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Fundações – capítulo 4: Fundações profundas – capacidade de carga, pré-dimensionamento ____________________________________________________________________________________________ 1 4.3- capacidade de carga de estacas sujeitas à tração (esforço de arrancamento) - exemplos: torres de transmissão de energia e de telefonia (fixa e móvel); estacas submetidas a esforços horizontais ou de flexão como pontes, estruturas off-shore, cais 4.3.1- Capacidade de carga do sistema estaca-solo para esforços de tração A capacidade de carga à tração de uma estaca de seção uniforme pode ser determinada pela soma de duas parcelas: a- resistência lateral b- peso da estaca Fonte: Velloso e Lopes, 2002 Há basicamente 2 tipos de ruptura para estacas submetidas a tração: ruptura na interface solo-estaca e rurtuta segundo uma superfície cônica. Estudos mais recentes apontam que o método de ruptura segundo uma superfície cônica apresenta resultados mais próximos daqueles obtidos em provas de carga à tração. Os métodos de cálculo da resistência lateral das estacas sujeitas à tração podem ser os mesmos já vistos para os casos de estacas que trabalham à compressão. CUIDADO: quando estaca é comprimida, ocorre confinamento do solo, quando estaca é tracionada, ocorre desconfinamento do solo. Recomendação de Velloso, 2002 p.134: reduzir o atrito lateral calculado como compressão (Tf = Qf x70%) ou usar FS maior (2,5). Assim, pode-se calcular: pfpfr WQWTT 7,0 Fundações – capítulo 4: Fundações profundas – capacidade de carga, pré-dimensionamento ____________________________________________________________________________________________ 2 Tr = capacidade de carga ou carga de ruptura da estaca sujeita à tração Tf = parcela de resistência lateral pW = peso da estaca E, portanto Carga admissível a tração: tica)caracterís carga( traçãoa estruturalelementocargacapacidade 2 1 rTT Para resistir aos esforços de tração, pode ser necessário: a- empregar estacas suficientemente longas, onde a resistência lateral equilibra o esforço de tração b- usar estaca com base alargada (tubulões) c- estacas metálicas helicoidais “aparafusadas no terreno” Estacas de base alargada e estacas helicoidais Fundações – capítulo 4: Fundações profundas – capacidade de carga, pré-dimensionamento ____________________________________________________________________________________________ 3 Fonte:WWW.verticebr.com.br Fonte:WWW.verticebr.com.br Fundações – capítulo 4: Fundações profundas – capacidade de carga, pré-dimensionamento ____________________________________________________________________________________________ 4 Tipos, instalação e emenda de estacas metálicas helicoidais (Contagem MG). Fonte: Tsuha, 2007 Fundações – capítulo 4: Fundações profundas – capacidade de carga, pré-dimensionamento ____________________________________________________________________________________________ 5 Prova de carga em estacas helicoidais (tração). Fonte: tese Tsuha, 2007 Fundações – capítulo 4: Fundações profundas – capacidade de carga, pré-dimensionamento ____________________________________________________________________________________________ 6 Fonte: http://www.fec.unicamp.br/~pjra/Arquivo21.pdf Fonte: Carvalho, 2007 mestrado UFMG Fundações – capítulo 4: Fundações profundas – capacidade de carga, pré-dimensionamento ____________________________________________________________________________________________ 7 4.3.2- Capacidade de carga de grupo de estacas sujeitas à tração Quando as estacas estão muito próximas: a capacidade de carga do grupo pode não ser a soma das capacidades de carga das estacas individuais. Motivo: toda a massa de solo encerrada pelo grupo tende a ser puxada para cima. Assim, Tomlinson, 1977 sugere os seguintes métodos para o cálculo da capacidade de carga de grupo de estacas submetido a tração: a- grupo de estacas em solos arenosos e parcialmente argilosos: - distribuição aproximada da carga com ângulo de espraiamento com a vertical tipo 1:4 - peso do volume de terra que tende a ser puxado pode ser adotado como a capacidade de carga do grupo na tração - peso específico submerso é empregado quando o solo está abaixo do NA - coeficiente de segurança pode ser unitário Figura: Grupo de estacas sujeitas a tração em solos granulares. Fonte: Tomlinson, 1977 p. 213 b- grupo de estacas em solos coesivos, a capacidade de carga do grupo na tração será: WsHBL2T ur us = média da resistência não drenada ao longo do grupo W = peso das estacas mais bloco e do solo encerrado pelo grupo - coeficiente de segurança empregado igual a 2. Figura: Grupo de estacas sujeitas a tração em solos coesivos. Fonte: Tomlinson, 1977 p.214 Entretanto, a capacidade de carga calculada pelos métodos anteriores para o grupo deve ser inferior à soma das capacidades de carga calculadas para cada estaca. Fundações – capítulo 4: Fundações profundas – capacidade de carga, pré-dimensionamento ____________________________________________________________________________________________ 8 4.4- atrito negativo em estacas O atrito negativo ocorre em estacas executadas em áreas de aterros, solos granulares ou solos coesivos muito compressíveis. Um detalhe importante: as estacas executadas nesses materiais devem ter sua ponta apoiada numa camada com boa capacidade de suporte (solo firme ou rocha). Ocorre um movimento descendente do solo (recalque) em relação à estaca, causado principalmente pela ação de sobrecargas ou devido a esforços de cravação. O movimento do solo fará desenvolver uma força, que tende a fazer a estaca penetrar no terreno, denominada atrito negativo. No trecho do fuste onde o recalque do solo é maior que o recalque da estaca, ocorre a atrito negativo. - o recalque da camada compressível pode resultar dos seguintes fatores: a) sobrecarga na superfície do terreno b) rebaixamento do NA do terreno c) dissipação de tensões neutras geradas durante a cravação das estacas d) elevação do teor de umidade acima do limite crítico em solos colapsíveis Fonte: Lopes e Velloso, 2002 4.4.1- Avaliação da força de atrito negativo A determinação da força de atrito negativo é complexa e depende: a) das características da estaca (tipo, comprimento e estado da superfície da estaca) b) das características do solo (tipo, compressibilidade e espessura da camada compressível, rigidez da camada firme) c) do tempo de execução da obra O atrito negativo aumenta o esforço de compressão que a estaca como elemento estrutural está submetida, e por isso, a estaca pode chegar a ruptura seja por compressão ou seja por flambagem (Lopes e Velloso p.351) - atrito negativo em solos granulares: técnicas já apresentadas para o cálculo do atrito lateral - atrito negativo em solos coesivos: movimento relativo (estaca-solo) muito lento em comparação com a velocidade de carregamento da estaca Exemplo: cálculo da força de atrito unitária ( a ) negativa em solos coesivos, para baixa velocidade de deslocamento do solo em relação à estaca (de acordo com Bjerrum): Fundações – capítulo 4: Fundações profundas – capacidade de carga, pré-dimensionamento ____________________________________________________________________________________________ 9 ' va k ,' v =tensão efetiva de peso próprio no ponto considerado argila muito siltosa: k = 0,25 argila de baixa plasticidade: k = 0,20 argila de média plasticidade: k = 0,15 argila de alta plasticidade: k = 0,10 - a força de atrito negativo pode ser muito grande, podendo superar a carga de serviço da estaca (capacidade de carga do elemento estrutural). Exemplo: Bjerrum mediu força de atrito negativo, em estacas de aço cravada através de 53 m de argila até encontrar estrato rochoso, da ordem de 1750 kN - capacidade de carga, método das tensões admissíveis, ( Q ) para uma estaca sujeita ao atrito negativo: (item 5.8.1 NBR6122/2010) n lp Q FS QQ Q pQ = resistência de ponta da estaca lQ = resistência lateral do trecho do fuste sem atrito negativo nQ = força de atrito negativo FS = fator de segurança global Ver outros métodos: capítulo 6, Alonso, 1989 - efeito de grupo: as estacas do centro sofrem menor influência (ver Hachich, 1996 p. 299) 4.4.2- Redução do atrito negativo - tratamento superficial da estaca com material viscoso (betume, lama bentonítica) - cravar a estaca, com superfície revestida de betume, com uma ponteira de diâmetro maior que o do fuste da estaca para preservar a camada betuminosa - cravar a estaca dentro de um revestimento, sendo o espaço entre a estaca e o revestimento preenchido com material viscoso. Posteriormente, o revestimento é retirado - estacas escavadas: concretar apenas a parte inferior da estaca, sendo a parte compreendida na zona de aterro constituído de concreto pré-moldado, envolvida por lama bentonítica. 4.4.3- Carregamento assimétrico ou efeito Tschebotarioff em estacas Esse efeito que também ocorre em solos muito compressíveis e que é provocado por sobrecargas unilaterais na superfície. Sobrecarga vertical assimétrica provoca esforços horizontais nas estacas e deslocamentos que podem levá- la a ruptura. Essa situação aparece nos seguintes casos: fundações próximas a aterros executados assimétricos sobre solos muito compressíveis; tanques e galpões de armazenamento como silos e caixas d´água. Fundações – capítulo 4: Fundações profundas – capacidade de carga, pré-dimensionamento ____________________________________________________________________________________________ 10 Fonte: Milititsky, Scnaid, Consoli, 2005 p. 63 Fonte: revista Techné Fundações – capítulo 4: Fundações profundas – capacidade de carga, pré-dimensionamento ____________________________________________________________________________________________ 11 Fonte: Lopes e Velloso, 2002 p. 397 - veja a seguir, fotos veiculadas na internet em 2010 (autoexplicativas). Prédio na China. Fundações – capítulo 4: Fundações profundas – capacidade de carga, pré-dimensionamento ____________________________________________________________________________________________ 12 Fundações – capítulo 4: Fundações profundas – capacidade de carga, pré-dimensionamento ____________________________________________________________________________________________ 13 Fundações – capítulo 4: Fundações profundas – capacidade de carga, pré-dimensionamento ____________________________________________________________________________________________ 14 - veja a seguir o caso de Ubatuba SP Fonte: mestrado USP E.G. Souza, Edifício em Ubatuba, Praia Toninhas Fundações – capítulo 4: Fundações profundas – capacidade de carga, pré-dimensionamento ____________________________________________________________________________________________ 15 4.5- Mecanismo de transferência de carga no sistema estaca-solo - carga aplicada à cabeça da estaca é transferida ao solo adjacente: através do atrito ou adesão ao longo do fuste, e através de sua ponta à profundidade L fp wwQ Figura: Fonte- Araújo, 1999 pw = carga transmitida pela ponta fw = carga transferida ao solo por resistência lateral - relação entre estas parcelas depende: características geotécnicas do solo, das dimensões da estaca, do processo executivo e da magnitude das cargas aplicadas - carga na estaca aumentada gradualmente: veja figura Figura: Fonte Araújo, 1999 - curva carga-recalque apresenta 3 trechos distintos: Fundações – capítulo 4: Fundações profundas – capacidade de carga, pré-dimensionamento ____________________________________________________________________________________________ 16 a) trecho elástico linear onde há linearidade entre Q e b) trecho visco-elástico onde os recalques dependem da velocidade de carregamento c) trecho que apresenta variação crescente de recalques, não sendo mais possível aumentar a carga na estaca - para pequenas cargas ( 1Q ), nenhuma parcela da carga será transferida para a base da estaca - para uma carga maior ( 3Q ), haverá, simultaneamente, mobilização das parcelas de resistência lateral e de ponta - na condição de ruptura, serão mobilizados toda a resistência de ponta ( pQ ) e resistência lateral ( fQ ): fpr QQQ . Mobilização diferencial das parcelas pQ e fQ - mecanismo de transferência de carga do sistema solo-estaca: inicialmente o fuste da estaca é responsável pela transmissão de toda carga aplicada - somente após um certo recalque da estaca, é que a resistência de ponta da estaca começa a ser mobilizada - a relação fpr QQQ pressupõe a condição de que tanto a ponta da estaca como todos os pontos ao longo do fuste da estaca, deslocam-se suficientemente em relação ao solo, de modo a desenvolver simultaneamente, as resistências de ponta e de atrito lateral - resistência lateral é mobilizada para um recalque relativamente pequeno (cerca de 5 a 15 mm; 0,5 a 2% para solos argilosos, 1 a 3% para solos granulares do diâmetro da estaca) - resistência de ponta só é totalmente mobilizada para um recalque relativamente elevado (cerca de 15% do diâmetro da ponta para estaca cravada e de 30%, para estaca escavada; média 20%) Referência: Hachich, 1996 p. 27 e 279 Fundações – capítulo 4: Fundações profundas – capacidade de carga, pré-dimensionamento ____________________________________________________________________________________________ 17 4.6- Grupos de estacas Espaçamento entre as estacas - espaçamento entre as estacas: minimizar efeito inchamento do solo causado pela cravação em material compacto e do amolgamento de solos argilosos - o espaçamento entre as estacas não deve ser muito grande para evitar blocos de coroamento muito caros - cravação das estacas: do centro do grupo para fora de modo a evitar o confinamento do solo no interior do grupo - NBR 6122: espaçamento é condicionado por razões de ordem executiva e econômica Fonte: Lopes e Velloso, 2002 4.6.1-Capacidade de carga de grupo de estacas - estabelecida através do conceito de eficiência do grupo de estacas - eficiência: relação entre a capacidade de carga do grupo e a soma das capacidades de carga de cada estaca, consideradas isoladamente ri rg Q Q rgQ = capacidade de carga do grupo riQ = capacidade de carga de i-ézima estaca do grupo, considerada isoladamente = eficiência do grupo. - caso grupo com estacas idênticas: rrg QnQ n = número de estacas; rQ = capacidade de carga de uma das estacas,considerada isoladamente. -“a eficiência do grupo depende da forma e tamanho do grupo, do espaçamento entre as estacas, do tipo de estaca e do tipo de solo” Cintra e Aoki, 2010 p. 31 Fundações – capítulo 4: Fundações profundas – capacidade de carga, pré-dimensionamento ____________________________________________________________________________________________ 18 Grupo de estacas em solos argilosos Pode-se dizer que a eficiência diminui com a redução do espaçamento entre as estacas. Antigamente a avaliação da eficiência do grupo através de fórmulas empíricas. 1. Fórmula de Converse-Labarre 90nm n1mm1n 1 , m = número de filas de estacas; n = número de estacas por fila; d = diâmetro das estacas; s = espaçamento entre as estacas; )( s d arctg . 2. Regra de Felds capacidade de carga de uma estaca no grupo deve ser reduzida de 16 1 para cada estaca adjacente O cálculo da eficiência do grupo através desses métodos, para os espaçamentos freqüentes na prática (2,5 d a 4 d), resultava em uma eficiência da ordem de 0,7 a 0,85. Atualmente, após realização de ensaios em grupos de estacas, verificou-se que a eficiência é geralmente superior ou igual a unidade. Grupos de estacas em solos granulares Na cravação de estacas ocorre a compactação do solo na vizinhança do grupo. Por isso, a eficiência tende a ser superior à unidade. Experimentos recentes apresentam resultados da ordem de 1,5 a 1,7 para a eficiência do grupo em solos granulares. (Vesic, 1967 e Cintra e Albiero, 1989). Entretanto, esse efeito não é, geralmente, considerado no projeto. Observações: - a realização de ensaios em grupo de estacas tem demonstrado que a eficiência é igual ou superior a unidade, mesmo para solos argilosos. Cintra e Aoki, 2010 p. 31. Explicação provável: “efeito setup” ou cicatrização dos solos ao longo do tempo (aumento da resistência) - bloco de coroamento também transmite carga diretamente para o solo. Ensaios de campo verificaram contribuição de 20% carga (Cintra e Aoki, 2010 p. 32). Esse efeito não é considerado no projeto. - NBR 6122/2010 item 8.3: recalque do grupo é diferente do recalque estaca isolada. Verificar carga admissível do grupo, não pode ser superior a capacidade de carga de uma sapata fictícia de mesmo contorno do grupo, assentada a uma profundidade igual a 1/3 do comprimento de penetração na camada de suporte. Veja figura. Fundações – capítulo 4: Fundações profundas – capacidade de carga, pré-dimensionamento ____________________________________________________________________________________________ 19 4.7- Distribuição da carga entre as estacas de um grupo (Estática do Estaqueamento) - blocos rígidos sobre conjuntos de estacas, verticais ou inclinadas, aparecem com freqüência em obras viárias e industriais - análise estrutural dos grupos de estacas: aplicação da teoria das estruturas - cálculo dos esforços atuantes em cada estaca de um grupo: problema complexo - motivo: interação do bloco com as estacas e o solo e interação das estacas com o solo, efeito da instalação das estacas nas propriedades do solo, variação das propriedades do solo com a profundidade, etc. - processos clássicos (Nokkentved, Schiel e Stamato) para a solução do problema fazem hipóteses simplificadoras: a) blocos de rigidez infinita b) estacas iguais e bi-articuladas nas extremidades c) ação do solo sobre as estacas negligenciada d) existência de planos de simetria no estaqueamento - soluções mais realistas do problema fazem uso de métodos numéricos: consideram a interação do solo com as estacas, variação de propriedades do solo com a profundidade, etc. Casos Particulares 1- Estaqueamento vertical com carga vertical centrada -carga de cada estaca: P/n P = carga aplicada ao bloco n = número de estacas do grupo 2- Estaqueamento vertical, carregado com carga vertical excêntrica - adotando-se um sistema de referência baricêntrico, tem-se: cxz yFM cxy ZFM - admitindo-se que após o carregamento, a face do bloco permaneça plana, tem-se: ZcybaL ''' , 'a , 'b e 'c = constantes AE LN L = encurtamento da estaca Fundações – capítulo 4: Fundações profundas – capacidade de carga, pré-dimensionamento ____________________________________________________________________________________________ 20 Portanto, a carga numa estaca será: cZbyaL L AE N . Impondo as condições de equilíbrio, temos: ZcybanNFx ; 2y ZcyZbZaNZM . yZcybyayNM 2z . - Como o sistema de referência é baricêntrico: 0Zy solução do sistema de equações fornece os valores de a, b e c que permitem o cálculo dos esforços N nas estacas: i yzzzy i yzyzyx i Z IMIM y IMIM n F N ; 2 yzzy III , yZI,ZI,yI yz2y2z . - determinados os esforços em cada estaca, é necessária a verificação da estabilidade da estaca sob o carregamento encontrado - Quando os eixos OY e OZ são de simetria do estaqueamento, as equações se reduzem a: i2i y i2 i zx i Z. Z M y. y M n F N . Fundações – capítulo 4: Fundações profundas – capacidade de carga, pré-dimensionamento ____________________________________________________________________________________________ 21 4.9- Dimensionamento geométrico de fundações profundas, estacas - carga nominal da estaca: capacidade de carga do elemento estrutural - carga de trabalho do conjunto estaca-solo: deve estar muito próxima do valor da carga nominal, para isso é necessário adequar o comprimento da estaca (solução mais econômica) - calcular carga média dos pilares - bloco econômico: 3 estacas por pilar com carga média - número de estacas por pilar: eP P n 1,1 onde: P carga no pilar, eP : carga de trabalho da estaca - para blocos sobre 1 ou 2 estacas, usar vigas baldrame ou alavanca para aumentar a rigidez da direção mais fraca - blocos n > 5 ou 6 estacas: adotar outra carga de trabalho maior - blocos com cargas mais leves e blocos com cargas mais pesadas - para um mesmo bloco cargas das estacas devem ser iguais. É comum em grandes obras a presença de estacas com diâmetros diferentes, mas sempre em blocos diferentes. dimensões dos blocos - centro de gravidade coincidente com centro de carga (sempre que possível) - distância entre eixos das estacas (d): 2,5 estaca – pré-moldada 3 estaca – moldada no local - distância entre eixos das estaca e face do bloco (c): ½ estaca +15cm - dimensão mínima do bloco 60cm pilares de divisa - aceita-se execução de blocos com até 4 estacas alinhadas - objetivo: menor excentricidade possível - observar distância mínima da divisa (a) que depende do equipamento de execução da estaca e diâmetro mesma - usar viga alavanca ou viga de equilíbrio para combater excentricidade do bloco - não é necessário calcular alívio do pilar central pilares próximos - blocos associados: CG bloco deve coincidir com CC pilares - são raros: por ex. elevadores de edifícios pilares no alinhamento da rua - bloco pode avançar 1m ou 2/3 do passeio, além do alinhamento reformulação de blocos - quando 1 estaca do bloco não pode ser aproveitada: reformular - manter CG ou verificar cargas Fundações– capítulo 4: Fundações profundas – capacidade de carga, pré-dimensionamento ____________________________________________________________________________________________ 22 - manter espaçamentos mínimos - não usar seções diferentes nas estacas reformuladas - ver exemplos em figuras seguintes Blocos submetidos à carga vertical e momento fletor - verificar carga em cada estaca i2i y i2 i zx i Z. Z M y. y M n F N - comparar os valores de carregamento diferenciado das estacas com a capacidade de carga do sistema estaca-solo. - quando carregamento produzir estacas tracionadas: usar viga alavanca para absorver momento fletor ou redimensionar o bloco. Limites aceitáveis para excentricidade e desaprumo de execução - NBR 6122/2010 item 8.5.6 e 8.5.7 - excentricidade máxima: desvio entre o eixo da estaca e o ponto de aplicação da resultante do pilar (eixo inicialmente previsto) 10% da menor dimensão da estaca. Caso contrário, considerar no cálculo do bloco a excentricidade executiva. - desaprumo máximo: 1/100 do comprimento da estaca. Caso contrário, recalcular esforços atuantes. Outras verificações durante execução - verificar se ocorre levantamento ou deslocamento lateral das estacas já executadas. Se necessário, cravar ou prensar novamente. - densificação do solo pode exigir uso de pré-furação ou revisão do espaçamento entre estacas Fundações – capítulo 4: Fundações profundas – capacidade de carga, pré-dimensionamento ____________________________________________________________________________________________ 23 Figura: Representação esquemática de blocos sobre estacas. Fonte: Cintra e Albiero, 1984 Fundações – capítulo 4: Fundações profundas – capacidade de carga, pré-dimensionamento ____________________________________________________________________________________________ 24 Figura: Representação esquemática de soluções na reformulação de blocos que apresentam problemas com quebra de estacas na etapa de execução das mesmas. Fonte: Cintra e Albiero, 1984 Fundações – capítulo 4: Fundações profundas – capacidade de carga, pré-dimensionamento ____________________________________________________________________________________________ 25 Estacas e seu comprimento Tabela: Valores limites do SPT para parada de estacas Tipo de estaca detalhe Valores limites do NSPT Pré-moldada de concreto Diâmetro < 30cm 2515 SPTN 80 SPTN Diâmetro ≥ 30cm 3515 SPTN Perfil metálico 5515 SPTN Tubada (oca, ponta fechada) 4020 SPTN Strauss 2510 SPTN Franki Solos arenosos 158 SPTN Solos argilosos 4020 SPTN Estação e diafragma com fluido estabilizante 8030 SPTN Hélice contínua 4520 SPTN ômega 4020 SPTN raiz 60SPTN penetra rocha sã Fonte: Cintra e Aoki, 2010 Fundações – capítulo 4: Fundações profundas – capacidade de carga, pré-dimensionamento ____________________________________________________________________________________________ 26 4.10-Tubulões: capacidade de carga e dimensionamento geométrico A capacidade de carga de um tubulão pode ser calculada de forma semelhante as estacas escavadas. Entretanto, é usual no meio técnico se desprezar a resistência lateral e o peso próprio (estrutural) do tubulão. Quando se despreza a resistência lateral, o cálculo da capacidade de carga se resume no cálculo da capacidade de carga de uma placa colocada em profundidade. Esse problema já foi resolvido no estudo das fundações rasas. A capacidade de carga da base pode ser determinada por métodos teóricos ou correlações com os resultados dos ensaios CPT e SPT Alonso (1983) propôs fórmula para o cálculo da tensão admissível ( ) do solo sob a base do tubulão: 30 SPTN (MPa) NSPT = média do SPT numa profundidade de duas vezes o diâmetro da base a partir da cota de apoio e 186 SPTN (Cintra et al. 2003, p.82) diâmetro da base do tubulão circular (B ou Db): P DB P B b 4 4 2 área da seção do fuste : calculada pela equação: cd dPA cd = tensão resistente de projeto do concreto à compressão dP = carga aplicada verticalmente ao tubulão (Pk) multiplicada pelo coeficiente de majoração discriminado em norma ( 4,1f ) Dimensionamento Geométrico de Tubulões É necessário conhecer cota de apoio do tubulão e taxa de trabalho ( ) O dimensionamento diâmetro do fuste, depende do elemento estrutural ou das características do concreto. Assim, adotando-se 4,1f e 5,1c , tem-se: 5,1 85,0 )4,1(4 ck k f f P D Veja item 8.6.4 NBR6122/2010 Fundações – capítulo 4: Fundações profundas – capacidade de carga, pré-dimensionamento ____________________________________________________________________________________________ 27 O dimensionamento da base alargada do tubulão depende da taxa de trabalho do solo (tensão admissível) kb P D 4 A altura e alargamento da base, devem resistir aos esforços de tração e assim - CG base coincidente com CG fuste coincidente com CG pilar - Tubulões a céu aberto Df mínimo 70 cm (prática correta, para permitir entrada e saída de operários com segurança) Hachich, 1986, p. 400 - altura máxima (h) deve ser 1,8m (NBR6122/2010, a antiga adotava 2m, Hachich, 1996 p.400). Admite-se 3m para tubulões pneumáticos. - rodapé 20cm - peso próprio do tubulão não é usado no dimensionamento: igual a resistência lateral ao longo do fuste - pilares de divisa: usar falsa elipse para diminuir excentricidade, usar viga alavanca - calcular R1, adotar x tal que r< x <3r - calcular Df, h - usar metade do alívio no pilar central Fundações – capítulo 4: Fundações profundas – capacidade de carga, pré-dimensionamento ____________________________________________________________________________________________ 28 Figura: Representação esquemática de um tubulão isolado. Fonte: Cintra e Albiero, 1984 Fundações – capítulo 4: Fundações profundas – capacidade de carga, pré-dimensionamento ____________________________________________________________________________________________ 29 Figura: Fonte: Cintra & Albiero, 1984
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