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1 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 4 2 A EVOLUÇÃO DO CENTRO CIRÚRGICO ........................................ 5 2.1 A cirurgia na antiguidade ............................................................. 5 2.2 A cirurgia na idade média ............................................................ 6 2.3 Cirurgia no Brasil ......................................................................... 7 3 O CENTRO CIRÚRGICO ................................................................... 9 3.1 Aspectos organizacionais – Estrutura Física ............................. 11 3.2 Equipe do Centro Cirúrgico – Recursos Humanos .................... 25 4 MONTAGEM DA SALA DE OPERAÇÃO ......................................... 31 4.1 Circulante da sala ...................................................................... 34 5 LIMPEZA DA SALA DE OPERAÇÃO .............................................. 38 6 CIRURGIA ....................................................................................... 41 6.1 Classificação das Cirurgias ....................................................... 42 6.2 Tempos cirúrgicos ..................................................................... 44 6.3 Instrumentais, agulhas e fios ..................................................... 48 6.4 Classificação do instrumental cirúrgico ..................................... 58 7 CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR .................................... 63 7.1 Infecção hospitalar .................................................................... 63 7.2 PCIH – Programa de Controle de Infecção Hospitalar .............. 64 7.3 CCIH – Comissão de Controle de Infecção Hospitalar .............. 66 7.4 SCIH – Serviço de Controle de Infecção Hospitalar .................. 68 7.5 NCIH – Núcleo Controle de Infecção Hospitalar ....................... 69 8 SOBECC – ATUALIZAÇÕES DAS DIRETRIZES SOBRE PREVENÇÃO DE INFEÇÕES EM SITIOS CIRÚRGICO DA CDC. ................. 72 8.1 5 possíveis mudanças na prática de enfermagem perioperatória 74 3 9 Recomendações para evitar infecções cirúrgicas – OMS (Organização Mundial de Saúde) ........................................................................................... 75 9.1 Recomendações ....................................................................... 76 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ...................................................... 82 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 84 4 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 5 2 A EVOLUÇÃO DO CENTRO CIRÚRGICO Fonte: aulazen.com A trepanação é a primeira operação conhecida, que consiste na remoção de um pequeno fragmento ósseo, geralmente arredondado, dos crânios. Alguns crânios sofreram várias trepanações. Eram mutilações sangrentas e dolorosas executadas com um fim de iniciação mística (crianças e adolescentes) ou de ritos mágicos. As trepanações, bem como atos médicos e cirúrgicos, eram feitos por feiticeiros. Conhecida desde os tempos neolíticos, as trepanações eram feitas por razões religiosas, mas também médicas (como para o alívio da pressão intracraniana). Os fragmentos ósseos discoides, resultantes, eram usados como amuletos. As trepanações eram de diferentes tamanhos, e feitas em diferentes pontos da caixa craniana, realizadas mais frequentemente nos adolescentes e jovens. 2.1 A cirurgia na antiguidade Em 2500 a.C. foram relatadas operações em tumbas de faraós em Saqquarah. Os papiros de Ebers e Edwin Smith, do século XVI A.C., trouxeram informações e foram os primeiros textos sobre cirurgia. O papiro cirúrgico de 6 Edwin Smith é um dos mais importantes documentos da medicina antiga do Vale do Nilo. Foi escrito por volta de 1700 a.C., mas a maioria de suas informações é baseada em textos escritos na época de Imhotep (2640 a.C.). O papiro se refere, principalmente, às feridas e a como tratá-las. Na Índia, no século IV a.C., houve um desenvolvimento grande da cirurgia plástica, principalmente das rinoplastias. Os prisioneiros de guerra e os adúlteros eram punidos com a amputação do nariz, cuja reconstrução era feita à custa de retalhos da testa. Susruta foi o grande cirurgião indiano da época. Entre 460 e 377 a.C. foi formulado o Juramento de Hipócrates. Sob essa influência, em 150 a.C., foi proibido que médicos e cirurgiões respeitáveis, educados, usassem bisturis e cortassem pacientes para retirada de cálculos. Tais tarefas, consideradas selvagens, ficavam para artesãos menos educados (mais tarde a Igreja se posicionou fortemente contra as dissecções e operações e somente no século XIII é que os médicos e os cirurgiões começaram a ser igualmente respeitados). A cirurgia praticamente não existia na China Antiga por causa da orientação totalmente diferente da medicina chinesa, somada à completa ignorância da anatomia. Hua T’o, o mais famoso médico chinês da época, no ano de 190 (século II) já fazia anestesia para operações no abdome usando Cannabis sativa fervida com vinho. 2.2 A cirurgia na idade média O cirurgião bizantino Paulo de Egina (Paulus Aegineta), escreveu um breviário de cirurgia onde compilou o que já havia sido dito pelos gregos. Discutiu, com sua experiência pessoal: traqueotomia, tonsilectomias, flebotomias e redução do tamanho das mamas. Abw’l Qasim al Zahrawi, Albucasis (930-1013), cirurgião islâmico nascido em Córdoba, escreveu o primeiro livro ilustrado de cirurgia, introduzindo o uso do ferro em brasa para cauterização de feridas. Teve grande influência sobre os cirurgiões da idade média, que usaram abusivamente essa técnica (cauterização de feridas). Os escritos e manuscritos da época mostram claramente a mistura vigente de misticismo e crueldade. Na 7 Idade Média, o homem era totalmente religioso e via em tudo o que lhe acontecia um gesto direto de Deus. A igreja, cuja autoridade era incontestada, impediu todo o espírito de pesquisa como, por exemplo, a interdição das dissecções que, aliás, foi mantida até 1480. A cirurgia foi considerada uma prática bárbara, também condenada pela igreja. No século XIII apareceram as primeiras escolas de medicina. A primeira foi a de Salerno (século IX?), que fornecia ensino verdadeiro e diploma. 2.3 Cirurgia no Brasil Sangrar e amputar eram os principais atos cirúrgicos aplicados por cirurgiões-barbeiros itinerantes, muito conhecidos na França e no restante da Europa durante os XII e XIII. Esses artífices estavam longe do ensino médico, das necessidades e eram independentes.No século XVII ainda existiam em grande número e ocupavam a prática cirúrgica. Naquele século já eram conhecidos os cirurgiões ligados às escolas médicas. Nesta época foram alcançadas técnicas para atendimento das fissuras e luxações, fístulas e cuidados com as feridas. No início do século XVIII encontramos no Brasil poucos relatos sobre o ensino da cirurgia e da própria técnica cirúrgica. A transferência do vice-reinado, em 1763, trouxe um programa que se refletiria também no ensino da cirurgia. Em 1790 é nomeado Cirurgião Mor da Misericórdia Antônio José Pinto, que ali ministrou o I Curso Regular de Operações, Clínicas e Técnicas Cirúrgicas. Com a chegada da família real, em 1808, iniciou-se um surto de progresso intelectual e material e o português Joaquim da Rocha Mazarm é reconhecido como o primeiro professor de cirurgia. Em 1832 é realizada uma reforma que transformou em faculdades, as escolas de medicina da Bahia e do Rio de Janeiro. Novos recursos técnicos O século XIX caracterizou-se pelo desenvolvimento do conhecimento que auxiliaram o crescimento da cirurgia. Cabe citar o controle da hemorragia, principalmente com novos recursos técnicos, o conhecimento do controle de 8 infecção, a assepsia, a antissepsia e o controle da anestesia, que ofereceu uma possibilidade imensa para o maior alcance das intervenções cirúrgicas. No início do século XX existia o cirurgião que de forma abrangente, realizava os chamados procedimentos operatórios. O desenvolvimento científico e a necessidade do emprego de técnicas especiais proporcionaram o surgimento dos especialistas. Como é compreensível, os oftalmologistas e os otorrinolaringologistas foram os primeiros, mas a seguir se definiram os ortopedistas e urologistas. A especialização cirúrgica No final dos anos 50 já tínhamos outras especialidades com alcances precisos e definidos. Citamos a cirurgia torácica, a neurocirurgia e a cirurgia plástica. Nesta década ocorreu o advento da cirurgia cardíaca com circulação extracorpórea e depois com o coração parado. A cirurgia atingiu outras características, além da área anatômica e alcançou aspectos com predominância da patologia, como a cirurgia oncológica e a endócrina e de faixas etárias como a cirurgia pediátrica. Estas notadamente alicerçadas em aspectos especiais dos pacientes onde atuavam. A evolução tecnológica Da segunda metade do século XX ao início do século XXI inúmeros progressos tecnológicos proporcionaram o emprego de novos avanços. Como a cirurgia dos transplantes de órgãos, a microcirurgia, o emprego de próteses e endopróteses, a cirurgia videoendoscópica e as técnicas de imagem congregando a radiologia invasiva. Os transplantes de órgãos estabeleceram um gigantesco avanço técnico. Os primeiros especialistas John Merrill e Joseph Murray, realizaram o primeiro transplante renal com sucesso em 1954. E 1963, Thomas Starzl realizava o primeiro transplante de fígado, Christian Barnard realizou primeiro transplante cardíaco, em 1967, na África do Sul. 9 3 O CENTRO CIRÚRGICO Fonte: divinaprovidencia.org.br É na instituição de saúde que o paciente/cliente deposita a maior parcela das expectativas do bom desempenho profissional, além da garantia de segurança. Por esse motivo, os processos e as pessoas que envolvem o paciente cirúrgico devem receber atenção especial. A Unidade de Centro Cirúrgico é o conjunto de elementos destinados às atividades cirúrgicas, bem como à recuperação pós-anestésica e pós-operatória imediata. É um setor singular dentro do hospital por tratar de situações complexas e pela evidência dos resultados apresentados, além de decisivo na ação curativa. O centro cirúrgico é um setor de grande risco. Frente a isso, é indispensável que protocolos de segurança estejam presentes nesse setor. É consenso na literatura, o quão maléficas são as infecções hospitalares para os indivíduos envolvidos, direta ou indiretamente, nos procedimentos invasivos e também a capacidade dos microrganismos disseminadores dessas infecções, em resistir às barreiras desenvolvidas pela ciência para combatê-los. Uma infecção hospitalar pode ser adquirida a partir de uma fonte endógena, quando esta infecção surge de outro local do próprio paciente, referida como autoinfecção, ou ainda exógena, através de outro paciente ou do 10 meio ambiente, também conhecida por infecção cruzada, incluindo veículos como mãos, secreção salivar, fluidos corpóreos, ar e materiais contaminados. As infecções nosocomiais frequentemente têm um extraordinário ônus em termo de morbidade e até mesmo mortalidade, observando que diversos fatores relacionados à hospitalização predispõem os pacientes ao risco de contraírem essas infecções. Dentre eles estão o status imunológico, a idade, o uso abusivo de antibióticos, procedimentos médicos e em particular os invasivos, a imunossupressão e as falhas nos procedimentos de controle de infecção. Os procedimentos invasivos podem representar uma porta de entrada de microrganismos; o uso de antimicrobianos que fazem pressão seletiva em favor dos germes resistentes, favorecendo sua superpopulação; o meio ambiente, que tem importância secundária na cadeia epidemiológica dessas infecções, onde casos em que os preceitos básicos de higiene não são seguidos, a presença de um profissional disseminador de um microrganismo ou a utilização de um medicamento contaminado, pode levar a um surto de infecção. O Centro Cirúrgico se apresenta como um grande exemplo. Neste setor está o conjunto das áreas e instalações que permitem efetuar procedimentos cirúrgicos nas melhores condições de segurança para o paciente, e de conforto para a equipe que o assiste. É considerado o setor mais complexo dentro de um hospital; um ambiente controlado, onde vigoram rigorosos padrões de higiene e assepsia. O atendimento prestado no Centro Cirúrgico, pelo grau de invasibilidade dos procedimentos cirúrgicos e anestésicos e a consequente diminuição das defesas orgânicas, fazem com que este momento seja o principal determinante para a ocorrência de infecção hospitalar. Neste setor, todas as atividades exigem estado permanente de alerta, pois há intervenções que podem colocar em risco a vida do paciente e ainda a natureza do ato cirúrgico, que estabelece condições para o contato com sangue, líquidos e tecidos orgânicos, implicando em risco de exposição ocupacional aos agentes biológicos. Apesar da existência deste conhecimento, algumas precauções são negligenciadas na prática profissional, entre elas, o cuidado com as mãos. 11 Outro ponto relevante é que as mãos têm sido consideradas uma importante fonte de amostras de bactérias, principalmente do gênero Staphylococcus e têm sido um dos principais meios de transmissão dessas bactérias no ambiente hospitalar. Apesar dos antimicrobianos existentes, da melhora das condições sanitárias e das medidas de controle de infecção hospitalar, este microrganismo continua a ser um dos mais importantes patógenos para o homem. Neste sentido, a técnica da lavagem das mãos é considerada a mais importante medida na diminuição das infecções dentro do ambiente hospitalar considerando o centro cirúrgico. Esse simples procedimento, quando trabalhado com seriedade, contribui significativamente para proteção, tanto de quem executa a técnica quanto de quem se beneficia com os resultados da mesma. 3.1 Aspectos organizacionais – Estrutura Física Fonte: enfermagembio.blogspot.com O Centro-cirúrgico (CC) pode ser considerado uma das unidades mais complexas do hospital devido sua especificidade, presença de agente estressores devido às possibilidades de risco à saúde a que os pacientes estão sujeitos ao serem submetidos à intervenção cirúrgica. 12 O CC é constituídode um conjunto de áreas e instalações que permite efetuar a cirurgia nas melhores condições de segurança para o paciente, e de conforto e segurança para as equipes que o assiste. Sendo um setor de circulação restrita, destacam-se, entre suas finalidades, a realização de procedimentos cirúrgicos devolvendo os pacientes às suas unidades de origem nas melhores condições possíveis de integridade; otimização de campo de estágio para a formação, treinamento e desenvolvimento de recursos humanos; e o desenvolvimento científico para o aprimoramento de novas técnicas cirúrgicas e afins. Localização Deve ocupar área independente da circulação geral, ficando, assim, livre do trânsito de pessoas e materiais estranhos ao serviço; Possibilitar o aceso livre e fácil de pacientes provenientes das Unidades de internação Cirúrgicas, Pronto Socorro e Terapia Intensiva, bem como o encaminhamento dos mesmos às Unidades de origem. Estrutura física Devido ao seu risco: Não restrita: as áreas de circulação livre (vestiários, corredor de entrada e sala de espera de acompanhantes). Semi-restritas: pode haver circulação tanto do pessoal como de equipamentos, sem, contudo, provocarem interferência nas rotinas de controle e manutenção da assepsia (salas de guarda de material, administrativa, copa e expurgo) Restrita: o corredor interno, as áreas de escovação das mãos e a sala de operação (SO); para evitar infecção operatória, limita-se a circulação de pessoal, equipamentos e materiais. De acordo com a organização hospitalar, podem fazer parte do bloco cirúrgico a Recuperação Pós-Anestésica e a Central de Materiais e Esterilização. As demais áreas são assim caracterizadas: 13 Vestiários (masculino e feminino): Localizados na entrada do CC, onde é realizado o controle de entrada das pessoas autorizadas após vestirem a roupa privativa da unidade. Deve possuir chuveiros, sanitários e armários para guarda de roupas e objetos pessoais. Área de conforto: Área destinada a lanches para que os mesmos não sejam realizados em locais inadequados. Deve-se dispor nesse local cadeiras, poltronas e sofás. Sala dos cirurgiões e anestesiologistas Sala de enfermagem: Reservada ao controle administrativo do CC. Deve estar em local de fácil acesso e com boa visão de todo o conjunto do setor. Sala de recepção dos pacientes: Espaço para receber os pacientes. Aqui os pacientes são avaliados clinicamente antes da cirurgia ou receber medicação pré-anestésica. Este ambiente deve ser o mais calmo possível a fim de diminuir o estresse do período pré-operatório. Sala de material de limpeza: Destinado a guarda dos materiais utilizados na limpeza do Centro-cirúrgico. Expurgo: Local para o desprezo de secreções das salas de cirurgia. Deve estar provida de um vaso sanitário apropriado com descarga e uma pia para lavagem dos artigos utilizados nas cirurgias. Apoio técnico e administrativo do CC: O Centro-cirúrgico conta com o apoio imprescindível de alguns setores ligados direta ou indiretamente a ele e que deve estar prontamente preparado para atendê-lo para seu funcionamento, tais como: Banco de sangue, Raio-X Laboratório e anatomia patológica, Serviço de engenharia clínica e de manutenção, Farmácia, Segurança Secretaria. Sala de operação (SO): Segundo a legislação brasileira, a capacidade do CC é estabelecida segundo a proporção de leitos cirúrgicos e Salas de 14 Operação. A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n°307/2002, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) do Ministério da Saúde, determina uma sala de operação para cada: 50 leitos não especializados ou 15 leitos cirúrgicos. Para um dimensionamento ideal, deve-se levar em consideração alguns aspectos como: Horário de funcionamento do Centro-cirúrgico; Especialidades cirúrgicas atendidas (cardiologia, neurocirurgia, ortopedia, oftalmologia, etc.); Duração média das cirurgias; Número de cirurgias por dia; Número de leitos cirúrgicos do hospital; Hospital escola; Tamanho da sala: Depende dos equipamentos necessários aos tipos de cirurgias a serem realizadas; seu formato deve ser retangular ou oval. Segundo a RDC 307/2002, quanto ao tamanho, as salas são assim classificadas: Sala pequena: 20m², com dimensão mínima de 3,45 metros, destinadas às especialidades de otorrinolaringologia e oftalmologia. Fonte: hobeirario.com.br 15 Sala média: 25m², com dimensão mínima de 4,65 metros, destinadas às especialidades gástrica e geral. Fonte: portalhospitaisbrasil.com.br Sala grande: 36m², com dimensão mínima de 5,0 metros, específicas para as cirurgias neurológicas, cardiovasculares e ortopédicas. Fonte: g1.globo.com Portas: As portas das salas de cirurgia devem ser largas o bastante para facilitar a passagem de macas e equipamentos cirúrgicos. Devem possuir metal 16 na altura da maca para evitar seu estrago, ser de materiais laváveis e resistentes, de preferência revestidas de fórmica. É indicado o uso de portas do tipo “vaivém” que impeçam o uso das mãos para abri-la. O ideal é que se tenha uma outra porta de acesso à sala apenas para membros das equipes com visor de separação dos dois ambientes. Fonte: conteudodenfermagem.blogspot.com Piso: Deve ser de superfície lisa, não porosa, Resistentes a agentes químicos comuns, sem fendas ou fissuras, Ter aspecto estético, realçar a sujeira, não refletir a luz, Impermeável, Resistente ao choque, Durável, De fácil limpeza, Pouco sonoro e Principalmente bom condutor de eletricidade estática para evitar faíscas. Exemplo: granilite, vinílicos e mármore. 17 Fonte: rcpisos.com.br Paredes: Devem ser revestidas de material liso, resistente, lavável, antiacústico e não refletor de luz. Pintadas de cores que evitam a fadiga visual, as tintas não devem possuir cheiro. É vedado o uso de cimento sem nenhum aditivo antiabsorvente para rejunte de peças cerâmicas ou similares tanto nas paredes quanto nos pisos. Devem ser utilizados cantos arredondados nas paredes, conforme o Manual de Controle de Infecção Hospitalar da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Fonte: slideplayer.com.br Teto: Deve ser de material resistente, lavável, não deve conter ranhuras e não deve ser poroso, para facilitar a limpeza e impedir a retenção de micro- 18 organismos. Deve ser contínuo, não sendo permitido a utilização de forro falso- removível, a não ser nas demais áreas do centro-cirúrgico, onde é necessário este tipo de forro por razões ligadas à manutenção desde que resistentes aos processos de limpeza, descontaminação e desinfecção. É recomendado um espaço útil de no mínimo 80 cm de altura livre entre a laje do forro e o piso do pavimento superior, possibilitando assim a instalação de novos equipamentos e a entrada do pessoal do serviço de manutenção. Devido ao grande risco de incêndio, pelo elevado número de materiais de fácil combustão, a sala cirúrgica, além de contar com os equipamentos de combate a incêndio do centro-cirúrgico (extintores e mangueiras) a sala de cirurgia deve contar com um sistema de segurança que, através da elevação da temperatura, produz fortes borrifos de água no ambiente - (borrifador de teto – também conhecido como splinkers). Fonte: br.stockfresh.com Janela: Necessárias apenas para a entrada de iluminação natural, não permitindo a entrada de poeira e insetos. Devem ser dotadas de tela, não possuir parapeitos dentro ou fora da sala, não deve ainda, possuir cortinas ou persianas. Iluminação: A iluminação do ambiente hospitalar é tratada legalmente pela NR-17 da portaria n°3214/78, e através da NBR 5413/92 da Associação 19 Brasileirade Normas técnicas (ABNT), que recomenda os níveis ideais de iluminação para o ambiente de trabalho. Na sala de operação, o objetivo da iluminação é minimizar a tarefa visual das equipes médicas e de enfermagem, oferecendo condições para que a operação se processe com precisão, rapidez e segurança. Deve-se levar em consideração os seguintes aspectos: Eliminação de sombras e reflexos; Eliminação do excesso de calor no campo operatório; Proteção contra ocasional interrupção devido a falta de energia elétrica. Iluminação de emergência: Devem existir sistemas interligados e automáticos, para acionarem geradores reserva de imediato na eventualidade de uma interrupção do fornecimento de força para o centro cirúrgico. Ventilação/ ar condicionado: Deve atingir as exigências da NBR n°7256/82, tais como: Prover o ambiente de aeração em condições adequadas de higiene e saúde: 99,9% de eficiência na retenção de partículas de até 5 micra de diâmetro. Remover partículas potencialmente contaminadas liberadas no interior das salas sem acarretar turbulência aérea: recomenda-se de 20 a 25 renovações completas do ar da sala, no espaço de uma hora. Impedir a entrada no Centro-cirúrgico de partículas potencialmente contaminantes, oriundas de áreas adjacentes: a pressão do ambiente da sala deve ser discretamente mais elevada que nos demais compartimentos do centro-cirúrgico. Proporcionar umidade relativa adequada e temperatura ambiente de conforto e segurança para o paciente e para a equipe que o assiste: temperatura entre 22 e 23°C. A umidade deve permanecer entre 55 a 60%. No entanto, não deve ultrapassar 70% para não se tornar ambiente propício ao desenvolvimento de microorganismos. 20 Manter nível sonoro mínimo de instalação e utilização do sistema de ventilação: não devem ultrapassar os previstos pela norma brasileira NBR n° 6401/80. Sistema energético alternativo para o sistema de ventilação na falta do sistema elétrico principal. Tomadas: Voltagem fornecida pela concessionária local e uma com voltagem diferenciada, ambas com dispositivo de aterramento. Devem ser instalados também pontos para negatoscópio e aparelhos portáteis de raios -x. É proibida a ligação simultânea de mais de um aparelho à mesma tomada corrente, salvo se a instalação for projetada para este fim. Devem ser inspecionadas periodicamente observando integridade do condutor terra, tensão de contato e a segurança global. Rede de gases Oxigênio: O sistema de abastecimento pode ser descentralizado (utilização de cilindros avulsos, transportados até o local de utilização) ou centralizado (conduzido por tubulação central até os pontos de utilização). Ar comprimido: Também pode advir de um sistema descentralizado (cilindros com pressões entre 120 e 190 Kgf/cm², como o oxigênio) ou centralizado (compressor com 100% de consumo máximo provável, que funcione automaticamente ou manualmente). Vácuo: Produzido por bombas, que devem ter capacidade de 100% do consumo máximo provável, que funcione alternadamente ou em paralelo em caso de emergência. É importante manter outro tipo de sistema de suprimento autônomo de emergência, para manutenção da rede de vácuo ou pane da distribuição convencional. Óxido nitroso: O sistema de abastecimento pode ser descentralizado (alto consumo - conduzido por tubulação dos cilindros até os pontos de utilização) ou centralizado (utilizado em caso de baixo consumo – utilização de cilindros transportáveis até os pontos de utilização). Nitrogênio: É fornecido em cilindros com pressão variando entre 120 e 190 Kgf/cm², e também em forma líquida. Quando misturado com oxigênio medicinal, é chamado de ar estéril. 21 De acordo com as normas nacionais e internacionais, os gases medicinais são distribuídos com as seguintes cores, segundo a NBR n° 6493/94 e NBR n° 12188: Verde emblema: oxigênio. Azul marinho: óxido nitroso. Amarela segurança: ar comprimido medicinal. Cinza claro: vácuo medicinal. Fonte: gruposnengenharia.com.br Cuidados no manuseio, movimentação e armazenamento dos cilindros de gases medicinais: Uso de equipamentos especiais para o transporte de cilindros; Manter o cilindro acorrentado durante o transporte Evitar choques mecânicos, inclusive de um cilindro contra o outro; Não arrastar o cilindro; Armazenados em locais secos, limpos e bem ventilados; As etiquetas não devem ser arrancadas ou estragadas; Oxigênio e óxido nitroso não devem ser armazenados no mesmo ambiente que outros gases inflamáveis devido à mistura destes ser facilmente incendiada. 22 Cilindros cheios devem estar separados dos cilindros vazios para evitar erros de procedimento e sempre com o capacete rosqueado. Os cilindros devem ser sempre limpos antes de serem levados ao centro-cirúrgico. Cilindros sem identificação ou com identificação duvidosa devem ser devolvidos ao fabricante ou distribuidor. Lavabo: Constituído de uma pia em aço inoxidável provida de torneira de água quente e fria, escovas e antissépticos para a escovação cirúrgica. É previsto um lavabo para cada duas salas de operação que deve possuir: Duas torneiras de acionamento por pé, joelho, braço, fotoelétrico ou qualquer outro meio que não as mãos. Espaço suficiente para duas pessoas lavarem-se simultaneamente (1,10 m² por torneira); Dispensadores de produtos antissépticos (devem obedecer ao mesmo princípio de dispensação que a torneira). Fonte: slideshare.net 23 Os antissépticos devem estar regulamentados por órgão governamental e autorizados pela Comissão de Infecção do Hospital. Recomenda-se também a instalação de um relógio para o controle do tempo de escovação. Recursos materiais Classificados em permanentes ou de consumo, o controle dos materiais utilizados no centro-cirúrgico são de competência da equipe de Enfermagem. Os materiais permanentes podem ser fixos ou móveis. Os móveis são aqueles que podem ser deslocados ou acrescidos à sala de operação de acordo com a necessidade no ato operatório, dentre os quais se destacam: Aparelho de anestesia Mesa de Mayo Aspirador portátil estéril Mesa para instrumental cirúrgico (simples e com traves ou suportes) Banco giratório Suporte de braço Balde para lixo Suporte de hamper Balança para pesar compressas Suporte de soro Bisturi eletrônico Artroscópio Carrinho abastecedor Balão intra-aórtico Carrinho de medicamentos Bomba de circulação extra- corpórea Coxins Cardioversor ou desfibrilador Escada com dois degraus Colchão de água para hiper ou hipotermia Estrados Criogênico Foco auxiliar Manta térmica Mesa de operação com os respectivos acessórios: arco de narcose, ombreiras, suportes laterais, perneiras, colchonetes em espuma Microscópio eletrônico 24 Mesa auxiliar para acondicionar pacotes de aventais Monitor multiparamétrico Equipamentos fixos: Adaptados à estrutura da sala de operação que são: Foco central; Negatoscópio; Torre retrátil ou painel de gases medicinais Os materiais de consumo (médico-hospitalares) por se tratar de grande diversidade e rotatividade podem ser classificados em três tipos: Classe A: São os itens de maior importância e que merecem um tratamento preferencial, justificando procedimentos meticulosos e uma grande atenção por parte de toda a administração; Classe C: São os itens de menor importância e que justificam pouca ou nenhuma atenção. Os procedimentos são os mais rápidos possíveis. Classe B: São os itens em situação intermediária entre as classes A e C. Os materiais pertencentes à classe A são os que representam maior custo para o centro-cirúrgico. Não significa que sejam os de maior custo unitário. Pode ser que o custounitário de certo material seja pequeno, mas conforme a quantidade em que é usado, pode representar um custo elevado. 25 3.2 Equipe do Centro Cirúrgico – Recursos Humanos Fonte: farmaceuticas.com.br Os profissionais que atuam no Centro Cirúrgico são: as equipes médicas (cirúrgica e anestesiologia), de enfermagem, administrativa e de higiene, que têm como objetivo assistir adequadamente às necessidades do paciente. É de extrema importância que seus componentes atuem de forma harmônica e integrada para a segurança do paciente e a eficiência do ato cirúrgico. É importante ainda que as boas relações humanas e o profissionalismo sempre prevaleçam sobre as tensões, inevitáveis nesse tipo de trabalho. Em uma equipe, todos os seus membros têm suas responsabilidades e funções definidas, assim como devem ser habilitados para as atividades que desempenham. As funções do enfermeiro coordenador, do enfermeiro assistencial, dos técnicos de enfermagem, dos auxiliares de enfermagem e auxiliares e dos auxiliares administrativos, devem estar devidamente descritas. Equipes que atuam no centro cirúrgico: Equipe de anestesia: é composta de médicos anestesiologistas. Compete ao anestesiologista avaliar o paciente no pré-operatório, prescrever a medicação pré-anestésica, planejar e executar a assistência pré-operatória, controlando as condições clínicas deste durante o ato anestésico. 26 Após a cirurgia, é de sua responsabilidade assistir o paciente na sala de recuperação pós-anestésica. Equipe cirúrgica: compõe-se de cirurgião, cirurgião assistente e instrumentador cirúrgico, sendo que este último pode ou não ser médico. Em hospital-escola, na maioria das vezes, essa função é desempenhada por estudantes. Cirurgião: é competência do cirurgião planejar e executar o ato cirúrgico, comandar e manter a ordem no campo operatório. Cirurgião assistente: ao primeiro assistente compete auxiliar o cirurgião no desenvolvimento do ato cirúrgico e substituí-lo caso se faça necessário. Em cirurgias de grande porte, torna-se indispensável à presença de um segundo assistente. Instrumentador cirúrgico: é o integrante da equipe que se responsabiliza por: Verificar os materiais e equipamentos necessários a ao ato cirúrgico. Preparar a mesa com os instrumentais e outros materiais necessários à cirurgia. Ajudar na colocação dos campos operatórios. Fornecer materiais e instrumentais ao cirurgião e assistente, solicitando-os, sempre que necessário ao circulante de sala, devendo para isso estar atento aos tempos cirúrgicos. Observar e controla para que nenhum instrumental permaneça no campo operatório. Zelar para a manutenção da mesa, conservando limpos os instrumentais durante o ato cirúrgico, bem como protegendo-a para evitar contaminação. Em algumas instituições o instrumentador faz parte da equipe de Enfermagem. Nesta situação deve prever os materiais necessários à cirurgia, separá-los após o uso, lavá-los e refazer a caixa de instrumentais, zelando pela conservação de tais materiais. 27 Equipe de enfermagem: é composta de Enfermeiro, técnico e auxiliar de enfermagem. Para o enfermeiro ter condições de prestar assistência ao paciente na sala de cirurgia, como: monitorização, ações de segurança para evitar queda, auxiliar o anestesiologista durante a indução anestésica, juntamente com a equipe cirúrgica posicioná-lo na mesa de cirúrgica colocando os coxins para conforto, e outras ações específicas, é necessário que haja pelo menos 1 enfermeiro assistencial para cada 4 salas de cirurgia, além do enfermeiro gerente (coordenador) que é responsável pelas ações administrativas. A assistência de Enfermagem perioperatória, compreende as atividades desenvolvidas nos períodos: Pré-operatório imediato: da véspera da cirurgia até o momento em que o paciente é recebido no centro-cirúrgico; Trans-operatório: do momento em que o paciente é recebido no CC até o momento em que é encaminhado para a sala pós- anestésica; Intra-operatório: Do início até o final da anestesia; Recuperação pós-anestésica: do momento da alta do paciente da sala de operação até sua alta da sala de recuperação pós- anestésica; Pós-operatório imediato: da alta do paciente da sala de recuperação pós-anestésica até as primeiras 48 horas pós- operatórias. Para cada uma hora de cirurgia, são necessárias 2,25 horas de assistência de Enfermagem. No que se refere à proporção do quadro de pessoal, 65% são Enfermeiros e 35% técnicos com atribuições de circulação de sala à instrumentação cirúrgica. Enfermeiro chefe: É de sua competência: Organizar e prover a unidade de recursos materiais e humanos, e manter o ambiente em boas condições de funcionamento. 28 Planejar as ações assistenciais e administrativas do Centro Cirúrgico, norteando-se pelo regulamento interno. Gerenciar as ações planejadas através de metodologia científica e humanística, para eficiência no atendimento ao paciente. Controlar a quantidade e a qualidade de recursos humanos, bem como a qualidade da assistência prestada. Supervisionar e avaliar o desempenho do pessoal que está sob sua responsabilidade. Opinar sobre a qualidade e quantidade de recursos materiais, possibilitando maior acerto na aquisição destes. Planejar, executar e avaliar programas de educação continuada aos componentes da equipe de enfermagem. Elaborar as escalas de folga e de férias dos componentes da equipe de enfermagem, procurando atender as suas solicitações. Manter um bom relacionamento com os componentes da equipe cirúrgica e de anestesia, visando à assistência ao paciente. Manter integração com os enfermeiros das unidades de internação, chefias dos departamentos e setores do hospital e outros serviços extra-hospitalares. Colaborar no desenvolvimento do ensino, atualização e pesquisas realizadas. Elaborar e atualizar o regulamento interno e manual de procedimentos. Apresentar relatórios mensal e anual sobre as atividades realizadas no Centro Cirúrgico. Enfermeiro assistencial: compete-lhe: Receber o plantão e tomar as providências necessárias relativas às atividades administrativas e assistenciais. Providenciar o transporte do paciente para o centro cirúrgico. Receber o paciente, avaliando suas condições físicas e emocionais e procurando atender aos problemas identificados. 29 Coordenar as atividades assistenciais prestadas pelos componentes da equipe de enfermagem. Controlar, diariamente, os gastos de psicotrópicos. Elaborar o programa ou mapa operatório para o dia seguinte, com base nos pedidos de cirurgia recebidos. Supervisionar a limpeza diária e semanal da sala de cirurgia e demais elementos da planta física do Centro Cirúrgico. Realizar a visita pré-operatória. O enfermeiro deve ainda tomar medidas para evitar a infecção da ferida operatória, devendo supervisionar ações referentes ao paciente, aos componentes das equipes que atuam no Centro Cirúrgico, material esterilizado, instrumentais e equipamentos. São elas: Avaliar o preparo físico realizado no pré-operatório. Certificar-se da incidência da infecção de ferida operatória. Exigir o uso correto do uso correto da roupa privativa do Centro Cirúrgico de todos os profissionais e pessoas que venham da área externa. Controlar o número de pessoas na sala durante o ato cirúrgico, bem como o trânsito desnecessário da mesma. Propiciar exame médico e laboratorial periódico dos componentes da equipe de enfermagem. Preparar, acondicionar e armazenar o material esterilizado em local apropriado. Realizar testes bacteriológicos nos aparelhos de esterilização. Avaliar periodicamente as condições de uso dos instrumentais e equipamentos. Fazer pesquisa bacteriológica no ambiente,bem como avaliar a qualidade dos produtos químicos usados na limpeza e desinfecção. Desenvolver trabalho conjunto com a CCIH Técnico e Auxiliar de enfermagem Auxiliar o enfermeiro, sempre que necessário. 30 Verificar o estado de conservação e funcionamento dos aparelhos e equipamentos, solicitando conserto e troca imediatos. Verificar a temperatura e iluminação da SO. Controlar o estoque de material esterilizado e as respectivas datas de esterilização. Responsabilizar-se pela identificação e encaminhamento das peças cirúrgicas aos laboratórios especializados Exercer as atribuições de circulante de sala. Prover a sala de operação com recursos adequados às necessidades do cliente a segundo as especificidades de cada intervenção anestésico-cirúrgica. Montar a sala de operação. Auxiliar o cliente no transporte da maca para a mesa de cirurgia e vice-versa, assim como no seu posicionamento, procurando manter sua privacidade e permeabilidade de cateteres e sondas. Participar dos treinamentos e programas de atualização fornecidos pela instituição. Observar o bom funcionamento do sistema de gases. Estar atento para a placa dispersiva de energia do eletrocautério. Auxiliar na paramentação da equipe cirúrgica, e atentar para a técnica asséptica na abertura dos materiais estéreis. Auxiliar o anestesiologista na indução e reversão do procedimento anestésico. Em situações emergenciais ou imprevistas solicitar a presença do enfermeiro. Realizar o controle de débito de materiais utilizados na SO. Encaminhar o paciente para a unidade de origem tomando os cuidados pertinentes com drenos, sondas ou cateteres. Realizar o registro de todas as informações no prontuário ou impresso padronizado pela instituição. Ao término do procedimento cirúrgico proceder à desmontagem da SO e encaminhar os materiais contaminados ao CME. 31 Escriturário Registrar os pedidos de cirurgia. Digitar diariamente o programa de cirurgia e encaminhá-lo as diferentes unidades de internação. Responsabilizar-se pela estatística diária das cirurgias realizadas e não realizadas. Executar outras atividades burocráticas segundo rotina da instituição Serviço de Limpeza Executar a limpeza na sala de cirurgia e demais elementos da planta física da unidade, de acordo com as normas estabelecidas pela comissão de controle de infecção hospitalar. 4 MONTAGEM DA SALA DE OPERAÇÃO Fonte: portaldomedico.com Entende-se por montagem da sala os procedimentos para prever e prover artigos e equipamentos necessários e adequados que visam proporcionar o desenvolvimento do ato anestésico cirúrgico em ambiente seguro, físico e humano, a que o paciente tem direito. 32 A fase de montagem da sala compreende desde o momento em que a circulante recebe do Enfermeiro o plano assistencial para o período transoperatório até o início do ato anestésico-cirúrgico. Os procedimentos dependem de informações a respeito da equipe médica, cirurgia, anestesia, mas, sobretudo, do paciente, e que podem ser obtidas através de aviso de cirurgia, ficha pré-operatória de Enfermagem e ficha de visita pré-operatória. A SOBECC – Associação Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e CME recomenda que a montagem da SO siga protocolos supervisionados pelo Enfermeiro, com lista de materiais, equipamentos, artigos e particulares. A montagem da sala abrange as seguintes etapas: Preparo da sala de operação: Colocar o mobiliário em posição funcional. Proceder à limpeza da sala de operação quando for necessário conforme a rotina estabelecida no CC. Na limpeza deve-se seguir um fluxo funcional, de modo a evitar desperdício de tempo e energia. Mobiliário, aparelhos, foco e mesa cirúrgica. Prover equipamento para monitoração (cardíaca, oximetria, pressão não-invasiva e temperatura, capnografia). Testar o funcionamento de aparelhos elétricos como monitores, focos, aspiradores, entre outros. Testar o funcionamento da rede de gases medicinais - verificar os artigos do carinho de anestesia; bandeja para intubação, esfigmomanômetro, estetoscópio, etc. Verificar material e equipamento para procedimentos especiais como: bisturi elétrico, trépano, microscópio, etc. Observar controle ambiente quanto à temperatura recomendada da sala de operação entre 22 a 24ºC. Observar controle terapêutico da sala quanto à segurança elétrica. Realizar degermação das mãos 33 Prover o carinho com os seguintes artigos médicos esterilizados de acordo com a rotina estabelecida no CC: Luvas estéril de todos os tamanhos. Caixa de instrumental cirúrgico. Pacotes de campos cirúrgicos (LAP). Seringas; agulhas; equipos e artigos para anestesia. Pacotes de aventais. Sondas; drenos e cateteres. Pacotes de compressas grandes de pequenas. Coletores (diureses, sonda nasogástrica, etc.). Pacotes de gazes (10 a 20 unidades). Cabo de bisturi elétrico e sistema de aspiração de secreção Fios de sutura comuns e específicos para o procedimento cirúrgico. Manoplas. Impermeáveis para mesa de instrumental. Artigos específicos de acordo com o procedimento cirúrgico (laparoscópios) Artigos em aço inoxidável (cubas-rim, cúpulas, bacias). Checar a validade da esterilização e a integridade das embalagens dos artigos. Prover com artigos diversos: Talas Soluções medicamentosas como: Ringer simples e lactato, soro fisiológico e glicosado, etc. Ataduras Medicamentos de forma geral e anestésicos. Acessórios para o posicionamento do paciente na mesa cirúrgica. Micropore, esparadrapo. 34 Soluções anti-sépticas (PVPI tópico e degermante, clorexidina). Escova para degermação à base de PVPI ou clorexidina. Dispor os pacotes nas respectivas mesas auxiliares de modo a facilitar a sincronia de movimentos para a abertura dos pacotes, preparo da paramentação, preparo do paciente e preparo do carinho de anestesia. Prover os impressos, tais como: registro de anestesia, débito de sala, requisição de exames, descrição de cirurgia, prescrição médica, requisição de hemoderivados, etc. 4.1 Circulante da sala Fonte: enfermagembio.blogspot.com A circulação da SO é atividade privativa da equipe de Enfermagem, em geral realizada pelo técnico ou pelo auxiliar de Enfermagem, sob comando e supervisão direta do Enfermeiro. Os procedimentos e as atividades realizadas pelo circulante de sala, antes, durante e após o ato cirúrgico, têm como finalidade propiciar condições funcionais e técnicas necessárias ao desenvolvimento do procedimento. A circulação de SO é realizada de acordo com a evolução do ato anestésico-cirúrgico e dos tempos cirúrgicos. Também é levado em conta a 35 especificidade do procedimento, as condições clínicas e a gravidade da patologia cirúrgica do paciente. A SOBECC – Sociedade Brasileira de Enfermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e CME, recomenda que em grandes cirurgias, a circulação dever ser também realizada pelo Enfermeiro, além do técnico ou auxiliar. Em cirurgias complexas (transplantes, cardíacas, neurológicas, etc), também pode haver necessidade de dois circulantes de sala e do enfermeiro assistencial. Constituem as funções do circulante da sala responsabilidade pelo andamento geral da sala de operação antes, durante e após o procedimento cirúrgico. Uma das responsabilidades mais importantes é assegurar que a esterilidade seja mantida durante todo o tempo. Controlar e orientar o uso correto do uniforme privativo, visando à segurança do paciente. Auxiliar os elementos da equipe cirúrgica a vestirem o avental e as luvas. Iniciar a abertura dos pacotes em sequência de uso e obediência à técnica asséptica. Auxiliar a montagemda mesa de instrumentação, apresentando os artigos médicos necessários ao procedimento cirúrgico. O circulante tem ainda, as seguintes funções: Puncionar a veia ou auxiliar na instalação dos soros. Auxiliar o anestesiologista na indução e manutenção da anestesia. Auxiliar a equipe cirúrgica no posicionamento do paciente. Auxiliar o enfermeiro no cateterismo vesical do paciente quando necessário. Auxiliar na paramentação da equipe cirúrgica. Auxiliar na antissepsia da área operatória. Colocas a placa dispersiva do gerador eletro-cirúrgico (placa do bisturi). Auxiliar na colocação dos campos cirúrgicos. 36 Prover as mesas do instrumentador e de cirurgião assistente com artigos e equipamentos necessários ao ato operatório. Manter o ambiente asséptico. Acompanhar a cirurgia provendo ao instrumentador artigos necessários ao ato operatório. Manter boa iluminação da área cirúrgica. Manter o ambiente calmo. Realizar controle de perda sanguínea por meio da pesagem das compressas e gazes utilizadas. Preencher a ficha transoperatória, a fim de fornecer subsídios para a continuidade dos cuidados de enfermagem. No final da cirurgia, o circulante deve: Avisar o paciente do término do procedimento cirúrgico. Auxiliar o cirurgião no curativo cirúrgico. Retirar equipamentos, campos sujos e molhados que estão sobre o paciente. Colocar o paciente em posição dorsal. Verificar permeabilidade, fixação e drenagem de sondas, drenos e cateteres. Remover a placa dispersiva do gerador eletro-cirúrgico. Cobrir, aquecer e promover o conforto do paciente na mesa cirúrgica. Ajudar o anestesiologista a manter a permeabilidade das vias aéreas superiores. Controlar a permeabilidade, fixação e gotejamento das infusões e irrigações. Fazer anotações de enfermagem e ordem no prontuário. Completar a ficha de débito. Avisar o enfermeiro da recuperação pós-anestésica (RPA) ou da unidade de terapia intensiva das condições em que o paciente se encontra. 37 Transportar o paciente à RPA ou à sua unidade de origem de acordo com a rotina do CC. Fase de desmontagem da sala: Reunir todos os artigos não usados (estéreis) e colocar no carrinho para devolução ao centro de material e esterilização e farmácia ou central de suprimentos. Calçar luvas de procedimentos. Retirar da mesa de instrumentais artigos pérfuro-cortantes descartando em local apropriado designado pela instituição. Desprezar artigos de uso único não cortantes em recipientes de lixo apropriados. Encaminhas ampolas e frascos vazios de medicamentos controlados ao destino determinado pela instituição. Reunir campo de pano nos hamperes, revisando-os. Retirar instrumental das mesas e colocar em suas caixas apropriadas para devolução no CME verificando integridade, número de peças e colocando os mais delicados sobrepostos aos mais pesados. Aspirar com o aspirador da sala todos os líquidos restantes em mesa cirúrgica e encaminhá-lo para limpeza conforme rotina da instituição. Cânulas endotraqueais devem ser desprezadas após o uso. Conexões do aspirador de secreções devem ser retiradas, desprezadas ou levadas ao expurgo. Frascos de aspiração devem ser descartados ou trocados e desinfetados antes do uso da próxima cirurgia. Lâminas de laringoscópios devem sobre processo de limpeza com água e sabão com pH neutro, utilizando-se uma escova para remoção da sujidade e desinfecção com álcool a 70%. Na presença de sangue, recomenda-se a desinfecção com glutaraldeído 2% por 30 minutos. 38 Recolher cubas e avulsos colocando-os no carrinho abastecedor de devolução. Retirar luvas de procedimentos. Lavar as mãos. Encaminhar o carro abastecedor conforme designação da instituição. A roupa e o lixo devem ser retirados da sala de operação em carros fechados, seguindo a rotina da instituição. Após as etapas anteriores, realizar a limpeza da sala de operação conforme preconizado. 5 LIMPEZA DA SALA DE OPERAÇÃO Fonte: enfermagembio.blogspot.com É o procedimento de remoção de sujeira, detritos indesejáveis e microorganismos presentes nas superfícies dos equipamentos e acessórios, mobiliários, pisos, paredes mediante a aplicação de energia química, mecânica e térmica. A escolha do procedimento de limpeza deve estar condicionada ao potencial de contaminação das áreas e artigos e dos riscos inerentes de infecções hospitalares. 39 Os ambientes podem ser assim classificados: Área Restrita: tem limites definidos para circulação de pessoal e equipamentos com rotinas próprias para o controle e manutenção da assepsia. (SO, SRPA, lavabos, CME, anatomia patológica, corredor interno). Área Semi – Restrita: permite a circulação de pessoal e equipamentos de modo a não interferir nas rotinas de controle e manutenção da assepsia. (Expurgo, copa, sala de estar, secretaria, sala de preparo de materiais). Área Não Restrita: área de livre circulação no ambiente interno do CC. (Vestuários e corredor de entrada) São consideradas etapas da limpeza em CC: Limpeza preparatória - Realizada antes do início das cirurgias programadas do dia. Remover as partículas de poeira nas superfícies dos mobiliários, focos cirúrgicos e equipamentos com solução detergente ou desinfetante (álcool 70%) com um pano úmido e branco são seus objetivos. Limpeza operatória - Realizada durante o procedimento cirúrgico consistindo apenas na remoção mecânica da sujidade (sangue e secreções) utilizando um pano comum embebido em agente químico de amplo espectro para que não ocorra secagem da superfície e disseminação contaminando o ar; Limpeza concorrente - Executada no término de cada cirurgia. Envolve procedimentos de retirada dos artigos sujos da sala, limpeza das superfícies horizontais dos móveis e equipamentos. O hamper deve ser fechado e levado ao local de acesso à lavanderia. O instrumental cirúrgico deve ser colocado aberto em caixas perfuradas (usando luvas) e encaminhado ao expurgo da central de materiais e esterilização (CME) o mais cedo possível para o reprocessamento. As conexões do aspirador de secreções devem ser retiradas, desprezadas ou levadas ao expurgo da CME. Artigos em aço inoxidável, de vidro, de borracha, utilizados na cirurgia recebem cuidados especiais. O conteúdo do frasco deve ser desprezado em local apropriado. Os frascos devem ser 40 descartados ou trocados e desinfetados, antes do uso da próxima cirurgia. As cânulas endotraqueais devem ser desprezadas após o uso. As superfícies dos mobiliários e dos equipamentos existentes na SO devem ser limpas com solução desinfetante, geralmente o álcool 70%. Não usar hipoclorito de sódio em superfícies metálicas devido ao risco de corrosão dos metais. O chão deve ser limpo usando máquinas lavadoras e extratoras. Como isso nem sempre é possível, recomenda-se o uso da um pano de chão seco e limpo a cada sala de operação e para cada limpeza concorrente, e após isso deve ser mandado à lavanderia para ser processado. As paredes devem ser limpas somente se houver contaminação direta com material orgânico (secreção, muco, sangue, etc.), assim com o teto. A SO pode ser montada para outra cirurgia. Limpeza diária: é realizada após a última cirurgia programada do dia. Envolve todos os procedimentos da limpeza concorrente, acrescentados à limpeza de todos os equipamentos, acessórios e mobiliários, pisos e paredes da SO. As portas devem ser limpas diariamente, especialmente o local próximo à maçaneta. O chão deve ser lavado com água e sabão. As macas e os carros de transporte também devem ser limpos. Os lavabos devem ser limpos, trocar a solução antisséptica, assim como asescovas de degermação. Limpeza periódica: envolve itens cuja frequência de limpeza não necessita ser diária, por não se sujar com facilidade e ou por não estarem diretamente relacionados com a infecção direta do sítio cirúrgico. Dessa forma, rotinas de limpeza com periodicidades maiores podem ser estabelecidas. É o caso das superfícies verticais, janelas, portas, teto, grades de entrada e saída do ar condicionado, armários que permanecem fechados dentro e fora da sala de operação. 41 A equipe de limpeza do CC é dividida entre o pessoal da limpeza e o circulante da sala. O pessoal da limpeza deve ter noções de: Microorganismos e sua transmissão; O porquê da limpeza da sala de operação; Como realizar a limpeza em função da técnica (paredes e anexos de cima para baixo; tetos no sentido unidirecional; pisos: do fundo para a porta da sala; piso e corredores, saguões: de dentro para fora e de trás para frente; iniciar sempre da área menos contaminada para a mais contaminada; nunca realizar movimentos de vaivém; iniciar a limpeza pelas paredes e por último o piso). Os procedimentos devem estar escritos, organizados num manual, de fácil acesso a qualquer pessoa que deseja consultá-los, e devem sofrer revisão periódica. Deve-se ter um programa contínuo de atualização e desenvolvimento da equipe de CC, ressaltando a importância da limpeza no processo de controle de infecção. 6 CIRURGIA Fonte: drauziovarella.uol.com.br É um método de tratamento de doenças, lesões ou deformidades internas e externas executadas através de técnicas geralmente realizadas com o auxílio 42 de instrumentos. A cirurgia abrange a abertura ou não do corpo com a finalidade diagnóstica, terapêutica ou estética. A partir deste conceito, podemos dizer que enfermagem cirúrgica é aquela que trata dos cuidados globais de enfermagem prestados aos pacientes nos períodos pré-operatório, trans-operatório e pós- operatório. Esses cuidados objetivam minimizar os riscos cirúrgicos, dar maior segurança ao paciente e reabilitá-lo para se reintegrar à família e à sociedade o mais rápido possível. 6.1 Classificação das Cirurgias As cirurgias podem ser classificadas quanto à urgência cirúrgica que engloba: Cirurgia eletiva Tratamento cirúrgico proposto, mas a realização pode aguardar ocasião propícia, ou seja, pode ser programado. Por ex.: mamoplastia, gastrectomia. Cirurgia de urgência Tratamento cirúrgico que requer pronta atenção e deve ser realizado dentro de 24 a 48 horas. Por ex.: apendicectomia, brida intestinal. Cirurgia de emergência Tratamento cirúrgico que requer atenção imediata por se tratar de uma situação crítica. Por ex.: ferimento por arma de fogo em região precordial, hematoma subdural. As cirurgias podem ser classificadas de acordo com a finalidade do tratamento cirúrgico: Cirurgia curativa Objetivo é extirpar ou corrigir a causa da doença, devolvendo a saúde ao paciente. Para essa finalidade, às vezes é necessário a retirada parcial ou total de um órgão. Ex.: apendicectomia. 43 Cirurgia paliativa Tem a finalidade de atenuar ou buscar uma alternativa para aliviar o mal, mas não cura a doença. Ex.: gastrostomia. Cirurgia diagnóstica Realizada com o objetivo de ajudar no esclarecimento da doença. Ex.: laparotomia exploradora Cirurgia reparadora Reconstitui artificialmente uma parte do corpo lesada por enfermidade ou traumatismo. Ex.: enxerto de pele em queimados. Cirurgia reconstrutora / cosmética / plástica Realizada com objetivos estéticos ou reparadores, para fins de embelezamento. Ex.: rinoplastia, mamoplastia etc As cirurgias podem ainda ser classificadas quanto ao porte cirúrgico ou risco cardiológico (pequeno, médio ou grande porte), ou seja, a probabilidade de perda de fluidos e sangue durante a sua realização: Grande porte Com grande probabilidade de perda de fluido e sangue. Por ex.: cirurgias de emergência, vasculares arteriais, prótese de quadril. Médio porte Com média probabilidade de perda de fluido e sangue. Por ex.: cabeça e pescoço, herniorrafia Pequeno porte Com pequena probabilidade de perda de fluido e sangue. Por ex.: mamoplastia e endoscopia. Quanto ao tempo de duração as cirurgias ainda podem ser classificadas em: Porte I Com tempo de duração de até 2 horas. Por ex.: rinoplastia. 44 Porte II Cirurgias que duram de 2 a 4 horas. Por ex.: colecistectomia, gastrectomia. Porte III De 4 a 6 horas de duração. Por ex.: craniotomia. Porte IV Com tempo de duração acima de 6 horas. Por ex.: transplante de fígado. Quanto ao potencial de contaminação da cirurgia: Cirurgia limpa: eletiva, primariamente fechada, sem a presença de dreno, não traumática. Realizadas em tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação, na ausência de processo infeccioso e inflamatório local. Cirurgias em que não ocorreram penetrações nos tratos digestivo, respiratório ou urinário. Por ex.: mamoplastia. Cirurgia potencialmente contaminada: realizada em tecidos colonizados por microbiota pouco numerosa ou em tecido de difícil descontaminação, na ausência de processo infeccioso e inflamatório, e com falhas técnicas discretas no transoperatório. Cirurgias com drenagem aberta enquadram-se nessa categoria. Ocorre penetração nos tratos digestivo, respiratório ou urinário sem contaminação significativa. Por ex.: colecistectomia com colangiografia Cirurgia contaminada: cirurgia realizada em tecidos abertos e recentemente traumatizados, colonizados por microbiota bacteriana abundante, de descontaminação difícil ou impossível, presença de inflamação aguda na incisão e cicatrização de segunda intenção ou grande contaminação a partir do tubo digestivo. Obstrução biliar ou urinária também se inclui nesta categoria. Por ex.: colectomia. 6.2 Tempos cirúrgicos De modo geral, as intervenções cirúrgicas são realizadas em quatro fases ou tempos básicos e fundamentais: diérese, hemostasia, exérese e síntese. 1. Diérese 45 É o rompimento da continuidade dos tecidos, ou planos anatômicos, para atingir uma região ou órgão. Pode ser classificada em mecânica ou física. A diérese mecânica possui alguns tipos, dentre eles: Punção: realizada através da introdução de uma agulha ou trocarte nos tecidos, sem, contudo, seccioná-los, com várias finalidades como drenagem de coleção líquida das cavidades ou do interior dos órgãos, colheita de fragmentos de tecidos e de líquidos para exame diagnóstico, injeção de contraste e medicamentos. Secção: consiste na segmentação dos tecidos com o uso de material cortante, como tesouras, serras, lâminas ou bisturi elétrico. Divulsão: realizada através do afastamento dos tecidos nos planos anatômicos com tesouras de bordas rombas, tentacânulas ou afastadores. Curetagem: consiste na raspagem de superfície de um órgão com auxílio de cureta. Dilatação: realizada com a finalidade de aumentar a luz de um órgão tubular. Fonte: enfermagembio.blogspot.com 46 Já a diérese física pode ser classificada em: Térmica: realizada com o uso de calor, cuja fonte é a energia elétrica, por intermédio do bisturi elétrico. Crioterapia: consiste no resfriamento intenso e repentino da área em que vai ser realizada a intervenção cirúrgica. Normalmente é utilizado o nitrogênio liquefeito por ser uma substância criogênica potente. Raio laser: o aparelho de raio laser consiste em um bisturi que emprega um feixe de radiação infravermelha de alta intensidade. Os sistemas laser podem ser obtidos com materiais em estado sólido, líquido e gasoso. Existem vários sistemas laser, mas o mais utilizado na cirurgia é o laser de dióxido de carbono (CO2). Fonte: enfermagembio.blogspot.com 2. Hemostasia É o processo que consiste em impedir, deter ou preveniro sangramento, pode ser feito simultâneo ou individualmente por meio de pinçamento e ligadura de vasos, eletrocoagulação ou compressão. Na realidade a hemostasia começa antes da cirurgia, quando se realizam, no pré-operatório imediato, os exames de tempo de coagulação e dosagem de pró-trombina. Pode ser classificada em: 47 Preventiva: hemostasia que pode ser medicamentosa e cirúrgica. A hemostasia medicamentosa é baseada nos exames laboratoriais pré-operatórios, enquanto a cirúrgica é realizada com a finalidade de interromper a circulação durante o ato operatório, temporária ou definitiva. Urgência: hemostasia realizada quase sempre em condições não favoráveis e com material muitas vezes improvisado, como, por exemplo, compressão digital, garrotes e torniquetes. Curativa: consiste na hemostasia realizada durante a intervenção cirúrgica e pode ser medicamentosa (drogas que diminuem o sangramento por vasoconstrição), mecânica (compressão e esponjas sintéticas), física (bisturi) ou biológica (absorventes). 3. Exérese Também denominada “cirurgia propriamente dita”. Possui caráter curativo, paliativo, estético/corretivo, diagnóstico. 4. Síntese É a união de tecidos, que será mais perfeita quanto mais anatômica for a separação, para facilitar o processo de cicatrização e restabelecer a continuidade tecidual por primeira intenção. Pode ser realizada da seguinte forma: Cruenta: a união de tecidos é realizada por meio de instrumentos apropriados com agulhas de sutura e fios cirúrgicos permanentes ou removíveis. Incruenta: consiste na aproximação dos tecidos com auxílio de gesso, adesivos (esparadrapos) ou ataduras. Completa: a união ou aproximação dos tecidos, realizada em toda a extensão da incisão cirúrgica. Incompleta: consiste na aproximação incompleta em toda a extensão da ferida em consequência da colocação de dreno em determinado local da incisão cirúrgica. 48 Imediata: ocorre imediatamente após a segmentação deles por traumatismos. Mediata: Consiste na união dos tecidos após algum tempo depois do rompimento da continuidade ou contiguidade deles. 6.3 Instrumentais, agulhas e fios Fonte: blog.agroline.com.br Os vários tipos de instrumentos podem ser agrupados da seguinte maneira: 1. Instrumental de diérese: Constituído pelos bisturis e tesouras, serras, agulhas, trépano, ruginas e outros, utilizados nas cirurgias gerais, assim como nas especiais. O bisturi é o melhor instrumento para a secção dos tecidos, sendo um instrumental de corte por excelência. Grande parte dos bisturis são cabos com uma extremidade destinada à fixação de lâminas descartáveis. Os cabos de bisturis são designados por números, por exemplo: cabo n°3 ou n°4. Quanto menor o número, menor a lâmina, destinado a atos cirúrgicos delicados. Os cabos de bisturis com números maiores apresentam encaixe maior para lâminas também maiores, destinados a procedimentos cirúrgicos gerais. 49 2. Instrumental para hemostasia: Esse grupo é constituído por todos aqueles destinados ao pinçamento de vasos sangrantes. Representados por pinças nas formas retas e curvas, por exemplo, as pinças Kelly, Halstead, Rochester, preferidas pelo cirurgião devido a proporcionarem um manuseio mais fácil. As pinças hemostáticas são usadas em situações que exigem instrumentos mais longos. As pinças atraumáticas são usadas para hemostasia temporária. 3. Instrumental para preensão: É o destinado a segurar e suspender as vísceras e órgãos, como as pinças elásticas e pinças com anéis e cremalheira. 4. Instrumental para separação: Formado por afastadores é destinado à exposição, permitindo a melhor visualização da cavidade operatória. Os afastadores são divididos em dois grupos: auto-estáticos e dinâmicos. Os auto-estáticos são usados para a abertura da cavidade abdominal. Os mais utilizados são: Gosset, Balfour, e para a cirurgia torácica, o Finochietto. Os afastadores Weitlaner, Gelpi, Alm são usados em operações mais superficiais. Os afastadores dinâmicos são usados para a separação e abertura do campo operatório em diversas áreas do corpo. Nas operações do abdômen os mais usados são Valvas de Doyen e suprapúbicas. Nas cirurgias torácicas são usados os afastadores Harrington, Deaver, Allison, Coryllos e Davidson. Nas operações mais superficiais ou na apresentação de órgãos específicos, podem ser utilizados os afastadores planos, como Farabeuf, Langenbeck. Outros afastadores com usos diversos, em formas laminares, rígidos ou maleáveis, são as espátulas de Reverdin, utilizados geralmente na cavidade abdominal. 5. Instrumental e material para a síntese: É representado basicamente pelas agulhas de sutura, porta-agulhas e principalmente pelos fios cirúrgicos, grampos e fitas adesivas de pele. 50 Fios cirúrgicos Algumas características devem ser consideradas para a escolha do fio cirúrgico: Manter a força de tensão por tempo suficiente até que a cicatriz adquira sua própria resistência frente aos estímulos mecânicos habituais. Portar-se como material inerte, provocando o mínimo de reação tecidual. Tipo de tecido a ser suturado. Características físicas de manuseio e reação tecidual dos fios cirúrgicos: Configuração física: Refere-se à composição dos fios quanto aos seus filamentos. O fio pode ser monofilmentar, quando é constituído de um único filamento, ou multifilamentar que contém várias fibras trançadas ou intercaladas compondo um único fio. Capilaridade: Refere-se à capacidade de captar e absorver líquidos ao longo do fio cirúrgico. Os fios multifilamentares possuem maior superfície e maior capilaridade, portanto podem apresentar maior aderência microbiana em relação aos monofilamentares. Diâmetro: É determinado em milímetros e expresso em tamanhos com zeros. Quanto menor o diâmetro, maior o número de zeros. A numeração varia de sete (mais grossos com diâmetros mínimo de 0,90 mm e máximo de 0,999 mm) até dez zeros (mais fino com diâmetro mínimo de 0,020 e máximo de 0,029mm). 51 Força de tensão: É a quantidade de peso necessária para a ruptura do fio cirúrgico. A força de tensão varia de acordo com o tipo de material de constituição do fio cirúrgico. Força do nó É a força necessária para fazer com que um certo tipo de nó desliza parcial ou completamente. Os fios multifilamentares apresentam coeficiente de atrito mais elevado do que os fios monofilamentares, permitindo assim uma fixação mais segura do nó, enquanto os fios monofilamentares possuem um bom deslize do nó, mas a fixação é menos segura, necessitando reforçar o nó simples com nós duplos. Elasticidade É a capacidade inerente do fio cirúrgico de recuperar a forma e o comprimento originais depois de um estiramento. A elasticidade contribui para diminuir a possibilidade de romper as bordas da incisão cirúrgica ou favorecer uma estenose em sutura vascular. Memória É a capacidade de um fio cirúrgico de retornar à sua forma original após ser deformado, geralmente após um nó. Quando um fio apresenta alta memória, consequentemente oferece menor segurança do nó. Manuseio Relacionado com a rigidez, ou seja, quão facilmente ele pode ser dobrado quanto com o coeficiente de fricção, ou seja, quão facilmente o fio cirúrgico se desliza através do tecido e dá o nó. Um fio cirúrgico com alto coeficiente de fricção tende a deslizar com dificuldade através do tecido. Ele é mais difícil de dar nó porque este não se mantém. Certos fios são revestidos para reduzir o coeficiente de fricção, entretanto o coeficiente não deve ser muito baixo, pois ao contrário, os nós podem se desfazer facilmente. 52 Reação tecidual Como se trata de substâncias estranhas, todos os fios cirúrgicos causam certareação tecidual. A reação começa quando o fio agride o tecido durante a introdução e pode persistir de acordo com a composição dele. A reação tecidual tem início com a infiltração de leucócitos na área de agressão. Posteriormente, aparecem os macrófagos e os fibroblastos e finalmente por volta do sétimo dia encontra-se presente um tecido fibroso com inflamação crônica. A reação persiste até que o fio cirúrgico seja encapsulado, e isso ocorre quando ele é constituído de material não-absorvível, ou seja, absorvido pelo corpo. Classificação dos fios cirúrgicos 1. Fios cirúrgicos absorvíveis: São fagocitados, hidrolisados, degradados e assimilados pelo tecido em que são implantados. Os de origem animal são fagocitados por meio de atividade enzimática durante o processo de cicatrização. Os de origem sintética são hidrolisados da reação com as moléculas de água dos líquidos corporais, que se degradam e são assimiladas pelos tecidos em cicatrização. Eles são divididos em dois grupos: sintéticos e biológicos. Fios cirúrgicos absorvíveis biológicos: São conhecidos como categute (nome de origem inglesa devido à obtenção do intestino do gato) atualmente obtido da submucosa do intestino delgado de ovinos ou serosa de bovinos. Conforme o tempo de absorção, os categutes podem ser simples ou cromados. Fonte: coral.ufsm.br 53 Os simples apresentam absorção mais rápida, em torno de 8 dias, e os cromados absorção mais lenta, em torno de 20 dias, sendo tratados com bricomato de potássio. O categute cromado é indicado para tecidos com cicatrização mais demorada, como em estruturas do aparelho gastrointestinal ou no útero. O categute simples e o cromado precisam ser mantidos em solução alcoólica para que sejam preservadas suas propriedades de manuseio, além de protegidos da luz e das grandes variações de temperatura, por isso são embalados em envelope primário aluminizado. Quando é removido de sua embalagem e não usado imediatamente, o álcool evapora e o fio perde sua flexibilidade. Para reestruturá-la, pode-se mergulhar o fio em água estéril ou soro fisiológico, entretanto o umedecimento excessivo pode reduzir a força de tensão. Fios cirúrgicos absorvíveis sintéticos: Ácido poliglicólico: fio multifilamentar com excelente maleabilidade e tem sido empregado em larga escala como substituto dos fios de absorção lenta e dos não absorvíveis. O ácido poliglicólico é um material sintético obtido por meio de polimerização do ácido glicólico, de fácil manuseio, forte, flexível e de boa tolerância. São utilizados em anastomoses gastrointestinais, cirurgias ginecológicas, cirurgia geral e operações urológicas. Fonte: coral.ufsm.br Polímeros sintéticos monofilamentares mais recentes: Fios compostos por polímeros como poliglecaprone e polidioxanona. São monofilamentares, maleáveis e mantém a resistência de tensão por um período 54 mais prolongado que os sintéticos multifilamentares. Indicados quando se deseja um apoio prolongado para a ferida, como no fechamento de tecido facial ou para pacientes idosos ou oncológicos. Os fios absorvíveis sintéticos também são embalados em envelope primário aluminizado, porém, seco, para a sua proteção contra a umidade, a luz e as variações de temperatura. 2. Fios cirúrgicos não-absorvíveis: São resistentes à digestão enzimática em tecido animal vivo. São de dois tipos: biológicos e sintéticos. Fios cirúrgicos não-absorvíveis biológicos: O algodão é derivado da celulose, de baixo custo, de fácil esterilização e de pouca reação tecidual. Fio torcido de calibre variado, encontrado no comércio embalado em envelopes e já pré-cortado, geralmente com 15 a 45 cm de comprimento. Indicado para tecidos de rápida cicatrização e contraindicado para suturas cutâneas devido à sua reatividade tissular. O fio de seda, de origem animal, obtido de diversas espécies de bicho-da- seda. Suas fibras são retorcidas ou transadas e podem passar por processo de enceramento para diminuir sua capilaridade. Apresenta facilidade de manuseio, resistência à tração e segurança na fixação do nó. Fonte: dentalpassaro.com.br Fonte: portuguese.alibaba.com 55 Fios cirúrgicos não-absorvíveis sintéticos: Subdivididos em quatro grupos: Poliamida: caracteriza-se pela elasticidade e resistência à água. Pode ser mono ou multifilamentar. Fio de pouca reação, mas de difícil manipulação, duro e corrediço e pouca segurança de manutenção do nó. Poliéster: apresenta-se sob a forma simples, revestido de teflon ou siliconizado. Fio de difícil manejo por ser também corrediço; para que isso não ocorra, normalmente se adiciona teflon e silicone, mas estes materiais podem se dissociar e provocar reação tecidual. Utilizados em estruturas que requerem grande resistência à tração. Polipropileno: fio derivado das poliefinas, não-biodegradável, e tem sido recomendado o tipo monofilamentado, para a síntese de feridas contaminadas, devido à reação tecidual mínima. É um dos fios mais inertes, com baixa capilaridade, com mínima reação tissular e com alta resistência à tração. É indicado nas cirurgias cardiovasculares. Metálico: constituído de aço inoxidável e tântalo. Muito utilizado em tenorrafia; eventualmente em neurorrafias e fechamento de parede abdominal. O tântalo é menos resistente do que o aço inoxidável. São de fácil esterilização, bem tolerados, de espessura variável, mono e multifilamentar. Fonte:coral.ufsm.br 56 Fonte: conhecer.org.br Agulhas cirúrgicas A agulha não tem papel no processo de cicatrização. Deve ser suficientemente larga, penetrante para ultrapassar a resistência tecidual, resistente para não dobrar, mas ao mesmo tempo flexível, para dobrar antes de quebrar, resistente a corrosão de tamanho, forma, e calibre apropriados à aplicação a que se destina. São utilizadas na reconstrução, com a finalidade de transfixar os tecidos, servindo de guia aos fios de sutura. Quanto ao corpo, as agulhas são retas, curvas (círculos de 3/8, ¼, ½ e 5/8) e semi-curvas específicas para cirurgia laparoscópica. Quanto à ponta são cilíndricas (não cortantes), espatuladas, rombas ou triangulares. E quanto ao fundo podem ser traumáticas ou atraumáticas. 57 Fonte: slideplayer.com.br Geralmente são cilíndricas ou triangulares, utilizadas na reconstrução de vísceras ocas, tendões, nervos e suturas intradérmicas. Frequentemente são usadas com as mãos, e mais raramente com porta-agulhas. As agulhas curvas podem ser cilíndricas ou triangulares. Seu raio de curvatura é variável, adaptando-se a cada tipo de síntese, em tamanho adequado, sempre utilizadas com porta-agulhas. As cortantes são usadas para sutura de pele e periósteo. As cilíndricas suturam estruturas e órgãos mais profundos. As agulhas atraumáticas, isto é, aquelas que já trazem o fio montado, asseguram fácil penetração nos tecidos, sem deixar lacerações, sendo o tipo universalmente mais usado. Nas traumáticas os fios são montados no momento de uso e elas provocam dilacerações nos tecidos. As agulhas espatuladas são achatadas com bordas laterais cortantes. São utilizadas principalmente em cirurgias oftalmológicas. Fonte: UFRGS 58 6.4 Classificação do instrumental cirúrgico Fonte: experienciasdeumtecnicodeenfermagem.com 1. Instrumental de diérese Constituído pelos bisturis e tesouras, serras, agulhas, trépano, ruginas e outros, utilizados nas cirurgias gerais, assim como nas especiais. O bisturi é o melhor instrumento para a secção dos tecidos, sendo um instrumental de corte por excelência. Grande parte dos bisturis são cabos com uma extremidade destinada à fixação de lâminas descartáveis. Os cabos de bisturis são designados por números, por exemplo: cabo n°3 ou
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