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* Ação de consignação em pagamento Artigos 890 a 900 do CPC ** CC: art. 334 a 345 Para que ocorra o pagamento, precisa-se da cooperação do credor para aceitar E outorgar a quitação. Pode existir a recusa em receber. Ação de consignação em pagamento: Forma especial de pagamento. Finalidade: extinguir obrigações. Consignação: depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida. * Hipóteses de cabimento: Art. 335 do CC. O rol do artigo 335, do CC, não é taxativo. a) Decreto-lei nº 58/37, artigo 17, parágrafo único - loteamentos; b) Lei nº 492/37, artigos 19 e 21 – penhor rural e cédula pignoratícia; c) Decreto-lei nº 3.365/40, artigos 33 e 34 – desapropriações por utilidade pública; * Pagamento por consignação: consiste no depósito judicial ou extrajudicial do dinheiro ou da coisa¹ e na citação do credor para receber. Necessidade de recusa injusta. Se a recusa for justa, a ação não terá êxito. Ex.: valor ofertado insuficiente para pagamento da dívida; não respeitadas as condições do contrato. ¹ coisa determinada, móvel ou imóvel. Ex.: chaves de imóvel dado em locação, quando o locador se recusa injustificadamente em receber * A recusa pode ser em relação às: * dívidas portáveis (portáble): o devedor vai até o credor para pagar² ou *dívidas quesíveis (quérable): o credor vai até o devedor para receber³. Não se admite a ação de consignação: obrigações de fazer/não fazer cujo objeto é a conduta humana, comissiva ou omissiva. ² o devedor deve provar que ofertou a quantia consignada e o credor injustificadamente recusou o recebimento. ³ caberá a consignação se o credor (não buscando o pagamento) não o fizer no tempo e modo convencionados. * A consignação pode ser JUDICIAL (pode preferir esta opção desde logo) ou EXTRAJUDICIAL (opção do devedor) Procedimento (são 03): Distinção para: a) art. 335, I a III, CC - recusa em receber/buscar, credor desconhecido; b) art. 335, IV e V, CC – dúvida quem recebe, litígio a respeito pagto; c) Lei nº 8.245/91 – alugueres. * Mesmo aquele que está em mora pode obter a extinção da obrigação, desde que se verifique: i) que o pagamento ainda seja útil ao credor*; ii) que o devedor acresça ao valor depositado os encargos decorrentes da mora. * se o cumprimento da obrigação não for mais útil ao credor, ou se este já tiver demandado contra o devedor – mesma dívida – não há mais possibilidade de purgar a mora. Exceção: ações de despejo por falta de pagamento, busca e apreensão em virtude de alienação fiduciária em garantia. Consignação JUDICIAL * A discussão sobre o quantum debeatur ou da validade das cláusulas contratuais não impede o ingresso da demanda. questões apreciadas pelo Juiz em caráter incidental. Há possibilidade de na consignação examinar o que influi na apuração do débito para saber se a recusa era ou não justa. * a) Legitimidade Ativa: devedor * Falecimento: espólio, desde que não julgada a partilha; depois da partilha definitiva: sucessores ou herdeiros. * Incapacidade: representação ou assistência. * Terceiro interessado (sócio, fiador) no pagamento ou terceiro não interessado (pai, mãe, irmãos – não se sub-roga nos direitos do credor) – deve fazer o pagamento em nome e à conta do devedor – art. 304, CC Consignação fundada na recusa em receber (art. 335, I a III, CC) * Passiva: credor Aquele que pode exigir e receber o pagamento, outorgando a quitação. Se credor não conhecido, a petição inicial não precisará indicar-lhe o nome ou a qualificação, e a citação far-se-á por edital (art. 231, I, CPC) * b) Competência: Depende da natureza da dívida: afasta a previsão do art. 94, CPC 1 - Se for portável: no foro do lugar do pagamento – art. 337, CC e art. 891, CPC. Competência relativa (valor da causa e território). Admite-se a eleição de foro (art. 111, CPC). Inexistente foro de eleição ou não estabelecido local de pagamento competência para as ações pessoais ajuizamento no foro do domicílio do réu. * 2 - Se for quesível: no foro do domicílio do autor-devedor, salvo foro de eleição. Artigo 891, parágrafo único, CPC. Demanda ajuizada no foro em que a coisa se encontra. * Petição inicial: requisitos artigos 282 e 893, CPC O autor/devedor, deve ainda: a) indicar qual o objeto do pagamento. b) declinar o valor da obrigação, os encargos acrescidos, o tempo, o modo e as condições de pagamento. c) demonstrar como chegou ao valor ofertado; d) apontar recusa do credor em receber/mandar buscar pagamento. e) requerer o depósito da quantia ou coisa devida. efetivação do depósito: art. 893, I, do CPC f) cumular de pedidos – observar artigo 292,CPC * Se não houver depósito extrajudicial (art. 890, §3º) ou judicial (demonstrativo na inicial ou feito em 05 dias) o processo é extinto SEM resolução do mérito. Peculiaridades na elaboração da petição inicial: 1) Escolha do credor ou devedor. a) Escolha do credor: artigo 894, CPC. b) Escolha do devedor: será exercida quando do ajuizamento da ação e da efetivação do depósito. Ao despachar a exordial, o juiz fixará lugar, dia e horário para que se faça a entrega, sob pena de depósito. * 2) Artigo 892, CPC – prestações periódicas. Observar prazo de 05 (cinco) dias após o vencimento. Se não respeitado o prazo, é considerado insubsistente. Os depósitos anteriores não ficam prejudicados. Há liberação parcial da obrigação. Decisão majoritária: não depositado um valor, os demais não poderão ser depositados. * Peculiaridades na ação de consignação: -- Prazo para depósito: Entendimentos (doutrina e STJ) até o trânsito em julgado e posterior ao trânsito em julgado. Lei do Inquilinato é clara: até a sentença (art. 67, III) Para os entendimentos até a sentença: se o credor persistir na recusa, ingressar com nova consignação. * Resposta do réu: O requerido pode: i) concordar com o valor depositado e requerer o levantamento, dando por quitada a obrigação. Juiz julga procedente o pedido, declara extinta a obrigação e condena o réu ao ônus sucumbenciais. Art. 897, caput e parágrafo único, CPC ou * ii) oferecer resposta Prazo resposta: 15 dias, observado o art. 241, CPC. Modalidade de resposta: art. 297, CPC O que pode ser alegado pelo requerido? Artigo 896, CPC (rol não taxativo) Além das preliminares do art. 301, CPC * Artigo 896, CPC: o réu poderá alegar que: Inciso I: apenas para dívidas portáveis; o autor deve mostrar a mora accipiendi (por culpa do credor). Inciso II: ocorreu novação da dívida ou outra causa extintiva, oferta anterior a vencimento, o réu nunca foi credor... Inciso III: dívida portável, recusa justa se pagamento oferecido em local diverso do convencionado; dívida quesível, local de pagamento coincide com o domicílio do devedor. Inciso IV: requerido impugna o valor ofertado mas deve indicar o que entende devido (art. 896, p.u., CPC). Art. 899, CPC. * AÇÃO DE NATUREZA DÚPLICE: se for insuficiente o depósito, o juiz, independente de pedido de reconvenção determinará o montante devido condenando o autor ao pagamento da diferença, cabendo ao credor promover-lhe a execução nos próprios autos. Admite a reconvenção não para cobrar possível saldo devedor, mas para requerer rescisão contratual, despejo, cobrança de alugueis em atraso, etc. * Sucumbência: na hipótese de insuficiência do depósito, o juiz atribui a sucumbência ao autor (devedor). Após a resposta do requerido (credor), a consignação segue o procedimento ordinário. A sentença na consignação é declaratória: reconhece a suficiência do depósito e sua aptidão para extinguir o débito e liberar o devedor. * Devedor não sabe quem entre dois ou mais possíveis credores deve efetuar o pagamento ou se houver disputa judicial ou extrajudicial entre os potenciais credores. Quem paga mal paga duas vezes!!! Artigos 895 e 898, CPC Legitimidade passiva: todos os que se apresentam como credores ou quando existe “confusão” entre credores (contrato mal redigido). Consignação em caso de dúvida quanto à titularidade do crédito (art. 335, IV e V, CC) * Petição inicial: o devedor requer o depósito e a citação dos credores. Informa a razão sobre a dúvida – legitimidade. Se juiz entender que a dúvida quanto ao credor é infundada, indefere a petição inicial. Não existe a mora accipiendi: o credor não se recusa o recebimento. * Prazo para efetuar depósito: 05 dias, após o recebimento da inicial. Os requeridos são citados para oferecer resposta. Procedimento que segue à citação: art. 898, CPC. Pode ocorrer: a) se ninguém comparecer, o juiz aplica os efeitos da revelia, profere a sentença, declara a suficiência do depósito e a extinção da obrigação. Há liberação do valor. A quantia é arrecadada como bem de ausente. Doutrina: coisa vaga. * b) apenas um compareça: desde que demonstre o direito, o juiz, ante a omissão dos demais, decide que o valor deve ser entregue a quem compareceu (se demonstrar direito). Se não demostrar o direito, entende-se como se ninguém tivesse comparecido (a)’. c) comparecendo dois ou mais interessados: art. 898 o juiz declara efetuado o depósito e extinta a obrigação (se suficiente o valor depositado). O processo tramita apenas entre os credores (serão simultaneamente autores e réus) procedimento ordinário. * Natureza da decisão que extingue a obrigação e recurso cabível: divergência doutrinária e jurisprudencial. Princípio da Fungibilidade. Extinta a obrigação: cabe honorários advocatícios E a forma de pagamento dos honorários? * Se o juiz declarar procedente o depósito, deve fixar honorários em favor do autor, que foi forçado a ir em juízo para exonerar-se de sua obrigação; mas, como nesse momento ainda não se sabe qual dos réus era o credor da quantia depositada, seria injusto condenar ambos em partes iguais; a solução acertada é ordenar que a verba honorária seja deduzida do depósito judicial; ao ser decidido entre os dois réus quem deve levantar a quantia consignada, o vencido pagará honorários de advogado ao vencedor, além de reembolsá-lo dos honorários já pagos ao autor, na primeira fase do processo (Theotônio Negrão). * A apelação (ação de consignação em pagamento COMUM) é recebida no DUPLO efeito. * Regulado pela lei do inquilinato, art. 67 e ss (8.245/91). ** Peculiaridades: Competência: foro situação do imóvel, salvo foro de eleição. Petição inicial: art. 282, CPC + o devedor deve especificar de forma detalhada os alugueis e acessórios da locação que estão sendo depositados. Art. 67, I, LI Consignação de Alugueres. * Valor da causa: 12 meses de aluguel. NÃO se aplica o art. 260, CPC. Do despacho inicial: no mesmo ato, o juiz determina que o devedor deposite o valor ofertado, em 24 horas, E determina a citação do requerido. Art. 67, II, LI. A falta do depósito acarreta a extinção do processo sem resolução do mérito. * O pedido abrange a quitação das parcelas que se vencerem no curso do processo até a sentença (art. 67, III, LI). O depósito dos alugueres deve ser feito na DATA do VENCIMENTO. Parte da doutrina entende não ser possível a consignação extrajudicial. * O requerido pode: i) concordar com o valor depositado e requerer o levantamento, dando por quitada a obrigação (Art. 67, IV, LI) ou ii) oferecer resposta (arguir mesma matéria do 896, CPC/Art. 67, V, LI), no prazo de 15 dias – LI omissa quanto ao prazo. * A ação de consignação de alugueres não tem natureza dúplice, depende de reconvenção (art. 67, VI, LI). Complementação de depósito (art. 67, VII e parágrafo único, da LI): a) prazo de CINCO dias; b) o complemento deverá ser depositado com um acréscimo de 10% sobre o valor da diferença (espécie de sanção pela falta do depósito integral). * A apelação (ação de consignação em pagamento regida pela LI) tem apenas efeito DEVOLUTIVO, não impedindo a instauração de execução provisória. * Consignação EXTRAJUDICIAL: * Instrumento de direito material (art. 334, CC), NÃO depende de processo opção do devedor * restrita às obrigações em dinheiro; (divergência doutrinária) * deve ser feita em banco oficial (Banco do Brasil, CEF); banco particular apenas na ausência de oficial; * o credor é cientificado por carta com AR/MP (enviada pelo Banco), com prazo de 10 dias para oferecer recusa – art. 890, §1º, CPC; * o prazo para a recusa flui do recebimento da carta * * Na hipótese de recusa: realizada por escrito (deve ser motivada) ao estabelecimento bancário em que o depósito foi feito Artigo 890, §3º, CPC. Se não proposta a ação no prazo (prazo de 30 dias corre da ciência do devedor, que será feita pelo banco), o depósito fica sem efeito, o $$ é restituído ao devedor. Pode ingressar com ação futuramente: o banco não diz quem tem razão, a questão deve ser discutida em juízo e o valor não será levantado até que se decida o conflito. * * Se não houver recusa ou ela for intempestiva: o devedor é liberado da obrigação e a quantia fica à disposição do credor Artigo 890, §2º, CPC. * Se o credor fizer ressalva EXPRESSA de que a obrigação foi PARCIALMENTE cumprida, o CREDOR pode ingressar com ação cobrando a diferença que entende devida. Não cabe consignação extrajudicial quando haja dúvida em quem deva receber, nem quando penda litígio a respeito da prestação devida, apenas quando o credor se recusa em receber (Adroaldo Marcato). Consignação = depósito judicial ou extrajudicial * * * * Art. 893: I - depósito = efetuar o pagamento em 5 dias contados do deferimento, salvo a hipótese do §3º do art. 890 CPC; II – citação pra levantar depósito ou oferecer resposta; * * Reconveção = pedido diverso da petição inicial, mas com as mesmas partes e sobre o mesmo assunto. * *
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