampieri et al., 1991): Familiarizar e elevar a compreensão de um problema de pesquisa em perspectiva; Ajudar no desenvolvimento ou criação de hipóteses explicativas de fatos a serem verificados numa pesquisa causal. Auxiliar na determinação de variáveis a serem consideradas num problema de pesquisa; Verificar se pesquisas semelhantes já foram realizadas, quais os métodos utilizados e quais os resultados obtidos, determinar tendências, identificar relações potenciais entre variáveis e estabelecer rumos para investigações posteriores mais rigorosas; Investigar problemas do comportamento humano, identificar conceitos ou variáveis e sugerir hipóteses verificáveis. Em relação à usual classificação das pesquisas, a exploratória adequa-se mais ao objetivo do trabalho, visto que não tem a intenção de descrever as características acerca do fenômeno – próprias da pesquisa descritiva – principalmente por ainda não possuir embasamento rigidamente instituído sobre o assunto. Também não almeja a identificação dos fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos – relativa à pesquisa explicativa – pois requer um elevado grau de detalhamento e descrição do objeto de estudo. Sampieri (1991, p.60) afirma que os estudos exploratórios raramente constituem um fim em si mesmos: 24 Eles se caracterizam por serem mais flexíveis em sua metodologia em comparação com os estudos descritivos ou explicativos, e são mais amplos e dispersos que estes dois últimos tipos (por exemplo, buscam observar tantas manifestações do fenômeno estudado quanto for possível). O planejamento do método exploratório possui caráter bastante flexível e intuitivo, possibilitando assim a consideração de diversos aspectos e fatores, que por não estarem hermeticamente constituídos podem revelar percepções e conhecimentos inéditos. Essa característica se aplica ao estudo em questão, já que permite obter maior visão sobre o cenário local. Embora mais adequada ao objetivo do trabalho em questão, existem algumas limitações que merecem ser discutidas. A primeira diz respeito à baixa quantidade de dados e pesquisas que retratem a realidade local, de modo que as informações sobre o âmbito tecnológico e publicitário estão dispersos na rede, dificultando assim uma visão mais ampliada do cenário recifense. Apesar dos esforços para prover um maior conhecimento sobre esses setores, outros aspectos serão menos apreciados, devido à impossibilidade de abranger todo o panorama local. Outra limitação refere-se ao difícil acesso aos especialistas da área, que por suas rotinas atribuladas, não possuem muita disponibilidade para serem entrevistados. Por esse motivo, em vez da entrevista com os profissionais de três agências vencedoras do Prêmio Pernambuco de Propaganda (no meio internet, em 2011) e do acesso a três dirigentes da área de T.I – como dito no anteprojeto – o meio mais viável encontrado foi a aplicação de questionários abertos, para alguns profissionais de marketing e comunicação bem como profissionais de T.I ligados às novas mídias que, claro,estivessem acessíveis para a pesquisa, por meio de entrevista pessoal, e-mail ou Skype. A partir do pressuposto inerente de encontrar hipóteses de investigação e da flexibilização características do estudo, os expedientes escolhidos para serem empregados são: o levantamento em fontes secundárias, análises quantitativas, e survey. 25 Em relação aos dados secundários, Churchill e Peter (2000, apud FERRAZ e AYRES, 2009) explanam que os pesquisadores podem obter as informações necessárias – ou, pelo menos, estreitar o âmbito da procura – usando dados coletados para alguma outra finalidade. O governo e as organizações empresariais configuram-se como as principais fontes externas de dados secundários; São aqueles dados que não foram coletados para o estudo imediato em mãos, mas para algum outro fim. Nickels e Wood (1999, p. 93) reiteram a finalidade dos dados secundários: São dados e números que já foram colhidos para um outro propósito. Tais materiais disponíveis são um bom lugar para se começar quando se está buscando uma descrição de um novo mercado ou segmento de consumidores, ou quando você precisa de informações para formar uma hipótese. Os dados secundários também podem dar idéias valiosas a respeito da natureza ou extensão do problema, áreas para pesquisa futura e possíveis soluções. (NICKELS e WOOD, 1999, p. 92). Para conhecimento do cenário local, faz-se necessária a coleta dessas informações secundárias de viés principalmente econômico, ligada ao crescimento e faturamento do mercado mobile no país. Esses dados são baseados em consultas bibliográficas e estatísticas, de forma a colher os dados mais relevantes e pertinentes ao estudo. As análises quantitativas, por sua vez têm o objetivo de evidenciar os elementos significativos e dados estruturados, em forma de números, percentuais e gráficos, oriundos das coletas, possibilitando assim uma melhor compreensão do cenário em questão. Para Freitas e Janissek (2000, apud Viera e Tibola, 2005) “a análise quantitativa procura quantificar os dados e aplica-se alguma forma da análise estatística para tratamento dos dados”. Dentro do método de pesquisa quantitativo, o survey mostrou-se mais apropriado ao estudo, no entanto, aspectos de outros métodos de forma combinada – o multimétodo – podem ser utilizados para tentar abarcar a complexidade e especificidades do trabalho. 26 A pesquisa survey pode ser definida como “a obtenção de dados ou informações sobre características, ações ou opiniões de um determinado grupo de pessoas, indicado como representante de uma população alvo, por meio de um instrumento de pesquisa, normalmente um questionário” (TANUR apud FREITAS et al., 2000: 105) Conforme Gil, essa pesquisa é caracterizada pela: interrogação direta das pessoas, cujo comportamento se deseja conhecer. Solicita-se informações a um grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado para, em seguida, mediante análise quantitativa, obter as conclusões correspondentes dos dados coletados (GIL, 1999, p. 70). Ao tentar entender um pouco do comportamento de um determinado grupo, pode-se observá-lo em sua realidade e indagar aos entrevistados o que pensam ou fazem em relação ao objeto do estudo. Para Günther (2003, p.2) deve-se ater ao objetivo conceitual da pesquisa e o grupo a ser estudado, por exemplo, ao estudar as formas do uso de dispositivos móveis para grupos de jovens de 20 a 35 anos, finalidades do uso seriam “o conceito” e os grupos de jovens, a “população alvo”, analisando, pois, as principais atividades – fins do uso desses suportes, o perfil psicográfico e socioeconômico dos jovens, entre outros aspectos. A utilização desse método é recomendada quando: Se deseja responder questões do tipo “o que?, porque?, como? e quanto?”, ou seja quando o foco do interesse é sobre “o que está acontecendo, ou como e por que isso está acontecendo”; Não se tem interesse ou não é possível controlar as variáveis dependentes e independentes; O ambiente natural é a melhor situação para estudar o fenômeno de interesse; O objeto de interesse ocorre no presente ou no passado recente; 27 Dillman e Fowler apud Pinsonneault e Kraemer (1993) indicam três elementos principais na avaliação de uma pesquisa survey: desenho de pesquisa, amostragem e coleta de dados. Dessa forma, de acordo com o objetivo da pesquisa deve-se determinar sua forma, aplicação, população—alvo e tamanho da amostra. Para Gil (1989), Amostra refere-se “refere-se ao subconjunto do universo ou da população, por meio do qual se estabelecem ou se estimam as características desse universo ou população [...].” No caso do trabalho em questão, o tipo de amostragem escolhido foi a não aleatória, utilizada quando o pesquisador escolhe o elemento mais pertinente, intencionalmente, por representar um grupo específico com uma característica que representa a população-alvo ou por outro motivo que julgue principal. A escolha do desenho da pesquisa permite a resolução das perguntas de investigação e a aplicação das mesmas ao contexto do estudo. Para SAMPIERI et al. (1997), o desenho chama a atenção do investigador para o que este pode fazer para alcançar seus objetivos. A denominação desenho refere-se à estratégia escolhida, no nosso caso, a survey corte-tranversal ou inter-seccional (amostras coletadas em um só momento, onde se pretende descrever e analisar as variáveis em um dado momento) foi considerada a mais conveniente. Dentre os vários instrumentos para a realização da pesquisa survey, o questionário foi o expediente escolhido, que de acordo com a disponibilidade do entrevistado poderá ser aplicado, ou não, na forma de entrevista. Na elaboração de questionários, alguns cuidados devem ser tomados (Gil, 1991; Perrien, Cheron & Zins, 1984): Somente questões relacionadas ao problema devem ser incluídas; O número de perguntas deve ser limitado; O respondente não deve se sentir incomodado ou constrangido para responder as questões; As questões devem ser redigidas de forma clara e precisa, considerando o nível de Informação dos respondentes; 28 As questões devem possibilitar uma única interpretação e conter uma única ideia; Dentre os tipos mais comumente utilizados, foi escolhido, o não estruturado, no qual o respondente sabe qual é o objetivo da pesquisa, e utiliza-se principalmente questões abertas. As principais vantagens do uso do questionário (MARCONI & LAKATOS, 1996; MATTAR, 1996) são: o menor número de pessoas envolvidas, a economia de custo, tempo, viagens, com obtenção de uma amostra maior. Já o tipo escolhido para entrevista, foi o despadronizado (não estruturado), em que há o uso de questões abertas e o entrevistador tem liberdade de formular novas questões, conduzindo a entrevista. Por sua vez, as maiores vantagens da entrevista são: a presença do entrevistador para dirimir dúvidas , explicar as questões, além de possibilitar um controle da amostra facilitando a obtenção de informações significativas para a pesquisa.(BOYD & WETFALL, 1964; MARCONI & LAKATOS, 1996; MATTAR, 1996) O estudo optou pelas perguntas abertas, visto que há a possibilidade de os entrevistados responderem às questões com suas próprias palavras, de modo dissertativo. Sendo assim, a coleta (MATTAR, 1996) permite uma quantidade maior de dados, sem a influência de respostas predeterminadas e de fácil elaboração. O desenho do survey foi assim definido, com intuito de permitir maior interação e observações dos entrevistados, para maior obtenção dedados relevantes para o estudo. Por fim, visando melhor aproveitamentos das informações coletadas, posteriormente ao retorno dos questionários(quando não for possível, o uso das entrevistas) antes de sua análise, haverá a verificação dos dados. Segundo MATTAR (1996), a verificação consiste em analisar se todas as questões foram respondidas, se as respostas abertas foram escritas legivelmente, se o texto é 29 compreensível, e se o respondente seguiu corretamente as instruções de preenchimento, e também se existe coerência nas respostas. 5. Penetração e alcance da Internet A consolidação da rede como um espaço de comunicação confiável, bilateral e interativo, bem como a popularização de ambientes para o seu uso propiciou um ascendente número de participantes. Somente em 2011 a população de usuários da internet no planeta aumentou 11%, alcançando 2,3 bilhões de pessoas, segundo a Medição da sociedade informativa, da União Internacional de Comunicações Elétricas4. FIGURA 1 GRÁFICO DE USUÁRIOS COM ACESSO À INTERNET POR 100 HABITANTES5 O tráfego de internet por meio de aparelhos móveis, por sua vez chegou a 10% do total de acessos no mundo, de acordo com o jornal espanhol El Pais. 4 Disponível em: < http://portuguese.ruvr.ru/2012_10_11/90952091/> Acesso em 06 de nov. de 2012. 5 Disponível em: < http://urlm.in/plgp> Acesso em 06 de nov. de 2012. 30 Globalmente, o setor mobile é uma tendência com grande potencial de expansão, já que 87% da população ou 5,9 bilhões de pessoas possuem um celular, sendo que 59% dos usuários gastam em média 40 minutos na internet móvel ou em aplicativos. Essa atividade faz parte do cotidiano de 1.2 bilhões de pessoas que já utilizam a web através de dispositivos móveis, 17% da população mundial, que foram responsáveis por 8,5% do tráfego em sites web em janeiro de 2012. A Com Score afirma inclusive, que até a metade de 2014, as pesquisas via mobile iram superar o método tradicional.6 6 Disponível em:< http://bsbmarketingdigital.com/mobile-marketing/> Acesso em 26 de nov. de 2012 31 FIGURA 2 INFOGRÁFICO COM PORCENTAGEM DE USUÁRIOS MÓVEIS NO MUNDO7 FIGURA 3 INFOGRÁFICO COM PROJEÇÃO DE USUÁRIOS DE INTERNET MÓVEL E COMPUTADORES DE mesa.8 No Brasil, aproximadamente metade da população tem acesso à internet, seja no domicílio, lan house ou outro local. Segundo dados do Ibope Nielsen Online, no segundo trimestre de 2012, o número de internautas brasileiros chegou a 83,4 milhões, o que representa um aumento de 7% sobre o segundo trimestre do ano passado. Esse resultado comprova a trajetória crescente do país nesse aspecto. No segundo trimestre de 2009 o Brasil tinha 64,8 milhões de pessoas conectadas. No ano seguinte esse número saltou para 73,7 milhões. No 7 Infográfico “Poderoso Mobile” criado pela Culture Label.com. Disponível em < http://www.mobilepedia.com.br/noticias/infografico-mostra-a-forca-de-mobile-mundialmente> Acesso em 05 de nov. de 2012. 8 Disponível em:< http://bsbmarketingdigital.com/mobile-marketing/> Acesso em 26 de nov. de 2012. 32 mesmo período do ano passado 77,8 milhões de pessoas estavam conectadas à internet.9. O acesso à internet móvel também está em plena expansão, principalmente devido à popularização e aperfeiçoamento constante da tecnologia de smartphones10 e tablets11. O país juntamente com a África do Sul lidera a lista de países com acesso online móvel, de acordo com um estudo elaborado pela empresa de consultoria tecnológica Accenture, que concluiu que no ano passado, 77% e 79,5% dos usuários de internet nos respectivos países, fizeram uso do serviço através de aparatos móveis12. A previsão é de que até 2015 o número de brasileiros que acessam conteúdo através desses dispositivos aumente para 110,5 milhões, segundo o MobileModes, pesquisa da Yahoo em parceria com o Instituto Ipsos13. O Google em pesquisa no Brasil revela que 73% dos habitantes conectam-se à internet todos os dias, buscando principalmente entretenimento, comunicação e informação. Estima-se que 14% da população, ou 26 milhões de pessoas, possuem um smartphone e 40% utilizam-no pelo menos uma vez por dia. A frequência com que os brasileiros verificam o seu aparelho também impressiona, visto que 60% afirmam fazer isso a cada 30 minutos e 35% a cada 10 minutos. O transporte público é o meio preferido para o uso do smartphone e nove em cada dez brasileiros acreditam a tecnologia móvel 9 Dados do AdRelevance, serviço do IbopeNielsen Online que monitora a atividade publicitária na internet, disponibilizados pela revista Meio e Mensagem .Disponível em : <http://www.meioemensagem.com.br/home/marketing/noticias/2012/08/29/Cresce-numero-de- internautas-no-Pais.html#ixzz2BOULp2ur> Acesso em 05 de nov. de 2012. 10 Smartphone (telefone inteligente, numa tradução livre do inglês) é um telemóvel com funcionalidades avançadas que podem ser estendidas por meio de programas executados por seu sistema operacional. Disponível em <http://pt.wikipedia.org/wiki/Smartphone>. Acesso em 05 de nov. de 2012 11 É um dispositivo pessoal de acesso à internet, tem formato similar a uma prancheta, e permite a visualização de conteúdo online, leitura de livros, revistas, entre outros. Seu funcionamento é similar a de um computador. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Tablet_PC>. Acesso em 05 de nov. de 2012. 12 Disponível em:< http://tecnologia.terra.com.br/noticias/0,,OI6238900-EI12884,00- Brasil+esta+entre+lideres+do+acesso+a+internet+pelo+celular.html> Acesso em 05 de nov. de 2012. 13 Disponível em:< http://www.mobilepedia.com.br/noticias/brasil-tera-110-milhoes-de-internautas- moveis-em-2015> Acesso em 05 de nov. de 2012. 33 desempenha um relevante papel para educação e saúde, segundo dados da Revista Time em parceria com a Qualcomm.14 14 Disponível em:< http://www.inovadoresespm.com.br/os-smartphones-viraram-um-vicio/> Acesso em 10 de dez. de 2012. 34 FIGURA 4 INFOGRÁFICO COM PERFIL E HÁBITOS DE CONSUMO NO BRASIL15 15 Disponível em:< http://www.televendasecobranca.com.br/televendas/brasil-e-destaque-em-compra- por-celular/> Acesso em 12 de nov. de 2012. 35 FIGURA 5 INFOGRÁFICO COM PERFIL DOS ENTREVISTADOS NO BRASIL16 16 Infográfico realizado pela Polvo Digital com dados da pesquisa ”Our mobile planet” realizado pelo Google. Disponível em < http://esquilo.mobi/wp-content/uploads/2012/08/infogr%C3%A1fico-our- mobile-planet.jpg> Acesso em 05 de nov. de 2012 36 FIGURA 6 INFOGRÁFICO SOBRE O USO DO SMARTPHONE NO BRASIL17 5.1 Mercado Mobile e Publicidade em dispositivos móveis Os investimentos em ações mobile também possuem um crescimento expressivo, impulsionados pelo cenário de engajamento e interação dos consumidores na rede. As empresas utilizam os canais móveis para veiculação de campanhas, divulgação e venda de produtos e serviços, bem como iniciativas que visam ao relacionamento com diferentes públicos. Segundo estudo da eMarketer, empresa especializada em dados de marketing digital, mídia e comércio eletrônico, a publicidade para celulares e tablets atingiu US$ 8,41 bilhões em2012 e estima -se um ritmo de crescimento na casa de dois dígitos nos próximos anos, com um budget próximo de US$ 37 bilhões em 2016, ano da Olimpíada no Rio18. A Telecoms & Media, por sua vez estima que a receita mundial de conteúdo móvel passará dos atuais US$ 40,7 bilhões para R$ 131 bilhões em 2016, esse relatório trata como conteúdo móvel as músicas, jogos, vídeos, chats, mensagens de texto, mensagens multimídia e IMs.19 Os recursos mais utilizados aliam entretenimento à informação e priorizam os usuários jovens, que são mais receptivos a novidades e abertos para a experimentação. Em pesquisa realizada em dezembro passado pela agência mBlox nos EUA e Reino Unido, foram entrevistados mais de quatro mil jovens usuários de celulares de18 a 24 anos de idade, revelando que nove entre dez gastam em média de uma a cinco horas por dia conectados ao seus dispositivos móveis. Cerca de um terço revelou que gostaria de receber avisos de promoções e anúncios via celular; 40% só querem receber o que é 17 Disponível em:< http://www.meioemensagem.com.br/home/midia/noticias/2013/01/04/Publicidade- no-mobile-dobra-no-mundo.html#ixzz2Ri6zXawT> Acesso em 27 de abr. de 2013 18 Disponível em:< http://www.sandraturchi.com.br/artigos/05/mobile-marketing-potencial-ainda-a-ser- melhor-explorado/> Acesso em 12 de nov. de 2012. 19 Disponível em:< http://www.mobilepedia.com.br/noticias/conteudo-movel-deve-movimentar-us-131- bi-em-quatro-anos> Acesso em 12 de nov. de 2012. 37 fundamental para eles; e um entre três consumidores já utilizaram o telefone celular para comprar produtos ou serviços.20 5.2 M-Commerce O comércio eletrônico móvel, ou seja, a venda de produtos e serviços através de dispositivos móveis deve apresentar um elevado crescimento no país, a estimativa é que esse segmento movimente cerca de R$ 2 bilhões de reais até o final de 2013, contra os R$ 132 milhões alcançados no primeiro semestre de 2012, segundo a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico.21 Até 2015, o crescimento desse segmento deve ser de 35% em América Latina22. De acordo com pesquisa realizada pela Hi-Mídia e M.Sense, um em cada três usuários de smartphone ou tablet já realizou compras usando seus dispositivos móveis, já 93% dos entrevistados disseram buscar informações e indicações sobre produtos e serviços via suportes móveis. A estimativa para o valor de compras pelos celulares é de US$ 1 trilhão em 2017, em todo o mundo, segundo uma pesquisa divulgada pela IDC. O estudo confirma a preferência pelo entretenimento, já que esse volume inclui a compra de músicas e filmes consumidos nos próprios smartphones e tablets e as compras feitas no navegador dos aparelhos.23. 20 Disponível em:< http://www.pontomarketing.com/marketing/mobile-marketing-potencial-ainda-a- ser-melhor-explorado/#ixzz2C3Wm7pIz > Acesso em 12 de nov. de 2012. 21 Disponível em:< http://www.incorporativa.com.br/mostranews.php?id=9215> Acesso em 12 de nov. de 2012. 22 Disponível em: < http://www.baguete.com.br/noticias/08/01/2013/m-commerce-tera-crescimento- de-35-ate-2015-na-al> Acesso em 24 de abr de 2013. 23 Disponível em:< http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2012/11/compras-com-celulares-chegarao- us-1-trilhao-em-2017-diz-pesquisa.html> Acesso em 19 de nov. de 2012. 38 FIGURA 7 INFOGRÁFICO SOBRE CONSUMIDORES E MOBILE MARKETING24 24 Disponível em:< http://blog.vectornet.com.br/dicas/quem-consome-mobile-marketing/> Acesso em 12 de nov. de 2012. 39 FIGURA 8 INFOGRÁFICO SOBRE COMPRAS EM SMARTPHONES25 5.3 Aplicativos O download de aplicativos para smartphones e tablets tem sido responsável pelo alto desempenho do mobile 2.0, o qual utiliza as plataformas móveis para gerar negócios para as marcas e aumentar os lucros das empresas. O relatório “Mobilize de Inteligência de Mercado”, desenvolvido pela Aorta, empresa do Grupo.Mobi divulgou que embora 96% dos 30 bilhões de downloads de apps em todo o mundo tenham sido realizados gratuitamente em 2011, no período, o faturamento gerado por eles chegou a US$ 8,5 bilhões. Segundo o relatório, o valor foi rentabilizado por meio de compras in-app, publicidade ou patrocínio. Até 2016, a perspectiva é que o segmento tenha uma receita de US$ 46 bilhões.26 5.4 Web Advertising Dentre a veiculação de anúncios publicitários em mobile devices,27 destacam- se o Mobile Web Banner (no topo da página), Mobile Web Poster (no pé da página), o SMS (estima-se que represente 90% do mercado), o MMS (Multimedia Messaging Service28, considerado uma evolução do SMS e com notável crescimento no mundo), entre outros novos formatos. Em recente pesquisa divulgada pela Dynamic Logic, 24% dos usuários móveis que tiveram acesso a alguma tipo de publicidade móvel afirmaram que foram capazes de lembrar-se da marca de uma empresa que se utilizou dos anúncios móveis para a sua comunicação.29Outro estudo publicado pelo Internet Advertising Bureau (IAB Brasil), mostra que o investimento em publicidade digital teve um aumento de 12% no primeiro trimestre de 2012 no Brasil, se comparado ao 25 Disponível em:< http://services.google.com/fh/files/blogs/our_mobile_planet_brazil_pt_BR.pdf> Acesso em 29 de nov. de 2012. 26 Disponível em:< http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/mobile-2-0-gera-lucro-e-diminui- custos> Acesso em 12 de nov. de 2012. 27 Dispositivos móveis 28 Serviço de mensagens multimídia é uma tecnologia que permite aos celulares enviar e receber mensagens multimídia. Disponível em:< http://pt.wikipedia.org/wiki/Servi%C3%A7o_de_mensagens_multim%C3%A9dia> Acesso em 12 de nov. de 2012. 29 Disponível em:< http://b2bmagazine.consumidormoderno.uol.com.br/opini-o/publicidade-nos- dispositivos-moveis-realmente-da-retorno-para-as-empresas> Acesso em 12 de nov. de 2012. 40 mesmo período do ano anterior. No total, o segmento faturou 840 milhões de reais, sendo 512 milhões em search (marketing de busca, como os links patrocinados no Google e Bing) e 330 milhões em display (anúncios em banners e sites).30 A previsão é de que esse tipo de publicidade deva crescer 37% ao ano, atingindo $22,5 bilhões de faturamento em 2016, ou seja, 15,2% de todo o gasto com publicidade online.31 5.5 Pesquisas via Mobile As pesquisas através de dispositivos móveis geralmente são a primeira etapa de navegação na internet e revelam as intenções do consumidor online. Mais do que isso, esse comportamento está diretamente relacionado às transações na rede. Em estudo divulgado pelo Google, 45% das pessoas que realizam alguma pesquisa de compra via smartphones ou tablets efetuam a compra pelo computador e 30% compraram em estabelecimentos físicos na sequência. Estima-se que 31% dos usuários de smartphone já compraram pelo dispositivo. A pesquisa ainda revela que 66% dos proprietários de smartphone efetuam compras pelo celular pelo menos uma vez por mês.32 30 Disponível em:< http://www.portalpintadas.com/2012/07/cresce-investimentos-em-publicidade.html > Acesso em 12 de nov. de 2012. 31 Disponível em:< http://www.mobradio.com.br/noticias/mobile-pode-representar-152-dos- investimentos-em-publicidade-online > Acesso em 12 de nov. de 2012. > Acesso em 12 de nov. de 2012. 32 Disponível em:< http://qdrops.blogspot.com.br/2012/11/o-crescimento-de-pesquisas-e-compras.html> Acesso em 26 de nov. de 2012. 41 FIGURA 9 INFOGRÁFICO SOBRE PESQUISA EM SMARTPHONES33 O Google praticamente domina esse segmento e os investimentos em propaganda nesse site correspondem a 49% do total gasto em anúncios móveis. O posicionamento do site interfere muito no processo de compra, visto que 90% dos cliques em pesquisa via dispositivos móveis ocorrem dentro das quatro primeiras posições.34 Para isso, o Google disponibiliza ferramentas como o Adwords35 e o Adsense36 que são ferramentas de publicidade online e otimização de sites. 33 Disponível em:< http://services.google.com/fh/files/blogs/our_mobile_planet_brazil_pt_BR.pdf> Acesso em 26 de nov. de 2012. 34 Disponível em:< http://bsbmarketingdigital.com/mobile-marketing/> Acesso em 26 de nov. de 2012. 35 AdWords é o principal serviço de publicidade da Google(...) O serviço usa o sistema de publicidade por Custo por Clique (PPC) e (CPM) que consiste em anúncios em forma de links encontrados, principalmente, nos mecanismos de pesquisa relacionados às palavras-chave que o internauta está pesquisando. Disponível em:< http://pt.wikipedia.org/wiki/AdWords > Acesso em 26 de nov. de 2012. 36 AdSense é o serviço de publicidade oferecido pelo Google inc. Os donos de websites podem se inscrever no programa para exibir anúncios em texto, imagem e, mais recentemente, vídeo. Disponível em:< http://pt.wikipedia.org/wiki/AdSense> Acesso em 26 de nov. de 2012. 42 FIGURA 10 INFOGRÁFICO SOBRE DISTRIBUIÇÃO DE INVESTIMENTOS EM ANÚNCIOS MÓVEIS37 5.6 Qr codes Qr codes são códigos de barras em 2D que após ser escaneado e decodificado, passa a ser um trecho de texto, ou um link que irá redirecionar o leitor para um determinado conteúdo. Esse tipo de codificação está sendo utilizada em diversas campanhas publicitárias, principalmente para apresentar conteúdo extra sobre o produto/serviço e oferecer descontos. Segundo estudo da HighTable.com, 50% dos usuários de smartphones já escanearam Qr codes e 18% deles realizaram uma compra após esse processo. De acordo com dados da Forrester Research, a expectativa de uso do QR code é de 1 bilhão de usuários até 2016.38 6. RESULTADOS E ANÁLISES 6.1 Coleta dos dados As entrevistas foram realizadas com o total de dez pessoas que exercem diferentes papéis nas organizações onde trabalham. Para melhor estruturação e posterior análise das peculiaridades de cada área, cinco profissionais de comunicação e cinco profissionais de T.I do Porto Digital foram entrevistados. As pautas foram direcionadas, visando obter as informações características de cada setor para traçar paralelos entre os mesmos. De acordo com a disponibilidade de tempo dos profissionais, os dados foram obtidos através de contato pessoal, Skype e e-mail. Durante o processo da coleta dos dados, as entrevistas foram conduzidas segundo os modelos de entrevistas presentes nos Apêndices A e B. No entanto, algumas mudanças foram feitas, no caso de entrevistas pessoais e 37 Disponível em:< http://bsbmarketingdigital.com/mobile-marketing/> Acesso em 26 de nov. de 2012. 38 Disponível em:< http://ecommercenews.com.br/noticias/pesquisas-noticias/expectativa-de-uso-do- qr-code-e-de-1-bilhao-de-usuarios-ate-2016-aponta-pesquisa> Acesso em 27 de abr. de 2013 43 através do Skype, visto que havia mais liberdade para criação e adaptação de perguntas segundo a condução dos temas abordados pelos entrevistados. Nos quadros 1 e 2 são apresentadas as entrevistas com o nome dos profissionais, função e organizações onde trabalham. Entrevista Nome Função Empresa 1 Danilo França da Rocha Diretor de mídia Agência Ampla 2 Pablo Fernandes Diretor de mídia Agência Gruponove 3 Arthur Vinícius Account manager Social Agency 4 Lucas Emanuel Diretor criativo Agência Curinga Comuniquê 5 Felipe Pereira Diretor Unu Soluções, Posmidiadigital, Digaí Quadro 1 – Profissionais de comunicação Entrevista Nome Função Empresa 6 Luciano Ayres Diretor de negócios i2 mobile solutions 7 Rodrigo Lapenda Consultor de Inovação Manage4systems 8 Lucas Alencar Diretor de Criação Playful Games 9 Cecília Hunka Producer Jynx Playware 10 Giorgia Santos Producer Web Content Íris Agência Interativa Quadro 2 – Profissionais de empresas de T.I 44 7. ANÁLISE DAS ENTREVISTAS Como descrito na metodologia do trabalho, as entrevistas foram selecionadas como as ferramentas mais apropriadas para o entendimento do cenário local e das especificidades entre as entidades estudadas em questão. Para melhor entendimento, as informações obtidas a partir das entrevistas, foram agrupadas em duas categorias analíticas principais distribuídas em seções deste capítulo. Pela ordem descrita nos quadros acima, iniciaremos com a análise do primeiro grupo. Na atual transição comunicacional, percebe-se uma dúvida acerca da compreensão da reconfiguração dos investimentos por parte dos clientes, em função disso essa foi uma das tônicas das perguntas enquadradas no escopo. As respostas indicaram uma certa reticência do empresariado no emprego de recursos destinados às mídias online, demonstrando ainda o caráter incipiente da mesma enquanto planejamento estratégico. Dentro dessa mesma conjuntura, havia a necessidade de buscar mais percepções acerca do comportamento dos anunciantes em relação a diferentes contextos, assim buscou–se através das indagações, um entendimento da dinâmica local em comparação a outras realidades. A tônica das respostas apontou para uma maior estabilidade da web enquanto estratégia comunicativa, em regiões mais desenvolvidas economicamente, permitindo assim mais ousadia e inovação nas ações. A evolução desse cenário de interação através dos diferentes meios digitais e, por conseguinte, o fluxo de conteúdo em diversos canais fomentou a necessidade de obter mais acepções sobre a distribuição dos investimentos entre as mídias tradicionais e novas. Nesse caso, os entrevistados citaram a hesitação dos anunciantes em investir vultosamente nas mídias online, com intuito de complementar as já conhecidas aplicações em veículos de massa com ações na rede. 45 7.1 PROFISSIONAIS DA ÁREA DE COMUNICAÇÃO 7.1.1 Concepção de custos em investimentos digitais A totalidade dos entrevistados relata a dificuldade dos clientes em entender o caráter estratégico das ações na rede. De um modo geral, é perceptível o interesse crescente, por parte dos anunciantes, de investir nessa área. Essa atração ocasionada pela consolidação da internet enquanto meio legítimo, não reflete, no entanto, em investimentos efetivos nesse setor, durante o planejamento estratégico. Alguns aspectos são citados a seguir, como motivadores para esse comportamento. Os clientes em sua maioria, não apresentam uma boa compreensão acerca dos valores apresentados para as mídias digitais dentro do planejamento. Além da visão tradicionalista de aplicar mais recursos em mídias tradicionais (explanado mais adiante) há também uma associação da gratuidade com as formas de comunicação nos novos meios digitais, como abrir contas em redes sociais, por exemplo, e esperar que ações desse tipo adquiram viralidade espontânea, não compreendendo dessa forma, as dificuldades envolvidas em estabelecer controladamente um processo que tem ocorrido de forma mais natural e aleatória.Já houve casos de clientes pedindo ações que viralizem, porém não existe fórmula exata para isso, há tendências que podem gerar uma disseminação. Mais uma vez, cabe à agência explicar ao cliente que um planejamento gradual e mais longo é muitas vezes mais eficaz que um sucesso instantâneo e fugaz.” (Lucas Emanuel, 2013, Anexo3) As ações para que sejam consideradas eficazes na web envolvem todo um aparato de suporte e vigilância, requerendo investimentos no monitoramento e na manutenção de equipes encarregadas em manter vivas e relevantes as interações de modo contínuo e equilibrado. Essas ações de background que não estão no pagamento da mídia propriamente dita, também não são 46 consideradas relevantes pelos anunciantes, que não compreendem a importância desse expediente e por sua vez não aceitam prontamente os custos desses serviços. Então, isso (custo) deve ser muito bem explicado e argumentado, o porquê de ele (cliente) fazer aquele investimento, já que essas ações demandam um monitoramento 24 horas por dia, principalmente em relação ao mobile que precisa de acompanhamento o dia todo durante os sete dias da semana. (Danilo França, 2013, Anexo 1) Dentre os objetivos dos clientes ao procurar os serviços de agência, foi citado o desejo de investir em ações pontuais na rede, esperando que os trabalhos sejam bastante eficazes e tragam retorno a curto prazo, para que não seja necessária a continuidade de execução de serviços nessas organizações. Nesse sentido, depreende-se certo desinteresse em relação à viabilidade de projetos continuados de comunicação integrada visando o posicionamento da marca, o que demonstra desconhecimento acerca da importância do planejamento estratégico para otimização dos resultados. O cliente ao procurar os serviços da agência espera retorno rápido, inclusive alguns clientes têm como meta investir pouco na agência e não continuar o serviço por muito tempo, esperando que esse investimento inicial traga resultados duplicados, triplicados rapidamente. (Arthur Vinícius, 2013, Anexo 3) 7.1.2 Aspectos do comportamento local e externo De uma maneira geral, os entrevistados concordam que em outros estados, principalmente na região Sudeste e em países em mercados mais desenvolvidos, há maior maturidade e propensão aos investimentos na rede, o que retrata, sabidamente, uma conjuntura que reflete não só aspectos mercadológicos, mas econômicos e históricos. 47 Em outras capitais brasileiras, como SP, o uso da internet, no geral, como ferramenta de marketing tem um desenvolvimento e uma atuação bem mais contundentes que no Recife. Assim como em outros países, como os EUA e os do continente europeu, onde as estratégias online são bem mais disseminadas e consolidadas. (Pablo Fernandes, 2013, Anexo 2) Embora esse comportamento mais receptivo seja reconhecido e detectado por todos, alguns entrevistados comentaram fatores que podem explicar esse cenário. Para Lucas (2013, Anexo 4), o maior volume financeiro envolvido em planejamentos de comunicação das grandes metrópoles, propicia que mais recursos sejam destinados às mídias digitais. (...) É que as verbas de lá são maiores. Há mais recurso financeiro envolvido. E isso facilita "sobrar" um pouco para mídias online. Já no exterior tudo é diferente. Smartphones são mais acessíveis, (ter iPhone não é coisa de "rico", por exemplo) as conexões são mais velozes e estáveis, etc. E isso tem grande influência num planejamento de marketing. Na problematização do assunto, ele também aborda a questão da dualidade das mídias interativas, que em contextos e conjunturas particulares - inclusive com um público alvo diferenciado- são paulatinamente consideradas mais relevantes no processo comunicativo. Na contramão de outras realidades externas, Arthur (2013, Anexo 3) aponta um pensamento característico dos anunciantes locais, de ainda investir primeiramente em veículos tradicionais e então, após a consolidação da marca no mercado, partir para iniciativas na rede. 48 (...) Principalmente as empresas novas querem investir em rádio, televisão, conquistar o local e depois investir nas mídias na rede. Isso não acontece nas empresas do Sudeste, Sul que desde o início estão na internet, tanto uma lanchonete na esquina quanto uma grande organização. 7.1.3 Perspectivas em mídias tradicionais e online Quatro, dos cinco entrevistados relataram explicitamente o pensamento clássico, por parte dos anunciantes, em investir principalmente, nos veículos tradicionais, utilizando as mídias online como complemento do planejamento estratégico. A insegurança foi citada como o fator causador desse comportamento, devido ao hábito de entendimento de que os esforços em comunicação deveriam ser utilizados do modo arraigado e habitual, com um apego às mensurações convencionais. Enquanto a insuficiência de métricas balizadas para campanhas nas mídias digitais não transmite confiança para os clientes. Isso também seria mais contundente em agências pequenas, nas quais a limitação da verba não permite ousar na rede, preferindo apostar no que é considerado mais garantido. Para o Danilo (2013, Anexo 1): “(...)ainda há muito o pensamento tradicional, de colocar 70% nos meios principais e 30% nas novas mídias”. O planner Arthur (2013, Anexo 3) também comenta acerca desse comportamento: As novas mídias são muito utilizadas como meios auxiliares, principalmente porque as empresas ainda são “apegadas” à ideia de que o “off” gera mais resultados. Os casos de campanhas só em web são mais comuns em empresas já consolidadas, que já tem um conhecimento por parte do público no mercado e querem inovar na rede. Em empresas novas e menores, isso é mais difícil por terem uma verba menor, elas querem investir onde consideram mais seguro, a não ser que o serviço possa ser feito também pela internet, por exemplo, através do e-commerce. O potencial das mídias online, contudo não é ignorado, há uma percepção do crescimento desse setor dentro dos planos de comunicação – o que até há 49 bem pouco tempo não era nem cogitado – em consonância com o aumento do acesso à internet e disseminação dos gadgets. (...) Mas já vejo uma confluência entre os meios (...) uma campanha "convencional" que, até mesmo só em sua assinatura, chame o consumidor para suas redes sociais ou faça uso de QR codes, já está fortalecendo as "novas mídias".(Lucas Emanuel, 2013, Anexo3) 7.1.4 Percepção da integração entre agências de comunicação e clusters de T.I As agências percebem a importância e a necessidade cada vez mais latente do uso de ferramentas tecnológicas direcionados para suas ações de comunicação. No entanto, a solução aparentemente mais imediata na concepção da maioria dos entrevistados é a criação de departamentos de T.I dentro de suas organizações. Eles também relatam a terceirização de serviços, em casos pontuais, principalmente entre agências de pequeno porte, que não dispõem de uma equipe especializada nessa área. Existem grandes empresas no Sul e Sudeste que já têm uma equipe de programadores, uma equipe de T.I mesmo, dentro da agência. No mercado daqui isso é muito restrito ainda, aqui na Ampla, nós temos profissionais de programação dentro da agência. (Danilo França, 2013, Anexo 1) Aqui, por exemplo, terceirizamos toda a programação necessária. Pensamos, planejamos, criamos os layouts e enviamos para outra empresa programar. (...) Mas, provavelmente, agências grandes já possuem um setor específico para esse desenvolvimento.
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