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Direito Empresarial I

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Direito Empresarial I 
Professora: Samira Otto.
4° semestre.
Aula 05/08/2013
 
Direito empresarial ( Direito Privado.
Direito econômico ( Direito Público. 
Os três setores:
	1. Extração mineral, agricultura e pecuária; Estado ( administração pública;
	2. Indústria: produção de manufaturas (está em crise) ( agentes econômicos;
	3. Serviços (cresce cada vez mais) ( sociedade civil (Organização Não Governamental – ONG, associações, fundações, etc. Arts. 51 e 52, CC). 
Agentes econômicos: células, organizações responsáveis pela produção de riquezas (agentes do segundo setor). 
Empresário individual x sociedades empresariais (têm, sobretudo, finalidade lucrativa).
Associações, fundações e ONGs não têm finalidade lucrativa. 
Mercado:
O que a legislação impõe para quem quer abrir um negócio, para quem quer entrar no mercado?
Quais são as regras de funcionamento desse mercado? O que as empresas podem ou não fazer e como interagem com as outras empresas dentro do mercado? 
Regulação ( Direito econômico (regras do mercado) ≠ Direito público (envolve, fatalmente o Estado) = Estado. 
Interação econômica = direito empresarial (relações específicas das empresas) = direito privado = sociedades empresariais x empresário individual. 
Empresa é uma atividade econômica, não tem personalidade jurídica, não é um ente material (ninguém compra e vende empresa e sim estabelecimento empresarial).
O empresário é quem tem personalidade jurídica no mercado. 
Existe sociedade empresarial com apenas uma pessoa. Isso é uma novidade no Direito Brasileiro, na Europa isso já existe há bastante tempo. 
Aula 09/08/2013
Legislação - Código Civil: a partir do art. 966, Lei de S/A (LSA) 6404/76, Lei 8.934/94, Registro Mercantil, LC 123/2005, Lei ME - micro empresa - e EPP - empresa de pequeno porte, Propriedade Industrial – Lei 9279/97.
Momento Histórico
	1. Teorias a cerca do Direito Empresarial: como ele surge. 
		1.1. Subjetiva: Surge na Idade Média. No início, a atividade mercantil era consolidada através do escambo (troca de mercadorias), depois surgiu a teoria monetária onde há o nascimento da moeda para dar um valor a cada objeto, agregando valor a essas trocas, primeiramente vieram as conchas, depois os dobrões de ou ouro, prata, cobre, etc. Aqui tínhamos como sujeito de direito o burguês (atualmente são os empresários). Para você poder exercer uma atividade na Idade Média, você deveria ser um burguês e, para ser considerado burguês, era necessário ter uma inscrição em uma corporação de ofício. Essa inscrição era feita na qualidade de aprendiz e ia evoluindo até chegar à posição de burguês. 
Quais eram as finalidades do Direito Empresarial na Idade Média? Garantir o oligopólio no exercício da profissão (só poderia exercer a profissão quem tinha a inscrição em uma corporação de ofício). Hoje ainda existem resquícios disso, mas não com uma norma tão rígida, Ex: OAB - dar proteção a uma classe (burguesa). 
Na Idade Média tivemos momentos históricos de elevada importância:
	A maior produtividade vinha dos produtos agrícolas, assim iniciou-se uma fase chamada fase das feiras (eu produzia, você produzia e nós nos reuníamos em um grande pólo – Paris, Berlim, Londres – e lá fazíamos feiras. Nelas, vinham muitos europeus de todos os lugares, porque buscavam produtos de outros Estados para revender). Diante das feiras veio uma procura muito grande a habitação nas cidades, e com o aumento repentino da população, surgiu a peste negra. Durante essas feiras, o povo ia para outros Estados por meio de galope, navio, etc. E levavam o dinheiro em um saco e, por isso, havia muito assalto. Também temos como momento marcante, as cruzadas onde os povos desbravavam novos territórios. Elas começaram e, um dia, tomaram Jerusalém, daí um monge procurou o rei de Jerusalém e disse que queria constituir um exército para fazer o translado dos peregrinos que iam para Jerusalém. O exército dos templários era constituído por monges que não apenas acompanhavam os peregrinos, mas constituíram o próprio exército. Diante da garra deles, eles ganharam do rei um templo judeu. Os templários fizeram uma espécie de escavação no templo para enterrar o tesouro que tinham e, nessa escavação, acharam o Santo Grau (cálice da última ceia). Ao encontrarem ele, avisaram ao Papa da época, e o Santo Padre deu a eles poderes ilimitados de tomar posses, fazerem leis, etc. Os templários, nessas batalhas, foram juntando muitos bens (invadiam e tomavam tudo). Eles eram os únicos que podiam fazer empréstimos de dinheiro, ou seja, aquelas pessoas que iam fazer a expedição, para fazerem a compra de produtos e no caminho não serem roubados, faziam um depósito de dinheiro para os templários cobrando 10% encima do valor e, estes expediam uma ordem de pagamento (primeiro evento de título de crédito). Até hoje temos esses títulos, por meio de cheques.
Resumindo: Idade Média – inscrição nas corporações de ofício – feiras – assaltos – templários (exército) – Papa – papel. 
		1.2. Teoria Objetiva: Ocorre na França a Revolução Francesa em 1789 (Igualdade, Liberdade e Fraternidade). Se um dos temas dessa Revolução era a Igualdade, esta colidia com a teoria subjetiva, pois na Idade Média não havia qualquer resquício de isonomia. Logo, se Napoleão desse proteção aos burgueses, o povo francês não iria aceitar tal fato e acabariam matando-o. Porém, e essa proteção não fosse fornecida, a França quebraria, afinal, o que alimenta o Estado é a atividade empresarial. Foi assim que Napoleão criou a Teoria dos atos de comércio. Aqui, o sujeito de direito passou a ser o comerciante. Para ser comerciante, tínhamos no art.1° do Código de Comércio Francês de 1807, a regulamentação dos atos de comércio, era comerciante quem exercesse esses atos e fizesse deles a sua profissão habitual. A lei trazia um rol de atos de comércio, qualquer um deles poderia ser realizado para que a pessoa fosse comerciante, não havia mais a necessidade de inscrição. Eles seriam: compra para posterior revenda, compra para venda no retalho, atividade circense, etc. Esse sujeito de direito tinha a proteção do Estado. 
Esse Código de Comércio Francês foi a base do nosso Código Comercial de 1850, sendo este dividido em três partes (idêntico ao Código Francês de 1807 sem o rol de atos para a identificação dos comerciantes):
	1ª parte: falava do comércio em geral; Art.4° - comerciante era aquele que exercia mercancia. Foi decretado um regulamento: 737/1850, para explicar o que era mercancia, no art.19 desse regulamento tinha o rol de atos de comércio.
	2ª parte: comércio marítimo.
	3ª parte: quebra (foi revogada logo depois. A falência é um direito do sujeito de direito – comerciante – sendo um processo promovido contra o devedor, mas essa parte não durou 10 anos e já foi revogada, vindo vários decretos até que vingou em 1945 o decreto 7661, chamada “antiga lei de falências” que, também, foi revogada, pela lei 11.101/2005 – 120 dias de vacacio legis). A falência é um processo promovido contra o devedor (comerciante insolvente). 
Logo, nosso Código adotou a Teoria Objetiva sendo esta a dos atos do comércio. Porém, no Código de Comércio Brasileiro não tínhamos o rol de atos. O art.4° situado na primeira parte do nosso Código declarava que comerciante era aquele que exercia mercancia. Para explicar o que é mercancia foi editada a lei 737/1850, no seu art.19 se encontravam o rol de atos do comércio. 
		1.3. Subjetiva Moderna: Inspirada no Direito Italiano alicerçada na teoria da empresa. Aqui o sujeito de direito é o empresário (e não a empresa). Hoje essa é a teoria adotada pelo nosso Código. O CC de 2002, no art.2,045, fala expressamente sobre a revogação da primeira parte do Código de Comércio de 1850, ou seja, tirou o comerciante como sujeito de direito e adotou a teoria da empresa. 
OAB/PROVA: O Código comercial de 1850 foi totalmente revogado pelo CC de 2002? Não, a segunda parte ainda ficou para nós. OAB/PROVA: O Código de Comércio de 2002 adotou a teoria da empresa, enquanto o de 1850 adotoua teoria dos atos de comércio. 
Aula 12/08/2013
Sócio não é empresário! Empresário é a pessoa jurídica da qual ele faz parte. 
Art.1011, §2°, CC.
Nesse caso, esse sócio é empreendedor. 
2. Empresário:
	2.1. Atributos: o que define uma pessoa como empresária. Para definir o que é empresário, o legislador utilizou a técnica parecida com o art.3° da CLT, que trás para nós o que é empregado por meio de 5 atributos, que somados, formam esse empregado. O art.966, Caput, CC, adota uma técnica legislativa parecida com o art.3° da CLT, então o caput define um rol de atributos que, somados, formam um empresário. Ele tem que se registrar, mas, na ausência do registro, ele é considerado irregular. 
		2.1.1. Profissionalismo: Empresário é uma pessoa natural ou pessoa jurídica que exerce com habitualidade e em nome próprio, uma atividade, por meio da qual se estabelece e se desenvolve economicamente. Essa habitualidade é o exercício da atividade que deve ocorrer de forma habitual, como regra. A habitualidade é a regra, ou seja, todo empresário (pessoa natural ou pessoa jurídica) deve atuar habitualmente. Essa habitualidade representa algo contínuo nesse exercício dessa atividade. Há uma exceção à essa habitualidade, a única: não há necessidade de habitualidade no caso do empresário da espécie de pessoa jurídica (sociedade), isso porque, uma sociedade pode ter um ou alguns negócios determinados (art.931, CC). De outro canto, o empresário de pessoa natural (individual) sempre deve atuar habitualmente. 
Com relação ao nome próprio, todo empresário (pessoa natural ou pessoa jurídica) atua em nome próprio, alienando bens, transferindo bens, serviços, de seu patrimônio. 
		2.1.2. Atividade econômica (“animus lucrandi” – intenção de lucro): o lucro é essencial para a atividade empresarial? Errado. O que é essencial não é o lucro e sim a sua intenção (intenção de lucrar!). Fazer doações é imoral no direito empresarial porque frauda a sua intenção de lucrar, e, por exemplo, se dois anos depois ele cai em falência, essa doação é considerada fraude contra credores. 
		2.1.3. Organização: Fábio Ulhôa diz que é a organização do trabalho alheio, traduzindo, ele diz que para uma pessoa ser empresário, ela tem que ter empregado. Já, Haroldo Malheiros, diz que organização é a organização dos fatores de produção que são: capital, trabalho (pode ser, inclusive, do próprio empresário) e atividade. 
		2.1.4. Produção ou circulação de bens ou de serviços: eles visam o mercado, ainda que o mercado tomador (que consome) seja formado por uma única tomadora (única compradora). 
Pessoa Natural ≠ Pessoa Jurídica 
O que difere ambas é a existência ou não de uma sociedade (ou EIRELE – art.980, a, CC). Se existir uma sociedade, é uma pessoa jurídica. Se não existir uma sociedade, é uma pessoa natural. 
Falência não é ônus pro empresário, é direito dele! Por meio desse processo, arrecadaremos todo patrimônio do empresário para dividir entre os credores. Quem pode falir é o empresário (sujeito de direito), a empresa (atividade) não pode falir. Quem faliu não pode ser empresário porque está impedido de exercer a atividade econômica. 
Quem é sócio não é empresário!
Aula 16/08/2013
As Associações e Fundações não têm como fim último o lucro, a atividade econômica. Mesmo sendo uma pessoa jurídica, não são empresários.
	( A ausência do registro não retira da pessoa a condição de empresário. Todavia, todo empresário deve-se registrar no registro público de empresas mercantis (junta comercial). O registro é uma obrigação de fazer. 
	( Sanções pela ausência de registro: 
		* Não pode participar de licitações;
		* Não terá os benefícios de recuperação de empresas. Para pedir a falência de outro empresário, o empresário precisa estar registrado (provocar o judiciário, sendo credor). Hoje em dia se executa o patrimônio e, não mais a pessoa, como era em Roma. Qualquer credor pode pedir a falência de um empresário. Exceto se for empresário credor, tem que ter registro.
		* Não pode expedir duplicata (é um título de crédito brasileiro, que só pode ser pedido pelo empresário em contrato de compra e venda ou em prestação de serviços. 
	2. Excluídos da compreensão de empresário 
Nem toda pessoa que possua os quatro atributos de empresário é considerada empresária. Nós teremos pessoas que terão os quatro atributos, mas ainda assim não são empresários. 
Sociedade Simples: ainda que possua os quatro atributos, não é empresária. 
	Conceitos básicos:
Empresário: sujeito de direito. Ele é quem exerce a atividade. 
Empresa: atividade. 
Estabelecimento empresarial: art.1142, CC – complexo de bens por meio do qual o sujeito de direito exerce a atividade. 
Sociedade simples x Sociedade Empresária: o que diferencia ambas é o objeto. A sociedade simples tem três possíveis objetos, já a sociedade empresária é residual, todo o resto é objeto dela. 
Obs.: objetos possíveis para a sociedade simples:
Trabalho intelectual de natureza científica, literária ou artística, ainda que com o auxílio de colaboradores. Ex: sociedade de advogados, clínica médica, etc. Cespe: Zé, Mané e Tício são advogados, constituíram uma sociedade cujo objeto é pneu. Nessa situação, a sociedade é empresária na qualidade do sócio? Não. Art.966, parágrafo único, CC – salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa, nesse caso, será sociedade empresária. 
* Elementos de empresa: 
Capital, trabalho e atividade econômica. 
O trabalho intelectual está na área fim? Sociedade simples.
Se esse trabalho estiver na área meio, ele será elemento de empresa. 
Ex: Dra. Ana é advogada e trabalha num escritório de advocacia. Ela está na área fim dessa atividade. Dessa maneira, essa sociedade é simples. 
Porém Dra. Ana também trabalha no Banco do Brasil, na área jurídica. Ela está na área meio, afinal, o verdadeiro fim do BB são negociações financeiras. Dessa maneira, a sociedade é empresária, porque são formados elementos de empresa. 
Teoria da unificação dos atos: se na área fim de uma sociedade houver trabalho intelectual e atividade empresária, prevalece a atividade empresária. Formando, assim, uma sociedade empresária. 
Cooperativa: nenhuma sociedade cooperativa por falir porque não é empresária. Art. 982, parágrafo único. Considera-se simples a cooperativa e considera-se empresária a sociedade por ações. Aqui, o objeto é completamente desnecessário. Uma cooperativa vai ser considerada simples independentemente do seu objeto. SA e comandita por ações são sempre empresárias qualquer que seja o objeto. Cooperativa não tem fim lucrativo. 
Objeto: é a atividade pela qual queremos alcançar o lucro. 
Objetivo: lucro. 
Aula 19/08/2013
Para nós diferenciarmos a sociedade simples da empresária devemos analisar o objeto, mas essa norma é uma regra e, se é uma regra, há exceção: no caso das cooperativas e SA commandita por ações, não importa o objeto e sim a espécie societária. 
3. Ruralista ou sociedade rural: o ruralista pode ser, tanto empresário, como pode ser simples. Ruralista pode falir, mas nem sempre. O ruralista não está tão excluído assim da compreensão de empresário. Quem irá escolher que tipo de sociedade vai ser, são os próprios associados e não a lei. 
Enquanto o empresário deve ser registrado no registro público de empresas mercantis (junta comercial), a sociedade simples, como regra, deve ser registrada no registro civil de pessoas jurídicas (cartório de registro de pessoas jurídicas). 
Exceções:
	a) Escritório de advocacia: será registrada na OAB. 
	b) Cooperativa: será registrada na junta comercial – registro público de empresas mercantis. 
Obs. Ausência de registro não retira a condição de empresário. 
Doutrina:
Waldo Fazzio Junior – Manual.
Ricardo Negrão – Manual e Curso.
Marlon Tomazetti – volume I. 
	2.3. Pessoas impedidas de serem empresárias:
Ainda que elas queiram, não podem ser empresárias porque não podem absorver a ética empresarial. A ética empresarial é composta por dois princípios: princípio da onerosidade (nada degraça, sem doações) e princípio do individualismo. A atividade empresária deve ser onerosa. É imoral o empresário (pessoa natural ou jurídica) fazer doações. O empresário também tem que atuar com individualismo. Existe função social de uma empresa? Não. O empresário atua individualmente adotando medidas para a otimização de sua atividade, num primeiro olhar, você pensa que uma empresa está tendo uma função social, mas na verdade o fim maior da empresa é o seu próprio bem. Portanto, pessoas impedidas são aquelas que não podem absorver a ética empresarial. Por exemplo, juiz pode ser empresário? Não. O Ministério público, os servidores públicos, os militares, os padres, pastores, rabinos, etc. não podem ser empresários, mas podem ser sócios porque sócios não são empresários. Não podem administrar a sociedade (pessoa jurídica). Uma exceção à absorção dessa ética empresarial são os falidos, eles não podem ser empresários por causa do falimento, só se tornarão novamente caso o juiz autorize. Nesse caso, eles já absorveram a ética empresarial, mas da mesma maneira estão impedidos de serem empresários. 
	2.4. Capacidade para ser empresário (pessoa natural):
Capacidade é a aptidão para contrair obrigações e exercer direitos. 
Obs.: a pessoa jurídica nasce quando é registrada. No momento que nasce, ela já tem capacidade civil plena. 
A capacidade a ser analisada é a do empresário pessoa natural, haja vista que, a pessoa jurídica adquire capacidade civil plena no momento de seu “nascimento” (registro – junta ou registro civil de pessoas jurídicas). 
Com quantos anos a pessoa natural/física pode ser empresária? Via de regra, quando alcança 18 anos, que é quando adquire capacidade civil plena (art. 972 do CP). 
Exceções:
Art.5° parágrafo único, V, CC (2002): emancipação (antecipação da capacidade civil) legal. O relativamente incapaz (maior que 16 e menor que 18) que constituir estabelecimento empresarial com economia própria, ele passa a ser menor capaz. Os pais não precisam autorizar essa emancipação, nem o juízo. No momento em que ele abre as portas e constitui o estabelecimento, isso ocorre.
Art.974, CC: pode um incapaz (relativo ou absoluto) continuar uma atividade antes exercida por ele, enquanto capaz? Sim, porque isso é uma incapacidade superveniente, mas é necessária autorização judicial expedindo alvará contendo todos os bens desafetados. Pode um incapaz continuar uma atividade antes exercida pelo autor da herança? Sim, porém, aqui também tem que ter autorização judicial. Dada a autorização judicial, será expedido alvará contendo todos os bens desafetados. O que são bens desafetados? Aqueles que não servem de garantia para o adimplemento de uma obrigação. Para que serve esse alvará? Serve para caráter sucessório, ele desafeta esses bens vindos da sucessão. Nomeia-se um curador ou um tutor para esse incapaz. Nomeado tutor ou curador, se este for impedido de ser empresário, indicará gerente (s). Se o gerente causar dano ao incapaz, será responsabilizado, sendo que o tutor ou curador responderá com ele solidariamente. 
Em se tratando de empresário individual (pessoa natural) todo o seu patrimônio está afetado, todo patrimônio se confunde (não se sabe o que é da atividade ou da pessoa). 
Obs.: Patrimônio de afetamento: composto pelo patrimônio afetado, que é aquele patrimônio que pode ser acionado, chamado, para a garantia, para o adimplemento de uma obrigação assumida na atividade empresária, está no risco da atividade. E pelo patrimônio desafetado, que é aquele patrimônio que está blindado, protegido. É o patrimônio que não pode ser executado por obrigações assumidas na atividade empresária. 
Aula 23/08/2013
Empresário individual tem CNPJ mais não é pessoa jurídica. 
Obs. Em se tratando de empresário individual (firma individual – camelô) todo seu patrimônio está afetado no risco da atividade; pois, a par de ele se registrar na junta comercial e se cadastrar no CNPJ, a lei não conferiu a ele pessoa jurídica com patrimônio autônomo. 
O cadastro no CNPJ de empresário individual é meramente para fins fiscais, eles são tidos pela doutrina como pessoas naturais equiparadas a pessoas jurídicas em seu tratamento fiscal. 
A pessoa jurídica nasce quando é feito o seu registro, o CNPJ não tem nada a ver com isso, é, somente, para fins fiscais. 
Art.31, a/f. 
Art.44, CC – considera-se pessoa jurídica de direito privado:
	1. Associações
	2. Sociedades
	3. Fundações
	4. Organizações religiosas
	5. Partidos políticos
	6. EIRELE – empresa individual de responsabilidade limitada.
Os bens da pessoa jurídica só podem ser penhorados, caso haja desconsideração da pessoa jurídica. 
	2.5. Capacidade para ser sócio
O sócio é empreendedor e não é empresário. 
		2.5.1. Regra: com 18 anos a pessoa tem capacidade civil para ser sócia.
		2.5.2. Pode um incapaz (absoluto/relativo) ser sócio de uma sociedade empresária? Sim, mas há requisitos (art.974, §3°, CC): 
	a) Ele deve ser representado (absoluto) ou assistido (relativo). Ele não pode administrar a sociedade nunca! 
	b) O capital social deve estar integralizado. 
	3. Pessoas jurídicas no âmbito do Direito Empresarial
Art.44, II e VI, CC. 
		3.1. Sociedades
			3.1.1. Divisão das sociedades pela natureza e pela espécie:
			Quanto à natureza:
			( Sociedade empresária: registro na junta. 
			( Sociedade simples: registro no cartório. 
Trabalho intelectual
Coorporativa 
Rural
			Quanto à espécie:
			( Sociedade anônima – S/A: uma S/A sempre vai ser sociedade empresária independentemente do objeto social. 
			( Comandita por ações: sempre vai ser empresária. 
			( Sociedade em nome coletivo: pode ser tanto empresária como simples. 
			( Comandita simples: pode ser tanto empresária como simples. 
			( LTDA: pode ser simples ou empresária. 
			( Sociedade simples: é sempre simples. Sociedades de advogados só podem ter essa espécie e não espécies mercantis, segundo a OAB. 
			( Cooperativa: é sempre simples. 
____________________________________________________________________
			
			( Sociedade comum
			( Sociedade de fato
			( Sociedade de participação
Aula 26/08/2013
A espécie societária a ser escolhida no instrumento de constituição (contrato social ou estatuto) vai determinar a forma de divisão do capital social, a responsabilidade dos sócios e os direitos e deveres recíprocos (sócio – sócio e/ou sócio – sociedade).
S/A e comandita por ações é sempre empresária. A cooperativa e a simples são sempre simples. A em nome coletivo, a comandita simples a LTDA pode ser tanto simples quanto empresária.
Obs.: Determinadas atividades (objeto), devem ser exercidas por modalidades (espécies), especificas de sociedade. Ex: Escritório de advocacia – simples – simples. Banco sempre é S/A. 
Art. 983, CC apresenta a divisão em espécies.
3.1.2 Elementos estruturantes do negócio jurídico:
Existência: Agente capaz, objeto lícito, vontade e forma prescrita em lei.
Validade: Livre manifestação da vontade
Eficácia: Condição, termo e encargo.
O registro na junta ou no cartório de pessoas jurídicas não é um elemento essencial para a existência de uma sociedade, diferentemente do que ocorre em relação à pessoa jurídica, a qual, somente passa a existir após o registro. 
Para existir uma sociedade, é necessário ter agente, objeto, vontade e forma. Não é necessário o registro, porém este influencia no plano da eficácia, se feito o registro terá eficácia erga omnes.
O instrumento de constituição é a formalização da vontade societária.
Elementos estruturantes do Negócio Jurídico
Atributos de sociedade: quais são os requisitos para a existência de uma sociedade? 
Instrumento de Constituição: quando a vontade de constituir uma sociedade é formalizada. Formalização da vontade societária. Art.981, CC – há um erro nele: o legislador fala apenas de contrato e não cita a possibilidade do estatuto. 
		Contrato social: a sociedade é contratual. Uma sociedade será contratual quando tiver relação sócio-sócio + sócio-sociedade.
		Estatuto social: a sociedadeé estatutária. Uma sociedade será estatutária quando a relação for somente sócio-sociedade. 
Observações importantes: 
Capital social – quantias que os sócios injetam na sociedade para que ela possa se desenvolver. Na sociedade limitada, é dividido em cotas, cada cota vale um real. Na sociedade anônima, o capital é dividido em ações. Capital social é a “mamadeira”: é uma quantia afetada no patrimônio dos sócios e vertida em benefício da sociedade para:
	a) Garantir credores
	b) Desenvolvimento da sociedade
Conceitos para se entender sociedade contratual e estatutária: 
Capital Social: Na sociedade LTDA é dividido em quotas. Na S/A o capital social é dividido em ações. Capital social é a mamadeira. É uma quantia afetada no patrimônio dos sócios e vertida em benefício da sociedade para: garantir credores, desenvolvimento da sociedade. Valor colocado para elaborar o instrumento de constituição. 
Capital subscrito: É uma promessa de aquisição (das cotas ou das ações) e de pagamento (da sociedade). É semelhante à nota promissória. O sócio remisso (inadimplente com a parcela subscrita) pode ser excluído, pode ter minorada a sua participação ou pode ser executado. A parcela subscrita do capital social determina a participação dos sócios nos resultados da sociedade (se a sociedade deu um lucro de um milhão de reais e minha participação é de 30% do capital social, eu receberei esses 30%). Um sócio que não paga quebra a sociedade. 
Capital realizado: É o capital parcialmente quitado (pago).
Capital integralizado: É o capital 100% realizado (quitado). 
A diferença entre as sociedades se dá pela fração do capital social (quotas ou ações). Por ações: comandita por ações e S/A. Também se dá pela modalidade de responsabilidade dos sócios.
Art. 1052, CC: sociedade limitada – a responsabilidade dos sócios é restrita/limitada, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social. Relação contratual. S/A – os sócios não respondem solidariamente, cada um responde pelo seu. É por ações. Sociedade estatutária. 
Aula 30/08/2013
Obs1. Em se tratando de sócio incapaz, o capital social deve estar integralizado para que ele não responda por dívida de outro sócio. Tal disposição não é aplicada para a Sociedade Anônima (S/A). 
Obs2. O capital social é importante para o desenvolvimento da sociedade, todavia, o que determina o sucesso do empreendimento é o aviamento: capacidade de gerar lucros: pode ser subjetivo – capacidade do empresário (pessoa natural/pessoa jurídica) de gerar lucro – ou objetivo – capacidade do estabelecimento de gerar lucro. 
B) Pluralidade de sócios 
1. Regra: pluralidade de sócios – a sociedade tem que ter dois ou mais sócios. O Direito brasileiro, como regra, não admite a chamada sociedade unipessoal. 
2. Exceções: Lei 6.404/76
	a) Sociedades que podem ser constituídas com apenas um sócio: 
		- Empresa pública
		- Subsidiária integral: Art.251, LSA (Lei de Sociedade Anônima) – pode ser constituída por meio de escritura pública (se for constituída por instrumento individual, é nula). É uma S/A que possui como única sócia uma sociedade nacional (brasileira – pessoa jurídica nacional). Uma sociedade será nacional quando for registrada em uma junta comercial no Brasil (dessa forma, ela estará organizada conforme a lei brasileira), além disso, a sede administrativa deve estar no Brasil – art. 1126, CC. As sociedades subsidiárias integrais são chamadas de holdings. 
	b) Redução da sociedade a um único sócio: Art. 1033, IV, CC. Dissolve-se a sociedade quando reduzida a um único sócio e não for reconstituída a pluralidade em 180 dias. Se dissolvida a sociedade e o individuo continuar exercendo a atividade, o exercerá ele próprio, fazendo com que seus bens se confundam e isso é um problema.
Sociedades não personificadas: não tem pessoa jurídica. 
Art.986/990, CC – sociedade em comum: reger-se-á subsidiariamente pelas normas da sociedade simples. 
Art.991/996, CC – sociedade em conta de participação: também reger-se-á pelas normas da sociedade simples. 
Art. 997/1038, CC – sociedades simples: é como se fosse a parte geral do CC. 
Art. 1039/1044, CC – Sociedade em nome coletivo. 
Art. 1045/1051, CC – Sociedade comandita simples.
Art. 1052/1087, CC – LTDA: se for reduzida a um único sócio, tem 180 dias para se recompor. Rege-se no que couber pelas normas da sociedade simples, excepcionalmente, de acordo com o contrato social, quanto à S/A. 
Art. 1088/1089, CC – S/A: aplicamos a Lei 6404, se ela for omissa, aplica-se o CC. Mas não há omissão nessa lei, então se aplica sempre a Lei 6404. 
Art. 1090/1092, CC – Sociedade comandita por ações: aplica as regras referentes à S/A.
Art. 1093/1096, CC – Cooperativa: regras referentes à sociedade simples. 
Aula 02/09/2013
Continuação – redução da sociedade a um único sócio:
Para que seja aplicado o art.206, I, “d” da lei 6404/76 é necessário que haja a redução da sociedade a apenas um sócio, precisa constar em AGO e, até a próxima AGO, deve ser recomposta a pluralidade. A S/A delibera exclusivamente por Assembléia – temos duas espécies: AGO (Assembléia Geral Ordinária – todo exercício social tem que ter) e AGE (Assembléia Geral Extraordinária – aquilo que não é previsto, não é comum). AGO só tem uma: por exercício social e a AGE ocorre quantas vezes forem necessárias. Toda AGO é uma e deve ser realizada nos quatro primeiros meses após o término do exercício social. 
Em todo instrumento de constituição, deve ser inserida uma data definida como: término do exercício social. 
Exercício social (tem o prazo de um ano que acaba na data escolhida no instrumento de constituição – qualquer data) ≠ ano civil (se encerra, necessariamente, em 31/12). 
31/12/2012 (término do exercício social) ---------------- 30/04/1013 (até quando pode ser feita a AGO). 
Em se tratando de S/A, ressalvada a subsidiária integral, a sociedade poderá permanecer com apenas um acionista (sócio) pelo prazo máximo de dois anos e quatro meses e, mínimo de oito meses.
A sociedade limitada, quando reduzida a um único sócio, como regra, vai ter o prazo de 180 dias para o restabelecimento da pluralidade dos sócios, porém, o contrato pode afastar essas regras e fazer com que sejam aplicadas as mesmas normas da S/A. 
Quando essas sociedades são reduzidas, elas não são unipessoais, elas estão unipessoais. 
EIRELI – Empresa Individual de Responsabilidade Limitada
Está prevista no art.980, “a”, CC. Composta por uma única pessoa natural que tem 100% do capital social. O empresário é a EIRELI, que é a pessoa jurídica. 
	c) Fins comuns: “Afectio Societatis” – os sócios ao se agremiarem devem possuir fins comuns. 
	d) Esforços e/ou recursos: ao ser constituída uma sociedade, os sócios devem contribuir com esforços e/ou recursos para a integralização do capital social. Cada sócio subscreve uma porção do capital social. O capital social vai ser integralizado por meio de esforços e/ou recursos.
		Recursos: dinheiro, bens ou direitos (que são conversíveis em dinheiro, tanto os bens quanto os direitos). 
		Esforços: contribuir com o trabalho, com serviços. Em se tratando de sociedade empresária, o capital será integralizado, necessariamente, com recursos, diferentemente da sociedade simples onde, o capital social poderá ser integralizado por recursos e/ou esforços. 
A sociedade limitada (LTDA) pode ser simples, a depender do objeto; entretanto, ainda que tenha natureza de sociedade simples, seu capital social será imprescindivelmente integralizado por meio de recursos (art.1055, §2°, CC). 
Os sócios podem trabalhar para a sociedade ainda que sejam empresárias, mas eles não podem fazer com que esse trabalho sirva para integralizar o capital social. 
	e) Partilha dos resultados: é vedada a chamada “sociedade leonina” (é aquela que possui um sócio ou grupo de sócios que ficarão com todo resultado positivo e, de outro lado nós temos ou um sócio ou grupo de sócios que ficará com todo resultado negativo). 
Nos moldes do art.1008, CC, é nula a cláusula que exclua os sócios na participaçãodos resultados da sociedade. 
Aula 06/09/2013
3.1.4 Empresário casado (óbvio que é pessoa natural, porque pessoa jurídica não pratica ato próprio de pessoa natural)
Art.1647, CC: autorização do outro cônjuge, salvo no regime da separação absoluta. 
I – Alienar ou gravar de ônus bens imóveis ( incide em bens particulares porque se o bem for da comunhão, precisa de um consentimento dos dois. 
Isso incide em bens que não fazem parte da comunhão, cada um vende a sua parte, afinal, cada um tem 50% de uma casa. Quando o bem não está na comunhão de bens, eu posso vender, mas preciso da benção. Caso o parceiro não queira, em caso do bem ser apenas de um, o juiz pode suprir a aprovação do outro (art.1648, CC).
Quando a comunhão é universal, os dois têm que vender o imóvel (mesmo que ele tenha adquirido antes do casamento). Se tiver um legado com clausula de incomunicabilidade, então, se não comunicou, é só de um, então a mulher precisa autorizar a venda do imóvel. 
Se eu sou casado e tenho um bem que é só meu, eu posso vender? Posso, mas, em regra, tenho que pedir autorização da mulher, salvo o regime de separação absoluta. Agora, você é empresário, casado, tem um bem particular que é da empresa, você é casado em comunhão parcial de bens, você pode vender independentemente da autorização do seu cônjuge? Sim. Art.978, CC. 
Um empresário casado pode, independentemente do regime de casamento, alienar ou gravar de ônus bens imóveis da empresa, independentemente de autorização do outro cônjuge. 
3.1.5. Sociedade entre cônjuges e/ou terceiro: em regra, é possível. Salvo no regime da comunhão universal (entra tudo na comunhão) e na separação legal (acima de 70 anos – obrigatória). Art.977, CC (incluído pelo CC de 2002 – antes não havia essas exceções). Uma sociedade entre os cônjuges de comunhão universal existia antes do CC de 2002 e, por isso, ainda hoje existem sociedades assim, o que fazer para regularizar-las? Quando formos registrar algo na junta comercial e ela perceber que prevalece esse tipo de sociedade, ela vai exigir a regularização.
As sociedades constituídas na vigência do CC de 16, cujo quadro social tenha sócios casados entre si sob o regime da comunhão universal ou da separação legal (obrigatória) continuará válida normalmente durante a vigência do atual CC. Entretanto, eventual alteração no instrumento de constituição exigirá a regularização do impedimento (legitimação suprível – tem uma barreira que, porém, pode ser suprida). 
3.1.6. Classificação (divisão por um critério de aproximação) das sociedades: 
	a) Quanto à responsabilidade dos sócios: 
Obs.: As sociedades sempre, por suas próprias obrigações, respondem ilimitadamente (com todo o seu patrimônio). Não há, no Brasil, caso em que os sócios responderão solidariamente com a sociedade. Ou seja, se uma sociedade contrair obrigações, quem responderá por elas é ela e não os seus sócios, porque ela é a pessoa jurídica que é um sujeito de direitos e pode adquirir direitos e contrair obrigações. Em algumas situações, se a sociedade inadimplir a obrigação, o credor poderá atacar o patrimônio dos sócios. 
		( Ilimitada: a responsabilidade dos sócios é subsidiária; porém, solidária (o credor poderá escolher, um, dois, ou todos os devedores para pagarem a dívida) e ilimitada. Subsidiária em relação à sociedade, porém, os sócios, entre si responderão solidária e ilimitadamente. Os sócios possuem o chamado benefício de ordem (é o direito dado ao devedor subsidiário de exigir que, primeiro, sejam executados os bens do devedor principal – art.1024, CC).	
		* Sociedade em nome coletivo: somente sócio pessoa natural, não se admite sócio pessoa jurídica. O administrador dela tem que ser, obrigatoriamente, sócio. 
		* Sociedade em comum: está prevista do art.990 ao art.996, CC. A sociedade em comum é uma sanção pela falta do registro, enquanto não registrada a nossa sociedade, a responsabilidade dos sócios é subsidiária, porém solidária e ilimitada. Quando há o registro, acaba essa sanção e a sociedade vira o tipo de sociedade escolhida no instrumento de constituição. As regras da sociedade em comum não são aplicadas às sociedades por ações (S/A e Comandita por ações – Lei 6404/76 – LSA) em formação – Art.986/990, CC). 
		( Mista: 
		( Limitadamente: 
Aula 09/09/2013
Registro: o ato do registro, registrar determinado negócio jurídico (fato jurídico) é um ato para dar publicidade, eficácia, segurança de um ato jurídico. Lei 8935/95 – art.1°. Esse registro é lato sensu. Um registro se divide em: strictu sensu (declara ou constitui um direito, um fato, uma pessoa, etc.) e averbação (serve para extinguir ou modificar um direito, uma situação fática, etc.). 
Efeitos do registro:
	Efeito pessoal: com o registro da sociedade nasce a pessoa jurídica para personificar o grupo que a originou. A pessoa jurídica nasce para proteger os sócios. 
	Efeito patrimonial: com o nascimento da pessoa jurídica, o patrimônio e as obrigações desta não se confundem com os de seus sócios. 
	Eficácia:
		Ex tunc: natureza declaratória (registro no prazo de 30 dias). Tendo sido registrada nesse prazo assumirá as características do tipo de sociedade escolhida no contrato social, tendo efeito ex tunc. 
		Ex nunc: eficácia constitutiva (registro após o prazo de 30 dias). O período que ficar ser registro será considerada uma sociedade em comum, e, quando for registrada, só aí poderá se tornar a sociedade escolhida no contrato social, tendo efeito ex nunc. 
O prazo para o registro é de 30 (trinta) dias da assinatura (do contrato social). 
* Se o registro for feito no prazo de 30 dias (Lei 8434/94, art.30), ele terá natureza declaratória retro-operando seus efeitos à data da assinatura do contrato social, todavia, o registro após o prazo terá natureza constitutiva com eficácia ex nunc. 
Como se prova a existência de uma sociedade? Com uma via do contrato (se forem os sócios) ou por qualquer meio (se for um terceiro). 
O registro é imprescindível para a existência da pessoa jurídica, mas não da sociedade. 
O patrimônio da sociedade e os débitos têm como titular os sócios em comum. 
Obs.: Para o exercício do benefício de ordem é necessário que o devedor subsidiário indique os bens do devedor principal. O exercício do benefício de ordem (art.596, CPC) exige que o devedor subsidiário indique bens do devedor principal. 
O sócio que assinou em nome da sociedade vai responder de forma solidária com a sociedade porque perde o benefício de ordem. Na sociedade em comum, o sócio que assinar (um débito, por exemplo) em nome da sociedade perde o benefício de ordem (art.1024, CC) respondendo solidariamente com a sociedade – art. 990, CC. 
Continuação das ilimitadas:
	* Sociedade de fato: é aquela que é verbal ou, por qualquer fundamento, nula (até tem o contrato, mas ele não é válido). Art.986/990, CC. Vamos supor que nossa sociedade tem um objeto ilícito, dessa maneira, o contrato será nulo.
Observar que nas sociedades em comum e de fato, não há pessoa jurídica. Toda sociedade constitui uma pessoa jurídica? Não. 
	( Limitadas: nas sociedades limitadas, a responsabilidade dos sócios é restrita/ limitada a um quantum pré-fixado (integralização do capital social – valor de suas ações subscritas e adquiridas); que, uma vez integralizado, está encerrada a responsabilidade dos sócios, como regra. LTDA (art.1052, CC), S/A (art.1088, CC e 1° da lei de S/A) e EIRELI (art.980-a, CC). 
	( Mistas: o que é uma sociedade mista? Nas sociedades mistas, há um sócio ou um grupo de sócios que respondem ilimitadamente e um sócio ou um grupo de sócios que responde limitadamente. Podemos ter as comanditas (simples ou por ações) em que teremos o sócio comanditado (é um coitado, responde ilimitadamente) e o sócio comanditário (não é otário, responde limitadamente). Podemos ter, também, a sociedade por conta de participação, onde teremos o sócio ostensivo (responde ilimitadamente) e o sócio participante (antes do CC era chamado de sócio oculto – responde limitadamente). 
Aula 16/09/2013
Art.1052,CC – Conceito da sociedade limitada: nela a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas cotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social. 
As sociedades em comum, de fato e por conta de participação têm uma coisa em comum: não têm pessoa jurídica. 
Nem toda sociedade vai constituir uma pessoa jurídica. 
Classificação das sociedades: 
Quanto à estrutura econômica: 
		De capital: é de capital porque quando os sócios se unem, eles estão em busca de lucro, a intenção deles é ganhar dinheiro (intuito pecuni). É um intuito econômico. Essa união se dá justamente pelo dinheiro. As sociedades que são de capital no Direito Empresarial são as S/A e comandita por ações. Obs.: Entrar no site: XP investimentos. 
		De pessoas: aqui, além de ter o intuito de lucrar, as pessoas se agremiam porque têm alguma coisa em comum. Essa união se dá por afinidades entre os sócios. O resto das sociedades são de pessoas. 
		Híbrida: recebe este nome porque pode ser tanto de pessoas como de capital. Ou é de pessoas ou é de capital. Só temos uma sociedade híbrida: a LTDA. 
Como identificar se a LTDA é de capital ou de pessoas? Você precisa fazer uma análise do contrato social. Nessa análise, você vai ter que observar se há ou não a possibilidade de terceiro ingressar na sociedade. Se puder, ela é de capital. Se não puder, ela é de pessoas. 
c) Vide item 3.1.1. ( Quanto à natureza jurídica: empresária e simples. 
Lei 12.441 – Art.980-a, CC.
3.2. EIRELI 
	3.2.1. Nomenclatura: Empresa Individual de Responsabilidade Limitada.
	3.2.2. Referência legal: art.44, VI, CC, art.980-a, CC e art.1033, IV + parágrafo único, CC. 
	3.2.3. Natureza jurídica da EIRELI: para o professor, ela é uma sociedade unipessoal, porque já é uma empresa individual. Para o enunciado número 3 da primeira jornada de Direito Comercial, a EIRELI é uma nova modalidade de pessoa jurídica. 
	3.2.4. Características: a EIRELI é uma pessoa jurídica que se origina com apenas um membro e, esse membro, é uma pessoa natural. A EIRELI tem um capital social mínimo, igual ou superior a 100 salários mínimos. Outro detalhe: a ela são aplicadas, subsidiariamente, as normas da LTDA (art.1052 a 1087, CC). Essa aplicação é no que couber. A pessoa natural é detentora de 100% das cotas. Se ela vender algumas cotas para outra pessoa, deixa de ser EIRELI. Se eu quero constituir uma EIRELI, eu só posso estar em uma, nada mais do que isso. A redução da sociedade a um único sócio, autoriza a constituição de uma EIRELI, desde que cumpridos os requisitos desta (o capital social seja igual ou superior a 100 salários mínimos e desde que ele não tenha outra EIRELI). 
4. Nome empresarial:
	4.1. Conceito: é a expressão pela qual o empresário (pessoa natural e pessoa jurídica) é conhecido no mercado e, por meio dela, ele vai contrair obrigações e exercer direitos. Funciona como um raio x, a partir do momento em que olhamos para o nome empresarial, nós conseguimos absorver algumas informações que estão implícitas. 
	4.2. Referência legal: 
			4.2.1. CC/2002 – art.1155 a 1168.
			4.2.2. 18.434/94 – art.30.
			4.2.3. Convenção de Paris. 
	4.3. Espécies de nome empresarial:
			4.3.1. Firma/ Razão: é a espécie de nome empresarial constituído por nome de sócio ou do próprio empresário (pessoa natural). Ex: Pereira e Machado LTDA. Obs.: Pode ou não designar o objeto (atividade). 
				( Social: quero dizer que este nome empresarial se refere a uma sociedade. 
				( Individual: quero dizer que este nome empresarial se refere ao empresário individual. 
			4.3.2. Denominação: é sempre social. Não existe empresário individual que utilize a denominação. A pessoa jurídica pode usar tanto a firma como a denominação. Ela, que é sempre social, é a espécie de nome empresarial abstrata, pois não identifica nome de sócio. S/A e cooperativa utilizam sempre a denominação. Na denominação, sempre deve ter o objeto. 
	4.4. Princípios do nome empresarial: art.34 da 8.934/94. 
			4.4.1. Princípio da autenticidade (veracidade): 
				a) A partir do nome empresarial, descobre-se a modalidade de responsabilidade dos sócios (ao final do nome – ex: Carvalho e Silva LTDA). Cia, Companhia, S/A e Sociedade Anônima – responsabilidade limitada. Comandita por ações tem sócios que respondem limitadamente e sócios que respondem ilimitadamente. E a sociedade: Hugo e Marcelo Sacos Plásticos, qual é a responsabilidade dos sócios? Não tem como você saber, mas tem como você saber o que ela não é. Aqui os sócios não respondem limitadamente, porque não é uma LTDA, S/A ou EIRELI (já que não encontramos essa identificação no nome). Portanto, respondem ilimitadamente. Ex.2: Marcela, Witter e Cia Alimentos – qual a responsabilidade dos sócios? Nesse caso, não caracteriza S/A porque temos um “e” antes do Cia, o que caracteriza apenas uma maior quantidade de sócios e não a S/A. 
			4.4.2. Novidade
Aula 20/09/2013
Continuando o princípio da autenticidade (veracidade)
a) A partir do nome empresarial, descobre-se a modalidade de responsabilidade dos sócios. 
No Brasil, as sociedades presumem-se ilimitadas. 
...LTDA - S/A... - ...S/A... - ...S/A – Cia - EIRELI (são todas limitadas).
...Comandita por ações (mista). 
A omissão da expressão limitada tem como sanção tornar a responsabilidade dos sócios (apenas aqueles que omitiram, os que não participam da omissão, não são sancionados) em solidária e ilimitada (1158, §3° - esse parágrafo também é aplicado para EIRELI). 
b) Se a sociedade tiver sócio com responsabilidade ilimitada, o nome empresarial deverá conter o nome de um, alguns (e Cia) ou todos os sócios que, assim, respondem. 
Art.1157, Parágrafo único, CC – o sócio que tiver o nome no nome da sociedade responderá de forma solidária e ilimitadamente. 
Se a sociedade tiver sócio de responsabilidade ilimitada, diante da necessidade de o nome empresarial constar, pelo menos, o nome de um sócio, a espécie de nome empresarial é: firma social. 
Princípio da novidade: o nome empresarial deve ser novo. Deve inovar, porque o consumidor busca produtos daquele empresário específico. O nome empresarial tem a finalidade de distinguir empresários, motivo pelo qual não pode haver diversos empresários com o mesmo nome. 
E no caso de colidência - N (nome empresarial – registrado na junta comercial) x N (nome empresarial), N (nome empresarial) x M (marca) e M (marca) x M (marca), o que fazer? No caso de colidência, a primeira forma para resolver o problema é aplicar o princípio da especialidade, porque a inovação deve ocorrer no segmento (ramo da atividade). Por exemplo: Everest massagens e Everest Suplementos Alimentares não apresentam colidência porque os segmentos são distintos. Toda marca, para ter proteção, deve ser registrada no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Individual), mas, se a marca é notoriamente conhecida, ela tem proteção no seu segmento independentemente de registro no Brasil. Se a colidência for de mesmo segmento, resolveremos com a anterioridade (quem registrou primeiro). 
Obs.: O nome empresarial identifica o empresário e marca é um sinal distintivo visual (você bate o olho e identifica), distintivo de produtos e de serviços. 
Obs.2: Quando uma marca é notoriamente conhecida? Marca notoriamente conhecida é aquela que normalmente se torna verbo ou faz identificar, diretamente, o seu produto. 
Obs.3: Quando uma marca é de auto renome? Para ser marca de auto renome, tem que está registrada no Brasil. Se ela está registrada no Brasil, ela tem proteção em todos os segmentos. Se tenho uma marca de 1992 registrada no Brasil, e em 2010 surge outra marca semelhante que vira marca de auto renome, essa marca de 1992 poderá permanecer porque é anterior à de 2010. 
Obs.4: Proteção do nome empresarial: nos moldes do caput do art. 1166, CC, a proteção do nome empresarial se dá nos limites do Estado do registro, todavia (exceção), a proteção pode ser nos limites do território nacional se o registro for feito nos moldes da lei especial (Lei 8935 - o STJ fala que para daressa proteção, você precisa registrar em todas as juntas comerciais do Brasil). A marca é diferente do nome, porque a proteção dela é universal.
Aula 23/09/2013
Revisando
Teorias (falavam sobre o sujeito de direito):
	- Subjetiva: Burguês (Idade Média), precisava ter uma inscrição na corporação de Ofício. 
	- Objetiva: Comerciante (França – quem praticava um dos atos do comércio), Teoria dos Atos de Comércio. 
	- Subjetiva Moderna: Empresário, CC/2002, Teoria da Empresa. 
Passamos para a análise do atual sujeito de direito que é o empresário. 
Empresário: 
	Atributos (art.966, caput):
Profissionalismo: pessoa natural (empresário individual) ou uma pessoa jurídica (sociedade empresária/ EIRELI) que exerce o exercício (habitual – regra, nos moldes do art.981, parágrafo único, CC – e em nome próprio) da atividade. 
Atividade econômica: animus lucrandi – intenção de lucro. 
Organização: duas correntes – uma do Fábio Ulhôa (o empresário deve ter empregado, afinal a organização é do trabalho alheio) e outra do Haroldo Malheiros (organização dos fatores de produção que são três – capital, trabalho e atividade. Esse trabalho pode ser do próprio empresário). 
Produção ou circulação de bens e de serviços: deve visar ao mercado ainda que o mercado tomador seja formado por uma única tomadora. 
Para definirmos o que é empresário, temos que somar os quatro atributos, se faltar um não é empresário. 
Os excluídos ( sociedade simples 
Temos critérios para a identificação de uma sociedade simples
	1. Objeto: trabalho intelectual de natureza científica, literária e artística. Parágrafo único do art.966, CC. Ainda que com o auxílio de colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir o elemento de empresa. Ruralista: tem uma peculiaridade que pode ser tanto simples como empresária. 
	2. Modalidade da sociedade: se a sociedade for cooperativa, ela independentemente do objeto social é simples. Se for S/A e comandita por ações são sempre empresárias. Art.982, CC.
Impedidos (não são capazes de absorver a ética empresarial – não podem ser empresários, mas podem ser sócios, desde que não tenham responsabilidade ilimitada – exemplo: Juiz de Direito, servidor público, militar, etc.):
	- Onerosidade 
	- Individualismo
O Direito Empresarial brasileiro prevê a possibilidade de o empresário falir, todavia, em se tratando de pessoa jurídica (sociedade empresária) pode um sócio falir. Certo, porque há apenas um caso em que o sócio pode falir: o sócio pode falir se ele tiver responsabilidade ilimitada. Essa é uma exceção à regra. 
A sociedade simples não tem que observar a ética empresarial, afinal, a mesma só se destina ao empresário. 
 
Capacidade para ser empresário pessoa natural:
	Regra: ter 18 anos. Mas há exceções – o incapaz pode se tornar empresário: art.5° parágrafo único, V, CC – relativamente incapaz que constituir estabelecimento empresarial com economia própria. Art.974, B, CC – pode um incapaz absoluto ou relativo continuar uma atividade antes exercida por ele enquanto capaz? Pode um incapaz absoluto ou relativo continuar uma atividade antes exercida pelo autor da herança? Para os dois questionamentos a resposta é a mesma: pode, mas depende de autorização judicial (terá um alvará com os bens desafetados e será nomeado tutor para o incapaz órfão e um curador para o incapaz com problemas mentais – tem que estar assistido ou representado – o capital social deve estar integralizado, 100% quitado). No caso da CF, o relativamente incapaz está no art.4° - Esse estabelecimento comercial (constituído pelo relativamente incapaz) precisa de autorização dos pais? Não. E do juiz? Não. 
	Capacidade para ser sócio. 
Estudo da pessoa jurídica no âmbito do direito empresarial: 
Art.44, CC – sociedade empresária e EIRELI 
	Sociedade 
		Natureza x espécie: quanto a natureza as sociedades podem ser empresárias ou simples (diferenciamos basicamente pelo objeto). S/A (E), comandita por ações (E), LTDA (S e E), Comandita simples (S e E), em nome próprio (S e E), cooperativa (S) e simples (simples tipo + simples propriamente dita - S). 
Elementos (atributos) de sociedade:
	Instrumento de constituição – contrato social (resto – sócio + relação sócio sociedade) e estatuto social (S/A e comandita por ações, sócio – sociedade. Art.1088). Art.1052.
	**** Pluralidade de sócio: devemos ter dois ou mais sócios (regra). Exceções: empresa pública, subsidiária integra (S/A que tem como única sócia uma pessoa jurídica nacional – sede administrativa no Brasil e registrada de acordo com a lei brasileira). Nos moldes do art.1033, IV, CC, se a sociedade for reduzida a um único sócio ela poderá continuar assim por 180 dias. Se for S/A e houver a redução, ela vai poder ficar, no mínimo, 8 meses e no máximo dois anos e quatro meses. Art.206, I, d, Lei 6404/76. Quatro primeiros meses até o término do exercício social. 
	Fins comuns
	Esforços/ recursos: recursos são o dinheiro, os bens ou os direitos. Esforços são os serviços. Empresária (somente recursos) simples (recursos ou esforços). 
	Partilha dos resultados: é proibida a chamada sociedade leonina. Se tiver uma cláusula que exclua o sócio de participar dos resultados da sociedade, a cláusula é nula. Art.1008, CC. 
Empresário casado: vender, gravar de ônus bens imóveis da empresa. Se o empresário for vender bens da empresa ele não precisa de autorização do outro cônjuge. Art. 978, CC.
Sociedade entre cônjuges: regra – podem constituir sociedade desde que não esteja em comunhão universal ou separação legal. 
Classificação das sociedades: 
	Quanto à responsabilidade dos sócios – Ilimitadas (subsidiárias em relação à sociedade – benefício de ordem, é exercido indicando os bens do devedor principal – e solidária e ilimitadamente em relação aos sócios), Mistas ou Ilimitadas (IML).
Instrumento de Constituição
Contrato social
Estatuto social
Sócio – Sócio +
Sócio – Sociedade
Sócio - sociedade
Residual
Ex: LTDA
Capital social - cotas
Responsabilidade dos sócios: LTDA - todos respondem solidariamente pelo valor integral do capital 
S/A – ações 
Capital social: ações
Responsabilidade dos sócios: LTDA ao valor das ações

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