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Arte pre colombiana

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Prof. Antônio Beethoven
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I – CONCEITO 
Arte pré-colombiana se refere ao período anterior à chegada de Colombo ao Novo Mundo, antes que a mundividência e os costumes europeus começassem a influenciar a produção artística dos autóctones da América Boreal, Central e Austral. Flechas de 10000 a. C. e cerâmicas de 2000 a. C. de quão antiga é a cultura do Novo Mundo. A Arte tinha importância vital para a sociedade tribal. Atribuíam-se poderes mágicos a objetos como máscaras e cachimbos, usados nos rituais religiosos. Numa vida de incertezas, esperava-se que esses objetos apaziguassem a natureza e ajudassem a sobrevivência da tribo.
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Além de tomarem parte em eventos importantes, cerimônias de iniciação, enterros e festivais, os objetos eram muito valorizados porque os indígenas prezavam o costume de dar presentes, por sinal, de alta qualidade, conferindo prestígio a quem o dava. Os artistas se esmeravam nos trabalhos em metal, cerâmica, cestaria e tecelagem. Os nativos eram outrossim excelentes em pintura mural. Seu estilo tendia para o abstrato, com pictogramas estilizados, flutuando ao léu, como nas pinturas em cavernas, sem indicação de perspectiva ou de primeiro plano. 
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Muito da arte indígena era inspirada por visões. Sacerdote e curandeiro, o xamã reproduzia objetos que os deuses lhe revelavam enquanto estava em transe. Um dos resultados das reproduções desses impulsos subconscientes são as extremamente distorcidas máscaras esquimós, que estão entre as mais originais obras de Arte já vistas.
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c. 3000 a.C.-250 d.C – Época Pré-clássica da Cultura Maia.
c. 1200-400 a.C. – Cultura Olmeca no México.
Depois de 1000 a.C. – Huastecas e Zapotecas no México.
1000-200 a.C. – Cultura Paracas no Peru.
900-200 a.C. – Cultura Chavín no Peru.
400 a.C.-60 d.C. – Cultura Nazca no Peru.
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100-700 d.C. – Cultura Moche no Peru.
200-900 d.C. – Época Clássica dos Maias.
690-1519 – Mixtecas no México.
720-1150 – Toltecas no México.
900-1519 – Época Pós-clássica Maia.
1200-1572 – Época dos Grandes Governantes Incas (Sapa Inca)
1200 d.C. – Fundação da capital inca: Cuzco.
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C. 1325 d.C. – Fundação da capital asteca: Tenochtitlán.
1371-1520 – Era dos Governantes de Tenochtitlán.
1440-1469 – Montezuma I expande o Império Asteca e o transforma numa grande potência.
1471-1493 – Fastígio do Império Inca, sob Topa Inca Yupanqui.
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1493-1527 – O soberano inca Huayna Cápac conquista porções do que hoje é a Colômbia.
1519-1544 – Campanhas hispânicas de Conquista, um dos maiores atos de genocídio da História.
1527-1532 – Guerra Civil Inca entre os irmãos Atahualpa e Huáscar enfraquece o Império Inca ante os conquistadores espanhóis.
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1533 – Após o assassinato de Huáscar, Atahualpa é executado pelos conquistadores espanhóis.
1570-1572 – Túpac Amaru lidera o movimento de resistência final à Conquista Hispânica, sendo cruenta e impiedosamente supresso pela Coroa ibérica.
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II – OLMECAS
Os Olmecas foram o povo que esteve na origem da cultura olmeca, a antiga cultura pré-colombiana da Mesoamérica que se desenvolveu nas regiões tropicais do centro-sul do atual México durante o pré-clássico, aproximadamente onde hoje se localizam os estados mexicanos de Veracruz e Tabasco, no Istmo de Tehuantepec, numa zona designada área nuclear olmeca. A cultura olmeca floresceu nesta região aproximadamente entre 1500 e 400 a.C., e crê-se que tenha sido a civilização-mãe de todas as civilizações mesoamericanas que se desenvolveram posteriormente. No entanto, desconhece-se a sua exacta filiação étnica, ainda que existam numerosas hipóteses colocadas para tentar resolver esta questão. O etnónimo olmeca foi cunhado pelos arqueólogos do século XX, e não devem confundir-se com os muito posteriores olmecas-xicalancas que ocuparam vários locais do México central, como Cacaxtla.
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Apesar de ser considerada há muito a civilização-mãe de todas as culturas mesoamericanas que lhe são posteriores, não está ainda claro qual foi o processo que deu origem ao estilo artístico nem se os seus traços culturais característicos foram inicialmente desenvolvidos na Área Nuclear Olmeca (Área Olmeca). Sabe-se que pelo menos alguns desses traços podem ter aparecido inicialmente em Chiapas ou nos Vales Centrais de Oaxaca. Uma das questões que se mantém em aberto é o porquê da existência de numerosos sítios olmecas na região da depressão do Balsas, em Guerrero.
Contudo, qualquer que tenha sido a origem da cultura olmeca, a rede de trocas comerciais por ela estabelecida com várias regiões da Mesoamérica fez com que a sua influência cultural se tenha estendido muito além da Área Olmeca, como indicam trabalhos de arte olmeca encontrados em Chiapas, Guerrero, Oaxaca, Vale do México e até no actual El Salvador. Entre os vestígios culturais desta influência encontram-se o culto das montanhas e das cavernas, o culto da Serpente Emplumada como deidade associada à agricultura, o simbolismo religioso do jade, além do próprio estilo artístico reelaborado nos séculos que se seguiram ao declínio dos principais centros urbanos olmecas.
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Como a primeira das civilizações da Mesoamérica, os olmecas são creditados, ou especulativamente creditados, com muitas criações, incluindo o jogo de bola mesoamericano, sangria sacrificial e talvez sacrifícios humanos, escrita e epigrafia, e as invenções do zero e do calendário mesoamericano. A sua organização política baseada em reinos de cidades-estado fortemente hierarquizados foi imitada por praticamente todas as civilizações mexicanas e centroamericanas que se lhes seguiram. Alguns, como o historiador de arte Miguel Covarrubias, postulam mesmo que os olmecas terão criado os antecessores de muitas das divindades mesoamericanas mais tardias.
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As principais formas artísticas olmecas que sobreviveram ao passar dos séculos são a estatuária monumental e pequenas obras em jade. Muita da arte olmeca é altamente estilizada e usa uma iconografia que reflecte um significado religioso. Contudo, alguma arte olmeca é surpreendentemente naturalista, exibindo uma precisão relativamente à anatomia humana provavelmente apenas igualada na América pré-colombiana pela melhor arte maia da era clássica. Motivos comuns incluem bocas descaídas e olhos mongólicos, ambos vistos como representações dos jaguares-homens.
Além de temas humanos, os artesãos olmecas dedicavam-se à representações de animais, por exemplo, as vasilhas em forma de peixe e de ave na galeria abaixo.
Enquanto as figuras olmecas são encontradas abundantemente em sítios datados de todo o período formativo, são os monumentos em pedra como as cabeças colossais a imagem de marca da cultura olmeca. Estes monumentos podem ser divididos em quatro classes:
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Cabeças colossais .
"Altares" rectangulares ou, mais provavelmente, tronos, como o Altar 5 mostrado acima.
Escultura, como os "gémeos" de El Azuzul ou do monumento 1 de San Martín Pajapan.
Estelas, como o Monumento 19 de La Venta acima. Estes monumentos foram de um modo geral criados mais tarde que os tipos anteriores. Com o tempo evoluíram de simples representações de figuras, como o Monumento 19 ou a Estela 1 de La Venta, para representações de acontecimentos históricos, sobretudo actos de legitimação de governantes. Esta tendência culminaria nos monumentos pós-olmecas como a Estela 1 de La Mojarra, a qual combina imagens de governantes com escrita e datas de calendário.
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O aspecto da civilização olmeca mais largamente reconhecido, são as enormes cabeças, cobertas com o que parecem ser capacetes. Uma vez que nenhum texto pré-colombiano os explica, este monumentos impressionantes têm sido objecto de muita especulação. Antes consideradas representações de jogadores do jogo de bola, é actualmente aceite que estas cabeças são retratos de governantes.
São 17 as cabeças colossais desenterradas até hoje.
Sítio Nº de unidades
Designações San Lorenzo 10 Cabeças colossais 1 até 10 La Venta 4 Monumentos 1 até 4 Tres Zapotes 2 Monumentos A e Q Rancho la Cobata 1 Monumento 1 Relativamente ao seu tamanho, as cabeças variam desde a cabeça de Rancho La Cobata com 3,4 metros de altura, até ao par de Tres Zapotes, com 1,47 metros de altura. Estima-se que as cabeças maiores pesem mais de 20 toneladas.
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As cabeças foram talhadas a partir de blocos individuais de basalto oriundos da Sierra de los Tuxtlas. As cabeças de Tres Zapotes foram esculpidas em basalto do Cerro el Vigía, na extremidade oriental dos Tuxtlas. Por outro lado, as cabeças de San Lorenzo e de La Venta, foram provavelmente talhadas em basalto proveniente do Cerro Cintepec, no lado sudeste dos Tuxtlas, talvez nas oficinas do sítio vizinho de Llano del Jícaro, e arrastadas ou levadas por rio até ao seu destino final. Foi estimado que seriam necessários os esforços de 1500 pessoas durante três a quatro meses para deslocar uma cabeça colossal desta forma.
Algumas das cabeças, bem como muitos outros monumentos, foram mutiladas, enterradas e desenterradas, recolocadas em novos locais e/ou reenterradas. Sabe-se que alguns monumentos, e pelo menos duas cabeças, foram recicladas ou novamente talhadas, mas não se sabe se tal se deve apenas à escassez de pedra ou se tais actos tinham conotações rituais ou outras. Suspeita-se igualmente que o significado de algumas das mutilações vai além da mera destruição, mas alguns estudiosos não excluem conflitos internos, ou de forma menos provável uma invasão, como estando na origem destas mutilações.
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As feições das cabeças (nomeadamente as faces planas e os lábios grossos) têm sido causa de debate devido à sua aparente semelhança com características faciais africanas. Baseando-se nesta comparação, alguns têm insistido que os olmecas eram africanos que migraram para o Novo Mundo. Porém, os principais estudiosos da Mesoamérica actualmente rejeitam esta hipótese, e oferecem outras explicações possíveis para as características das faces das cabeças colossais. Outros fazem notar que, além do nariz achatado e dos lábios grossos, as cabeças exibem dobras epicânticas tipicamente asiáticas, e que todos estes traços faciais podem ainda hoje ser encontrados nos indígenas mesoamericanos actuais.
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III – ZAPOTECAS
Os zapotecas são um povo nativo do sul do México que, a partir do século IV, ocupou a região do México situada entre o istmo de Tehuantepec e Acapulco, fixando-se posteriormente em Oaxaca. Actualmente as línguas zapotecas constituem uma família de 15 línguas diferentes que se encontram em perigo de cair em desuso. Na época pré-colombiana foram uma das mais importantes civilizações mesoamericanas.
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Pouco se sabe sobre a origem dos zapotecas. Ao contrário da maioria dos povos indígenas da Mesoamérica, os zapotecas não tinham nenhuma tradição ou lenda sobre a sua migração, exceptuando a crença de que nasceram directamente das rochas, árvores e jaguares.
As provas arqueológicas indicam que esta cultura terá aparecido há cerca de 2500 anos. Cerca do ano 800 a.C., durante o período pré-clássico, os zapotecas estabeleceram-se nos vales centrais do actual estado de Oaxaca. Assim, enquanto Teotihuacan florescia no centro do México e as cidades maias no sudeste, Monte Albán, centro cerimonial construído no alto de uma colina, era a cidade mais importante da região de Oaxaca.
Os primeiros zapotecas eram sedentários, vivendo em povoados agrícolas. Adoravam um conjunto de deuses dos quais se destaca o deus da chuva, Cocijo, representado por um símbolo da fertilidade que combinava os símbolos da terra-jaguar e do céu-serpente, símbolos comuns nas culturas mesoamericanas. Os rituais religiosos, que por vezes incluíam sacrifícios humanos, eram regulados por uma hierarquia sacerdotal. Os zapotecas adoravam os seus antepassados e, crendo num mundo paradisíaco, desenvolveram o culto dos mortos. Um dos seus grandes centros religiosos era Mitla. A magnífica cidade de Monte Albán foi sede de uma civilização bastante desenvolvida, possivelmente há mais de 2000 anos.
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 Desenvolvimento cultural
São muitos e variados os achados arqueológicos na antiga cidade de Monte Albán; edifícios, estádios de jogo da bola, túmulos magníficos e mercadorias valiosas, incluindo joalharia em ouro finamente trabalhada. Monte Albán foi a primeira grande cidade do hemisfério ocidental e centro de um estado zapoteca que dominou grande parte do que é hoje o estado de Oaxaca.
Os zapotecas desenvolveram uma agricultura muito variada e para ter boas colheitas rendiam culto ao sol, à chuva, à terra e ao milho.
As mulheres e os homens do povo, que viviam nas aldeias, estavam obrigados a entregar como tributo milho, perus, mel e feijão. Para além de agricultores os zapotecas destacaram-se como tecelões e oleiros. São famosas as urnas funerárias zapotecas, vasilhas de barro colocadas sobre os túmulos. Os zapotecas alcançaram um elevado nível cultural tendo, juntamente com os maias, sido um dos povos mesoamericanos que desenvolveu um completo sistema de escrita. Através de hieróglifos e outros símbolos gravados em pedra ou pintados nos edifícios e túmulos, combinaram a representação de ideias e sons.
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Decadência
Monte Albán dominou os vales até finais do período clássico e, como outras cidades mesoamericanas, perdeu o seu esplendor entre os anos 700 e 1200. No entanto, a cultura zapoteca permaneceria nos vales de Oaxaca, Tabasco e Veracruz.
Vindos do norte, os mixtecas tomaram o lugar dos zapotecas em Monte Albán e Tikal e mais tarde em Mitla. Em meados do século XV, os zapotecas e os mixtecas lutaram para evitar o controlo dos astecas sobre as rotas comerciais em direcção a Chiapas, Veracruz e Guatemala. Sob o comando do rei Cosijoeza, os zapotecas aguentaram um longo sítio na montanha rochosa de Giengola, mantendo o controlo sobre Tehuantepec bem como a autonomia política, através de uma aliança com os astecas até à chegada dos espanhóis.
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Cultura
Urna funerária na forma de um "deus morcego" ou jaguar, de Oaxaca, datado 300 - 650 d.C.. Altura: 23 cm.
Monte Albán é um conjunto arquitectónico sagrado que faz parte dos costumes religiosos do dos povos mesoamericanos. Foi construída em várias plataformas escalonadas como pirâmides de diferentes alturas. Ali se faziam jogos de bola. Distingue-se de outros complexos arqueológicos da Mesoamérica, pela inclusão de edifícios provavelmente dedicados ao culto funerário.
Encontraram-se também em Monte Albán relevos gravados em estelas de pedra, representando indivíduos com deformidades corporais, conhecidos por danzantes. Há quem defenda tratar-se de um registo visual de patologias médicas.
Os códices mixteco-zapotecas permitiram conhecer a vida e os costumes da região. São documentos de escrita hieroglífica sobre pele de veado e profusamente coloridos.
Em Mitla, outro lugar com testemunhos deste povo, subsistem pinturas murais feitas sobre um fundo vermelho que representam a águia, os deuses nocturnos e Cocijo. Em Hierve el Agua, os zapotecas criaram um sistema artificial de rega que é único na Mesoamérica.
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Os zapotecas desenvolveram um calendário e um sistema logofonético de escrita que utilizava um carácter individual para representar cada sílaba da linguagem. Este sistema é considerado como a base de outros sistemas de escrita mesoamericanos desenvolvidos pelos olmecas, maias, mixtecas e astecas. Na capital asteca, Tenochtitlan, viviam artesãos zapotecas e mixtecas, cuja actividade era o fabrico de jóias para os Tlatoannis ou imperadores astecas, entre os quais o famoso Montezuma II.
As relações do império asteca com o centro do México deram-se desde muito cedo, como é atestado pelas ruínas do bairro zapoteca de Teotihuacan e por uma casa em Monte Albán. Outros sítios arqueológicos
pré-colombianos de origem zapoteca são Lambityeco, Dainzu, Mitla, Yagul, San José Mogote e Zaachila.
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Actualmente, os descendentes dos zapotecas dividem-se em dois grupos principais; o maior situa-se nos vales a sul da serra de Oaxaca e outro no sul do Istmo de Tehuantepec; existem ainda pequenos povoados em Veracruz, Guerrero e Chiapas. Todos juntos estes grupos totalizam cerca de 400 000 pessoas. Apesar de convertidos ao Catolicismo, sobrevivem ainda algumas das suas práticas ancestrais, como o enterro dos mortos com dinheiro. Do ponto de vista linguístico o zapoteca, faz parte da família de línguas de Oaxaca, estando entre as línguas indígenas do México com maior número de falantes.
O descendente zapoteca mais famoso da era moderna foi o antigo presidente do México Benito Juárez (1806-1872).
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IV – MAIAS
A civilização maia foi uma cultura mesoamericana pré-colombiana, notável por sua língua escrita (único sistema de escrita do novo mundo pré-colombiano que podia representar completamente o idioma falado no mesmo grau de eficiência que o idioma escrito no velho mundo), pela sua arte, arquitetura, matemática e sistemas astronômicos. Inicialmente estabelecidas durante o Período pré-clássico (2000 a.C. a 250 d.C.), muitas cidades maias atingiram o seu mais elevado estado de desenvolvimento durante o Período clássico (250 d.C. a 900 d.C.), continuando a se desenvolver durante todo o período pós-clássico, até a chegada dos espanhóis. No seu auge, era uma das mais densamente povoadas e culturalmente dinâmicas sociedades do mundo.
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A civilização maia divide muitas características com outras civilizações da Mesoamérica, devido ao alto grau de interação e difusão cultural que caracteriza a região. Avanços como a escrita, epigrafia e o calendário não se originaram com os maias; no entanto, sua civilização se desenvolveu plenamente. A influência dos Maias pode ser detectada em países como Honduras, Guatemala, El Salvador e na região central do México, há mais de 1000 km da área Maia. Muitas influências externas são encontrados na arte e arquitetura Maia, o que acredita-se ser resultado do intercâmbio comercial e cultural, em vez de conquista externa direta. Os povos maias nunca desapareceram, nem na época do declínio no Período Clássico, nem com a chegada dos conquistadores espanhóis e a subsequente colonização espanhola das Américas. Hoje, os maias e seus descendentes formam populações consideráveis em toda a área antiga maia e mantém um conjunto distinto de tradições e crenças que são o resultado da fusão das ideologias pré-colombianas e pós-conquista (e estruturado pela aprovação quase total do catolicismo romano). Muitas línguas maias continuam a ser falados como línguas primárias ainda hoje; o Rabinal Achí, uma obra literária na língua achi, declarada uma obra-prima do Patrimônio Oral e Imaterial da Humanidade pela UNESCO em 2005.
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As evidências arqueológicas mostram que os maias começaram a edificar sua arquitetura cerimonial há 3000 anos. Entre os estudiosos, há um certo desacordo sobre os limites e diferenças entre a civilização maia e a cultura mesoamericana pré-clássica vizinha dos olmecas. Os olmecas e os maias antigos parecem ter-se influenciado mutuamente.
Os monumentos mais antigos consistem em simples montículos remanescentes de tumbas, precursoras das pirâmides erguidas mais tarde.
Eventualmente, a cultura olmeca ter-se-ia desvanecido depois de dispersar a sua influência na península de Iucatã, na Guatemala e em outras regiões.
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Os maias construíram as famosas cidades de Tikal, Palenque, Copán e Calakmul, e também Dos Pilas, Uaxactún, Altún Ha, e muitos outros centros habitacionais na área. Jamais chegaram a desenvolver um império embora algumas cidades-estado independentes tenham formado ligas temporárias, associações e mesmo rápidos períodos de suserania. Os monumentos mais notáveis são as pirâmides que construíram em seus centros religiosos, junto aos palácios de seus governantes. Outros restos arqueológicos muito importantes são as chamadas estelas (os maias as chamam de tetún, ou "três pedras"), monolitos de proporções consideráveis que descrevem os governantes da época, sua genealogia, seus feitos de guerra e outros grandes eventos, gravados em caracteres hieroglíficos.
Os maias tinham economia preponderantemente agrícola embora praticassem ativamente o comércio em toda a Mesoamérica e possivelmente para além desta. Entre os principais produtos do comércio estavam o jade, o cacau, o sal e a obsidiana.
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Nos séculos VIII e IX a cultura maia clássica entrou em decadência, abandonando a maioria das grandes cidades e as terras baixas centrais. A guerra, doenças, inundações e longas secas, ou ainda a combinação destes fatores são freqüentemente sugeridos como os motivos da decadência.
Existem evidências de uma era final em que a violência se expandia: cidades amplas e abertas foram então fortemente guarnecidas por muradas, às vezes visivelmente construídas às pressas. Teoriza-se também com revoltas sociais em que classes campesinas acabaram se revoltando contra a elite urbana nas terras baixas centrais.
Os estados maias pós-clássicos também continuaram prosperando nos altiplanos do sul. Um dos reinos maias desta área, Quiché, é o responsável pelo mais amplo e famoso trabalho de historiografia e mitologia maias, o "Popol Vuh".
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Muitos consideram a arte maia da Era Clássica (200 a 900 d.C.) como a mais sofisticada e bela do Novo Mundo antigo. Os entalhes e relevos em estuque de Palenque e a estatuária de Copán são especialmente refinados, mostrando uma graça e observação precisa da forma humana, que recordaram aos primeiros arqueólogos da civilização do Velho Mundo, daí o nome dado à era.
Somente existem fragmentos da pintura avançada dos maias clássicos, a maioria sobrevivente em artefatos funerários e outras cerâmicas. Também existe uma construção em Bonampak que tem murais antigos e que, afortunadamente, sobreviveram a um acidente desconhecido até hoje.
Com as decifrações da escrita maia se descobriu que essa civilização foi uma das poucas nas quais os artistas escreviam seu nome em seus trabalhos.
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A arquitetura maia abarca vários milênios; ainda assim, mais dramática e facilmente reconhecíveis como maias são as fantásticas pirâmides escalonadas do final do período pré-clássico em diante. Durante este período da cultura maia, os centros de poder religioso, comercial e burocrático cresceram para se tornarem incríveis cidades como Chichén Itzá, Tikal e Uxmal. Devido às suas muitas semelhanças assim como diferenças estilísticas, os restos da arquitetura maia são uma chave importante para o entendimento da evolução de sua antiga civilização.
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Um aspecto surpreendente das grandes estruturas maias é a carência de muitas das tecnologias avançadas que poderiam parecer necessárias a tais construções. Não há notícia do uso de ferramentas de metal, polias ou veículos com rodas. A construção maia requeria um elemento com abundância, muita força humana, embora contasse com abundância dos materiais restantes, facilmente disponíveis.
Toda a pedra usada nas construções maias parece ter sido extraída de pedreiras locais; com maior freqüência era usada pedra calcária, que, ainda que extraída e exposta, permanecia adequada para ser trabalhada e polida com ferramentas de pedra, só endurecendo muito tempo depois.
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Além do uso estrutural de pedra calcária, esta era usada em argamassas feitas do calcário queimado e moído, com propriedades muito semelhantes às do atual cimento, geralmente usada para revestimentos, tetos e acabamentos e para unir as pedras apesar de, com o passar do tempo e da melhoria do acabamento das pedras, reduzirem esta última técnica, já que as pedras passaram a se encaixar quase perfeitamente. Ainda assim o uso da argamassa permaneceu crucial em alguns tetos de postes e vergas sobre portas e janelas (dintel).
Quando se tratava das casas comuns,
os materiais mais usados eram as estruturas de madeira, adobe nas paredes e cobertura de palha, embora tenham sido descobertas casas comuns feitas de pedra calcária, senão total mas parcialmente. Embora não muito comum, na cidade de Comalcalco, foram encontrados ladrilhos de barro cozido, possivelmente solução encontrada para o acabamento em virtude da falta de depósitos substanciais de boa pedra.
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Todas as evidências parecem sugerir que a maioria dos edifícios foi construída sobre plataformas aterradas cuja altura variava de menos de um metro, no caso de terraços e estruturas menores, a até quarenta e cinco metros, no caso de grandes templos e pirâmides. Uma trama inclinada de pedras partia das plataformas em pelo menos um dos lados, contribuindo para a aparência bissimétrica comum à arquitetura maia. Dependendo das tendências estilísticas que prevaleciam na área e época, estas plataformas eram construídas de um corte e um aterro de entulhos densamente compactado. Como no caso de muitas outras estruturas, os relevos maias que os adornavam, quase sempre se relacionavam com o propósito da estrutura a que se destinavam. Depois de terminadas, as grandes residências e os templos eram construídos sobre as plataformas. Em tais construções, sempre erguidas sobre tais plataformas, é evidente o privilégio dado ao aspecto estético exterior em contra-ponto à pouca atenção à utilidade e funcionalidade do interior.
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Parece haver um certo aspecto repetitivo quanto aos vãos das construções nos quais os arcos (como curvas) são raros, mas freqüentemente retos, angulados ou imbricados, tentando mais reproduzir a aparência de uma cabana maia, do que efetivamente incrementar o espaço interior. Como eram necessárias grossas paredes para sustentar o teto, alguns edifícios das épocas mais posteriores utilizaram arcos repetidos ou uma abóbada arqueada para construir o que os maias denominavam pinbal, ou saunas, como a do Templo da Cruz em Palenque. Ainda que completadas as estruturas, a elas iam-se anexando extensos trabalhos de relevo ou pelo menos reboco para aplainar quaisquer imperfeições. Muitas vezes sob tais rebocos foram encontrados outros trabalhos de entalhes e dintéis e até mesmo pedras de fachadas. Comumente a decoração com faixas de relevos era feita em redor de toda a estrutura, provendo uma grande variedade de obras de arte relativas aos habitantes ou ao propósito do edifício. Nos interiores, e notadamente em certo período, foi comum o uso de revestimentos em reboco primorosamente pintados com cenas do uso cotidiano ou cerimonial.
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Há sugestão de que as reconstruções e remodelações ocorriam em virtude do encerramento de um ciclo completo do calendário maia de conta larga, de 52 anos. Atualmente, pensa-se que as reconstruções eram mais instigadas por razões políticas do que pelo encerramento do ciclo do calendário, já que teria havido coincidência com a data da assunção de novos governantes. Não obstante, o processo de reconstrução em cima de estruturas velhas é uma prática comum. Notavelmente, a acrópole de Tikal, parece ser a síntese de um total de 1500 anos de modificações arquitetônicas.
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V – Toltecas
Os toltecas foram um povo pré-colombiano mesoamericano dominou grande parte do México central entre o século X e o século XII.
A antiga capital tolteca revela pistas sobre as crenças e comportamento de seus habitantes. Com o aparecimento dos chichimecas, povo bárbaro que deu origem posteriormente ao Império Asteca, provocou a queda do Império Tolteca. Eles invadiram Tula, no século XII, dominando-a por completo.
Os sinais de guerras e de conflitos podem ser percebidos nas ruínas de monumentos e construções. Os toltecas que sobreviveram à ira dos inimigos fugiram para outras regiões do México. Deixaram para trás um império notável que introduziu na América o calendário, a escrita e o trabalho em metal.
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Povo pragmático, austero, valorizava mais a utilidade que a forma. Sua cerâmica era vitrificada, cinza esverdeada. Sua arquitetura e escultura buscavam mais inspirar o temor que o enlevo espiritual. Nas manifestações de arte predominava o zoomorfismo em relevo, incluindo águias, coiotes, serpentes e jaguares.
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Toltecas viveram nas terras altas e centrais do México entre 900 e 1200. Sua cultura influenciou os Maias e, posteriormente, os Astecas. O termo Tolteca significa povo de Tula (ou Tollan, lugar dos caniços). As edificações da cidade Maia de Chichén Itzá apresentam estruturas e ornamentações semelhante às encontradas na arquitetura Tolteca. As ruínas de Tula compreendem várias edificações em formato piramidal e escalonado, encimadas por templos retangulares. Entre as edificações encontram-se o templo de Quetzalcoalt, o deus serpente emplumada que, segundo a lenda, havia fundado Tula e trouxera a civilização para o México. Quetzalcoalt foi um dos importantes deuses dos Toltecas e Astecas. Ainda é possível identificar colunas em forma de serpente e de seres humanos que sustentavam o teto e adornavam o templo daquele deus. As ruínas da cidade de Tula encontram-se a 97 quilômetros ao norte da Cidade do México e assinalam um estilo que passou a ser identificado como "o estilo mexicano" do período pré-colombiano. O império tolteca foi sendo gradativamente invadido por tribos vizinhas. Entre essas tribos estavam os mexicas, povos que mais tarde iriam dar origem ao Império Asteca.
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VI – ASTECAS 
Os astecas (1325 até 1521; a forma azteca também é usada) foram uma civilização mesoamericana, pré-colombiana, que floresceu principalmente entre os séculos XIV e XVI, no território correspondente ao atual México.
Na sucessão de povos mesoamericanos que deram origem a essa civilização destacam-se os toltecas, por suas conquistas civilizatórias, florescendo entre o século X e o século XII seguidos pelos chichimecas imediatamente anteriores e praticamente fundadores do Império Asteca com a queda do Império Tolteca.
O idioma asteca era o nahuatl.
Os astecas foram derrotados e sua civilização destruída pelos conquistadores espanhóis, comandados por Hernán Cortez (1485-1547).
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ARTE: As ruínas astecas indicam muito mais grandeza do que qualidade. Sua arquitetura era menos refinada que a dos maias. Milhares de artesãos trabalhavam continuamente para construir e manter os templos e palácios. Pequenos templos se elevavam no topo de altas pirâmides de terra e pedra, com escadaria levando aos seus portais. Imagens de pedra dos deuses, em geral de forma 
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monstruosa, e relevos com desenhos simbólicos, eram colocados nos templos e nas praças. A mais famosa escultura asteca é a Pedra do Sol, erradamente conhecida como Calendário de Pedra Asteca. Está no Museu Nacional de Antropologia da Cidade do México. Com 3,7 m de diâmetro, a pedra tem no centro a imagem do deus sol, mostrando os dias da semana asteca e versões astecas da história mundial, além de mitos e profecias. 
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Os astecas eram artesãos hábeis. Tingiam algodão, faziam cerâmica e ornamentos de ouro e prata e esculpiam muitas joias em jade.
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VII – INCAS 
A civilização inca foi uma cultura mesoamericana pré-colombiana e um Estado-nação, o Império Inca (em quíchua: Tawantinsuyu) que existiu na América do Sul de cerca de 1200 até à invasão dos conquistadores espanhóis e a execução do imperador Atahualpa em 1533.
O império incluía regiões desde o extremo norte como o Equador e o sul da Colômbia, todo o Peru e a Bolívia, até o noroeste da Argentina e o norte do Chile. A capital do império era a atual cidade de Cusco (em quíchua, "Umbigo do Mundo"). O império abrangia diversas nações e mais de 700 idiomas diferentes, sendo o mais falado o quíchua.
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Os incas tocavam música em tambores e instrumentos de sopro que incluem as flautas,
flauta de pan, quena e trombetas feitas de conchas marinhas ou de cerâmica.
Os incas produziam artefatos destinados ao uso diário ornados com imagens e detalhes de deuses. Era comum na cultura inca o uso de formas geométricas abstractas e representação de animais altamente estilizados no feitio de cerâmicas, esculturas de madeira, tecidos e objetos de metal. Eles produziam belos objetos de ouro e as mulheres produziam tecidos finos com desenhos surpreendentes.
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Monumento 1, uma das quatro cabeças colossais encontradas em La Venta. Altura aproximada 3 m.
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Altar 5 de La Venta. O bebé jaguar-homem inerte segurado pela figura central é visto por alguns como uma indicação do sacrifício de crianças. Em contraste, nos seus lados vêem-se baixos-relevos de humanos segurando bebés de jaguar-homem bastante vivazes.
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Vasilha em forma de peixe, séculos XII-IX a.C. Altura:16.5 cm.
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Monumento 1 de Las Limas, considerado como uma materialização importante da mitologia olmeca. O jovem segura uma criança jaguar-homem, enquanto quatro seres sobrenaturais se encontram gravados nos ombros e joelhos do jovem.
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O machado de jade Kunz, inicialmente descrito por George Kunz em 1890. Apesar da forma de machado, com uma aresta ao longo da parte inferior, não é provável que este artefacto fosse utilizado fora de rituais. Altura: 28 cm.
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Máscara olmeca.
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Cabeça colossal no. 6 de San Lorenzo Tenochtitlan.
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Um dos dois "gémeos" de El Azuzul
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Vasilha em forma de ave, 1100 - 800 a.C.
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Três machados,objectos rituais olmecas.
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Um jaguar-homem olmeca
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Garrafa de estilo olmeca, supostamente de Las Bocas, 1100 - 800 a.C.
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Pintura de estilo olmeca de Juxtlahuaca
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Urna funerária na forma de um "deus morcego" ou jaguar, de Oaxaca, datado 300 - 650 d.C.. Altura: 23 cm.
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Arte Maia.
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Maquete da acrópole de San Andrés.
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Glifos maias em estuque no museu de Palenque, México.
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Página do chamado códice de Madrid.
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Mural com afresco em Bonampak.
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Ruínas de Palenque.
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Ruínas de construções maias no México.
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Palácio de Palenque.
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Pirâmide de Kukulcán, em Chichén Itzá.
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Guerreiros toltecas representados pelas famosos Atlantes de Tula.
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Um guerreiro-jaguar do Codex Magliabecchiano. O jaguar desempenhava um papel cultural na mitologia asteca.
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Escultura Asteca.
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Máscara de Jade Asteca.
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Pedra do Sol Asteca.
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Obra Asteca.
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Imagem de Xipe Totec no calendário Tonalamatl de 260 dias.
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Estátua de Tlaloc nas imediações do Museu Nacional de Antropologia e História, na Cidade do México.
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Machu Picchu – obra-prima da Arquitetura incaica.
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O recinto curvo do Templo do Sol ou Torreón.
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A estrutura connhecida como Templo Principal, em Cuzco.
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Detalhe de parede.
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Janela de casa.
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Detalhe de pedra usada na fixação do telhado.
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Terraços para cultivo e drenagem do solo.
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Panorama de Machu Picchu em meio às cadeias de montanhas peruanas.
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Máscara Esquimó
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Máscara esquimó
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Máscara esquimó.
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Máscaras esquimós.
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