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DANILO MARCOS BORGES SILVÃO
JÂNIO FERNANDES MONTEIRO JÚNIOR
JUSSARA ALVES DIAS
SUELMA KELLY MARQUES SILVA
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA
Guanambi 
2015
DANILO MARCOS BORGES SILVÃO
JÂNIO FERNANDES MONTEIRO JUNIOR
JUSSARA ALVES DIAS
SUELMA KELLY MARQUES SILVA
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA
Guanambi 
2015
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO............................................................................................. 4
2 DESENVOLVIMENTO................................................................................. 5
3 CONCLUSÃO.............................................................................................. 9
 REFERÊNCIAS............................................................................................. 10
1 INTRODUÇÃO
O contraditório e a ampla defesa em nosso ordenamento jurídico trata-se de uma cláusula pétrea, disposta no art. 5º, LV da CRFB/88, que nos diz: aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;(...)". Pode também ser lembrado pela expressão audiatur et altera pars, que, em latim, significa “ouça-se também a outra parte”. Resumidamente, é esse o princípio que garante às pessoas o direito de defesa. Caso durante a tramitação do processo, o princípio não for constatado, o mesmo será considerado inválido.
É a garantia aos brasileiros e estrangeiros residentes no país, com natureza de cláusula pétrea, o exercício do contraditório e da ampla defesa não apenas no sentido de possibilitar as partes a manifestação em processos judiciais e administrativos, mas, principalmente como uma pretensão à tutela jurídica, nas palavras de Gilmar Mendes. 
2 DESENVOLVIMENTO
Os direitos e garantias alcançam todas as pessoas que se encontram em território brasileiro, inclusive os estrangeiros de passagem pelo país, bem como as pessoas jurídicas, por isso tão grande é a importância de sua observância. Além dos direitos e garantias fundamentais há que serem observados os direitos e garantias individuais que visam dar uma maior proteção aos cidadãos garantindo, dentre outros, a inviolabilidade da intimidade da pessoa.
O autor Renato Brasileiro (2011, p.46) diz: 
 Quando o Código de Processo Penal entrou em vigor, prevalecia o entendimento de que o sistema nele previsto era misto. A fase inicial da persecução penal, caracterizada pelo inquérito policial, era inquisitorial, porém, uma vez iniciado o processo, tínhamos uma fase acusatória. Todavia, com o advento da Constituição Federal, que prevê de maneira expressa a separação das funções de acusar, defender e julgar, estando assegurado o contraditório e a ampla defesa, além do princípio da presunção de não culpabilidade, estamos diante de um sistema acusatório. 
O princípio do contraditório e da ampla defesa possuem base no dever delegado ao Estado de facultar ao acusado a possibilidade de efetuar a mais completa defesa quanto à imputação que lhe foi realizada. Em nosso ordenamento jurídico trata-se de uma cláusula pétrea, disposta no art. 5º, LV da CRFB/88, que nos diz:
"Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:(...)
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;(...)"
No meio processual, especificamente na esfera do direito probatório, ele se manifesta na oportunidade que os litigantes têm de requerer a produção de provas e de participarem de sua realização, assim como também de se pronunciarem a respeito de seu resultado.
O contraditório impõe ao aplicador da lei que em todos os atos processuais às partes deve ser assegurado o direito de participar, em igualdade de condições, oferecendo alegações e provas, de sorte que se chegue à verdade processual com equilíbrio, evitando-se uma verdade produzida unilateralmente.
Segundo Paulo Rangel, a instrução contraditória é inerente ao próprio direito de defesa, pois não se concebe um processo legal, buscando a verdade processual dos fatos, sem se dê ao acusado a oportunidade de desdizer as afirmações feitas sobre o mesmo. Ressaltando ainda que, as partes possuem plena igualdade de condições, sofrendo o ônus de sua inércia no curso do processo (2013, p.17/18)
De acordo com esse conceito, o núcleo fundamental do contraditório estaria ligado à discussão dialética dos fatos da causa, devendo se assegurar a ambas as partes, e não somente à defesa, a oportunidade de fiscalização recíproca dos atos praticados no curso do processo. Eis o motivo pelo qual se vale a doutrina da expressão "audiência bilateral", consubstanciada pela expressão em latim audiatur et altera pars (seja ouvida também a parte adversa). Seriam dois, portanto, os elementos do contraditório: a) direito à informação; b) direito de participação. O contraditório seria, assim, a necessária informação às partes e a possível reação a atos desfavoráveis.
Não se pode cogitar da existência de um processo penal eficaz e justo sem que a parte adversa seja cientificada da existência da demanda ou dos argumentos da parte contrária. Daí a importância dos meios de comunicação dos atos processuais: citação, intimação e notificação. 
Também deriva do contraditório o direito à participação, aí compreendido como a possibilidade de a parte oferecer reação, manifestação ou contrariedade à pretensão da parte contrária. 
Há de se assegurar, pois, o equilíbrio entre a acusação e a defesa, que devem estar munidas de forças similares. O contraditório pressupõe, assim, a paridade de armas: somente pode ser eficaz se os contendentes possuem a mesma força, ou, ao menos, os mesmos poderes. 
Prevalece na doutrina e na jurisprudência o entendimento de que a observância do contraditório só é obrigatória, no processo penal, na fase processual, e não na fase investigatória. Isso porque o dispositivo do art. 5Ö, inc. LV, da Carta Magna, faz menção à observância do contraditório em processo judicial ou administrativo. Logo, considerando-se que o inquérito policial é tido como um procedimento administrativo destinado à colheita de elementos de informação quanto à existência do crime e quanto à autoria ou participação, não há falar em observância do contraditório na fase preliminar de investigações. 
Há dois tipos de contraditório, contraditório para a prova e contraditório sobre a prova. Este, é feito posteriormente, dando-se oportunidade ao acusado e a seu defensor de, no curso do processo, contestar a providência cautelar, ou de combater a prova pericial feita no curso do inquérito. Aquele, demanda que as partes atuem na própria formação do elemento de prova, sendo indispensável que sua produção se dê na presença do órgão julgador e das partes. E o que acontece com a prova testemunhal colhida em juízo, onde não há qualquer razão cautelar a justificar a não intervenção das partes quando de sua produção, sendo obrigatória, pois, a observância do contraditório para a realização da prova. 
Também previsto no artigo 5º, LV, CRFB, o princípio da ampla defesa é ligado diretamente ao do contraditório. Destaca-se, contudo, pela maior aplicação no processo penal do que no civil.
De acordo com Alexandre de Moraes pelo conceito de ampla defesa, "entende-se o asseguramento que é dado ao réu de condições que lhe possibilitem trazer para o processo todos os elementos tendentes a esclarecer a verdade ou mesmo de omitir-se ou calar-se, se entender necessário, enquanto o contraditório é a própria exteriorização da ampla defesa, impondo a condução dialética do processo (par conditio), pois atodo ato produzido pela acusação, caberá igual direito da defesa de opor-se-lhe ou de dar-lhe a versão que melhor lhe apresente, ou, ainda, de fornecer uma interpretação jurídica diversa daquela feita pelo autor". 
Por sua vez, Portavona aponta com clareza as diferenças entre o contraditório e a ampla defesa: o princípio da ampla defesa é uma consequência do contraditório, mas tem características próprias. Além do direito de tomar conhecimento de todos os termos do processo (princípio do contraditório), a parte também tem o direito de alegar e provar o que alega e – tal com o direito de ação – tem o direito de não se defender. Optando pela defesa, o faz com plena liberdade.
Especificamente com relação ao direito de defesa no mundo jurídico, Rodrigo César Rebello Pinho leciona que o princípio da ampla defesa é decorrência lógica do princípio do contraditório, no sentido de que ao réu "devem ser concedidas todas as oportunidades para ver respeitado o seu direito, assegurando-se a indispensabilidade da citação, a nomeação de defensores dativos em processos criminais e a notificação para a prática de atos processuais".
No processo penal, entendem-se indispensáveis quer a defesa técnica, exercida por advogado, que autodefesa, com a possibilidade dada ao acusado de ser interrogado e de presenciar todos os atos instrutórios. Mas enquanto a defesa técnica é indispensável, até mesmo pelo acusado, a autodefesa é um direito disponível pelo réu, que pode optar pelo direito ao silêncio (Const., ar.5º, inc. LXIII)
3 CONCLUSÃO 
Podemos concluir que, o princípio da ampla defesa e do contraditório possuem base no dever delegado ao Estado de facultar ao acusado a possibilidade de efetuar a mais completa defesa quanto à imputação que lhe foi realizada. As condições mínimas para a convivência em uma sociedade democrática são pautadas através dos direitos e garantias fundamentais. Estes são meios de proteção dos Direitos individuais, bem como mecanismos para que hajam sempre alternativas processuais adequados para essa finalidade.
REFERÊNCIAS 
AMARAL, Igor Rosado do. As garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa no processo administrativo tributário. Disponível em:<http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=12961&revista_caderno=26>. Acesso em: 24/08/2015. 
BRASILEIRO, Renato. Manual de Processo Penal. Rio de Janeiro:Impetus, 2011. 
CINTRA, A.C. A.; GRINOVER, A. P.; DINAMARCO, C. R. Teoria Geral do Processo. São Paulo: Malheiros Editores, 2009.
DALL' ALBA, Felipe Camilo. A ampla defesa vista sob um olhar constitucional processual. Disponível em:<http://www.tex.pro.br/home/artigos/105-artigos-fev-2005/5064-a-ampla-defesa-vista-sob-um-olhar-constitucional-processual>. Acesso em: 25/08/2015. 
JÚNIOR, José Ribamar Veloso. O princípio constitucional do contraditório e da ampla defesa no processo administrativo disciplinar. Disponível em:<http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8497>. Acesso em: 24/08/2015. 
JÚNIOR, Walter Vechiato. Direito de Defesa como Garantia Constitucional. Disponível em:<http://uj.novaprolink.com.br/doutrina/1510/direito_de_defesa_como_garantia_constitucional>. Acesso em: 25/08/2015.
PAULINO, Silvia Campos. Os pressupostos constitucionais do contraditório e da ampla defesa nos processos administrativos fiscais. Disponível em:<http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=10512>. Acesso em: 24/08/2015. 
ZORZAN, Gilcinéia. Dos princípios constitucionais inerentes ao direito de defesa. Disponível em:<http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,dos-principios-constitucionais-inerentes-ao-direito-de-defesa,49824.html>. Acesso em: 24/08/2015.

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