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Tópicos Delegação Comp Caso Prático

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Tópicos delegação de competências para caso prático 
Jorge Alves Correia – Direito Administrativo I 
 
A delegação de competências 
Noção: ato pelo qual um órgão administrativo, especificamente autorizado pela lei, 
permite que a sua competência para a prática de atos jurídicos seja exercida por outro 
órgão, da mesma pessoa coletiva (nota: não se confunde com a delegação de 
atribuições). 
Com base no regime jurídico estabelecido nos artigos 44.º a 50.º do CPA, 
designadamente quanto aos requisitos legais e aos poderes do delegante, conclui-se que 
delegação não é uma autorização constitutiva de legitimação, porque o delegado não 
tem competência própria, nem é uma concessão translativa (como em França), porque o 
delegante não transfere a sua competência – tendo, sim, a natureza jurídica de uma 
concessão constitutiva, na medida em que o ato do delegante qualifica o delegado para 
o exercício, em nome próprio, de uma competência alheia. 
Regime jurídico da delegação de competências: 
1 – A possibilidade da delegação de poderes depende de a lei a prever – habilitação ou 
autorização legal (art. 44.º/1). Sem essa autorização, a delegação corresponde à 
renúncia de competências, pelo que é nula (art. 36.º/2). 
2 – A delegação carece, para se tornar operativa, de um ato de delegação de poderes 
(art. 44.º/1), praticado pelo delegante. 
3 – A lei admite a possibilidade de uma competência delegada ser subdelegada (art. 
46.º). Em princípio, não é necessária autorização da lei, o que é necessário é que a lei 
não proíba uma subdelegação e que o delegante tenha autorizado o delegado a 
subdelegar. 
4 – Do ponto de vista do conteúdo, o delegante deve especificar os poderes que são 
delegados, mencionar a norma atributiva do poder delegado e aquela que habilita o 
órgão a delegar (art. 47.º/1). Visa-se, assim, impedir “delegações genéricas” - art. 45.º 
a). 
5 – Os atos de delegação e de subdelegação estão sujeitos a publicação, nos termos do 
art. 47.º, n.º 2, sob pena de ineficácia. 
Tópicos delegação de competências para caso prático 
Jorge Alves Correia – Direito Administrativo I 
 
 
6 – A lei exige que o subdelegado faça menção da sua qualidade no uso de 
subdelegação (art. 48.º). Esta exigência é importante para se determinar os meios de 
reação contra o autor dos atos jurídicos praticados. 
7 – Como se estabelece a relação entre o delegante e o delegado? O ato de delegação 
cria entre o delegante e o delegado uma relação jurídica nova: 
a) A delegação cria para o delegado o poder-dever de exercer a competência 
delegada; 
b) Por sua vez, o órgão delegante pode emitir diretivas ou instruções vinculativas 
para o delegado sobre o modo como devem ser exercidos os poderes delegados (art. 
49.º/1). Note-se que isso não significa determinar o conteúdo do ato a praticar, que é 
escolhido pelo delegado; 
c) O órgão delegante tem o poder de avocar, bem como o de anular, revogar ou 
substituir o ato praticado pelo delegado ao abrigo da delegação (art. 49.º/2). Com a 
avocação, preclude-se a competência do órgão delegado, mas apenas em relação ao caso 
abrangido; 
d) O órgão delegante tem o poder de revogar os atos do delegado, como vimos, 
mas também o poder de revogar o próprio ato de delegação – art. 50.º a). Mas além 
disso, a delegação pode extinguir-se por anulação e por caducidade. Por força da 
caducidade, os efeitos da delegação esgotam-se, desde logo em razão da mudança de 
titulares do órgão delegante – art. 50.º, b). Isso é assim porque, entre nós, a delegação de 
competências é considerada um ato intuitus personae, isto é, um ato funcionalmente 
alicerçado numa relação de confiança pessoal entre o delegante e o delegado; 
e) Uma última nota tem que ver com as impugnações administrativas: nos termos 
do art. 199.º/2, cabe recurso para o delegante dos atos praticados pelo delegado, mas 
desde que haja expressa previsão legal.

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