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CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 1 SAUDAÇÕES E APRESENTAÇÃO PESSOAL Seja bem-vindo(a)! Esta é a nossa “sala de aula”. Aqui nos prepararemos para mais um importante concurso: de ANALISTA E TÉCNICO JUDICIÁRIOS DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 21ª REGIÃO. Permita-me uma breve apresentação. Sou o professor Albert Iglésia, formado em Letras (Português/Literatura) pela Universidade de Brasília (UnB) e pós-graduado em Língua Portuguesa pelo Departamento de Ensino e Pesquisa do Exército Brasileiro em parceria com a Universidade Castelo Branco. Ministro aulas de Língua Portuguesa desde o ano de 2001. Iniciei minhas atividades docentes no Rio de Janeiro – meu estado de origem. Desde 2004 moro em Brasília, onde dou aulas de gramática, interpretação de texto e redação oficial voltadas para concursos públicos. Durante quase seis anos estive cedido à Casa Civil da Presidência da República, onde atuei no setor de capacitação de servidores e ministrei cursos de atualização gramatical e redação oficial. Integro o quadro de instrutores da Esaf e recentemente lecionei o curso de Redação de Correspondências Oficiais e Atualização Gramatical para auditores fiscais e analistas tributários da Receita Federal. Aqui no Ponto já participei de diversos trabalhos. Em 2010, por exemplo, já me envolvi com os seguintes preparatórios: CGU, Susep, Anvisa, Incra, TCM-CE, TCU, MinC, MPOG, DPU, MPU, Seplag-RJ, Tribunais (FCC), TJSP, Abin, Senado Federal, Ministério do Turismo, INSS, Inmetro. Meu endereço eletrônico é albert@pontodosconcursos.com.br. Sempre que precisar, faça contato comigo. Se eu não lhe responder imediatamente, é provável que esteja envolvido com aulas ou até mesmo esclarecendo outras dúvidas dos demais alunos. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 2 LÍNGUA PORTUGUESA E O CONCURSO DO TRT/21ª REGIÃO Quem acompanha os concursos organizados pelo Cespe sabe que a banca manteve a tradição ao definir o conteúdo programático: 1 Compreensão e interpretação de textos. 2 Tipologia textual. 3 Ortografia oficial. 4 Acentuação gráfica. 5 Emprego das classes de palavras. 6 Emprego do sinal indicativo de crase. 7 Sintaxe da oração e do período. 8 Pontuação. 9 Concordância nominal e verbal. 10 Regência nominal e verbal. 11 Significação das palavras. 12 Redação de correspondências oficiais. Como de costume, nossa disciplina ficou no grupo Conhecimentos Básicos, que se divide ainda entre mais duas áreas do conhecimento: Informática e Raciocínio Lógico. Esse grupo contará com cinquenta itens, que deverão ser julgados certos ou errados (lembrando que uma resposta errada anula uma certa). Considerando a importância que o Cespe atribui às provas de português, creio que você pode esperar cerca de 25 questões da nossa área. Uma boa notícia (para alguns, é claro!): não haverá prova discursiva. Mas isso não diminui a importância do estudo dos aspectos gramaticais, que muito provavelmente valerá a metade dos pontos do grupo Conhecimentos Básicos. Portanto você continua com bons motivos para se empenhar em nossas aulas. O CURSO QUE PROPONHO Este é um curso de teoria e exercícios. Está dividido em nove aulas (incluindo esta, a aula demonstrativa), as quais serão disponibilizadas a você semanalmente. Eis o que estudaremos em cada uma delas: CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 3 Aula 0 – Ortografia, seleção vocabular e acentuação gráfica; Aula 1 – Emprego das classes de palavras; Aula 2 – Regência e crase; Aula 3 – Sintaxe da oração e do período – parte I; Aula 4 – Sintaxe da oração e do período – parte II; Aula 5 – Pontuação; Aula 6 – Sintaxe de concordância; Aula 7 – Texto: tipologia, compreensão e interpretação Aula 8 – Redação de correspondências oficiais. Embora a instituição organizadora não tenha o hábito de discriminar o manual de redação oficial (há vários) que utiliza como referência para a elaboração de questões, na última aula adotarei o Presidência da República, que na verdade serve de base para os demais. Além disso, as questões de concursos públicos que dizem respeito a essa área do conhecimento normalmente se circunscrevem ao conteúdo nele existente. Não obstante, também daremos especial atenção aos casos que porventura o extrapolarem. Utilizarei questões de provas elaboradas anteriormente pelo Cespe para direcionar os nossos estudos. Reproduzirei os textos e os itens (será respeitada a grafia original dos enunciados) que tratam do assunto abordado em cada aula. Como a instituição tem o costume de usar um mesmo texto para, a partir dele, apresentar várias assertivas, é natural que eu repita, às vezes, o mesmo texto (ou fragmento dele) na explicação do conteúdo de outras aulas. O procedimento é puramente didático; portanto não estranhe se isso acontecer. Dessa forma, pretendo aproximá-lo(a) daquilo que o seu examinador vem exigindo sobre determinado assunto da Língua Portuguesa em concursos públicos. Espero que você aproveite cada explicação e cada exemplo da melhor forma possível. Interaja comigo por meio de mensagens eletrônicas. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 4 A sua participação é fundamental para o bom rendimento do curso. No mais, vamos ao que interessa! ORTOGRAFIA No Brasil, quem dita as normas para a correta escrita das palavras é a Academia Brasileira de Letras (ABL). Em seu Vocabulário ortográfico da língua portuguesa (VOLP), a instituição mantém registrada a forma oficial de escrever as palavras. E, apesar da vigência do novo Acordo Ortográfico, as regras antigas e as atuais conviverão até 31 de dezembro 2012. Isso porque o presidente Lula, por meio do Decreto nº 6.583, de 26 de setembro de 2008, além de ter promulgado o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa – que foi assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990 – também estabeleceu um período de transição: “de 1º de janeiro de 2009 a 31 de dezembro de 2012, durante o qual coexistirão a norma ortográfica atualmente em vigor e a nova norma estabelecida”. É verdade ainda que é humanamente impossível saber a grafia de todas as palavras da nossa Língua. Só para você ter uma ideia da dificuldade que é isso, saiba que a nova edição do VOLP, lançada oficialmente pela ABL em 19 de março de 2009, tem 976 páginas, 340 mil verbetes e outras coisas mais. Você se atreve a decorar tudo isso?! Entretanto, podemos sistematizar a grafia de certas palavras, em decorrência, por exemplo, da sua origem, do seu radical. É isso que veremos aqui. A experiência nos permite dizer que esse processo é muito útil no momento de resolver uma ou outra questão de concurso. Não estou dizendo que tudo se resumirá ao que será demonstrado nestas poucas linhas. O que você precisa entender é que a prática de leitura de livros, jornais, revistas e dicionários deverá ser somada à minha explicação. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 5 Comecemos pelo EMPREGO DE ALGUMAS LETRAS. Sempre que for preciso, trarei para nossa aula as mudanças das novas regras ortográficas • Usa-se, normalmente, a letra X: QUANDOEXEMPLO CUIDADO 1 – depois de ditongos ameixa, frouxo, peixe Recauchutar 2 – depois da sílaba EN enxame, enxergar encher, encharcar, enchova, enchumaçar e derivados dessas palavras 3 – depois da sílaba ME, quando “fechada” mexa (verbo), mexerico mecha (substantivo) = pronúncia “aberta” • Usa-se, normalmente, a letra G: QUANDO EXEMPLO CUIDADO 1 – nos sufixos AGEM, IGEM e UGEM viagem (substantivo), vertigem, ferrugem pajem, lajem, lambujem 2 – nos sufixos AGIO, EGIO, IGIO, OGIO e UGIO pedágio, colégio, prestígio, relógio, refúgio 3 – nas palavras derivadas daquelas que possuem G no radical (você perceberá que esse princípio vale também para o emprego de outras letras) margem/margear, homenagem/homenagear monge/monj a, eu dirijo (flexão do verbo dirigir). Imaginem se mantivéssemos a letra “g” nas palavras derivadas... CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 6 • Usa-se, normalmente, a letra J: QUANDO EXEMPLO CUIDADO 1 – nas palavras de origem indígena, africana e árabe pajé, jibóia, jeca, jenipapo, jirau, jiló, cafajeste, jerico, jequitibá 2 – nas flexões dos verbos que possuem J no radical viajar (verbo) – que eles viajem; bocejar – eu bocejei 3 – nas palavras derivadas daquelas que possuem J no radical gorja – gorjeta; lisonja – lisonjeado 4 – nas palavras de origem latina jeito, hoje, majestade, injetar, objeto, ultraje • Usa-se, normalmente, a letra Ç: QUANDO EXEMPLO CUIDADO 1 – nas palavras derivadas daquelas que possuem T no radical exceto – exceção, setor – seção, cantar – canção 2 – nas palavras de origem indígena, árabe e africana miçanga, paçoca, muriçoca, muçulmano, açougue, açoite 3 – nos sufixos AÇU e AÇO babaçu, Paraguaçu, Nova Iguaçu, golaço, poetaço, atrevidaço 4 – depois de ditongo compleição, feição, beiço CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 7 • Usa-se, normalmente, a letra S: QUANDO EXEMPLO CUIDADO 1 – nos substantivos que designam origem, título honorífico e feminino chinês, japonês, baronesa, duquesa, sacerdotisa, poetisa 2 – Nos sufixos ASE, ESE, ISI e OSE fase, ascese, eletrólise, apoteose 3 – nos sufixos OSO e OSA formoso, formosa, gostoso, gostosa 4 – nas palavras derivadas daquelas que possuem D, RT ou RG no seu radical ilud er ir – ilusão, defend ir – – defesa; divert diversão, inverter – inversão; imergir – imersão, submergir – submersão 5 – no prefixo TRANS e nos seus derivados transatlântico, trasladar (ou transladar) 6 – após os ditongos maisena, Sousa, coisa 7 – nas formas verbais derivadas dos verbos QUERER e PÔR quis, quisera, pusera, compusera • Usa-se, normalmente, SS: QUANDO EXEMPLO CUIDADO 1 – nas palavras derivadas daquelas que possuem as expressões suceder – sucessão, regredir – regressão, comprimir – CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 8 CED, GRED, PRIM, MIT, MET e CUT no radical compressão, demitir – demissão, intrometer – intromissão, discutir – discussão 2 – prefixo terminado em vogal + palavra começada por S pre + sentir = pressentir (repare que o “s” foi duplicado”) • Usa-se, normalmente, a letra Z: QUANDO EXEMPLO CUIDADO 1 – nas terminações EZ e EZA, formando substantivos abstratos derivados de adjetivos insensato – insensatez, nu – nudez; claro – clareza, belo – beleza 2 – nas terminações IZAR, formando infinitivos verbais sintonia – sintonizar, real – realizar, visual – visualizar a) se a palavra possuir S em sua parte final, o infinitivo verbal também levará S: análise – analisar, paralisia – paralisar; b) Hipnose – hipnotizar; Síntese – sintetizar; Batismo – batizar; Catequese – catequizar; Ênfase – enfatizar. (Lembre-se da sigla de um famoso CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 9 banco, só que com E no final: HSBCE). 3 – como consoante de ligação pé + udo = pezudo; guri + ada = gurizada • Usa-se, normalmente, a letra H: QUANDO EXEMPLO CUIDADO 1 – nas palavras ligadas por hífen em que o segundo elemento começa com H anti-higiênico, pré- histórico, super-homem desarmonia, lobisomem 2 – na palavra Bahia as palavras derivadas não possuem H: baiano • Verbos terminados em EAR e IAR: 1 – são irregulares os verbos terminados em EAR; eles recebem a letra I nas formas rizotônicas (eu, tu, ele, eles – a sílaba tônica integra o radical) passear: passeio, passei a, as, passei passe amos, passeais, passeiam 2 – são regulares os verbos terminados em IAR premiar: premio, premi a, as, premi premi amos, premiais, premiam Mediar, Ansiar, Remediar, Incendiar, Odiar (MARIO): apesar de terminarem em IAR, são irregulares e recebem a letra E nas formas rizotônicas (eu, CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 10 o, tu, ele, eles): odei odeias, odei a, odiamos, odiais, odeiam • As letras K, W e Y (conforme o novo Acordo Ortográfico) O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y. a A j J s S b B k K t T c C l L u U d D m M v V e E n N w W f F o O x X g G p P y Y h H q Q z Z i I r R A essa altura você deve estar se perguntando: “Por que as letras k, w e y voltaram ao alfabeto?”, “Quais as consequências práticas?”, “Alguma palavra será grafada de forma diferente?”, “Como deverão ser usadas?”, “Elas são vogais ou consoantes?”, “Como é a pronúncia do w?”. As letras k (cá ou capa) – letra oriunda do alfabeto fenício (kaph), adotada pelos gregos (kapa) e depois pelos romanos (capa) –, w (dábliu) – letra usada nas línguas inglesa, em que soa como o “u”, e alemã, em que é pronunciada como “v” – e y (ípsilon) – letra com som de “i” –, que na verdade não tinham desaparecido da maioria dos dicionários da nossa língua, são usadas em várias situações. Por exemplo: a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km (quilômetro), kg (quilograma), W (watt); CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 11 b) na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus derivados): show, playboy, playground, windsurf, kung fu, yin, yang, William, kaiser, Kafka, kafkiano. Bem, e o que acontece agora que elas estão oficialmente introduzidas no nosso alfabeto? Haverá mudanças na grafia de alguma palavra? Deveremos escrever “kilômetro” em vez de “quilômetro”? Na prática, nada muda na grafia das palavras, pois a reintrodução das letras K, W e Y em nosso alfabeto NÃO AUMENTA SEU USO. Essas três letrinhas continuam sendo usadas em NOMES PRÓPRIOS ORIUNDOS DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS, como nos exemplos abaixo: Byron; Darwin;Franklin; Taylor; Wagner; Wilson; Kardec; Também continuam sendo usadas nas PALAVRAS DERIVADAS DE NOMES PRÓPRIOS ESTRANGEIROS. Veja alguns exemplos: byroniano (relativo a Lord Byron, poeta inglês, autor da obra Don Juan); kantismo (doutrina filosófica de Immanuel Kant, filósofo alemão); kardecismo (doutrina espírita do pensador francês Allan Kardec); kardecista (relativo ao kardecismo, seguidor dessa doutrina); kuwaitiano (indivíduo natural do Kuwait); As letras K, W e Y também são usadas em SIGLAS, SÍMBOLOS E PALAVRAS INTERNACIONALMENTE ADOTADAS como: TWA (Trans World Airlines); KLM (Koninklijke Luchtvaart Maatschappij, em português: Companhia Real de Aviação); kw (quilowatt); watt; yd (jarda, do inglês yard); CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 12 K (Potássio); W (Tungstênio); Y (Ítrio); Kr (Criptônio); W - oeste (West); SW - sudoeste (southwest); NW - noroeste (northwest). Você aí já se perguntou se ESSAS LETRAS SERÃO CLASSIFICADAS COMO VOGAL OU CONSOANTE?!?! Certo, vejamos como elas poderão se comportar. As novas letras do alfabeto deverão ser classificadas em vogais ou consoantes, DE ACORDO COM A FORMA COMO SÃO PRONUNCIADAS nas palavras em que aparecem. ¾ O K será sempre CONSOANTE, pois sempre é pronunciado como o C antes das vogais A, O e U e como o dígrafo QU antes de E e I. ¾ Já o Y será VOGAL ou SEMIVOGAL, pois normalmente é pronunciado como se fosse um I. ¾ A letra W pode assumir o papel de VOGAL (ou SEMIVOGAL) ou CONSOANTE. Nas palavras de origem inglesa, por ser normalmente pronunciado como U, o W será vogal ou semivogal: Wallace; waffle; show; Wilson; windows; watt (uo te). Nas palavras de origem alemã, o W normalmente é pronunciado como um V, e, assim, será uma CONSOANTE: Walter; Wagner; Volkswagen. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 13 Passemos agora ao EMPREGO DE ALGUMAS EXPRESSÕES que, certamente, já deixaram muita gente com dúvida na hora de optar por uma ou outra forma. Selecionei para esta aula apenas alguns vocábulos que, volta e meia, surgem em diversos textos. Vejamos quais são. • MAL x MAU a) Ela se houve mal na prova. (advérbio de modo, contrário de bem, refere-se a um verbo) b) Mal entrou, os portões foram fechados. (conjunção subordinativa adverbial, equivale-se a quando, indica circunstância de tempo) c) Apesar do mau tempo, foi à praia. (adjetivo, refere-se a um substantivo, contrário de bom) ATENÇÃO! Quero que você perceba que o vocábulo MAL não possui a mesma classificação gramatical nas alternativas “a)” e “b)”. Isso é importante porque a banca examinadora pode sugerir o contrário. O Cespe/UnB, por exemplo, pode selecionar duas frases de um texto em que esses vocábulos aparecem, destacá-los e formular a seguinte assertiva: “Nas linhas X e Y, os vocábulos em destaque possuem a mesma classificação gramatical”. Muito cuidado antes de responder. Como vimos anteriormente, isso nem sempre será verdade. Quero que note ainda as diferentes classificações dos vocábulos que surgirão nos próximos exemplos. • POR QUE x POR QUÊ a) Por que você não veio? (preposição + pronome interrogativo, usado no início da oração, equivale-se a por qual motivo, o “que” é átono) CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 14 b) Quero saber por que você não veio. (a única diferença é que a frase interrogativa é indireta) c) Você não veio por quê? (agora a expressão aparece no final da frase, e o “que” é tônico) d) Quero saber o motivo por que você não veio. (preposição + pronome relativo, usado no início da oração, equivale-se a pelo qual) • PORQUE x PORQUÊ a) Não vim porque estava cansado. (conjunção subordinativa adverbial, indica circunstância de causa) b) Fique quieto porque você está incomodando. (conjunção coordenativa explicativa) c) Quero saber o porquê da sua falta. (vem precedido de artigo, é substantivo, equivale-se a motivo, razão, causa) Atenção! Sempre que estiver diante de uma pergunta (direta ou indireta), use a expressão separada. • SENÃO x SE NÃO a) Estudem, senão ficarão reprovados. (pode ser substituído por ou, indica alternância de ideias que se excluem mutuamente) b) Não fazia coisa alguma, senão criticar. (equivale-se a mas sim, porém,) CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 15 c) Essa pessoa só tem um senão. (significa defeito, mácula, mancha; é substantivo) d) Se não houver dedicação, ficarão reprovados. (“Se” = conjunção subordinativa adverbial condicional; “não” = advérbio de negação) ATENÇÃO! É muito útil perceber que a expressão será separada apenas quando introduzir uma oração subordinada adverbial condicional. • ACERCA DE x A CERCA DE x HÁ CERCA DE a) Hoje falaremos acerca dos pronomes. (locução prepositiva – “dos” = de + os –, equivale-se a sobre) b) Os primeiros colonizadores surgiram há cerca de quinhentos anos. (refere-se a acontecimento passado) c) Estamos a cerca de quatro meses da prova. (refere-se a acontecimento futuro) • AFIM x A FIM DE a) Temos idéias afins. (adjetivo, refere-se a um substantivo, varia em número para com ele concordar) b) Estudou muito, a fim de tirar o primeiro lugar. (locução prepositiva, denota finalidade, objetivo, intenção) • DEMAIS x DE MAIS a) Estudei demais. (advérbio de intensidade, liga-se a um verbo, equivale-se a muito, bastante, demasiadamente, em excesso) CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 16 b) Eu estudo muito; os demais, pouco. (pronome indefinido substantivo, equivale-se a outros, vem precedido de artigo) c) Surgiram candidatos de mais. (locução que se contrapõe a de menos) • ONDE x DONDE x AONDE a) Onde você está? (usa-se onde com verbo estático que pede a preposição em, na língua portuguesa não existe a contração nonde, indicada por em + onde) b) Donde você vem? (usa-se com verbo de movimento que peça, em razão sua regência, a preposição de, caso do verbo “vem”: “Donde” = de + onde) c) Aonde você vai? (usa-se com verbo de movimento que exige, também por causa de sua regência, a preposição a, caso da forma verbal “vai”: “Aonde” = a + onde) • MAS x MAIS a) Ela estudou muito, mas não foi aprovada. (conjunção coordenativa adversativa, conecta orações que guardam entre si ideias opostas) b) Ela era a aluna mais simpática da turma. (advérbio de intensidade, refere-se a adjetivo, outro advérbio ou verbo) c) Menos ódio e mais amor. (pronome indefinido adjetivo, refere-se a substantivo) CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 17 • HÁ x A a) Ele chegou da Europa há dois anos. (refere-se a acontecimento passado) b) Ela voltará daqui a um ano. (refere-se a acontecimento futuro) • DE ENCONTRO A x AO ENCONTRO DE a) O ônibus foi de encontro ao carro, causando a morte de duas pessoas. (indica posição contrária, colisão, confronto) A proposta da diretoria foide encontro aos anseios dos funcionários. b) O filho foi ao encontro do pai, abraçando-o. (sugere posição favorável, concordância) • À-TOA x À TOA (o novo Acordo retirou o hífen) a) Ele era uma pessoa à-toa. (locução adjetiva invariável; refere-se a um substantivo; significa desprezível, sem valor, insignificante) b) Ele andava à toa na rua. (locução adverbial; indica maneira, modo, sem rumo certo, a esmo, sem fazer nada) • DIA-A-DIA x DIA A DIA (o novo Acordo aboliu o hífen) a) O dia-a-dia do operário brasileiro é desgastante. (substantivo, precedido por artigo, equivale-se a cotidiano) b) Os preços das mercadorias aumentam dia a dia. (locução adverbial de tempo, equivale-se a diariamente) CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 18 • TAMPOUCO x TÃO POUCO a) Não realizou a tarefa, tampouco apresentou qualquer justificativa. (advérbio de negação, equivale-se a também não) b) Tenho tão pouco entusiasmo pelo trabalho. (tão = advérbio de intensidade; pouco = pronome indefinido adjetivo, alude a um substantivo) c) Estudamos tão pouco. (tão = advérbio de intensidade, refere-se a outro advérbio: pouco = advérbio de intensidade, refere-se ao verbo) A respeito do EMPREGO DO HÍFEN, várias mudanças foram introduzidas pelo novo Acordo Ortográfico. Resumirei aqui os casos importantes. Ressalto que até 31 de dezembro de 2012 as regras antigas e novas poderão ser usadas (NA REDAÇÃO, UTILIZE APENAS UMA DELAS). EMPREGO DO HÍFEN NA PREFIXAÇÃO • Regras Antigas 1 – Com os prefixos AUTO, CONTRA, EXTRA, INFRA, INTRA, ULTRA, NEO, PROTO, PSEUDO, SEMI, SUPRA: antes de VOGAL, H, R e S. Exemplos: auto-educação, contra-almirante, semi-selvagem, ultra-rápido, supra-sumo. EXCEÇÃO: extraordinário. 2 – Com os prefixos ANTE, ANTI, ARQUI e SOBRE: antes de H, R ou S. Exemplos: anti-higiênico, arqui-rabino, ante-sala, sobre-saia. EXCEÇÔES: sobressair, sobressalente, sobressaltar, sobressalto. 3 – Com o prefixo SUPER: antes de H ou R. Exemplos: super-homem, super-rápido. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 19 4 – Com os prefixos AD, AB, OB, SOB, SUB: antes de R. Exemplos: ab-rogar, sob-roda, sub-reino. CUIDADO: SUB antes de B: sub-bibliotecário. 5 – Com os prefixos MAL e PAN: antes de VOGAL e H. Exemplos: pan-americano, mal-humorado. 6 – Com os prefixos PÓS, PRÉ e PRÓ: quando tônicos, serão separados por hífen. Exemplos: pós-graduação, pré-vestibular, pró-paz. • Regras Novas Prefixos Usa hífen Não usa hífen Agro, ante, anti, arqui, auto, contra, extra, infra, intra, macro, mega, micro, maxi, mini, semi, sobre, supra, tele, ultra... Quando a palavra seguinte começa com h ou com vogal igual à última do prefixo: auto- -hipnose, auto- -observação, anti-herói, anti-imperalista, micro- -ondas, mini-hotel a) Em todos os demais casos: autorretrato, autossustentável, autoanálise, autocontrole, antirracista, antissocial, antivírus, minidicionário, minissaia, minirreforma, ultrassom... (perceba que as letras R e S são duplicadas). b) Quando se usam os prefixos des- e in-, caem o h e o hífen: desumano, inabitável, desonra, inábil. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 20 c) Também com os prefixos co- e re- caem o h e o hífen: coordenar, coerdeiro, coabitar, reabilitar, reeditar, reeleição. Hiper, inter, super Quando a palavra seguinte começa com h ou com r: super-homem, inter-regional Em todos os demais casos: hiperinflação, supersônico Sub Quando a palavra seguinte começa com b, h ou r: sub-base, sub- -reino, sub-humano Em todos os demais casos: subsecretário, subeditor Vice Sempre: vice-rei, vice- presidente Pan, circum, mal Quando a palavra seguinte começa com h, m, n ou vogais: pan- americano, circum- hospitalar Em todos os demais casos: pansexual, circuncisão Quero enfatizar as seguintes mudanças: 1 – Com prefixos, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por h. Exemplos: anti-higiênico, anti-histórico, macro-história, mini-hotel, proto-história, sobre-humano, super-homem, ultra-humano. 2 – Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo elemento. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 21 Exemplos: aeroespacial, agroindustrial, anteontem, antiaéreo, antieducativo, autoaprendizagem, autoescola, autoestrada, autoinstrução, coautor, coedição, extraescolar, infraestrutura, plurianual, semiaberto, semianalfabeto, semiesférico, semiopaco. 3 – Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma consoante. Exemplos: hiper-requintado, inter-racial, inter-regional, sub-bibliotecário, super-racista, super-reacionário, super-resistente, super-romântico. 4 – Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o segundo elemento começar por vogal. Exemplos: hiperacidez, hiperativo, interescolar, interestadual, interestelar, interestudantil, superamigo, superaquecimento, supereconômico, superexigente, superinteressante, superotimismo. ATENÇÃO! Torno a dizer que, em virtude do período de transição, todos nós podemos usar as duas regras ortográficas até 31 de dezembro de 2012. Sendo assim, fique atento porque as bancas examinadoras tentarão confundi-lo. Possivelmente, elaborarão questões em que se substitui uma forma pela outra. Em seguida, perguntarão se “quanto à correção gramatical e à coerência textual, a alteração feita traz prejuízo ao texto”. Quando se tratar de mera adequação às novas regras, a alteração é facultativa por enquanto. EMPREGO DO HÍFEN NA COMPOSIÇÃO A regra geral para palavras compostas é que se deve empregar o hífen APENAS SE OS SEUS ELEMENTOS FORMADORES (palavras que CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 22 formam o composto) PERDERAM SUA SIGNIFICAÇÃO INDIVIDUAL para que a palavra composta adquirisse um significado único. Observe os exemplos seguintes. Abaixo assinado x abaixo-assinado Mesa redonda x mesa-redonda testa de ferro x testa-de-ferro Sem o hífen, as palavras mantêm seu significado individual. Abaixo assinado – indivíduo que subscreve, que assina abaixo de um texto ou reivindicação. Mesa redonda – é uma mesa de formato redondo. Nas palavras compostas, nas quais o hífen é usado, repare que OS ELEMENTOS FORMADORES PERDEM SUA SIGNIFICAÇÃO INDIVIDUAL para que a palavra composta formada adquira um significado completamente novo. Abaixo-assinado – é o documento que normalmente contém um texto ou reivindicação assinada por várias pessoas. Mesa-redonda – é uma reunião destinada a debater determinado assunto. Fique de olho agora nas regras estabelecidas pelo atual Acordo Ortográfico. 1. Usa-se o hífen quando, nos COMPOSTOS SEM ELEMENTO DE LIGAÇÃO (de, da, do etc.), o primeiro termo é um substantivo, adjetivo, numeral ou verbo. abaixo-assinado, amor-perfeito, água-marinha, ano-luz, arco- íris, beija-flor, decreto-lei,joão-ninguém, médico-cirurgião, CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 23 mesa-redonda, tenente-coronel, tio-avô, zé-povinho, afro- brasileiro, azul-escuro, amor-perfeito, boa-fé, guarda-costas, guarda-noturno, má-fé, mato-grossense, norte-americano, sempre-viva, sobrinha-neta, sócio-econômico, sul-africano, verbo-nominal, primeiro-ministro, segundo-sargento, segunda- feira, conta-gotas, guarda-chuva, vaga-lume, porta-aviões, porta-retrato, porta-moedas etc. As palavras iniciadas por afro, anglo, euro, franco, indo, luso, sino e outros adjetivos pátrios, reduzidos ou não, seguidos por outros adjetivos pátrios, serão grafadas com hífen: afro-americano, luso-brasileiro, anglo-saxão, euro-asiático, euro-afro-americano, greco-romano, latino-americano etc. Observação: indo-chinês se refere à Índia e à China, mas indochinês se refere à Indochina, assim como centro-africano se refere à porção central da África, enquanto centroafricano se refere à República Centroafricana. Os compostos em que há uso de apóstrofo no elemento de ligação entre as palavras também serão grafados com hífen: cobra-d'água, mãe-d'água, olho-d'água, mestre-d'armas. O novo Acordo Ortográfico não trata especificamente de compostos formados de palavras repetidas ou parecidas; mas, por analogia, esses compostos se acomodam na primeira regra e, por isso, são hifenizados: blá-blá-blá, reco-reco, lenga-lenga, zum-zum-zum, tico-tico, xique-xique, zás-trás, zigue-zague, pingue-pongue, tique-taque. Emprega-se o hífen quando a primeira palavra for além, aquém, recém, bem e sem: CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 24 além-mar, aquém-mar, recém-casado, recém-eleito, recém- nascido, bem-aventurado, bem-estar, bem-humorado, bem- criado, bem-dizer, bem-mandado, bem-nascido, bem-vestido, bem-vindo, bem-visto, sem-número, sem-vergonha, sem-terra. Em alguns casos, o advérbio bem se junta à segunda palavra, sem uso do hífen: benfeitor, benfeitoria, benquerer, benquisto, etc. 2. Tratando-se de nomes geográficos, emprega-se o hífen em qualquer dos casos abaixo: – iniciados por Grã e Grão: Grã-Bretanha, Grão-Pará; – iniciados por forma verbal: Abre-Campo, Passa-Quatro, Quebra-Costas, Quebra-Dentes; – ligados por artigo: Baía de Todos-os- Entre-os-Rios, Trás-os-Montes. Os demais nomes geográficos compostos grafam-se sem hífen: América do Sul, Belo Horizonte, Cabo Verde etc. Exceção: Guiné-Bissau Os adjetivos gentílicos, que são adjetivos que se referem ao local de nascimento, quando derivados de nomes compostos, serão hifenizados: belo-horizontino (Belo Horizonte) cabo-verdiano (Cabo Verde) americano-do-sul (América do Sul) mato-grossense (Mato Grosso) mato-grossense-do-sul (Mato Grosso do Sul) juiz-forano (Juiz de Fora) cruzeirense-do-sul (Cruzeiro do Sul) CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 25 3. O hífen também é empregado em nomes compostos de espécies botânicas e zoológicas: Andorinha-do-mar, bem-me-quer, bem-te-vi, coco-da-baía, couve-flor, dente-de-leão, erva-doce, fava-de-santo-inácio, feijão-verde, joão-de-barro, lesma-de-conchinha, vassoura-de- bruxa etc. Atenção! Se o significado da palavra composta for outro, o hífen não será usado. não-me-toques (espécie de planta) Ela é cheia de não me toques. (melindres, frescuras) O hífen também é usado para ligar palavras que se combinam para formar encadeamentos vocabulares. A ponte Rio-Niterói; o trecho Paraná-Goiás; a divisa Liberdade-Igualdade-Fraternidade; o acordo Brasil-Inglaterra; a liga Itália-França-Alemanha. SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS Para melhor compreendermos a mensagem transmitida por meio de um texto, às vezes não é suficiente conhecermos o significado isolado das palavras nele utilizadas. Há momentos em que a interpretação só é possível se levarmos considerarmos o contexto em que as palavras estão inseridas. Tenho percebido que as bancas examinadoras também exploram esse fato em provas de concursos públicos. Portanto é importante estudarmos um pouco de semântica nesta preparação para o TRT/21ª Região. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 26 Semântica é a parte da linguística que estuda a significação das palavras, que pode variar de acordo com o contexto. A palavra GATO, por exemplo, apresenta diversos significados em um dicionário (considerada isoladamente): animal mamífero da família dos felídeos; indivíduo esperto; erro, engano; etc. Ex.: O cão correu atrás do gato. O ladrão foi muito ligeiro, e a polícia não conseguiu pegar o gatuno. A fiscalização flagrou um gato na instalação telefônica do prédio. Trarei à sua memória alguns conceitos sobre semântica que, acredite, serão muito úteis na hora de resolvermos questões de prova, principalmente quando elas tratarem de interpretação de texto. • Antônimos São palavras de sentido contrário. Assim como é difícil encontrar um par perfeito de sinônimos, o mesmo ocorre com os antônimos. Em alguns casos, é mais adequado falar em graus de antonímia. Ex.: velho – novo / bom – mau Um objeto velho, em princípio pode ser o oposto de um objeto novo. Porém, dizer que um objeto é menos velho, em certos casos, pode ser equivalente a dizer que ele é mais novo. O que torna relativa a antonímia entre novo e velho. O mesmo ocorre com o par bom/mau. O par emigrante – imigrante, aparentemente são antônimos perfeitos, já que a primeira palavra se refere àqueles que saem de determinado lugar (cidade, estado, país); e a segunda, àqueles que entram. Contudo, o emigrante, no momento em que chega a outro lugar, não passa a ser também, obrigatoriamente, um imigrante? CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 27 • Sinônimos São palavras de sentidos idênticos ou aproximados, que podem ser substituídas uma pela outra em diferentes contextos. Embora se fale em palavras sinônimas, também existem frases sinônimas. Ex.: Você já vacinou seu cão? / Você já vacinou seu cachorro. Joana é a mulher de Marcelo. / Marcelo é o marido de Joana. “O uso de palavras sinonímias pode ser de grande utilidade nos processos de retomada de elementos que inter-relacionam as partes dos textos.” (Cipro & Neto, 1999:565) Ex.: Alguns segundos depois, apareceu um menino. Era um garoto magro, de pernas compridas e finas. Um típico moleque. • Polissemia É a propriedade de uma palavra apresentar vários sentidos. Compare este par de enunciados: a) Não consigo prender o fio de lã na agulha de tricô. b) Enrosquei minha pipa no fio daquele poste. Observe que, nas duas ocorrências da palavra “fio”, ela apresenta sentidos diferentes: “fibra”, no primeiro enunciado, e “cabo de metal” no segundo. Apesar disso, há um sentido comum entre elas: sequência, fiada, eixo, alinhamento, encadeamento. • Campo semântico, hiponímia e hiperonímia Leia o enunciado abaixo: Comprou um computador, um monitor, um teclado e uma impressora para o escritório, pois, sem esse equipamento, não conseguiria dar contado trabalho. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 28 Palavras como “computador”, “monitor”, “impressora” e “teclado” apresentam certa familiaridade de sentido pelo fato de pertencerem ao mesmo campo semântico, ou seja, ao universo da informática. Já a palavra “equipamento” possui um sentido mais amplo, que engloba todas as outras. Nesse caso, dizemos que “computador”, “monitor”, “impressora” e “teclado” são hipônimos de “equipamento”. Por sua vez, “equipamento” é um hiperônimo das outras palavras. • Homônimos São palavras diferentes no sentido, tendo a mesma escrita ou a mesma pronúncia. Ex.: são (verbo ser – eles são) / são (saudável) / são (santo); como (advérbio interrogativo) / como (verbo) Æ homônimos perfeitos; caçar (apanhar) / cassar (anular); concerto (harmonia) / conserto (remendo) Æ homônimos homófonos ele (pronome pessoal) / ele (substantivo, nome da letra L); almoço (verbo) / almoço (substantivo); sede (vontade de beber) / sede (residência) Æ homônimos homógrafos • Parônimos São palavras diferentes no sentido que se assemelham tanto na escrita quanto na pronúncia, ou em apenas uma delas. Ex.: flagrante (evidente) / fragrante (perfumado) arrear (por arreios) / arriar (abaixar) mandado (ordem judicial) / mandato (procuração) inflação (alta dos preços) / infração (violação) eminente (elevado) / iminente (prestes a ocorrer) comprimento (extensão) / cumprimento (saudação) CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 29 • Denotação Em semântica, a denotação de um termo é o objeto ao qual o mesmo se refere. A palavra tem valor referencial ou denotativo quando é tomada no seu sentido usual ou literal, isto é, naquele que lhe atribuem os dicionários; seu sentido é objetivo, explícito, constante. Ela designa ou denota determinado objeto, referindo-se à realidade palpável. Ex.: O papel foi rabiscado por todos. (papel: sentido próprio, literal) A linguagem denotativa é basicamente informativa, ou seja, não produz emoção ao leitor. É informação bruta com o único objetivo de informar. É a forma de linguagem que lemos em jornais, bulas de remédios, em um manual de instruções etc. • Conotação Além do sentido referencial, literal, cada palavra remete a inúmeros outros sentidos, virtuais, conotativos, que são apenas sugeridos, evocando outras idéias associadas, de ordem abstrata, subjetiva. Conotação é, pois, o emprego de uma palavra tomada em um sentido incomum, figurado, circunstancial, que depende sempre de contexto. A linguagem conotativa não é exclusiva da literatura, ela é empregada em letras de música, anúncios publicitários, conversas do dia-a-dia, etc. Ex.: “Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede”. (João 6:35) ACENTUAÇÃO GRÁFICA A partir de agora, vamos mudar o foco da aula para falarmos sobre acentuação gráfica, que também é mais um tópico do programa. Novamente, apresentarei as regras antigas e as novas. Tudo da forma mais clara e objetiva possível. Comecemos assim: CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 30 REGRAS GERAIS DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA O propósito delas é sistematizar a leitura das palavras de nossa língua; assim sendo, baseiam-se na posição da sílaba tônica, no timbre da vogal, nos padrões prosódicos menos comuns da língua. Em relação aos vocábulos: 1 – MONOSSÍLABOS TÔNICOS Æ o acento é empregado naqueles terminados por A(S), E(S) ou O(S) Ex.: Elas são más. / Pisaram o meu pé. / Ninguém ficará só. CUIDADO! Quando os prefixos PRÉ e PRÓ vierem separados por hífen, eles serão acentuados: pré-técnico, pró-labore. Quando não estiverem, não serão acentuados: pressentir, prosseguir. Nas formas verbais terminadas em R, S ou Z e seguidas por pronomes oblíquos átonos A(s) ou O(S), essas consoantes são suprimidas, as vogais A, E ou O da terminação verbal recebem acento gráfico e os pronomes oblíquos átonos A(S) ou O(S) recebem a letra “L”: dar + o = dá- lo; pôs + os = pô-los; fez + a = fê-la. 2 – OXÍTONOS (a sílaba tônica da palavra é a última) Æ usa-se o acento quando terminarem em A(S), E(S), O(S), EM, ENS: Ex.: cajá, cafés, cipó, armazém, armazéns CUIDADO! Os vocábulos oxítonos terminados por I ou U não serão acentuados, salvo se estiverem em hiato. Ex.: Bangu – Grajaú // dividi-lo – construí-lo 3 – PAROXÍTONOS (a sílaba tônica é a penúltima) Æ são acentuados aqueles que terminam em I(S), U(S), Ã(S), ÃO(S), UM, UNS, L, N, R, X, PS, DITONGO ORAL. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 31 Ex.: júri, íris, vírus, ímã, órfãs, órgão, sótãos, médium, álbuns, amável, abdômen, mártir, látex, bíceps, íon, ions, vôlei, jóquei, história, gênio. CUIDADO! Não serão acentuados os vocábulos paroxítonos terminados por EM ou ENS: item, itens, hifens (mas: hífen ou hífenes), polens (mas: pólen ou pólenes) Os prefixos paroxítonos terminados por I ou R não serão acentuados: semi-histórico, super-homem. 4 – PROPAROXÍTONOS (a sílaba tônica é a antepenúltima) Æ todos são acentuados. Ex.: histórico, cântico, lâmpada, hífenes, pólenes. REGRAS ESPECIAIS DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA (note as mudanças introduzidas pelas novas regras) 1 – HIATOS a) Acentua-se a primeira vogal dos hiatos ÔO, ÊE. Ex.: vôo, enjôos, crêem, dêem, lêem, vêem. (3ª pessoa do plural dos verbos crer, dar, ler e ver) ATENÇÃO! De acordo com as novas regras, esses acentos deixam de existir: voo, enjoo, creem, deem, leem, veem. Mas até 31/12/2012 é possível usá-los. b) As vogais I(S) e U(S), quando formarem a sílaba tônica e ocuparem a segunda posição do hiato, sozinhas ou acompanhadas de S. Ex.: saída, saúde, país, baús, incluí-lo. Compare com mia, via, lua, nua. Nessas palavras, as vogais I e U não ocupam a segunda posição do hiato, ainda que constituam a sílaba tônica. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 32 CUIDADO! Se as vogais I ou U formarem sílabas com L, M, N, R, Z ou vierem seguidas de NH, não haverá acento gráfico: pa-ul, ru-im, a-in-da, sa- ir, ju-iz, ra-i-nha. Se as vogais I ou U formarem hiato com uma vogal idêntica, não se usará acento gráfico: xi-i-ta, va-di-i-ce, su-cu-u-ba (nome de uma planta). O acento só surgirá se a palavra for uma proparoxítona: fri-ís-si- mo. ATENÇÃO! Conforme as novas regras, se essas vogais surgirem após ditongos e a palavra for paroxítona, não levarão acento: baiuca, feiura. Ressalto que até 31/12/2012 você decidirá se quer ou não usar o acento: baiúca, feiúra. Interessante é o que acontece, por exemplo, com o vocábulo Piauí. Observe que, agora, a vogal tônica I ocupa a última posição, ou seja, a palavra é oxítona. Casos como esse não foram atingidos pelas mudanças ortográficas. 2 – DITONGOS a) ÉU, ÉI, ÓI: quando tônicos e abertos. Ex.: chapéu, assembléia, jibóia, céu, papéis. CUIDADO! Os ditongos abertos EU, EI e OI, quando não constituírem a sílaba tônica (formarem a sílaba subtônica), não serão acentuados: ceuzinho, pasteizinhos, anzoizinhos. ATENÇÃO!O novo Acordo Ortográfico estabeleceu que esses ditongos não serão mais acentuados quando ocuparem a penúltima posição da sílaba, ou seja, quando o vocábulo for paroxítono: assembleia, jiboia, ideia, europeia, CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 33 heroico. Ressalto que até 31/12/2012 é facultativo recorrer ao novo Acordo Ortográfico. 3 – GUE e QUI a) Diante de E ou I, a letra U que compõe os grupos GUE e QUI receberá trema ; sendo, pois, semivogal. quando for pronunciada fracamente Ex.: eloqüente, agüentar, pingüim, lingüiça. b) Diante de E ou I, a letra U que compõe os grupos GUE e QUI receberá acento agudo quando for pronunciada fortemente; sendo, pois, vogal. Ex.: averigúe, obliqúes, apazigúe. CUIDADO! Quando a letra U não for pronunciada, não receberá nenhum acento: quilo, quente. O que temos aqui é simplesmente um dígrafo representado pelas letras “qu”. Ainda que seja pronunciada, não receberá nenhum acento gráfico se estiver diante de A ou de O: água, quota (ou cota). ATENÇÃO! O trema foi abolido pelas novas regras. Também o foi o acento agudo no U tônico dos grupos GUE, GUI, QUE, QUI de verbos como averiguar, apaziguar, arguir, redarguir, enxaguar. Repito: até 31/12/2012 estaremos no período de transição, sendo aceitas as duas formas. 4 – ACENTO DIFERENCIAL (com a vigência das novas regras, foi abolido, salvo algumas exceções, que estão destacadas abaixo; todavia o período de transição – que vai até 31/12/2012 – dá-nos a faculdade quanto ao uso) O acento diferencial (agudo ou circunflexo) é utilizado para distinguir uma palavra de outra que se grafa de igual maneira. A seguir, apresento uma pequena relação. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 34 Ele tem – eles têm (verbo TER na 3ª pessoa do plural do presente do indicativo) Ele vem – eles vêm (verbo VIR na 3ª pessoa do plural do presente do indicativo) ATENÇÃO! Repare que as formas TEM e VEM constituem monossílabos tônicos terminado por EM. Lembre-se de que apenas as terminações A(S), E(S) e O(S) recebem acento: má, fé, nó. É muito comum as bancas examinadoras explorarem questões envolvendo esses verbos. Elas relacionam, por exemplo, um sujeito no singular à forma verbal TÊM (com acento circunflexo mesmo) e perguntam se a concordância está correta. Obviamente, se a forma verbal empregada é TÊM, o sujeito deve ser representado por um nome plural. Fique atento para esse detalhe. Atente ainda para o fato de o acento circunflexo (diferencial) não ter sido abolido desses verbos nem de seus derivados. Portanto, continue a usá-lo. Ele detém – eles detêm (verbo DETER na 3ª pessoa do plural do presente do indicativo) Ele provém – eles provêm (verbo PROVIR na 3ª pessoa do plural do presente do indicativo) ATENÇÃO! Agora, a “pegadinha” é outra. As bancas gostam de explorar o motivo do acento nos pares detém/detêm, mantém/mantêm, provém/provêm, todos derivados dos verbos TER e VIR. Repare que a forma correspondente à terceira pessoa do singular recebe acento AGUDO em virtude de ser uma oxítona terminada por EM. Já a forma correspondente à terceira pessoa do plural recebe acento CIRCUNFLEXO para diferenciar-se do singular. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 35 Côa – côas (forma do verbo COAR) Coa – coas (contração entre a preposição com e o artigo a(s)) Pára (flexão do verbo PARAR) Para (preposição) Péla (flexão do verbo PELAR) Pela (contração da preposição e artigo) Pêra (substantivo = fruta – no plural não leva acento: peras) Péra (substantivo = pedra) Pera (preposição arcaica) Pôde (3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo) Pode (3ª pessoa do singular do presente do indicativo) ATENÇÃO! O novo acordo não aboliu o acento diferencial de PÔDE. Vocês devem usá-lo. Póla (substantivo = pancadaria) Pôla (substantivo = broto de árvore) Polo(a) (contração arcaica de preposição e artigo) Pólo (substantivo = cada uma das extremidades do eixo da Terra) Pôlo (substantivo = filhote de gavião) Pôr (verbo) Por (preposição) ATENÇÃO! O novo acordo também não aboliu o acento diferencial de PÔR. Vocês devem usá-lo. Fôrma (substantivo = molde) Forma (substantivo = disposição exterior de algo) CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 36 ATENÇÃO! É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara: Qual é a forma da fôrma do bolo? Pois bem, prezado(a) aluno(a), que tal praticarmos um pouco tudo isso resolvendo algumas questões de provas anteriores? Antes de irmos a elas, quero ressaltar que o novo Acordo Ortográfico está em vigor e que a Academia Brasileira de Letras já lançou oficialmente o novo VOLP. Portanto nada impede de as bancas examinadoras exigirem de você conhecimentos a respeito dele. Desenvolvimento, ambiente e saúde 1 No documento Nosso Futuro Comum, preparado, em 1987, pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas, ficou estabelecido, 4 pela primeira vez, novo enfoque global da problemática ecológica, isto é, o das inter-relações entre as dimensões físicas, econômicas, políticas e socioculturais. Desde então, 7 vêm se impondo, entre especialistas ou não, a compreensão sistêmica do ecossistema hipercomplexo em que vivemos e a necessidade de uma mudança nos comportamentos 10 predatórios e irresponsáveis, individuais e coletivos, a fim de permitir um desenvolvimento sustentável, capaz de atender às necessidades do presente, sem comprometer a vida futura 13 sobre a Terra. (...) Paulo Marchiori Buss. Ética e ambiente. In: Desafios éticos, p. 70-1 (com adaptações). CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 37 1. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2007) A retirada do acento circunflexo na forma verbal “vêm” (l. 7) provoca incorreção gramatical no texto porque o sujeito a que essa forma verbal se refere tem dois núcleos: “compreensão” (l. 7) e “necessidade” (l. 9). Comentário – Rigidamente, a forma verbal “vêm” (terceira pessoa do plural do presente do indicativo) deve receber acento circunflexo diferencial de número. Seu sujeito é composto (“a compreensão sistêmica do ecossistema hipercomplexo em que vivemos” e “a necessidade de uma mudança nos comportamentos predatórios e irresponsáveis”). Os núcleos desse tipo de sujeito estão corretamente indicados no item em análise. Acontece, porém, que o verbo pode concordar atrativamente com o núcleo mais próximo (“compreensão”: terceira pessoa do singular) quando vier anteposto ao sujeito. Assim sendo, a forma verbal vem não prejudicaria a correção gramatical do texto, por se tratar de um caso de concordância atrativa. Resposta – Item errado. 1 Num país territorialmente gigante, em que a censura restringe o acesso à rede para milhões de usuários, a Internet tende a se tornar a ferramenta de maior integração nacional ao 4 aproximar moradores urbanos e rurais, que falam dialetosvariados, mas que têm apenas um tipo de escrita. A China ganha 100 novos internautas por minuto. É o segundo país com mais 7 usuários on-line no mundo — cerca de 162 milhões —, atrás apenas dos Estados Unidos da América (EUA), onde há quase 200 milhões. Jornal do Brasil, 22/7/2007, p. A25 (com adaptações). 2. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2007) A palavra “têm” (l. 5) é acentuada porque está no plural para concordar com “moradores” (l. 4). CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 38 Comentário – Você irá perceber o quanto é frequente questões envolvendo a acentuação das formas verbais TÊM e VÊM. Neste item, o verbo em foco é escrito com acento circunflexo diferencial de número para concordar com o substantivo plural “moradores”, que foi substituído pelo pronome relativo “que”, seu representante semântico. Lembre-se de que o mesmo verbo deveria ser escrito sem acento diferencial caso o substantivo “moradores” estivesse no singular: morador. Resposta – Item certo. O avanço da publicidade na Internet 1 Desde 2003, os gastos em publicidade na Internet quase triplicaram no Brasil. A expansão se deve à elevação do número de 3 usuários, das conexões em banda larga e do tempo de conexão. Por mês, os brasileiros passam, em média, 22 horas e 43 minutos na rede. 5 Apesar do crescimento, a Internet só detém 2% do mercado publicitário do país. Veja, 4/7/2007 (com adaptações). 3. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2007) Preservam-se a coerência textual e a correção gramatical da oração ao se substituir “elevação” (l. 2) por aumento. Comentário – Coerência textual diz respeito ao significado do texto, que é obtido por meio da relação existente entre as palavras, as frases, os períodos e os parágrafos do texto. Em relação a esse aspecto, a substituição proposta não gera prejuízo, pois os vocábulos “elevação” e aumento são sinônimos. O problema surge em relação à correção gramatical, isto é, em relação à articulação sintática entre os elementos que compõem o texto. Façamos a substituição proposta pela banca examinadora: A expansão se deve à aumento do número... O emprego do substantivo aumento deve vir CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 39 acompanhado do artigo definido o, que deve se combinar com a preposição a exigida pela regência do verbo que a antecede, fazendo surgir ao. Resposta – Item errado. 4. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2007) Respeita as regras gramaticais e a coerência das informações entre o gráfico I1 e o texto verbal a seguinte afirmação: Os 43% dos usuários de banda larga detém os maiores gastos publicitários no período de 2003 à 2007. Comentário – Observe a grafia da forma verbal “detém”, oxítona terminada por EM. O emprego do acento agudo indica que o sujeito desse verbo deve ser representado pela terceira pessoa do singular (ele ou ela). Mas será que é isso mesmo que acontece? Não!!! Analise atentamente o período e note que o sujeito é a expressão “Os 43% dos usuários de banda larga”, que corresponde à terceira pessoa do plural (eles). Ainda há outro problema gramatical no período. Agora, envolvendo o acento indicativo de crase na expressão “no período de 2003 à 2007”. Para não fugirmos do foco desta aula, não comentarei esse fato aqui. Mas sim na aula específica sobre o assunto. Resposta – Item errado. 1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo 4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se, 7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem 1 Desconsidere o gráfico I, pois ele não é necessário para a resolução deste item. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 40 eliminar. Vários processos foram experimentados, todos deixados ao cabo de alguns anos. É curioso que alguns deles 10 coincidissem com os nossos de um e de outro mundo. Os males não eram gerais, mas eram grandes. Havia eleições boas e pacíficas, mas a violência, a corrupção e a fraude 13 inutilizavam em algumas partes as leis e os esforços leais dos governos. Votos vendidos, votos inventados, votos destruídos, era difícil alcançar que todas as eleições fossem puras e 16 seguras. Para a violência havia aqui uma classe de homens, felizmente extinta, a que chamam pela língua do país, kapangas ou kapengas. Eram esbirros particulares, 19 assalariados para amedrontar os eleitores e, quando fosse preciso, quebrar as urnas e as cabeças. Às vezes quebravam só as cabeças e metiam nas urnas maços de cédulas. Estas 22 cédulas eram depois apuradas com as outras, pela razão especiosa de que mais valia atribuir a um candidato algum pequeno saldo de votos que tirar-lhe os que deveras lhe foram 25 dados pela vontade soberana do país. A corrupção era menor que a fraude; mas a fraude tinha todas as formas. Enfim, muitos eleitores, tomados de susto ou de descrença, não 28 acudiam às urnas. Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757. 5. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) De acordo com o texto, os vocábulos “corrupção” e “fraude” (l. 12, 25 e 26) estão sendo empregados como sinônimos. Comentário – Observe que o autor estabelece uma comparação entre os dois vocábulos na seguinte passagem: “A corrupção era menor que a fraude; mas a fraude tinha todas as formas”. Esse fato já é suficiente para CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 41 que entendamos que as palavras estão sendo usadas com valores semânticos diferentes. Se não fosse assim, a comparação seria incoerente. Resposta – Item errado. (...) A lei chegou. Assisti às suas estréias, e ainda me lembro que na minha seção ouviam-se voar as moscas. Um 19 dos eleitores veio a mim e por sinais me fez compreender que estava entusiasmado com a diferença entre aquele sossego e os tumultos do outro método. Eu, também por sinais, achei 22 que tinha razão, e contei-lhe algumas eleições antigas. Nisto o secretário começou a suspirar flebilmente os nomes dos eleitores. Presentes, posto que censitários, poucos. Os 25 chamados iam na ponta dos pés até à urna, onde depositavam uma cédula, depois de examinada pelo presidente da mesa; em seguida assinavam silenciosamente os nomes na relação 28 dos eleitores, saíam com as cautelas usadas em quarto de moribundo. A convicção é que se tinha achado a panacéia universal. Machado de Assis. Op. Cit., p. 706. 6. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A palavra “panacéia” (l. 29) significa estratégia, método. Comentário – O substantivo “panacéia” (ou panaceia, conforme o novo Acordo Ortográfico) significa “remédio para todos os males”. Resposta – Item errado. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 42 1 Umaantiga preocupação dos legisladores do passado era a de assegurar o direito dos povos de manter “os costumes da terra”. Assim fizeram os romanos com os 4 municípios e as províncias, que se autogovernavam em troca dos tributos em dinheiro ou soldados para expansão de seu poder. Era de tal forma o respeito a essa autonomia 7 relativa que, em certo momento do regime cruel de Tibério, as eleições chegaram a ser suspensas em Roma, mas se mantiveram nas províncias. 10 Muitos defendem o federalismo, quando se encontram na oposição, mas dele se esquecem quando chegam ao governo. Os municípios, manietados pela falta 13 de recursos próprios, reclamam pela ajuda dos governos dos estados e da União, quando deveriam articular-se em busca de seus direitos de tributação direta e de autonomia 16 política. Mauro Santayana, Jornal do Brasil, 24/11/2006. 7. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A palavra “manietados” (l. 12) está sendo empregada com o sentido de mobilizados. Comentário – O adjetivo “manietados” significa: de mãos amarradas, tolhido de fazer algo, imobilizado. Possui, pois, significado contrário (antônimo) ao do adjetivo mobilizados: pôr-se em ação para uma tarefa, movimentar-se. Resposta – Item errado. 1 Nós, chefes de Estado e de Governo dos 21 países ibero-americanos, reunidos na XIII Conferência CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 43 Ibero-Americana, na cidade de Santa Cruz de la Sierra, 4 Bolívia, reiteramos o nosso propósito de continuar a fortalecer a Comunidade Ibero-Americana de Nações como fórum de diálogo, cooperação e concertamento 7 político, aprofundando os vínculos históricos e culturais que nos unem, e admitindo, ao mesmo tempo, as características próprias de cada uma das nossas múltiplas 10 identidades, que permitem reconhecer-nos como uma unidade na diversidade. (...) Na trilha de Salvador: a inclusão social pela via do trabalho decente. Brasília: MTE, Assessoria Internacional, 2004, p. 27, 30 e 35 (com adaptações). 8. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) De acordo com as regras de acentuação gráfica da língua portuguesa, a palavra “ibero-americanos” (l. 2) também poderia ser corretamente escrita da seguinte forma: íbero-americanos. ro” é paroxítona terminada em “o”; por isso Comentário – A palavra “ibe não recebe acento. Ela não possui dupla prosódia, ou seja, não há variação da sílaba tônica – como em “acroba bata” ta” (paroxítona) ou “acró (proparoxítona) – para justificar sua pronúncia como uma proparoxítona. Resposta – Item errado. 1 O poder político é produto de uma convenção, não da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de 4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida, na liberdade e em outros bens. Mesmo antes do estado de CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 44 7 sociedade, o homem não é um ente isolado, avesso ao contato com outras pessoas. De um lado, a sociedade conjugal tem o escopo de possibilitar a perpetuação da 10 espécie. De outro lado, a sociedade política visa à preservação da propriedade. (...) Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia, ciência & vida. Ano III, nº 27, p. 40-1 (com adaptações). 9. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A organização do texto permite a substituição da expressão “ao contato” (l.7-8) por à convivência, sem prejuízo para a coerência entre os argumentos e para a correção gramatical. Comentário – A palavra “contato” foi empregada figuradamente para indicar relação de proximidade, relacionamento contínuo, coexistência, mesmo significado que “convivência”. Resposta – Item certo. 10. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) Na linha 3, a argumentação do texto mostra que “a sociedade” e “os homens” podem ser considerados, em significação conotativa, como sinônimos textuais; por isso, a troca de posição entre esses dois termos preservaria a coerência e a correção gramatical do texto. Comentário – Não se deixe levar pelo “canto da sereia”. Esse jogo de palavras tem a finalidade de distraí-lo. Vá ao texto e troque os dois termos de posição: “...e nasce juntamente com os homens, quando a sociedade decidem...”. Apesar de os dois termos serem sinônimos textuais e de estarem empregados em sentido conotativo (a “sociedade” não nasce literalmente e “homens” não representa apenas seres do sexo masculino), a CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 45 troca causa prejuízo à correção gramatical do texto, pois desfaz-se a concordância entre o verbo “decidem” e o sujeito correspondente. Resposta – Item errado. 1 Com um alto grau de urbanização, o Brasil já apresenta cerca de 80% da população nas cidades, mas, como advertem estudiosos do assunto, o país ainda tem 4 muito a aprender sobre crescimento e planejamento urbanos. (...) o alerta: onde morar em metrópoles? É melhor optar por uma 28 casa ou um apartamento o mais distante possível — a dois quarteirões, no mínimo — das ruas e avenidas mais movimentadas. (...) Gazeta do Povo (PR), 8/1/2009 (com adaptações). 11. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A substituição de “cerca de” (l.2) por acerca de manteria a correção gramatical do período. Comentário – Cerca de e acerca de são locuções prepositivas, mas elas não devem ser confundidas. A primeira é usada para indicar quantidade aproximada; a segunda equivale-se à preposição sobre. Resposta – Item errado. 12. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Manteria a correção gramatical e o sentido do texto a inserção de há dois quarteirões no lugar de “a dois quarteirões” (l.28-29). Comentário – A forma verbal “há”, nesse contexto, causaria incoerência, visto que indicaria a existência de dois quarteirões. Não é isso o que se CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 46 pretende dizer no texto. O autor pretende indicar a distância mínima da localização do imóvel. Nesse sentido, o vocábulo adequado é “a”. Resposta – Item errado. (...) Tendo como principal propósito a 13 interligação das distantes e isoladas províncias com vistas à constituição de uma nação-Estado verdadeiramente unificada, esses pioneiros da promoção dos transportes no 16 país explicitavam firmemente a sua crença de que o crescimento era enormemente inibido pela ausência de um sistema nacional de comunicações e de que o 19 desenvolvimento dos transportes constituía um fator crucial para o alargamento da base econômica do país. (...) Olímpio J. de Arroxelas Galvão. In: Internet: <www.ipea.gov.br> (com adaptações). 13. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A palavra “crucial” (l.19) está sendo empregada com o sentido de árduo, difícil. Comentário – Cuidado com as aparências. Em se tratando de significação contextual de palavras e expressões, a melhor coisa que você deve fazer é ir ao texto. O adjetivo crucial pode realmente ser utilizado para caracterizar algo árduo, difícil, espinhoso: Deixar a casa paterna foi uma decisão crucial. Mas, no texto em que surge, ele expressaa importância para que algo aconteça, ocorra, ou exista; é o mesmo que capita; essência; fundamental. Resposta – Item errado. 1 No mundo moderno em que vivemos, é certamente difícil reconstituir as sensações, as impressões que tiveram os primeiros homens em contato com a natureza. (...) José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações). CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 47 14. (Cespe/Antaq/Especialista – Economia/2009) No desenvolvimento da textualidade, a substituição do trecho “em que vivemos” (l.1) por no qual vivemos ou por onde vivemos não acarreta prejuízo para a coerência nem para a correção gramatical do texto. Comentário – A ênfase aqui será dada ao emprego de onde, que é usado com verbo estático (“vivem”) que pede a preposição em; na língua portuguesa não existe a contração nonde, supostamente indicada por em + onde. O pronome relativo que pode ser substituído por o/a qual. Logo, a forma em que pode ser trocado pela forma no/na qual, conforme o caso. Resposta – Item certo. 1 Nossos projetos de vida dependem muito do futuro do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é obra do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói. 4 E constrói-se no meio de embates muito intensos — e, às vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro, concepções de desenvolvimento e interesses distintos e 7 conflitantes. (...) Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações). 15. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Na linha 2, mantendo-se a correção gramatical do texto, pode-se empregar em que ou onde em lugar de “no qual”. CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 48 Comentário – Esta foi só para confirmar o que eu disse anteriormente e como o Cespe, volta e meia, explora o emprego dessas expressões. Quando tratarmos de pronomes, falaremos mais sobre o uso dos relativos. Resposta – Item certo. 16. (Cespe/MRE–IRBr/Bolsas-Prêmio/2009) As palavras “líderes”, “empréstimo”, “Econômico” e “públicas” recebem acento gráfico com base na mesma justificativa gramatical. Comentário – Sim, todas são proparoxítonas. Resposta – Item certo. O protocolo de adesão, assinado em julho de 2006, ainda precisa ser aprovado pelo Senado para entrar em vigor. 7 Os congressos do Uruguai, da Argentina e da própria Venezuela já votaram pela entrada do país no MERCOSUL. Apenas o Paraguai e o Brasil ainda não chancelaram o 10 acordo. (...) Maria Clara Cabral. Folha de S.Paulo,18/12/2008. 17. (Cespe/MRE–IRBr/Bolsas-Prêmio/2009) A palavra “chancelaram” (l.9) está sendo empregada com o sentido de sancionaram. Comentário – Sim, ela significa dar aprovação ou aceitação a; confirmar, ratificar; aprovar; sancionar: O presidente chancelou a proposta do ministro. Resposta – Item certo. Canção do Ver (fragmento) 1 Por viver muitos anos CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 49 dentro do mato Moda ave 4 O menino pegou um olhar de pássaro – Contraiu visão fontana. 7 Por forma que ele enxergava as coisas Por igual 10 como os pássaros enxergam. As coisas todas inominadas. Água não era ainda a palavra água. 13 Pedra não era ainda a palavra pedra. E tal. As palavras eram livres de gramáticas e Podiam ficar em qualquer posição. 16 Por forma que o menino podia inaugurar. Podia dar às pedras costumes de flor. Podia dar ao canto formato de sol. 19 E, se quisesse caber em uma abelha, era só abrir a [palavra abelha e entrar dentro dela. Como se fosse infância da língua. Manoel de Barros. Poemas rupestres. Rio de Janeiro: Record, 2004. 18. (Cespe/MRE-IRBr/Diplomata/2009) A respeito do vocabulário do texto acima, assinale a opção incorreta. a) “Moda” (v.3) significa conjunto de opiniões, gostos e apreciações críticas, assim como modos de agir, viver e sentir coletivos, aceitos por determinado grupo humano em um dado momento histórico. b) O sentido do vocábulo “Contraiu” (v.6) restringe as possibilidades semânticas de “pegou” (v.4). CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 50 c) Na expressão “visão fontana” (v.6), o vocábulo sublinhado, adjetivo derivado de fonte, foi metaforicamente empregado com sentido de originário, gerador, causal, seminal. d) Em “As palavras eram livres de gramáticas” (v.14), o vocábulo sublinhado alude a regras gramaticais. e) O vocábulo “posição” (v.15) refere-se à sintaxe, entendida como disposição harmoniosa de partes ou elementos da frase. Comentário – Mais uma vez quero frisar que o contexto não deve ser desprezado durante a resolução de questões sobre o significado de palavras. No texto, a expressão “Moda ave” significa maneira ou modo distinto e peculiar como o menino vivia: de acordo com os hábitos de uma ave. O contato com vários alunos me fez perceber que muitos ficaram com dúvida em relação ao item “b”. Esclareço que o verbo pegar admite a ideia de um agente desencadeador da ação, sendo ele mesmo o responsável por ela. O verbo contrair sugere um sujeito paciente, alguém que é acometido de algo (independentemente da sua vontade). Este é o sentido no texto. Resposta – A A diferença na linguagem 1 “Para os gramáticos, a arte da palavra quase se esgota na arte da escrita, o que se vê ainda pelo uso que fazem dos acentos, muitos dos quais fazem alguma distinção ou evitam 4 algum equívoco para os olhos mas não para os ouvidos.” Neste texto Rousseau nos sugere que, para ler bem, é preciso prestar ouvidos à voz original, adivinhar as diferenças de 7 acento que a articulam e que se tornaram imperceptíveis no espaço homogêneo da escrita. Na leitura, o olho treinado do CURSO ON-LINE – PORTUGUÊS PARA O TRT/21ª REGIÃO TEORIA E EXERCÍCIOS – PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA AULA 0 www.pontodosconcursos.com.br 51 Gramático ou do Lógico deve subordinar-se a um ouvido 10 atento à melodia que dá vida aos signos: estar surdo à modulação da voz significa estar cego às modalidades do sentido. Na oposição que o texto faz entre a arte de falar e a 13 arte de escrever, podemos encontrar não apenas as razões da desqualificação da concepção gramatical da linguagem, mas também a indicação do estatuto que Rousseau confere à 16 linguagem. O que é importante notar aqui é que a oposição entre falar e escrever não se funda mais na oposição entre presença e ausência: não é a ausência do sujeito falante que 19 desqualifica a escrita, mas a atonia ou a homogeneidade dos signos visuais. Se a essência da linguagem escapa à Gramática, é porque esta desdobra a linguagem num elemento 22 essencialmente homogêneo. Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130. 19. (Cespe/MRE/IRBr/Diplomata/2009) Com relação às ideias do texto 3, julgue (C ou E) o item a seguir. A palavra “acentos” (l.3) refere-se a sinais gráficos, ao passo que “acento” (l.7) designa qualidades como inflexão ou modulação. Comentário
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