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TJDFT - PONTOS RESUMIDOS - PROVA ORAL

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Resumo do Ponto 12 – Monize da Silva Freitas Marques
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO E FORMAÇÃO HUMANÍSTICA 
1- Direito objetivo e direito subjetivo.
2- Direitos e deveres funcionais da magistratura.
Direito objetivo e direito subjetivo.
Segundo José Antônio R. de O. Silva, Magistratura do Trabalho – Formação Humanística e Temas Fundamentais do Direito, p. 28: Direito objetivo é o conjunto de regras derivadas da fonte estatal, dotadas de coercibilidade, ou seja, é o próprio ordenamento jurídico de cada Estado, composto de regras de conduta a todos impostas, sendo que ora se estabelecem condutas corretas e outras vezes condutas reprováveis – normas permissivas, prescritivas e proibitivas. É a norma agendi. Por outro lado, direito subjetivo é o poder que tem a pessoa de exercer seu próprio direito, ou de postular sua satisfação ao Estado, quando não satisfeito voluntariamente por quem deveria fazê-lo. Seria a facultas agendi, mas atualmente há uma distinção entre direito subjetivo e faculdade jurídica, entendida esta como o poder que a pessoa possui de obter, por ato próprio, o resultado jurídico, independentemente da atuação de outrem.
Esse poder de recorrer ao Estado é a chamada exigibilidade. Portanto, o direito subjetivo é dotado de exigibilidade.
	Direito objetivo – coercibilidade
	Direito subjetivo – exigibilidade
Duas teorias tentam explicar o direito subjetivo:
1 – Teoria negativa ou monista: Kelsen é um dos expoentes desta teoria. Ele diz que não há direito subjetivo porque todo direito é proveniente do direito objetivo. As pessoas têm direitos porque o dir. objetivo, positivado pelo Estado, prevê sua existência.
2 – Teoria afirmativa ou dualista: aceita a existência do dir. subjetivo, mesmo que haja disciplina objetiva. Apresenta-se como uma relação jurídica, tendo como requisitos: sujeito, objeto e relação jurídica. Não existe dir. subjetivo sem um dever jurídico. É a corrente predominante. 
Concurso da Magistratura, Saraiva, p. 262/277: 
-Direito Objetivo: conjunto de regras vigentes num determinado momento para reger as relações humanas, e que são impostas, coativamente pelo Estado, à obediência de todos. Acaba sendo designado por muitos como o direito enquanto norma. Hoje é patente que tanto os princípios como as decisões judiciais possuem essa característica, mas dentro da pluralidade de ordenamentos jurídicos presentes, é de grande complexidade extrair exatamente o que deve ou não ser considerado norma jurídica. Leon Duguit e Hans Kelsen fazia parte das doutrinas negativistas do direito subjetivo, por entenderem que as obrigações jurídicas decorriam do ordenamento jurídico vigente, ou seja, do direito objetivo.
-Direito Subjetivo: é a faculdade de acionar o Poder Judiciário para reconhecer um direito garantido pelo ordenamento. Para alguns, é anterior ao próprio direito objetivo. Vicente Ráo, p. ex., afirma a primazia do indivíduo em relação ao Estado, sendo este um devedor da prestação jurisdicional. Assim, coloca o direito subjetivo como anterior e superior ao direito objetivo, afirmando que “direitos existem ditados pela natureza humana, os quais, por isso, são superiores às normas objetivas que põem e devem, sem dúvida, discipliná-los em razão da harmonia social, mas desconhecê-los não podem, sob pena de incidirem em ilegitimidade: a negação dos poderes inerentes à natureza do homem, ali onde ocorre, não significa a inexistência mas a violação dos correspondentes direitos.”
A partir do século XIX, vários foram os entendimentos sobre direito subjetivo, sendo suas principais escolas:
Teoria individualista: teve seu ápice com a Revolução Francesa, cuja declaração de direitos afirmava, já no seu primeiro artigo, que os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos. Entendendo o ser humano como de natureza livre, individual e autônoma, passa ele a ter direitos pelo simples fato de existir, sendo estes anteriores à sociedade. Mesmo ao celebrar o pacto social, com base no pensamento de Rousseau, conserva sua autonomia e os respectivos poderes, ou seja, seus direitos. É que segundo Rousseau, no Pacto Social, cada indivíduo entrega todo o seu direito natural, por um instante hipotético, a um ente abstrato (Estado), que imediatamente devolve esses direitos (com a chancela de direito positivo), tornando o homem tão livre quanto era antes. É teoria de difícil defesa, já que o direito subjetivo implica relação entre pessoas, e dentro do individualismo não há que se falar em relação. Mas permitiu, com a influência de Rousseau, que se impusesse cada vez mais limites ao poder do Estado.
Teoria da vontade: de acordo com a doutrina sustentada por Savigny e Windscheid, o direito subjetivo é o poder ou domínio da vontade livre do homem, que o ordenamento protege e confere. O direito, dizia Savigny, apresenta-se como um poder do indivíduo. Nos limites desse poder o que reina é a vontade do indivíduo, e com o consentimento de todos. A esse poder ou faculdade dá-se o nome de direito subjetivo. Acontece, apontam os que contestam tal teoria, desde Jhering até Kelsen, e com razão, que existem direitos em que não se identifica a vontade real de seu titular, sendo o caso das crianças, loucos, incapazes. Ademais, o direito subjetivo persiste mesmo contra a vontade de seu titular.
Teoria da garantia: o direito subjetivo teria por base a possibilidade de fazer a garantia da ordem jurídica tornar efetiva a proteção do direito, ou seja, o direito subjetivo seria a garantia conferida pelo direito subjetivo que se invoca quando a liberdade é violada. Deixa o dir. subj. de ser entendido como realidade por ele mesmo, estando totalmente subordinado ao direito objetivo, tendo em vista que se confunde com a garantia concedida por este.
Teoria do interesse: Jhering trouxe outra teoria, ao sustentar que a essência do direito subjetivo não era a vontade, e sim o interesse juridicamente protegido. O interesse aqui era tomado em sentido amplo, desde as coisas materiais como aquelas de cunho intelectual. Para Jhering, dois elementos constituíam o princípio do direito: um substancial, que reside no fim prático do direito, produzindo a utilidade, as vantagens e os lucros que asseguram; outro formal, referente a esse fim, unicamente como meio, como a proteção do direito, a ação da justiça. A base jurídica do direito seria a segurança do gozo de tal direito. Desta forma, o direito subjetivo é interesse juridicamente protegido por meio de ação judicial. Também sofreu sérias objeções, pela amplitude do termo ‘interesse’. Além disso, há casos em que o indivíduo pode não ter interesse em ter seu interesse protegido.
Teoria eclética ou mista: seu formulador, Georg Jellinek, ao considerar insuficientes as teorias anteriores, conjugou os principais elementos das teorias da vontade e do interesse. Jellinek definiu direito subjetivo como o interesse protegido que a vontade tem o poder de realizar. Em que pese não ter enfrentado as objeções feitas individualmente às teorias da vontade e do interesse, ganhou prestígio e é bastante divulgada.
Fontes do Direito Objetivo: (Classificação constante no livro Concurso da Magistratura, Saraiva, p. 268/277)
Lei: revestimento estrutural da norma dentro do ordenamento, com força coercitiva. Não se confunde com princípio, apesar de ambos serem espécies do gênero norma, que é uma prescrição de comportamento ou conduta com base ética. Para ter validade, deve obedecer trâmites previamente fixados pelo sistema jurídico vigente.
Costume: é um hábito social agregado a uma convicção de sua obrigatoriedade. Para ser considerado fonte de direito objetivo, deve aliar dois aspectos: objetivo (conduta reiterada) e subjetivo (convicção de que é obrigatória). Não tem o condão de revogar lei. Pode ser contra legem (opõe-se à lei), secundum legem (coincide com a lei) e praeter legem (suprem lacunas, disciplinando matérias que a lei não conhece). O costume praeter legem é a verdadeira fonte de direito objetivo.
Doutrina: é considerada fonte mediata;mola propulsora do sistema jurídico, além de fundamental antecedente lógico para o surgimento da fonte estatal principal, que é a lei.
Fonte negocial: como o ordenamento contém tanto normas gerais como individuais, os atos negociais são fonte de normas individuais vinculantes para as partes. Assim, na ausência de leis, o ato negocial praeter legem torna-se verdadeira regra geral com caráter de norma, como resultado na autonomia da vontade.
Princípios Gerais de Direito: estão revistos na LINDB, CPC e CLT, mas alguns autores não os consideram fontes. São normas jurídicas gerais, fundamentais, estruturantes. São pressupostos lógicos necessários das normas legais, espírito máximo da legislação.
Para a concepção positivista, os princípios gerais de direito são aqueles que embasam e servem de fundamento para a instituição da norma. Na fase juspositivista, se tornaram pautas programáticas supralegais, mas carentes de normatividade. Com o advento do pós-positivismo (Dworkin, Alexy), os princípios se tornaram valores, pedras de toque, com que se aferem os conteúdos constitucionais em sua dimensão normativa mais elevada.
Jurisprudência: sucessão harmônica de decisões dos tribunais. Apesar da divergência, é considerada fonte de direito de direito, apesar de servir somente como fonte de interpretação da lei, que é a verdadeira fonte.
Súmula Vinculante: a súmula vinculante rompeu com o caráter persuasivo das demais, transformando-se em normas cogentes. Alguns juristas entendem como uma aberração jurídica, por invadir a esfera de competência do legislativo. O fato é que tem sido uma aliada à reestruturação do Poder Judiciário, sobretudo mitigando o excesso de demandas e favorecendo a celeridade de julgamentos.
2- Direitos e deveres funcionais da magistratura (Trecho extraído do Ponto 7 com acréscimos)
A Magistratura tem prerrogativas em sede constitucional. Aqui são chamados garantias e são a vitaliciedade, a inamovibilidade e a irredutibilidade de vencimentos. Tais atributos são erigidos em favor do destinatário da prestação jurisdicional e não em benefício pessoal do juiz. 
São vitalícios os juízes de carreira após o período de dois anos de exercício. A perda do cargo só se dará em virtude de sentença judicial com trânsito em julgado. A demissão do juiz é pena e será aplicada ao magistrado vitalício em caso de condenação por crime comum ou de responsabilidade em virtude de processo administrativo. Alguns doutrinadores entendem que este trecho da LOMAN não foi recepcionado pela CF/88, que dispõe a perda do cargo somente por decisão judicial. O juiz não vitalício também pode perder o cargo durante o biênio, em processo administrativo, com observância de defesa.
Inamovibilidade é a garantia de permanecer no posto que titulariza enquanto queira. A promoção, remoção ou permuta dependem sempre da vontade do interessado. A exceção é a remoção compulsória, pena prevista na LOMAN para infrações graves, sempre observado o interesse público. O CNJ também pode remover por interesse público. O STF entendeu que tal prerrogativa se estende aos juízes substitutos, que só podem ser removidos na mesma circunscrição.
A prerrogativa da irredutibilidade de vencimentos se propunha a garantir ao juiz a percepção integral de sua retribuição por serviço, vedada a sua diminuição a qualquer título. Deixou de ser prerrogativa exclusiva do juiz. 
As prerrogativas do magistrado previstas na LOMAN são mais abrangentes do que os predicados de sede constitucional. Dentre elas, o juiz será ouvido como testemunha em data, local e horário previamente ajustados. Também não será preso o juiz, senão por ordem escrita do tribunal ou órgão especial competente, ressalvado o flagrante em crime inafiançável. Se vier a ser preso, terá direito a prisão especial e à disposição de seu tribunal. Juiz não está sujeito a notificação ou a intimação para comparecimento, ressalvada ordem judicial. E pode portar arma de defesa pessoal, sem necessidade de autorização ou licença especial.
Os deveres do juiz estão previstos no art. 35 da LOMAN e consistem numa evidente positivação de um preceito ético, até mesmo em razão dos qualificativos de natureza moral utilizados. São eles: independência, serenidade, exatidão, urbanidade, diligência e pontualidade, inclusive justificando eventuais atrasos ou saídas temporárias. Culmina norma por exigir que o juiz brasileiro seja virtuoso – “manter conduta irrepreensível na vida pública e particular”.
Art. 35 - São deveres do magistrado:
I - Cumprir e fazer cumprir, com independência, serenidade e exatidão, as disposições legais e os atos de ofício;
II - não exceder injustificadamente os prazos para sentenciar ou despachar;
III - determinar as providências necessárias para que os atos processuais se realizem nos prazos legais;
IV - tratar com urbanidade as partes, os membros do Ministério Público, os advogados, as testemunhas, os funcionários e auxiliares da Justiça, e atender aos que o procurarem, a qualquer momento, quanto se trate de providência que reclame e possibilite solução de urgência.
V - residir na sede da Comarca salvo autorização do órgão disciplinar a que estiver subordinado;
VI - comparecer pontualmente à hora de iniciar-se o expediente ou a sessão, e não se ausentar injustificadamente antes de seu término;
VIl - exercer assídua fiscalização sobre os subordinados, especialmente no que se refere à cobrança de custas e emolumentos, embora não haja reclamação das partes;
VIII - manter conduta irrepreensível na vida pública e particular.
Nota sobre a independência – a independência do juiz é um dos traços característicos do Estado de Direito. Na verdade, esta opção de convívio político implica a independência do Poder Judiciário, da qual a independência do juiz é correlativa. Dada a importância da independência, foi ela relevada no art. 1º do Código de ética da Magistratura. Logo, a importância desse atributo é tal que deve preceder a enunciação dos outros princípios, “exatamente por constituir a própria essência da função judicial”�. 
A independência assume três perspectivas. A primeira delas, vinculada a independência externa, isto é, a independência frente aos demais poderes e em relação a sociedade. A segunda, independência é a interna frente ao próprio corpo judicial e, por fim, a independência psicológica, ou seja, a independência do magistrado frente a seus preconceito e limites psicológicos. 
Esta última – independência psicológica – é a independência ética do juiz, isto é, a sua postura liberta de todo influxo que não seja a sua consciência atenta ao ditame da norma. Diante do caso concreto, o juiz só deve prestar contas ao ordenamento e à sua consciência. Seu discernimento é que vai impedir que a aplicação rígida da letra da lei represente uma injustiça concreta.
A vontade judicial deve ser a de fazer justiça. Todavia, fazer justiça conforme o ordenamento.
O exame de consciência é a ferramenta de que o juiz não pode abrir mão. A cada momento, precisa indagar a si mesmo a respeito das razões que o conduzem a decidir de tal ou qual maneira.
É importe não decline de exercitar a dúvida metódica. A dúvida como método de se alcançar a certeza possível é saudável. É mero hiato no processo decisório, com vistas a encontrar a melhor resposta. O que não se confunde com a dúvida sistemática, a dúvida incontornável que leva a uma nefasta imobilização e cria um paradoxo: o juiz existe para decidir e não consegue fazê-lo, imerso no labirinto de suas hesitações.
A independência interior é a tranqüilidade de se considerar afinado com a intenção de proferir a melhor decisão que possa. Aquela provinda do atento estudo do caso, seu cotejo com a normatividade e a interpretação que melhor se ajuste ao contexto real. A resposta que aflija o mínimo possível o aflito que recorre à Justiça. Aquela resultante do bom senso, do equilíbrio, do apreço à paz e à harmonia.
Acresça-se, por fim, que uma das fórmulas de que o constituinte se serviu para garantir independênciafoi exigir dedicação exclusiva. Outra delas é a vedação à atividade político-partidária.
DIREITO ADMINISTRATIVO
PONTO 12 
Formas de uso especial dos bens públicos: autorização de uso, permissão de uso, cessão de uso, concessão de uso, concessão especial de uso e concessão de direito real de uso. Alienação dos bens públicos. Imprescritibilidade, impenhorabilidade e não oneração dos bens públicos. Deveres e direitos dos servidores. Responsabilidade dos servidores. Lei de Responsabilidade Fiscal.
Formas de uso especial dos bens públicos: autorização de uso, permissão de uso, cessão de uso, concessão de uso, concessão especial de uso e concessão de direito real de uso.
 O uso privativo dos bens públicos se submete a títulos jurídicos diferenciados:
- bens afetados (uso comum do povo ou especial): uso privativo por meio de títulos jurídicos de direito público: autorização, permissão e concessão de uso;
- bens não afetados (dominicais): uso privativo por meio de tít. jur. de direito público ou privado: locação, arrendamento, comodato, enfiteuse, cessão de uso e concessão de direito real de uso. 
Segundo Hely Lopes Meirelles, autorização, permissão e concessão são formas administrativas para o uso especial de bens públicos por particulares.
Autorização de uso:
Para Hely, “é o ato unilateral, discricionário e precário pelo qual a Administração consente na prática de determinada atividade individual incidente sobre um bem público”. É revogável a qualquer tempo e não gera privilégios contra a Administração. Visa a atividades transitórias e irrelevantes para o Poder Público, como a ocupação de terrenos baldios, para a retirada de água em fontes não abertas ao uso comum do povo e outras utilizações de interesse particular, desde que não prejudiquem a comunidade nem embaracem o serviço público. Pode ser simples (sem prazo) ou qualificada (condicionada – com prazo fixo). Se for qualificada, a inobservância das condições pela Administração pode ensejar indenização ao particular. Pode ser gratuita ou onerosa.
ADMINISTRATIVO - RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA - ATO ADMINISTRATIVO - AUTORIZAÇÃO DE USO - BEM PÚBLICO - REVOGAÇÃO DO ATO - POSSIBILIDADE - NATUREZA PRECÁRIA - AUSÊNCIA DE DIREITO ADQUIRIDO - LIMITES DO PODER REVOGADOR - COMPETÊNCIA - CERTEZA E LIQUIDEZ DO DIREITO NÃO COMPROVADA.1. Hipótese em que Prefeito do Município do Rio de Janeiro revogou autorização de uso de bem público onde a pessoa jurídica desenvolve comércio para a realização de obra de interesse comum, qual seja, o alargamento da Avenida das Américas. 2. Descabida a alegação de que o Prefeito do Município do Rio de Janeiro era autoridade ilegítima para a realização do ato; pois, nos termos da Lei Orgânica dos Municípios (art. 107, XXI), é justamente ele quem tem esta competência. Se a lei permite à autoridade revogar o ato, age ela nos estritos limites do seu poder revogador. 3. Reconhecido na jurisprudência e doutrina que a autorização para o funcionamento, instrumentalizada pelo alvará, não gera ao particular, direito adquirido ao uso do bem, nem direitos relativos à posse, que, a bem da verdade, traduz-se em mera detenção. Se não gera direito adquirido, existindo ainda mera detenção, pode a Administração perfeitamente revogar, a bem do interesse público, o ato antes realizado. Descabe ao Poder Judiciário impor à autoridade seja concedida à recorrente a permissão de uso, muito menos a concessão. 4. Ainda que se possa alegar, trata-se não de autorização, mas de permissão, pois nenhum direito líquido e certo vindicado neste mandamus socorreria ao recorrente, uma vez que doutrina e jurisprudência vai ao encontro da pretensão recursal da recorrente. Senão vejamos: Permissão - é ato unilateral pelo qual a administração faculta precariamente a alguém a prestação de um serviço público ou defere a utilização especial de um bem público. No primeiro caso serve de exemplo a permissão para desempenho do serviço de transporte coletivo, facultada precariamente por esta via, ao invés de outorgada pelo ato convencional denominado concessão. Exemplo da segunda hipótese tem-se no ato de facultar a instalação de banca de jornais em logradouro público, ou de quiosque para venda de produtos de tabacaria etc.' (Celso Antonio Bandeira de Mello; Curso de Direito Constitucional...; 21ª ed.; p. 417); Jurisprudência do STJ: '...2. A permissão de uso é instituto de caráter precário que pode ser revogado a qualquer tempo pela Administração Pública, desde que não mais se demonstre conveniente e oportuna. Aplicação da Súmula 473 do STF...' (RMS 17.644/DF, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ 12.4.2007). No mesmo sentido: RMS 16280/RJ, Rel. Min. José Delgado, DJ 19.4.2004. Recurso ordinário improvido. (RMS 18.349/RJ, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 14/08/2007, DJ 23/08/2007 p. 240)
Permissão de uso:
 Para Hely, “é o ato negocial, unilateral, discricionário e precário através do qual a Administração faculta ao particular a utilização individual de determinado bem público”. Condições, remuneração e tempo podem ser negociadas, constando do termo próprio. É modificável e revogável unilateralmente pela Administração, sem indenização, salvo se prevista. O permissionário pode fazer uso das vias judiciais para defender a posse e a utilização. A exclusividade de uso não é a regra, mas pode ser prevista. Deve haver algum interesse da coletividade na utilização. Exs.: bancas de jornais e vestiários em praias. A Lei nº 8.666/93 (art. 2º) exige a licitação. A Lei n.º 9.636/98 (art. 22) conceitua a permissão de uso como a utilização, a título precário, de bens da União para a realização de eventos de curta duração, de natureza recreativa, esportiva, cultural, religiosa ou educacional.
Conforme Di Pietro, autorização e permissão podem ser simples (sem prazo) ou qualificadas (com prazo). Neste caso, perdem o caráter precário, pois a Administração não poderá extinguir o uso sem indenização.
PROCESSUAL CIVIL. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS N.º 282 E 356 DO STF. PERMISSÃO DE USO. PRECARIEDADE. REVOGAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE DIREITO INDENIZATÓRIO. (...) 3. A título de argumento obiter dictum, a revogação do direito de ocupação de imóvel público, quando legítima, de regra, não dá margem a indenização. Com efeito, quando existe o poder de revogar perante a ordem normativa, sua efetivação normalmente não lesa direito algum de terceiro (Curso de Direito Administrativo, Editora Malheiros, 18ª Edição, página 424). 4. In casu, consoante assentado no acórdão objurgado o recorrido só poderia outorgar o uso de área de suas dependências mediante o devido título jurídico, a saber, autorização, permissão ou concessão, título este que a autora não comprovou possuir. 5. A Permissão de uso de bem público é ato unilateral, precário e discricionário quanto à decisão de outorga, pelo qual se faculta a alguém o uso de um bem público. Sempre que possível, será outorgada mediante licitação ou, no mínimo, com obediência a procedimento em que se assegure tratamento isonômico aos administrados (como, por exemplo, outorga na conformidade de ordem de inscrição) (Curso de Direito Administrativo, Editora Malheiros, 18ª Edição, páginas 853/854). 6. O art. 71 do Decreto-lei 9.760/46, prevê que “o ocupante de imóvel da União sem assentimento desta, poderá ser sumariamente despejado e perderá, sem direito a qualquer indenização, tudo quanto haja incorporado ao solo, ficando ainda sujeito ao disposto nos arts. 513, 515 e 517 do Código Civil”. 7. A falta da comprovação da outorga do instrumento jurídico adequado para justificar o uso privativo de área de bem de uso especial da Administração, a demonstrar a regularidade da ocupação do local em que a recorrente montou o seu salão de beleza, restou assentada na Corte de origem, situação fática insindicável nesta seara processual ante o óbice da Súmula 7/STJ. 8. Recurso Especial não conhecido. (REsp 904.676/DF, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 18/11/2008, DJe 15/12/2008)AUTORIZAÇÃO DE USO
	PERMISSÃO DE USO
	ATO
	ATO (CONTRATO, SE FOR DE SERVIÇO PÚBLICO)
	INTERESSE DO PARTICULAR
	INTERESSE PÚBLICO
	NÃO SE SUBMETE À LICITAÇÃO
	SE SUBMETE À LEI DE LICITAÇÕES
Concessão de uso:
Segundo Hely, “é o contrato administrativo pelo qual o Poder Público atribui a utilização exclusiva de um bem de seu domínio a particular, para que o explore segundo sua destinação específica”. Remuneração e tempo podem ser negociados, mas é necessária autorização legal e licitação. A outorga não é nem discricionária nem precária, gerando direitos subjetivos para o cessionário. É intuitu personae. Exs.: concessão de uso remunerado de hotel municipal, de áreas em mercado ou de locais para bares e restaurantes em logradouros públicos. Prevalece o interesse público, razão por que é admitida a alteração de cláusulas e a rescisão antecipada, sendo possível a indenização.
No dizer de Maria Sylvia Di Pietro, é um contrato “de direito público, sinalagmático, oneroso ou gratuito, comutativo e realizado intuitu personae”. A concessão de uso transfere ao contratado um direito pessoal e intransferível de utilizar o bem segundo sua destinação e deve sempre ser precedida de licitação, nos termos do art. 2.° da Lei 8.666/93.
Cessão de uso:
 é “a transferência gratuita da posse de um bem público de uma entidade ou órgão para outro, a fim de que o cessionário o utilize nas condições estabelecidas no respectivo termo, por tempo certo ou indeterminado”. É contrato de natureza pessoal. Aplica-se aos bens de domínio privado do Estado, apesar de ser um título de direito público. Ocorre quando interessar à União concretizar, com a permissão da utilização gratuita de imóvel seu, auxílio ou colaboração que entenda prestar.
É autorizada por ato do Presidente da República (ou Ministro da Fazenda, por delegação) e se formaliza mediante termo ou contrato, onde consta a finalidade e o prazo, tornando-se nula se ao imóvel, no todo ou em parte, for dada destinação diversa da prevista no ato, termo ou contrato. 
TRIBUTÁRIO. IPTU. COBRANÇA INDEVIDA. CONTRATO DE CESSÃO DE USO. INAPLICABILIDADE DO ART. 34 DO CTN. I. Na esteira dos precedentes deste eg. Tribunal, o IPTU deve ser cobrado do proprietário ou de quem detém o domínio útil ou a posse do imóvel, vinculando-se tal imposto a institutos de direito real. Assim sendo, tendo o contrato de concessão de uso de bem público natureza pessoal e não real, inexiste previsão legal para que o cessionário seja contribuinte do IPTU. II . Precedentes citados: REsp 692682/RJ, Segunda Turma, DJ de 29.11.2006 e REsp 681406/RJ, Primeira Turma, DJ de 28.02.2005 III. Nada obstante tenha sido esta a fundamentação da decisão agravada, qual seja, a aplicação da Súmula n. 83/STJ in casu, deixou a agravante de impugná-la, especificamente, motivo a obstaculizar o recurso de agravo, ora interposto, a Súmula n. 182/STJ. IV. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 947.267/RJ, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 18/09/2007, DJ 18/10/2007 p. 319)
Concessão de direito real de uso:
Segundo Hely, é “o contrato pelo qual a Administração transfere o uso remunerado ou gratuito de terreno público (ou do espaço aéreo que o recobre) a particular, como direito real resolúvel, para que dele se utilize em fins específicos de urbanização, industrialização, edificação, cultivo ou qualquer outra exploração de interesse social”.
Difere-se da concessão de uso de bem público porque se transfere a particulares não como um direito pessoal, mas sim como um direito real (próprio da coisa). Conforme Maria Sylvia Di Pietro, constitui-se em direito real resolúvel, que pode ser remunerado ou gratuito, por tempo certo ou indeterminado, transferível por ato inter vivos ou causa mortis. Institui-se mediante contrato ou simples termo administrativo. Deve ser, sempre, precedida de licitação pelo tipo de maior lance ou oferta (art. 45, § 1.°, inc. IV, da Lei 8.666/93). Há casos, entretanto, de licitação dispensada para a concessão de direito real de uso, nos termos do art. 17, inc. I, alínea f, e § 2.º, da Lei 8.666/93.
Concessão de domínio:
 Segundo Hely, atualmente, só é utilizada nas concessões de terras devolutas (CF, art. 188, § 1º). São “vendas ou doações dessas terras públicas, sempre precedidas de lei autorizadora e avaliação das glebas a serem concedidas a título oneroso ou gratuito, além da aprovação do Congresso Nacional quando excedentes de dois mil e quinhentos hectares (salvo para reforma agrária). Quando feita por uma entidade estatal a outra, a concessão de domínio formaliza-se por lei e independe de registro; quando feita a particulares exige termo administrativo ou escritura pública e o título deve ser transcrito no registro imobiliário competente”.
Legitimação de posse:
 “é modo excepcional de transferência de domínio de terra devoluta ou área pública sem utilização, ocupada por longo tempo por particular que nela se instala, cultivando-a ou levantando edificação para seu uso”. Para as terras da União, é disciplinada pelo Estatuto da Terra (Lei nº 4.504/64, arts. 11 e 97 a 102 – ver requisitos legais). Não há usucapião do bem público como direito do posseiro mas, sim, reconhecimento do Poder Público da conveniência de legitimar determinadas ocupações.
 (Celso Antônio): a MP 2.220/01 (ainda em vigor), regulamentando o art. 183, § 1º, da CF, previu a concessão de uso especial para fins de moradia. Quem, até 30 de junho de 2001, haja possuído como seu, por cinco anos ininterruptos e sem oposição, imóvel público em área urbana de até 250 m2, utilizando-o para moradia, tem direito à concessão de uso especial, desde que não seja proprietário ou cessionário de outro imóvel. Se a utilização foi para fim comercial, poderá haver autorização de uso.
Conforme dispõe o art. 1º, §3º, na concessão de uso especial, continua, de pleno direito, na posse de seu antecessor, desde que já resida no imóvel por ocasião da abertura da sucessão. O título de concessão, conferido por via administrativa ou por sentença judicial, servirá para efeito de registro no cartório de registro de imóveis (art. 6º, §4º) O direito de concessão de uso especial para fins de moradia é transferível por ato “inter vivos” ou “causa mortis” (art. 7º).
O direito à concessão de uso especial para fins de moradia extingue-se no caso de: (i) o concessionário dar ao imóvel destinação diversa da moradia para si ou para sua família; ou (ii) o concessionário adquirir a propriedade ou a concessão de uso de outro imóvel urbano ou rural. A extinção será averbada no cartório de registro de imóveis, por meio de declaração do Poder Público concedente (art. 8º).
Alienação dos bens públicos. Impenhorabilidade e não oneração dos bens públicos. Imprescritibilidade.
Bens públicos são todos aqueles que, de qualquer natureza e a qualquer título, pertençam às pessoas jurídicas de direito público, sejam elas federativas como a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, sejam da Administração descentralizada, como as autarquias e as fundações de direito público. O Novo CC em seu art. 98, define como bens públicos, aqueles bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno.
Classificação: Quanto à natureza da pessoa titular, classificam-se em federais, estaduais, distritais e municipais.
Quanto à destinação, os bens públicos classificam-se em bens de uso comum do povo, de uso especial e bens dominicais.
Os bens de uso comum do povo são aqueles que se destinam à utilização geral pelos indivíduos, podendo ser federais, estaduais e municipais. A afetação como bem de uso comum pode decorrer da própria natureza do bem (mares, rios, ruas, praças) ou de lei ou ato administrativo que assim determine. A desafetação dependerá sempre de lei ou de ato administrativo praticado em conformidade com ela. Bens de uso especial são aqueles que visam à execução dos serviços administrativos e dos serviços públicos em geral. Podem ser móveis ou imóveis.Sua afetação ou desafetação depende de lei ou ato administrativo praticado em conformidade com esta. Os bens dominicais ou dominiais são os que constituem o patrimônio das pessoas de direito público, como objeto de direito real ou pessoal. A noção é residual, porque nessa categoria se situam todos os bens que não se caracterizem como de uso comum do povo ou de uso especial. Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, o parágrafo único do art. 99 do CC/2002 pretendeu dizer, apesar da redação equivocada, que serão considerados dominicais os bens das pessoas da administração indireta que tenha estrutura de direito privado, salvo disposição legal em contrário. 
Quanto à disponibilidade, se classificam em bens indisponíveis, patrimoniais indisponíveis e patrimoniais disponíveis.
Bens indisponíveis são aqueles que não ostentam caráter tipicamente patrimonial e que, por isso mesmo, as pessoas a quem pertencem não podem deles dispor. Ex: os mares, os rios, as estradas. Bens patrimoniais indisponíveis são os que possuem caráter patrimonial e são indisponíveis porque utilizados efetivamente pelo Estado para alcançar seus fins. Bens patrimoniais disponíveis são os que podem ser alienados, dentro das condições legalmente fixadas. São os bens dominicais em geral.
Afetação é o fato administrativo pelo qual se atribui ao bem público uma destinação pública especial de interesse direito ou indireto da Administração. São afetados os bens de uso comum do povo e de uso especial. São desafetados os bens dominicais.
Os bens de uso comum do povo e os de uso especial estão fora do comércio jurídico de direito privado. No entanto, podem ser alienados se desafetados. Tem como características a inalienabilidade, a imprescritibilidade, a impenhorabilidade e a impossibilidade de oneração. A inalienabilidade está diretamente relacionada com a afetação do bem público. Ou seja, se afetado ao uso comum ou especial, é bem inalienável. Estando desafetado (bem dominical), o bem público é passível de alienação, deste que atendidos os requisitos legais. A impenhorabilidade resulta do disposto no art. 100 da CF, o qual prevê uma forma específica de satisfação de créditos perante a Fazenda Pública (sistemática de precatórios), não se admitindo a expropriação de bens públicos. Também por isso não se admite que tais bens sejam gravados com direitos reais. A imprescritibilidade relaciona-se com a impossibilidade de usucapião de bens públicos, consoante previsto nos arts. 183, § 3.º, e 191, parágrafo único, da CF, bem como art. 102 do CC/2002. A matéria encontra-se sumulada no STF (Súmula 340). 
Os bens dominicais podem ser alienados nos termos da lei, porém possuem como características também a imprescritibilidade, impenhorabilidade e a impossibilidade de oneração.
Os bens públicos podem ser adquiridos pelas mesmas hipóteses previstas pelo direito privado (compra e venda, permuta, doação) e por formas específicas de direito público, como a desapropriação e a determinação legal (conforme exemplo de Diógenes Gasparini, quando as áreas destinadas a vias, praças, espaços públicos..., no interior dos loteamentos, obrigatoriamente passam ao domínio público por força do disposto no art. 22 da Lei 6.766/79). A alienação dos bens públicos, nas hipóteses cabíveis, pode se dar sob as formas de venda, permuta, doação, dação em pagamento, investidura, legitimação de posse ou concessão de domínio. Em princípio, toda alienação de bem público depende de lei autorizadora (no caso de imóveis), de licitação e de prévia avaliação. Os bens públicos são inalienáveis enquanto destinados ao uso comum do povo ou a fins administrativos especiais (afetados). A Lei 9.636/98, em seu art. 31, disciplina que, a critério do Presidente da República, bens imóveis da União poderão ser doados aos Estados, Distrito Federal e Municípios, bem como às autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundos públicos de quaisquer das esferas da federação.
PROCESSO CIVIL E ADMINISTRATIVO – AÇÃO RESCISÓRIA – IMÓVEL FUNCIONAL – ALIENAÇÃO. 1. Ação rescisória admitida e julgada procedente por violação literal a dispositivos da Lei 8.025/90. 2. Mandado de Segurança que ordenou a alienação de imóvel funcional situado na área interna do Hospital das Forças Armadas. Impossibilidade jurídica por se tratar de imóvel afetado. 3. Ação rescisória julgada procedente para reformar o acórdão e denegar a segurança. (AR .698/DF, Rel. Ministra ELIANA CALMON, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 14/02/2005, DJ 16/05/2005 p. 218)
CIVIL. ALIENAÇÃO DE BEM PUBLICO. FALTA DE AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA. PRESCRIÇÃO. NÃO PRESCREVE A AÇÃO PARA OBTER DECLARAÇÃO DE NULIDADE DE VENDA DE BEM PUBLICO, SEM AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA, POSTO QUE A INALIENABILIDADE DOS BENS PUBLICOS IMPEDE A SUA PERDA E A AQUISIÇÃO POR OUTREM PELO DECURSO DE TEMPO. (REsp 11.831/PB, Rel. Ministro DIAS TRINDADE, TERCEIRA TURMA, julgado em 30/03/1993, DJ 17/05/1993 p. 9329)
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. TAXA DE OCUPAÇÃO. IMÓVEIS SITUADOS EM TERRENO DE MARINHA E TÍTULO EXPEDIDO PELO RGI NO SENTIDO DE SEREM OS RECORRENTES POSSUIDORES DO DOMÍNIO PLENO. IRREFUTÁVEL DIREITO DE PROPRIEDADE DA UNIÃO. ESTRITA OBSERVÂNCIA QUANTO AO PROCEDIMENTO DE DEMARCAÇÃO. PRESUNÇÃO JURIS TANTUM EM FAVOR DA UNIÃO. 1. Os terrenos de marinha são bens públicos e pertencem à União. 2. Consectariamente, algumas premissas devem ser assentadas a saber: a) Os terrenos de marinha, cuja origem que remonta à época do Brasil-Colônia, são bens públicos dominicais de propriedade da União e estão previstos no Decreto-lei 9.760/46. b) O procedimento de demarcação dos terrenos de marinha produz efeito meramente declaratório da propriedade da União sobre as áreas demarcadas. c) O direito de propriedade, à Luz tanto do Código Civil Brasileiro de 1916 quanto do novo Código de 2002, adotou o sistema da presunção relativa (juris tantum) relativamente ao domínio, admitindo prova em contrário. d) Não tem validade qualquer título de propriedade outorgado a particular de bem imóvel situado em área considerada como terreno de marinha ou acrescido. e) Desnecessidade de ajuizamento de ação própria, pela União, para a anulação dos registros de propriedade dos ocupantes de terrenos de marinha, em razão de o procedimento administrativo de demarcação gozar dos atributos comuns a todos os atos administrativos: presunção de legitimidade, imperatividade, exigibilidade e executoriedade. f) Infirmação da presunção de legitimidade do ato administrativo incumbe ao ocupante que tem o ônus da prova de que o imóvel não se situa em área de terreno de marinha. g) Legitimidade da cobrança de taxa de ocupação pela União mesmo em relação aos ocupantes sem título por ela outorgado. h) Ausência de fumus boni juris. 3. Sob esse enfoque, o título particular é inoponível quanto à UNIÃO nas hipóteses em que os imóveis situam-se em terrenos de marinha, revelando o domínio público quanto aos mesmos. 4. A Doutrina do tema não discrepa da jurisprudência da Corte ao sustentar que : Os TERRENOS DE MARINHA são BENS DA UNIÃO, de forma ORIGINÁRIA. Significando dizer que a faixa dos TERRENOS DE MARINHA nunca esteve na propriedade de terceiros, pois, desde a criação da União ditos TERRENOS, já eram de sua propriedade, independentemente de estarem ou não demarcados. A existência dos TERRENOS DE MARINHA, antes mesmo da Demarcação, decorre da ficção jurídica resultante da lei que os criou. Embora sem definição corpórea, no plano abstrato, os TERRENOS DE MARINHA existem desde a criação do estado Brasileiro, uma vez que eles nasceram legalmente no Brasil-Colônia e foram incorporados pelo Brasil-Império. (in Revista de Estudos Jurídicos, Terrenos de Marinha, Eliseu Lemos Padilha, Vol. 20, pág. 38) (...) O Direito da União aos terrenos de marinha decorre, não só implicitamente, das disposições constitucionais vigentes, por motivos que interessam à defesa nacional, à vigilância da costa, à construção e exploração dos portos, mas ainda de princípios imemoriais que só poderiam ser revogadospor cláusula expressa da própria Constituição. (in Tratado de Direito Administrativo, Themistocles Brandão Cavalcanti, Ed Livraria Freitas Bastos, 2ª Edição; pág. 110) 5. Deveras, a demarcação goza de todos os atributos inerentes aos atos administrativos, quais seja, presunção de legitimidade, exibilidade e imperatividade. 6. Consectariamente, é lícito à UNIÃO, na qualidade de Administração Pública, efetuar o lançamento das cobranças impugnadas, sem que haja necessidade de se valer das vias judiciais, porquanto atua com presunção juris tantum de legitimidade, fato jurídico que inverte o ônus de demandar, imputando-o ao recorrido. Precedentes: REsp 624.746 - RS, Relatora Ministra ELIANA CALMON, Segunda Turma, DJ de 30 de outubro de 2005 e REsp 409.303 - RS, Relator Ministro JOSÉ DELGADO, Primeira Turma, DJ de 14 de outubro de 2002. 7. Consectariamente, incidiu em error in judicando o aresto a quo ao concluir que “não pode o poder público, apenas através de procedimento administrativo demarcatório, considerar que o imóvel regularmente registrado como alodial, e há muito negociado como livre e desembargado, seja imediatamente havido como terreno de marinha, com a cobrança da chamada "taxa de ocupação". 8. Recurso especial provido. (REsp 798.165/ES, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 19/04/2007, DJ 31/05/2007 p. 354)
DIREITOS E DEVERES DOS SERVIDORES PÚBLICOS
DIREITOS:
Direito de associação sindical
A CF, em seu art. 37, inc. VI, assegura aos servidores públicos o direito de livremente se associarem, nos mesmos moldes do previsto para os trabalhadores em geral (art. 8). Tal norma é autoaplicável, não se exigindo lei que viabilize o exercício do direito. Saliente-se, quanto ao tema, que as alíneas “d” e “e” do art. 240 da Lei n 8.112/90, as quais previam o direito de negociação coletiva e a possibilidade de ajuizamento de ações coletivas perante a Justiça do Trabalho, foram declaradas inconstitucionais pelo STF na ADI n 492-1-DF. Fixou-se, então, o entendimento de que não há negociação coletiva para servidores públicos e de que a competência para o julgamento de ações envolvendo servidores públicos é da Justiça Comum, Federal ou Estadual.
Registre-se, ainda, que aos militares (os quais não mais se enquadram no conceito de servidor público, porquanto defasada a definição conceitual de servidores públicos civis e militares) é vedada a sindicalização, nos termos do art. 142, inc. IV, da CF)
Direito de greve 
O art. 37, inc. VII, da CF disciplina que o direito de greve dos servidores públicos “será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica.” Trata-se, segundo doutrina de José Afonso da Silva, de norma de eficácia limitada, de modo que o direito nela consubstanciado não pode ser imediatamente exercitável, dependendo de lei ordinária específica regulamentadora. 
Para os trabalhadores em geral, o direito de greve previsto no art. 9 da CF é norma de eficácia contida, ou seja, o direito nela consubstanciado é exercitável de imediato, mas poderá ser restringido pelo legislador ordinário. 
Saliente-se que a lei regulamentadora do exercício do direito de greve dos servidores públicos até hoje não foi editada. No julgamento de mandado de injunção, o STF determinou a aplicação temporária da Lei 7.783 89 – Lei de Greve do setor privado – ao setor público, naquilo que couber, com eficácia erga omnes, consolidando a Teoria Concretista Geral para as decisões veiculadas em mandados de injunção.
Segundo Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, o disposto no art. 37, inc. VII, da CF não se aplica aos empregados públicos, os quais se submetem às normas da CLT e da Lei 7.783 89.
Aos militares não se reconhece o direito de greve (art. 142, inc. IV, da CF).
Direito de irredutibilidade de vencimentos e subsídios
Nos termos do art. 37, inc. XV, da CF “o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos incisos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4ª, 150, II, 153, III, § 2º , I;” O STF já decidiu que essa norma é aplicável a servidores ocupantes de cargos efetivos e cargos em comissão. Quanto aos empregados públicos, há divergência doutrinária e jurisprudencial, porque eles se submetem ao regime celetista, recebendo salários. E há regra específica no texto constitucional quanto à irredutibilidade dos salários, salvo acordo ou convenção coletiva (art. 7º , inc. VI, da CF). 
Para Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, os empregados públicos da Administração Direta, autarquias e fundações públicas submetem-se ao disposto no art. 37, inc. XV, da CF. já os empregados das empresas públicas e sociedades de economia mista submetem-se ao disposto no art. 7º , inc. VI, da CF.
Quanto à irredutibilidade de vencimentos e subsídios propriamente dita, frise-se que tal norma não se sobrepõe ao teto de remuneração fixado também na CF (art. 37, inc. XV). Ademais, a jurisprudência do STF afirma que tal irredutibilidade é nominal, não conferindo direito a reajustamento em razão da perda do poder aquisitivo da moeda. Não existe garantia de irredutibilidade real.
Direito de revisão geral anual de vencimentos e subsídios
Segundo entendimento do STF manifestado na ADI n 3.599-DF, a concessão da revisão geral anual a que se refere o art. 37, inc. X, da CF deve ser implementado mediante lei de iniciativa privativa do Chefe do Poder Executivo (na esfera federal, o Presidente da República), inserindo-se no disposto no art. 61, § 1, inc. II, alínea “a”, da CF. Não se confunde, portanto, com a iniciativa privativa de lei para o aumento de subsídio ou remuneração.
Direitos dos trabalhadores em geral aplicáveis aos servidores públicos
Conforme disposto no art. 39, § 3º, da CF, estendem-se aos servidores públicos alguns direitos sociais previstos no art. 7º da CF. São eles: 
- salário mínimo;
- salário não inferior ao mínimo para quem recebe remuneração variável;
- décimo terceiro;
- remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
- salário-família;
- jornada de trabalho não superior a 44h semanais e oito horas diárias;
- repouso semanal remunerado;
- remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50% à do normal;
- férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que a remuneração normal;
- licença gestante com duração de cento e vinte dias. Lei 11770/0: Art. 1º É instituído o Programa Empresa Cidadã, destinado a prorrogar por 60 (sessenta) dias a duração da licença-maternidade prevista no inciso XVIII do caput do art. 7º da Constituição Federal.
- licença-paternidade;
- proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;
- redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;
- proibição de diferenças de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil.
Saliente-se que a EC nº 19/98 suprimiu do rol do § 3º do art. 39 a referência ao inc. IV do art. 7º, que trata da irredutibilidade do salário, porquanto existe regramento próprio da matéria no art. 37, inc. XV, da CF (irredutibilidade de subsídios e vencimentos). 
Acrescente-se, ainda, haver decisão do STF no sentido de que o servidor público tem direito ao salário mínimo, nacionalmente unificado, assim como os trabalhadores em geral, mas que para a obediência a esse princípio constitucional deve-se tomar como base a remuneração e não o vencimento básico.
A EC nº 19/98 também suprimiu o disposto no art. 7º, inc. XXIII, da CF do rol do art. 39, § 4º. O direito ao adicional por atividades penosas, insalubres ou perigosas mantém-se na Lei 8.112/90, nos termos do art. 61, inc. IV.
Apesar da proibição de diferenças de critérios de admissão por motivo de sexo e idade, é constitucional a previsão de requisitos de admissão a cargos públicos quando a natureza do cargo assim o exigir. Deve existir, entretanto, razoabilidade paraa discriminação.
Direitos e vantagens dos servidores públicos arrolados na Lei 8.112/90
A Lei 8.112/90 disciplina os direitos e vantagens dos servidores públicos em seu Título III, enumerando-os em capítulos, na seguinte ordem: 
- Do vencimento e da remuneração:
Nos termos do art. 40, vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado em lei. A remuneração compreende o vencimento (por vezes chamado de vencimento básico) mais vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei (art. 41, caput).
A remuneração do servidor público é irredutível (art. 41, § 3º).
Salvo imposição legal ou mandado judicial, nenhum desconto incidirá sobre a remuneração ou provento. Pode o servidor, entretanto, autorizar a consignação em folha de pagamento em favor de terceiros, a critério da administração e com reposição de custos, na forma do regulamento (art. 46).
Nos termos do art. 48, o vencimento, a remuneração e o provento não serão objeto de arresto, seqüestro ou penhora, exceto nos casos de prestação de alimentos, por determinação judicial.
Alguns servidores públicos, por determinação constitucional, são remuneradas por subsídio, que constitui parcela única, vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra espécie remuneratória, salvo as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei (art. 37, § 11, da CF). São eles: carreiras integrantes da AGU (Advogados da União e Procuradores Federais), da Defensoria Pública, da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, Procuradorias dos Estados, DF e Municípios, servidores da Polícia Federal, Polícia Ferroviária Federal, das Polícias Civis, das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares. É facultativa a instituição do subsídio para os demais servidores públicos organizados em carreira, desde que assim disponham as leis federais, estaduais, do DF ou municipais.
- Das vantagens:
As vantagens são valores percebidos pelos servidores que não se enquadram no conceito de vencimento (básico). Podem ou não integrar o conceito de remuneração conforme tenham caráter permanente ou temporário, respectivamente. Dividem-se em indenizações, gratificações e adicionais. 
Indenizações:
As indenizações têm o caráter de recomposição patrimonial quando o servidor, no regular exercício de suas atribuições, sofre uma redução patrimonial. Não se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito (art. 49, § 1º). Dividem-se em ajudas de custo, diárias, transporte e auxílio-moradia.
Ajuda de custo (arts. 53 a 57 da Lei nº 8.112/90): destina-se a compensar as despesas de deslocamento e instalação do servidor que, no interesse da administração, passar a ter exercício em outra sede, com mudança permanente de domicílio. O valor da ajuda de custo é calculado com base na remuneração do servidor, não podendo exceder a três meses. Se o servidor não entrar em exercício na nova sede no prazo de 30 dias, terá de restituir o valor recebido a título de ajuda de custo. É vedado o duplo pagamento dessa indenização quando o cônjuge ou companheiro, também servidor, vier a exercer suas atividades na mesma sede. Em caso de óbito do servidor, assegura-se a ajuda de custo para o retorno da família ao local de origem, pelo prazo de até um ano a contar do óbito.
Diárias (arts. 58 e 59 da Lei nº 8.112/90): destinam-se a custear o afastamento eventual ou transitório do servidor para outro ponto do território nacional ou estrangeiro, no exercício de suas atribuições. As diárias compreendem passagens e despesas extraordinárias com pousada, alimentação e locomoção urbana. Quando o deslocamento da sede constituir-se em exigência permanente do cargo, o servidor não fará jus a diárias. Recebendo-as sem se afastar da sede ou por prazo superior ao afastamento, o servidor está obrigado a devolvê-las no prazo legal de cinco dias. A diária será devida pela metade quanto não exigir pernoite fora da sede ou quando a União custear, por meio diverso, as despesas extraordinárias cobertas pela diária. Não será devida quando o deslocamento der-se na mesma região metropolitana, aglomeração urbana ou microrregião ou em áreas de controle integrado mantidas por países limítrofes, hipótese em que a jurisdição e competência dos órgãos, entidades e servidores brasileiros consideram-se estendidas, salvo se houver pernoite fora da sede, quando será paga a diária fixada para o deslocamento nacional.
Indenização de transporte (art. 60 da Lei nº 8.112/90): é devida ao servidor que realiza serviços externos utilizando como meio de transporte veículo próprio. Geralmente é paga por dia de deslocamento.
Auxílio-moradia (arts. 60-A a 60-E da Lei nº 8.112/90): foi acrescentado à Lei nº 8.112/90 pela Lei nº 11.355/06. Consiste no ressarcimento das despesas comprovadamente realizadas pelo servidor com aluguel de moradia ou hospedagem, atendidos os seguintes requisitos: ocupar cargo em comissão ou função de confiança do grupo Direção e Assessoramento Superiores – DAS 4, 5 ou 6, de Natureza Especial, de Ministro de Estado ou equivalente; não haver imóvel funcional disponível ao servidor; não estar o cônjuge ou companheiro ocupando imóvel funcional; o servidor, cônjuge ou companheiro não ser ou ter sido proprietário, promitente comprador, cessionário ou promitente cessionário de imóvel no local de exercício da função; não ter pessoa que reside consigo recebendo auxílio-moradia; não ter sido domiciliado ou não ter residido no local em que exercerá a função nos últimos doze meses; não ter se deslocado em razão de cargo efetivo; o Município em que exercerá a função não se enquadre no disposto no art. 58, § 3º, da Lei nº 8.112/90. O auxílio-moradia não será concedido por prazo superior a oito anos dentro de cada período de doze anos. O valor do auxílio-moradia está limitado a 25% do valor do cargo ou função comissionado, não podendo, em qualquer caso, superar 25% da remuneração de Ministro de Estado. É garantido, entretanto, a todos que preencherem os requisitos, o ressarcimento até o valor de R$ 1.800,00. Nos casos de falecimento, exoneração, aquisição de imóvel ou disponibilização de imóvel funcional, o auxílio-moradia será pago por um mês.
Gratificações e adicionais:
As gratificações e adicionais pagos aos servidores públicos estão discriminados no art. 61 da Lei nº 8.112/90. Não se trata de enumeração numerus clausus, mas sim meramente exemplificativa, porque existem outros adicionais e gratificações previstos em leis esparsas. 
Retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento (arts. 62 e 62-A da Lei nº 8.112/90): os servidores públicos ocupantes de cargo de provimento efetivo que vierem a ocupar função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento em comissão ou de natureza especial, perceberão, cumulativamente à remuneração do cargo efetivo, uma retribuição pelo ser exercício. A remuneração dos cargos em comissão deve ser estabelecida mediante lei específica. Nos termos do art. 62-A da Lei nº 8.112/90, fica transformada em Vantagem Pessoal Nominalmente Identificada – VPNI a retribuição de função comissionada ou de cargo em comissão ou de natureza especial prevista nos arts. 3o e 10 da Lei no 8.911/94 e no art. 3o da Lei no 9.624/98, quando incorporada pelo servidor.
Gratificação natalina (art. 63 a 66 da Lei nº 8.112/90: equivale ao décimo terceiro salário dos trabalhadores em geral, previsto na CLT. Corresponde a 1/12 da remuneração a que fizer jus o servidor no mês de dezembro, por cada mês trabalhado naquele ano, considerando-se como mês inteiro a fração igual ou superior a quinze dias. O servidor exonerado perceberá sua gratificação natalina proporcionalmente aos meses trabalhados, tendo como base a remuneração do mês de exoneração. A gratificação natalina será paga até o dia 20 do mês de dezembro e não será computada para cálculo de qualquer outra vantagem pecuniária.
Adicional por atividade insalubre, perigosa ou penosa (arts. 68a 72 da Lei nº 8.112/90: o adicional de insalubridade é devido ao servidor que, no exercício de suas funções, estiver em contato permanente com substâncias ou elementos que, a longo prazo, deteriorem sua saúde, como a exposição a substâncias tóxicas ou radioativas. Já o adicional de periculosidade é devido ao servidor que, no exercício de suas funções, expuser a risco sua própria integridade física, como o trabalho em redes de alta tensão, por exemplo. O servidor que fizer jus aos dois adicionais supracitados deverá optar por um deles, porque inacumuláveis. No âmbito federal, a Lei nº 8.270/91, em seu art. 12, disciplina que o adicional de insalubridade será pago nos percentuais de 5%, 10% e 20% conforme for de grau mínimo, médio ou máximo. Já o adicional de periculosidade será de 10%. Esses percentuais incidem sobre o vencimento básico. O adicional de penosidade relaciona-se à localidade em que o servidor está lotado. Nos termos do art. 71 da Lei nº 8.112/90, será devido para os servidores em exercício nas zonas fronteiriças ou em localidades cujas condições de vida penosa o justifiquem. Há posicionamento doutrinário entendendo que o adicional de penosidade teria sido revogado. Tal se sustentaria no fato de que o art. 17 da Lei nº 8.270/91 teria tratado inteiramente a matéria, revogando o art. 71 da Lei nº 8.112/90. Ocorre que aquele artigo foi expressamente revogado pelo art. 2º da Lei nº 9.527/97, não se admitindo em nosso ordenamento jurídico a repristinação, salvo disposição expressa.
Em decisões recentes, o STF julgou parcialmente procedente Mandado de Injunção para, em face da ausência de regulamentação do art. 40, § 4º, da CF, determinar a aplicação do art. 57 da Lei nº 8.213/90 aos servidores públicos, viabilizando-lhes o exercício do direito de aposentadoria especial.
Adicional pela prestação de serviços extraordinários (arts. 73 e 73 da Lei nº 8.112/90): o serviço extraordinário compreende aquele prestado além da jornada normal de trabalho (hora-extra), sendo remunerado com acréscimo de 50% em relação a hora normal de trabalho. Destina-se ao atendimento de situações excepcionais e temporárias. Ademais, está limitado a duas horas por jornada.
Adicional noturno (art. 75 da Lei nº 8.112/90): destina-se a remunerar com acréscimo de 25% sobre a hora normal o trabalho realizado entre as 22h de um dia e as 5h do dia seguinte. Considera-se uma hora de serviço noturno o período de 55 minutos e 30 segundos. Se o serviço extraordinário for noturno, o adicional deste incidirá sobre o valor da hora calculado com o adicional daquele.
Adicional de férias (art. 76 da Lei nº 8.112/90): corresponde ao acréscimo de 1/3 da remuneração do período de férias. Se o servidor for ocupante de cargo em comissão ou função de confiança, a respectiva vantagem será considerada no cálculo do adicional.
Gratificação por encargo de curso ou concurso (art. 76-A da Lei nº 8.112/90): é devida ao servidor que, em caráter eventual, atuar como instrutor em curso de formação, de desenvolvimento ou de treinamento regularmente instituído no âmbito da administração pública federal; participar de banca examinadora ou de comissão para exames orais, para análise curricular, para correção de provas discursivas, para elaboração de questões de provas ou para julgamento de recursos dos candidatos; participar da logística de preparação e de realização de concurso público envolvendo atividades de planejamento, coordenação, supervisão, execução e avaliação de resultado, quando tais atividades não estiverem incluídas entre as suas atribuições permanentes; participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de exame vestibular ou de concurso público ou supervisionar essas atividades. O valor da gratificação será calculado em horas, conforme a complexidade da atividade exercida, e o servidor não poderá receber mais de 120 horas por ano, salvo aprovação da autoridade máxima do órgão ou entidade, para atender a situação excepcional, devidamente justificada. As atividades devem ser exercidas sem prejuízo das atribuições normais do cargo, devendo proceder à compensação de jornada quando forem desempenhadas durante o expediente normal. Essa gratificação não se incorpora ao vencimento para qualquer efeito e não poderá ser utilizada como base de cálculo para outras vantagens, proventos ou pensões. O valor máximo da hora trabalhada será de 1,2% (atividades previstas no inc. III e IV do art. 76-A da Lei nº 8.112/90) ou 2,2% (atividades previstas nos incs. I e II da Lei nº 8.112/90), incidentes sobre o maior vencimento básico da administração federal. 
- Das férias (art. 78 a 80 da Lei nº 8.112/90): o gozo de férias anuais remuneradas é direito constitucionalmente assegurado aos servidores públicos no art. 39, § 3º, da CF, o qual expressamente remete ao disposto no art. 7º, inc. XVII, da CF. O servidor público faz jus a trinta dias de férias anualmente. Para o primeiro período aquisitivo são exigidos doze meses de exercício. Já a partir do segundo período aquisitivo, as férias são concedidas por exercício (a contar do dia 01/01 de cada ano). Conforme solicitação do servidor, as férias podem ser parceladas em até três períodos, mas a concessão parcelada é ato discricionário da Administração. Havendo o fracionamento, o servidor receberá o adicional por ocasião do primeiro período. As férias podem ser acumuladas até dois períodos, no máximo, de modo que o servidor perderá o direito a eventual excedente. O pagamento da remuneração das férias será realizado até dois dias antes do início de seu exercício. As férias somente serão interrompidas por motivo de calamidade pública, comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral ou por necessidade do serviço, declarada pela autoridade máxima do órgão ou entidade (o período restante será gozado em uma só vez). Sendo exonerado o servidor, fará jus ao pagamento de férias vencidas e proporcionais (período incompleto), na proporção de 1/12 por mês de efetivo exercício ou fração igual ou superior a quinze dias. O servidor exposto direta e permanentemente a raio-x ou substâncias tóxicas gozará de 20 dias consecutivos de férias por semestre de atividade, vedada a acumulação.
- Das licenças:
O art. 81 da Lei nº 8.112/90 traz um rol taxativo das licenças previstas aos servidores públicos. A licença concedida no prazo de 60 dias do término de outra licença da mesma espécie será considerada prorrogação. Dependendo da espécie de licença, será sua concessão dar-se-á por ato administrativo vinculado ou discricionário da Administração.
Licença por motivo de doença em pessoa da família: Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de doença do cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta e enteado, ou dependente que viva a suas expensas e conste do seu assentamento funcional, mediante comprovação por perícia médica oficial. A licença somente será deferida se a assistência direta do servidor for indispensável e não puder ser prestada simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário. A licença de que trata o caput, incluídas as prorrogações, poderá ser concedida a cada período de doze meses nas seguintes condições: por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, mantida a remuneração do servidor; e por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, sem remuneração. O início do interstício de 12 (doze) meses será contado a partir da data do deferimento da primeira licença concedida. A soma das licenças remuneradas e das licenças não remuneradas, incluídas as respectivas prorrogações, concedidas em um mesmo período de 12 (doze) meses, observado o disposto no § 3o, não poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos incisos I e II do § 2o: 60 dias remunerados e 90 sem remuneração.
Licença por motivo de afastamento do cônjuge (art. 84 da Lei nº 8.112/90): constitui-se em licença para acompanhamento de cônjuge ou companheiro deslocado para outro ponto do território nacional, para o exterior ou para o exercício de mandatoeletivo dos Poderes Executivo e Legislativo. Tem prazo indeterminado, sem remuneração e o período não será computado como tempo de serviço para qualquer efeito. O cônjuge ou companheiro do servidor poderá exercer provisoriamente atividades em órgão ou entidade da Administração federal Direta, autárquica ou fundacional, desde que seja servidor público ou militar de qualquer dos poderes da União, dos estados, do Distrito Federal ou dos municípios e a atividade seja compatível com o seu cargo ou posto.
Licença para o serviço militar (art. 85 da Lei nº 8.112/90): ao servidor convocado para o serviço militar será concedida licença, nos termos da legislação específica. Trata-se de ato vinculado. O período de licença será computado como de efetivo exercício, nos termos do art. 102, inc. VIII, alínea “f”, da Lei nº 8.112/90. Concluído o serviço militar, o servidor terá o prazo de 30 dias, sem remuneração, para retornar ao cargo.
Licença para atividade política (art. 86 da Lei nº 8.112/90): é concedida ao servidor em duas modalidades. Na primeira, sem remuneração, durante o período que medeia sua escolha em convenção partidária e o registro da candidatura perante a Justiça Eleitoral. Esse período não é computado como tempo de serviço. Na segunda, com a remuneração do cargo efetivo, a partir do registro da candidatura até o décimo dia após o dia da eleição, limitado ao prazo máximo de três meses. Tal período será computado como tempo de serviço (contribuição) para efeito de aposentadoria e disponibilidade. O servidor que ocupe função de confiança ou cargo em comissão na localidade em que concorrerá ao cargo eletivo dele será afastado a partir do dia imediato ao do registro da candidatura na Justiça Eleitoral até o décimo dia seguinte ao dia da eleição.
Licença para capacitação (art. 87 da Lei nº 8.112/90): trata-se de licença concedida ao servidor para participar de curso de capacitação pelo prazo máximo de três meses, percebendo a respectiva remuneração. Trata-se de ato discricionário da Administração. Somente será concedida após cada cinco anos de efetivo exercício, não acumuláveis. Não será concedida a licença ao servidor em estágio probatório. O período de licença será computado como tempo de serviço para todos os efeitos.
Licença para tratar de interesses particulares (art. 91 da Lei nº 8.112/90): trata-se de licença concedida a servidor ocupante de cargo efetivo, não remunerada, para tratar de assuntos particulares. É vedada ao servidor em estágio probatório. O prazo máximo é de três anos. Trata-se de ato discricionário da Administração, de modo que, mesmo após a concessão, pode ser interrompida no interesse desta ou por solicitação do servidor. O período de licença não será computado como tempo de serviço.
Licença para o desempenho de mandato classista ou para participar de administração de cooperativa de servidores públicos (art. 92 da Lei nº 8.112/90): é assegurado ao servidor o direito à licença sem remuneração para o desempenho de mandato em confederação, federação, associação de classe de âmbito nacional, sindicato representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão ou, ainda, para participar de gerência ou administração em sociedade cooperativa constituída por servidores públicos para prestar serviços a seus membros, observados os limites legais (um servidor para entidades com até 5.000 associados; dois para entidades com 5.001 a 30.000 associados e; três para entidades com mais de 30.000 associados). Tal licença somente será concedida se o servidor tiver sido eleito para cargos de direção ou representação e se a entidade estiver registrada no órgão competente. O prazo da licença equivalerá ao do mandato, prorrogável por um único período em caso de reeleição. É vedada ao servidor em estágio probatório. O tempo de licença será computado como de efetivo exercício para todos os efeitos, salvo promoção por merecimento.
Licença para tratamento de saúde (da Lei nº 8.112/90): será concedida ao servidor a pedido ou de ofício, com base em perícia médica, sem prejuízo da remuneração. Findo o prazo estipulado na perícia, o servidor será submetido a nova inspeção, que concluirá pela volta ao serviço, prorrogação da licença ou aposentadoria. O prazo máximo contínuo da licença é de 24 meses. Findo o prazo e não tendo condições de retornar ao cargo ou de ser readaptado, o servidor será aposentado por invalidez permanente. O período entre o término da licença e a publicação do ato de invalidez será considerado como de prorrogação da licença. Até os 24 meses (cumulativamente considerados ao longo do serviço público prestado à União em cargo efetivo), a licença remunerada será considerada como tempo de efetivo exercício. Ultrapassados esses 24 meses, a licença será computada apenas efeito de aposentadoria e disponibilidade.
Licença à gestante ou à adotante e licença-paternidade: trata-se de direito constitucionalmente assegurado a todas as trabalhadoras (art. 7º, inc. XVIII, e art. 39, § 3º, ambos da CF). O art. 207 da Lei nº 8.112/90 prevê à gestante licença pelo prazo de 120 dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração, podendo prorrogar por mais 60 dias. Pode ser exercido a contar do primeiro dia do nono mês de gravidez ou a contar do parto (inclusive se prematuro). Em caso de natimorto, o prazo da licença será de 30 dias, submetendo-se a servidora a exame médico findo esse prazo para ser considerada apta. No caso de aborto, a licença será de 30 dias. Também terá direito à licença a adotante ou titular de guarda judicial, pelo prazo de 90 dias se a criança tiver até um ano de idade ou de 30 dias se maior. Trata-se de direito da gestante ou adotando, sendo ato vinculado da Administração. O servidor terá direito a licença de cinco dias consecutivos, remunerados, pelo nascimento do filho ou adoção. O período de licença é computado como de efetivo exercício.
Licença por acidente em serviço (art. da Lei nº 8.112/90 ): assemelha-se à licença para tratamento de saúde, tendo como prazo contínuo máximo o de 24 meses, após o qual o servidor, ainda inapto, será aposentado por invalidez. A licença será remunerada e computada como de efetivo exercício. A prova do acidente deve ser realizada no prazo de 10 dias, prorrogáveis quando as circunstâncias exigirem.
- Dos afastamentos:
Do afastamento para servir a outro órgão ou entidade (art. 93 da Lei nº 8.112/90): o servidor público poderá ser cedido a outro órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal ou Municípios para exercício de cargo em comissão ou função de confiança ou em casos previstos em lei específica (inc. I e II). No caso de exercício de cargo ou função comissionados, o ônus da remuneração será do órgão ou da entidade cessionária; nos demais casos, o ônus será do cedente (§ 1º). O mesmo se verifica se a União requisitar servidor ou empregado públicos. Sendo o servidor cedido a empresa pública ou sociedade de economia mista, nos termos das normas, poderá optar pela remuneração do cargo efetivo, acrescida ou não da remuneração do cargo em comissão, de modo que a cessionária reembolsará as despesas realizadas pelo órgão de origem (§2º). A cessão dar-se-á mediante Portaria publicada no D.O.U. As cessões de empregados públicos de empresa pública ou sociedade de economia mista que recebem recursos do Tesouro Nacional para custeio de sua folha de pagamento de pessoal independem do disposto nos inc. I e II, sendo a remuneração ônus do cedente e ficando condicionado apenas à autorização específica do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, salvo exercício de cargo em comissão ou função gratificada. Este Ministério, com a finalidade de promover a composição da força de trabalho dos órgãos e entidades da Administração Pública Federal, poderá determinar a lotação ou exercício de empregado e servidor, independentemente do disposto no inc. I e §§ 1º e 2º.
Do afastamento para exercício de mandato eletivo (art. 94 da Lei nº 8.112/90): o servidor investido em mandado eletivofederal, estadual ou distrital ficará afastado do cargo. O servidor investido em mandado eletivo de Prefeito ficará afastado do cargo, mas optará pela remuneração. E o servidor investido no mandado de vereador, havendo compatibilidade de horários, exercerá as duas atividades e perceberá a remuneração do cargo cumulada com a remuneração do cargo eletivo. Não havendo compatibilidade de horário, será afastado do cargo e optará pela remuneração. Em caso de afastamento, o servidor contribuirá para a seguridade social como se em exercício estivesse. O servidor investido de mandato eletivo ou classista não poderá ser removido ou redistribuído de ofício para outra localidade. Tais restrições, nos termos do art. 38 da CF, aplicam-se ao ocupante de cargo, emprego ou função públicos.
Do afastamento para estudo ou missão no exterior (art. 95 a 96 da Lei nº 8.112/90): o servidor somente poderá ausentar-se do país para estudo ou missão oficial mediante autorização do Presidente da República, Presidente dos órgãos do Poder Legislativo ou Presidente do Supremo Tribunal Federal, pelo prazo máximo de quatro anos. Novo afastamento dar-se-á após transcorrido igual período da missão ou estudo. Ao servidor beneficiado não será concedida licença para tratar de interesse particular ou exoneração antes de transcorrido igual prazo do afastamento de que se trata, salvo ressarcimento das despesas. As hipóteses e condições, inclusive remuneração do servidor, serão disciplinadas em regulamento. O disposto acima não se aplica aos servidores da carreira diplomática. O afastamento do servidor para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou coopere serão não remunerado. Aplicam-se aos programas de pós-graduação no exterior as mesmas regras de autorização, prazo e ressarcimento disciplinadas para as pós-graduações no país, abaixo relacionadas. 
Do afastamento para participação em programa de pós-graduação stricto sensu no país (art. 96-A da Lei n° 8.112/90): O servidor poderá, no interesse da Administração, e desde que a participação não possa ocorrer simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, para participar em programa de pós-graduação stricto sensu em instituição de ensino superior no País. Ato do dirigente máximo do órgão ou entidade definirá, em conformidade com a legislação vigente, os programas de capacitação e os critérios para participação em programas de pós-graduação no País, com ou sem afastamento do servidor, que serão avaliados por um comitê constituído para este fim. Os afastamentos para realização de programas de mestrado e doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares de cargos efetivos no respectivo órgão ou entidade há pelo menos 3 (três) anos para mestrado e 4 (quatro) anos para doutorado, incluído o período de estágio probatório, que não tenham se afastado por licença para tratar de assuntos particulares para gozo de licença capacitação ou com fundamento neste artigo nos 2 (dois) anos anteriores à data da solicitação de afastamento. Os afastamentos para realização de programas de pós-doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares de cargos efetivo no respectivo órgão ou entidade há pelo menos quatro anos, incluído o período de estágio probatório, e que não tenham se afastado por licença para tratar de assuntos particulares ou com fundamento neste artigo, nos quatro anos anteriores à data da solicitação de afastamento.Os servidores beneficiados pelos afastamentos previstos nos §§ 1o, 2o e 3o deste artigo terão que permanecer no exercício de suas funções após o seu retorno por um período igual ao do afastamento concedido. Caso o servidor venha a solicitar exoneração do cargo ou aposentadoria, antes de cumprido o período de permanência previsto no § 4odeste artigo, deverá ressarcir o órgão ou entidade, na forma do art. 47 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, dos gastos com seu aperfeiçoamento. Caso o servidor não obtenha o título ou grau que justificou seu afastamento no período previsto, aplica-se o disposto no § 5o deste artigo, salvo na hipótese comprovada de força maior ou de caso fortuito, a critério do dirigente máximo do órgão ou entidade.Aplica-se à participação em programa de pós-graduação no Exterior, autorizado nos termos do art. 95 desta Lei, o disposto nos §§ 1o a 6o deste artigo. 
- Das concessões: 
Trata-se de autorização legal para que o servidor se ausente do serviço justificadamente, nos seguintes casos: por um dia, para doação de sangue; por dois dias, para se alistar como eleitor; por oito dias consecutivos, em razão de seu casamento (licença gala) ou em razão do falecimento do cônjuge, do companheiro, dos pais, da madrasta ou padrasto, dos filhos, dos enteados, do menor sob sua guarda ou tutela ou de seus irmãos (licença nojo). Poderá realizar-se mediante horário especial ao servidor estudante, quando comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e o da repartição, sem prejuízo do exercício das atribuições do cargo e da compensação de horários. Ao servidor portador de necessidades especiais será concedido horário especial, independentemente de compensação, se atestada a necessidade por junta médica oficial. Igual direito terá o servidor cujo cônjuge, filho ou dependente seja portador de necessidades especiais, embora sujeito à compensação de horários. 
Os servidores que receberam gratificação por encargo de curso ou concurso, nos termos do art. 76-A da Lei n° 8.112/90 terão direito a horário especial, condicionado à compensação de horário em até um ano. 
O servidor estudante que tiver sua lotação alterada para outra sede no interesse da administração terá assegurada matrícula em instituição de ensino congênere (em qualquer época e independentemente de vaga) na nova localidade ou em localidade próxima. Igual direito estende-se ao cônjuge, ao companheiro, aos filhos ou enteados do servidor e aos menores que vivam sob sua guarda, mediante autorização judicial.
- Do tempo de serviço (arts. 100 a 103 da Lei n° 8.112/90): é direito do servidor ter computado seu tempo de serviço para todos os efeitos legais, inclusive o prestado às Forças Armadas. A apuração do tempo de serviço será feita em dias e convertidos em anos, assim considerado como de trezentos e sessenta e cinco dias. Além das ausências justificadas do art. 97, serão computadas como de efetivo exercício: I - férias; II - exercício de cargo em comissão ou equivalente, em órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, Municípios e Distrito Federal; III - exercício de cargo ou função de governo ou administração, em qualquer parte do território nacional, por nomeação do Presidente da República; IV - participação em programa de treinamento regularmente instituído ou em programa de pós-graduação stricto sensu no País, conforme dispuser o regulamento; V - desempenho de mandato eletivo federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal, exceto para promoção por merecimento; VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei; VII - missão ou estudo no exterior, quando autorizado o afastamento, conforme dispuser o regulamento; VIII - licença: a) à gestante, à adotante e à paternidade; b) para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte e quatro meses, cumulativo ao longo do tempo de serviço público prestado à União, em cargo de provimento efetivo; c) para o desempenho de mandato classista ou participação de gerência ou administração em sociedade cooperativa constituída por servidores para prestar serviços a seus membros, exceto para efeito de promoção por merecimento; d) por motivo de acidente em serviço ou doença profissional; e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento e f) por convocação para o serviço militar; IX - deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18; X - participação em competição desportiva nacional ou convocação para integrar representação desportiva nacional, no País ou no exterior, conforme disposto em lei

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