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História econômica do Brasil 123 13 Libertação econômica os DOMÍNIOS coloniais ibéricos, isto é, das coroas espanhola e portuguesa representam, pode-se dizer que desde o séc. XVII, mas so- bretudo no seguinte, um anacronismo. As duas decadentes monarquias ainda conservavam a maior e melhor parte de seus imensos domínios, incorporados na fase brilhante de sua história: sécs. XV e XVI. Situação anomala, porque já não correspondia mais ao equilíbrio mundial de for- ças econômicas e políticas. Depois daquele passado já remoto do apogeu outras potências tinham vindo ocupar o primeiro lugar no plano internacional: os Países-Baixos, a Inglaterra, a França. No entan- to, os domínios ibéricos ainda formavam os maiores impérios coloniais. Corpos imensos de cabeças pequenas... Sustentara-se a situação graças sobretudo às rivalidades e lutas que dividiam aquelas grandes potências. No séc. XVIII, uma delas, os Países-Baixos, é ofuscada; mas permane- cem em campo a Inglaterra e França, digladiando-se sem cessar. É essa rivalidade que será a mais efetiva proteção dos impérios ibéricos. Cada uma das duas monarquias se ampara num dos contendores: a Espanha, na França, Portugal, na Inglaterra. Foi-lhes possível assim atravessar mais ou menos incólumes um século de lutas, não sem sofrer por vezes ampu- tações de certa gravidade. A situação inteiramente contra as monarquias ibéricas na segunda metade do séc. XVIII. O antigo sistema colonial, fundado naquilo que se convencionou chamar o pacto colonial, e que representa exclusivismo do comércio das colônias para as respectivas les, entra em Prende-se isso a uma transformação econômica profunda: é o aparecimento do capitalismo industrial em substituição ao antigo e decadente capitalismo comercial. Até o séc. XVII o capital que domina de uma forma quase pura é o A indústria ainda não entrara na fase capitalista e se acha inteiramente nas mãos do artesanato. É apenas excepcionalmente queeconômica do Brasil 125 124 Caio Prado Júnior primeiras formas nesse setor algumas de Paises-Baixos. Mas capitalismo não se desenvolvera, suas atividades giravam exclu- encontramos ainda torno do comércio dos Não podiam abrir mão como na comercial, indústria que textil fornecendo a matéria-prima aos de um que representava sua própria razão de ser, o cimento capital dendo seus produtos acabados, interpõe-se como simples aglutinador de seus vastos E assim, quando em fins do séc. mercado. conflitos internacionais se agravam, arrastando as os monarquias entre o Somente produtor no séc. XVIII se esboça um verdadeiro capitalismo elas não resistirão ao choque, e seu império se desagrega. Des- capital industrial propriamente um dito, dustrial, isto aparece e dedicado exclusivamente à desagregação sairá a independência das colônias americanas; e para o e independente do comercial, produção em uma nova ordem. Terá sido removido afinal esse obs- vai desaparecendo o artesão, o pequeno mundo de dois impérios imensos que fechados hermeticamente dentro de nufatureira. então que produtor independente que trabalha diretamente comerciante para o consumidor e que é substituido conservantismo colonial obsoleto, estavam obstruindo a marcha dos mente, como referi, para o grande pelas um acontecimentos mundiais. Aos estanques impérios ibéricos substituir-se- grandes unidades produtoras, as manufaturas propriamente que reunem as livres nações abertas ao comércio e intercurso do grande número de trabalhadores, já agora simples sob a di. universo. Desafogava-se o mundo, livre daqueles tropeços imensos que reção de um patrão que dispõe do capital. embargavam o desenvolvimento. A indústria capitalista toma logo tamanho vulto que ofusca o capi- A par dessas forças exteriores e gerais que condicionam a liberta- talismo comercial e assume cada vez mais o domínio da economia euro- ção do Brasil, existem outras, internas, que lhes vieram ao encontro. Ana- peia. Resultará o declinio do antigo sistema colonial representado pelo lisei no capítulo anterior a situação da colônia relativamente à sua metró- pacto que é uma expressão perfeita do capitalismo O interesse e por já se pôde verificar que Portugal chegara nessas relações do comércio no pacto é pois o fim deste não é senão reservar para ao limite extremo de sua capacidade realizadora e A sua a e portanto a seus comerciantes, o privilégio das transações obra, nesse terreno, achava-se terminada; e reino se tornara em simples coloniais em prejuízo dos concorrentes estrangeiros. E por isso o pacto se parasita de sua colônia. Protegido pelo monopólio comercial, impunha- mantém enquanto o capital comercial domina. Mas para o industrial, sem -se como intermediário forçado das suas transações, tanto na exportação interesse direto no comércio, e cujo único objetivo é colocar seus produ- como na importação. Simples intermediário, de fato, porque o reino não tos, a situação criada pelo pacto é O monopólio comercial, era nem consumidor apreciável dos produtos coloniais que se destinavam de que não participa porque não é comerciante, não traz beneficio sobretudo a outros mercados, nem fornecedor dos artigos consumidos no algum; e pelo contrário, restringindo as relações mercantis, efeito neces- Brasil. Simples intermediário imposto e parasitário. sário de qualquer monopólio, dificulta seu acesso aos mercados, que é Não é avaliar como seria pesado para a colônia esse do- tudo quanto o interessa. Para o industrial naturalmente o industrial dessa mínio de uma empobrecida, e de recursos econômicos primeira fase, em que os mercados não faltam e quando o único problema mos. Nem aquele papel mediocre de mero intermediário ela estava em é chegar a eles só pode haver um ideal: é um comércio absolutamente condições de preencher satisfatoriamente. A arruinada marinha mercante livre que estabeleça o maior intercâmbio possível, seja por quem for, na- portuguesa atendia muito insuficientemente às necessidades da colônia; cional ou estrangeiro, entre sua produção e os mercados mundiais. que explica, aliás, escandaloso contrabando referido anteriormente e progresso do capitalismo industrial na segunda metade do séc. a tolerância com que era admitido. E para proteger e manter esse inefi- XVIII voltar-se-a assim contra todos os monopólios; e a destruição com- ciente comércio, Portugal via-se na contingência de impor à as pleta desses aparece cada vez mais como condição necessária do seu de- mais drásticas e severas medidas restritivas; impedir que ela substituis- Os impérios coloniais fundados puramente no se com produção própria tudo quanto alimentava o comércio marítimo tando-se monopólio, achavam-se por isso condenados. Transformarem-se, adap- manufaturas, sal e outros vitais para a economia também, à nova situação como fez a Inglaterra com seus domínios, e brasileira. Sem contar outros privilégios e que embaraçavam embora menos a França não lhes era pos- consideravelmente seu progresso.126 Caio Prado assim, no momento que colonial nos do Brasil 127 do regime transporta-se com sua corte, A grande intolerável sor, parte do efeito dos estímulos imensa, (um total de cerca de funcionalismo 10 e uma obstáculo que um mais vimos comitiva mil Brasil se encontravam que transforma assim, pessoas) se de um para produtivas em momento Rio tanto do de se tornara Janeiro, para as forças mais vivamente, as teriormente, restrições monarquia portuguesa. da sentiam-se de circunstâncias Será pelo Esse acontecimento, da independência das mais do largas seria o pre- era terra; a começar pelo imediato o restrições cursor É país por impossível de circunstâncias sair do nosso assunto, nas diferentes determo-nos sistema virtude de esse em repercussões comércio externo do regime colonial, política e social que ocasionou a transferência da corte portuguesa ordem de o Mas, iniciada tuitas. nos vinha de três séculos de Rio de Janeiro. Interessam-nos somente as econômicas; são, para Será toda do monopólio do depois comércio externo mais importantes e fundamentais. Deixando o reino europeu ocupado as abalada: e colonial que econômicos, virão privilégios políticos dos os e demais privilégios los franceses, e fixando-se na colônia, o soberano rompia efetivamente pe- to- jurídicos do e país. Mais profundamente dos os laços que ligavam o Brasil à sua mais seguiria quase quadros administrativos própria tradicional de classes estrutura e mesmo automaticamente dessa situação imprevista e o será abalada a regime conjunto todo que efetivamente Finalmente fundamenta É assim que o regente, apenas desembarcado em terra servil. con- diciona entra em crise: a estrutura econômica básica e ainda na Bahia, onde arribara em escala para Rio de Janeiro, assina resto que de um país colonial que produz para exportar e que se organizara, não para decreto que abre os portos da colônia a todas as franqueando-os der a necessidades próprias, mas para servir a interesses É na ao comércio internacional livre. Destruía-se assim, de um golpe, a base base das contradições geradas por esse sistema que resultará a paulatina essencial em que assentava o domínio colonial português. Medida de tamanho alcance, tomada assim de afogadilho, explica-se pelas circuns- transformação do regime, em todos seus aspectos, de colônia em nação. tâncias do momento, pois o comércio português ultramarino achava-se Todas essas transformações encontram-se mais ou menos ma- virtualmente interrompido pela ocupação inimiga do território metropo- duras quando, pelo favor de circunstâncias de caráter internacional que litano; e a menos de isolar completamente o Brasil do mundo exterior, ocorrem nos primeiros anos do século XIX, apresenta-se oportunidade não havia senão franqueá-lo ao comércio e à navegação de outros países. favorável à sua eclosão. Desencadeiam-se então as forças renovadoras A medida foi, aliás, tomada em caráter provisório (o texto do decreto o latentes que daí por diante se afirmarão cada vez mais no sentido de declara expressamente), e isso já mostra que não foi ditada por nenhuma transformarem a antiga colônia numa comunidade nacional e alta consideração política ou por uma nova orientação imprimida delibe- Será um processo demorado em nossos dias ainda não se completou radamente aos negócios coloniais, mas por simples contingências impe- evoluindo com intermitências e com uma sucessão de arrancos bruscos, paradas e mesmo recuos. riosas do momento. Manter-se-á em vigor mesmo depois que os exércitos É essa a linha de desenvolvimento que caracteriza a evolução napoleônicos são definitivamente expulsos do território português (1809); brasileira desde princípios do século XIX. Restringindo-nos embora uni- mas isso é porque já não era mais possível voltar atrás. camente a seus aspectos econômicos (que são o objeto deste trabalho), É preciso lembrar aqui o papel da Inglaterra em todos esses acon- procuraremos acompanhá-la neste capítulo e nos que seguem. tecimentos. No conflito com Napoleão, que depois da ascensão de José Em 1807, para forçar a adesão de Portugal ao bloqueio continen- Bonaparte ao trono espanhol e do tratado de Tilsit reunira a Europa toda tal decretado contra a Inglaterra, os exércitos napoleônicos invadem e no seu sistema de dominação continental, restara à Inglaterra apenas ai o ocupam a rainha regente d. João, que governava em nome de sua mãe aliado português. Aliado precioso, não somente pela brecha que por portos portu- d. se Maria, abrira no bloqueio napoleônico, como pela base que os adesão ao sistema depois de longas hesitações entre a gueses ofereciam para a esquadra britânica e suas operações navais. de A e a emigrar para sua colônia a fidelidade americana. à sua Fugindo aliança diante tradicional, do inva- Inglaterra lutou por isso até o fim para conservar Portugal na sua órbitaauxílio eficaz contra História 128 Caio econômica do pôde resistência, do situação ainda Brasil pequeno se Não agrava 129 A com tratado influência. de pelos Inglaterra em 1810. O soberano comércio franceses que tos com sua grande com a firmado colônia que praticamente exclui concede Portugal aí tais do favores Mas a da Espanha de abertura dos com portos fixara-se comércio decreto um direito No reino europeu, a geral todas as nações de 24% ad de Inglaterra valorem. As importação na. Situação para mercadorias preparando beneficiadas pouco depois com José Bonaparte para intervir seriam uma taxa portuguesas reduzida de 1810, Inglaterra obterá de de a planos uma tarifa Pelo colônias os as tratado preferencial de para revolução na portanto que a própria destino outorgada mais Irlanda com quando à America que tentará aquelas duas absurda situação, que mostra a que ponto chegara a estranha do e favorável a o próprio pequenas berano português e o predomínio da Inglaterra nos negócios da monar- so- servirá na guerra Aires Montevidéu que a história expedições de suas derrotas quia, até 1816, quando se equipararão as tarifas portuguesas no de continente inglesas. Mas mesmo nessas condições de às Portugal não colônias ibero-americanas é po- das No derá lutar, com seus parcos recursos, contra 0 admirável aparelhamento ropeu favoreceram e facilitaram esse plano. Não comercial da Inglaterra, amparada por uma indústria nacional então sem Brasil, as intervenções armadas, pois o soberano paralelo no mundo e uma marinha mercante sem 0 comér- sará ai de Fernando VII de Espanha, entendeu mais temendo sorte de conveniente cio e a navegação portugueses serão praticamente excluídos do a inglês e embarcar sob proteção britânica aceitar oferecimento para Aos ingleses virão juntar-se, logo depois da paz na Europa (1815), o 0 Brasil. Conservava com isso sua coroa e seus títulos, mas terá cedido ao as demais nações, a França em particular. Mas o que Portugal perdia, aliado inglês a sua independência e liberdade de ação. A monarquia portu- ganhava o Aos precários recursos do pobre e rotineiro comércio guesa não será por diante mais que um joguete nas mãos da português, mantido até então unicamente pelo privilégio do monopólio, soberano permanecerá no Rio de Janeiro sob a guarda de uma divisão substituem-se as largas possibilidades de um livre intercâmbio com todas as nações do mundo. naval inglesa, ai estacionada permanentemente; e na Europa, serão os in- Paralelamente, ocorrem outras circunstâncias determinadas pela gleses que se incumbirão de dirigir a luta contra a ocupação francesa. Um fixação da corte portuguesa no Rio de Janeiro que vão estimular as ati- general inglês, Beresford, será o comandante supremo do exército portu- vidades econômicas do Brasil. Tornado em centro da monarquia, para guês e efetivo governador do reino libertado em 1809. aí aflui boa parte dos recursos e se concentram as atividades do império A Inglaterra se prevalecerá largamente desse domínio; no que se português, que embora tão decadente de seu antigo esplendor, ainda con- refere ao Brasil, cuidará zelosamente de preservar a liberdade do seu co- servava alguns domínios em todas as partes do mundo: além da Europa e mércio, de que se fizera a grande beneficiária. A abertura dos portos brasi- América, na África e Ásia. A corte e a presença do soberano constituirão leiros representa assim uma concessão que, embora de caráter provisório, um ponto de referência e atração que centraliza no Rio de Janeiro a vida estava assegurada pelos dominantes interesses ingleses. Fazia-se impos- política, administrativa, econômica e financeira da monarquia. Também sível retorno ao passado. E o Brasil entra assim definitivamente na nova para boa parte da América meridional a capital brasileira será um cen- etapa do seu Desfazia-se a base essencial em que as- tro de atração. As colônias espanholas que compunham os antigos ainda vice- sentava domínio metropolitano e que consistia, vimo-lo anteriormente, -reinados de Buenos Aires e do Peru, separadas da sua e portos precisamente no monopólio do comércio colonial. Com a abertura dos mal constituídas em nações independentes, orientam-se comercialmente, arvorava brasileiros e a concorrência que Portugal estrangeira, sobretudo inglesa, contra e muitas vezes politicamente também, para o Rio de Janeiro, onde se que instalara o não se achava o título em prestigioso de sede de um trono europeu, condições de lutar, estava abolido de um comércio inglês nesta parte do mundo. golpe que havia de realmente substancial na dominação metropolitana. por diante esta se pode considerar virtualmente extinta. As quartel-general íntimas relações diplomático do Brasil e com aquelas colônias deixaram um teste- doPrado Junior monetária do país que 130 nessa Caio cunhados espanhóis de do prata e portuguesa, vitoriosa em 1820, abala-lhe Brasil 131 concreto os munho os valores a coroa. fundamentos do em trono se constituira ca batiam as atividades que se Nessas condições é compreensível que a política Peru e política do desses na soberano Além influencia portuguesas com relação ao Brasil, caracterizadas até então e administração Rio de xação da corte no muitas vezes impressionada deliberações; pelo cia completa metropolitanas, de seus interesses pendessem próprios, e dominadas unicamente pela favorável para as pela muito ação ambiente em pelo o rei, e que embora dos influências verifica efetivamente, pois ao mesmo tempo mais para a Assim agora por meio cercam mais com longa portugueses interesses que identificando a colônia pela portugueses se ao abandono (como se deu no citado que exemplo vemos das os interesses se vão da monarquia. A evolução no sentido fandegárias), os brasileiros eram tratados com atenção. No tarifas al- de origem, principais personagens das pátria do exílio é de nela nova que o Brasil, nômico, sucedem-se as medidas que não somente libertam a terreno colônia eco- vez mais essa sensível com ligar-se cada paralelo do reino europeu, é em muitos entraves que três séculos de sujeição tinham acumulado em oposição dos esquecimento trono e portanto de maior mais influência seu livre desenvolvimento (entre outras a revogação da lei que ao as o ao les elementos permanência da corte se prolongará manufaturas), como também as que procuram estimular as atividades por treze A anos prestígio políticos. país. Constroem-se estradas (as primeiras de boa qualidade no Brasil), do estado de guerra na Europa atemorizará (1808-1821). Até por isso abandonada, melhoram-se os portos (como o de Recife), introduzem-se novas espécies retomar à pátria não ousa embora vegetais (entre outras o chá), promove-se a imigração de colonos euro- do regente estivesse que livre de inimigos havia seis anos. Depois daquela data, já peus, tenta-se aperfeiçoar a mineração do ouro. Esses são apenas exem- ela interesses de boa parte de sua larga comitiva de fidalgos e funcionários plos colhidos quase ao acaso. De modo geral, a administração da corte estarão de tal forma ligados ao Brasil, que se formará entre eles um forte portuguesa no Brasil velará, embora dentro das possibilidades limitadas partido oposto ao retorno. O reino europeu, empobrecido e devastado de um aparelhamento burocrático oneroso complexo e muito pela guerra, não oferecia mais grandes atrativos; sobretudo em contraste pelos interesses da colônia. Os resultados, muitas vezes com a colônia, jovem, pujante e cheia de promessas tentadoras. Muitas não deixaram contudo de contribuir para o desenvolvimento daquelas altas personagens terão adquirido propriedades no Brasil; ou- do Brasil; e sobretudo assinalam um primeiro passo nessa grande trans- tras casarão nas mais ricas famílias da colônia orgulhosas de se ligarem formação que se ia operar no país. com grandes nomes da nobreza e da administração; boa parte organizará aqui definitivamente sua vida.. Um dos mais influentes políticos portu- gueses da época, Conde da Barca, que foi ministro de Estado e diretor geral da política portuguesa até sua morte, ocorrida em 1817, meter-se- á no Brasil em grandes negócios, adquirindo estâncias de gado no Rio Grande do Sul e envolvendo-se no comércio de couros. O próprio regen- te, logo depois rei d. João VI com a morte da rainha sua mãe, ocorrida em 1816, não escondia suas preferências pela nova pátria. Homem pa- cífico e indolente por natureza, sorria-lhe muito mais a suave existência que desfrutava no Rio de Janeiro, longe dos angustiosos problemas em que se debatia a Europa, que enfrentar as atribulações e agitações que 0 esperavam em Lisboa. Somente se decidirá a partir quando a revolução do por 820 (29) a 830 Os pesos eram obtidos com valor de 960 réis; adquiriam-se réis, deixando pois uma boa margem o de lucro para o erário.

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