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Órtese e Prótese aplicados ao cme

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Órtese e prótese aplicado ao centro de material e esterilização 
Por Enfª Fátima R. Cividini 
 
Introdução 
 
Data dos tempos da antiguidade a utilização de dispositivos de 
auxílio empregados na substituição de um membro perdido, ou sustentação, 
correção de um membro que não se encontra no pleno exercício de suas 
funções. O decorrer do último século permitiu o desenvolvimento de 
componentes de alta tecnologia, mais leves, cosméticos, duráveis e coloridos 
proporcionando melhor aceitação pelo paciente e facilitando a utilização pela 
praticidade. 
O uso de órteses e próteses é uma constante nas instituições 
hospitalares que realizam cirurgias ortopédicas, e a tecnologia é uma aliada em 
trazer materiais com diferentes matérias primas e funcionalidades. Esta 
realidade traz grandes responsabilidades aos profissionais atuantes no Centro 
Cirúrgico e Centro de Material e Esterilização. 
Dentro de um Centro de Material e Esterilização, a equipe de 
enfermagem depara-se cada vez mais com materiais complexos e 
diferenciados, devendo o Enfermeiro responsável pelo setor atualizar-se e 
capacitar a equipe de enfermagem para o manuseio e processamento dos 
mesmos, garantindo qualidade e segurança ao paciente. 
As unidades de uma instituição hospitalar, em suas práticas 
cotidianas, utilizam materiais processados no cme, unidade que realiza 
diferentes processos para o fornecimento seguro de materiais esterilizados ou 
desinfetados, necessários à assistência. O principal consumidor dos produtos 
esterilizados no cme é a unidade de centro cirúrgico que não pode ter seu 
funcionamento interrompido por falhas no suprimento de materiais necessários 
para realizar os procedimentos cirúrgicos. 
Este curso apresenta-se como uma introdução ao assunto de 
órteses e próteses, auxiliando os profissionais de enfermagem atuantes em um 
CME quanto ao manuseio, processamento, armazenamento e aspectos legais 
destes materiais. 
 
Conceitos de órtese e prótese 
 
Prótese é dispositivo permanente ou transitório que substitui total 
ou parcialmente um membro, órgão ou tecido. Podendo ser: 
• Interna ou Implantada (Ex: prótese articular, prótese não convencional 
para substituição de tumor, coração artificial, válvula cardíaca, ligamento 
artificial, etc); 
• Externa ou não implantada (Ex: prótese para membro); 
• Implantada total ou parcial por ato cirúrgico ou percutâneo (Ex: implante 
dentário, pele artificial); 
• Estética, quando mantém apenas a forma e a estética (Ex: prótese 
ocular, prótese mamária, cosmética de nariz). 
 
 
Prótese de seios. 
Órtese é todo dispositivo permanente ou transitório, utilizado 
para auxiliar as funções de um membro, órgão ou tecido, evitando 
deformidades ou sua progressão e/ou compensando insuficiências funcionais. 
Podendo ser: 
• Interna ou implantada: (Ex: material de sutura e de síntese, material de 
ósteossíntese, instrumental para estabilização e fusão de coluna, marca-
passo implantado, bomba de infusão implantada, etc) 
• Externa ou não implantada (Ex: bengalas, muletas, coletes, colares 
cervicais, aparelhos gessados, tutores, andadores, aparelhos auditivos, 
óculos, lentes de contato, aparelhos ortodônticos, etc) 
• Implantada total ou parcial por ato cirúrgico ou percutâneo (Ex: fixadores 
externos, stents, drenos, etc). 
 
Marcapasso cardíaco. 
 
Stent. 
 
Parafusos e placas. 
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). , conforme 
estabelecido pela Resolução Normativa 338/13 art. 19 §2º,§ 3º e § 4º define os 
conceitos de órtese e prótese: 
“§ 2º Prótese é entendida como qualquer material permanente ou 
transitório que substitua total ou parcialmente um membro, órgão ou 
tecido. 
§3º Órtese é entendida como qualquer material permanente ou 
transitório que auxilie as funções de um membro, órgão ou tecido, 
sendo não ligados ao ato cirúrgico os materiais cuja colocação ou 
remoção não requeiram a realização de ato cirúrgico. 
Ainda em seu parecer, a AND determina em seu § 4º que “a 
referência para classificação dos diversos materiais utilizados pela medicina no 
país como órteses ou próteses deverá estar de acordo com a lista a ser 
disponibilizada e atualizada periodicamente no endereço eletrônico da ANS na 
Internet, não sendo esta, uma lista que atribua cobertura obrigatória aos 
materiais ali descritos. ” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Na CME: do recebimento à entrega do material processado ao centro 
cirúrgico 
 
No cme desenvolvem-se atividades específicas que garantem o 
processo de produção, como limpeza, desinfecção, preparo e 
acondicionamento de materiais, esterilização, armazenamento e distribuição de 
materiais. Tais atividades requerem ações coordenadas que são viabilizadas 
por meio de um eficaz gerenciamento de recursos humanos, físicos, 
tecnológicos e de materiais. Segundo Castilho e Gonçalves (apud) são 
materiais: 
 
Produtos que podem ser armazenados, distribuídos e consumidos 
para produção de serviços. 
 
O cme deve ser equipado para ter condições de assumir o 
processamento de materiais cada vez mais complexos, resultantes do 
desenvolvimento de tecnologia de ponta aplicada à área da saúde. A 
segurança, em relação à ausência de risco de transmissão de microrganismos 
para o paciente que usa o material, é a principal preocupação durante o 
processamento, porém outros aspectos, como a funcionalidade do material e a 
presença de resíduos de produtos químicos devem ser considerados. 
Como conhecedor das ciências biológicas (anatomia, fisiologia, 
patologia entre outros) e gerente das atividades assistenciais, o profissional 
enfermeiro exerce um papel fundamental, tanto na determinação do material 
necessário para prestação de serviços quanto no aspecto técnico, quantitativo 
e qualitativo, no controle e na avaliação. 
Com o avanço da tecnologia e a preocupação das empresas e 
hospitais na segurança do paciente e controle de infecção hospitalar, muitas 
órteses e próteses já vêm estéreis de fábrica, ou seja, não precisa passar por 
todo o processo do CME. Mas ainda há muitos kits que necessitam passar pelo 
processo de limpeza e esterilização, por isso há a necessidade de ter muita 
atenção quanto ao manejo desses materiais. 
 
 
Caixa cirúrgica com material implantável. 
 
A RDC nº15 de 2012 veio como um guia auxiliar nas práticas de 
CME, e tem artigos específicos com procedimentos necessários aos implantes, 
desde o recebimento até ao explante. 
 
Recepção e Limpeza 
 
Uma efetiva esterilização não pode ser feita sem uma efetiva 
limpeza. O processo de esterilização pode ser negativamente afetado pela 
quantidade de bioburden, quantidade, tipo e inerente resistência dos 
microrganismos, incluindo biofilme, nos itens a serem esterilizados. Sujeira, 
soluções oleosas e outros materiais podem proteger microrganismos no 
contato dos itens com o esterilizante ou uma combinação deles pode inativar o 
esterilizante. 
Se a caixa cirúrgica é de consignação temporária, ou seja, ela fica 
na instituição hospitalar apenas para o procedimento cirúrgico específico, o 
enfermeiro deve estabelecer uma rotina para receber e conferir este material, a 
fim de evitar extravios. A conferência deve ser minuciosa em conjunto com o 
colaborador que faz a entrega do material. O enfermeiro deve solicitar uma lista 
com os materiais contidos na caixa para conferência. 
Se a caixa é de consignação permanente, ou seja, fica na instituição 
de forma permanente, mas é de uma empresa específica ou a caixa é da 
própria instituição, o enfermeiro deve sempre conferir todas as caixas e iniciar 
procedimento de reposição (acionando a empresa consignadora ou repor as 
peças conforme estoque). 
Após a conferência, deve-se iniciar o procedimentode limpeza, 
mesmo que a caixa não apresente sujidade visível. A RDC nº15 deixa este 
quesito claro no Art. 71: 
 
Art. 71 Os produtos para saúde e o instrumental cirúrgico consignado 
e disponibilizado pelo distribuidor devem ser submetidos à limpeza 
por profissionais do CME do serviço de saúde, antes de sua 
devolução 
 
 
Caixa cirúrgica. 
 
A limpeza deve ser realizada conforme protocolo da CME, com 
detergente e água, de forma manual ou automatizada. Porém o último enxágue 
do material deve ser feita com água purificada, ou seja, com baixo índice de 
microrganismos e endotoxinas, pois isso diminui as chances de reação 
pirogênica no paciente. Sobre o assunto, a RDC nº15 fala no Art. 68: 
 
Art. 68 O enxágue dos produtos para saúde deve ser realizado com 
água que atenda aos padrões de potabilidade definidos em 
normatização específica. Parágrafo único. O enxágue final de 
produtos para saúde críticos utilizados em cirurgias de implantes 
ortopédicos, oftalmológicos, cirurgias cardíacas e neurológicas devem 
ser realizadas com água purificada. 
 
Ao final da limpeza, deve-se realizar uma inspeção minuciosa, a fim 
de verificar se o material está limpo conforme rotina. O profissional que executa 
a ação deve realizar a checagem do material, conferindo a quantidade de 
peças conforme a lista deixada pela empresa consignadora ou listagem 
realizada pelo CME (em casos de caixa da instituição), a fim de evitar 
extravios. 
 
Preparo e Acondicionamento do Material 
 
O material, quando chega na área de preparo, deve ser conferido 
novamente quanto a limpeza, de preferência com lentes de aumento, e só deve 
ser aceito pelo profissional desta área em caso de material limpo conforme 
rotina. 
O profissional da área de montagem e acondicionamento deve 
realizar a checagem do material conforme lista, e deve iniciar o processo de 
acondicionamento. Todas as caixas cirúrgicas devem conter integradores 
químicos classe 5 ou 6, conforme RDC nº15, e devem ser embalados em 
invólucro (sms, algodão tecido, papel grau cirúrgico ou contêiner) conforme 
rotina da instituição. 
 
 
Caixa de grandes fragmentos. 
 
A identificação deste material deve ser criteriosa e minuciosa, a fim 
de que o instrumentador e cirurgião possam identificar o material na sala 
cirúrgica, evitando erros e consequentemente danos ao paciente. Na etiqueta 
do material é importante conter (se consignado temporário): Nome do paciente, 
nome do cirurgião, data da cirurgia, nome da caixa, empresa consignadora, 
processo de esterilização, lote, autoclave e ciclo, data da esterilização e data 
limite de uso, e o nome do profissional executor. A RDC nº15 deixa esta parte 
clara no Art. 84 e 85: 
 
Art. 84 O rótulo dos produtos para saúde processados deve ser capaz 
de se manter legível e afixado nas embalagens durante a 
esterilização, transporte, armazenamento, distribuição e até o 
momento do uso. 
Art. 85 O rótulo de identificação da embalagem deve conter: I - nome 
do produto; II - número do lote; III - data da esterilização; IV - data 
limite de uso; V - método de esterilização; VI - nome do responsável 
pelo preparo. 
 
 
 
Ao terminar de embalar o material, o profissional da área de 
montagem deve fazer um pacote desafio conforme rotina da instituição, sendo 
obrigatoriamente conter um indicador biológico e químico classe 5 ou 6. O 
pacote desafio pode ser comprado pronto. Tais normas são explicadas na RDC 
nº15 Art. 96 e 98: 
Art. 96 O monitoramento do processo de esterilização deve ser 
realizado em cada carga em pacote teste desafio com integradores 
químicos (classes 5 ou 6), segundo rotina definida pelo próprio 
CMEou pela empresa processadora. 
Art. 98 No monitoramento do processo de esterilização dos produtos 
para saúde implantáveis deve ser adicionado um indicador biológico, 
a cada carga. Parágrafo único. A carga só deve ser liberada para 
utilização após leitura negativa do indicador biológico. 
 
 
Ao final, deve ser conferida todas as informações e encaminhadas 
ao profissional da área de esterilização. 
 
Esterilização e Distribuição ao Centro Cirúrgico 
 
O profissional que está responsável pela esterilização deve conferir 
os dados do material com o fornecido pela empresa consignadora ou Centro 
Cirúrgico, a fim de evitar trocas ou extravios. 
A esterilização deve ser realizada conforme rotina da instituição, não 
excedendo 80% da capacidade da autoclave. O profissional deve manter 
registro do material (manual ou via sistema informatizado). 
 
 
 
Ao final da esterilização, o profissional deve desfazer o pacote 
desafio, armazenar o indicador químico classe 5 ou 6 como registro e 
encaminhar o teste biológico para encubação. O material estéril só pode ser 
encaminhado ao Centro Cirúrgico e utilizado após a leitura negativa do 
indicador biológico, ou seja, atestado que o material passou pelo processo 
adequadamente. 
O profissional deve realizar a checagem do invólucro, verificando 
manchas, rasgos ou danos na embalagem que podem comprometer a 
esterilização, e também verificar se a etiqueta com os dados permanece 
legível. 
 
 
 
O profissional que está responsável pela área de armazenamento e 
distribuição deve conferir todos os dados dos pacotes cirúrgicos e realizar 
registro de saída dos mesmos. O teste biológico deve ficar armazenado no 
CME para futuras conferências. Aqui recomendo que haja um caderno ou parte 
no sistema de informação próprio e somente para material consignado com 
implantável, contendo todas as informações do material e paciente que utilizou, 
a fim de assegurar todo o processo da CME e garantir a o registro e segurança 
do paciente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Explantes 
 
Em alguns casos, a critério médico, a órtese deve ser retirada do 
paciente, também através de procedimento cirúrgico. Alguns pacientes fazem a 
requisição do material. É de responsabilidade do CME o descarte ou entrega 
do explante, e para isso há procedimentos que são necessários. 
Segundo a RDC nº 15, Art. 108 No CME Classe II, os produtos para 
saúde oriundos de explantes devem ser submetidos ao processo de limpeza, 
seguida de esterilização. 
• § 1º Após o processo de esterilização, estes explantes podem ser 
considerados como resíduos sem risco biológico, químico ou 
radiológico e devem ficar sob guarda temporária em setor a ser 
designado pelo Comitê de Processamento de Produtos para Saúde 
ou do Responsável Legal pela empresa processadora. 
• § 2º Os explantes constituídos de componentes desmontáveis, após a 
esterilização, não devem ser acondicionados na mesma embalagem, 
de forma a impedir a remontagem do produto. 
 
 
Quando o paciente não faz requisição do explante, a RDC nº15 no 
Art. 109 diz que os explantes tratados e o instrumental cirúrgico considerado 
inservível podem ser encaminhados para reciclagem, desde que a empresa 
que recebe o material seja licenciada para proceder à reciclagem destes 
materiais e o serviço de saúde mantenha registro dos itens que foram 
encaminhados à empresa. Parágrafo único. É proibida a entrega deste material 
às cooperativas de catadores ou empresas que recolhem materiais inservíveis 
denominadas de "ferro velho". 
Quando o paciente faz a requisição do explante, a RDC nº15, no Art. 
110 diz que o material explantado poderá ser entregue ao paciente mediante 
solicitação formal: 
• § 1º Admite-se pedido de encaminhamento dos explantes tratados para 
fins de estudo ou análise, por solicitação do fabricante do produto ou 
instituições de pesquisa ou ensino, mediante autorização do paciente. 
• § 2º A entrega dos explantes deverá ser precedida de assinatura de termo 
de recebimento eresponsabilidade e a embalagem de esterilização 
deverá ser rompida e retida antes da entrega. 
O Art. 111 da RDCnº15 fala sobre os resíduos de indicadores 
biológicos utilizados como controle, não menos importantes e que deve-se ter 
atenção, é obrigatório que aqueles com resultados positivos devem ser 
submetidos a tratamento prévio antes de serem descartados. Já no parágrafo 
único a RDC nº15 diz que os indicadores com resultado negativo não precisam 
de tratamento prévio antes do descarte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CME, implantes e a relação com infecção hospitalar 
 
A preocupação com o problema da infecção hospitalar (IH) sempre 
esteve presente no decorrer da experiência profissional, a maior parte dela 
referente ao trabalho em Central de Material Esterilizado e em Unidades de 
Centro Cirúrgico. 
A infecção relacionada à assistência à saúde (IRAS) representa um 
dos grandes problemas que interferem na qualidade da assistência médica, por 
conta do aumento no tempo de internação e do consumo de medicamentos, 
além dos custos indiretos, como aqueles representados pela interrupção na 
vida produtiva do indivíduo, e os custos não mensuráveis, difíceis de avaliar 
economicamente, como o sofrimento experimentado pelo paciente na vivência 
do processo infeccioso. 
A implantação de próteses articulares tornou-se uma cirurgia 
amplamente utilizada por cirurgiões no mundo inteiro, proporcionando melhor 
qualidade de vida aos pacientes que, anteriormente, estariam condenados ao 
leito. Apesar de todos os esforços e melhoria de algumas questões técnicas, 
essa cirurgia pode vir acompanhada de uma complicação gravíssima, a 
infecção de sítio cirúrgico. 
As infecções de prótese são divididas em três estágios, de acordo 
com o tempo estabelecido pelo CDC de Atlanta-EUA: 
• Estágio I: infecção superficial decorrente do hematoma periprotético que 
ocorre entre três e seis meses após a implantação da prótese. Resultado 
da contaminação direta no ato cirúrgico. Corresponde a 40% do total das 
infecções e pode evoluir para a infecção profunda, caso não haja 
tratamento. 
• Estágio II: infecção superficial ou profunda que ocorre entre seis meses e 
em até dois anos de pós-operatório e que é ainda decorrente da 
contaminação no ato cirúrgico. Representa 45% de todas as infecções. 
• Estágio III: infecções profundas que ocorrem tardiamente, após dois anos 
de cirurgia. São decorrentes de disseminação hematogênica. 
Correspondem a 15% do total das infecções. 
A eficácia do processo do CME, independentemente do método, 
depende de um sistema consistente na redução e limitação do inoculo antes da 
esterilização, do preparo adequado dos itens para esterilização da seleção os 
parâmetros adequados para a esterilização e do estabelecimento e 
implementação de controles para manter a esterilidade dos itens até seu uso.² 
O trabalho integrado e colaborativo multidisciplinar entre os vários 
serviços listados abaixo é essencial para a prevenção, controle e redução das 
infecções: 
• Comissão de Controle de Infecção (SCIH/CCIH); 
• Serviço de higiene ambiental; 
• Farmácia hospitalar; 
• Departamento de Compras; 
• Comissão de padronização de materiais; 
• Unidades de internação; 
• Unidade de Centro Cirúrgico e Clínica Cirúrgica; 
• Centro de Material e Esterilização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANEXO 1 – MODELO DE FICHA DE ENTRADA E SAÍDA DE MATERIAL 
HOSPITAL MODELO 
CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO 
 
 
ENTRADA E SAÍDA DE MATERIAL CONSIGNADO COM IMPLANTES 
 
ENTRADA: ___/___/_____ HORA: ____:_____ 
 
EMPRESA:____________________________________________________ 
NOME DO PACIENTE:___________________________________________ 
MÉDICO CIRURGIÃO:___________________________________________ 
DATA DA CIRURGIA:_____/_____/_______ HORA:________:________ 
 
DESCRIÇÃO DO MATERIAL:______________________________________ 
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
(EX: duas caixas instrumentais auxiliares xx + uma caixa de parafusos e placas yy contendo 
00000000 peças). 
 
RESPONSÁVEL EMPRESA (nome e assinatura)_______________________ 
______________________________________________________________ 
 
ENFERMEIRO CME:______________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
 
OBS:__________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
(ex: material x e y só podem ser processados por método físico-químicos, esterilizar material x 
em embalagem separadamente do resto, paciente alérgico a látex, etc.) 
 
SAÍDA:___/___/_____ HORA: ____:_____ 
 
RESPONSÁVEL EMPRESA (nome e assinatura)_______________________ 
______________________________________________________________ 
 
ENFERMEIRO CME:______________________________________________ 
_______________________________________________________________ 
 
OBS:__________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________ 
ESTE MATERIAL DEVE PERMANECER NO CME PARA FINS DE 
REGISTRO 
 
IMPLANTÁVEL 
ANEXO 2 – MODELO DE ETIQUETA DE IDENTIFICAÇÃO DE MATERIAL 
IMPLANTÁVEL 
 
 
HOSPITAL MODELO 
CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO 
 
IDENTIFICAÇÃO DE MATERIAL CONSIGNADO COM IMPLANTÁVEL 
 
Data Esterilização: ___/___/_____ Autoclave:________ Ciclo:________ 
 
Hora: ____:_____ Lote:_________ Método esterilização:________________ 
 
Colaborador:____________________________________________________ 
 
NOME DA CAIXA:________________________________________________ 
______________________________________________________________ 
 
EMPRESA:____________________________________________________ 
 
Tipo de material implantável:_______________________________________ 
 
NOME DO PACIENTE:___________________________________________ 
 
MÉDICO CIRURGIÃO:___________________________________________ 
 
DATA DA CIRURGIA:_____/_____/_______ HORA:________:________ 
 
ESTE MATERIAL DEVE FICAR FIXADO EM CIMA DAS CAIXAS 
CIRÚRGICAS, DEVENDO SER RETIRADO APENAS EM SALA CIRÚRGICA 
EM CASO DE USO. 
ANEXO 3 – MODELO DE TERMO DE RESPONSABILIDADE EM CASO DE 
PACIENTE REQUISITAR O EXPLANTE 
 
 
 
 
HOSPITAL MODELO 
CENTRO DE MATERIAL E ESTERILIZAÇÃO 
 
 
TERMO DE REQUISIÇÃO, RECEBIMENTO E RESPONSABILIDADE PARA 
RETIRADA DE EXPLANTES. 
 
 
 
Eu, ____________________, RG_________________, requisito o 
explante ________________________________________ (nome do explante), 
retirado em cirurgia ____________________________ (nome da cirurgia) na 
data de ____/___/___, realizado pelo médico 
(a)___________________________, conforme os termos da RDC nº15 Art. 
110: “o material explantado poderá ser entregue ao paciente mediante 
solicitação formal”, e § 2º: “A entrega dos explantes deverá ser precedida de 
assinatura de termo de recebimento e responsabilidade e a embalagem de 
esterilização deverá ser rompida e retida antes da entrega”. 
Estou ciente de que o explante não apresenta risco para saúde, eque não será utilizado em cirurgias futuras, sendo apenas para guarda do (a) 
requisitante, conforme explicado pelo cirurgião (ã) ou enfermeiro (a) do 
Centro Cirúrgico e/ou CME. 
Recebo o explante devidamente processado e esterilizado na data 
de:____/____/_____, pelo processo de esterilização 
____________________, 
Autoclave ______ ciclo ________ lote ________ invólucro _______________ 
sob responsabilidade do(a) enfermeiro(a) 
_____________________________ 
______________________________ COREN ________________________. 
 
 
Nome e Assinatura requisitante:____________________________________ 
 
Assinatura Enfermeiro CME:_______________________________________ 
 
 
1ª Via: requisitante, 2ª via CME 
 
Referencias 
 
1. LISBÔA, Ulla Vestergaard; FERÃO, Mara Ines Baptistella. Órtese e 
prótese na graduação em fisioterapia: importante coadjuvante à 
terapia de reabilitação. Disponível em: 
http://www.sbpcnet.org.br/livro/58ra/SENIOR/RESUMOS/resumo_2064.h
tml 
2. GRAZIANO, Kazuko U; SILVA, Arlete; PSALTIKIDIS, Eliane Molina. 
Enfermagem em Centro de Material e Esterilização. Ed Manole, 2011. 
3. Associação Brasileira de Importadores e Distribuidores de Implantes – 
ABRAIDI. Definição de Órtese e Prótese. Disponível em: 
http://abraidi.com.br/servicos/informacoes-uteis/definicao-de-ortese-e-
protese.html 
4. Agência Nacional de Saúde Suplementar. Cobertura – órtese, prótese 
e materiais especiais . Disponível em: 
http://www.ans.gov.br/images/stories/A_ANS/Transparencia_Institucional
/consulta_despachos_poder_judiciario/2014-
ortesesprotesesematespeciais.pdf 
5. Association of PeriOperative Registered Nurses – AORN. Perioperative 
Standarts and Recommended Practices: for inpatient and 
ambulatory settings. Ed Aorn, 2014. 
6. RDC nº15/2012. Dispões sobre as práticas seguras em CME. 
Disponível em: http://abraidi.com.br/documentos/informacoes-
uteis/limpeza-de-materiais/boas-praticas-para-reprocessamento-rdc-15-
de-marco-2012.pdf 
7. ERCOLE , Flávia Falci; Chianca, Tânia Couto Machado. Infecção de 
sitio cirúrgico em pacientes submetidos a artroplastias de quadril. 
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v10n2/10509.pdf

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