Buscar

Lei_Maria_da_Penha fev_2012

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

www.anacrismendonca.com.br	
  
NOTÍCIAS STF 
ADC	
  19	
  	
  	
  e	
  	
  	
  	
  ADI	
  4424	
  
LEI	
  MARIA	
  DA	
  PENHA	
  
ADC e Lei Maria da Penha – 1 (INFORMATIVO Nº 654 STF) 
O Plenário julgou procedente ação declaratória, ajuizada pelo Presidente da República, para assentar a 
constitucionalidade dos artigos 1º, 33 e 41 da Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha). Inicialmente, demonstrou-se 
a existência de controvérsia judicial relevante acerca do tema, nos termos do art. 14, III, da Lei 9.868/99, tendo em 
conta o intenso debate instaurado sobre a constitucionalidade dos preceitos mencionados, mormente no que se 
refere aos princípios da igualdade e da proporcionalidade, bem como à aplicação dos institutos contidos na Lei 
9.099/95. No mérito, rememorou-se posicionamento da Corte que, ao julgar o HC 106212/MS (DJe de 13.6.2011), 
declarara a constitucionalidade do art. 41 da Lei Maria da Penha (“Aos crimes praticados com violência doméstica 
e familiar contra a mulher, independentemente da pena prevista, não se aplica a Lei nº 9.099, de 26 de setembro 
de 1995”). Reiterou-se a ideia de que a aludida lei viera à balha para conferir efetividade ao art. 226, § 8º, da CF. 
Consignou-se que o dispositivo legal em comento coadunar-se-ia com o princípio da igualdade e atenderia à 
ordem jurídico-constitucional, no que concerne ao necessário combate ao desprezo às famílias, considerada a 
mulher como sua célula básica. 
ADC 19/DF, rel. Min. Marco Aurélio, 9.2.2012. (ADC-19) 
 
ADC e Lei Maria da Penha – 2 (INFORMATIVO Nº 654 STF) 
Aplicou-se o mesmo raciocínio ao afirmar-se a constitucionalidade do art. 1º da aludida lei (“Esta Lei cria 
mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 
da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência contra a Mulher, da 
Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher e de outros tratados 
internacionais ratificados pela República Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência 
Doméstica e Familiar contra a Mulher; e estabelece medidas de assistência e proteção às mulheres em situação 
de violência doméstica e familiar”). Asseverou-se que, ao criar mecanismos específicos para coibir e prevenir a 
violência doméstica contra a mulher e estabelecer medidas especiais de proteção, assistência e punição, tomando 
como base o gênero da vítima, o legislador teria utilizado meio adequado e necessário para fomentar o fim traçado 
pelo referido preceito constitucional. Aduziu-se não ser desproporcional ou ilegítimo o uso do sexo como critério 
de diferenciação, visto que a mulher seria eminentemente vulnerável no tocante a constrangimentos físicos, 
morais e psicológicos sofridos em âmbito privado. Frisou-se que, na seara internacional, a Lei Maria da Penha 
seria harmônica com o que disposto no art. 7º, item “c”, da Convenção de Belém do Pará (“Artigo 7. Os Estados 
Partes condenam todas as formas de violência contra a mulher e convêm em adotar, por todos os meios 
apropriados e sem demora, políticas destinadas a prevenir, punir e erradicar tal violência e a empenhar-se em: … 
c. incorporar na sua legislação interna normas penais, civis, administrativas e de outra natureza, que sejam 
necessárias para prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher, bem como adotar as medidas 
administrativas adequadas que forem aplicáveis”) e com outros tratados ratificados pelo país. Sob o enfoque 
constitucional, consignou-se que a norma seria corolário da incidência do princípio da proibição de proteção 
insuficiente dos direitos fundamentais. Sublinhou-se que a lei em comento representaria movimento legislativo 
claro no sentido de assegurar às mulheres agredidas o acesso efetivo à reparação, à proteção e à justiça. 
Discorreu-se que, com o objetivo de proteger direitos fundamentais, à luz do princípio da igualdade, o legislador 
editara microssistemas próprios, a fim de conferir tratamento distinto e proteção especial a outros sujeitos de 
direito em situação de hipossuficiência, como o Estatuto do Idoso e o da Criança e do Adolescente – ECA. 
ADC 19/DF, rel. Min. Marco Aurélio, 9..2.2012. (ADC-19) 
 
	
  	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
www.anacrismendonca.com.br	
  
ADC e Lei Maria da Penha – 3 (INFORMATIVO Nº 654 STF) 
Reputou-se, por sua vez, que o art. 33 da lei em exame (“Enquanto não estruturados os Juizados de Violência 
Doméstica e Familiar contra a Mulher, as varas criminais acumularão as competências cível e criminal para 
conhecer e julgar as causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, observadas 
as previsões do Título IV desta Lei, subsidiada pela legislação processual pertinente”) não ofenderia os artigos 96, 
I, a, e 125, § 1º, ambos da CF, porquanto a Lei Maria da Penha não implicara obrigação, mas faculdade de criação 
dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, conforme disposto nos artigos 14, caput, e 29, do 
mesmo diploma. Lembrou-se não ser inédita no ordenamento jurídico pátrio a elaboração de sugestão, mediante 
lei federal, para criação de órgãos jurisdicionais especializados em âmbito estadual. Citou-se, como exemplo, o 
art. 145 do ECA e o art. 70 do Estatuto do Idoso. Ressurtiu-se incumbir privativamente à União a disciplina do 
direito processual, nos termos do art. 22, I, da CF, de modo que ela poderia editar normas que influenciassem a 
atuação dos órgãos jurisdicionais locais. Concluiu-se que, por meio do referido art. 33, a Lei Maria da Penha não 
criaria varas judiciais, não definiria limites de comarcas e não estabeleceria o número de magistrados a serem 
alocados nos Juizados de Violência Doméstica e Familiar. Apenas facultaria a criação desses juizados e atribuiria 
ao juízo da vara criminal a competência cumulativa de ações cíveis e criminais envolvendo violência doméstica 
contra a mulher, haja vista a necessidade de conferir tratamento uniforme, especializado e célere, em todo 
território nacional, às causas sobre a matéria. 
ADC 19/DF, rel. Min. Marco Aurélio, 9.2.2012. (ADC-19) 
 
Lei Maria da Penha e ação penal condicionada à representação – 1 (INFORMATIVO Nº 654 STF) 
Em seguida, o Plenário, por maioria, julgou procedente ação direta, proposta pelo Procurador Geral da República, 
para atribuir interpretação conforme a Constituição aos artigos 12, I; 16 e 41, todos da Lei 11.340/2006, e assentar 
a natureza incondicionada da ação penal em caso de crime de lesão corporal, praticado mediante violência 
doméstica e familiar contra a mulher. Preliminarmente, afastou-se alegação do Senado da República segundo a 
qual a ação direta seria imprópria, visto que a Constituição não versaria a natureza da ação penal — se pública 
incondicionada ou pública subordinada à representação da vítima. Haveria, conforme sustentado, violência 
reflexa, uma vez que a disciplina do tema estaria em normas infraconstitucionais. O Colegiado explicitou que a 
Constituição seria dotada de princípios implícitos e explícitos, e que caberia à Suprema Corte definir se a previsão 
normativa a submeter crime de lesão corporal leve praticado contra a mulher, em ambiente doméstico, ensejaria 
tratamento igualitário, consideradas as lesões provocadas em geral, bem como a necessidade de representação. 
Salientou-se a evocação do princípio explícito da dignidade humana, bem como do art. 226, § 8º, da CF. Frisou-se 
a grande repercussão do questionamento, no sentido de definir se haveria mecanismos capazes de inibir e coibir a 
violência no âmbito das relações familiares, no que a atuação estatal submeter-se-ia à vontade da vítima. 
ADI 4424/DF, rel. Min. Marco Aurélio, 9.2.2012. (ADI-4424) 
 
Lei Maria da Penha e ação penal condicionada à representação – 2 (INFORMATIVO Nº 654 STF) 
No mérito, evidenciou-seque os dados estatísticos no tocante à violência doméstica seriam alarmantes, visto que, 
na maioria dos casos em que perpetrada lesão corporal de natureza leve, a mulher acabaria por não representar 
ou por afastar a representação anteriormente formalizada. A respeito, o Min. Ricardo Lewandowski advertiu que o 
fato ocorreria, estatisticamente, por vício de vontade da parte dela. Apontou-se que o agente, por sua vez, 
passaria a reiterar seu comportamento ou a agir de forma mais agressiva. Afirmou-se que, sob o ponto de vista 
feminino, a ameaça e as agressões físicas surgiriam, na maioria dos casos, em ambiente doméstico. Seriam 
eventos decorrentes de dinâmicas privadas, o que aprofundaria o problema, já que acirraria a situação de 
invisibilidade social. Registrou-se a necessidade de intervenção estatal acerca do problema, baseada na 
dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III), na igualdade (CF, art. 5º, I) e na vedação a qualquer discriminação 
atentatória dos direitos e liberdades fundamentais (CF, art. 5º, XLI). Reputou-se que a legislação ordinária 
protetiva estaria em sintonia com a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência contra a 
Mulher e com a Convenção de Belém do Pará. Sob o ângulo constitucional, ressaltou-se o dever do Estado de 
assegurar a assistência à família e de criar mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações. Não 
seria razoável ou proporcional, assim, deixar a atuação estatal a critério da vítima. A proteção à mulher esvaziar-
se-ia, portanto, no que admitido que, verificada a agressão com lesão corporal leve, pudesse ela, depois de 
	
  	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
www.anacrismendonca.com.br	
  
acionada a autoridade policial, recuar e retratar-se em audiência especificamente designada com essa finalidade, 
fazendo-o antes de recebida a denúncia. Dessumiu-se que deixar a mulher — autora da representação — decidir 
sobre o início da persecução penal significaria desconsiderar a assimetria de poder decorrente de relações 
histórico-culturais, bem como outros fatores, tudo a contribuir para a diminuição de sua proteção e a prorrogar o 
quadro de violência, discriminação e ofensa à dignidade humana. Implicaria relevar os graves impactos 
emocionais impostos à vítima, impedindo-a de romper com o estado de submissão. 
ADI 4424/DF, rel. Min. Marco Aurélio, 9.2.2012. (ADI-4424) 
 
Lei Maria da Penha e ação penal condicionada à representação – 3 (INFORMATIVO Nº 654 STF) 
Entendeu-se não ser aplicável aos crimes glosados pela lei discutida o que disposto na Lei 9.099/95, de maneira 
que, em se tratando de lesões corporais, mesmo que de natureza leve ou culposa, praticadas contra a mulher em 
âmbito doméstico, a ação penal cabível seria pública incondicionada. Acentuou-se, entretanto, permanecer a 
necessidade de representação para crimes dispostos em leis diversas da 9.099/95, como o de ameaça e os 
cometidos contra a dignidade sexual. Consignou-se que o Tribunal, ao julgar o HC 106212/MS (DJe de 
13.6.2011), declarara, em processo subjetivo, a constitucionalidade do art. 41 da Lei 11.340/2006, no que afastaria 
a aplicação da Lei dos Juizados Especiais relativamente aos crimes cometidos com violência doméstica e familiar 
contra a mulher, independentemente da pena prevista. 
ADI 4424/DF, rel. Min. Marco Aurélio, 9.2.2012. (ADI-4424) 
 
Lei Maria da Penha e ação penal condicionada à representação – 4 (INFORMATIVO Nº 654 STF) 
Vencido o Min. Cezar Peluso, Presidente. Aduzia que o legislador não poderia ter sido leviano ao estabelecer o 
caráter condicionado da ação penal. Afirmava que eventual existência de vício de vontade da mulher ofendida, ao 
proceder à retratação, não poderia ser tida como regra. Alertava para a possibilidade de intimidação da mulher em 
levar a notícia-crime, por saber que não poderia influir no andamento da ação penal, assim como para a 
excepcionalidade de os crimes serem noticiados por terceiros. Assinalava que a mera incondicionalidade da ação 
penal não constituiria impedimento à violência familiar, entretanto acirraria a possibilidade dessa violência, por 
meio de atitudes de represália contra a mulher. Asseverava, por fim, que a decisão do Tribunal estaria 
concentrada na situação da mulher — merecedora de proteção por parte do ordenamento jurídico —, mas se 
deveria compatibilizar esse valor com a manutenção da situação familiar, a envolver outros entes. 
ADI 4424/DF, rel. Min. Marco Aurélio, 9.2.2012. (ADI-4424) 
	
  	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
www.anacrismendonca.com.br	
  
	
  
Quinta-­‐feira,	
  09	
  de	
  fevereiro	
  de	
  2012	
  
	
  
Relator	
  julga	
  procedente	
  ADC	
  sobre	
  Lei	
  Maria	
  da	
  Penha	
  
	
  
O	
  ministro	
  Marco	
   Aurélio,	
   relator	
   das	
   ações	
   que	
   envolvem	
   a	
   análise	
   de	
   dispositivos	
   da	
   Lei	
  Maria	
   da	
  
Penha	
  (ADC	
  19	
  e	
  ADI	
  4424)	
  no	
  Supremo	
  Tribunal	
  Federal	
  (STF),	
  votou	
  pela	
  procedência	
  da	
  ADC	
  19,	
  a	
  fim	
  
de	
  declarar	
  a	
  constitucionalidade	
  dos	
  artigos	
  1º,	
  33	
  e	
  41	
  da	
  Lei	
  11.340/2006,	
  conhecida	
  como	
  Lei	
  Maria	
  
da	
  Penha.	
  Essa	
  norma	
  cria	
  mecanismos	
  para	
  coibir	
  a	
  violência	
  doméstica	
  e	
  familiar	
  contra	
  a	
  mulher.	
  
A	
   mulher,	
   conforme	
   o	
   ministro,	
   é	
   vulnerável	
   quando	
   se	
   trata	
   de	
   constrangimentos	
   físicos,	
   morais	
   e	
  
psicológicos	
   sofridos	
   em	
   âmbito	
   privado.	
   “Não	
   há	
   dúvida	
   sobre	
   o	
   histórico	
   de	
   discriminação	
   por	
   ela	
  
enfrentado	
   na	
   esfera	
   afetiva.	
   As	
   agressões	
   sofridas	
   são	
   significativamente	
   maiores	
   do	
   que	
   as	
   que	
  
acontecem	
  –	
  se	
  é	
  que	
  acontecem	
  –	
  contra	
  homens	
  em	
  situação	
  similar”,	
  avaliou.	
  
Para	
  o	
  ministro,	
   a	
   Lei	
  Maria	
  da	
  Penha	
   “retirou	
  da	
   invisibilidade	
  e	
  do	
   silêncio	
   a	
   vítima	
  de	
  hostilidades	
  
ocorridas	
  na	
  privacidade	
  do	
  lar	
  e	
  representou	
  um	
  movimento	
  legislativo	
  claro	
  no	
  sentido	
  de	
  assegurar	
  
às	
  mulheres	
  agredidas	
  o	
  acesso	
  efetivo	
  a	
  reparação,	
  a	
  proteção	
  e	
  a	
  justiça”.	
  Ele	
  entendeu	
  que	
  a	
  norma	
  
mitiga	
  realidade	
  de	
  discriminação	
  social	
  e	
  cultural	
  “que,	
  enquanto	
  existente	
  no	
  país,	
  legitima	
  a	
  adoção	
  
de	
  legislação	
  compensatória	
  a	
  promover	
  a	
  igualdade	
  material	
  sem	
  restringir	
  de	
  maneira	
  desarrazoada	
  o	
  
direito	
  das	
  pessoas	
  pertencentes	
  ao	
  gênero	
  masculino”,	
  ressaltando	
  que	
  a	
  Constituição	
  Federal	
  protege,	
  
especialmente,	
  a	
  família	
  e	
  todos	
  os	
  seus	
  integrantes.	
  
No	
   entanto,	
   o	
   relator	
   apontou	
   que	
   o	
   ordenamento	
   jurídico	
   brasileiro	
   prevê	
   tratamento	
   distinto	
   e	
  
proteção	
  especial	
  a	
  outros	
  sujeitos	
  de	
  direito	
  em	
  situação	
  de	
  hipossuficiência,	
  como	
  é	
  o	
  caso	
  do	
  idoso,	
  
da	
  criança	
  e	
  do	
  adolescente.	
  
O	
   ministro	
   Marco	
   Aurélio	
   considerou	
   constitucional	
   o	
   preceito	
   do	
   artigo	
   33,	
   da	
   Lei	
   11.340/2006,	
  
segundo	
   o	
   qual	
   enquanto	
   não	
   estruturados	
   os	
   Juizados	
   de	
   Violência	
   Doméstica	
   e	
   Familiar	
   contra	
   a	
  
Mulher,	
  as	
  varas	
  criminais	
  acumularãoas	
  competências	
  cível	
  e	
  criminal	
  para	
  conhecer	
  e	
  julgar	
  as	
  causas	
  
decorrentes	
  da	
  prática	
  de	
  violência	
  doméstica	
  e	
  familiar	
  contra	
  a	
  mulher,	
  “observadas	
  as	
  previsões	
  do	
  
Título	
  IV	
  desta	
  Lei,	
  subsidiada	
  pela	
  legislação	
  processual	
  pertinente”.	
  Ele	
  ressaltou	
  não	
  haver	
  ofensa	
  ao	
  
artigo	
  96,	
   inciso	
   I,	
   alínea	
   “a”	
  e	
  125,	
  parágrafo	
  1º,	
   da	
  CF,	
  mediante	
  os	
  quais	
   se	
   confere	
   aos	
  estados	
   a	
  
competência	
  para	
  disciplinar	
  a	
  organização	
  judiciária	
  local.	
  
“A	
   Lei	
  Maria	
  da	
  Penha	
  não	
   implicou	
  obrigação,	
  mas	
  a	
   faculdade	
  de	
   criação	
  dos	
   Juizados	
  de	
  Violência	
  
Doméstica	
   contra	
   a	
  Mulher”,	
   salientou	
   o	
  ministro,	
   ao	
   lembrar	
   que	
   não	
   é	
   inédita	
   no	
   ordenamento	
   a	
  
elaboração	
  de	
  sugestão,	
  mediante	
  lei	
  federal,	
  para	
  a	
  criação	
  de	
  órgãos	
  jurisdicionais	
  especializados	
  em	
  
âmbito	
  estadual.	
  Nesse	
  sentido,	
  citou	
  o	
  Estatuto	
  da	
  Criança	
  e	
  do	
  Adolescente	
  (ECA),	
  a	
  Lei	
  de	
  Falência,	
  
entre	
  outros.	
  
Assim,	
  o	
  relator	
  entendeu	
  que,	
  por	
  meio	
  do	
  artigo	
  33,	
  da	
  Lei	
  11.340/06,	
  não	
  se	
  criam	
  varas	
  judiciais,	
  não	
  
se	
  definem	
  limites	
  de	
  comarcas	
  e	
  não	
  se	
  estabelecem	
  um	
  número	
  de	
  magistrados	
  a	
  serem	
  alocados	
  aos	
  
Juizados	
   de	
   Violência	
   Doméstica	
   e	
   Familiar,	
   “temas	
   evidentemente	
   concernentes	
   às	
   peculiaridades	
   e	
  
circunstâncias	
   locais”.	
  “No	
  preceito,	
  apenas	
  se	
   faculta	
  a	
  criação	
  desses	
   juizados	
  e	
  se	
  atribui	
  ao	
   juiz	
  da	
  
vara	
   criminal	
   a	
   competência	
   cumulativa	
   das	
   ações	
   cíveis	
   e	
   criminais	
   envolvendo	
   violência	
   doméstica	
  
contra	
  mulher	
   ante	
  a	
  necessidade	
  de	
   conferir	
   tratamento	
  uniforme	
  especializado	
  e	
   célere	
  em	
   todo	
  o	
  
território	
  nacional	
  sobre	
  a	
  matéria”.	
  
O	
  entendimento	
  do	
  relator	
  quanto	
  à	
  ADC	
  19	
  foi	
  acompanhado	
  pelos	
  demais	
  ministros	
  da	
  Corte.	
  
Em	
  instantes,	
  mais	
  detalhes.	
  
EC/AD 
 
	
  	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
www.anacrismendonca.com.br	
  
	
  
Quinta-­‐feira,	
  09	
  de	
  fevereiro	
  de	
  2012	
  
	
  
ADC	
  19:	
  dispositivos	
  da	
  Lei	
  Maria	
  da	
  Penha	
  são	
  constitucionais	
  
Por	
  votação	
  unânime,	
  o	
  Plenário	
  do	
  Supremo	
  Tribunal	
  Federal	
  	
  (STF)	
  declarou,	
  nesta	
  quinta-­‐feira	
  (09),	
  a	
  
constitucionalidade	
   dos	
   artigos	
   1º,	
   33	
   e	
   41	
   da	
   Lei	
   11.340/2006	
   (Lei	
   Maria	
   da	
   Penha),	
   que	
  cria	
  
mecanismos	
  para	
  coibir	
  a	
  violência	
  doméstica	
  e	
  familiar	
  contra	
  a	
  mulher.	
  
Com	
  a	
  decisão,	
  a	
  Suprema	
  Corte	
  declarou	
  procedente	
  a	
  Ação	
  Declaratória	
  de	
  Constitucionalidade	
  (ADC)	
  
19,	
   ajuizada	
   pela	
   Presidência	
   da	
   República	
   com	
   objetivo	
   de	
   propiciar	
   uma	
   interpretação	
   judicial	
  
uniforme	
  dos	
  dispositivos	
  contidos	
  nesta	
  lei.	
  
A	
  Presidência	
  da	
  República	
  apontava	
  a	
  existência	
  de	
  conflitos	
  na	
  interpretação	
  da	
  lei,	
  pois	
  há	
  diversos	
  
pronunciamentos	
  judiciais	
  declarando	
  a	
  constitucionalidade	
  das	
  normas	
  objeto	
  da	
  ADC	
  e	
  outras	
  que	
  as	
  
reputam	
  inconstitucionais.	
  
Votos	
  
Primeira	
  a	
  votar	
  após	
  o	
  ministro	
  Marco	
  Aurélio,	
  relator	
  da	
  ação,	
  a	
  ministra	
  Rosa	
  Weber	
  disse	
  que	
  a	
  Lei	
  
Maria	
   da	
   Penha	
   “inaugurou	
   uma	
   nova	
   fase	
   de	
   ações	
   afirmativas	
   em	
   favor	
   da	
   mulher	
   na	
   sociedade	
  
brasileira”.	
  Segundo	
  ela,	
  essa	
  lei	
  “tem	
  feição	
  simbólica,	
  que	
  não	
  admite	
  amesquinhamento”.	
  
No	
  mesmo	
  sentido,	
  o	
  ministro	
  Luiz	
  Fux	
  disse	
  que	
  a	
  lei	
  está	
  em	
  consonância	
  com	
  a	
  proteção	
  que	
  cabe	
  ao	
  
Estado	
  dar	
  a	
  cada	
  membro	
  da	
  família,	
  nos	
  termos	
  do	
  parágrafo	
  8º	
  do	
  artigo	
  226	
  da	
  Constituição	
  Federal	
  
(CF).	
  
Discriminação	
  
Em	
   seu	
   voto,	
   a	
   ministra	
   Cármen	
   Lúcia	
   Antunes	
   Rocha	
   observou	
   que	
   julgamentos	
   como	
   o	
   de	
   hoje	
  
“significam	
  para	
  mulher	
  que	
  a	
  luta	
  pela	
  igualação	
  e	
  dignificação	
  está	
  longe	
  de	
  acabar”.	
  Ela	
  exemplificou	
  
a	
   discriminação	
   contra	
   a	
  mulher	
  em	
   diversas	
   situações,	
   inclusive	
   contra	
   ela	
   própria,	
  no	
   início	
   de	
   sua	
  
carreira.	
  
Já	
  hoje,	
  segundo	
  ela,	
  a	
  discriminação	
  é	
  mais	
  disfarçada,	
  em	
  muitos	
  casos.	
  “Não	
  é	
  que	
  não	
  discriminem;	
  	
  
não	
  manifestam	
   essa	
   discriminação”,	
   observou.	
  Por	
   isso,	
   segundo	
   ela,	
   a	
   luta	
   pelos	
   direitos	
   humanos	
  
continua.	
  “Enquanto	
  houver	
  uma	
  mulher	
  sofrendo	
  violência	
  neste	
  planeta,	
  eu	
  me	
  sentirei	
  violentada”,	
  
afirmou.	
  
Ao	
  acompanhar	
  o	
  voto	
  do	
  relator,	
  o	
  ministro	
  Ricardo	
  Lewandowski	
  lembrou	
  que	
  quando	
  o	
  artigo	
  41	
  da	
  
Lei	
   Maria	
   da	
   Penha	
   retirou	
   os	
   crimes	
   de	
   violência	
   doméstica	
   do	
   rol	
   dos	
   crimes	
   menos	
   ofensivos,	
  
retirando-­‐os	
   dos	
   Juizados	
   Especiais,	
   colocou	
   em	
   prática	
   uma	
   política	
   criminal	
   com	
   tratamento	
   mais	
  
severo,	
  consentâneo	
  com	
  sua	
  gravidade.	
  
Por	
  seu	
  turno,	
  o	
  ministro	
  Ayres	
  Britto	
  disse,	
  em	
  seu	
  voto,	
  que	
  a	
   lei	
  está	
  em	
  consonância	
  plena	
  com	
  a	
  
Constituição	
   Federal,	
   que	
   se	
   enquadra	
   no	
   que	
   denominou	
   “constitucionalismo	
   fraterno”	
   e	
   prevê	
  
proteção	
   especial	
   da	
   mulher.	
   “A	
   Lei	
   Maria	
   da	
   Penha	
   é	
   mecanismo	
   de	
   concreção	
   da	
   tutela	
   especial	
  
conferida	
   pela	
   Constituição	
   à	
   mulher.	
   E	
   deve	
   ser	
   interpretada	
   generosamente	
   para	
   robustecer	
   os	
  
comandos	
  constitucionais”,	
  afirmou.	
  “Ela	
  rima	
  com	
  a	
  Constituição”.	
  
O	
  ministro	
   Gilmar	
  Mendes	
   observou	
   que	
   o	
   próprio	
   princípio	
   da	
   igualdade	
   contém	
   uma	
   proibição	
   de	
  
discriminar	
  e	
  impõe	
  ao	
  legislador	
  a	
  proteção	
  da	
  pessoa	
  mais	
  frágil	
  no	
  quadro	
  social.	
  Segundo	
  ele,	
  “não	
  
há	
  inconstitucionalidade	
  em	
  legislação	
  que	
  dá	
  proteção	
  ao	
  menor,	
  ao	
  adolescente,	
  ao	
  idoso	
  e	
  à	
  mulher.	
  
Há	
  comandosclaros	
  nesse	
  sentido”.	
  
O	
  ministro	
  Celso	
  de	
  Mello,	
  de	
  sua	
  parte,	
  lembrou	
  que	
  a	
  Comissão	
  Interamericana	
  de	
  Direitos	
  Humanos	
  
teve	
  uma	
   importante	
  participação	
  no	
   surgimento	
  da	
   Lei	
  Maria	
  da	
  Penha.	
  Na	
  época	
  em	
  que	
  Maria	
  da	
  
Penha	
  Maia	
  Fernandes,	
  que	
  deu	
  nome	
  à	
   lei,	
  havia	
   sofrido	
  violência	
  por	
  parte	
  de	
  seu	
  então	
  marido,	
  a	
  
	
  	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
www.anacrismendonca.com.br	
  
comissão	
   disse	
   que	
   o	
   crime	
   deveria	
   ser	
   visto	
   sob	
   a	
   ótica	
   de	
   crime	
   de	
   gênero	
   por	
   parte	
   do	
   Estado	
  
brasileiro.	
  
Na	
  época,	
  ainda	
  segundo	
  o	
  ministro,	
  a	
  comissão	
  entendeu	
  que	
  a	
  violência	
  sofrida	
  por	
  Maria	
  da	
  Penha	
  
era	
  reflexo	
  da	
  ineficácia	
  do	
  Judiciário	
  e	
  recomendou	
  uma	
  investigação	
  séria	
  e	
  a	
  responsabilização	
  penal	
  
do	
  autor.	
  Também	
  recomendou	
  que	
  houvesse	
  reparação	
  da	
  vítima	
  e	
  a	
  adoção,	
  pelo	
  Estado	
  brasileiro,	
  de	
  
medidas	
  de	
  caráter	
  nacional	
  para	
  coibir	
  a	
  violência	
  contra	
  a	
  mulher.	
  
“Até	
  2006	
  (data	
  de	
  promulgação	
  da	
  lei),	
  o	
  Brasil	
  não	
  tinha	
  uma	
  legislação	
  para	
  coibir	
  a	
  violência	
  contra	
  a	
  
mulher”,	
   observou	
   o	
   decano.	
   Isso	
   porque,	
   anteriormente,	
   os	
   crimes	
   de	
   violência	
   doméstica	
   eram	
  
julgados	
  pelos	
  Juizados	
  Especiais,	
  criados	
  pela	
  Lei	
  9.099	
  para	
  julgar	
  crimes	
  de	
  menor	
  poder	
  ofensivo.	
  
FK/AD	
  
 
 
 
 
 
	
  	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
www.anacrismendonca.com.br	
  
09/02/2012 20h22 - Atualizado em 09/02/2012 21h41 
Lei Maria da Penha vale mesmo sem queixa da agredida, decide STF 
Por 10 votos a 1, ministros decidiram que Ministério Público pode denunciar. 
Corte também atestou constitucionalidade da lei contra violência doméstica. 
Débora Santos Do G1, em Brasília 
61 comentários 
 
Por 10 votos a 1, o plenário do Supremo Tribunal Federal decidiu nesta quinta-feira (9) que, a partir de agora, o Ministério 
Público pode denunciar o agressor nos casos de violência doméstica contra a mulher, mesmo que a mulher não apresente 
queixa contra quem a agrediu. 
A Lei Maria da Penha protege mulheres contra a violência doméstica e torna mais rigorosa a punição aos agressores. De 
acordo com norma original, sancionada em 2006, o agressor só era processado se a mulher agredida fizesse uma queixa formal. 
Até a decisão desta quinta, a Lei Maria da Penha permitia inclusive que a queixa feita pela mulher agredida fosse retirada. A 
partir de agora, o Ministério Público pode abrir a ação após a apresentação da queixa, o que garante sua continuidade. 
 
O Supremo julgou nesta quinta duas ações propostas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pelo então presidente da 
República Luiz Inácio Lula da Silva que pretendiam garantir a aplicação da lei para coibir a violência doméstica. 
 
Em seu voto, o relator das ações, Marco Aurélio Mello, votou a favor da abertura de ação penal contra agressores a partir de 
queixa feita pelo Ministério Público, sem obrigação de que a mulher tenha de tomar a iniciativa de denunciar o crime. 
Ele argumentou que, em caso de violência doméstica, é preciso considerar a necessidade de "intervenção estatal" para garantir 
a proteção da mulher, como previsto na Constituição. "Sob o ponto de vista feminino, a ameaça e as agressões físicas não 
vêem, na maioria dos casos, de fora. Estão em casa, não na rua. O que não reduz a gravidade do problema, mas aprofunda, 
porque acirra a situação de invisibilidade social", observou o ministro. 
	
  	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
www.anacrismendonca.com.br	
  
Inibição 
Único a votar contra essa interpretação, o presidente do Supremo, ministro Cezar Peluso, ponderou sobre as consequências da 
atuação do Estado nos casos de violência contras as mulheres. Para ele, essa mudança de interpretação na lei pode inibir a 
representação de queixas por parte da mulher. 
Ministros dos STF no julgamento da Lei Maria 
da 
Penha (Foto: José Cruz / Agência Brasil) 
Argumentou ainda que a atuação do Ministério Público pode desconsiderar a vontade de mulher e até acirrar a violência nas 
famílias. "Há o risco de que, a mulher continuando a conviver com o parceiro, no meio dessa convivência, eventualmente já 
pacificada, sobrevenha uma sentença condenatória que terá no seio da família consequências imprevisíveis, e que pode 
desencadear maior violência", completou Peluso. 
 
A observação foi rebatida pelo relator. "Penso que o valor maior a ser resguardado é o valor que direciona à proteção da 
mulher e o estado não a protege quando exige que ela adote postura de antagonismo contra o que já se revelou agressor", disse 
Marco Aurélio. 
Já o ministro Gilmar Mendes, embora tenha votado a favor da nova interpretação, afirmou que a denúncia proposta pelo 
Ministério Público, independentemente da vontade da agredida, pode ser mais um motivo de desentendimento no núcleo 
familiar. 
 
"Às vezes, a ação penal pública incondicionada [processo aberto sem queixa da agredida] vai ser um elemento de desagregação 
familiar e o texto constitucional quer um mínimo de integração. Daí eu não estar seguro quanto a essa fórmula que vamos 
eleger", disse Mendes. 
Constitucionalidade 
No primeiro processo, o tribunal declarou, por unanimidade, a constitucionalidade de três artigos da Lei Maria da Penha que 
tratam do regime diferenciado criado pela norma para punir os agressores de mulheres, com a criação de juizados de violência 
doméstica contra a mulher. O julgamento terminou com aplausos no plenário. 
 
De acordo com o voto do relator, a lei está em "harmonia" também com tratados internacionais, assinados pelo governo 
brasileiro, que prevêem a criação de normas para prevenir e punir a violência específica contra a mulher. 
 
"A Lei Maria da Penha retirou da invisibilidade e do silêncio a vítima de hostilidade ocorrida na privacidade do lar e 
representou movimento legislativo claro no sentido de garantir a mulheres agredidas o acesso efetivo à reparação e justiça", 
disse o ministro Marco Aurélio. 
	
  	
  
	
  
	
  
	
  
	
  
www.anacrismendonca.com.br	
  
Julgamento 
Ao defender a importância da atuação do Ministério Público nos casos de agressão contra mulheres, o procurador-geral da 
República, Roberto Gurgel, afirmou que condicionar a punição à apresentação de queixa por parte da vítima é "perpetuar um 
quadro de violência física contra a mulher". 
 
De acordo com a representante da Advocacia-Geral da União (AGU), Graice Mendonça, 92,09% da violência doméstica é 
praticada pelo homem em face da mulher, o que demonstra a necessidade de um regime legal diferenciado para conter a 
violência contra o sexo feminino. 
 
"Esses dados espancam a tese de que a Lei Maria da Penha fere a isonomia entre homens e mulheres. O que é o principio da 
igualdade senão tratar desigualmente aqueles que se encontram em posição de desigualdade", disse a representante da AGU. 
 
Durante o julgamento, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, citou dados do Conselho 
Nacional de Justiça (CNJ), segundo os quais, desde a entrada em vigor da lei, foram distribuídos 331.796 processos que tratam 
de agressões a mulheres. Desse total, segundo o CNJ, 110.998 foram sentenciados até março de 2011. 
 
"A quantidade de processos nas prateleiras das varas criminais responsáveispelo julgamento dos casos envolvendo crimes 
contra mulheres ilustra a dificuldade do Poder Judiciário em atender a demanda das vítimas", disse o presidente da OAB.

Continue navegando