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SAEI - Sistema Augusto de Educação Integrada Ltda. 
 
 
 
 
SAEI - Sistema Augusto de 
Educação Integrada Ltda. 
 
 
 
CURSO DE FORMAÇÃO 
DE TÉCNICOS EM 
 TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS 
T.T.I. 
 
 
 
COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO 
EM LÍNGUA PORTUGUESA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SAEI - Sistema Augusto de Educação Integrada Ltda. 
 
 
 
APRESENTAÇÃO1 
 
Escrever bem e escrever certo 
 
 
―Nossa civilização é marcada pela linguagem gráfica‖, observa a professora Suely 
Shibao2, ressaltando que é ―por meio da escrita que acumulamos conhecimentos, 
transmitimos ideias, preservamos nossa cultura‖. 
 
O idioma português é o quinto mais falado do mundo, alcançando 200 milhões de 
pessoas. A comunidade lusófona é constituída por Brasil, Portugal, Angola, 
Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe (os cinco últimos na 
África) e por Macau, Timor Leste e Goa no Oriente, onde também esteve presente a 
colonização portuguesa. 
 
Durante muitos anos, todavia, somente o texto clássico e o registro formal da 
linguagem ganharam espaço nas aulas de Língua Portuguesa; a análise literária e a 
observação rigorosa das regras gramaticais norteavam a consecução dos objetivos do 
ensino da língua materna. Começava-se na escola pela caligrafia, como se o sucesso 
profissional futuro só pudesse ser alcançado por quem soubesse escrever bem. 
 
Ora, escrever bem é como tocar piano, pintar um bom quadro, lapidar uma joia: um 
dom que nem todo ser humano recebeu do Criador. O indispensável para quem quiser 
se fazer entender é escrever certo, à mão ou no teclado do computador. 
 
O Corretor de Imóveis tem de escrever certo para poder atender às necessidades do 
universo cultural do Século 21, muito mais abrangente, dominado pelos meios de 
comunicação social, no qual aspectos característicos do literário e do não literário, do 
formal e do não formal se mesclam em novas formas de texto que envolve não só a 
palavra escrita como a exploração do signo visual globalizado pela Internet. 
 
Por isso, ressalta ainda Shibao, cumpre ao mediador do processo 
ensino/aprendizagem (que o sistema de educação à distância admite estar até do 
outro lado do mundo), ―proporcionar a interação‖ entre o educando e o universo 
cultural que o cerca, através do estudo de produções textuais várias (textos 
publicitários, administrativos, jurídicos, teóricos, regionais, musicados, não verbais, 
entre outros), em que envolvem não só a palavra escrita como a exploração do signo 
visual. 
 
Em 16 de dezembro de 1990, representantes do Brasil, Portugal e dos demais países 
de Língua Portuguesa assinaram em Lisboa um novo Acordo Ortográfico com o 
objetivo de criar uma ortografia unificada. 
 
A previsão do Ministério da Educação é que até 2012 todos os livros didáticos 
brasileiros estejam adaptados às novas regras, que entraram em vigor no Brasil no dia 
 
1
 Todos os ensinamentos aqui reunidos aplicam-se, também, na Redação Oficial 
2
 A Professora Doutora Suely Shibao, licenciada em Letras (Português e Inglês) é Mestre em Ciências (Lingüística 
Aplicada ao Ensino de Línguas) e detentora da Medalha Marechal Trompowsky e do título de Colaboradora Emérita do 
Exército Brasileiro. V.‖Língua: Instrumento de Comunicação‖. Rio de Janeiro; Biblioteca do Exército Ed. - 1997 
 
 
SAEI - Sistema Augusto de Educação Integrada Ltda. 
 
1º de janeiro de 2009. Até 31 de dezembro de 2012 as regras antigas também são 
válidas, mas passarão a obrigatória no primeiro dia de 2013, recomendando-se, assim, 
extremo cuidado na confecção de contratos, escrituras e outros documentos oficiais, 
assim como nas provas dos concursos. 
 
Na verdade, nos dias atuais a Língua Portuguesa apresenta dois sistemas 
ortográficos: o português luso-africano e o brasileiro. Verifica-se, ainda, no Brasil e em 
Portugal, uma grande resistência às mudanças, que, para os brasileiros, abrangem a 
acentuação, o uso do hífen e eliminam o trema. 
 
Além desse problema, ocorre a interferência da Informática que, embora tenha 
proporcionado extrema rapidez à informação, introduziu termos próprios, 
especialmente gírias e abreviações. Essa linguagem abreviada e rápida passou a ser 
conhecida como ―Internetês‖ — vocabulário restrito aos internautas. Exemplos: 
(q=que; bj=beijo, vc=você; pq=porque, blz=beleza, etc.). 
 
Devemos evitar tais expressões, pois, além de não serem reconhecidas pela norma, 
são prejudiciais àqueles ainda em formação, podendo comprometer-lhes a memória 
visual. 
 
Em paralelo, verifica-se intensa penetração de vocábulos estrangeiros, em decorrência 
do processo de globalização. Hoje, no Brasil, há boutiques (butiques) e não lojas; 
multiplicam-se os nomes fantasia em inglês e francês, como Design, Fast Man, Déjà 
Vu, Crazy Machine, Company. As lojas para a classe alta ostentam o seu ―pedigree‖ 
em palavras estrangeiras e preços altos. As fachadas dos prédios sofisticados não se 
contentam com uma numeração honesta e conforme as posturas municipais. É preciso 
que elas se distingam de outras por inspirações estrangeiras. 
 
Também não se pode ignorar a experiência tecnológica e científica, as relações 
comerciais, políticas e diplomáticas, que não prescindem de expressões como blue 
ship, spread, primerate, bit, software e muitas outras. 
 
Os chamados anglicismos estão, entre nós, nacionalizados e incorporados ao 
dicionário por transformação semântica ou morfológica: bife, clube, bonde, dólar, 
deletar, iate, teste, não agridem mais a língua nacional. 
 
―O certo‖, diz Niskier3, ―é que a Língua Portuguesa cresceu, até mesmo em virtude da 
introjeção de termos ligados ao desenvolvimento científico e tecnológico ou de muitos 
estrangeirismos. É o caso de palavras como teleducação (educação à distância), 
acessar (entrar), deletar (apagar, anular), decasségui (trabalhador brasileiro no 
Japão), teleconferência (conferência à distância), lincar (ligar), internet, infovia, 
intranet, etc‖. 
 
Na Presidência da Academia Brasileira de Letras, Niskier reconheceu que ―não há 
como conter esse crescimento, mesmo que, por vezes, seja ele fruto do que o crítico 
Wilson Martins chama de ―desnacionalização‖ linguística ou, para ser mais forte, de 
um lamentável ―linguicídio‖, palavra que, aliás, consta do nosso Vocabulário‖. 
 
 
3
 Niskier, Arnaldo – ―A Língua Portuguesa no Século XXI‖ - 
http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=2454&sid=19 acessado em 10/08/2010 
http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=2454&sid=19
 
 
SAEI - Sistema Augusto de Educação Integrada Ltda. 
 
Lembra, por fim, que ―os franceses reagiram de forma veemente a essa agressão ao 
seu idioma pelos anglicismos que se tornaram universais, em virtude, sobretudo, da 
força econômica dos Estados Unidos. A globalização só ajuda nessa expansão. Entre 
nós, somos vítimas ou beneficiários desse processo. Vítimas, se considerarmos a 
pureza da língua de Machado de Assis, e beneficiários, se pensarmos na inserção do 
país na comunidade das nações desenvolvidas. De toda forma, é preciso evitar os 
exageros imitativos‖. 
 
 
A LINGUAGEM 
 
Linguagem é qualquer e todo sistema de signos que serve de meio de comunicação 
de ideias ou sentimentos através de signos convencionados, sonoros, gráficos, 
gestuais etc., podendo ser percebida pelos diversos órgãos dos sentidos, o que leva a 
distinguirem-se várias espécies ou tipos: linguagem visual, corporal, gestual, etc., ou, 
ainda, outras mais complexas, constituídas, ao mesmo tempo, de elementos diversos4. 
Os elementos constitutivos da linguagem são, pois, gestos, sinais, sons, símbolos ou 
palavras, usados para representar conceitos de comunicação, ideias, significados e 
pensamentos. Embora os animais também se comuniquem, a linguagem verbal 
pertence apenas ao Homem5. 
 
Não se devem confundir os conceitos de linguagem e de língua. Enquanto aquela 
(linguagem) diz respeito à capacidadeou faculdade de exercitar a comunicação, 
latente ou em ação ou exercício, esta última (língua ou idioma) refere-se a um 
conjunto de palavras e expressões usadas por um povo, por uma nação, munidas de 
regras próprias (sua gramática). 
 
Noutra acepção (anátomo-fisiológica), linguagem é função cerebral que permite a 
qualquer ser humano adquirir e utilizar uma língua. Por extensão, chama-se linguagem 
de programação ao conjunto de códigos usados em computação. 
 
O estudo da linguagem, que envolve os signos, de uma forma geral, é chamado 
semiótica. A linguística é subordinada à semiótica porque seu objeto de estudo é a 
língua6, que é apenas um dos sinais estudados na semiótica. 
 
Origens da linguagem humana 
 
A respeito das origens da linguagem humana, alguns estudiosos defendem a tese de 
que a linguagem desenvolveu-se a partir da comunicação gestual com as mãos. 
Posteriores alterações no aparelho fonador permitiram os seres humanos produzir 
uma variedade de sons muito maior do que a dos demais primatas. 
 
 
Funções da linguagem7 
 
 
4
 ALMEIDA, Napoleão Mendes de. Gramática metódica da língua portuguesa. São Paulo (SP, Brasil): Saraiva, 2005 e 
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. 'Dicionário da língua portuguesa'. Rio de Janeiro (RJ, Brasil): Nova Fronteira, 
2000. 
5
 Verónica Bicho, Funcionamento da Língua Portuguesa. Edições Sebenta 
6
 Ferdinand de Saussure 
7
 Para melhor compreensão das funções de linguagem, torna-se necessário o estudo dos elementos da comunicação. 
 
 
SAEI - Sistema Augusto de Educação Integrada Ltda. 
 
Antigamente, tinha-se a ideia que o diálogo era desenvolvido de maneira 
"sistematizada" (alguém pergunta - alguém espera ouvir a pergunta, daí responde, 
enquanto outro escuta em silêncio, etc.). Hoje, estuda-se o Processo da Comunicação, 
que tem os seguintes elementos: 
 
Emissor - emite, codifica a mensagem; Receptor - recebe, decodifica a mensagem; 
Mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor; Código - conjunto de signos usado na 
transmissão e recepção da mensagem; Referente - contexto relacionado a emissor e 
receptor; Canal - meio pelo qual circula a mensagem. 
Porém, com os estudos recentes dos linguistas, essa teoria sofreu modificação, 
admitindo-se um novo formato de locução, ou, interlocução (diálogo interativo), no qual 
temos: 
Locutor - quem fala (e responde); locutário - quem ouve e responde; interlocução – 
diálogo. 
 
As respostas dos "interlocutores" podem ser gestuais, faciais etc. Por isso a mudança 
(aprimoração) na teoria. 
 
Feitas estas observações iniciais, passemos a identificar as funções da linguagem: 
 
Função emotiva (ou expressiva) - a mensagem centra-se no "eu" do emissor, é 
carregada de subjetividade. Ligada a esta função está, por norma, a poesia lírica. 
 
Função apelativa (imperativa) - com este tipo de mensagem, o emissor atua sobre o 
receptor, a fim de que este assuma determinado comportamento; há frequente uso do 
vocativo e do imperativo. Esta função da linguagem é frequentemente usada por 
oradores e agentes de publicidade. 
 
Função metalinguística - função usada quando a língua explica a própria linguagem 
(exemplo: quando, na análise de um texto, investigamos os seus aspectos morfo-
sintácticos e/ou semânticos). 
 
Função informativa (ou referencial) - função usada quando o emissor informa 
objetivamente o receptor de uma realidade, ou acontecimento. 
 
Função fática - pretende conseguir e manter a atenção dos interlocutores, muito usada 
em discursos políticos e textos publicitários (centra-se no canal de comunicação). 
 
Função poética - embeleza, enriquecendo a mensagem com figuras de estilo, palavras 
belas, expressivas, ritmos agradáveis, etc. 
Também podemos pensar que as primeiras falas conscientes da raça humana 
ocorreram quando os sons emitidos evoluíram para o que podemos reconhecer como 
―interjeições", as primeiras ferramentas da fala humana. 
 
Língua natural 
Línguas naturais são, grosso modo, o contrário de línguas artificiais ou construídas 
(como linguagens de programação de computador e o Esperanto), assim como de 
sistemas de comunicação existentes na natureza, como a dança das abelhas. Embora 
exista uma grande variedade de línguas naturais, qualquer criança humana normal é 
capaz de aprender qualquer língua natural. 
 
 
 
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O estudo das línguas permite identificar tanto acerca de seu funcionamento (sintaxe, 
semântica, fonética, fonologia, etc.), quanto sobre o modo pelo qual a mente e o 
cérebro humanos processam a linguagem. 
 
Em termos linguísticos, a língua natural é uma expressão que apenas se aplica a uma 
linguagem que evoluiu naturalmente, como a fala nativa (primeira língua) de um 
indivíduo. 
 
A fala, assim como outros tipos de língua natural, é formada por unidades menores 
(palavras) que possuem significados, e essas unidades, por sua vez, são formadas por 
unidades ainda menores (como vogais e consoantes). É comumente alegado que o 
francês, o inglês e o português falados são ―línguas‖. No entanto, sabemos que o 
inglês americano não é exatamente igual ao inglês antilhano ou britânico e, ainda, que 
dentro dessas regiões (como nos limites da Inglaterra) existem variedades ainda 
numerosas de inglês, normalmente chamadas de ―dialetos‖. 
Do ponto de vista estritamente científico, contudo, não existe um limite objetivo entre o 
que seriam línguas e o que seriam dialetos; como escreveu o cientista Hermann Paul, 
―com efeito", podemos distinguir tantas línguas quantos indivíduos‖. Portanto, quando 
falamos do inglês, do francês e do alemão, estamos tratando de abstrações que não 
correspondem exatamente à realidade. 
 
Os cientistas aceitam atualmente que línguas são sistemas. Todos os elementos de 
uma língua estão ligados entre si a partir de uma variedade de relações. Essa 
compreensão das línguas foi, inicialmente, instituída por Ferdinand de Saussure. Ele 
falou das línguas como sistemas de signos onde, para cada signo linguístico, haveria 
um significante e uma referência (significado): seu equivalente na língua (a palavra 
menina) e um conceito que a língua pretende expressar (o conceito de menina). 
 
A teorização de Noam Chomsky, segundo a qual "língua é um conjunto de sentenças 
(finitas ou infinitas), cada uma finita em extensão e construída a partir de um conjunto 
finito de elementos", é uma das mais aceitas hoje. Chomsky postulou a existência de 
uma Gramática Universal, comum a todas as línguas, que seria herdada 
geneticamente. 
 
Origens da Língua 
 
Não existe consenso entre os antropólogos acerca de quando e como teria surgido a 
linguagem nos seres humanos (ou em seus ancestrais). As estimativas variam 
consideravelmente, sendo que alguns cientistas apontam para a existência de 
linguagem há 2 milhões de anos entre os Homo habilis, enquanto outros preferem 
localizá-la há quarenta mil anos apenas, no tempo do homem de Cro-magnon. No 
entanto, evidências recentes indicam que a linguagem humana foi inventada (ou 
evoluiu) na África antes da dispersão dos humanos pelo globo a partir dessa região há 
cerca de 50 mil anos. Além disso, é lógico supor que, como todos os grupos humanos 
conhecidos possuem línguas, a língua natural deve ter figurado entre os ancestrais de 
todos esses grupos. 
 
A Linguagem e o Cérebro 
 
No cérebro, as áreas de Wernicke e de Broca possuem, segundo renomados 
cientistas, forte relação com a linguagem humana. Muito pouco se sabe, na realidade, 
sobre a relação entre a linguagem (como a percebemos) e o cérebro humano. Embora 
 
 
SAEI - Sistema Augusto de Educação Integrada Ltda. 
 
uma grande maioria de estudiosos da neurolinguística afirme que o crescimento do 
cérebro (sobretudo do córtex) está relacionado ao surgimento da linguagem, as 
informações que temos sobre o assunto ainda são muito limitadas. 
 
As línguas faladas variam no tempo e no espaço. O inglês falado por um londrino na 
época do rei HenriqueVIII certamente não é o mesmo que o inglês falado por um 
londrino hoje, assim como o inglês falado por um britânico contemporâneo dificilmente 
pode ser considerado semelhante ao inglês falado em várias das ex-colônias 
britânicas hoje. A forma como as línguas faladas mudam é assunto de particular 
interesse para os cientistas. 
Através de um método comparativo, os linguistas entendem o funcionamento da língua 
falada, traçando relações entre as línguas atuais, e possíveis origens comuns que elas 
teriam partilhado em um passado distante. É o caso do indo-europeu, uma matriz 
imaginária que supostamente teria sido precursora de línguas atuais como o russo, o 
alemão, o inglês, o francês, o português, etc. 
 
A língua de sinais é uma outra variedade conhecida de língua natural. De acordo com 
o neurologista Oliver Sacks, ―os surdos geram línguas de sinais em qualquer lugar 
onde existam comunidades de surdos; é para eles a forma mais fácil e natural de 
comunicação‖. Além disso, a língua de sinais é altamente expressiva, tanto quanto a 
língua falada. A língua de sinais, assim como as línguas faladas, possui estruturas 
gramaticais complexas. 
 
A função biológica e cerebral da linguagem é aquilo que mais profundamente distingue 
o homem dos outros animais. Podemos considerar que o desenvolvimento desta 
função cerebral ocorre em estreita ligação com a bipedia e a libertação da mão, que 
permitiram o aumento do volume do cérebro, a par do desenvolvimento de órgãos 
fonadores e da mímica facial. 
 
Os cientistas agruparam as línguas do mundo por suas semelhanças, formando 
famílias. Os maiores grupos são as línguas indo-europeias, afro-asiáticos e as sino-
tibetanas, mas também criaram línguas de laboratório, como o Esperanto, de L. L. 
Zamenhof, uma compilação de vários elementos de diferentes línguas humanas cuja 
intenção é de ser uma língua de fácil aprendizagem, de forma a proporcionar a toda a 
humanidade uma forma mais fácil e democrática de se comunicar. Hoje é uma língua 
viva em ascensão, havendo recursos didáticos - gratuitos ou não - na Internet para 
aprendê-la. 
 
Além disso, existem línguas que resultam de contato com o estrangeiro, por exemplo, 
brasileiros que habitam regiões fronteiriças e que, consequentemente, aprendem a 
falar castelhano (ou ao menos o chamado portunhol ou ―portuñol‖). Nas fronteiras dos 
Estados Unidos, similarmente, surge o falar Chicano ou Spanglish. 
 
Também vale notar os regionalismos que surgem praticamente em todas as culturas 
do mundo. No Brasil podemos citar variações distintas da língua nacional que se 
desenvolveram através dos anos, como por exemplo, as falas do gaúcho, do carioca, 
do nordestino, do capixaba, do baiano, do mineiro, etc.8 
 
8
 Em novembro de 1906, foi incluído na Internet o site Corpus do Português (www.corpusdoportugues.org), site aberto 
no início de novembro, oferece um meio inédito de esquadrinhar a língua portuguesa. Ele funciona como um "quem é 
quem" do idioma mostrando a popularidade de palavras ou de frases buscadas entre milhares de textos. Esse grande 
arquivo forma o corpus da língua, que representa as diversas variedades lingüísticas do português. O corpus reúne 
mais de 50 mil textos, de diversas fontes, somando 45 milhões de palavras. O site foi desenvolvido por dois 
http://www.corpusdoportugues.org/
 
 
SAEI - Sistema Augusto de Educação Integrada Ltda. 
 
 
Existem mais duas categorias distintas de falares frequentemente ignorado quando se 
trata das línguas do mundo. A primeira destas classificações envolve as línguas 
inventadas por crianças e jovens para se comunicarem entre si em segredo na 
presença de adultos, geralmente de seus pais (play languages). Um exemplo disso é o 
chamado "pig latin" (Igpay Atinlay) que existe principalmente no mundo cultural anglo-
saxão. No mundo cultural castelhano existe o jargão jeringonzo, também chamado de 
jeringonza e jeringôncio. No Brasil existe a chamada Língua do P. A outra envolve as 
linguagens próprias de profissões ou de certos meios que são, muitas vezes, 
considerados de má ou questionável reputação. No mundo teuto (alemão) existe o 
falar Rotwelsch ou Gaunersprache (o falar da malandragem), sendo que seus 
equivalentes na Grã-Bretanha, na França e na Argentina são, respectivamente, o cant, 
o argot e o lunfardo. 
 
Pesquisas sobre desenvolvimento da linguagem já identificaram entre estudantes de 
universidades um vocabulário de 80 mil palavras. A língua não é esvaia em apenas 
códigos, ela está presente em todo o nosso dia a dia, sendo primordial em todas 
nossas escolhas. 
 
 
SEMÂNTICA (do grego semantiké, i. é, téchne semantiké ‗arte da significação‘) 
A semântica estuda o sentido das palavras, expressões, frases e unidades maiores da 
comunicação verbal, os significados que lhe são atribuídos. Ao considerarmos o 
significado de determinada palavra, levamos em conta sua história, sua estrutura 
(radical, prefixos, sufixos que participam da sua forma) e, por fim, do contexto em que 
se apresenta. 
Quando analisamos o sentido das palavras na redação, ressaltam como fundamentais 
a história da palavra e, obviamente, os contextos em que elas ocorrem. 
A história da palavra, em sentido amplo, vem a ser a respectiva origem e as alterações 
sofridas no correr do tempo, ou seja, a maneira como evoluiu desde um sentido 
original para um sentido mais abrangente ou mais específico. Em sentido restrito, diz 
respeito à tradição no uso de determinado vocábulo ou expressão. 
Sendo a clareza um dos requisitos fundamentais de qualquer texto, deve-se atentar 
para a tradição no emprego de determinada expressão com determinado sentido. O 
emprego de expressões ditas ―de uso consagrado‖ confere uniformidade e 
transparência ao sentido do texto. Mas isto não quer dizer que os textos oficiais devam 
limitar-se à repetição de chavões e clichês. 
Verifique sempre o contexto em que as palavras estão sendo utilizadas. Certifique-se 
de que não há repetições desnecessárias ou redundâncias. Procure sinônimos ou 
termos mais precisos para as palavras repetidas; mas se sua substituição for 
comprometer o sentido do texto, tornando-o ambíguo ou menos claro, não hesite em 
deixar o texto como está. 
 
pesquisadores norte-americanos, Mark Davies, da Universidade Brigham Young (Utah, EUA), e Michael Ferreira, da 
Universidade de Georgetown (Distrito de Columbia, EUA). O acesso é livre e gratuito. Depois de algumas consultas, é 
solicitado um registro simples (nome e e-mail). A utilidade dessa ferramenta de busca do idioma é múltipla: para os 
estudantes, é uma chance de ver a língua exemplificada pelo uso real; para os lingüistas, renova a descrição da 
linguagem e possibilita a criação de melhores dicionários e gramáticas; para os escritores, cria alternativas estilísticas 
inovadoras e amplia os horizontes da criação literária. 
 
 
SAEI - Sistema Augusto de Educação Integrada Ltda. 
 
É importante lembrar que o idioma está em constante mutação. A própria evolução 
dos costumes, das ideias, das ciências, da política, enfim da vida social em geral, 
impõe a criação de novas palavras e formas de dizer. Na definição de Serafim da Silva 
Neto,9 a língua: 
“(...) é um produto social, é uma atividade do espírito humano. Não é, 
assim, independente da vontade do homem, porque o homem não é 
uma folha seca ao sabor dos ventos veementes de uma fatalidade 
desconhecida e cega. Não está obrigada a prosseguir na sua trajetória, 
de acordo com leis determinadas, porque as línguas seguem o destino 
dos que as falam, são o que delas fazem as sociedades que as 
empregam.” 
Assim, continuamente, novas palavras são criadas (os neologismos) como produto da 
dinâmica social, e incorporados ao idioma inúmeros vocábulos de origem estrangeira 
(os estrangeirismos), que vêm para designar ou exprimirrealidades não contempladas 
no repertório anterior da língua portuguesa. As novidades vocabulares devem sempre 
ser usadas com critério, evitando-se aquelas que podem ser substituídas por 
vocábulos já de uso consolidado sem prejuízo do sentido que se lhes quer dar. 
De outro lado, não se concebe que, em nome de suposto purismo, a linguagem das 
comunicações fique imune às criações vocabulares ou a empréstimos de outras 
línguas. A rapidez do desenvolvimento tecnológico, por exemplo, impõe a criação de 
inúmeros novos conceitos e termos, ditando de certa forma a velocidade com que a 
língua deve incorporá-los. O importante é usar o estrangeirismo de forma consciente, 
buscar o equivalente português quando houver, ou conformar a palavra estrangeira ao 
espírito da língua portuguesa. 
O problema do abuso de estrangeirismos inúteis ou empregados em contextos em que 
não cabem, é em geral causado ou pelo desconhecimento da riqueza vocabular de 
nossa língua, ou pela incorporação acrítica do estrangeirismo. 
Homônimos e Parônimos 
Muitas vezes temos dúvidas no uso de vocábulos distintos provocadas pela 
semelhança ou mesmo pela igualdade de pronúncia ou de grafia entre eles. É o caso 
dos fenômenos designados como homonímia e paronímia. 
A homonímia é a designação geral para os casos em que palavras de sentidos 
diferentes têm a mesma grafia (os homônimos homógrafos) ou a mesma pronúncia (os 
homônimos homófonos). 
Os homógrafos podem coincidir ou não na pronúncia, como nos exemplos: quarto 
(aposento) e quarto (ordinal), manga (fruta) e manga (de camisa), em que temos 
pronúncia idêntica; e apelo (pedido) e apelo (com e aberto, 1a pess. do sing do pres. 
do ind. do verbo apelar), consolo (alívio) e consolo (com o aberto, 1a pess. do sing. do 
pres. do ind. do verbo consolar), com pronúncia diferente. 
Os homógrafos de idêntica pronúncia diferenciam-se pelo contexto em que são 
empregados. Não há dúvida, por exemplo, quanto ao emprego da palavra são nos três 
sentidos: a) verbo ser, 3a pess. do pl. do pres., b) saudável e c) santo. 
Palavras de grafia diferente e de pronúncia igual (homófonos) geram dúvidas 
ortográficas. Caso, por exemplo, de acento/assento, coser/cozer, dos prefixos ante-
/anti-, etc. Aqui o contexto não é suficiente para resolver o problema, pois sabemos o 
 
9
 NETO, Serafim da Silva. Introdução ao estudo da língua portuguesa no Brasil. 5
.
 ed. Rio de Janeiro: 
Presença; Brasília: INL, 1986. p. 18. 
 
 
SAEI - Sistema Augusto de Educação Integrada Ltda. 
 
sentido, a dúvida é de letra(s). Sempre que houver incerteza, consulte a lista adiante, 
algum dicionário ou manual de ortografia. 
Já o termo paronímia designa o fenômeno que ocorre com palavras semelhantes (mas 
não idênticas) quanto à grafia ou à pronúncia. É fonte de muitas dúvidas, como entre 
descrição (‗ato de descrever‘) e discrição (‗qualidade do que é discreto‘), retificar 
(‗corrigir‘) e ratificar (confirmar). 
Como não interessa aqui aprofundar a discussão teórica da matéria, restringimo-nos a 
uma lista de palavras que costumam suscitar dúvidas de grafia ou sentido. 
Procuramos incluir palavras que com mais frequência provocam dúvidas na 
elaboração de textos oficiais, com o cuidado de agregá-las em pares ou pequenos 
grupos formais. 
Absolver: inocentar, relevar da culpa imputada: O júri absolveu o réu. 
Absorver: embeber em si, esgotar: O solo absorveu lentamente a água da chuva. 
Acender: atear (fogo), inflamar. 
Ascender: subir, elevar-se. 
Acento: sinal gráfico; inflexão vocal: Vocábulo sem acento. 
Assento: banco, cadeira: Tomar assento num cargo. 
Acerca de: sobre, a respeito de: No discurso, o Presidente falou acerca de seus 
planos. 
A cerca de: a uma distância aproximada de: O anexo fica a cerca de trinta metros do 
prédio principal. Estamos a cerca de um mês ou (ano) das eleições. 
Há cerca de: faz aproximadamente (tanto tempo): Há cerca de um ano, tratamos de 
caso idêntico; existem aproximadamente: Há cerca de mil títulos no catálogo. 
Acidente: acontecimento casual; desastre: A derrota foi um acidente na sua vida 
profissional. O súbito temporal provocou terrível acidente no parque. 
Incidente: episódio; que incide, que ocorre: O incidente da demissão já foi superado. 
Adotar: escolher, preferir; assumir; pôr em prática. 
Dotar: dar em doação, beneficiar. 
Afim: que apresenta afinidade, semelhança, relação (de parentesco): Se o assunto 
era afim, por que não foi tratado no mesmo parágrafo? 
A fim de: para, com a finalidade de, com o fito de: O projeto foi encaminhado com 
quinze dias de antecedência a fim de permitir a necessária reflexão sobre sua 
pertinência. 
Alto: de grande extensão vertical; elevado, grande. 
Auto: ato público, registro escrito de um ato, peça processual. 
Aleatório: casual, fortuito, acidental. 
Alheatório: que alheia, alienante, que desvia ou perturba. 
Amoral: desprovido de moral, sem senso de moral. 
Imoral: contrário à moral, aos bons costumes, devasso, indecente. 
Ante (preposição): diante de, perante: Ante tal situação, não teve alternativa. 
Ante- (prefixo): expressa anterioridade: antepor, antever, anteprojeto... 
Anti- (prefixo): expressa contrariedade; contra: anticientífico, antibiótico, anti-higiênico, 
anti-Marx. 
Ao encontro de: para junto de; favorável a: Foi ao encontro dos colegas. O projeto 
salarial veio ao encontro dos anseios dos trabalhadores. 
 
 
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De encontro a: contra; em prejuízo de: O carro foi de encontro a um muro. O governo 
não apoiou a medida, pois vinha de encontro aos interesses dos menores. 
Ao invés de: ao contrário de: Ao invés de demitir dez funcionários, a empresa 
contratou mais vinte. (Inaceitável o cruzamento *ao em vez de.) 
Em vez de: em lugar de: Em vez de demitir dez funcionários, a empresa demitiu vinte. 
A par: informado, ao corrente, ciente: O Ministro está a par (var.: ao par) do assunto; 
ao lado, junto; além de. 
Ao par: de acordo com a convenção legal: Fez a troca de mil dólares ao par. 
Aparte: interrupção, comentário à margem: O deputado concedeu ao colega um 
aparte em seu pronunciamento. 
À parte: em separado, isoladamente, de lado: O anexo ao projeto foi encaminhado por 
expediente à parte. 
Apreçar: avaliar, pôr preço: O perito apreçou irrisoriamente o imóvel. 
Apressar: dar pressa a, acelerar: Se o andamento das obras não for apressado, não 
será cumprido o cronograma. 
Área: superfície delimitada, região. 
Ária: canto, melodia. 
Aresto: acórdão, caso jurídico julgado: Neste caso, o aresto é irrecorrível. 
Arresto: apreensão judicial, embargo: Os bens do traficante preso foram todos 
arrestados. 
Arrochar: apertar com arrocho, apertar muito. 
Arroxar: ou arroxear, roxear: tornar roxo. 
Ás: exímio em sua atividade; carta do baralho. 
Az (p. us.): esquadrão, ala do exército. 
Atuar: agir, pôr em ação; pressionar. 
Autuar: lavrar um auto; processar. 
Auferir: obter, receber: Auferir lucros, vantagens. 
Aferir: avaliar, cotejar, medir, conferir: Aferir valores, resultados. 
Augurar: prognosticar, prever, auspiciar: O Presidente augurou sucesso ao seu par 
americano. 
Agourar: pressagiar, predizer (geralmente no mau sentido): Os técnicos agouram 
desastre na colheita. 
Avocar: atribuir-se, chamar: Avocou a si competências de outrem. 
Evocar: lembrar, invocar: Evocou no discurso o começo de sua carreira. 
Invocar: pedir (a ajuda de); chamar; proferir: Ao final do discurso, invocou a ajuda de 
Deus. 
Caçar: perseguir, procurar, apanhar (geralmente animais). 
Cassar: tornar nulo ou sem efeito, suspender, invalidar. 
Carear: atrair, ganhar, granjear. 
Cariar: criar cárie. 
Carrear: conduzir em carro, carregar. 
Casual: fortuito, aleatório, ocasional. 
Causal: causativo, relativo a causa. 
Cavaleiro: que anda a cavalo, cavalariano. 
 
 
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Cavalheiro: indivíduo distinto, gentil, nobre. 
Censo: alistamento, recenseamento,contagem. 
Senso: entendimento, juízo, tino. 
Cerrar: fechar, encerrar, unir, juntar. 
Serrar: cortar com serra, separar, dividir. 
Cessão: ato de ceder: A cessão do local pelo município tornou possível a realização 
da obra. 
Seção: setor, subdivisão de um todo, repartição, divisão: Em qual seção do ministério 
ele trabalha? 
Sessão: espaço de tempo que dura uma reunião, um congresso; reunião; espaço de 
tempo durante o qual se realiza uma tarefa: A próxima sessão legislativa será iniciada 
em 1o de agosto. 
Chá: planta, infusão. 
Xá: antigo soberano persa. 
Cheque: ordem de pagamento à vista. 
Xeque: dirigente árabe; lance de xadrez; (fig.) perigo (pôr em xeque). 
Círio: vela de cera. 
Sírio: da Síria. 
Cível: relativo à jurisdição dos tribunais civis. 
Civil: relativo ao cidadão; cortês, polido (daí civilidade); não militar nem, eclesiástico. 
Colidir: trombar, chocar; contrariar: A nova proposta colide frontalmente com o 
entendimento havido. 
Coligir: colecionar, reunir, juntar: As leis foram coligidas pelo Ministério da Justiça. 
Comprimento: medida, tamanho, extensão, altura. 
Cumprimento: ato de cumprir, execução completa; saudação. 
Concelho: circunscrição administrativa ou município (em Portugal). 
Conselho: aviso, parecer, órgão colegiado. 
Concerto: acerto, combinação, composição, harmonização (cp. concertar): O concerto 
das nações... O concerto de Guarnieri... 
Conserto: reparo, remendo, restauração (cp. consertar): Certos problemas crônicos 
aparentemente não têm conserto. 
Conje(c)tura: suspeita, hipótese, opinião. 
Conjuntura: acontecimento, situação, ocasião, circunstância. 
Contravenção: transgressão ou infração a normas estabelecidas. 
Contraversão: versão contrária, inversão. 
Coser: costurar, ligar, unir. 
Cozer: cozinhar, preparar. 
Costear: navegar junto à costa, contornar. A fragata costeou inúmeras praias do litoral 
baiano antes de partir para alto-mar. 
Custear: pagar o custo de, prover, subsidiar. Qual a empresa disposta a custear tal 
projeto? 
Custar: valer, necessitar, ser penoso. Quanto custa o projeto? Custa-me crer que 
funcionará. 
Deferir: consentir, atender, despachar favoravelmente, conceder. 
 
 
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Diferir: ser diferente, discordar; adiar, retardar, dilatar. 
Degradar: deteriorar, desgastar, diminuir, rebaixar. 
Degredar: impor pena de degredo, desterrar, banir. 
Delatar (delação): denunciar, revelar crime ou delito, acusar: Os traficantes foram 
delatados por membro de quadrilha rival. 
Dilatar (dilação): alargar, estender; adiar, diferir: A dilação do prazo de entrega das 
declarações depende de decisão do Diretor da Receita Federal. 
Derrogar: revogar parcialmente (uma lei), anular. 
Derrocar: destruir, arrasar, desmoronar. 
Descrição: ato de descrever, representação, definição. 
Discrição: discernimento, reserva, prudência, recato. 
Descriminar: absolver de crime, tirar a culpa de. 
Discriminar: diferençar, separar, discernir. 
Despensa: local em que se guardam mantimentos, depósito de provisões. 
Dispensa: licença ou permissão para deixar de fazer algo a que se estava obrigado; 
demissão. 
Despercebido: que não se notou, para o que não se atentou: Apesar de sua 
importância, o projeto passou despercebido. 
Desapercebido: desprevenido, desacautelado: Embarcou para a missão na Amazônia 
totalmente desapercebido dos desafios que lhe aguardavam. 
Dessecar: secar bem, enxugar, tornar seco. 
Dissecar: analisar minuciosamente, dividir anatomicamente. 
Destratar: insultar, maltratar com palavras. 
Distratar: desfazer um trato, anular. 
Distensão: ato ou efeito de distender, torção violenta dos ligamentos de uma 
articulação. 
Distinção: elegância, nobreza, boa educação: Todos devem portar-se com distinção. 
Dissensão: desavença, diferença de opiniões ou interesses: A dissensão sobre a 
matéria impossibilitou o acordo. 
Elidir: suprimir, eliminar. 
Ilidir: contestar, refutar, desmentir. 
Emenda: correção de falta ou defeito, regeneração, remendo: Ao torná-lo mais claro e 
objetivo, a emenda melhorou o projeto. 
Ementa: apontamento, súmula de decisão judicial ou do objeto de uma lei. Procuro 
uma lei cuja ementa é “dispõe sobre a propriedade industrial”. 
Emergir: vir à tona, manifestar-se. 
Imergir: mergulhar, afundar (submergir), entrar. 
Emigrar: deixar o país para residir em outro. 
Imigrar: entrar em país estrangeiro para nele viver. 
Eminente (eminência): alto, elevado, sublime. 
Iminente (iminência): que está prestes a acontecer, pendente, próximo. 
Emitir (emissão): produzir, expedir, publicar. 
Imitir (imissão): fazer entrar, introduzir, investir. 
 
 
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Empoçar: reter em poço ou poça, formar poça. 
Empossar: dar posse a, tomar posse, apoderar-se. 
Encrostar: criar crosta. 
Incrustar: cobrir de crosta, adornar, revestir, prender-se, arraigar-se. 
Entender: compreender, perceber, deduzir. 
Intender: (p. us): exercer vigilância, superintender. 
Enumerar: numerar, enunciar, narrar, arrolar. 
Inúmero: inumerável, sem conta, sem número. 
Espectador: aquele que assiste qualquer ato ou espetáculo, testemunha. 
Expectador: que tem expectativa, que espera. 
Esperto: inteligente, vivo, ativo. 
Experto: perito, especialista. 
Espiar: espreitar, observar secretamente, olhar. 
Expiar: cumprir pena, pagar, purgar. 
Estada: ato de estar, permanência: Nossa estada em São Paulo foi muito agradável. 
Estadia: prazo para carga e descarga de navio ancorado em porto: O “Rio de Janeiro” 
foi autorizado a uma estadia de três dias. 
Estância: lugar onde se está, morada, recinto. 
Instância: solicitação, pedido, rogo; foro, jurisdição, juízo. 
Estrato: cada camada das rochas estratificadas. 
Extrato: coisa que se extraiu de outra; pagamento, resumo, cópia; perfume. 
Flagrante: ardente, acalorado; diz-se do ato que a pessoa é surpreendida a praticar 
(flagrante delito). 
Fragrante: que tem fragrância ou perfume; cheiroso. 
Florescente: que floresce, próspero, viçoso. 
Fluorescente: que tem a propriedade da fluorescência. 
Folhar: produzir folhas, ornar com folhagem, revestir lâminas. 
Folhear: percorrer as folhas de um livro, compulsar, consultar. 
Incerto: não certo, indeterminado, duvidoso, variável. 
Inserto: introduzido, incluído, inserido. 
Incipiente: iniciante, principiante. 
Insipiente: ignorante, insensato. 
Incontinente: imoderado, que não se contém, descontrolado. 
Incontinenti: imediatamente, sem demora, logo, sem interrupção. 
Induzir: causar, sugerir, aconselhar, levar a: O réu declarou que havia sido induzido a 
cometer o delito. 
Aduzir: expor, apresentar: A defesa, então, aduziu novas provas. 
Inflação: ato ou efeito de inflar; emissão exagerada de moeda, aumento persistente 
de preços. 
Infração: ato ou efeito de infringir ou violar uma norma. 
Infligir: cominar, aplicar (pena, castigo, repreensão, derrota): O juiz infligiu pesada 
pena ao réu. 
 
 
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Infringir: transgredir, violar, desrespeitar (lei, regulamento, etc.) (cp. infração): A 
condenação decorreu de ter ele infringido um sem número de artigos do Código Penal. 
Inquerir: apertar (a carga de animais), encilhar. 
Inquirir: procurar informações sobre, indagar, investigar, interrogar. 
Intercessão: ato de interceder. 
Interse(c)ção: ação de se(c)cionar, cortar; ponto em que se encontram duas linhas ou 
superfícies. 
Inter- (prefixo): entre; preposição latina usada em locuções: inter alia (entre outros), 
inter pares (entre iguais). 
Intra- (prefixo): interior, dentro de. 
Judicial: que tem origem no Poder Judiciário ou que perante ele se realiza. 
Judiciário: relativo ao direito processual ou à organização da Justiça. 
Liberação: ato de liberar, quitação de dívida ou obrigação. 
Libertação: ato de libertar ou libertar-se. 
Lista: relação, catálogo; var. pop. de listra. 
Listra: risca de cor diferente num tecido (var. pop. de lista). 
Locador: que dá de aluguel, senhorio, arrendador.Locatário: alugador, inquilino: O locador reajustou o aluguel sem a concordância do 
locatário. 
Lustre: brilho, glória, fama; abajur. 
Lustro: qüinqüênio; polimento. 
Magistrado: juiz, desembargador, ministro. 
Magistral: relativo a mestre (latim: magister); perfeito, completo; exemplar. 
Mandado: garantia constitucional para proteger direito individual líquido e certo; ato de 
mandar; ordem escrita expedida por autoridade judicial ou administrativa: um mandado 
de segurança, mandado de prisão. 
Mandato: autorização que alguém confere a outrem para praticar atos em seu nome; 
procuração; delegação: o mandato de um deputado, senador, do Presidente. 
Mandante: que manda; aquele que outorga um mandato. 
Mandatário: aquele que recebe um mandato, executor de mandato, representante, 
procurador. 
Mandatório: obrigatório. 
Obcecação: ato ou efeito de obcecar, teimosia, cegueira. 
Obsessão: impertinência, perseguição, ideia fixa. 
Ordinal: numeral que indica ordem ou série (primeiro, segundo, milésimo, etc.). 
Ordinário: comum, frequente, trivial, vulgar. 
Original: com caráter próprio; inicial, primordial. 
Originário: que provém de, oriundo; inicial, primitivo. 
Paço: palácio real ou imperial; a corte. 
Passo: ato de avançar ou recuar um pé para andar; caminho, etapa. 
Pleito: questão em juízo, demanda, litígio, discussão: O pleito por mais escolas na 
região foi muito bem formulado. 
Preito: sujeição, respeito, homenagem: Os alunos renderam preito ao antigo reitor. 
 
 
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Preceder: ir ou estar adiante de, anteceder, adiantar-se. 
Proceder: originar-se, derivar, provir; levar a efeito, executar. 
Pós- (prefixo): posterior a, que sucede, atrás de, após: pós-moderno, pós-operatório. 
Pré- (prefixo): anterior a, que precede, à frente de, antes de: pré-modernista, pré-
primário. 
Pró (advérbio): em favor de, em defesa de. A maioria manifestou-se contra, mas dei 
meu parecer pró. 
Preeminente: que ocupa lugar elevado, nobre, distinto. 
Proeminente: alto, saliente, que se alteia acima do que o circunda. 
Preposição: ato de prepor, preferência; palavra invariável que liga constituintes da 
frase. 
Proposição: ato de propor, proposta; máxima, sentença; afirmativa, asserção. 
Presar: capturar, agarrar, apresar. 
Prezar: respeitar, estimar muito, acatar. 
Prescrever: fixar limites, ordenar de modo explícito, determinar; ficar sem efeito, 
anular-se: O prazo para entrada do processo prescreveu há dois meses. 
Proscrever: abolir, extinguir, proibir, terminar; desterrar. O uso de várias substâncias 
psicotrópicas foi proscrito por recente portaria do Ministro. 
Prever: ver antecipadamente, profetizar; calcular: A assessoria previu acertadamente 
o desfecho do caso. 
Prover: providenciar, dotar, abastecer, nomear para cargo: O chefe do departamento 
de pessoal proveu os cargos vacantes. 
Provir: originar-se, proceder; resultar: A dúvida provém (Os erros provêm) da falta de 
leitura. 
Prolatar: proferir sentença, promulgar. 
Protelar: adiar, prorrogar. 
Ratificar: validar, confirmar, comprovar. 
Retificar: corrigir, emendar, alterar: A diretoria ratificou a decisão após o texto ter sido 
retificado em suas passagens ambíguas. 
Recrear: proporcionar recreio, divertir, alegrar. 
Recriar: criar de novo. 
Reincidir: tornar a incidir, recair, repetir. 
Rescindir: dissolver, invalidar, romper, desfazer: Como ele reincidiu no erro, o 
contrato de trabalho foi rescindido. 
Remição: ato de remir, resgate, quitação. 
Remissão: ato de remitir, intermissão, intervalo; perdão, expiação. 
Repressão: ato de reprimir, contenção, impedimento, proibição. 
Repreensão: ato de repreender, enérgica admoestação, censura, advertência. 
Ruço: grisalho, desbotado. 
Russo: referente à Rússia, nascido naquele país; língua falada na Rússia. 
Sanção: confirmação, aprovação; pena imposta pela lei ou por contrato para punir sua 
infração. 
Sansão: nome de personagem bíblico; certo tipo de guindaste. 
Sedento: que tem sede; sequioso (var. p. us.: sedente). 
 
 
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Cedente: que cede, que dá. 
Sobrescritar: endereçar, destinar, dirigir. 
Subscritar: assinar, subscrever. 
Sortir: variar, combinar, misturar. 
Surtir: causar, originar, produzir (efeito). 
Subentender: perceber o que não estava claramente exposto; supor. 
Subintender: exercer função de subintendente, dirigir. 
Subtender: estender por baixo. 
Sustar: interromper, suspender; parar, interromper-se (sustar-se). 
Suster: sustentar, manter; fazer parar, deter. 
Tacha: pequeno prego; mancha, defeito, pecha. 
Taxa: espécie de tributo, tarifa. 
Tachar: censurar, qualificar, acoimar: tachar alguém (tachá-lo) de subversivo. 
Taxar: fixar a taxa de; regular, regrar: taxar mercadorias. 
Tapar: fechar, cobrir, abafar. 
Tampar: pôr tampa em. 
Tenção: intenção, plano (deriv.: tencionar); assunto, tema. 
Tensão: estado de tenso, rigidez (deriv.: tensionar); diferencial elétrico. 
Tráfego: trânsito de veículos, percurso, transporte. 
Tráfico: negócio ilícito, comércio, negociação. 
Trás: atrás, detrás, em seguida, após (cf. em locuções: de trás, por trás). 
Traz: 3a pessoa do singular do presente do indicativo do verbo trazer. 
Vestiário: guarda-roupa; local em que se trocam roupas. 
Vestuário: as roupas que se vestem, traje. 
Vultoso: de grande vulto, volumoso. 
Vultuoso (p. us.): atacado de vultuosidade (congestão da face). 
 
Expressões a Evitar e Expressões de Uso Recomendável 
 
O sentido das palavras liga-se intimamente à tradição e ao contexto de seu uso. 
Assim, temos vocábulos e expressões (locuções) que, por seu continuado emprego 
com determinado sentido, passam a ser usados sempre em tal contexto e de tal forma, 
tornando-se expressões de uso consagrado. Mais do que do sentido das palavras, 
trata-se aqui também da regência de determinados verbos e nomes (v.Regência, mais 
adiante). 
O esforço de classificar expressões como de uso a ser evitado ou como de uso 
recomendável atende, primordialmente, ao princípio da clareza e da transparência que 
deve nortear a elaboração de todo texto oficial. Não se trata, pois, de mera preferência 
ou gosto por determinada forma. 
 
A linguagem dos textos oficiais não é ferramenta apenas de servidores públicos. 
Dirigentes sindicais, empresários e mesmo diretores de clubes tem muitas vezes 
necessidade de redigir memorandos, ofícios (cartas) e relatórios, e para isto devem 
sempre pautar-se pelo padrão culto formal da língua. Não é aceitável, portanto, que 
 
 
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desses textos constem coloquialismos ou expressões de uso restrito a determinados 
grupos, que comprometeriam sua própria compreensão pelo público. Acrescente-se 
que indesejável é também a repetição excessiva de uma mesma palavra quando há 
outra que pode substituí-la sem prejuízo ou alteração de sentido. 
 
Quanto a determinadas expressões que devem ser evitadas, mencionem-se aquelas 
que formam cacófatos, ou seja, ―o encontro de sílabas em que a malícia descobre um 
novo termo com sentido torpe ou ridículo‖.10 Não há necessidade, no entanto, de 
estender a preocupação de evitar a ocorrência de cacófatos a um sem-número de 
locuções que produzem terceiro sentido, como por cada, vez passada, etc. Trata-se, 
sobretudo, de uma questão de estilo e da própria sensibilidade do autor do texto. Não 
faz sentido eliminar da língua inúmeras locuções que só causam espanto ao leitor que 
está à procura do duplo sentido. 
Essa recomendação vale também para os casos em que a partição silábica 
(translineação) possa redundar em sentido torpe ou obsceno. 
Apresentamos, a seguir, lista de expressões cujo uso ou repetição deve ser evitado, 
indicando com que sentido deve ser empregado e sugerindo alternativas vocabulares 
a palavras que costumam constar com excesso dos expedientes oficiais. 
à medida que/na medida em que – quer dizer à proporção que, ao passo que, 
conforme: Os preços deveriam diminuir àmedida que diminui a procura. Na medida 
em que (locução causal) – pelo fato de que, uma vez que: Na medida em que se 
esgotaram as possibilidades de negociação, o projeto foi integralmente vetado. Evite 
os cruzamentos – bisonhos, canhestros – *à medida em que, *na medida que... 
a partir de - deve ser empregado preferencialmente no sentido temporal: A cobrança 
do imposto entra em vigor a partir do início do próximo ano. Evite repeti-la com o 
sentido de ‗com base em‘, preferindo considerando, tomando-se por base, fundando-
se em, baseando-se em. 
ambos/todos os dois: “ambos” significa ‗os dois‘ ou ‗um e outro‘. Evite expressões 
pleonásticas como ambos dois, ambos os dois, ambos de dois, ambos a dois. Quando 
for o caso de enfatizar a dualidade, empregue todos os dois: Todos os dois Ministros 
assinaram a Portaria. 
anexo/em anexo – este adjetivo, ―anexo‖, concorda em gênero e número com o 
substantivo ao qual se refere: Encaminho as minutas anexas. Dirigimos os anexos 
projetos à Chefia. Use também junto, apenso. A locução adverbial em anexo, como é 
próprio aos advérbios, é invariável: Encaminho as minutas em anexo. Em anexo, 
dirigimos os projetos à Chefia. Empregue também conjuntamente, juntamente com. 
ao nível de/em nível (de) - A locução ao nível tem o sentido de à mesma altura de: 
Fortaleza localiza-se ao nível do mar. Evite seu uso com o sentido de em nível, com 
relação a, no que se refere a. Em nível significa ‗nessa instância‘: A decisão foi tomada 
em nível Ministerial; Em nível político, será difícil chegar-se ao consenso. A nível (de) 
constitui modismo que é melhor evitar. 
assim - use após a apresentação de alguma situação ou proposta para ligá-la à ideia 
seguinte. Alterne com: dessa forma, desse modo, diante do exposto, diante disso, 
consequentemente, portanto, por conseguinte, assim sendo, em consequência, em 
vista disso, em face disso. 
 
10
 SAID ALI, Manoel. Gramática secundária da língua portuguesa. 3
.
 ed. Brasília: Ed. Universidade de 
Brasília. p. 224. 
 
 
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através de/por intermédio de – quer dizer de lado a lado, por entre: A viagem incluía 
deslocamentos através de boa parte da floresta. Evite o emprego com o sentido de 
meio ou instrumento; nesse caso empregue por intermédio, por, mediante, por meio 
de, segundo, servindo-se de, valendo-se de: O projeto foi apresentado por intermédio 
do Departamento. O assunto deve ser regulado por meio de decreto. A comissão foi 
criada mediante portaria do Ministro de Estado. 
bem como - Evite repetir; alterne com e, como (também), igualmente, da mesma 
forma. Evite o uso, polêmico para certos autores, da locução bem assim como 
equivalente. 
cada - Este pronome indefinido deve ser usado em função adjetiva: Quanto às famílias 
presentes, foi distribuída uma cesta básica a cada uma. Evite a construção coloquial 
foi distribuída uma cesta básica a cada. 
causar - Evite repetir. Use também originar, motivar, provocar, produzir, gerar, levar a, 
criar. 
constatar - Evite repetir. Alterne com atestar, apurar, averiguar, certificar-se, 
comprovar, evidenciar, observar, notar, perceber, registrar, verificar. 
dado/visto/haja vista - Os particípios dado e visto têm valor passivo e concordam em 
gênero e número com o substantivo a que se referem: Dados o interesse e o esforço 
demonstrados, optou-se pela permanência do servidor em sua função. Dadas as 
circunstâncias... Vistas as provas apresentadas, não houve mais hesitação no 
encaminhamento do inquérito. Já a expressão haja vista, com o sentido de uma vez 
que ou seja considerado, veja-se, é invariável: O servidor tem qualidades, haja vista o 
interesse e o esforço demonstrados. Haja visto (com -o) é inovação oral brasileira, 
evidentemente descabida em redação oficial ou outra qualquer. 
de forma que, de modo que/de forma a, de modo a - De forma (ou maneira, modo) 
que nas orações desenvolvidas: Deu amplas explicações, de forma que tudo ficou 
claro. De forma (maneira ou modo) a nas orações reduzidas de infinitivo: Deu amplas 
explicações, de forma (maneira ou modo) a deixar tudo claro. São descabidas na 
língua escrita as pluralizações orais vulgares *de formas (maneiras ou modos) que... 
deste ponto de vista - Evite repetir; empregue também sob este ângulo, sob este 
aspecto, por este prisma, desse prisma, deste modo, assim, destarte. 
detalhar - Evite repetir; alterne com particularizar, pormenorizar, delinear, 
minudenciar. 
devido a - Evite repetir; utilize igualmente em virtude de, por causa de, em razão de, 
graças a, provocado por. 
dirigir - Quando empregado com o sentido de encaminhar, alterne com transmitir, 
mandar, encaminhar, remeter, enviar, endereçar. 
“disruptivo” - Aportuguesamento do inglês disruptive (de disrupt: ‗desorganizar, 
destruir, despedaçar‘), a ser evitado dada a existência de inúmeras palavras com o 
mesmo sentido em português (desorganizador, destrutivo, destruidor, e o bastante 
próximo, embora pouco usado, diruptivo). Acrescente-se, ainda, que, por ser de uso 
restrito ao jargão de economistas e sociólogos, o uso dessa palavra confunde e não 
esclarece em linguagens mais abrangentes. 
“ele é suposto saber‖ - Construção tomada de empréstimo ao inglês he is supposed 
to know, sem tradição no português. Evite por ser má tradução. Em português: ele 
deve(ria) saber, supõe-se que ele saiba. 
 
 
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em face de - Sempre que a expressão em face de equivaler a diante de, é preferível a 
regência com a preposição de; evite, portanto, face a, frente a. 
enquanto - Conjunção proporcional equivalente a ao passo que, à medida que. Evitar 
a construção coloquial enquanto que. 
especialmente - Use também principalmente, mormente, notadamente, sobretudo, 
nomeadamente, em especial, em particular. 
Inclusive - Advérbio que indica inclusão; opõe-se a exclusive. Evite-se o seu abuso 
com o sentido de ‗até‘; nesse caso utilize o próprio até ou ainda, igualmente, mesmo, 
também, ademais. 
informar - Alterne com comunicar, avisar, noticiar, participar, inteirar, cientificar, 
instruir, confirmar, levar ao conhecimento, dar conhecimento; ou perguntar, interrogar, 
inquirir, indagar. 
nem - Conjunção aditiva que significa ‗e não‘, ‗e tampouco‘, dispensando, portanto, a 
conjunção e: Não foram feitos reparos à proposta inicial, nem à nova versão do 
projeto. Evite, ainda, a dupla negação não nem, nem tampouco, etc. *Não pôde 
encaminhar o trabalho no prazo, nem não teve tempo para revisá-lo. O correto é 
...nem teve tempo para revisá-lo. 
no sentido de - empregue também com vistas a, a fim de, com o fito (objetivo, intuito, 
fim) de, com a finalidade de, tendo em vista ou mira, tendo por fim. 
objetivar/ter por objetivo - Ter por objetivo pode ser alternado com pretender, ter por 
fim, ter em mira, ter como propósito, no intuito de, com o fito de. Objetivar significa 
antes ‗materializar‘, ‗tornar objetivo‘ (objetivar ideias, planos, o abstrato), embora 
possa ser empregado também com o sentido de ‗ter por objetivo‘. Evite-se o emprego 
abusivo alternando-o com sinônimos como os referidos. 
onde - Como pronome relativo significa em que (lugar): A cidade onde nasceu. O país 
onde viveu. Evite, pois, construções como ―a lei onde é fixada a pena‖ ou ―o encontro 
onde o assunto foi tratado‖. Nesses casos, substitua onde por em que, na qual, no 
qual, nas quais, nos quais. O correto é, portanto: a lei na qual é fixada a pena, o 
encontro no qual (em que) o assunto foi tratado. 
operacionalizar - Neologismo verbal de que se tem abusado. Prefira realizar, fazer, 
executar, levar a cabo ou a efeito, pôr em obra, praticar, cumprir, desempenhar, 
produzir, efetuar, construir, compor, estabelecer. É da mesma família de agilizar, 
objetivar e outros cujo problema está antes no uso excessivo do que na forma, pois o 
acréscimo dos sufixos -izar e -ar é uma das possibilidades normais de criar novosverbos a partir de adjetivos (ágil + izar = agilizar; objetivo + ar = objetivar). Evite, pois, 
a repetição, que pode sugerir indigência vocabular ou ignorância dos recursos do 
idioma. 
opinião/“opinamento” - Como sinônimo de parecer, prefira opinião a opinamento. 
Alterne com parecer, juízo, julgamento, voto, entendimento, percepção. 
opor veto (e não apor) - Vetar é opor veto. Apor é acrescentar (daí aposto, (o) que 
vem junto). O veto, a contrariedade são opostos, nunca apostos. 
pertinente/pertencer - Pertinente (derivado do verbo latino pertinere) significa 
pertencente ou oportuno. Pertencer se originou do latim pertinescere, derivado sufixal 
de pertinere. Esta forma não sobreviveu em português; não empregue, pois, formas 
inexistentes como ―no que pertine ao projeto‖; nesse contexto use no que diz respeito, 
no que respeita, no tocante, com relação. 
 
 
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posição/posicionamento - Posição pode ser alterado com postura, ponto de vista, 
atitude, maneira, modo. Posicionamento significa ‗disposição, arranjo‘, e não deve ser 
confundido com posição. 
relativo a - Empregue também referente a, concernente a, tocante a, atinente a, 
pertencente a, que diz respeito a, que trata de, que respeita. 
ressaltar - Varie com destacar, sublinhar, salientar, relevar, distinguir, sobressair. 
pronome “se” - Evite abusar de seu emprego como indeterminador do sujeito. O 
simples emprego da forma infinitiva já confere a almejada impessoalidade: ―Para 
atingir esse objetivo há que evitar o uso de coloquialismo‖ (e não: Para atingir-se ... Há 
que se evitar...). É cacoete em certo registro da língua escrita no Brasil, dispensável 
porque inútil. 
tratar (de) - Empregue também contemplar, discutir, debater, discorrer, cuidar, versar, 
referir-se, ocupar-se de. 
viger - Significa vigorar, ter vigor, funcionar. Verbo defectivo, sem forma para a 
primeira pessoa do singular do presente do indicativo, nem para qualquer pessoa do 
presente do subjuntivo, portanto. O decreto prossegue vigendo. A portaria vige. A lei 
tributária vigente naquele ano (...). 
 
 
SEMÂNTICA 
 
A semântica (derivado de sema, sinal) refere-se ao estudo do significado, em todos os 
sentidos do termo. A semântica opõe-se com frequência à sintaxe, caso em que a 
primeira se ocupa do que algo significa, enquanto a segunda se debruça sobre as 
estruturas ou padrões formais do modo como esse algo é expresso (por exemplo, 
escritos ou falados). Dependendo da concepção de significado que se tenha, têm-se 
diferentes semânticas. A semântica formal, a semântica da enunciação ou 
argumentativa e a semântica cognitiva, por exemplo, estudam o mesmo fenômeno, 
mas com conceitos e enfoques diferentes. 
 
Na língua portuguesa, o significado das palavras leva em consideração: 
 
 Sinonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que 
apresentam significados iguais ou semelhantes, ou seja, os sinônimos: 
Exemplos: Cômico - engraçado / Débil - fraco, frágil / Distante - afastado, 
remoto. 
 Antonímia: É a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais que 
apresentam significados diferentes, contrários, isto é, os antônimos: Exemplos: 
Economizar - gastar / Bem - mal / Bom - ruim. 
 Homonímia: É a relação entre duas ou mais palavras que, apesar de 
possuírem significados diferentes, possuem a mesma estrutura fonológica, ou 
seja, os homônimos: 
 
As homônimas podem ser: 
Homógrafas: palavras iguais na escrita e diferentes na pronúncia. Exemplos: 
gosto (substantivo) - gosto / (1ª pessoa singular presente indicativo do verbo gostar) / 
conserto (substantivo) - conserto (1ª pessoa singular presente indicativo do verbo 
consertar); 
 
 
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Homófonas: palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita. Exemplos: 
cela (substantivo) - sela (verbo) / cessão (substantivo) - sessão (substantivo) / cerrar 
(verbo) - serrar ( verbo); 
Perfeitas: palavras iguais na pronúncia e na escrita. Exemplos: cura (verbo) - 
cura (substantivo) / verão (verbo) - verão (substantivo) / cedo (verbo) - cedo 
(advérbio); 
 
 Paronímia: É a relação que se estabelece entre duas ou mais palavras que 
possuem significados diferentes, mas são muito parecidas na pronúncia e na 
escrita, isto é, os parônimos: Exemplos: cavaleiro - cavalheiro / absolver - 
absorver / comprimento - cumprimento/ aura (atmosfera) - áurea (dourada)/ 
conjectura (suposição) - conjuntura (situação decorrente dos acontecimentos)/ 
descriminar (desculpabilizar) - discriminar (diferenciar)/ desfolhar (tirar ou 
perder as folhas) - folhear (passar as folhas de uma publicação)/ despercebido 
(não notado) - desapercebido (desacautelado)/ geminada (duplicada) - 
germinada (que germinou)/ mugir (soltar mugidos) - mungir (ordenhar)/ 
percursor (que percorre) - precursor (que antecipa os outros)/ sobrescrever 
(endereçar) - subscrever (aprovar, assinar)/ veicular (transmitir) - vincular (ligar) 
/ descrição - discrição / onicolor - unicolor. 
 Polissemia: É a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar vários 
significados. Exemplos: Ele ocupa um alto posto na empresa. / Abasteci meu 
carro no posto da esquina. / Os convites eram de graça. / Os fiéis agradecem a 
graça recebida. 
 
Conotação e Denotação: 
 
Conotação é o uso da palavra com um significado diferente do original, criado pelo 
contexto. Exemplos: Você tem um coração de pedra. 
Denotação é o uso da palavra com o seu sentido original. Exemplos: Pedra é um 
corpo duro e sólido, da natureza das rochas. 
 
 
ORTOGRAFIA 
 
Por ortografia entende-se o conjunto de normas para escrever corretamente as 
palavras de uma língua, usando adequadamente os sinais de acentuação e 
pontuação. 
 
A correção ortográfica é requisito elementar de qualquer texto11. Muitas vezes, uma 
simples troca de letras pode alterar não só o sentido da palavra, mas de toda uma 
frase. O que na correspondência particular seria apenas um lapso datilográfico pode 
ter repercussões indesejáveis quando ocorre no texto de uma comunicação oficial ou 
de um ato normativo. Assim, toda revisão que se faça em determinado documento ou 
expediente deve sempre levar em conta a correção ortográfica. 
 
Com relação aos erros de grafia, pode-se dizer que são de dois tipos: os que 
decorrem do emprego inadequado de determinada letra por desconhecimento de 
como escrever uma palavra, e aqueles causados por lapso datilográfico. 
 
 
 
 
 
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A NOVA ORTOGRAFIA 
 
A unificação ortográfica entrou em vigor no Brasil em janeiro de 2010, tendo sido 
estabelecido obrigatoriedade de seu uso a partir de 2013. Deve-se, no entanto, alertar 
que, embora as editoras estejam lançando seus dicionários renovados, ninguém deve 
se desfazer de dicionários e obras de referência. Não perderam o valor. É preciso 
conhecer as alterações efetuadas, que na presente seção apresentamos de maneira 
simplificada, para que todos possam adaptar-se às novas normas. Para o momento, 
com a finalidade de eliminar as preocupações generalizadas, abriu-se um espaço para 
as dicas mais importantes sobre a supressão de acentos e simplificação do uso do 
hífen, tracinho diabólico, cuja extinção ninguém lamentaria, a não ser poucos sábios 
tristes. 
 
ALFABETO 
 
O alfabeto completo passa a ser formado por 26 letras: 
A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z 
As letras K, W, Y fazem parte do nosso alfabeto e são usadas em siglas, símbolos, 
nomes próprios e seus derivados. Ex: Km, Watt, Byron, byroniano. 
 
TREMA 
O trema foi eliminado em palavras portuguesas e aportuguesadas. Só permanece em 
nomes próprios estrangeiros e seus derivados. Ex: Muller, mülleriano. 
 
ACENTUAÇÃO 
1 - Não se acentuam os ditongos abertos ei e oi das palavras paroxítonas (palavras 
que têm acento tônico na penúltima sílaba) 
Como era Como fica 
Idéia, jibóia Ideia, jiboia 
 
• O acentonos ditongos abertos éi e ói permanece nas palavras oxítonas (palavras 
que têm acento tônico na última sílaba) e nos monossílabos (palavras com uma 
sílaba) tônicos de som aberto. Ex: herói, dói, papéis, anéis. 
• O acento no ditongo aberto éu permanece. Ex: céu, réu, chapéu. 
2 - Não se acentua o hiato oo 
Como era Como fica 
Enjôo, vôo, abençôo enjoo, voo, abençoo 
 
3 - Não se acentua o hiato ee dos verbos crer / dar / ler / ver e seus derivados na 3ª 
pessoa do plural 
Como era Como fica 
Crêem, dêem, vêem, lêem creem, deem, veem, leem 
 
4 - O acento diferencial permanece apenas em: 
• pôde — verbo poder, pretérito perfeito do indicativo, 3ª pessoa do singular 
• pode - verbo poder, presente do indicativo, 3ª pessoa do singular 
• pôr — verbo por — preposição 
• É facultativo o uso do acento circunflexo no substantivo "forma", em oposição ao 
substantivo e forma verbal "forma" (3ª pessoa do singular do presente do indicativo). 
 
 
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5 - Não se acentuam o i e o u tônicos das palavras paroxítonas quando precedidas de 
ditongo. 
Como era Como fica 
baiúca — cheiínho — feiúra — feiúme baiuca — cheiinho — feiura — feiume 
 
• Permanecem acentuadas as vogais tônicas i e u precedidas de ditongo de palavras 
oxítonas. Ex : Piauí — tuiuiú(s) — teiú(s) 
 
•Não se acentua o u tônico dos verbos arguir e redarguir (com acento na raiz ), 
quando precedido de e ou i. Ex: arguis (2ª pessoa do singular do presente do 
indicativo), argui (3ª pessoa do singular do presente do indicativo e 2ª pessoa do 
singular do imperativo), arguem (3ª pessoa do plural do presente do indicativo). 
a) Se o u dessas formas verbais for tônico, ele deixa de ser acentuado 
graficamente. Ex: averiguo 
b) Porém, se o a e o i passarem a tônicos, eles devem ser acentuados graficamente. 
Ex: averiguo. 
Uso do hífen ( resumo) 
Regra básica: 
Sempre se emprega hífen diante de h: Ex: anti-higiênico , super-homem 
1- Prefixo terminado em vogal: 
• Não se emprega hífen diante de vogal diferente. 
Como era Como fica 
auto-escola autoescola 
contra-indicação contraindicação 
semi-aberto semiaberto 
 
• Não se emprega hífen diante de consoante diferente de r e s. 
Como era Como fica 
ante-projeto anteprojeto 
 
• Não se emprega hífen diante de r e s, devendo essas consoantes se duplicarem. 
Como era Como fica 
Ante-sala Antessala 
Anti-rugas Antirrugas 
Auto-retrato Autorretrato 
Infra-estrutura Infraestrutura 
Contra-senha Contrassenha 
 
Obs: O hífen permanece nos compostos em que os prefixos: super, hiper, inter 
aparecem combinados com elementos iniciados por r. 
Ex: inter-relação, super-resistente, hiper-requintado, hiper-rancoroso 
3 - Prefixo terminado em consoante: 
Emprega-se hífen diante de mesma consoante. Ex: sub-bibliotecário 
• Não se emprega hífen diante de consoante diferente. Ex: intermunicipal, 
supersônico. 
• Não se emprega hífen diante de vogal. Ex: interestadual, superinteressante. 
4 - Não se emprega hífen diante de certos compostos em que se perdeu a noção de 
composição. 
Como era Como fica 
Pára-quedas Paraquedas 
Pára-quedista Paraquedista 
 
 
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Pára-choque Pára-choque 
Pára-lama Paralama 
 
5 - Não se usa hífen depois dos prefixos co e re, mesmo quando o segundo elemento 
comece pela mesma vogal. Ex: cooperar, coordenar, reeleger. 
6 - Emprega-se hífen com os prefixos: vice, ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, 
pró. Ex: vice-rei, ex-marido, sem-terra, além-mar, recém-casado, pós-graduação, pré-
vestibular, pró-europeu. 
7 - Emprega-se hífen depois dos prefixos circum e pan, quando o segundo elemento 
começar por m ou n, h e vogal. Ex.: pan-americano, circum-hospitalar 
 
MAIÚSCULAS E MINÚSCULAS 
 
1º) A letra maiúscula inicial é usada: 
a) Nos antropônimos, reais ou fictícios: Pedro Marques; Branca de Neve, D. Quixote. 
b) Nos topônimos, reais ou fictícios: Lisboa, Luanda, Maputo, Rio de Janeiro; Atlântida, 
Hespéria. 
c) Nos nomes de seres antropomorfizados ou mitológicos: Adamastor; Neptuno / 
Netuno. 
d) Nos nomes que designam instituições: Instituto de Pensões e Aposentadorias da 
Previdência Social. 
e) Nos nomes de festas e festividades: Natal, Páscoa, Ramadão, Todos os Santos. 
f) Nos títulos de periódicos, que retêm o itálico: O Primeiro de Janeiro, O Estado de 
São Paulo (ou S. Paulo). 
g) Nos pontos cardeais ou equivalentes, quando empregados absolutamente: 
Nordeste, por nordeste do Brasil, Norte, por norte de Portugal, Meio-Dia, pelo sul da 
França ou de outros países, Ocidente, por ocidente europeu, Oriente, por oriente 
asiático. 
h) Em siglas, símbolos ou abreviaturas internacionais ou nacionalmente reguladas 
com maiúsculas, iniciais ou mediais ou finais ou o todo em maiúsculas: FAO, NATO, 
ONU; H2O; Sr., V. Exa. 
i) Opcionalmente, em palavras usadas reverencialmente, aulicamente ou 
hierarquicamente, em início de versos, em categorizações de logradouros públicos: 
(rua ou Rua da Liberdade, largo ou Largo dos Leões), de templos (igreja ou Igreja do 
Bonfim, templo ou Templo do Apostolado Positivista), de edifícios (palácio ou Palácio 
da Cultura, edifício ou Edifício Azevedo Cunha). 
2º) A letra minúscula inicial é usada: 
a) Ordinariamente, em todos os vocábulos da língua nos usos correntes. 
b) Nos nomes dos dias, meses, estações do ano: segunda-feira; outubro; primavera. 
c) Nos títulos de obras – literárias, pinturas, musicais, esculturas etc. (após o primeiro 
elemento, que é com maiúscula, os demais vocábulos, podem ser escritos com 
minúscula, salvo nos nomes próprios nele contidos, tudo em grifo): O Senhor do Paço 
de Ninães, O senhor do paço de Ninães, Menino de Engenho ou Menino de engenho, 
Árvore e Tambor ou Árvore e tambor. 
d) Nos usos de fulano, sicrano, beltrano. 
e) Nos pontos cardeais (mas não nas suas abreviaturas); norte, sul (mas: SW 
sudoeste). 
f) Nos nomes que designam domínios do saber, cursos e disciplinas (opcionalmente, 
também com maiúscula): português (ou Português), matemática (ou Matemática); 
línguas e literaturas modernas (ou Línguas e Literaturas Modernas). 
 
 
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Obs.: As disposições sobre os usos das minúsculas e maiúsculas não obstam a que 
obras especializadas observem regras próprias, (como têm feito jornais e revistas, 
devido a equipamentos fabricados no exterior) provindas de códigos ou normalizações 
específicas (terminologias antropológica, geológica, bibliológica, botânica, zoológica, 
etc.), provenientes de entidades científicas ou normalizadoras, reconhecidas 
internacionalmente. 
 
 
PONTUAÇÃO 
 
Aqui vão algumas brincadeiras para o estudante entender bem o valor de um sinal de 
pontuação: a vírgula. 
 
A primeira foi utilizada em cartazes na Associação Brasileira de Imprensa, quando a 
entidade comemorava 100 anos da sua fundação por Herbert Moses: 
 
100 Anos de Vírgula 
 Vírgula pode ser uma pausa... ou não. 
 Não, espere. 
 Não espere... 
 Ela pode sumir com seu dinheiro. 
 23,4. 
 2,34. 
 Pode criar heróis.. 
 Isso só, ele resolve. 
 Isso só ele resolve. 
 Ela pode ser a solução. 
 Vamos perder, nada foi resolvido. 
 Vamos perder nada, foi resolvido. 
 A vírgula muda uma opinião. 
 Não queremos saber. 
 Não, queremos saber. 
 
 A vírgula pode condenar ou salvar. 
 Não tenha clemência! 
 Não, tenha clemência! 
 Uma vírgula muda tudo. 
 ―ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação.‖ 
 
 Segundo exemplo: 
SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA DE 
QUATRO À SUA PROCURA. 
 
* Se você for mulher, certamente coloca a vírgula depois de MULHER... 
 * Se você for homem, coloca a vírgula depois de TEM... 
 
 
Terceiro exemplo: 
Pontos de Vista 
(Conto de João Anzanello Carrascoza, ilustrado por Will - Revista Nova Escola - 
Edição Nº 165 - Setembro de 2003) 
 
 
 
SAEI - Sistema Augusto de Educação Integrada Ltda. 
 
―Os sinais de pontuação estavam quietos dentrodo livro de Português quando 
estourou a discussão. 
— Esta história já começou com um erro — disse a Vírgula. 
— Ora, por quê? — perguntou o Ponto de Interrogação. 
— Deveriam me colocar antes da palavra "quando" — respondeu a Vírgula. 
— Concordo! — disse o Ponto de Exclamação. — O certo seria: 
"Os sinais de pontuação estavam quietos dentro do livro de Português, quando 
estourou a discussão". 
— Viram como eu sou importante? — disse a Vírgula. 
— E eu também — comentou o Travessão. — Eu logo apareci para o leitor saber que 
você estava falando. 
— E nós? — protestaram as Aspas. — Somos tão importantes quanto vocês. Tanto 
que, para chamar a atenção, já nos puseram duas vezes neste diálogo. 
— O mesmo digo eu — comentou o Dois-Pontos. — Apareço sempre antes das Aspas 
e do Travessão. 
— Estamos todos a serviço da boa escrita! — disse o Ponto de Exclamação. — Nossa 
missão é dar clareza aos textos. Se não nos colocarem corretamente, vira uma 
confusão como agora! 
— Às vezes podemos alterar todo o sentido de uma frase — disseram as Reticências. 
— Ou dar margem para outras interpretações... 
— É verdade — disse o Ponto. — Uma pontuação errada muda tudo. 
— Se eu aparecer depois da frase "a guerra começou" — disse o Ponto de 
Interrogação — é apenas uma pergunta, certo? 
— Mas se eu aparecer no seu lugar — disse o Ponto de Exclamação — é uma 
certeza: "A guerra começou!" 
— Olha nós aí de novo — disseram as Aspas. 
— Pois eu estou presente desde o comecinho — disse o Travessão. 
— Tem hora em que, para evitar conflitos, não basta um Ponto, nem uma Vírgula, é 
preciso os dois — disse o Ponto e Vírgula. — E aí entro eu. 
— O melhor mesmo é nos chamarem para trazer paz — disse a Vírgula. 
— Então, que nos usem direito! — disse o Ponto Final. E pôs fim à discussão. 
 
 
Este foi um recurso de memória que utilizamos para ajudar o estudante a ir se 
aperfeiçoando no uso dos sinais de pontuação, recursos gráficos próprios da 
linguagem escrita. 
Embora não consigam reproduzir toda a riqueza melódica da linguagem oral, eles 
estruturam os textos e procuram estabelecer as pausas e as entonações da fala. 
Podem ser classificados em dois grupos: os sinais de pausa e os sinais de melodia ou 
entonação. 
Finalidades da Pontuação 
Os sinais de pontuação, ligados à estrutura sintática, têm as seguintes finalidades: 
a) assinalar as pausas e as inflexões da voz (a entoação) na leitura; 
b) separar palavras, expressões e orações que, segundo o autor, devem 
merecer destaque; 
c) esclarecer o sentido da frase, eliminando ambigüidades. 
 
 
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Vírgula 
 
A vírgula serve para marcar as separações breves de sentido entre termos vizinhos, 
as inversões e as intercalações, quer na oração, quer no período. A seguir, indicam-se 
alguns casos principais de emprego da vírgula: 
a) para separar palavras ou orações paralelas justapostas, i. é, não ligadas por 
conjunção: 
 Chegou a Brasília, visitou o Ministério das Relações Exteriores, levou seus 
documentos ao Palácio do Buriti, voltou ao Ministério e marcou a entrevista. 
Simplicidade, clareza, objetividade, concisão são qualidades a serem 
observadas na redação oficial. 
b) as intercalações, por cortarem o que está sintaticamente ligado, devem ser 
colocadas entre vírgulas: 
O processo, creio eu, deverá ir logo a julgamento. 
A democracia, embora (ou mesmo) imperfeita, ainda é o melhor sistema de 
governo. 
c) expressões corretivas, explicativas, escusativas, tais como isto é, ou melhor, 
quer dizer, data venia, ou seja, por exemplo, etc., devem ser colocadas entre vírgulas: 
O político, a meu ver, deve sempre usar uma linguagem clara, ou seja, de fácil 
compreensão. 
As Nações Unidas decidiram intervir no conflito, ou por outra, iniciaram as 
tratativas de paz. 
d) Conjunções coordenativas intercaladas ou pospostas devem ser colocadas 
entre vírgulas: 
Dedicava-se ao trabalho com afinco; não obtinha, contudo, resultados. 
O ano foi difícil; não me queixo, porém. 
Era mister, pois, levar o projeto às últimas conseqüências. 
e) Vocativos, apostos, orações adjetivas não-restritivas (explicativas) devem 
ser separados por vírgula: 
Brasileiros, é chegada a hora de buscar o entendimento. 
Aristóteles, o grande filósofo, foi o criador da Lógica. 
O homem, que é um ser mortal, deve sempre pensar no amanhã. 
f) a vírgula também é empregada para indicar a elipse (ocultação) de verbo ou 
outro termo anterior: 
O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os particulares. (A vírgula 
indica a elipse do verbo regulamenta.) 
Às vezes procura assistência; outras, toma a iniciativa. (A vírgula indica a 
elipse da palavra vezes.) 
g) nas datas, separam-se os topônimos: 
São Paulo, 22 de março de 1991. 
 
 
SAEI - Sistema Augusto de Educação Integrada Ltda. 
 
Brasília, 15 de agosto de 1991. 
 
É importante registrar que constitui erro crasso usar a vírgula entre termos que 
mantêm entre si estreita ligação sintática – p. ex., entre sujeito e verbo, entre verbos 
ou nomes e seus complementos. 
Errado: O Presidente da República, indicou, sua posição no assunto. 
Certo: O Presidente da República indicou sua posição no assunto. 
 Nos casos de o sujeito ser muito extenso, admite-se, no entanto, que a vírgula 
o separe do predicado para conferir maior clareza ao período. Ex.: 
 Os Ministros de Estado escolhidos para comporem a Comissão e os 
Secretários de Governo encarregados de supervisionar o andamento das obras, 
devem comparecer à reunião do próximo dia 15. 
 O problema que nesses casos o político enfrenta, sugere que os 
procedimentos devem ser revistos. 
Ponto e Vírgula 
 
O ponto e vírgula, em princípio, separa estruturas coordenadas já portadoras de 
vírgulas internas. É também usado em lugar da vírgula para dar ênfase ao que se quer 
dizer. Ex.: 
Sem virtude, perece a democracia; o que mantém o governo despótico é o 
medo. 
 As leis, em qualquer caso, não podem ser infringidas; mesmo em caso de 
dúvida, portanto, elas devem ser respeitadas. 
Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só 
se dará nos casos de: 
I – cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; 
II – incapacidade civil absoluta; 
III – condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus 
efeitos; 
IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos 
termos do art. 5o, VIII; 
V – improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4o. 
Dois-Pontos 
 
 Emprega-se este sinal de pontuação para introduzir citações, marcar 
enunciados de diálogo e indicar um esclarecimento, um resumo ou uma conseqüência 
do que se afirmou. Ex.: 
Como afirmou o Marquês de Maricá em suas Máximas: ―Todos reclamam 
reformas, mas ninguém se quer reformar.‖ 
Encerrado o discurso, o Ministro perguntou: 
– Foi bom o pronunciamento? 
– Sem dúvida: todos parecem ter gostado. 
 
 
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Mais que mudanças econômicas, a busca da modernidade impõe sobretudo 
profundas alterações dos costumes e das tradições da sociedade; em suma: uma 
transformação cultural. 
Ponto de Interrogação 
 
O ponto de interrogação, como se depreende de seu nome, é utilizado para marcar o 
final de uma frase interrogativa direta: 
Até quando aguardaremos uma solução para o caso? 
Qual será o sucessor do Secretário? 
Não cabe ponto de interrogação em estruturas interrogativas indiretas (em geral em 
títulos): O que é linguagem oficial – Por que a inflação não baixa – Como vencer a 
crise – Etc. 
Ponto de Exclamação 
O ponto de exclamação é utilizado para indicar surpresa, espanto, admiração, súplica, 
etc. Seu uso na redação oficial fica geralmente restrito aos discursos e às peças de 
retórica: 
Povo deste grande País! 
Com nosso trabalho chegaremos lá! 
 
 
 
SINTAXE (do grego syntáxis ―arranjo, disposição‖) 
 
É a parte da Gramática que estuda a palavra, não em si, mas em relação às outras, 
que com ela se

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