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 COMEÇANDO DO ZERO 
Direito Tributário 
Josiane Minardi 
1 
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO – Art. 148 CF 
1) Guerra externa ou sua iminência e 
Calamidade Pública 
2) Investimento Público de caráter urgente e 
relevância nacional 
TAXAS 
Art. 78. Considera-se poder de polícia 
atividade da administração pública que, 
limitando ou disciplinando direito, interêsse ou 
liberdade, regula a prática de ato ou abstenção 
de fato, em razão de intêresse público 
concernente à segurança, à higiene, à ordem, 
aos costumes, à disciplina da produção e do 
mercado, ao exercício de atividades 
econômicas dependentes de concessão ou 
autorização do Poder Público, à tranqüilidade 
pública ou ao respeito à propriedade e aos 
direitos individuais ou coletivos. (Redação 
dada pelo Ato Complementar nº 31, de 
28.12.1966) 
Taxas de Exercício Regular do Poder de 
Polícia: 
1) Taxa de Alvará 
2) Taxa de Fiscalização de Anúncios 
3) Taxa de Fiscalização dos Mercados de 
Títulos e valores Mobiliários pela CVM 
(RE nº 177.835) 
4) Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental 
(RE nº 416.601) 
Para o STF o simples fato de existir um Órgão 
estruturado e em pleno funcionamento 
viabiliza a exigência de taxa. (RE nº 416.601) 
b) Taxa pela utilização Efetiva ou potencial de 
Serviço Público Específico E divisível. 
Taxas Constitucionais: 
1) Taxa de Coleta de Lixo Individual 
2) Custas e Emolumentos (ADI 1378) 
Cuidado: 
1) Taxa de Segurança Pública: Trata-se de 
serviço púbico ao qual todos têm direito, nos 
termos do art. 144, caput, V e § 5º da CF. Por 
essa razão não pode ser remunerada por meio 
de taxa e sim por meio de IMPOSTOS. 
2) Limpeza Pública: Não pode ser remunerada 
por meio de Taxa. É a limpeza dos logradouros 
públicos, atrelada a atividades de varrição, 
lavagem, capinação, desentupimento de 
bueiros. 
Não se confunde com Taxa de Coleta de Lixa, 
é sim constitucional. 
Súmula Vinculante 19: 
A taxa cobrada exclusivamente em razão dos 
serviços públicos de coleta, remoção e 
tratamento ou destinação de lixo ou resíduos 
provenientes de imóveis, não viola o artigo 
145, II, da Constituição Federal. 
Art. 145 CF (...) 
§ 2º - As taxas não poderão ter base de cálculo 
própria de impostos. 
Art. 77 CTN (...) 
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de 
cálculo ou fato gerador idênticos aos que 
correspondam a impôsto nem ser calculada 
em função do capital das emprêsas. 
OBS: 
1) A Taxa de Licenciamento de Importação, 
também conhecida como taxa de Expediente, 
foi reconhecida inconstitucional pelo STF pois 
tinha base de cálculo idêntica do Imposto 
sobre Importação. A referida taxa ignorou o 
valor do serviço prestado e adotou como base 
de cálculo o valor da mercadoria importada. 
CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS: 
São caracterizadas pela sua destinação, são 
ingressos necessariamente direcionados a 
instrumentar a atuação da União no setor da 
ordem social. 
STF – RE 138.284-8 
1) Contribuições Sociais Gerais (aquelas não 
destinadas à Seguridade) 
2) Contribuições de Seguridade Social 
3) Outras Contribuições Sociais 
1) Contribuições Sociais Gerais: 
a) Contribuição ao Salário educação (art. 
212, § 5º CF) 
b) Contribuições ao Sistema S (art. 240 CF) 
Características: 
1) São de Competência da União 
2) São instituídas por lei ordinária e obedecem 
ao princípio da anterioridade comum 
a) Contribuição ao Salário Educação: 
Foi concebida para financiar, como adicional, 
o ensino fundamental público, como prestação 
subsidiária da empresa aos seus empregados 
e filhos destes. 
Súmula 732 do STF: 
É CONSTITUCIONAL A COBRANÇA DA 
CONTRIBUIÇÃO DO SALÁRIO-EDUCAÇÃO, 
SEJA SOB A CARTA DE 1969, SEJA SOB A 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, E NO 
REGIME DA LEI 9424/1996. 
b) Contribuições do Sistema “S”: 
São destinadas às entidades privadas de 
serviços sociais autônomos e de formação 
profissional, vinculadas ao sistema sindical. 
SENAI, SESI, SESC, SEBRAE 
 
 
 
 
 
 
 
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2) Contribuições Sociais da Seguridade Social 
- Nos termos do art. 195, § 6º da CF respeitam 
apenas a anterioridade nonagesimal 
 - Nos termos do art. 195, § 7º da CF imunidade 
para as Entidades de Assistência Social sem 
fins lucrativos 
Incidem sobre o faturamento das empresas 
que realizam operações relativas à energia 
elétrica, serviços de telecomunicação, 
derivados de petróleo, combustíveis e 
minerais. 
Súmula 659 STF: 
É LEGÍTIMA A COBRANÇA DA COFINS, DO 
PIS E DO FINSOCIAL SOBRE AS 
OPERAÇÕES RELATIVAS A ENERGIA 
ELÉTRICA, SERVIÇOS DE 
TELECOMUNICAÇÕES, DERIVADOS DE 
PETRÓLEO, COMBUSTÍVEIS E MINERAIS 
DO PAÍS. 
Fonte de Custeio da Seguridade Social: 
1) Importação 
2) Receita de Loterias 
3) Trabalhador 
4) Empregador e Empresa 
5) Importação: 
Art. 149, § 2º, II da CF 
2) Receita de Loterias 
Art. 195, III da CF e art. 212 do Decreto nº 
3.048/99 
DA CONTRIBUIÇÃO SOBRE A RECEITA DE 
CONCURSOS DE PROGNÓSTICOS 
Art. 212. Constitui receita da seguridade social 
a renda líquida dos concursos de prognósticos, 
excetuando-se os valores destinados ao 
Programa de Crédito Educativo. 
 
§ 1º Consideram-se concurso de prognósticos 
todo e qualquer concurso de sorteio de 
números ou quaisquer outros símbolos, 
loterias e apostas de qualquer natureza no 
âmbito federal, estadual, do Distrito Federal ou 
municipal, promovidos por órgãos do Poder 
Público ou por sociedades comerciais ou civis. 
 § 2º A contribuição de que trata este artigo 
constitui-se de: 
I - renda líquida dos concursos de prognósticos 
realizados pelos órgãos do Poder Público 
destinada à seguridade social de sua esfera de 
governo; 
 II - cinco por cento sobre o movimento global 
de apostas em prado de corridas; e 
 III - cinco por cento sobre o movimento global 
de sorteio de números ou de quaisquer 
modalidades de símbolos. 
§ 3º Para o efeito do disposto no parágrafo 
anterior, entende-se como: 
I - renda líquida - o total da arrecadação, 
deduzidos os valores destinados ao 
pagamento de prêmios, de impostos e de 
despesas com administração; 
II - movimento global das apostas - total das 
importâncias relativas às várias modalidades 
de jogos, inclusive o de acumulada, 
apregoadas para o público no prado de corrida, 
subsede ou outra dependência da entidade; e 
 
III - movimento global de sorteio de 
números - o total da receita bruta, apurada com 
a venda de cartelas, cartões ou quaisquer 
outras modalidades, para sorteio realizado em 
qualquer condição. 
3) Trabalhador 
Contribuições Previdenciárias do trabalhador 
avulso e do segurado empregado, incluindo o 
doméstico 
4) Empregador e Empresa 
a) Contribuição social patronal sobre a 
folha de pagamentos; 
b) Contribuição ao PIS/PASEP 
c) Contribuição sobre o lucro líquido 
(CSLL) 
d) Contribuição para financiamento da 
Seguridade Social (COFINS) 
Recurso extraordinário. 2. Contribuições 
sociais. Contribuição Social sobre o Lucro 
Líquido (CSLL) e Contribuição Provisória 
sobre Movimentação ou Transmissão de 
Valores e de Créditos e Direitos de Natureza 
Financeira (CPMF). 3. Imunidade. Receitas 
decorrentes de exportação. Abrangência. 
4. A imunidade prevista no art. 149, § 2º, I, da 
Constituição, introduzida pela Emenda 
Constitucional nº 33/2001, não alcança a 
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido 
(CSLL), haja vista a distinção ontológica entre 
os conceitos de lucro e receita. 
6. Vencida a tese segundo a qual a 
interpretação teleológica da mencionada regra 
de imunidade conduziria à exclusão do lucro 
decorrente das receitas de exportação da 
hipótese de incidência da CSLL, pois o 
conceito de lucro pressuporia o de receita, e a 
finalidade do referido dispositivo constitucional 
seria a desoneração ampla das exportações,www.cers.com.br 
 
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com o escopo de conferir efetividade ao 
princípio da garantia do desenvolvimento 
nacional (art. 3º , I, da Constituição). 
7. A norma de exoneração tributária prevista 
no art. 149, § 2º, I, da Constituição também não 
alcança a Contribuição Provisória sobre 
Movimentação ou Transmissão de Valores e 
de Créditos e Direitos de Natureza Financeira 
(CPMF), pois o referido tributo não se vincula 
diretamente à operação de exportação. 
A exação não incide sobre o resultado imediato 
da operação, mas sobre operações financeiras 
posteriormente realizadas. 8. Recurso 
extraordinário a que se nega provimento. 
 
(RE 474132, Relator(a): Min. GILMAR 
MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 
12/08/2010, DJe-231 DIVULG 30-11-2010 
PUBLIC 01-12-2010 EMENT VOL-02442-01 
PP-00026) 
IPTU – Art. 156, I da CF e Arts. 32 a 34 do CTN 
Critério Material: Ser Proprietário de Imóvel 
Urbano 
Proprietário nos termos do art. 1.228 do 
Código Civil é quem tem a faculdade de usar, 
gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la 
do poder de quem quer que injustamente a 
possua ou detenha. 
A posse deflui do conceito de possuidor, como 
sendo todo aquele que tem de fato o exercício, 
pleno ou não, de algum dos poderes inerentes 
à propriedade (art. 1.196 do Código Civil). 
Não são considerados Contribuintes: 
1 – Cessionário de uso de bem público; 
2 – o mero detentor, ou seja, aquele que 
conserva a posse em nome de outrem e em 
cumprimento das ordens deste; 
3 – o usuário e o titular de direito de habitação 
4 – Locatário, arrendatário e comodatário 
5 – Contrato de direito real de concessão de 
uso; 
6 – Circos, quiosques, barracas de camping e 
banca de jornal. 
PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. 
VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. 
ALEGAÇÃO GENÉRICA. SÚMULA 284/STF. 
IPTU. CONTRIBUINTE. AUSÊNCIA DE 
ANIMUS DOMINI. CONDOMÍNIO. MERO 
ADMINISTRADOR. 
(...) 
2. O fato gerador do IPTU, conforme dispõe o 
art. 32 do CTN, é a propriedade, o domínio útil 
ou a posse. O contribuinte da exação é o 
proprietário do imóvel, o titular do seu domínio 
ou seu possuidor a qualquer título (art. 34 do 
CTN). 
3. A jurisprudência do STJ é pacífica no 
sentido de que somente a posse com animus 
domini é apta a gerar a exação predial urbana, 
o que não ocorre com o condomínio, in casu, 
que apenas possui a qualidade de 
administrador de bens de terceiros.4. "Não é 
qualquer posse que deseja ver tributada. Não 
é a posse direta do locatário, do comodatário, 
do arrendatário de terreno, do administrador 
de bem de terceiro, do usuário ou habitador 
(uso e habitação) ou do possuidor clandestino 
ou precário (posse nova etc.). 
A posse prevista no Código Tributário como 
tributável é a de pessoa que já é ou pode ser 
proprietária da coisa." (in Curso de Direito 
Tributário, Coodenador Ives Gandra da Silva 
Martins, 8ª Edição - Imposto Predial e 
Territorial Urbano, p.736/737).Recurso 
especial improvido.(REsp 1327539/DF, Rel. 
Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA 
TURMA, julgado em 14/08/2012, DJe 
20/08/2012) 
TRIBUTÁRIO. IPTU. TLP. IMÓVEL 
PERTENCENTE À UNIÃO. CONCESSÃO DE 
USO. RELAÇÃO DE DIREITO PESSOAL. 
AUSÊNCIA DE IDENTIDADE ENTRE 
CESSIONÁRIO E CONTRIBUINTE. NÃO 
INCIDÊNCIA DO TRIBUTO. 
1. Nos termos da jurisprudência do STJ, o 
cessionário do direito de uso não é o 
contribuinte do IPTU e da TLP, haja vista que 
é possuidor por relação de direito pessoal, não 
exercendo animus domini, sendo possuidor do 
imóvel como simples detentor de coisa alheia. 
2. Precedentes: AgRg no AREsp 152437/DF, 
Rel. Min. Cesar Asfor Rocha, Segunda Turma, 
julgado em 26/6/2012, DJe 7/8/2012; AgRg no 
REsp 1205250/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira 
Turma, julgado em 26/10/2010, DJe 
16/11/2010. 
Agravo regimental improvido. 
(AgRg no REsp 1350801/DF, Rel. Ministro 
HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, 
julgado em 21/02/2013, DJe 05/03/2013) 
OBS1: O STJ entendeu que não há base legal 
para cobrança de IPTU de quem apenas se 
utiliza de servidão de passagem de imóvel 
alheio. 
OBS 2: Há entendimento doutrinário no 
sentido de que o superficiário também poderá 
 
 
 
 
 
 
 
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figurar como contribuinte, uma vez que 
responde pelos encargos e tributos que 
incidirem sobre o imóvel (art. 1.371, Código 
Civil) 
Superfície é o direito real pelo qual o 
proprietário concede por tempo determinado 
ou indeterminado, gratuita ou onerosamente, a 
outrem o direito de construir, ou plantar em seu 
terreno urbano ou rural, mediante escritura 
pública, devidamente resgistrada no Cartório 
de registro de Imóveis. 
(CC, art. 1.369, 1.370 e Estatuto da Cidade, 
art. 21 – Lei nº 10.257/01) 
OBS 3: O promitente comprador pode ser 
considerado contribuinte do IPTU, 
conjuntamente com o proprietário do imóvel, 
responsável pelo seu pagamento. 
Súmula 399 STJ: Cabe à legislação municipal 
estabelecer o sujeito passivo do IPTU. 
O promitente comprador será contribuinte se 
se tratar de promessa irretratável de venda, 
houver pago parcelas contratuais e se 
encontrar habilitado a lavrar escritura ou 
promover a adjudicação compulsória. 
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO 
REGIMENTAL NO AGRAVO. RECURSO 
ESPECIAL.SUPOSTA OFENSA AO ART. 535 
DO CPC. INEXISTÊNCIA DE VÍCIO NO 
ACÓRDÃO RECORRIDO. TRIBUTÁRIO. 
IPTU. CONTRATO DE PROMESSA DE 
COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. 
LEGITIMIDADE PASSIVA DO POSSUIDOR 
(PROMITENTE COMPRADOR) E DO 
PROPRIETÁRIO (PROMITENTE 
VENDEDOR). ESPECIAL EFICÁCIA 
VINCULATIVA DO ACÓRDÃO PROFERIDO 
NO RESP 1.110.551/SP.1. 
Não havendo no acórdão recorrido omissão, 
obscuridade ou contradição, não fica 
caracterizada ofensa ao art. 535 do CPC.2. "A 
jurisprudência desta Corte Superior é no 
sentido de que tanto o promitente comprador 
(possuidor a qualquer título) do imóvel quanto 
seu proprietário/promitente vendedor (aquele 
que tem a propriedade registrada no Registro 
de Imóveis) são contribuintes responsáveis 
pelo pagamento do IPTU" 
(REsp 1.110.551/SP, 1ª Seção, Rel. Min. 
Mauro Campbell Marques, DJe de 18.6.2009 
— recurso submetido à sistemática prevista no 
art. 543-C do CPC).3. Agravo regimental não 
provido.(AgRg no AREsp 114.617/RS, Rel. 
Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, 
SEGUNDA TURMA, julgado em 08/05/2012, 
DJe 14/05/2012) 
OBS 4: Entende-se que o usufrutuário é 
contribuinte porque tem direito a posse, uso, 
administração e percepção dos frutos do 
imóvel; 
TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE 
DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL 
NO RECURSO ESPECIAL. RESTITUIÇÃO 
DE INDÉBITO. IPTU. USUFRUTUÁRIO. 
LEGITIMIDADE. 
OBSCURIDADE. INOCORRÊNCIA. 
(...) 
II - No que se refere à legitimidade do 
usufrutuário para questionar a cobrança de 
IPTU, nada tem de obscuro o aresto que 
entendeu encontrar-se o acórdão recorrido 
encontra-se em consonância com o 
entendimento desta Corte acerca do assunto, 
porquanto, nas hipóteses de usufruto de 
imóvel, não há falar em solidariedade passiva 
no tocante ao IPTU quando apenas o 
usufrutuário é quem possui o direito de usar e 
fruir exclusivamente do bem. 
(...) 
(EDcl no AgRg no REsp 698.041/RJ, Rel. 
Ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA 
TURMA, julgado em 06/04/2006, DJ 
04/05/2006, p. 137) 
OBS 5: Quem sendo contribuinte e esbulhado 
na posse pelo próprio Município, não está 
obrigado a recolher o tributo até nela ser 
reintegrado por sentença judicial. 
(Resp nº 117.895) 
OBS 6: Área de Preservação Permanente 
Ambiental e o IPTU 
LOTEAMENTO. INCIDÊNCIA SOBRE ÁREA 
DE IMÓVEL URBANO DENOMINADA ÁREA 
DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. 
LEGALIDADE. RESTRIÇÃO À UTILIZAÇÃO 
DE PARTE DO IMÓVEL QUE NÃO 
DESNATURA A OCORRÊNCIA DO FATO 
GERADOR DO TRIBUTO. PROPRIEDADE. 
LIMITAÇÃO DE NATUREZA RELATIVA. 
AUSÊNCIA DE LEI ISENTIVA. 
(...) 
3. A restrição à utilizaçãoda propriedade 
referente a área de preservação permanente 
em parte de imóvel urbano (loteamento) não 
afasta a incidência do Imposto Predial e 
Territorial Urbano, uma vez que o fato gerador 
da exação permanece íntegro, qual seja, a 
 
 
 
 
 
 
 
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propriedade localizada na zona urbana do 
município. 
Cuida-se de um ônus a ser suportado, o que 
não gera o cerceamento total da disposição, 
utilização ou alienação da propriedade, como 
ocorre, por exemplo, nas desapropriações. 
Aliás, no caso dos autos, a limitação não tem 
caráter absoluto, pois poderá haver exploração 
da área mediante prévia autorização da 
Secretaria do Meio Ambiente do município. 
4. Na verdade, a limitação de fração da 
propriedade urbana por força do 
reconhecimento de área de preservação 
permanente, por si só, não conduz à violação 
do artigo 32 do CTN, que trata do fato gerador 
do tributo. 
O não pagamento da exação sobre certa 
fração da propriedade urbana é questão a ser 
dirimida também à luz da isenção e da base de 
cálculo do tributo, a exemplo do que se tem 
feito no tema envolvendo o ITR sobre áreas de 
preservação permanente, pois, para esta 
situação, por exemplo, há lei federal 
permitindo a exclusão de áreas da sua base de 
cálculo (artigo 10, § 1º, II, "a" e "b", da Lei 
9.393/96). 
(REsp 1128981/SP, Rel. Ministro BENEDITO 
GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado 
em 18/03/2010, DJe 25/03/2010) 
Imóvel Urbano: 
Regra Geral: 
 Localização: Zona urbana, definida pela Lei 
Municipal – Necessária a existência de dois, no 
mínimo, dos cinco melhoramentos do § 1º do 
Art. 32 do CTN. 
Art. 32. O imposto, de competência dos 
Municípios, sobre a propriedade predial e 
territorial urbana tem como fato gerador a 
propriedade, o domínio útil ou a posse de bem 
imóvel por natureza ou por acessão física, 
como definido na lei civil, localizado na zona 
urbana do Município. 
§ 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se 
como zona urbana a definida em lei municipal; 
observado o requisito mínimo da existência de 
melhoramentos indicados em pelo menos 2 
(dois) dos incisos seguintes, construídos ou 
mantidos pelo Poder Público: 
I - meio-fio ou calçamento, com canalização de 
águas pluviais; 
II - abastecimento de água; 
III - sistema de esgotos sanitários; 
IV - rede de iluminação pública, com ou sem 
posteamento para distribuição domiciliar; 
V - escola primária ou posto de saúde a uma 
distância máxima de 3 (três) quilômetros do 
imóvel considerado. 
§ 2º A lei municipal pode considerar urbanas 
as áreas urbanizáveis, ou de expansão 
urbana, constantes de loteamentos aprovados 
pelos órgãos competentes, destinados à 
habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo 
que localizados fora das zonas definidas nos 
termos do parágrafo anterior. 
AGRAVO REGIMENTAL. TRIBUTÁRIO. IPTU. 
MUNICÍPIO DE RIBEIRÃO PRETO. 
SÍTIO RECREIO. INCIDÊNCIA. IMÓVEL 
SITUADO EM ÁREA URBANA DESPROVIDA 
DE MELHORAMENTOS. 
DESNECESSIDADE. 
1. A recorrente demonstra mero 
inconformismo em seu agravo regimental que 
não se mostra capaz de alterar os 
fundamentos da decisão agravada. 
2. A jurisprudência desta Corte é pacífica no 
sentido de que é legal a cobrança do IPTU dos 
sítios de recreio, localizados em zona de 
expensão urbana definida por legislação 
municipal, nos termos do arts. 32, § 1º, do CTN 
c/c arts. 14 do Decreto-lei nº 57/66 e 29 da Lei 
5.172/66, mesmo que não contenha os 
melhoramentos previstos no art. 31, § 1º, do 
CTN. 
3. Agravo regimental não provido. 
(AgRg no REsp 783.794/SP, Rel. Ministro 
MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA 
TURMA, julgado em 15/12/2009, DJe 
08/02/2010). 
Exceção: 
Destinação nos termos do art. 15 do Decreto-
Lei nº 57/66. 
Art 15. O disposto no art. 32 da Lei nº 5.172, 
de 25 de outubro de 1966, não abrange o 
imóvel de que, comprovadamente, seja 
utilizado em exploração extrativa vegetal, 
agrícola, pecuária ou agro-industrial, incidindo 
assim, sôbre o mesmo, o ITR e demais tributos 
com o mesmo cobrados. 
2) Critério Temporal: 
1º de janeiro de todo ano 
3) Critério Espacial: 
Município de Localização do Bem 
4) Critério Pessoal: 
Sujeito Ativo: Município da situação do bem 
Sujeito Passivo: Proprietário do bem 
 
 
 
 
 
 
 
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5) Critério Quantitativo 
a) Base de Cálculo: 
Art. 33. A base do cálculo do imposto é o valor 
venal do imóvel. 
 Parágrafo único. Na determinação da base 
de cálculo, não se considera o valor dos bens 
móveis mantidos, em caráter permanente ou 
temporário, no imóvel, para efeito de sua 
utilização, exploração, aformoseamento ou 
comodidade. 
b) Alíquotas 
Progressividade: 
Art. 182, § 4º, II 
Art. 156, I da CF (permitida apenas após EC nº 
29/2000) 
Súmula nº 668 – STF 
É INCONSTITUCIONAL A LEI MUNICIPAL 
QUE TENHA ESTABELECIDO, ANTES DA 
EMENDA CONSTITUCIONAL 29/2000, 
ALÍQUOTAS PROGRESSIVAS PARA O IPTU, 
SALVO SE DESTINADA A ASSEGURAR O 
CUMPRIMENTO DA FUNÇÃO SOCIAL DA 
PROPRIEDADE URBANA. 
Súmula nº 589 STF: 
É INCONSTITUCIONAL A FIXAÇÃO DE 
ADICIONAL PROGRESSIVO DO IMPOSTO 
PREDIAL E TERRITORIAL URBANO EM 
FUNÇÃO DO NÚMERO DE IMÓVEIS DO 
CONTRIBUINTE. 
 
Súmula 539 STF: 
 
É CONSTITUCIONAL A LEI DO MUNICÍPIO 
QUE REDUZ O IMPOSTO PREDIAL 
URBANO SOBRE IMÓVEL OCUPADO PELA 
RESIDÊNCIA DO PROPRIETÁRIO, QUE 
NÃO POSSUA OUTRO. 
 
Súmula 397 do STJ: 
O contribuinte do IPTU é notificado do 
lançamento pelo envio do carnê ao seu 
endereço. 
TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. IPTU. 
EXECUÇÃO FISCAL. LANÇAMENTO DE 
OFÍCIO. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. 
TERMO A QUO. NOTIFICAÇÃO. 
1. Nos tributos sujeitos a lançamento de ofício, 
como no caso do IPVA e IPTU, a constituição 
do crédito tributário perfectibiliza-se com a 
notificação ao sujeito passivo, iniciando, a 
partir desta, o termo a quo para a contagem do 
prazo prescricional quinquenal para a 
execução fiscal, nos termos do art. 174 do 
Código Tributário Nacional. 
(...) 
(AgRg no AREsp 246.256/SP, Rel. Ministro 
HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, 
julgado em 27/11/2012, DJe 04/12/2012) 
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. 
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM 
RECURSO ESPECIAL. IPTU. (...). 
PRESUNÇÃO DE NOTIFICAÇÃO QUE SE 
AFASTA MEDIANTE COMPROVAÇÃO DO 
CONTRIBUINTE. APLICAÇÃO DO RESP 
"REPETITIVO" N. 1.111.124-PR (ART. 543-C 
DO CPC). 
(...) 
3. O Recurso Especial n. 1.111.124-PR, 
representativo de controvérsia, conforme a 
sistemática do art. 543-C do CPC, sufragou o 
entendimento nesta Corte acerca da 
necessidade da notificação do contribuinte, 
que se presume com a entrega do carnê do 
IPTU, cabendo ao contribuinte o ônus de 
provar que não o recebeu. 
4. Portanto, se há provas de que o carnê não 
foi entregue (ônus de prova pelo contribuinte), 
necessário se faz sua notificação, nos termos 
do art. 142 e 145 do CTN. Implicando, sua 
ausência, a nulidade da execução fiscal. 
5. É proibida a inovação de tese recursal em 
sede de agravo regimental. 
6. Agravo regimental não provido. 
(AgRg no AREsp 91.127/PR, Rel. Ministro 
BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA 
TURMA, julgado em 13/11/2012, DJe 
22/11/2012) 
O IPTU é exigível de cessionária de imóvel 
pertencente à União, salvo quando aquela 
detém a posse mediante relação pessoal, sem 
animus domini. Precedentes citados: AgRg no 
REsp 1.121.332-RJ, DJe 29/10/2009; AgRg no 
REsp 885.353-RJ, DJe 6/8/2009; AgRg no Ag 
1.129.472-SP, DJe 1º/7/2009; AgRg no Ag 
878.938-RJ, DJ 18/10/2007; REsp 696.888-
RJ, DJ 16/5/2005, e REsp 325.489-SP, DJ 
24/2/2003. AgRg no , REsp 1.337.903-MGRel. 
Min. Rel. Min. Castro Meira, julgado em 
9/10/2012. 
(Informativo STJ - nº 506)

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