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CENTRO-CIRÚRGICO-1

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2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 4 
2 A EVOLUÇÃO DO CENTRO CIRÚRGICO ........................................ 5 
2.1 A cirurgia na antiguidade ............................................................. 5 
2.2 A cirurgia na idade média ............................................................ 6 
2.3 Cirurgia no Brasil ......................................................................... 7 
3 O CENTRO CIRÚRGICO ................................................................... 9 
3.1 Aspectos organizacionais – Estrutura Física ............................. 11 
3.2 Equipe do Centro Cirúrgico – Recursos Humanos .................... 25 
4 MONTAGEM DA SALA DE OPERAÇÃO ......................................... 31 
4.1 Circulante da sala ...................................................................... 34 
5 LIMPEZA DA SALA DE OPERAÇÃO .............................................. 38 
6 CIRURGIA ....................................................................................... 41 
6.1 Classificação das Cirurgias ....................................................... 42 
6.2 Tempos cirúrgicos ..................................................................... 44 
6.3 Instrumentais, agulhas e fios ..................................................... 48 
6.4 Classificação do instrumental cirúrgico ..................................... 58 
7 CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR .................................... 63 
7.1 Infecção hospitalar .................................................................... 63 
7.2 PCIH – Programa de Controle de Infecção Hospitalar .............. 64 
7.3 CCIH – Comissão de Controle de Infecção Hospitalar .............. 66 
7.4 SCIH – Serviço de Controle de Infecção Hospitalar .................. 68 
7.5 NCIH – Núcleo Controle de Infecção Hospitalar ....................... 69 
8 SOBECC – ATUALIZAÇÕES DAS DIRETRIZES SOBRE 
PREVENÇÃO DE INFEÇÕES EM SITIOS CIRÚRGICO DA CDC. ................. 72 
8.1 5 possíveis mudanças na prática de enfermagem perioperatória
 74 
 
3 
 
9 Recomendações para evitar infecções cirúrgicas – OMS (Organização 
Mundial de Saúde) ........................................................................................... 75 
9.1 Recomendações ....................................................................... 76 
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ...................................................... 82 
BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 84 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é 
semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – 
quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao 
professor e fazer uma pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida 
sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta 
para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma 
coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao 
protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
2 A EVOLUÇÃO DO CENTRO CIRÚRGICO 
 
Fonte: aulazen.com 
 
 A trepanação é a primeira operação conhecida, que consiste na remoção 
de um pequeno fragmento ósseo, geralmente arredondado, dos crânios. Alguns 
crânios sofreram várias trepanações. Eram mutilações sangrentas e dolorosas 
executadas com um fim de iniciação mística (crianças e adolescentes) ou de ritos 
mágicos. As trepanações, bem como atos médicos e cirúrgicos, eram feitos por 
feiticeiros. 
Conhecida desde os tempos neolíticos, as trepanações eram feitas por 
razões religiosas, mas também médicas (como para o alívio da pressão 
intracraniana). Os fragmentos ósseos discoides, resultantes, eram usados como 
amuletos. As trepanações eram de diferentes tamanhos, e feitas em diferentes 
pontos da caixa craniana, realizadas mais frequentemente nos adolescentes e 
jovens. 
2.1 A cirurgia na antiguidade 
Em 2500 a.C. foram relatadas operações em tumbas de faraós em 
Saqquarah. Os papiros de Ebers e Edwin Smith, do século XVI A.C., trouxeram 
informações e foram os primeiros textos sobre cirurgia. O papiro cirúrgico de 
 
6 
 
Edwin Smith é um dos mais importantes documentos da medicina antiga do Vale 
do Nilo. Foi escrito por volta de 1700 a.C., mas a maioria de suas informações é 
baseada em textos escritos na época de Imhotep (2640 a.C.). O papiro se refere, 
principalmente, às feridas e a como tratá-las. 
Na Índia, no século IV a.C., houve um desenvolvimento grande da cirurgia 
plástica, principalmente das rinoplastias. Os prisioneiros de guerra e os adúlteros 
eram punidos com a amputação do nariz, cuja reconstrução era feita à custa de 
retalhos da testa. Susruta foi o grande cirurgião indiano da época. 
 Entre 460 e 377 a.C. foi formulado o Juramento de Hipócrates. Sob essa 
influência, em 150 a.C., foi proibido que médicos e cirurgiões respeitáveis, 
educados, usassem bisturis e cortassem pacientes para retirada de cálculos. 
Tais tarefas, consideradas selvagens, ficavam para artesãos menos educados 
(mais tarde a Igreja se posicionou fortemente contra as dissecções e operações 
e somente no século XIII é que os médicos e os cirurgiões começaram a ser 
igualmente respeitados). 
 A cirurgia praticamente não existia na China Antiga por causa da 
orientação totalmente diferente da medicina chinesa, somada à completa 
ignorância da anatomia. Hua T’o, o mais famoso médico chinês da época, no 
ano de 190 (século II) já fazia anestesia para operações no abdome usando 
Cannabis sativa fervida com vinho. 
2.2 A cirurgia na idade média 
O cirurgião bizantino Paulo de Egina (Paulus Aegineta), escreveu um 
breviário de cirurgia onde compilou o que já havia sido dito pelos gregos. 
Discutiu, com sua experiência pessoal: traqueotomia, tonsilectomias, 
flebotomias e redução do tamanho das mamas. 
 Abw’l Qasim al Zahrawi, Albucasis (930-1013), cirurgião islâmico nascido 
em Córdoba, escreveu o primeiro livro ilustrado de cirurgia, introduzindo o uso 
do ferro em brasa para cauterização de feridas. 
Teve grande influência sobre os cirurgiões da idade média, que usaram 
abusivamente essa técnica (cauterização de feridas). Os escritos e manuscritos 
da época mostram claramente a mistura vigente de misticismo e crueldade. Na 
 
7 
 
Idade Média, o homem era totalmente religioso e via em tudo o que lhe acontecia 
um gesto direto de Deus. 
 A igreja, cuja autoridade era incontestada, impediu todo o espírito de 
pesquisa como, por exemplo, a interdição das dissecções que, aliás, foi mantida 
até 1480. A cirurgia foi considerada uma prática bárbara, também condenada 
pela igreja. No século XIII apareceram as primeiras escolas de medicina. A 
primeira foi a de Salerno (século IX?), que fornecia ensino verdadeiro e diploma. 
2.3 Cirurgia no Brasil 
Sangrar e amputar eram os principais atos cirúrgicos aplicados por 
cirurgiões-barbeiros itinerantes, muito conhecidos na França e no restante da 
Europa durante os XII e XIII. Esses artífices estavam longe do ensino médico, 
das necessidades e eram independentes.No século XVII ainda existiam em grande número e ocupavam a prática 
cirúrgica. Naquele século já eram conhecidos os cirurgiões ligados às escolas 
médicas. Nesta época foram alcançadas técnicas para atendimento das fissuras 
e luxações, fístulas e cuidados com as feridas. 
No início do século XVIII encontramos no Brasil poucos relatos sobre o 
ensino da cirurgia e da própria técnica cirúrgica. A transferência do vice-reinado, 
em 1763, trouxe um programa que se refletiria também no ensino da cirurgia. 
Em 1790 é nomeado Cirurgião Mor da Misericórdia Antônio José Pinto, que ali 
ministrou o I Curso Regular de Operações, Clínicas e Técnicas Cirúrgicas. 
Com a chegada da família real, em 1808, iniciou-se um surto de progresso 
intelectual e material e o português Joaquim da Rocha Mazarm é reconhecido 
como o primeiro professor de cirurgia. Em 1832 é realizada uma reforma que 
transformou em faculdades, as escolas de medicina da Bahia e do Rio de 
Janeiro. 
 
 Novos recursos técnicos 
O século XIX caracterizou-se pelo desenvolvimento do conhecimento que 
auxiliaram o crescimento da cirurgia. Cabe citar o controle da hemorragia, 
principalmente com novos recursos técnicos, o conhecimento do controle de 
 
8 
 
infecção, a assepsia, a antissepsia e o controle da anestesia, que ofereceu uma 
possibilidade imensa para o maior alcance das intervenções cirúrgicas. 
No início do século XX existia o cirurgião que de forma abrangente, 
realizava os chamados procedimentos operatórios. O desenvolvimento científico 
e a necessidade do emprego de técnicas especiais proporcionaram o surgimento 
dos especialistas. Como é compreensível, os oftalmologistas e os 
otorrinolaringologistas foram os primeiros, mas a seguir se definiram os 
ortopedistas e urologistas. 
 
 A especialização cirúrgica 
No final dos anos 50 já tínhamos outras especialidades com alcances 
precisos e definidos. Citamos a cirurgia torácica, a neurocirurgia e a cirurgia 
plástica. Nesta década ocorreu o advento da cirurgia cardíaca com circulação 
extracorpórea e depois com o coração parado. 
A cirurgia atingiu outras características, além da área anatômica e 
alcançou aspectos com predominância da patologia, como a cirurgia oncológica 
e a endócrina e de faixas etárias como a cirurgia pediátrica. Estas notadamente 
alicerçadas em aspectos especiais dos pacientes onde atuavam. 
 
 A evolução tecnológica 
Da segunda metade do século XX ao início do século XXI inúmeros 
progressos tecnológicos proporcionaram o emprego de novos avanços. Como a 
cirurgia dos transplantes de órgãos, a microcirurgia, o emprego de próteses e 
endopróteses, a cirurgia videoendoscópica e as técnicas de imagem 
congregando a radiologia invasiva. 
Os transplantes de órgãos estabeleceram um gigantesco avanço técnico. 
Os primeiros especialistas John Merrill e Joseph Murray, realizaram o primeiro 
transplante renal com sucesso em 1954. 
 E 1963, Thomas Starzl realizava o primeiro transplante de fígado, 
Christian Barnard realizou primeiro transplante cardíaco, em 1967, na África do 
Sul. 
 
 
9 
 
3 O CENTRO CIRÚRGICO 
 
Fonte: divinaprovidencia.org.br 
 
É na instituição de saúde que o paciente/cliente deposita a maior parcela 
das expectativas do bom desempenho profissional, além da garantia de 
segurança. Por esse motivo, os processos e as pessoas que envolvem o 
paciente cirúrgico devem receber atenção especial. 
A Unidade de Centro Cirúrgico é o conjunto de elementos destinados às 
atividades cirúrgicas, bem como à recuperação pós-anestésica e pós-operatória 
imediata. É um setor singular dentro do hospital por tratar de situações 
complexas e pela evidência dos resultados apresentados, além de decisivo na 
ação curativa. 
O centro cirúrgico é um setor de grande risco. Frente a isso, é 
indispensável que protocolos de segurança estejam presentes nesse setor. 
É consenso na literatura, o quão maléficas são as infecções hospitalares 
para os indivíduos envolvidos, direta ou indiretamente, nos procedimentos 
invasivos e também a capacidade dos microrganismos disseminadores dessas 
infecções, em resistir às barreiras desenvolvidas pela ciência para combatê-los. 
Uma infecção hospitalar pode ser adquirida a partir de uma fonte 
endógena, quando esta infecção surge de outro local do próprio paciente, 
referida como autoinfecção, ou ainda exógena, através de outro paciente ou do 
 
10 
 
meio ambiente, também conhecida por infecção cruzada, incluindo veículos 
como mãos, secreção salivar, fluidos corpóreos, ar e materiais contaminados. 
As infecções nosocomiais frequentemente têm um extraordinário 
ônus em termo de morbidade e até mesmo mortalidade, observando que 
diversos fatores relacionados à hospitalização predispõem os pacientes ao risco 
de contraírem essas infecções. 
 Dentre eles estão o status imunológico, a idade, o uso abusivo de 
antibióticos, procedimentos médicos e em particular os invasivos, a 
imunossupressão e as falhas nos procedimentos de controle de infecção. 
Os procedimentos invasivos podem representar uma porta de entrada de 
microrganismos; o uso de antimicrobianos que fazem pressão seletiva em favor 
dos germes resistentes, favorecendo sua superpopulação; o meio ambiente, que 
tem importância secundária na cadeia epidemiológica dessas infecções, onde 
casos em que os preceitos básicos de higiene não são seguidos, a presença de 
um profissional disseminador de um microrganismo ou a utilização de 
um medicamento contaminado, pode levar a um surto de infecção. 
O Centro Cirúrgico se apresenta como um grande exemplo. Neste setor 
está o conjunto das áreas e instalações que permitem efetuar procedimentos 
cirúrgicos nas melhores condições de segurança para o paciente, e de conforto 
para a equipe que o assiste. 
É considerado o setor mais complexo dentro de um hospital; um ambiente 
controlado, onde vigoram rigorosos padrões de higiene e assepsia. 
O atendimento prestado no Centro Cirúrgico, pelo grau de invasibilidade 
dos procedimentos cirúrgicos e anestésicos e a consequente diminuição das 
defesas orgânicas, fazem com que este momento seja o principal determinante 
para a ocorrência de infecção hospitalar. 
Neste setor, todas as atividades exigem estado permanente de alerta, 
pois há intervenções que podem colocar em risco a vida do paciente e ainda a 
natureza do ato cirúrgico, que estabelece condições para o contato com sangue, 
líquidos e tecidos orgânicos, implicando em risco de exposição ocupacional aos 
agentes biológicos. 
Apesar da existência deste conhecimento, algumas precauções são 
negligenciadas na prática profissional, entre elas, o cuidado com as mãos. 
 
11 
 
Outro ponto relevante é que as mãos têm sido consideradas uma 
importante fonte de amostras de bactérias, principalmente do gênero 
Staphylococcus e têm sido um dos principais meios de transmissão dessas 
bactérias no ambiente hospitalar. 
Apesar dos antimicrobianos existentes, da melhora das condições 
sanitárias e das medidas de controle de infecção hospitalar, este microrganismo 
continua a ser um dos mais importantes patógenos para o homem. 
Neste sentido, a técnica da lavagem das mãos é considerada a mais 
importante medida na diminuição das infecções dentro do ambiente hospitalar 
considerando o centro cirúrgico. Esse simples procedimento, quando trabalhado 
com seriedade, contribui significativamente para proteção, tanto de quem 
executa a técnica quanto de quem se beneficia com os resultados da mesma. 
3.1 Aspectos organizacionais – Estrutura Física 
 
Fonte: enfermagembio.blogspot.com 
 
O Centro-cirúrgico (CC) pode ser considerado uma das unidades mais 
complexas do hospital devido sua especificidade, presença de agente 
estressores devido às possibilidades de risco à saúde a que os pacientes estão 
sujeitos ao serem submetidos à intervenção cirúrgica. 
 
12 
 
 O CC é constituídode um conjunto de áreas e instalações que permite 
efetuar a cirurgia nas melhores condições de segurança para o paciente, e de 
conforto e segurança para as equipes que o assiste. 
Sendo um setor de circulação restrita, destacam-se, entre suas 
finalidades, a realização de procedimentos cirúrgicos devolvendo os pacientes 
às suas unidades de origem nas melhores condições possíveis de integridade; 
otimização de campo de estágio para a formação, treinamento e 
desenvolvimento de recursos humanos; e o desenvolvimento científico para o 
aprimoramento de novas técnicas cirúrgicas e afins. 
 
Localização 
 Deve ocupar área independente da circulação geral, ficando, 
assim, livre do trânsito de pessoas e materiais estranhos ao 
serviço; 
 Possibilitar o aceso livre e fácil de pacientes provenientes das 
Unidades de internação Cirúrgicas, Pronto Socorro e Terapia 
Intensiva, bem como o encaminhamento dos mesmos às Unidades 
de origem. 
 
Estrutura física Devido ao seu risco: 
 Não restrita: as áreas de circulação livre (vestiários, corredor de entrada 
e sala de espera de acompanhantes). 
Semi-restritas: pode haver circulação tanto do pessoal como de 
equipamentos, sem, contudo, provocarem interferência nas rotinas de controle e 
manutenção da assepsia (salas de guarda de material, administrativa, copa e 
expurgo) 
Restrita: o corredor interno, as áreas de escovação das mãos e a sala de 
operação (SO); para evitar infecção operatória, limita-se a circulação de pessoal, 
equipamentos e materiais. 
 
De acordo com a organização hospitalar, podem fazer parte do bloco 
cirúrgico a Recuperação Pós-Anestésica e a Central de Materiais e Esterilização. 
As demais áreas são assim caracterizadas: 
 
13 
 
Vestiários (masculino e feminino): Localizados na entrada do CC, onde é 
realizado o controle de entrada das pessoas autorizadas após vestirem a roupa 
privativa da unidade. Deve possuir chuveiros, sanitários e armários para guarda 
de roupas e objetos pessoais. 
 Área de conforto: Área destinada a lanches para que os mesmos não 
sejam realizados em locais inadequados. Deve-se dispor nesse local cadeiras, 
poltronas e sofás. 
Sala dos cirurgiões e anestesiologistas 
Sala de enfermagem: Reservada ao controle administrativo do CC. Deve 
estar em local de fácil acesso e com boa visão de todo o conjunto do setor. 
Sala de recepção dos pacientes: Espaço para receber os pacientes. 
Aqui os pacientes são avaliados clinicamente antes da cirurgia ou receber 
medicação pré-anestésica. Este ambiente deve ser o mais calmo possível a fim 
de diminuir o estresse do período pré-operatório. 
Sala de material de limpeza: Destinado a guarda dos materiais utilizados 
na limpeza do Centro-cirúrgico. 
Expurgo: Local para o desprezo de secreções das salas de cirurgia. Deve 
estar provida de um vaso sanitário apropriado com descarga e uma pia para 
lavagem dos artigos utilizados nas cirurgias. 
 Apoio técnico e administrativo do CC: O Centro-cirúrgico conta com o 
apoio imprescindível de alguns setores ligados direta ou indiretamente a ele e 
que deve estar prontamente preparado para atendê-lo para seu funcionamento, 
tais como: 
 Banco de sangue, 
 Raio-X 
 Laboratório e anatomia patológica, 
 Serviço de engenharia clínica e de manutenção, 
 Farmácia, 
 Segurança 
 Secretaria. 
 
Sala de operação (SO): Segundo a legislação brasileira, a capacidade do 
CC é estabelecida segundo a proporção de leitos cirúrgicos e Salas de 
 
14 
 
Operação. A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n°307/2002, da Agência 
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) do Ministério da Saúde, determina 
uma sala de operação para cada: 50 leitos não especializados ou 15 leitos 
cirúrgicos. 
Para um dimensionamento ideal, deve-se levar em consideração alguns 
aspectos como: 
 Horário de funcionamento do Centro-cirúrgico; 
 Especialidades cirúrgicas atendidas (cardiologia, neurocirurgia, 
ortopedia, oftalmologia, etc.); 
 Duração média das cirurgias; 
 Número de cirurgias por dia; 
 Número de leitos cirúrgicos do hospital; 
 Hospital escola; 
 
Tamanho da sala: Depende dos equipamentos necessários aos tipos de 
cirurgias a serem realizadas; seu formato deve ser retangular ou oval. Segundo 
a RDC 307/2002, quanto ao tamanho, as salas são assim classificadas: 
 Sala pequena: 20m², com dimensão mínima de 3,45 metros, 
destinadas às especialidades de otorrinolaringologia e 
oftalmologia. 
 
 
Fonte: hobeirario.com.br 
 
15 
 
 
 Sala média: 25m², com dimensão mínima de 4,65 metros, 
destinadas às especialidades gástrica e geral. 
 
 
Fonte: portalhospitaisbrasil.com.br 
 
 Sala grande: 36m², com dimensão mínima de 5,0 metros, 
específicas para as cirurgias neurológicas, cardiovasculares e 
ortopédicas. 
 
 
 Fonte: g1.globo.com 
 
Portas: As portas das salas de cirurgia devem ser largas o bastante para 
facilitar a passagem de macas e equipamentos cirúrgicos. Devem possuir metal 
 
16 
 
na altura da maca para evitar seu estrago, ser de materiais laváveis e 
resistentes, de preferência revestidas de fórmica. 
 É indicado o uso de portas do tipo “vaivém” que impeçam o uso das mãos 
para abri-la. O ideal é que se tenha uma outra porta de acesso à sala apenas 
para membros das equipes com visor de separação dos dois ambientes. 
 
 
Fonte: conteudodenfermagem.blogspot.com 
Piso: 
 Deve ser de superfície lisa, não porosa, 
 Resistentes a agentes químicos comuns, sem fendas ou 
fissuras, 
 Ter aspecto estético, realçar a sujeira, não refletir a luz, 
 Impermeável, 
 Resistente ao choque, 
 Durável, 
 De fácil limpeza, 
 Pouco sonoro e 
 Principalmente bom condutor de eletricidade estática para 
evitar faíscas. 
 Exemplo: granilite, vinílicos e mármore. 
 
 
17 
 
 
 Fonte: rcpisos.com.br 
 
Paredes: Devem ser revestidas de material liso, resistente, lavável, 
antiacústico e não refletor de luz. Pintadas de cores que evitam a fadiga visual, 
as tintas não devem possuir cheiro. 
É vedado o uso de cimento sem nenhum aditivo antiabsorvente para 
rejunte de peças cerâmicas ou similares tanto nas paredes quanto nos pisos. 
Devem ser utilizados cantos arredondados nas paredes, conforme o Manual 
de Controle de Infecção Hospitalar da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. 
 
 
Fonte: slideplayer.com.br 
 
Teto: Deve ser de material resistente, lavável, não deve conter ranhuras 
e não deve ser poroso, para facilitar a limpeza e impedir a retenção de micro-
 
18 
 
organismos. Deve ser contínuo, não sendo permitido a utilização de forro falso-
removível, a não ser nas demais áreas do centro-cirúrgico, onde é necessário 
este tipo de forro por razões ligadas à manutenção desde que resistentes aos 
processos de limpeza, descontaminação e desinfecção. 
É recomendado um espaço útil de no mínimo 80 cm de altura livre entre 
a laje do forro e o piso do pavimento superior, possibilitando assim a instalação 
de novos equipamentos e a entrada do pessoal do serviço de manutenção. 
Devido ao grande risco de incêndio, pelo elevado número de materiais de 
fácil combustão, a sala cirúrgica, além de contar com os equipamentos de 
combate a incêndio do centro-cirúrgico (extintores e mangueiras) a sala de 
cirurgia deve contar com um sistema de segurança que, através da elevação da 
temperatura, produz fortes borrifos de água no ambiente - (borrifador de teto – 
também conhecido como splinkers). 
 
 
Fonte: br.stockfresh.com 
 
Janela: Necessárias apenas para a entrada de iluminação natural, não 
permitindo a entrada de poeira e insetos. Devem ser dotadas de tela, não possuir 
parapeitos dentro ou fora da sala, não deve ainda, possuir cortinas ou persianas. 
 
Iluminação: A iluminação do ambiente hospitalar é tratada legalmente 
pela NR-17 da portaria n°3214/78, e através da NBR 5413/92 da Associação 
 
19 
 
Brasileirade Normas técnicas (ABNT), que recomenda os níveis ideais de 
iluminação para o ambiente de trabalho. 
 Na sala de operação, o objetivo da iluminação é minimizar a tarefa visual 
das equipes médicas e de enfermagem, oferecendo condições para que a 
operação se processe com precisão, rapidez e segurança. Deve-se levar em 
consideração os seguintes aspectos: 
 Eliminação de sombras e reflexos; 
 Eliminação do excesso de calor no campo operatório; 
 Proteção contra ocasional interrupção devido a falta de energia 
elétrica. 
 
Iluminação de emergência: Devem existir sistemas interligados e 
automáticos, para acionarem geradores reserva de imediato na eventualidade 
de uma interrupção do fornecimento de força para o centro cirúrgico. 
Ventilação/ ar condicionado: Deve atingir as exigências da NBR 
n°7256/82, tais como: 
 Prover o ambiente de aeração em condições adequadas de higiene 
e saúde: 99,9% de eficiência na retenção de partículas de até 5 
micra de diâmetro. 
 Remover partículas potencialmente contaminadas liberadas no 
interior das salas sem acarretar turbulência aérea: recomenda-se 
de 20 a 25 renovações completas do ar da sala, no espaço de uma 
hora. 
 Impedir a entrada no Centro-cirúrgico de partículas potencialmente 
contaminantes, oriundas de áreas adjacentes: a pressão do 
ambiente da sala deve ser discretamente mais elevada que nos 
demais compartimentos do centro-cirúrgico. 
 Proporcionar umidade relativa adequada e temperatura ambiente 
de conforto e segurança para o paciente e para a equipe que o 
assiste: temperatura entre 22 e 23°C. A umidade deve permanecer 
entre 55 a 60%. No entanto, não deve ultrapassar 70% para não 
se tornar ambiente propício ao desenvolvimento de 
microorganismos. 
 
20 
 
 Manter nível sonoro mínimo de instalação e utilização do sistema 
de ventilação: não devem ultrapassar os previstos pela norma 
brasileira NBR n° 6401/80. 
 Sistema energético alternativo para o sistema de ventilação na falta 
do sistema elétrico principal. 
 
Tomadas: Voltagem fornecida pela concessionária local e uma com 
voltagem diferenciada, ambas com dispositivo de aterramento. Devem ser 
instalados também pontos para negatoscópio e aparelhos portáteis de raios -x. 
É proibida a ligação simultânea de mais de um aparelho à mesma tomada 
corrente, salvo se a instalação for projetada para este fim. Devem ser 
inspecionadas periodicamente observando integridade do condutor terra, tensão 
de contato e a segurança global. 
 
Rede de gases 
Oxigênio: O sistema de abastecimento pode ser descentralizado 
(utilização de cilindros avulsos, transportados até o local de utilização) ou 
centralizado (conduzido por tubulação central até os pontos de utilização). 
Ar comprimido: Também pode advir de um sistema descentralizado 
(cilindros com pressões entre 120 e 190 Kgf/cm², como o oxigênio) ou 
centralizado (compressor com 100% de consumo máximo provável, que 
funcione automaticamente ou manualmente). 
Vácuo: Produzido por bombas, que devem ter capacidade de 100% do 
consumo máximo provável, que funcione alternadamente ou em paralelo em 
caso de emergência. É importante manter outro tipo de sistema de suprimento 
autônomo de emergência, para manutenção da rede de vácuo ou pane da 
distribuição convencional. 
Óxido nitroso: O sistema de abastecimento pode ser descentralizado 
(alto consumo - conduzido por tubulação dos cilindros até os pontos de 
utilização) ou centralizado (utilizado em caso de baixo consumo – utilização de 
cilindros transportáveis até os pontos de utilização). 
Nitrogênio: É fornecido em cilindros com pressão variando entre 120 e 
190 Kgf/cm², e também em forma líquida. Quando misturado com oxigênio 
medicinal, é chamado de ar estéril. 
 
21 
 
 
De acordo com as normas nacionais e internacionais, os gases medicinais 
são distribuídos com as seguintes cores, segundo a NBR n° 6493/94 e NBR n° 
12188: 
 Verde emblema: oxigênio. 
 Azul marinho: óxido nitroso. 
 Amarela segurança: ar comprimido medicinal. 
 Cinza claro: vácuo medicinal. 
 
 
Fonte: gruposnengenharia.com.br 
 
Cuidados no manuseio, movimentação e armazenamento dos 
cilindros de gases medicinais: 
 Uso de equipamentos especiais para o transporte de cilindros; 
 Manter o cilindro acorrentado durante o transporte 
 Evitar choques mecânicos, inclusive de um cilindro contra o outro; 
 Não arrastar o cilindro; 
 Armazenados em locais secos, limpos e bem ventilados; 
 As etiquetas não devem ser arrancadas ou estragadas; 
 Oxigênio e óxido nitroso não devem ser armazenados no mesmo 
ambiente que outros gases inflamáveis devido à mistura destes ser 
facilmente incendiada. 
 
22 
 
 Cilindros cheios devem estar separados dos cilindros vazios para 
evitar erros de procedimento e sempre com o capacete 
rosqueado. 
 Os cilindros devem ser sempre limpos antes de serem levados ao 
centro-cirúrgico. 
 Cilindros sem identificação ou com identificação duvidosa devem 
ser devolvidos ao fabricante ou distribuidor. 
 
Lavabo: Constituído de uma pia em aço inoxidável provida de torneira de 
água quente e fria, escovas e antissépticos para a escovação cirúrgica. É 
previsto um lavabo para cada duas salas de operação que deve possuir: 
 Duas torneiras de acionamento por pé, joelho, braço, fotoelétrico 
ou qualquer outro meio que não as mãos. 
 Espaço suficiente para duas pessoas lavarem-se simultaneamente 
 (1,10 m² por torneira); 
 Dispensadores de produtos antissépticos (devem obedecer ao 
mesmo princípio de dispensação que a torneira). 
 
 
Fonte: slideshare.net 
 
 
23 
 
 Os antissépticos devem estar regulamentados por órgão governamental 
e autorizados pela Comissão de Infecção do Hospital. Recomenda-se também a 
instalação de um relógio para o controle do tempo de escovação. 
 
Recursos materiais 
Classificados em permanentes ou de consumo, o controle dos materiais 
utilizados no centro-cirúrgico são de competência da equipe de Enfermagem. 
Os materiais permanentes podem ser fixos ou móveis. Os móveis são 
aqueles que podem ser deslocados ou acrescidos à sala de operação de acordo 
com a necessidade no ato operatório, dentre os quais se destacam: 
 
Aparelho de anestesia Mesa de Mayo 
Aspirador portátil estéril Mesa para instrumental cirúrgico 
(simples e com traves ou suportes) 
Banco giratório Suporte de braço 
Balde para lixo Suporte de hamper 
Balança para pesar 
compressas 
Suporte de soro 
Bisturi eletrônico Artroscópio 
Carrinho abastecedor Balão intra-aórtico 
Carrinho de medicamentos Bomba de circulação extra-
corpórea 
Coxins Cardioversor ou desfibrilador 
Escada com dois degraus Colchão de água para hiper ou 
hipotermia 
Estrados Criogênico 
Foco auxiliar Manta térmica 
Mesa de operação com os 
respectivos acessórios: arco 
de narcose, ombreiras, 
suportes laterais, perneiras, 
colchonetes em espuma 
Microscópio eletrônico 
 
24 
 
Mesa auxiliar para 
acondicionar pacotes de 
aventais 
Monitor multiparamétrico 
 
Equipamentos fixos: 
Adaptados à estrutura da sala de operação que são: 
 Foco central; 
 Negatoscópio; 
 Torre retrátil ou painel de gases medicinais 
 
Os materiais de consumo (médico-hospitalares) por se tratar de grande 
diversidade e rotatividade podem ser classificados em três tipos: 
 Classe A: São os itens de maior importância e que merecem um 
tratamento preferencial, justificando procedimentos meticulosos e 
uma grande atenção por parte de toda a administração; 
 Classe C: São os itens de menor importância e que justificam 
pouca ou nenhuma atenção. Os procedimentos são os mais 
rápidos possíveis. 
 Classe B: São os itens em situação intermediária entre as classes 
A e C. 
 
 Os materiais pertencentes à classe A são os que representam maior 
custo para o centro-cirúrgico. Não significa que sejam os de maior custo unitário. 
Pode ser que o custounitário de certo material seja pequeno, mas conforme a 
quantidade em que é usado, pode representar um custo elevado. 
 
 
25 
 
3.2 Equipe do Centro Cirúrgico – Recursos Humanos 
 
Fonte: farmaceuticas.com.br 
 
Os profissionais que atuam no Centro Cirúrgico são: as equipes médicas 
(cirúrgica e anestesiologia), de enfermagem, administrativa e de higiene, que 
têm como objetivo assistir adequadamente às necessidades do paciente. É de 
extrema importância que seus componentes atuem de forma harmônica e 
integrada para a segurança do paciente e a eficiência do ato cirúrgico. É 
importante ainda que as boas relações humanas e o profissionalismo sempre 
prevaleçam sobre as tensões, inevitáveis nesse tipo de trabalho. 
Em uma equipe, todos os seus membros têm suas responsabilidades e 
funções definidas, assim como devem ser habilitados para as atividades que 
desempenham. As funções do enfermeiro coordenador, do enfermeiro 
assistencial, dos técnicos de enfermagem, dos auxiliares de enfermagem e 
auxiliares e dos auxiliares administrativos, devem estar devidamente descritas. 
 
Equipes que atuam no centro cirúrgico: 
 
Equipe de anestesia: é composta de médicos anestesiologistas. 
Compete ao anestesiologista avaliar o paciente no pré-operatório, prescrever a 
medicação pré-anestésica, planejar e executar a assistência pré-operatória, 
controlando as condições clínicas deste durante o ato anestésico. 
 
26 
 
Após a cirurgia, é de sua responsabilidade assistir o paciente na sala de 
recuperação pós-anestésica. 
Equipe cirúrgica: compõe-se de cirurgião, cirurgião assistente e 
instrumentador cirúrgico, sendo que este último pode ou não ser médico. Em 
hospital-escola, na maioria das vezes, essa função é desempenhada por 
estudantes. 
 Cirurgião: é competência do cirurgião planejar e executar o ato 
cirúrgico, comandar e manter a ordem no campo operatório. 
 Cirurgião assistente: ao primeiro assistente compete auxiliar o 
cirurgião no desenvolvimento do ato cirúrgico e substituí-lo caso se 
faça necessário. Em cirurgias de grande porte, torna-se 
indispensável à presença de um segundo assistente. 
 
Instrumentador cirúrgico: é o integrante da equipe que se 
responsabiliza por: 
 Verificar os materiais e equipamentos necessários a ao ato 
cirúrgico. 
 Preparar a mesa com os instrumentais e outros materiais 
necessários à cirurgia. 
 Ajudar na colocação dos campos operatórios. 
 Fornecer materiais e instrumentais ao cirurgião e assistente, 
solicitando-os, sempre que necessário ao circulante de sala, 
devendo para isso estar atento aos tempos cirúrgicos. 
 Observar e controla para que nenhum instrumental permaneça no 
campo operatório. 
 Zelar para a manutenção da mesa, conservando limpos os 
instrumentais durante o ato cirúrgico, bem como protegendo-a 
para evitar contaminação. 
 
Em algumas instituições o instrumentador faz parte da equipe de 
Enfermagem. Nesta situação deve prever os materiais necessários à cirurgia, 
separá-los após o uso, lavá-los e refazer a caixa de instrumentais, zelando pela 
conservação de tais materiais. 
 
27 
 
Equipe de enfermagem: é composta de Enfermeiro, técnico e auxiliar 
de enfermagem. 
Para o enfermeiro ter condições de prestar assistência ao paciente na sala 
de cirurgia, como: monitorização, ações de segurança para evitar queda, auxiliar 
o anestesiologista durante a indução anestésica, juntamente com a equipe 
cirúrgica posicioná-lo na mesa de cirúrgica colocando os coxins para conforto, e 
outras ações específicas, é necessário que haja pelo menos 1 enfermeiro 
assistencial para cada 4 salas de cirurgia, além do enfermeiro gerente 
(coordenador) que é responsável pelas ações administrativas. 
A assistência de Enfermagem perioperatória, compreende as atividades 
desenvolvidas nos períodos: 
 Pré-operatório imediato: da véspera da cirurgia até o momento 
em que o paciente é recebido no centro-cirúrgico; 
 Trans-operatório: do momento em que o paciente é recebido no 
CC até o momento em que é encaminhado para a sala pós-
anestésica; 
 Intra-operatório: Do início até o final da anestesia; 
 Recuperação pós-anestésica: do momento da alta do paciente 
da sala de operação até sua alta da sala de recuperação pós-
anestésica; 
 Pós-operatório imediato: da alta do paciente da sala de 
recuperação pós-anestésica até as primeiras 48 horas pós-
operatórias. 
 
Para cada uma hora de cirurgia, são necessárias 2,25 horas de 
assistência de Enfermagem. No que se refere à proporção do quadro de pessoal, 
65% são Enfermeiros e 35% técnicos com atribuições de circulação de sala à 
instrumentação cirúrgica. 
 
Enfermeiro chefe: É de sua competência: 
 Organizar e prover a unidade de recursos materiais e humanos, e 
manter o ambiente em boas condições de funcionamento. 
 
28 
 
 Planejar as ações assistenciais e administrativas do Centro 
Cirúrgico, norteando-se pelo regulamento interno. 
 Gerenciar as ações planejadas através de metodologia científica e 
humanística, para eficiência no atendimento ao paciente. 
 Controlar a quantidade e a qualidade de recursos humanos, bem 
como a qualidade da assistência prestada. 
 Supervisionar e avaliar o desempenho do pessoal que está sob sua 
responsabilidade. 
Opinar sobre a qualidade e quantidade de recursos materiais, 
possibilitando maior acerto na aquisição destes. 
 Planejar, executar e avaliar programas de educação continuada 
aos componentes da equipe de enfermagem. 
 Elaborar as escalas de folga e de férias dos componentes da 
equipe de enfermagem, procurando atender as suas solicitações. 
 Manter um bom relacionamento com os componentes da equipe 
cirúrgica e de anestesia, visando à assistência ao paciente. 
 Manter integração com os enfermeiros das unidades de internação, 
chefias dos departamentos e setores do hospital e outros serviços 
extra-hospitalares. 
 Colaborar no desenvolvimento do ensino, atualização e pesquisas 
realizadas. 
 Elaborar e atualizar o regulamento interno e manual de 
procedimentos. 
 Apresentar relatórios mensal e anual sobre as atividades 
realizadas no Centro Cirúrgico. 
 
Enfermeiro assistencial: compete-lhe: 
 Receber o plantão e tomar as providências necessárias relativas 
às atividades administrativas e assistenciais. 
 Providenciar o transporte do paciente para o centro cirúrgico. 
Receber o paciente, avaliando suas condições físicas e emocionais 
e procurando atender aos problemas identificados. 
 
29 
 
 Coordenar as atividades assistenciais prestadas pelos 
componentes da equipe de enfermagem. 
 Controlar, diariamente, os gastos de psicotrópicos. 
 Elaborar o programa ou mapa operatório para o dia seguinte, com 
base nos pedidos de cirurgia recebidos. 
 Supervisionar a limpeza diária e semanal da sala de cirurgia e 
demais elementos da planta física do Centro Cirúrgico. 
 Realizar a visita pré-operatória. 
 
O enfermeiro deve ainda tomar medidas para evitar a infecção da ferida 
operatória, devendo supervisionar ações referentes ao paciente, aos 
componentes das equipes que atuam no Centro Cirúrgico, material esterilizado, 
instrumentais e equipamentos. São elas: 
 Avaliar o preparo físico realizado no pré-operatório. 
 Certificar-se da incidência da infecção de ferida operatória. 
 Exigir o uso correto do uso correto da roupa privativa do Centro 
Cirúrgico de todos os profissionais e pessoas que venham da área 
externa. 
 Controlar o número de pessoas na sala durante o ato cirúrgico, bem 
como o trânsito desnecessário da mesma. 
 Propiciar exame médico e laboratorial periódico dos componentes 
da equipe de enfermagem. 
 Preparar, acondicionar e armazenar o material esterilizado em local 
apropriado. 
 Realizar testes bacteriológicos nos aparelhos de esterilização. 
 Avaliar periodicamente as condições de uso dos instrumentais e 
equipamentos. 
 Fazer pesquisa bacteriológica no ambiente,bem como avaliar a 
qualidade dos produtos químicos usados na limpeza e desinfecção. 
 Desenvolver trabalho conjunto com a CCIH 
 
Técnico e Auxiliar de enfermagem 
 Auxiliar o enfermeiro, sempre que necessário. 
 
30 
 
 Verificar o estado de conservação e funcionamento dos aparelhos 
e equipamentos, solicitando conserto e troca imediatos. Verificar a 
temperatura e iluminação da SO. 
 Controlar o estoque de material esterilizado e as respectivas datas 
de esterilização. 
 Responsabilizar-se pela identificação e encaminhamento das 
peças cirúrgicas aos laboratórios especializados 
 Exercer as atribuições de circulante de sala. 
 Prover a sala de operação com recursos adequados às 
necessidades do cliente a segundo as especificidades de cada 
intervenção anestésico-cirúrgica. 
 Montar a sala de operação. 
 Auxiliar o cliente no transporte da maca para a mesa de cirurgia e 
vice-versa, assim como no seu posicionamento, procurando 
manter sua privacidade e permeabilidade de cateteres e sondas. 
 Participar dos treinamentos e programas de atualização fornecidos 
pela instituição. 
 Observar o bom funcionamento do sistema de gases. 
 Estar atento para a placa dispersiva de energia do eletrocautério. 
 Auxiliar na paramentação da equipe cirúrgica, e atentar para a 
técnica asséptica na abertura dos materiais estéreis. 
 Auxiliar o anestesiologista na indução e reversão do procedimento 
anestésico. 
 Em situações emergenciais ou imprevistas solicitar a presença do 
enfermeiro. 
 Realizar o controle de débito de materiais utilizados na SO. 
 Encaminhar o paciente para a unidade de origem tomando os 
cuidados pertinentes com drenos, sondas ou cateteres. 
 Realizar o registro de todas as informações no prontuário ou 
impresso padronizado pela instituição. 
 Ao término do procedimento cirúrgico proceder à desmontagem da 
SO e encaminhar os materiais contaminados ao CME. 
 
 
31 
 
Escriturário 
 Registrar os pedidos de cirurgia. 
 Digitar diariamente o programa de cirurgia e encaminhá-lo as 
diferentes unidades de internação. 
 Responsabilizar-se pela estatística diária das cirurgias realizadas 
e não realizadas. 
 Executar outras atividades burocráticas segundo rotina da 
instituição 
 
Serviço de Limpeza 
Executar a limpeza na sala de cirurgia e demais elementos da planta física 
da unidade, de acordo com as normas estabelecidas pela comissão de controle 
de infecção hospitalar. 
4 MONTAGEM DA SALA DE OPERAÇÃO 
 
Fonte: portaldomedico.com 
 
Entende-se por montagem da sala os procedimentos para prever e prover 
artigos e equipamentos necessários e adequados que visam proporcionar o 
desenvolvimento do ato anestésico cirúrgico em ambiente seguro, físico e 
humano, a que o paciente tem direito. 
 
32 
 
A fase de montagem da sala compreende desde o momento em que a 
circulante recebe do Enfermeiro o plano assistencial para o período 
transoperatório até o início do ato anestésico-cirúrgico. 
 Os procedimentos dependem de informações a respeito da equipe 
médica, cirurgia, anestesia, mas, sobretudo, do paciente, e que podem ser 
obtidas através de aviso de cirurgia, ficha pré-operatória de Enfermagem e ficha 
de visita pré-operatória. 
A SOBECC – Associação Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, 
Recuperação Anestésica e CME recomenda que a montagem da SO siga 
protocolos supervisionados pelo Enfermeiro, com lista de materiais, 
equipamentos, artigos e particulares. 
A montagem da sala abrange as seguintes etapas: 
 Preparo da sala de operação: 
 Colocar o mobiliário em posição funcional. 
 Proceder à limpeza da sala de operação quando for necessário 
conforme a rotina estabelecida no CC. Na limpeza deve-se seguir 
um fluxo funcional, de modo a evitar desperdício de tempo e 
energia. Mobiliário, aparelhos, foco e mesa cirúrgica. 
 Prover equipamento para monitoração (cardíaca, oximetria, 
pressão não-invasiva e temperatura, capnografia). 
 Testar o funcionamento de aparelhos elétricos como monitores, 
focos, aspiradores, entre outros. 
 Testar o funcionamento da rede de gases medicinais - verificar os 
artigos do carinho de anestesia; bandeja para intubação, 
esfigmomanômetro, estetoscópio, etc. 
 Verificar material e equipamento para procedimentos especiais 
como: bisturi elétrico, trépano, microscópio, etc. 
 Observar controle ambiente quanto à temperatura recomendada da 
sala de operação entre 22 a 24ºC. 
 Observar controle terapêutico da sala quanto à segurança elétrica. 
 Realizar degermação das mãos 
 
 
33 
 
 Prover o carinho com os seguintes artigos médicos esterilizados de 
acordo com a rotina estabelecida no CC: 
 
Luvas estéril de todos os 
tamanhos. 
Caixa de instrumental cirúrgico. 
Pacotes de campos cirúrgicos 
(LAP). 
Seringas; agulhas; equipos e 
artigos para anestesia. 
Pacotes de aventais. Sondas; drenos e cateteres. 
Pacotes de compressas grandes 
de pequenas. 
Coletores (diureses, sonda 
nasogástrica, etc.). 
Pacotes de gazes (10 a 20 
unidades). 
Cabo de bisturi elétrico e sistema 
de aspiração de secreção 
Fios de sutura comuns e 
específicos para o procedimento 
cirúrgico. 
 
Manoplas. 
Impermeáveis para mesa de 
instrumental. 
Artigos específicos de acordo com 
o procedimento cirúrgico 
(laparoscópios) 
Artigos em aço inoxidável 
(cubas-rim, cúpulas, bacias). 
Checar a validade da esterilização e 
a integridade das embalagens dos 
artigos. 
 
Prover com artigos diversos: 
Talas Soluções medicamentosas como: 
Ringer simples e lactato, soro 
fisiológico e glicosado, etc. 
Ataduras Medicamentos de forma geral e 
anestésicos. 
Acessórios para o 
posicionamento do paciente na 
mesa cirúrgica. 
Micropore, esparadrapo. 
 
34 
 
Soluções anti-sépticas (PVPI 
tópico e degermante, 
clorexidina). 
Escova para degermação à base de 
PVPI ou clorexidina. 
 
Dispor os pacotes nas respectivas mesas auxiliares de modo a facilitar a 
sincronia de movimentos para a abertura dos pacotes, preparo da 
paramentação, preparo do paciente e preparo do carinho de anestesia. 
Prover os impressos, tais como: registro de anestesia, débito de sala, 
requisição de exames, descrição de cirurgia, prescrição médica, requisição de 
hemoderivados, etc. 
4.1 Circulante da sala 
 
Fonte: enfermagembio.blogspot.com 
 
A circulação da SO é atividade privativa da equipe de Enfermagem, em 
geral realizada pelo técnico ou pelo auxiliar de Enfermagem, sob comando e 
supervisão direta do Enfermeiro. Os procedimentos e as atividades realizadas 
pelo circulante de sala, antes, durante e após o ato cirúrgico, têm como finalidade 
propiciar condições funcionais e técnicas necessárias ao desenvolvimento do 
procedimento. 
A circulação de SO é realizada de acordo com a evolução do ato 
anestésico-cirúrgico e dos tempos cirúrgicos. Também é levado em conta a 
 
35 
 
especificidade do procedimento, as condições clínicas e a gravidade da 
patologia cirúrgica do paciente. 
A SOBECC – Sociedade Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, 
Recuperação Anestésica e CME, recomenda que em grandes cirurgias, a 
circulação dever ser também realizada pelo Enfermeiro, além do técnico ou 
auxiliar. Em cirurgias complexas (transplantes, cardíacas, neurológicas, etc), 
também pode haver necessidade de dois circulantes de sala e do enfermeiro 
assistencial. 
Constituem as funções do circulante da sala responsabilidade pelo 
andamento geral da sala de operação antes, durante e após o procedimento 
cirúrgico. Uma das responsabilidades mais importantes é assegurar que a 
esterilidade seja mantida durante todo o tempo. 
 Controlar e orientar o uso correto do uniforme privativo, visando à 
segurança do paciente. 
 Auxiliar os elementos da equipe cirúrgica a vestirem o avental e as 
luvas. 
 Iniciar a abertura dos pacotes em sequência de uso e obediência à 
técnica asséptica. 
 Auxiliar a montagemda mesa de instrumentação, apresentando os 
artigos médicos necessários ao procedimento cirúrgico. 
 
 O circulante tem ainda, as seguintes funções: 
 Puncionar a veia ou auxiliar na instalação dos soros. 
 Auxiliar o anestesiologista na indução e manutenção da 
anestesia. 
 Auxiliar a equipe cirúrgica no posicionamento do paciente. 
 Auxiliar o enfermeiro no cateterismo vesical do paciente quando 
necessário. 
 Auxiliar na paramentação da equipe cirúrgica. 
 Auxiliar na antissepsia da área operatória. 
 Colocas a placa dispersiva do gerador eletro-cirúrgico (placa do 
bisturi). 
 Auxiliar na colocação dos campos cirúrgicos. 
 
36 
 
 Prover as mesas do instrumentador e de cirurgião assistente com 
artigos e equipamentos necessários ao ato operatório. 
 Manter o ambiente asséptico. 
 Acompanhar a cirurgia provendo ao instrumentador artigos 
necessários ao ato operatório. 
 Manter boa iluminação da área cirúrgica. 
 Manter o ambiente calmo. 
 Realizar controle de perda sanguínea por meio da pesagem das 
compressas e gazes utilizadas. 
 Preencher a ficha transoperatória, a fim de fornecer subsídios para 
a continuidade dos cuidados de enfermagem. 
 
No final da cirurgia, o circulante deve: 
 Avisar o paciente do término do procedimento cirúrgico. 
 Auxiliar o cirurgião no curativo cirúrgico. 
 Retirar equipamentos, campos sujos e molhados que estão sobre 
o paciente. 
 Colocar o paciente em posição dorsal. 
 Verificar permeabilidade, fixação e drenagem de sondas, drenos e 
cateteres. 
 Remover a placa dispersiva do gerador eletro-cirúrgico. 
 Cobrir, aquecer e promover o conforto do paciente na mesa 
cirúrgica. 
 Ajudar o anestesiologista a manter a permeabilidade das vias 
aéreas superiores. 
 Controlar a permeabilidade, fixação e gotejamento das infusões e 
irrigações. 
 Fazer anotações de enfermagem e ordem no prontuário. 
 Completar a ficha de débito. 
 Avisar o enfermeiro da recuperação pós-anestésica (RPA) ou da 
unidade de terapia intensiva das condições em que o paciente se 
encontra. 
 
37 
 
 Transportar o paciente à RPA ou à sua unidade de origem de 
acordo com a rotina do CC. 
 
Fase de desmontagem da sala: 
 Reunir todos os artigos não usados (estéreis) e colocar no carrinho 
para devolução ao centro de material e esterilização e farmácia ou 
central de suprimentos. 
 Calçar luvas de procedimentos. 
 Retirar da mesa de instrumentais artigos pérfuro-cortantes 
descartando em local apropriado designado pela instituição. 
 Desprezar artigos de uso único não cortantes em recipientes de 
lixo apropriados. 
 Encaminhas ampolas e frascos vazios de medicamentos 
controlados ao destino determinado pela instituição. 
 Reunir campo de pano nos hamperes, revisando-os. 
 Retirar instrumental das mesas e colocar em suas caixas 
apropriadas para devolução no CME verificando integridade, 
número de peças e colocando os mais delicados sobrepostos aos 
mais pesados. 
 Aspirar com o aspirador da sala todos os líquidos restantes em 
mesa cirúrgica e encaminhá-lo para limpeza conforme rotina da 
instituição. 
 Cânulas endotraqueais devem ser desprezadas após o uso. 
 Conexões do aspirador de secreções devem ser retiradas, 
desprezadas ou levadas ao expurgo. 
 Frascos de aspiração devem ser descartados ou trocados e 
desinfetados antes do uso da próxima cirurgia. 
 Lâminas de laringoscópios devem sobre processo de limpeza com 
água e sabão com pH neutro, utilizando-se uma escova para 
remoção da sujidade e desinfecção com álcool a 70%. Na presença 
de sangue, recomenda-se a desinfecção com glutaraldeído 2% por 
30 minutos. 
 
38 
 
 Recolher cubas e avulsos colocando-os no carrinho abastecedor 
de devolução. 
 Retirar luvas de procedimentos. 
 Lavar as mãos. 
 Encaminhar o carro abastecedor conforme designação da 
instituição. 
 A roupa e o lixo devem ser retirados da sala de operação em carros 
fechados, seguindo a rotina da instituição. 
 Após as etapas anteriores, realizar a limpeza da sala de operação 
conforme preconizado. 
5 LIMPEZA DA SALA DE OPERAÇÃO 
 
Fonte: enfermagembio.blogspot.com 
 
É o procedimento de remoção de sujeira, detritos indesejáveis e 
microorganismos presentes nas superfícies dos equipamentos e acessórios, 
mobiliários, pisos, paredes mediante a aplicação de energia química, mecânica 
e térmica. 
A escolha do procedimento de limpeza deve estar condicionada ao 
potencial de contaminação das áreas e artigos e dos riscos inerentes de 
infecções hospitalares. 
 
39 
 
 Os ambientes podem ser assim classificados: 
 Área Restrita: tem limites definidos para circulação de pessoal e 
equipamentos com rotinas próprias para o controle e manutenção da assepsia. 
(SO, SRPA, lavabos, CME, anatomia patológica, corredor interno). 
 Área Semi – Restrita: permite a circulação de pessoal e equipamentos 
de modo a não interferir nas rotinas de controle e manutenção da assepsia. 
(Expurgo, copa, sala de estar, secretaria, sala de preparo de materiais). 
 Área Não Restrita: área de livre circulação no ambiente interno do CC. 
(Vestuários e corredor de entrada) 
 
 São consideradas etapas da limpeza em CC: 
 Limpeza preparatória - Realizada antes do início das cirurgias 
programadas do dia. Remover as partículas de poeira nas superfícies dos 
mobiliários, focos cirúrgicos e equipamentos com solução detergente ou 
desinfetante (álcool 70%) com um pano úmido e branco são seus objetivos. 
 Limpeza operatória - Realizada durante o procedimento cirúrgico 
consistindo apenas na remoção mecânica da sujidade (sangue e secreções) 
utilizando um pano comum embebido em agente químico de amplo espectro para 
que não ocorra secagem da superfície e disseminação contaminando o ar; 
 Limpeza concorrente - Executada no término de cada cirurgia. Envolve 
procedimentos de retirada dos artigos sujos da sala, limpeza das superfícies 
horizontais dos móveis e equipamentos. 
 O hamper deve ser fechado e levado ao local de acesso à 
lavanderia. 
 O instrumental cirúrgico deve ser colocado aberto em caixas 
perfuradas (usando luvas) e encaminhado ao expurgo da central 
de materiais e esterilização (CME) o mais cedo possível para o 
reprocessamento. 
 As conexões do aspirador de secreções devem ser retiradas, 
desprezadas ou levadas ao expurgo da CME. 
 Artigos em aço inoxidável, de vidro, de borracha, utilizados na 
cirurgia recebem cuidados especiais. O conteúdo do frasco deve 
ser desprezado em local apropriado. Os frascos devem ser 
 
40 
 
descartados ou trocados e desinfetados, antes do uso da próxima 
cirurgia. 
 As cânulas endotraqueais devem ser desprezadas após o uso. 
 As superfícies dos mobiliários e dos equipamentos existentes na 
SO devem ser limpas com solução desinfetante, geralmente o 
álcool 70%. 
 Não usar hipoclorito de sódio em superfícies metálicas devido ao 
risco de corrosão dos metais. 
 O chão deve ser limpo usando máquinas lavadoras e extratoras. 
Como isso nem sempre é possível, recomenda-se o uso da um 
pano de chão seco e limpo a cada sala de operação e para cada 
limpeza concorrente, e após isso deve ser mandado à lavanderia 
para ser processado. 
 As paredes devem ser limpas somente se houver contaminação 
direta com material orgânico (secreção, muco, sangue, etc.), assim 
com o teto. 
 A SO pode ser montada para outra cirurgia. 
 
Limpeza diária: é realizada após a última cirurgia programada do dia. 
Envolve todos os procedimentos da limpeza concorrente, acrescentados à 
limpeza de todos os equipamentos, acessórios e mobiliários, pisos e paredes da 
SO. As portas devem ser limpas diariamente, especialmente o local próximo à 
maçaneta. O chão deve ser lavado com água e sabão. As macas e os carros de 
transporte também devem ser limpos. Os lavabos devem ser limpos, trocar a 
solução antisséptica, assim como asescovas de degermação. 
Limpeza periódica: envolve itens cuja frequência de limpeza não 
necessita ser diária, por não se sujar com facilidade e ou por não estarem 
diretamente relacionados com a infecção direta do sítio cirúrgico. Dessa forma, 
rotinas de limpeza com periodicidades maiores podem ser estabelecidas. É o 
caso das superfícies verticais, janelas, portas, teto, grades de entrada e saída 
do ar condicionado, armários que permanecem fechados dentro e fora da sala 
de operação. 
 
41 
 
A equipe de limpeza do CC é dividida entre o pessoal da limpeza e o 
circulante da sala. 
O pessoal da limpeza deve ter noções de: 
 Microorganismos e sua transmissão; 
 O porquê da limpeza da sala de operação; 
 Como realizar a limpeza em função da técnica (paredes e anexos 
de cima para baixo; tetos no sentido unidirecional; pisos: do fundo 
para a porta da sala; piso e corredores, saguões: de dentro para 
fora e de trás para frente; iniciar sempre da área menos 
contaminada para a mais contaminada; nunca realizar movimentos 
de vaivém; iniciar a limpeza pelas paredes e por último o piso). 
Os procedimentos devem estar escritos, organizados num manual, de 
fácil acesso a qualquer pessoa que deseja consultá-los, e devem sofrer revisão 
periódica. 
Deve-se ter um programa contínuo de atualização e desenvolvimento da 
equipe de CC, ressaltando a importância da limpeza no processo de controle de 
infecção. 
6 CIRURGIA 
 
Fonte: drauziovarella.uol.com.br 
É um método de tratamento de doenças, lesões ou deformidades internas 
e externas executadas através de técnicas geralmente realizadas com o auxílio 
 
42 
 
de instrumentos. A cirurgia abrange a abertura ou não do corpo com a finalidade 
diagnóstica, terapêutica ou estética. A partir deste conceito, podemos dizer que 
enfermagem cirúrgica é aquela que trata dos cuidados globais de enfermagem 
prestados aos pacientes nos períodos pré-operatório, trans-operatório e pós-
operatório. 
Esses cuidados objetivam minimizar os riscos cirúrgicos, dar maior 
segurança ao paciente e reabilitá-lo para se reintegrar à família e à sociedade o 
mais rápido possível. 
6.1 Classificação das Cirurgias 
As cirurgias podem ser classificadas quanto à urgência cirúrgica que 
engloba: 
Cirurgia eletiva Tratamento cirúrgico proposto, mas a 
realização pode aguardar ocasião propícia, 
ou seja, pode ser programado. Por ex.: 
mamoplastia, gastrectomia. 
 Cirurgia de urgência Tratamento cirúrgico que requer pronta 
atenção e deve ser realizado dentro de 24 a 
48 horas. Por ex.: apendicectomia, brida 
intestinal. 
 Cirurgia de emergência Tratamento cirúrgico que requer atenção 
imediata por se tratar de uma situação 
crítica. Por ex.: ferimento por arma de fogo 
em região precordial, hematoma subdural. 
 
As cirurgias podem ser classificadas de acordo com a finalidade do 
tratamento cirúrgico: 
Cirurgia curativa Objetivo é extirpar ou corrigir a causa da 
doença, devolvendo a saúde ao paciente. 
Para essa finalidade, às vezes é necessário 
a retirada parcial ou total de um órgão. Ex.: 
apendicectomia. 
 
43 
 
Cirurgia paliativa Tem a finalidade de atenuar ou buscar uma 
alternativa para aliviar o mal, mas não cura a 
doença. Ex.: gastrostomia. 
Cirurgia diagnóstica Realizada com o objetivo de ajudar no 
esclarecimento da doença. Ex.: laparotomia 
exploradora 
 Cirurgia reparadora Reconstitui artificialmente uma parte do 
corpo lesada por enfermidade ou 
traumatismo. Ex.: enxerto de pele em 
queimados. 
Cirurgia reconstrutora / 
cosmética / plástica 
Realizada com objetivos estéticos ou 
reparadores, para fins de embelezamento. 
Ex.: rinoplastia, mamoplastia etc 
 
As cirurgias podem ainda ser classificadas quanto ao porte cirúrgico ou 
risco cardiológico (pequeno, médio ou grande porte), ou seja, a probabilidade de 
perda de fluidos e sangue durante a sua realização: 
 
Grande porte Com grande probabilidade de perda de fluido 
e sangue. Por ex.: cirurgias de emergência, 
vasculares arteriais, prótese de quadril. 
 Médio porte Com média probabilidade de perda de fluido 
e sangue. Por ex.: cabeça e pescoço, 
herniorrafia 
Pequeno porte Com pequena probabilidade de perda de 
fluido e sangue. Por ex.: mamoplastia e 
endoscopia. 
 
Quanto ao tempo de duração as cirurgias ainda podem ser classificadas 
em: 
Porte I Com tempo de duração de até 2 horas. Por 
ex.: rinoplastia. 
 
44 
 
Porte II Cirurgias que duram de 2 a 4 horas. Por ex.: 
colecistectomia, gastrectomia. 
Porte III De 4 a 6 horas de duração. Por ex.: 
craniotomia. 
Porte IV Com tempo de duração acima de 6 horas. 
Por ex.: transplante de fígado. 
 
Quanto ao potencial de contaminação da cirurgia: 
Cirurgia limpa: eletiva, primariamente fechada, sem a presença de 
dreno, não traumática. Realizadas em tecidos estéreis ou passíveis de 
descontaminação, na ausência de processo infeccioso e inflamatório local. 
Cirurgias em que não ocorreram penetrações nos tratos digestivo, respiratório 
ou urinário. Por ex.: mamoplastia. 
Cirurgia potencialmente contaminada: realizada em tecidos 
colonizados por microbiota pouco numerosa ou em tecido de difícil 
descontaminação, na ausência de processo infeccioso e inflamatório, e com 
falhas técnicas discretas no transoperatório. Cirurgias com drenagem aberta 
enquadram-se nessa categoria. Ocorre penetração nos tratos digestivo, 
respiratório ou urinário sem contaminação significativa. Por ex.: colecistectomia 
com colangiografia 
Cirurgia contaminada: cirurgia realizada em tecidos abertos e 
recentemente traumatizados, colonizados por microbiota bacteriana abundante, 
de descontaminação difícil ou impossível, presença de inflamação aguda na 
incisão e cicatrização de segunda intenção ou grande contaminação a partir do 
tubo digestivo. Obstrução biliar ou urinária também se inclui nesta categoria. Por 
ex.: colectomia. 
6.2 Tempos cirúrgicos 
De modo geral, as intervenções cirúrgicas são realizadas em quatro fases 
ou tempos básicos e fundamentais: diérese, hemostasia, exérese e síntese. 
 
1. Diérese 
 
45 
 
É o rompimento da continuidade dos tecidos, ou planos anatômicos, para 
atingir uma região ou órgão. Pode ser classificada em mecânica ou física. 
A diérese mecânica possui alguns tipos, dentre eles: 
 Punção: realizada através da introdução de uma agulha ou 
trocarte nos tecidos, sem, contudo, seccioná-los, com várias 
finalidades como drenagem de coleção líquida das cavidades ou 
do interior dos órgãos, colheita de fragmentos de tecidos e de 
líquidos para exame diagnóstico, injeção de contraste e 
medicamentos. 
 Secção: consiste na segmentação dos tecidos com o uso de 
material cortante, como tesouras, serras, lâminas ou bisturi 
elétrico. 
 Divulsão: realizada através do afastamento dos tecidos nos 
planos anatômicos com tesouras de bordas rombas, tentacânulas 
ou afastadores. 
 Curetagem: consiste na raspagem de superfície de um órgão com 
auxílio de cureta. 
 Dilatação: realizada com a finalidade de aumentar a luz de um 
órgão tubular. 
 
 
Fonte: enfermagembio.blogspot.com 
 
46 
 
Já a diérese física pode ser classificada em: 
 Térmica: realizada com o uso de calor, cuja fonte é a energia 
elétrica, por intermédio do bisturi elétrico. 
 Crioterapia: consiste no resfriamento intenso e repentino da área 
em que vai ser realizada a intervenção cirúrgica. Normalmente é 
utilizado o nitrogênio liquefeito por ser uma substância criogênica 
potente. 
 Raio laser: o aparelho de raio laser consiste em um bisturi que 
emprega um feixe de radiação infravermelha de alta intensidade. 
Os sistemas laser podem ser obtidos com materiais em estado 
sólido, líquido e gasoso. Existem vários sistemas laser, mas o mais 
utilizado na cirurgia é o laser de dióxido de carbono (CO2). 
 
Fonte: enfermagembio.blogspot.com 
2. Hemostasia 
É o processo que consiste em impedir, deter ou preveniro sangramento, 
pode ser feito simultâneo ou individualmente por meio de pinçamento e ligadura 
de vasos, eletrocoagulação ou compressão. Na realidade a hemostasia começa 
antes da cirurgia, quando se realizam, no pré-operatório imediato, os exames de 
tempo de coagulação e dosagem de pró-trombina. 
Pode ser classificada em: 
 
47 
 
 Preventiva: hemostasia que pode ser medicamentosa e cirúrgica. 
A hemostasia medicamentosa é baseada nos exames laboratoriais 
pré-operatórios, enquanto a cirúrgica é realizada com a finalidade 
de interromper a circulação durante o ato operatório, temporária ou 
definitiva. 
 Urgência: hemostasia realizada quase sempre em condições não 
favoráveis e com material muitas vezes improvisado, como, por 
exemplo, compressão digital, garrotes e torniquetes. 
 Curativa: consiste na hemostasia realizada durante a intervenção 
cirúrgica e pode ser medicamentosa (drogas que diminuem o 
sangramento por vasoconstrição), mecânica (compressão e 
esponjas sintéticas), física (bisturi) ou biológica (absorventes). 
 
3. Exérese 
Também denominada “cirurgia propriamente dita”. Possui caráter 
curativo, paliativo, estético/corretivo, diagnóstico. 
 
4. Síntese 
É a união de tecidos, que será mais perfeita quanto mais anatômica for a 
separação, para facilitar o processo de cicatrização e restabelecer a 
continuidade tecidual por primeira intenção. Pode ser realizada da seguinte 
forma: 
 Cruenta: a união de tecidos é realizada por meio de instrumentos 
apropriados com agulhas de sutura e fios cirúrgicos permanentes 
ou removíveis. 
 Incruenta: consiste na aproximação dos tecidos com auxílio de 
gesso, adesivos (esparadrapos) ou ataduras. 
 Completa: a união ou aproximação dos tecidos, realizada em toda 
a extensão da incisão cirúrgica. 
 Incompleta: consiste na aproximação incompleta em toda a 
extensão da ferida em consequência da colocação de dreno em 
determinado local da incisão cirúrgica. 
 
48 
 
 Imediata: ocorre imediatamente após a segmentação deles por 
traumatismos. 
 Mediata: Consiste na união dos tecidos após algum tempo depois 
do rompimento da continuidade ou contiguidade deles. 
6.3 Instrumentais, agulhas e fios 
 
Fonte: blog.agroline.com.br 
 
Os vários tipos de instrumentos podem ser agrupados da seguinte 
maneira: 
1. Instrumental de diérese: 
Constituído pelos bisturis e tesouras, serras, agulhas, trépano, ruginas e 
outros, utilizados nas cirurgias gerais, assim como nas especiais. 
O bisturi é o melhor instrumento para a secção dos tecidos, sendo um 
instrumental de corte por excelência. Grande parte dos bisturis são cabos com 
uma extremidade destinada à fixação de lâminas descartáveis. Os cabos de 
bisturis são designados por números, por exemplo: cabo n°3 ou n°4. Quanto 
menor o número, menor a lâmina, destinado a atos cirúrgicos delicados. Os 
cabos de bisturis com números maiores apresentam encaixe maior para lâminas 
também maiores, destinados a procedimentos cirúrgicos gerais. 
 
 
49 
 
2. Instrumental para hemostasia: 
Esse grupo é constituído por todos aqueles destinados ao pinçamento de 
vasos sangrantes. Representados por pinças nas formas retas e curvas, por 
exemplo, as pinças Kelly, Halstead, Rochester, preferidas pelo cirurgião devido 
a proporcionarem um manuseio mais fácil. 
 As pinças hemostáticas são usadas em situações que exigem 
instrumentos mais longos. As pinças atraumáticas são usadas para hemostasia 
temporária. 
 
3. Instrumental para preensão: 
É o destinado a segurar e suspender as vísceras e órgãos, como as 
pinças elásticas e pinças com anéis e cremalheira. 
 
4. Instrumental para separação: 
Formado por afastadores é destinado à exposição, permitindo a melhor 
visualização da cavidade operatória. Os afastadores são divididos em dois 
grupos: auto-estáticos e dinâmicos. 
Os auto-estáticos são usados para a abertura da cavidade abdominal. Os 
mais utilizados são: Gosset, Balfour, e para a cirurgia torácica, o Finochietto. Os 
afastadores Weitlaner, Gelpi, Alm são usados em operações mais superficiais. 
Os afastadores dinâmicos são usados para a separação e abertura do 
campo operatório em diversas áreas do corpo. 
 Nas operações do abdômen os mais usados são Valvas de Doyen e 
suprapúbicas. Nas cirurgias torácicas são usados os afastadores Harrington, 
Deaver, Allison, Coryllos e Davidson. Nas operações mais superficiais ou na 
apresentação de órgãos específicos, podem ser utilizados os afastadores 
planos, como Farabeuf, Langenbeck. 
Outros afastadores com usos diversos, em formas laminares, rígidos ou 
maleáveis, são as espátulas de Reverdin, utilizados geralmente na cavidade 
abdominal. 
 
5. Instrumental e material para a síntese: 
É representado basicamente pelas agulhas de sutura, porta-agulhas e 
principalmente pelos fios cirúrgicos, grampos e fitas adesivas de pele. 
 
50 
 
Fios cirúrgicos 
Algumas características devem ser consideradas para a escolha do fio 
cirúrgico: 
 Manter a força de tensão por tempo suficiente até que a cicatriz 
adquira sua própria resistência frente aos estímulos mecânicos 
habituais. 
 Portar-se como material inerte, provocando o mínimo de reação 
tecidual. 
 Tipo de tecido a ser suturado. 
 
Características físicas de manuseio e reação tecidual dos fios 
cirúrgicos: 
 Configuração física: 
Refere-se à composição dos fios quanto aos seus filamentos. O fio pode 
ser monofilmentar, quando é constituído de um único filamento, ou 
multifilamentar que contém várias fibras trançadas ou intercaladas compondo um 
único fio. 
 
 Capilaridade: 
Refere-se à capacidade de captar e absorver líquidos ao longo do fio 
cirúrgico. Os fios multifilamentares possuem maior superfície e maior 
capilaridade, portanto podem apresentar maior aderência microbiana em relação 
aos monofilamentares. 
 
 Diâmetro: 
É determinado em milímetros e expresso em tamanhos com zeros. 
Quanto menor o diâmetro, maior o número de zeros. A numeração 
varia de sete (mais grossos com diâmetros mínimo de 0,90 mm e máximo de 
0,999 mm) até dez zeros (mais fino com diâmetro mínimo de 0,020 e máximo de 
0,029mm). 
 
 
 
 
51 
 
 Força de tensão: 
É a quantidade de peso necessária para a ruptura do fio cirúrgico. A força 
de tensão varia de acordo com o tipo de material de constituição do fio cirúrgico. 
 
 Força do nó 
 É a força necessária para fazer com que um certo tipo de nó desliza 
parcial ou completamente. Os fios multifilamentares apresentam coeficiente de 
atrito mais elevado do que os fios monofilamentares, permitindo assim uma 
fixação mais segura do nó, enquanto os fios monofilamentares possuem um bom 
deslize do nó, mas a fixação é menos segura, necessitando reforçar o nó simples 
com nós duplos. 
 
 Elasticidade 
 É a capacidade inerente do fio cirúrgico de recuperar a forma e o 
comprimento originais depois de um estiramento. A elasticidade contribui para 
diminuir a possibilidade de romper as bordas da incisão cirúrgica ou favorecer 
uma estenose em sutura vascular. 
 
 Memória 
É a capacidade de um fio cirúrgico de retornar à sua forma original após 
ser deformado, geralmente após um nó. Quando um fio apresenta alta memória, 
consequentemente oferece menor segurança do nó. 
 
 Manuseio 
Relacionado com a rigidez, ou seja, quão facilmente ele pode ser dobrado 
quanto com o coeficiente de fricção, ou seja, quão facilmente o fio cirúrgico se 
desliza através do tecido e dá o nó. Um fio cirúrgico com alto coeficiente de 
fricção tende a deslizar com dificuldade através do tecido. Ele é mais difícil de 
dar nó porque este não se mantém. Certos fios são revestidos para reduzir o 
coeficiente de fricção, entretanto o coeficiente não deve ser muito baixo, pois ao 
contrário, os nós podem se desfazer facilmente. 
 
 
 
52 
 
 Reação tecidual 
 Como se trata de substâncias estranhas, todos os fios cirúrgicos causam 
certareação tecidual. A reação começa quando o fio agride o tecido durante a 
introdução e pode persistir de acordo com a composição dele. A reação tecidual 
tem início com a infiltração de leucócitos na área de agressão. 
Posteriormente, aparecem os macrófagos e os fibroblastos e finalmente 
por volta do sétimo dia encontra-se presente um tecido fibroso com inflamação 
crônica. A reação persiste até que o fio cirúrgico seja encapsulado, e isso ocorre 
quando ele é constituído de material não-absorvível, ou seja, absorvido pelo 
corpo. 
 
Classificação dos fios cirúrgicos 
1. Fios cirúrgicos absorvíveis: 
São fagocitados, hidrolisados, degradados e assimilados pelo tecido em 
que são implantados. Os de origem animal são fagocitados por meio de atividade 
enzimática durante o processo de cicatrização. 
Os de origem sintética são hidrolisados da reação com as moléculas de 
água dos líquidos corporais, que se degradam e são assimiladas pelos tecidos 
em cicatrização. Eles são divididos em dois grupos: sintéticos e biológicos. 
 
 Fios cirúrgicos absorvíveis biológicos: 
São conhecidos como categute (nome de origem inglesa devido à 
obtenção do intestino do gato) atualmente obtido da submucosa do intestino 
delgado de ovinos ou serosa de bovinos. Conforme o tempo de absorção, os 
categutes podem ser simples ou cromados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: coral.ufsm.br 
 
53 
 
 Os simples apresentam absorção mais rápida, em torno de 8 dias, e os 
cromados absorção mais lenta, em torno de 20 dias, sendo tratados com 
bricomato de potássio. O categute cromado é indicado para tecidos com 
cicatrização mais demorada, como em estruturas do aparelho gastrointestinal ou 
no útero. 
O categute simples e o cromado precisam ser mantidos em solução 
alcoólica para que sejam preservadas suas propriedades de manuseio, além de 
protegidos da luz e das grandes variações de temperatura, por isso são 
embalados em envelope primário aluminizado. Quando é removido de sua 
embalagem e não usado imediatamente, o álcool evapora e o fio perde sua 
flexibilidade. Para reestruturá-la, pode-se mergulhar o fio em água estéril ou soro 
fisiológico, entretanto o umedecimento excessivo pode reduzir a força de tensão. 
 
 Fios cirúrgicos absorvíveis sintéticos: 
Ácido poliglicólico: fio multifilamentar com excelente maleabilidade e tem 
sido empregado em larga escala como substituto dos fios de absorção lenta e 
dos não absorvíveis. O ácido poliglicólico é um material sintético obtido por meio 
de polimerização do ácido glicólico, de fácil manuseio, forte, flexível e de boa 
tolerância. São utilizados em anastomoses gastrointestinais, cirurgias 
ginecológicas, cirurgia geral e operações urológicas. 
 
 
Fonte: coral.ufsm.br 
 
 Polímeros sintéticos monofilamentares mais recentes: 
Fios compostos por polímeros como poliglecaprone e polidioxanona. São 
monofilamentares, maleáveis e mantém a resistência de tensão por um período 
 
54 
 
mais prolongado que os sintéticos multifilamentares. Indicados quando se deseja 
um apoio prolongado para a ferida, como no fechamento de tecido facial ou para 
pacientes idosos ou oncológicos. 
Os fios absorvíveis sintéticos também são embalados em envelope 
primário aluminizado, porém, seco, para a sua proteção contra a umidade, a luz 
e as variações de temperatura. 
 
2. Fios cirúrgicos não-absorvíveis: 
São resistentes à digestão enzimática em tecido animal vivo. São de dois 
tipos: biológicos e sintéticos. 
 
 Fios cirúrgicos não-absorvíveis biológicos: 
O algodão é derivado da celulose, de baixo custo, de fácil esterilização e 
de pouca reação tecidual. Fio torcido de calibre variado, encontrado no comércio 
embalado em envelopes e já pré-cortado, geralmente com 15 a 45 cm de 
comprimento. Indicado para tecidos de rápida cicatrização e contraindicado para 
suturas cutâneas devido à sua reatividade tissular. 
O fio de seda, de origem animal, obtido de diversas espécies de bicho-da-
seda. 
Suas fibras são retorcidas ou transadas e podem passar por processo de 
enceramento para diminuir sua capilaridade. Apresenta facilidade de manuseio, 
resistência à tração e segurança na fixação do nó. 
 
 Fonte: dentalpassaro.com.br Fonte: portuguese.alibaba.com 
 
 
 
 
55 
 
 Fios cirúrgicos não-absorvíveis sintéticos: 
Subdivididos em quatro grupos: 
 Poliamida: caracteriza-se pela elasticidade e resistência à água. Pode 
ser mono ou multifilamentar. Fio de pouca reação, mas de difícil manipulação, 
duro e corrediço e pouca segurança de manutenção do nó. 
 
Poliéster: apresenta-se sob a forma simples, revestido de teflon ou 
siliconizado. 
Fio de difícil manejo por ser também corrediço; para que isso não ocorra, 
normalmente se adiciona teflon e silicone, mas estes materiais podem se 
dissociar e provocar reação tecidual. Utilizados em estruturas que requerem 
grande resistência à tração. 
 
 Polipropileno: fio derivado das poliefinas, não-biodegradável, e tem sido 
recomendado o tipo monofilamentado, para a síntese de feridas contaminadas, 
devido à reação tecidual mínima. É um dos fios mais inertes, com baixa 
capilaridade, com mínima reação tissular e com alta resistência à tração. É 
indicado nas cirurgias cardiovasculares. 
 
Metálico: constituído de aço inoxidável e tântalo. Muito utilizado em 
tenorrafia; eventualmente em neurorrafias e fechamento de parede abdominal. 
O tântalo é menos resistente do que o aço inoxidável. São de fácil esterilização, 
bem tolerados, de espessura variável, mono e multifilamentar. 
 
 
 Fonte:coral.ufsm.br 
 
56 
 
Fonte: conhecer.org.br 
 
Agulhas cirúrgicas 
A agulha não tem papel no processo de cicatrização. Deve ser 
suficientemente larga, penetrante para ultrapassar a resistência tecidual, 
resistente para não dobrar, mas ao mesmo tempo flexível, para dobrar antes de 
quebrar, resistente a corrosão de tamanho, forma, e calibre apropriados à 
aplicação a que se destina. 
São utilizadas na reconstrução, com a finalidade de transfixar os tecidos, 
servindo de guia aos fios de sutura. Quanto ao corpo, as agulhas são retas, 
curvas (círculos de 3/8, ¼, ½ e 5/8) e semi-curvas específicas para cirurgia 
laparoscópica. 
Quanto à ponta são cilíndricas (não cortantes), espatuladas, rombas ou 
triangulares. E quanto ao fundo podem ser traumáticas ou atraumáticas. 
 
57 
 
 
Fonte: slideplayer.com.br 
 
 Geralmente são cilíndricas ou triangulares, utilizadas na reconstrução de 
vísceras ocas, tendões, nervos e suturas intradérmicas. Frequentemente são 
usadas com as mãos, e mais raramente com porta-agulhas. 
As agulhas curvas podem ser cilíndricas ou triangulares. Seu raio de 
curvatura é variável, adaptando-se a cada tipo de síntese, em tamanho 
adequado, sempre utilizadas com porta-agulhas. As cortantes são usadas para 
sutura de pele e periósteo. As cilíndricas suturam estruturas e órgãos mais 
profundos. 
As agulhas atraumáticas, isto é, aquelas que já trazem o fio montado, 
asseguram fácil penetração nos tecidos, sem deixar lacerações, sendo o tipo 
universalmente mais usado. Nas traumáticas os fios são montados no momento 
de uso e elas provocam dilacerações nos tecidos. 
As agulhas espatuladas são achatadas com bordas laterais cortantes. 
São utilizadas principalmente em cirurgias oftalmológicas. 
 
Fonte: UFRGS 
 
58 
 
6.4 Classificação do instrumental cirúrgico 
 
Fonte: experienciasdeumtecnicodeenfermagem.com 
 
1. Instrumental de diérese 
Constituído pelos bisturis e tesouras, serras, agulhas, trépano, ruginas e 
outros, utilizados nas cirurgias gerais, assim como nas especiais. 
O bisturi é o melhor instrumento para a secção dos tecidos, sendo um 
instrumental de corte por excelência. Grande parte dos bisturis são cabos com 
uma extremidade destinada à fixação de lâminas descartáveis. 
 Os cabos de bisturis são designados por números, por exemplo: cabo n°3 
ou

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