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NOÇÕES GERAIS DE DIREITO E FORMAÇÃO HUMANÍSTICA
- Ideologias. 
- Sistemas de controle interno do Poder Judiciário: Corregedorias, Ouvidorias, Conselhos Superiores e Conselho Nacional de Justiça.
Ideologias.
. 
	O que é Ideologia? 
 
Ideologia é um termo que possui diferentes significados e duas concepções: a neutra e a crítica. No senso comum o termo ideologia é sinônimo ao termo ideário (em português), contendo o sentido neutro de conjunto de ideias, de pensamentos, de doutrinas ou de visões de mundo de um indivíduo ou de um grupo, orientado para suas ações sociais e, principalmente, políticas. Para autores que utilizam o termo sob uma concepção crítica, ideologia pode ser considerado um instrumento de dominação que age por meio de convencimento (persuasão ou dissuasão, mas não por meio da força física) de forma prescritiva, alienando a consciência humana.
 
Para alguns, como Karl Marx, a ideologia age mascarando a realidade. Os pensadores adeptos daTeoria Crítica da Escola de Frankfurt consideram a ideologia como uma ideia, discurso ou ação que mascara um objeto, mostrando apenas sua aparência e escondendo suas demais qualidades. Já o sociólogo contemporâneo John B. Thompson também oferece uma formulação crítica ao termo ideologia, derivada daquela oferecida por Marx, mas que lhe retira o caráter de ilusão (da realidade) ou de falsa consciência, e concentra-se no aspecto das relações de dominação.
Karl Marx desenvolveu uma teoria a respeito da ideologia na qual concebe a mesma como uma consciência falsa, proveniente da divisão entre o trabalho manual e o intelectual. Nessa divisão, surgiriam os ideólogos ou intelectuais que passariam a operar em favor da dominação ocorrida entre as classes sociais, por meio de idéias capazes de deformar a compreensão sobre o modo como se processam as relações de produção. Neste sentido, a ideologia (enquanto falsa consciência) geraria a inversão ou a camuflagem da realidade, para os ideais ou interesses da classe dominante. (Fonte: Marx, Karl e Engels, Friedrich. A Ideologia Alemã (Feuerbach). São Paulo: Hucitec, 2002.)
Entretanto, não é apenas n'A Ideologia Alemã que Marx trata do tema ideologia e, devido às inconsistências entre seus escritos sobre o tema, não seria correto afirmar-se que Marx possui uma única e precisa definição sobre o significado do termo ideologia. O sociólogo John B. Thompson faz uma análise minuciosa sobre três desenvolvimentos encontrados ao longo da obra de Marx sobre o termo ideologia, com convergências e divergências entre si, batizados por Thompson como (1) polêmica, (2) epifenomênica e (3) latente.
Depois de Marx, vários outros pensadores abordaram a temática da ideologia. Muitos mantiveram a concepção original de Marx (Karl Korsch, Georg Lukács), outros passaram a abordar ideologia como sendo sinônimo de "visão de mundo" (concepção neutra), inclusive alguns pensadores marxistas, tal como Lênin. Alguns explicam isto graças ao fato do livro A Ideologia Alemã, de Marx, onde ele expõe sua teoria da ideologia, só tenha sido publicado em 1926, dois anos depois da morte de Lênin. Vários pensadores desenvolveram análises sobre o conceito de ideologia, tal como Karl Mannheim, Louis Althusser, Paul Ricoeur e Nildo Viana.
 
Concepção crítica
 
O uso crítico do termo ideologia pressupõe uma diferenciação implícita entre o que vem a ser um "conjunto qualquer de idéias sobre um determinado assunto" (concepção neutra sinônima de ideário), e o que vem a ser o "uso de ferramentas simbólicas voltadas à criação e/ou à manutenção de relações de dominação" (concepção crítica). A partir deste ponto-de-partida comum a todos os significados do termo ideologia que aderem à concepção crítica, o que se tem são variações sobre a forma e o objetivo da ideologia. A principal divergência conceitual da concepção crítica de ideologia está na necessidade ou não de que um fenômeno, para que seja ideológico, necessariamente tenha de ser ilusório, mascarador da realidade e produtor de falsa consciência. A principal convergência conceitual, por outro lado, está no pré-requisito de que para um fenômeno ser ideológico, ele necessariamente deverá colaborar na criação e/ou na manutenção de relações de dominação. Ainda, no que se refere às relações de dominação, há diferentes olhares sobre quais destas relações são alvo de fenômenos ideológicos: se apenas as relações entre classes sociais, ou também relações sociais de outras naturezas. Alguns questionamentos neste sentido possuiriam respostas diferentes a depender do autor crítico:
Para que algo possa ser concebido como ideológico, deve necessariamente haver ilusão, mascaramento da realidade e falsa consciência? Marx responderia que sim. Thompson responderia que estas são características possíveis, mas não necessárias, para a existência de ideologia;
A única dominação à qual se refere a ideologia é aquela que ocorre entre classes sociais? Marx novamente diria que sim. Thompson complementaria com uma lista de outras formas de dominação também existentes na sociedade: entre brancos e negros, entre homens e mulheres, entre adultos e crianças, entre pais/mães e filhos(as), entre chefes e subordinados, entre nativos e estrangeiros.
Para aqueles que adotam o termo ideologia segundo a concepção crítica, não faz sentido dizer: que um indivíduo ou grupo possui uma ideologia; que existem ideologias diferentes; que cada um tem a sua própria ideologia; que cada partido tem uma ideologia; que existe uma ideologia dos dominados. Ideologia, pela concepção crítica, não é algo disseminável como é uma idéia ou um conjunto de idéias; ideologia, neste sentido crítico, é algo voltado à criação/manutenção de relações de dominação por meio de quaisquer instrumentos simbólicos: seja uma frase, um texto, um artigo, uma notícia, uma reportagem, uma novela, um filme, uma peça publicitária ou um discurso.
John B. Thompson em seu livro Ideologia e cultura moderna (Petrópolis: Vozes, 2007) procurou fazer uma análise crítica sobre as formulações para o termo ideologia propostas por diferentes autores, que ele classificou segundo duas concepções: neutras e críticas. Neste sentido, Thompson considerou as formulações propostas por Destutt de Tracy, Lênin, Georg Lukács e a "formulação geral da concepção total de Mannheim" como concepções neutras de ideologia; já as formulações de Napoleão, Marx (concepções polêmica, epifenomênica e latente) e a "concepção restrita de Mannheim" viriam a ser concepções críticas de ideologia. Ele próprio (Thompson), finalmente, ofereceu a seguinte formulação (crítica), apoiada na "concepção latente de Marx": "ideologia são as maneiras como o sentido serve para estabelecer e sustentar relações de dominação". (p. 75-76) Esta formulação proposta por Thompson é carregada de significados:
O discurso tem uma dimensão ideológica que relaciona as marcas deixadas no texto com as suas condições de produção, e que se insere na formação ideológica. E essa dimensão ideológica do discurso pode tanto transformar quanto reproduzir as relações de dominação. Para Marx, essa dominação se dá pelas relações de produção que se estabelecem, e as classes que estas relações criam numa sociedade. Por isso, a ideologia cria uma "falsa consciência" sobre a realidade que tem como objetivo suprir, morder, reforçar e perpetuar essa dominação. Já para Gramsci, a ideologia não é enganosa ou negativa em si, mas constitui qualquer ideário de um grupo de indivíduos; em outras palavras, poder-se-ia dizer que Gramsci rejeita a concepção crítica e adere à concepção neutra de ideologia. Para Althusser, que recupera a ótica marxista, a ideologia é materializada nas práticas das instituições, e o discurso, como prática social, seria então “ideologia materializada”.
 
	Comentários 
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Texto de internet 
 Sistemas de controle interno do Poder Judiciário: Corregedorias, Ouvidorias, Conselhos Superiores e Conselho Nacional de Justiça.
1. O sistema de controle internodo Poder Judiciário é feito apenas sob a ótica administrativa. A atividade jurisdicional só tem controle através de recurso civil ou criminal.
2. São órgãos que participam dessa fiscalização do controle interno: a Corregedoria, a Ouvidoria e o Conselho Nacional de Justiça.
Em relação à Corregedoria:
* A Corregedoria é um órgão do Poder Judiciário criado pela legislação estadual. 
* A Lei de Organização Judiciária e as atribuições do Corregedor são todas estabelecidas pelo Regimento Interno. 
* O Regimento Interno é um ato de cunho normativo. 
* O Corregedor Geral de Justiça exerce fiscalização sobre três agentes especificamente: o magistrado, auxiliares da justiça e agentes delegados. 
* Os deveres do magistrado estão na Constituição Federal, na LOMAN, no CPC, no CPP e no Código de Ética. 
* Os deveres dos servidores estão no Estatuto dos Servidores Federais ou nos Estatutos Estaduais e nas Leis de Organização Judiciárias. E os deveres de notários e registradores, na Lei de notários e registradores.
* O Corregedor exerce dois tipos de fiscalização básicas: quanto a regularidade das atividades e quanto a existência de falta funcional.
Se a atividade é meramente irregular e passível de correção ele determina uma recomendação, que deve ser atendida, sob pena de instauração de processo administrativo disciplinar contra o recalcitrante. 
E a fiscalização sobre a prática de faltas funcionais. Detectada uma falta funcional o Corregedor instaura sindicância e depois pode então instaurar processo administrativo disciplinar.
* Em relação ao magistrado compete ao Corregedor única e exclusivamente apurar a existência da falta funcional e propor ou não ao Órgão Especial a instalação de processo administrativo disciplinar.
* Em alguns estados, nos quais se instituiu o Conselho superior da Magistratura, a disposição do regimento interno de que o Conselho da Magistratura vai fazer uma espécie de filtro dessa propositura. Entretanto esse posicionamento colide em principio com a Resolução 30 do CNJ que estabelece que a propositura do Corregedor Geral de Justiça será feita diretamente ao órgão especial. 
* Os Estados poderão estabelecer ate dois Corregedores, cujas atribuições deverão estar previstos no Regimento Interno do Tribunal de Justiça.
3. O STF tem algumas afirmações importantes nessa matéria: 
a) que o Poder Judiciário é de âmbito nacional e, portanto há de se ter nivelamento dos tribunais estaduais e dos tribunais de todo país. 
b) se o Conselho Nacional de Justiça é um órgão constitucional porque é um órgão interno do Poder Judiciário.
c) que quaisquer Conselhos Estaduais de Justiça são inconstitucionais porque viola o principio da separação de poderes. Não se trata de órgão interno do Poder Judiciário e sim externo e não é possível controle externo da magistratura.
d) compõem os órgãos de cúpula dos tribunais: o Presidente e o Vice Presidente e o Corregedor Geral de Justiça.
DIFERENÇA ENTRE INSPEÇÃO E CORREIÇÃO: 
* a inspeção ela tem como objetivo analisar questões pontuais, falhas pontuais. Então a inspeção pode se dar em apenas uma serventia. Vejam, na vara você tem a atuação do magistrado e do escrivão. Pode ser que a inspeção se dirija apenas e exclusivamente na analise da atividade do escrivão. Ou só do juiz. Só de uma vara.
* a correição tem um caráter mais geral, o objetivo é um objetivo geral da comarca. Então ele vai ver a Comarca toda. Todos os órgãos existentes na Comarca. Então o Corregedor vai examinar tudo. Todos aqueles atos do juiz, todos os escrivães, sem exceção.
Previsão na Lei de Organização Judiciária do DF
Art. 12.  São atribuições do Corregedor: 
I – supervisionar e exercer o poder disciplinar, relativamente aos serviços forenses, sem prejuízo do que é deferido às autoridades de menor hierarquia; 
II – instaurar sindicância e processo administrativo disciplinar para apurar infrações praticadas pelos notários, oficiais de registro e afins e seus prepostos, aplicando as penas cabíveis, exceto a perda de delegação; 
III – exercer a fiscalização dos atos notariais e de registro, zelando para que sejam prestados com rapidez, qualidade satisfatória e de modo eficiente; 
IV – designar o Juiz Diretor do Fórum das circunscrições judiciárias do Distrito Federal e fixar-lhe as atribuições; 
V – designar o Juiz de Direito Substituto responsável pela distribuição da Circunscrição Judiciária de Brasília; 
VI – indicar à nomeação os Diretores de Secretaria das Varas vagas, os Depositários Públicos, os Contadores-Partidores e os Distribuidores; 
VII – regular a atividade do Depositário Público, dispondo especialmente sobre as formas de controle dos bens em depósito, bem como as atividades dos Contadores-Partidores e Distribuidores. 
§ 1o  O Corregedor poderá delegar a juízes a realização de correição nas serventias e a presidência de processos administrativos disciplinares, salvo para apurar a prática de infração penal atribuída a juiz. 
§ 2o  A correição geral dos Territórios será feita pessoalmente pelo Corregedor e abrangerá, no mínimo, em cada ano, a metade das circunscrições neles existentes, de forma que, no final do biênio, estejam todas inspecionadas. 
§ 3o  O Corregedor será substituído em suas faltas e impedimentos na forma que dispuser o Regimento Interno. 
OUVIDORIA
Art. 103-B, § 7º da CF:
§ 7º A União, inclusive no Distrito Federal e nos Territórios, criará ouvidorias de justiça, competentes para receber reclamações e denúncias de qualquer interessado contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, ou contra seus serviços auxiliares, representando diretamente ao Conselho Nacional de Justiça.
As ouvidorias são uma criação da União, ela tem objetivo muito específico, que é ter o contato direto com o órgão fiscalização e a população. Por que? Não é que não exista mecanismos de receber reclamações ou denuncias, é claro que existe. As corregedorias sempre fizeram isso e não só as corregedorias, os juízes também faziam. Então vejam, os juízes, antes mesmo da corregedoria, já tinham o dever funcional de receber as reclamações ou denuncias, processá-las e encaminhá-las de acordo com as atribuições administrativas de cada órgão. As Corregedorias sempre tiveram uma contribuição. É que se entendeu, num momento político histórico do Brasil, que seria interessante criar esse órgão que é a ouvidoria, então o único objetivo desse órgão é receber as denuncias.
Ela não faz nenhuma espécie de filtro, não convoca manifestação da parte contraria, daquele que esta sendo denunciado, nada disso é feito. 
Segunda questão sobre essas Ouvidorias. Na leitura do artigo diz o seguinte. A União, inclusive no Distrito Federal e Territórios, criará ouvidorias. E os Estados? Veja que na redação do artigo não estão inseridos os Estados, portanto os Estados não tem o dever de criar ouvidorias, embora a proposta da EC discutisse essa possibilidade. Discutiu-se inclusive a possibilidade de se estarem criando Ouvidoria em nível estadual. Mas isso não foi inserido no texto da Constituição Federal. Então os Estados hoje não tem essa obrigatoriedade.
Mas pode criar? Pode sim, porque não há nenhuma vedação especifica a esse respeito, ao contrario, ate pelo principio do paralelismo que nos usamos em direito constitucional, é extremamente possível a criação dessas ouvidorias, e as ouvidorias farão a representação direta a Corregedoria, como órgão de fiscalização. Então, há inclusive, diversos Estados da federação que criaram ouvidorias. Criaram ouvidoria, cujo objetivo institucional é criar um vinculo maior entre o poder e o cidadão, porque a partir do momento que o cidadão diz que tem que ir na Corregedoria, sempre tem aquele clima de fiscalização, a pessoa talvez não tenha uma informalidade para se dirigir ao órgão de fiscalização.
Lei 11.697/2008 - Lei de Organização Judiciária do DF – "Art. 82.  Fica criada a Ouvidoria-Geral da Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, que tem como missão tornar a Justiça mais próximado cidadão, ouvindo sua opinião acerca dos serviços prestados pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, colaborando para elevar o nível de excelência das atividades necessárias à prestação jurisdicional, sugerindo medidas de aprimoramento e buscando soluções para os problemas apontados.�
.O terceiro órgão de controle interno do poder judiciário é o Conselho Nacional de Justiça,.
O CNJ é um órgão relativamente recente que vem produzindo inúmeros atos, atos estes que tem uma implicação nos comportamento dos tribunais e, portanto, tem causado inúmeras questões jurídicas em função dessa atuação do CNJ.
A primeira grande discussão é se o CNJ é constitucional?
Com a palavra o STF:
(...) ao Conselho Nacional de Justiça não é atribuída competência nenhuma que permita a sua interferência na independência funcional do magistrado. Cabe a ele, exclusivamente, o ‘controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes’, nada mais do que isso. Sua presença, como órgão do Poder Judiciário, no modelo brasileiro de harmonia e equilíbrio entre os poderes, não conformará nem informará - nem mesmo afetará - o dever-poder de decidir conforme a Constituição e as leis que vincula os membros da magistratura. O controle que exercerá está adstrito ao plano ‘da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes’. Embora órgão integrante do Poder Judiciário - razão pela qual desempenha autêntico controle interno - não exerce função jurisdicional.” (grifei) - ADI 3.367
O CNJ é um órgão de fiscalização? É. Mas também está sujeito a controle. Numa democracia, é principio basilar que nenhum órgão escape de qualquer forma de controle.
Na verdade, o CNJ se insere no plano administrativo do Poder Judiciário. 
É órgão do poder judiciário, porque é o que dispõe o artigo 92- IA, e tem sede na capital federal.
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:
I-A o Conselho Nacional de Justiça; 
O STF já se manifestou algumas vezes no sentido de que o CNJ só fiscaliza o comportamento administrativo e financeiro dos tribunais, jamais fiscalizará o comportamento da atividade jurisdicional. Vide transcrição no Informativo 507: 
(...) Não se desconhece que o Conselho Nacional de Justiça - embora incluído na estrutura constitucional do Poder Judiciário - qualifica-se como órgão de caráter administrativo, não dispondo de atribuições institucionais que lhe permitam exercer fiscalização da atividade jurisdicional dos magistrados e Tribunais. CNJ - Natureza Jurídica - Controle da Função Jurisdicional - Inadmissibilidade (Transcrições) MS 27148 MC/DF*
A composição é de 15 membros:
09 – do poder judiciário;
02 – do MP;
02 – da OAB;
02 – cidadãos: 1 indicado pela Câmara dos Deputados e outro pelo Senado Federal
Junto ao CNJ oficiarão o PGR e o Presidente do Conselho Federal da OAB (art.103-B, §6º), sendo que “a ausência destes às sessões do Conselho não importa em nulidade das mesmas.(...).”- MS 25.879 
 A composição é majoritária de membros do poder judiciário, então é mais um elemento que confirma a constitucionalidade do CNJ. 
Outra questão que caiu nas provas, quem é o presidente do CNJ? É o ministro do STF. Quem é o corregedor do CNJ? É o ministro do STJ.
O Ministro Presidente do STF é o presidente do CNJ e único membro nato, não tendo que ser sabatinado pelo Senado, sendo susbstituído em suas ausências e impedimentos pelo Vice-Presidente do STF. Os demais membros são nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Senado.
Com a EC 61/2009 foi retirada do texto a restrição de idade para a composição do CNJ. Reerida Emenda também suprimiu a previsão de que o ministro do STF somente votaria em caso de empate - voto de minerva-, deixando a matéria para o Regimento do CNJ.
Quem estabelece e onde estão fixadas as atribuições do CNJ? As atribuições do CNJ são fixadas em dois diplomas legislativos, a CF, art. 103, b, e no estatuto da magistratura. Agora, o Estatuto da magistratura é que irá dispor sobre as demais atribuições do CNJ. Mas a questão aqui é a seguinte, nós podemos aplicar subsidiariamente a lei orgânica da magistratura? Não, não é possível a aplicação da LOMAM, para o disposto de funcionamento do CNJ, pois o CNJ não era previsto naquela época. Então a resposta para uma prova seria, as atribuições do CNJ são definidas pela CF e serão no futuro, pelo estatuto da magistratura.
Quem estabelece essas atribuições? Aí vamos voltar para ver como será feito o estatuto da magistratura, será feito por iniciativa do STF e através de lei complementar, artigo 93, caput CF. Então, a iniciativa da lei que regulará as atribuições do CNJ é do STF, e as atribuições do CNJ serão estabelecidas por lei complementar. É uma conjugação do artigo 103, b com o artigo 93 da CF.
As atribuições foram bem esquematizadas no site do CNJ:
 Além de outras conferidas pelo Estatuto da Magistratura, cabem ao CNJ as seguintes atribuições, previstas no art. 103-B, § 4º, da Constituição Federal:
Na Política Judiciária: zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, expedindo atos normativos e recomendações;
Na Gestão: definir o planejamento estratégico, os planos de metas e os programas de avaliação institucional do Poder Judiciário;
Na prestação de Serviços ao Cidadão: receber reclamações, petições eletrônicas e representações contra membros ou órgãos do Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializado;
Na Moralidade: julgar processos disciplinares, assegurada ampla defesa, podendo determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço, e aplicar outras sanções administrativas;
Na Eficiência dos Serviços Judiciais: melhores práticas e celeridade: elaborar e publicar semestralmente relatório estatístico sobre movimentação processual e outros indicadores pertinentes à atividade jurisdicional em todo o País.
Uma discussão que se travou no STF, embora a CF deixe claro foi o seguinte, o CNJ pode, de oficio, fazer o controle de legalidade dos atos administrativos dos tribunais? Ou há necessidade de uma provocação? Embora a CF deixe claro nesse sentido, há possibilidade de que seja feito de oficio, o STF reafirmou essa possibilidade. então nesse âmbito de controle administrativo o CNJ pode sim realizar plenamente esse controle de oficio dos atos, então a resposta correta no concurso seria a seguinte, o CNJ pode investigar a legalidade dos atos administrativos dos tribunais de oficio, inclusive.
Para encerrar essa questão de atribuições nós podemos destacar três mais atribuições. A primeira é avocar processo. A avocação se dá tanto de oficio, por iniciativa das partes, ou até por provocação do procurador geral da república. Isso vai significar um interesse público em que o CNJ examine aquela matéria que está sendo tratada.
A outra possibilidade é a possibilidade de revisão dos procedimentos administrativos disciplinares. 
Uma pergunta que pode ser feita em relação a essa questão é a seguinte, essa revisão equivale a um recurso administrativo perante o CNJ? A revisão do procedimento disciplinar e o recurso administrativo perante o CNJ, a resposta quem dá é o regimento interno do CNJ, a resposta é negativa, porque o instituto da revisão é instituto próprio do processo administrativo disciplinar, um procedimento próprio também do regimento interno. Agora o recurso administrativo também é uma figura prevista no regimento interno. Como essa figura funciona? Dos atos praticados pelo presidente do CNJ ou do corregedor nacional de justiça cabe recurso administrativo para o plenário do CNJ. Então a parte interessada interpõe recurso. Então veja que no regimento interno do CNJ, se o corregedor prolataruma decisão que foi desfavorável ao interessado, o interessado interpõe recurso administrativo perante o plenário, e o plenário mantém ou revoga aquela decisão administrativa. 
Agora, existe recurso administrativo contra a decisão do plenário do CNJ? Eu disse para vocês que o CNJ, no seu regimento interno faz a divisão entre a revisão administrativa disciplinar e recurso administrativo. O recurso administrativo é contra ato de autoridade do CNJ interposto perante o plenário. E das decisões do plenário cabe recurso administrativo? Não, o regimento interno do CNJ impede, ou inviabiliza recurso contra decisão do plenário. Então, não há recurso contra a decisão do plenário do CNJ. 
O STF tem uma competência prevista no artigo 102, I, letra r da CF, pela qual as ações contra o CNJ e o CNMP serão julgadas pelo STF. E não caberia aí recurso administrativo para o STF, embora o regimento interno seja claro que não cabe recurso disciplinar das decisões do plenário? O próprio STF já se manifestou de forma contraria, dizendo que o STF não é esfera administrativa de segunda instância em relação ao CNJ, ele faz o controle dos atos do conselho, mas não é esfera administrativa recursal, não podendo substituí-lo no exame discricionário dos motivos determinantes de suas decisões.
Informativo 474:
(...) Salientou, inicialmente, a necessidade de se proceder a uma redução teleológica da alínea r do inciso I do art. 102 da CF, aditada pela EC 45/2004, que conferiu ao Supremo a competência originária para processar e julgar as ações contra o CNJ, de modo a não converter a Corte, por meio do mandado de segurança, em verdadeira instância ordinária de revisão de toda e qualquer decisão do Conselho. Asseverou, no ponto, ser preciso distinguir as deliberações do CNJ que implicam intervenção na órbita da competência ordinária confiada, em princípio, aos juízos ou tribunais submetidos ao seu controle das que traduzem a recusa de intervir. Esclareceu, quanto às primeiras, as positivas, não haver dúvida de que o CNJ se torna responsável pela eventual lesão ou ameaça de lesão a direito conseqüentes, submetidas ao controle jurisdicional do Supremo, como, por exemplo, as que avoquem processos disciplinares em curso nos tribunais, apliquem sanções administrativas, desconstituam ou revejam decisões deles ou lhes ordene providências, mas que, diversamente, quanto às segundas, as negativas, o Conselho não substitui por ato seu o ato ou a omissão dos tribunais, objeto da reclamação, que, por conseguinte, remanescem na esfera de competência ordinária destes.
MS 26710 QO/DF, rel. Min. Sepúlveda Pertence, 2.8.2007. (MS-26710)
Além disso, o STF entende que só examina os atos do CNJ, do órgão CNJ, as ações contra esse órgão, mas não examina a conduta individual de cada conselheiro. Isso tem uma repercussão importante. Quando o conselheiro pratica um ato em nome do conselho nacional de justiça, o ato é do CNJ, então é passível de exame, mas o ato propriamente dito do conselheiro estaria sujeito a alguma espécie de impugnação, não como órgão CNJ, mas como conselheiro? Aí o Supremo disse que não. Para vocês terem uma idéia, basicamente o STF três espécie de impugnação contra ato do CNJ perante ele, primeiro, ação anulatória de atos administrativos. É possível ingressar com ação anulatória de ato administrativo perante o STF para anular o ato administrativo do CNJ. Essa ação anulatória regida pelo procedimento comum ordinário, e é possível até a concessão de tutela antecipatória, nos termos do artigo 273 do CPC, mas até agora não foi utilizado porque é muito lenta, e muitas vezes os atos administrativos praticados pelo CNJ produzem efeitos imediatos.
Mandado de Segurança, então MS talvez é mais utilizado contra ato do CNJ, como por exemplo, aquela decisão liminar concedida pelo conselheiro, ele é sorteado como relator, se manifesta liminarmente, e aí então se impetra mandado de segurança contra essa decisão. 
O terceiro mecanismo admitido pelo STF é ação direta de inconstitucionalidade. 
O STF está começando a fazer uma distinção entre os atos do CNJ da seguinte forma. Alguns atos do CNJ produzem efeitos gerais, abstratos, com conteúdo normativo e vinculativo. Outros atos produzem efeitos concretos, mais individualizados, para os atos que produzem efeitos mais concretos e individualizados, o STF tem admitido MS e para os atos mais genéricos, mas abstratos, com conteúdo normativo, tem admitido controle de constitucionalidade. Então, por exemplo, as resoluções do CNJ, em tese são impugnadas por ação direta de inconstitucionalidade e os atos de controle de legalidade, como por exemplo aqueles atos do CNJ que determinaram a regulação de todos os provimentos de cargos de foros extrajudiciais de determinado tribunal. Esse ato é um ato de efeito direto, individual e concreto, que favorece o tribunal e os servidores, então é passível de MS. 
ADC e Vedação ao Nepotismo – 3 (informativo 516)
O Tribunal julgou procedente pedido formulado em ação declaratória de constitucionalidade proposta pela Associação dos Magistrados do Brasil - AMB para declarar a constitucionalidade da Resolução 7/2005, do Conselho Nacional de Justiça - CNJ - que veda o exercício de cargos, empregos e funções por parentes, cônjuges e companheiros de magistrados e de servidores investidos em cargos de direção e assessoramento, no âmbito do Poder Judiciário -, e emprestar interpretação conforme a Constituição a fim de deduzir a função de chefia do substantivo "direção", constante dos incisos II, III, IV e V do art. 2º da aludida norma - v. Informativo 416. Inicialmente, o Tribunal acolheu questão de ordem suscitada pelo Min. Marco Aurélio no sentido de fazer constar a rejeição da preliminar de inadequação da ação declaratória, por ele sustentada, no julgamento da cautelar - ao fundamento de que não se trataria de questionamento de um ato normativo abstrato do CNJ - e em relação à qual restara vencido. No mérito, entendeu-se que a Resolução 7/2005 está em sintonia com os princípios constantes do art. 37, em especial os da impessoalidade, da eficiência, da igualdade e da moralidade, que são dotados de eficácia imediata, não havendo que se falar em ofensa à liberdade de nomeação e exoneração dos cargos em comissão e funções de confiança, visto que as restrições por ela impostas são as mesmas previstas na CF, as quais, extraídas dos citados princípios, vedam a prática do nepotismo. Afirmou-se, também, não estar a resolução examinada a violar nem o princípio da separação dos Poderes, nem o princípio federativo, porquanto o CNJ não usurpou o campo de atuação do Poder Legislativo, limitando-se a exercer as competências que lhe foram constitucionalmente reservadas. Vencidos, no ponto relativo à interpretação conforme, os Ministros Menezes Direito e Marco Aurélio, reputá-la desnecessária.
ADC 12/DF, rel. Min. Carlos Britto, 20.8.2008. (ADC-12).
 
É cabível ação popular contra ato de conselheiro do conselho nacional de justiça perante o STF? Segundo o próprio STF não é cabível o manejo dessa ação, e vai mais longe ainda, num outro precedente, disse que não é cabível também ação civil pública, disse que essas duas ações não são características das ações de competência originária do STF, e que também o STF analisa o ato não de determinados componentes vistos individualmente, mas o ato produzido pelo conselho�. 
COMO O CNJ PODERIA CONTRIBUIR PARA O APRIMORAMENTO DO PODER JUDICIÁRIO DENTRO DE SUAS ATRIBUIÇÕES CONSTITUCIONAIS? Ou não pode, é só órgão fiscalizatorio? Duas atribuições constitucionais caminham para esse sentido. Primeiro a apresentação de relatórios anuais. E a segunda a apresentação de relatórios estatísticos. Porque a constituição federal foi bem clara ao estabelecer, primeiro, que o poder judiciário deve passar por um novo patamar de organização administrativa. Nas organizações administrativas há os chamados indicadores de desempenho. O indicador utilizado na administração em geral, seja na administração privada ou na administração publica, elesdecorrem de uma análise estatística de comportamento dos agentes que estão sendo analisados, então é por isso a CF já introduz a renovação tecnológica. Isso é importantíssimo que se saiba, o poder judiciário hoje é um poder que trabalha com estatística, o que não era feito antes das alterações da EC 45, apenas alguns tribunais que acabavam se unindo, contratando empresa, como fundação Getulio Vargas e começaram a desenvolver essa de mapeamento estatísitico de suas atividades. Esse mapeamento estatístico só ficou obrigatório na CF com a alteração da EC 45. Significa que o CNJ tem que produzir dados estatísticos do desempenho do poder judiciário. Então, com a estatística eu consigo ver, por exemplo, se a estrutura de funcionários mantém uma media geral, você pode ver quais serventias que estão necessitadas, porque você pode entrar em detalhe sobre qual a formação do servidor, se há mais estagiários que servidores, você pode fazer um estatística quanto a remuneração, a captação de custa processuais, a captação de emolumentos, você pode fazer uma analise específica a respeito da quantidade de autuações medias por varas, quanto é que o juiz suporta de autuações, quando que é a hora de você desmembrar uma serventia, você pode investigar qual a media de produção no estado, ou até do pais, quanto é que o juiz produz, quando você passar no concurso quantas sentenças vai ter que fazer por mês. Então o poder judiciário não tinha essa informação muito necessária num estado democrático de direito, esses dados sendo divulgados nós vamos ter um raio x do poder judiciário. 
Além desse critério estatístico, o poder judiciário também pode auxiliar no aprimoramento do poder judiciário com seus relatórios anuais. O CNJ após analise do desempenho dos tribunais, após analise dos diversos grupos de estudos que envolve o CNJ, ele tem estudos específicos sobre determinadas áreas da atividade jurisdicional. Após esses levantamentos ele faz um relatório anual e apresenta esses relatórios para o presidente do STF, inclusive propondo alterações legislativas ao congresso nacional, para que haja um melhor aperfeiçoamento do poder judiciário. Esse é talvez o instrumento mais importante para a restauração democrática do poder judiciário na atualidade. Essa remessa ao STF com a propositura de soluções, se feita de uma forma profissional, de uma forma administrativa, uma visão de conjunto, é possível que distorções sejam eliminadas através de soluções legislativas. E é isso que o poder judiciário tem esperado do CNJ, ou seja, quais são os problemas e quais são as soluções. 
Decisões do STF sobre CNJ
De resto - e este ponto é de fundamental importância - Informativo 516 – Ago/2008 - O Tribunal julgou procedente pedido formulado em ação declaratória de constitucionalidade proposta pela Associação dos Magistrados do Brasil - AMB para declarar a constitucionalidade da Resolução 7/2005, do Conselho Nacional de Justiça – CNJ — que veda o exercício de cargos, empregos e funções por parentes, cônjuges e companheiros de magistrados e de servidores investidos em cargos de direção e assessoramento, no âmbito do Poder Judiciário —, e emprestar interpretação conforme a Constituição a fim de deduzir a função de chefia do substantivo “direção”, constante dos incisos II, III, IV e V do art. 2º da aludida norma — v. Informativo 416. Inicialmente, o Tribunal acolheu questão de ordem suscitada pelo Min. Marco Aurélio no sentido de fazer constar a rejeição da preliminar de inadequação da ação declaratória, por ele sustentada, no julgamento da cautelar — ao fundamento de que não se trataria de questionamento de um ato normativo abstrato do CNJ — e em relação à qual restara vencido. No mérito, entendeu-se que a Resolução 7/2005 está em sintonia com os princípios constantes do art. 37, em especial os da impessoalidade, da eficiência, da igualdade e da moralidade, que são dotados de eficácia imediata, não havendo que se falar em ofensa à liberdade de nomeação e exoneração dos cargos em comissão e funções de confiança, visto que as restrições por ela impostas são as mesmas previstas na CF, as quais, extraídas dos citados princípios, vedam a prática do nepotismo. Afirmou-se, também, não estar a resolução examinada a violar nem o princípio da separação dos Poderes, nem o princípio federativo, porquanto o CNJ não usurpou o campo de atuação do Poder Legislativo, limitando-se a exercer as competências que lhe foram constitucionalmente reservadas. Vencidos, no ponto relativo à interpretação conforme, os Ministros Menezes Direito e Marco Aurélio, reputá-la desnecessária. ADC 12/DF, rel. Min. Carlos Britto, 20.8.2008. (ADC-12).
Resolução 135/2011 do CNJ e uniformização de procedimento administrativo disciplinar - 10
No que se refere ao art. 12, caput e parágrafo único, da Resolução 135/2011 do CNJ (“Art. 12. Para os processos administrativos disciplinares e para a aplicação de quaisquer penalidades previstas em lei, é competente o Tribunal a que pertença ou esteja subordinado o Magistrado, sem prejuízo da atuação do Conselho Nacional de Justiça. Parágrafo único. Os procedimentos e normas previstos nesta Resolução aplicam-se ao processo disciplinar para apuração de infrações administrativas praticadas pelos Magistrados, sem prejuízo das disposições regimentais respectivas que com elas não conflitarem”), o Plenário, por maioria, negou referendo à liminar e manteve a competência originária e concorrente do referido órgão para instaurar procedimentos administrativos disciplinares aplicáveis a magistrados. Para o Min. Joaquim Barbosa, a EC 45/2004, ao criar o CNJ, não se limitara a criar mais um órgão para exercer, concomitantemente, atribuições exercidas com deficiência por outros órgãos. A referida emenda teria requalificado, de maneira substantiva, uma dada função, ao atribuir ao novo órgão posição de proeminência em relação aos demais. Explicou que essa primazia decorreria, em primeiro lugar, do fato de que a própria Constituição teria concedido ao CNJ extraordinário poder de avocar processos disciplinares em curso nas corregedorias dos tribunais. Aduziu não se conferir poder meramente subsidiário a órgão hierarquicamente superior, que teria a prerrogativa de tomar para si decisões que, em princípio, deveriam ser tomadas por órgãos hierarquicamente inferiores. Em segundo lugar, destacou que o aludido órgão superior teria o poder de agir de ofício, em campo de atuação em princípio demarcado para a atividade de órgão inferior, de modo que jamais se poderia entender que a competência daquele seria subsidiária, salvo sob mandamento normativo expresso. Reforçou que a EC 45/2004 nunca aventara a hipótese da subalternidade da ação disciplinar do CNJ em relação às corregedorias.
ADI 4638 Referendo-MC/DF, rel. Min. Marco Aurélio, 1º e 2.2.2012. (ADI-4638)
Resolução 135/2011 do CNJ e uniformização de procedimento administrativo disciplinar - 11
A Min. Rosa Weber acrescentou que o CNJ deteria competência para expedir normas de caráter genérico e abstrato sobre as matérias do art. 103-B, I, II e § 4º, da CF, de sorte a não se falar em usurpação da competência dos tribunais ou do legislador complementar. Entreviu que, enquanto não vigente o novo Estatuto da Magistratura, caberia ao CNJ disciplinar, mediante resoluções, as matérias de sua competência. Assim, o referido órgão poderia regulamentar matérias até então sediadas na Loman e nos regimentos internos dos tribunais nos processos disciplinares que tramitassem no âmbito dessas Cortes, diante do redesenho institucional promovido pela EC 45/2004. Advertiu que o potencial exercício inadequado de uma competência não levaria, por si só, à declaração de inconstitucionalidade, presentes os mecanismos legais para coibir excessos. Considerou que a uniformização das regras pertinentes aos procedimentos administrativos disciplinares aplicáveis aos magistrados apresentar-se-ia como condição necessária à plena efetividade da missão institucional do CNJ. Consignou, nesse sentido, o caráter uno do Judiciário, a legitimara existência de um regramento minimamente uniforme na matéria. Deduziu não haver ameaça ao Pacto Federativo, à luz do art. 125 da CF. Concluiu, com base no art. 103-B, § 4º, I, II, III e V, da CF, que a competência do CNJ na matéria seria originária e concorrente, e não meramente subsidiária.
ADI 4638 Referendo-MC/DF, rel. Min. Marco Aurélio, 1º e 2.2.2012. (ADI-4638)
CONSTITUCIONAL
PONTO 17 - Direito de cidadania: dos direitos políticos. Direitos políticos positivos. Direitos políticos negativos. Partidos políticos. Garantias constitucionais individuais. Garantias dos direitos coletivos, sociais e políticos. Da estrutura básica da Federação. Extinção do crédito tributário: pagamento, compensação, transação, remissão, conversão do depósito em renda, consignação em pagamento, decisão administrativa e judicial, da ação em pagamento, prescrição e decadência, repetição de indébito, pagamento antecipado e homologação do lançamento. Cobrança judicial da dívida ativa da Fazenda Pública.
Direito de cidadania: Dos direitos políticos. Direitos políticos positivos. Direitos políticos negativos. Partidos políticos
DIREITOS POLÍTICOS
	Falar de direitos políticos é falar de democracia, ou do regime democrático eleito pela constituição de 88 como o poder de dominação do povo (art. 1º, parágrafo único da Cf), exercido por meio da chamada soberania popular. Ou seja, como diz Gilmar Mendes o direito político “é a base do regime democrático”.
	No entanto, democracia não é sinônimo de direitos políticos, eis que a primeira é bem mais ampla passando pelo respeito à igualdade, à liberdade e a dignidade da pessoa humana. A democracia pode ser representativa ou participativa, que é significado de democracia semi-direta, de modo que o povo é o titular do poder, mas somente excepcionalmente o exerce de forma direta, eis que em regra o exerce através de representantes.
	São exemplos de exercício direto do poder pelo povo:
	- administração pública dialógica (diálogo da administração com o povo), exemplos: conselhos de saúde, orçamento participativo (Lei nº 8.142/90 e Lei nº 8.080/90), conselho de educação e de assistência social;
	- tribunal do júri;
	- ação popular (art. 5º, LXXIII da Cf);
	- consultas populares (art. 14 da Cf): plebiscito e referendo;
	- iniciativa popular (art. 61, parágrafo 2º da Cf).
	Se infere, portanto, que se tais situações são exceções, a regra é a representatividade através dos representantes eleitos. Segundo Rui Barbosa, em uma democracia devem ser eleitos pelo menos os representantes de dois dos poderes estatais. O magistrado no Brasil retira sua legitimidade da própria constituição federal.
	Direitos políticos são as regras referentes à designação dos representantes do povo. A constituição deu aos direitos políticos um sentido restrito ou restritivo através da separação dos direitos políticos da regulamentação dos partidos políticos, eis que há quem entenda que ambos constituem um mesmo tema.
	Os direitos políticos se dividem em dois grandes grupos: os positivos (capacidade política ativa/capacidade política passiva). A capacidade política ativa é o direito de votar ou alistabilidade. A capacidade política passiva são as condições de elegibilidade ou direito de ser votado; os negativos (causas de inelegibilidades/causas de perda ou suspensão de direitos políticos).
	As causas de inelegibilidades se repartem em duas:
							estrangeiros
				inalistáveis		conscritos
	absolutas
				analfabetos
				por motivos funcionais (em razão da função)
		relativas	indireta (reflexa)
				militares
				legais (lei complementar nº 64/90 e 81/94)
	Desdobramentos das causas relativas:
	1) Por motivos funcionais:
		1.1) para o mesmo cargo (reeleição/recandidatura);
		1.2) para cargos diversos (desincompatibilização/renúncia).
	2) Militares:
		2.1) menos de 10 anos de serviço;
		2.2) mais de 10 anos de serviço.
	O núcleo dos direitos políticos é o sufrágio, que não é sinônimo de voto, mas sim de direito público subjetivo de natureza política que tem o indivíduo de participar ativa e passivamente da organização do estado, votando e sendo votado. O voto é o exercício do direito público subjetivo representado pelo sufrágio. Sufrágio também não é sinônimo de escrutínio, que é a forma de exercício do direito.
	ESPÉCIES DE SUFRÁGIO
	A constituição afirma que o sufrágio é universal. A doutrina o classifica quanto à sua extensão e quanto à sua igualdade.
	Quanto à extensão o sufrágio pode ser restritivo ou universal. O restritivo pode ser censitário ou capacitário. Em uma democracia, na medida do possível, deve haver uma coincidência entre os cidadãos ativos e os nacionais, em respeito ao princípio da igualdade.
	No restritivo censitário há uma limitação por critérios econômicos ou intelectuais, portanto, não é um sufrágio democrático. Na constituição de 1824 havia um sufrágio restritivo quanto à extensão. Nas constituições de 1891 a 1934 o chamado mendigo não podia votar.
	No restritivo capacitário se leva em conta uma capacidade ou qualidade intelectual, por exemplo, existência de ensino superior ou outra qualidade qualquer. No universal não se leva em conta nenhuma qualidade econômica nem intelectual.
	Quanto à igualdade poderá o voto ser igual e desigual. O igual representa um voto para cada pessoa (um homem, um voto). Caracteriza uma conseqüência do princípio da igualdade. No desigual é possível que determinados cidadãos tenham direito a mais de um voto (exemplo: voto familiar). O desigual pode ser ainda múltiplo (direito a dois votos: um no domicílio civil e outro no domicílio laboral).
	O voto direto é aquele que se dá sem a figura de intermediários, ou seja, o voto dado pelo eleitor é conferido a um candidato ou partido, sem a intermediação de uma instância ou colégio eleitoral. Temos aqui o princípio da imediaticidade do voto.
	No Brasil o sufrágio é universal e igual. Há quem critique a igualdade do sufrágio no Brasil em razão da representação dos deputados federais no congresso nacional em relação aos estados mais populosos.
	DIREITOS POLÍTICOS POSITIVOS
	No Brasil o alistamento eleitoral é voluntário, portanto, não ocorre de ofício, eis que depende da manifestação de vontade do cidadão. O alistamento eleitoral depende do preenchimento de determinadas condições: de fundo (idade e capacidade), de forma (comparecimento a uma repartição eleitoral).
	A constituição separa a alistabilidade e o voto que são obrigatórios aos cidadãos de 18 a 70 anos de idade e são facultativos para o maior de 70 anos de idade, para o analfabeto e para o maior de 16 e menor de 18 anos de idade. São proibidos para os conscritos e para os estrangeiros.
	Na verdade, o que é obrigatório é o comparecimento formal para votar, mas o voto em si não é tecnicamente obrigatório, uma vez que o cidadão pode votar em branco ou anular o voto.
	A idade de 16 anos deve ser aferida na data da eleição, de forma que pode se alistar antes de completar os 16 anos de idade, desde que se prove esta condição. Os facultativos podem se alistar e deixar de votar sem que nenhuma penalidade lhe seja aplicada.
	O TSE, através da Resolução nº 21.920/2004 (Proc. Adm. TSE nº 18.483/ES, Rel. Gilmar Mendes), equiparou ao maior de 70 anos o cidadão portador de deficiência que lhe impossibilite o comparecimento para o voto. Dessa forma, este cidadão passa a ter o mesmo tratamento do facultativo maior de 70 anos - contexto do chamado “pensamento do possível” (Peter Härbele.
	Apenas à guisa de ilustração, convém destacar que essa equiparação do portador de grave deficiência ao maior de 70 anos, quanto à facultatividade do voto, se deu dentro do contexto do chamado “pensamento do possível” (Peter Härbele), de modo que o TSE identificou uma incompletude constitucional que veio a ser superada com a aplicação da equiparação das situações do maior de 70 anos com o portador de deficiência grave.
	Todas as nossas constituições impediram o analfabeto de exerceros direitos políticos. A EC nº 25/85 deu pela primeira vez a faculdade de votar. A constituição de 88 foi a primeira a tratar do analfabeto, conferindo-lhe a faculdade de votar.
	O juiz não pode realizar testes coletivos para aferir se a pessoa é analfabeto, sob pena de caracterizar constrangimento ilegal. Se houver dúvida, o juiz deve exigir individualmente prova de alfabetização da pessoa.
	O alistamento e o voto são proibidos/vedados ao estrangeiro (quem não for brasileiro nato ou naturalizado), que traduz um conceito por exclusão. O estrangeiro não se confunde com o chamado quase nacional (português), que vota e pode ser votado no Brasil. A condição de quase nacional não é automática, devendo ser requerida ao Ministério da Justiça.
	Os conscritos não podem se alistar nem votar. Conscritos são os militares durante o serviço militar obrigatório. Se o alistamento ocorreu antes do período da conscrição, o alistamento continua válido, mas o militar não pode votar. A Lei nº 5.292/67 equipara aos conscritos os alunos de formação da reserva, os que cursam medicina, veterinária, odonto, farmácia e enfermagem. O policial militar e o guarda civil metropolitano não são conscritos.
	A proibição do voto ao conscrito se deve aos princípios da hierarquia e disciplina que fundamentam o serviço militar, que poderia prejudicar a liberdade política e de voto dos subordinados.
	CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA (condições de elegibilidade)
	São requisitos/pressupostos previstos na constituição para que o cidadão possa ser escolhido/votado. Tais requisitos estão no art. 14, parágrafo 3º da Cf. Regras:
	- o cidadão só pode ser votado se ele votar (só pode ser passivo, quem é ativo);
	- nem todos que votam podem ser votados (exemplo: analfabeto, o menor de 16 a 18 anos de idade);
	- para ser votado o cidadão precisa: 1) preencher as condições de elegibilidade (art. 14, parágrafo 3º, da Cf); 2) não incorrer em nenhuma das causas de inelegibilidade.
	Os requisitos são:
	1) a nacionalidade brasileira (natos/naturalizados) ou condição de português equiparado;
	2) o pleno exercício dos direitos políticos (não incorrer em nenhuma das causas de perda ou suspensão dos direitos políticos);
	3) o alistamento eleitoral;
	4) o domicílio eleitoral na circunscrição (nacional / estadual / municipal). Nacional = presidente e vice (diplomação no TSE). Estadual = governador e vice, deputados federais e estaduais e senador (diplomação no TRE). Municipal = prefeito e vice e vereador (diplomação no juiz eleitoral).
	O domicílio eleitoral para o TSE é amplo e não se confunde com o domicílio civil. É fruto de qualquer ligação do candidato com o domicílio eleitoral (econômica/afetiva/social/política). Deve ser fixado até um ano antes da eleição.
	5) filiação partidária: no Brasil não existem candidaturas avulsas. Há a necessidade de filiação a partido político como condição para elegibilidade. A filiação deve ocorrer até um ano antes da eleição (art. 18, da Lei nº 9.096/95);
	6) idade mínima: de 16 a 18 anos o cidadão pode votar, mas não pode ser votado. Aos 18 anos pode ser candidato a vereador. Aos 21 anos pode ser candidato a prefeito, vice, deputado federal e deputado estadual. Aos 30 anos pode ser candidato a governador e vice. Aos 35 anos pode ser candidato a presidente, vice e senador.
	Ou seja, aos 35 anos o cidadão terá a chamada capacidade eleitoral absoluta. A idade mínima deve ser aferida (três correntes): 1) no registro da candidatura; 2) até a data das eleições; 3) até a data da posse. A corrente majoritária é a terceira, que se refere a data da posse,conforme art. 11, §2, da Lei 9.504/97.
	Há quem entenda que não poderia assumir a presidência da república o deputado federal que for presidente da câmara e que não tivesse 35 anos de idade (Joel José Cândido). Em sentido contrário, há quem sustente que as condições de elegibilidade devem ser preenchidas ao momento do registro da candidatura, que quando atendidas confere ao candidato todos os ônus inerentes ao cargo, podendo assumir a presidência da república mesmo que conte menos de 35 anos de idade (o tema é objeto de divisão nessas duas correntes).
	Além das condições de elegibilidade, o candidato não pode incorrer em situações de inelegibilidade. São condições constitucionais e legais que impedem, obstam e privam o cidadão do direito de ser votado (direitos políticos negativos).
	Ou seja, os direitos políticos negativos são as causas de inelegibilidade e os casos de perda e suspensão dos direitos políticos. As causas de inelegibilidades podem ser absolutas e relativas.
	As absolutas devem estar previstas na constituição, enquanto as relativas podem estar na constituição ou em norma infraconstitucional (somente lei complementar). As absolutas impedem a candidatura a qualquer cargo eletivo. As relativas impedem a candidatura apenas a determinados cargos eletivos, pois não dizem respeito à características pessoais do indivíduo que objetiva se candidatar, sendo que envolvem hipóteses constitucionais e infraconstitucionais.
	CAUSAS DE INELEGIBILIDADE ABSOLUTAS E RELATIVAS (art. 14, parágrafo 4º da Cf)
	São inelegíveis de forma absoluta os inalistáveis (estrangeiros e conscritos) e os analfabetos. São inelegíveis de forma relativa (causas de inelegibilidade relativa):
	- por motivo funcional para o mesmo cargo (em razão da função): a EC nº 16/94 trouxe a continuidade administrativa do exercício da candidatura (reeleição). É permitida apenas uma reeleição. É proibida, portanto, uma segunda reeleição para um terceiro mandato. Existe em relação ao mesmo cargo, daí ser relativa essa causa, eis que é possível a candidatura a outros cargos eletivos. Também existe em relação ao prefeito e aos governadores;
	- por motivo funcional para cargo diverso (art. 14, parágrafo 6º da CF): deve haver a desincompatibilização por meio de renúncia até 06 (seis) meses antes das eleições;
	- indireta ou reflexa (art. 14, parágrafo 7º da Cf): são inelegíveis no território ou circunscrição do titular, o cônjuge e os parentes (em relação ao presidente da república, essa inelegibilidade, tecnicamente relativa, passa a ser absoluta). A exceção é se o cônjuge ou parente já for titular de cargo eletivo e candidato à reeleição ou se o titular se desincompatibilizar até 06 (seis) meses antes da eleição.
	A separação judicial não afasta a causa de inelegibilidade, no entanto, em um caso específico o STF afastou a inelegibilidade tendo em vista a intensa animosidade entre o candidato e seu ex sogro (RE AgRg 446.999/PE – 09/09/2005). O divórcio durante o mandato também não afasta a causa de inelegibilidade (Súmula Vinculante 18) . A causa de inelegibilidade aplica-se às situações de união estável. A união homoafetiva também gera a causa de inelegibilidade.
	Um dado peculiar e muito remoto, diz respeito à inelegibilidade de prefeito reeleito concorrer ao mesmo cargo em Município que resultar de desmembramento, fusão ou incorporação, eis que tal situação caracterizaria um terceiro mandato.
	O TSE entendeu que um cônjuge que é eleito sucessivamente ao mandato anterior do seu cônjuge, mesmo que para tal eleição tenha havido a desincompatibilização, não terá direito à reeleição quanto ao mandato superveniente (caso garotinho).
	Também foi objeto de decisão pelo TSE que o vice que sucede ao mandato do titular pode disputar reeleição sem a necessidade de desincompatibilização (caso alckim).
	Todo militar alistável (não conscrito) pode votar e ser votado. No entanto, o militar não pode ser filiado a partido político (art. 142, parágrafo 3º, V da Cf), enquanto estiver em serviço ativo, e a filiação partidária é uma condição de elegibilidade, eis que não existe candidatura avulsa no Brasil.
	Assim, o TSE editou uma resolução orientando que o militar pode ser candidato sem filiação partidária, mas desde que autorize o partido político a registrar a sua candidatura no momento oportuno.
	Se o militar contar com mais de 10 anos de efetivo exercíciomilitar ele ficará fora da tropa (sai do serviço, é afastado), a partir da data do registro da candidatura até a diplomação. Se eleito, sai de forma definitiva do serviço militar (vai para inatividade). Se não eleito, volta ao serviço militar ao qual estava agregado.
	Se contar menos de 10 anos, a partir do registro ele é desvinculado do serviço militar de forma definitiva, seja ou não eleito (afastamento definitivo do serviço militar). Estas orientações se aplicam aos militares dos estados. Há quem entenda que esta peculiaridade é uma condição específica de elegibilidade em relação aos militares.
	CAUSA DE INELEGIBILIDADE RELATIVA – LEGAL
	A norma infraconstitucional deve ser uma lei complementar (a Lei complementar nº 64/90 foi alterada recentemente pela Lei Complementar 135/2010- lei da “ficha limpa”), não cabendo regulamentação por meio de lei ordinária.
	Entre outras novidades, a lei de “ficha limpa” permite que; a) candidatos que tiverem condenação criminal por órgão colegiado, ficam impedidos de obter o registro da candidatura; b) alterou de 3 para 8 anos o período que o candidato condenado ficará inelegível, após ocumprimento da pena no que tange aos crimes por ela citados.
	No ponto, cabem duas observações importantes sobre o exame de validade da LC 135/2010. Em primeiro lugar, o STF considerou que deveria ser respeitada a anualidade eleitoral (art. 16 da CF), porquanto alterado o regime de inelegibilidades em vigor. Por outro lado, o STF já considerou a lei compatível materialmente com a CF, podendo ser aplicada a atos e fatos ocorridos anteriormente à edição da LC, afastando suposta violação à irretroatividade e presunção de inocência (Informativo 655), 
	A utilidade ou razão das causas de inelegibilidades está prevista no parágrafo 9º do art. 14 da Cf, que será proteger a probidade administrativa e a moralidade para o exercício do mandato (evita-se a ofensa à moralidade). É a proteção do princípio republicano (republicanismo), como critério de honestidade cívica.
	Ou seja, objetiva evitar a influência do poder econômico bem como o abuso do exercício de função, cargo ou emprego e, com isso, garantir o regular desenvolvimento do pleito eleitoral.
	CAUSAS DE PERDA E SUSPENSÃO DE DIREITOS POLÍTICOS
	São tratadas no art. 15 da Cf. De início o art. 15 veda a cassação de direitos políticos, o que não confunde com a cassação de mandato eletivo, esta perfeitamente possível no ordenamento brasileiro.
	A cassação é um ato daquele que exerce o poder executivo, que de forma arbitrária e desarrazoada impede que o cidadão exerça os seus direitos políticos.
	No entanto, a constituição permite a suspensão e a perda dos direitos políticos. A suspensão é temporária, enquanto a perda é sem prazo definido/fixado (tecnicamente não se deve dizer que é definitiva em razão da proibição de pena perpétua no Brasil e também porque é possível readquirir o que havia perdido).
	A suspensão permite a reaquisição do direito com o simples transcurso do prazo, mediante uma mera comunicação. A perda requer um ato judicial ou administrativo para reaquisição do direito perdido, não bastando uma mera comunicação.
	O cancelamento de naturalização é caso de perda dos direitos políticos. O estrangeiro não vota (é inalistável). Quando ele se naturaliza ele vota (obrigatoriamente) e pode ser votado, com a exceção de alguns cargos políticos que exigem ser o candidato um brasileiro nato. 
	Se ele perde a naturalização, também perde os direitos políticos, que pode eventualmente ser readquirida pelo ajuizamento de ação rescisória contra a decisão que cancelou a naturalização, com a eventual reaquisição dos direitos políticos.
	O cancelamento da naturalização somente pode ocorrer em razão de atividade nociva ao interesse nacional, mediante sentença transitada em julgado. Contudo, embora o texto constitucional não contemple, expressamente, a perda da nacionalidade como causa que implique perda dos direitos políticos, não há dúvida de que tal decréscimo de direitos políticos também ocorre nestas situações.
	O brasileiro que voluntariamente adquire outra nacionalidade e perde a nacionalidade brasileira também irá perder os direitos políticos, situação que não ocorre quando a nova naturalização é imposta como condição para o exercício de direitos civis em outro país (dupla nacionalidade).
	A incapacidade civil absoluta é caso de suspensão dos direitos políticos.
	A condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem os efeitos, é causa de suspensão dos direitos políticos. Portanto, o único preso que não vota e não pode ser votado é aquele que tem contra si uma sentença penal condenatória transitada em julgado, os demais podem votar. Não interessa o tipo de pena para que ocorra a suspensão dos direitos políticos.
	O sursis apesar de suspender a pena não afasta a suspensão dos direitos políticos (efeito secundário da condenação criminal).
	Durante o livramento condicional não há reaquisição dos direitos políticos, que somente ocorre com a extinção da pena. Durante a suspensão, o preso não pode exercer a iniciativa popular, ajuizar ação popular e denunciar o presidente da república pela prática de crime de responsabilidade.
	A decisão que impõe medida de segurança não é condenatória, mas quem a ela é submetido tem a suspensão dos direitos políticos, não em razão da decisão em si, mas sim pela incapacidade civil, segundo entendimento do TSE.
	Após o cumprimento da pena, em regra, o ex condenado pode votar e ser votado, mas em relação a alguns crimes (art. 1º, I, alínea “e” da lei complementar nº 64/90, modificada pela LC 135/2010), após o cumprimento da pena, há uma causa de inelegibilidade relativa legal com prazo de 08 anos quanto aos crimes contra a economia popular e outros, causa de inelegibilidade esta que não se confunde com suspensão dos direitos políticos.
	A inabilitação para o exercício de função pública está no art. 52 da Cf. Não há suspensão dos direitos políticos em razão da inabilitação (prática de crime de responsabilidade). Não há que se confundir inabilitação com a suspensão.
	A recusa de cumprir obrigação legal a todos imposta ou prestação alternativa pode ser tanto causa de suspensão como de perda dos direitos políticos (discussão). A simples alegação de escusa/imperativo de consciência não gera a suspensão/perda dos direitos políticos, gerando o direito/obrigação de cumprir prestação alternativa.
	Assim, a escusa ao cumprimento do serviço alternativo é que gera a perda dos direitos políticos, eis que não há prazo (os TRE´s entendem que é hipótese de suspensão dos direitos políticos e não caso de perda).
	A improbidade administrativa é causa de suspensão dos direitos políticos nos termos do art. 12 da Lei nº 8.429/94. É causa de suspensão em razão de existir prazo certo e determinado.
	Quanto à questão da vida pregressa do candidato, o TRE/RJ entende que a norma do parágrafo 9º do art. 14 da Cf é auto-aplicável, de modo que é possível indeferir o registro de candidatura quando o candidato possuir vida pregressa desfavorável.
	No entanto, o TSE entende que o parágrafo 9º do art. 14 da Cf não é auto-aplicável no tocante à vida pregressa que contaminaria o registro da candidatura, que somente poderia gerar o indeferimento do registro de candidatura quando houver uma condenação criminal judicial. Esse entendimento foi sufragado pelo STF na ADPF 144. Vale ressaltar, entretanto, que atualmente a LC 135/2010 atendeu a exigência constitucional de previsão em lei complementar.
	PARTIDOS POLÍTICOS
	Não há dúvida de que a Cf atribui relevo ímpar aos partidos políticos, ao condicionar à participação no processo eleitoral o requisito de filiação partidária como uma das condições de elegibilidade.
	Assim, os partidos políticos têm direito de antena. Vige o pluralismo político como sinônimo de uma sociedade plural em sentido amplo, que não se restringe ao pluri ou multipartidarismo. Gozam de autonomia que deve respeitar princípios constitucionais,tais como a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais.
	O partido político é uma associação para a defesa das convicções ideológicas, é um instrumento para chegar e manter-se no exercício do poder. Sua natureza jurídica é de direito privado, cuja constituição se dá de acordo com a legislação civil, com registro perante o TSE. 
	Assim, a aquisição da personalidade jurídica de um partido se dá na forma da lei civil e somente depois de reconhecida esta personalidade jurídica é que se tem ou se promove o registro perante o TSE. Embora se afirme a natureza jurídica de pessoa privada aos partidos políticos, seu relevante papel na sociedade faz nascer a convicção de que sua natureza é complexa, transitando entre a esfera puramente privada e a própria esfera pública.
	O art. 15, III da Cf orienta que se no exercício do mandato eletivo houver a perda ou suspensão dos direitos políticos, a regra é que automaticamente ocorre a perda do cargo/mandato (cargos executivos).
	No entanto, os deputados federais e senadores não perdem o mandato automaticamente nessa situação (art. 55, VI e parágrafo 2º da Cf), eis que dependerá de deliberação da casa respectiva, por voto secreto e maioria absoluta. A exceção também se aplica aos deputados estaduais (art. 27, parágrafo 1º da Cf). O vereador entra na regra geral e perde o cargo automaticamente, independentemente de deliberação da respectiva casa.
A constituição permite que os partidos políticos estabeleçam em seus estatutos regras sobre a fidelidade partidária e, realçando a importância dessa regra, o STF em julgamento paradigmático revisou sua antiga jurisprudência para concluir que o abandono, pelo parlamentar, da legenda pela qual foi eleito tem como consequência jurídica a perda do cargo, salvo justa causa reconhecida em ação que deve tramitar perante o TSE ou TRE. Assim, é possível afirmar que a fidelidade partidária é princípio constitucional e que os mandatos pertencem aos partidos políticos e não ao candidato.
	É interessante trazer à lume o caso do então deputado Clodovil Hernandes (MS 27.938), cuja justa causa para mudança de partido foi reconhecida pelo TSE. Após a mudança de partido político, o deputado faleceu. Entendeu o STF que o reconhecimento da justa causa não transfere ao novo partido o direito de sucessão à vaga.
Garantias constitucionais individuais. Garantias dos direitos coletivos, sociais e políticos
Direitos e Garantias Fundamentais.
1. CONCEITO, HISTÓRICO E GENERALIDADES
Direitos e garantias individuais são prerrogativas que o indivíduo opõe ao Estado. 
Ruy Barbosa diferenciou direitos de garantias. Direitos seriam as disposições meramente declaratórias; enquanto que as garantias seriam as disposições assecuratórias que, em defesa dos direitos, limitam o poder. Nas garantias haveria, então, um caráter instrumental de proteção dos direitos. Os direitos representam só por si certos bens, as garantias destinam-se a assegurar a fruição desses bens; os direitos são principais, as garantias acessórias (muitas delas, adjetivas). Os direitos declaram-se. As garantias estabelecem-se. 
Enquadram-se na categoria de direitos fundamentais de primeira geração, porquanto compreendem as liberdades clássicas, negativas ou formais, realçando o princípio da liberdade. Sua origem institucional remonta à Magna Charta. 
1.1 Destinatários
Têm por destinatários as pessoas físicas e jurídicas, nacionais ou estrangeiras, públicas ou privadas ou mesmo entes despersonalizados nacionais (massa, espólio, etc.), estrangeiros residentes ou estrangeiros de passagem pelo território nacional.
1.2 Interpretação
Os direitos e garantias individuais devem ser interpretados de forma ampla, extensiva, para abranger o maior número de sujeitos e de situações. Por sua vez, as normas que excepcionem direitos e garantias devem ser interpretadas restritivamente. 
1.3 Suspensão 
Os direitos e garantias fundamentais podem ser suspensos por tempo determinado durante o Estado de Defesa (instabilidade das instituições democráticas ou calamidade pública) ou o de Sítio (se o Estado de Defesa tiver sido ineficaz para resolver o problema ou no caso de guerra externa, caso este em que inclusive o direito à vida pode ser restringido, admitindo-se a aplicação de pena de morte)b. 
1.4 Limitação Material do Poder de Reforma (art. 60, § 4º) 
Os direitos e garantias individuais não estão sujeitos a emenda que tenda a sua extinção, consistindo em cláusula pétrea. 
Na ADIN nº 939-07/DF, o Min. Carlos Velloso observou que os direitos e garantias sociais, os direitos atinentes à nacionalidade e os direitos políticos pertencem à categoria de direitos e garantias individuais. Para o Ministro Marco Aurélio, os direitos sociais estão contidos dentre os direitos individuais. 
Nessa mesma ADIN decidiu o STF que os direitos e garantias individuais podem estar esparsos por toda a Constituição, como, por exemplo, o princípio da anterioridade tributária (CF, art. 150, “b”), constituindo, também, cláusulas pétreas. 
Conclui-se, portanto, que o art. 5º é meramente exemplificativo, o que inclusive consta do § 2º do art. 5º, segundo o qual:
“Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte”. 
1.5 Classificação dos Direitos Individuais
Conforme classificação contida na obra de José Afonso da Silva�, os direitos individuais podem ser divididos em três grupos:
a) Direitos individuais expressos: aqueles explicitamente enunciados nos incisos do art. 5º;
b) Direitos individuais implícitos: aqueles que estão subentendidos nas regras de garantias, como o direito à identidade pessoal, certos desdobramentos do direito à vida, o direito à atuação em geral (art. 5º, II);
c) Direitos individuais decorrentes do regime e de tratados internacionais subscritos pelo Brasil: aqueles que não são nem explícita nem implicitamente enumerados, mas provêm ou podem vir a provir do regime adotado, como o direito de resistência. 
2. DIREITO FUNDAMENTAL E GARANTIA INSTITUCIONAL. DIFERENÇA
Clássica distinção realizada pela doutrina alemã. As garantias institucionais (Einrichtungsgarantien) compreendem as garantias jurídico-públicas (Institutionnelle Garantien) e as garantias jurídico-privadas (Institutsgarantie). 
Em outras palavras, garantias institucionais são aqueles direitos que não são atribuídos diretamente às pessoas, mas a determinadas “instituições” que possuem sujeito e objeto diferenciado, do que são exemplos: a família, a liberdade de imprensa, o funcionalismo público, os entes federativos. 
Tais instituições são protegidas diretamente como realidades sociais objetivas. Apenas indiretamente se expandem para a proteção dos direitos individuais. 
Canotilho, citado por Alexandre de Moraes�, afirma que “a protecção das garantias institucionais aproxima-se, todavia, da protecção dos direitos fundamentais quando se exige, em face de intervenções limitativas do legislador, a salvaguarda do ‘mínimo essencial’ (núcleo essencial) das instituições”. 
3. DIREITOS INDIVIDUAIS EM ESPÉCIE
3.1 DIREITO À VIDA
a) Direito de não ser morto (art. 5.º, XLVII, “a”)
A CRFB assegura o direito de não ser morto quando proíbe a pena de morte. A aplicação da pena de morte só é permitida em caso de guerra externa declarada.
Não é possível um plebiscito para a introdução da pena de morte, tendo em vista que a própria CRFB estabelece suas formas de alteração e o plebiscito não está incluído nessas formas. A única maneira de se introduzir a pena de morte no Brasil seria a confecção de uma nova Constituição pelo poder originário.
b) Aborto
O legislador infraconstitucional pode criar o crime de aborto ou descaracterizá-lo, tendo em vista que a CF não se referiu ao aborto expressamente, simplesmente garantiu a vida. Assim, o CP, na parte que trata do aborto, foi recepcionado pela CF/88.
O CP prevêo aborto legal em caso de estupro (admitido também se decorrer de atentado violento ao pudor) e em caso de risco de morte da mãe. Aborto eugênico é aquele concedido mediante autorização judicial nas hipóteses de comprovação científica de impossibilidade de sobrevivência extra-uterina (essa posição não é pacífica).
A par da discussão do aborto eugênico, expressão esta impregnada de viés ideológico e político em virtude da palavra eugenia, o fato é que no julgamento da ADPF 54 o STF julgou procedente pedido formulado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde - CNTS, a fim de declarar a inconstitucionalidade da interpretação segundo a qual a interrupção da gravidez de feto anencéfalo seria conduta tipificada nos artigos 124, 126 e 128, I e II, do CP. Assentou-se que a tipificação penal da interrupção da gravidez de feto anencéfalo não se coadunaria com a Constituição, notadamente com os preceitos que garantiriam o Estado laico, a dignidade da pessoa humana, o direito à vida e a proteção da autonomia, da liberdade, da privacidade e da saúde
Para que o aborto seja legalizado no Brasil, basta somente a vontade do legislador infraconstitucional, tendo em vista que a CRFB não proibiu nem permitiu esse procedimento.
c) Eutanásia
O médico que praticar a eutanásia, ainda que com autorização do paciente ou da família, estará cometendo crime de homicídio. A eutanásia se configura quando um médico tira a vida de alguém que teria condições de vida autônoma. No caso de desligar os aparelhos de pessoa que só sobreviveria por meio deles, não configura a eutanásia.
d) Garantia da legítima defesa
O direito de a pessoa não ser morta legitima que se tire a vida de outra pessoa que atentar contra a sua própria.
3.2 PRINCÍPIO DA IGUALDADE
Adota a CRFB o princípio da igualdade de direitos, prevendo a igualdade de aptidão, uma igualdade de possibilidades virtuais, ou seja, todos os cidadãos têm o direito de tratamento idêntico pela lei, em consonância com os critérios albergados pelo ordenamento jurídico. Destarte, o que se veda são as diferenciações arbitrárias, as discriminações absurdas, pois o tratamento desigual dos casos desiguais, na medida em que se desigualam, é exigência tradicional do próprio conceito de Justiça (princípio da isonomia), pois o que realmente se protege são certas finalidades, somente se tendo por lesado o princípio constitucional quando o elemento discriminador não se encontra a serviço de uma finalidade acolhida pelo direito. 
Opera em 02 planos: 
- frente ao legislador ou ao próprio executivo: deve o princípio ser atendido na edição de leis, atos normativos e medidas provisórias. 
- frente ao intérprete e ao particular: que devem aplicar a lei e os atos normativos de maneira igualitária, sem diferenciações em razão do sexo, religião, convicções filosóficas ou políticas, raça, classe social. 
Para que as diferenciações normativas possam ser consideradas não discriminatórias, torna-se indispensável que exista uma justificativa objetiva e razoável, de acordo com critérios e juízos valorativos genericamente aceitos. Devem atender a uma relação de proporcionalidade entre os meios empregados e a finalidade perseguida. 
Em relação ao princípio da igualdade e a limitação de idade em concurso público, cabe ressaltar a Súmula nº 683 do STF, no sentido de que “o limite de idade em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX, da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido”. 
Importante destacar o reconhecimento expresso do STF quanto à compatibilidade material da CF com as ações afirmativas, mais especificamente o sistema de reserva de vagas no processo de seleção para ingresso de estudantes, com base em critério étnico-racial. Eis um trecho do Informativo 663 em que se põe em evidência o princípio da igualdade em aspecto substancial:
Políticas de ação afirmativa e reserva de vagas em universidades públicas - 2
No mérito, explicitou-se a abrangência da matéria. Nesse sentido, comentou-se, inicialmente, sobre o princípio constitucional da igualdade, examinado em seu duplo aspecto: formal e material. Rememorou-se o art. 5º, caput, da CF, segundo o qual ao Estado não seria dado fazer qualquer distinção entre aqueles que se encontrariam sob seu abrigo. Frisou-se, entretanto, que o legislador constituinte não se restringira apenas a proclamar solenemente a igualdade de todos diante da lei. Ele teria buscado emprestar a máxima concreção a esse importante postulado, para assegurar a igualdade material a todos os brasileiros e estrangeiros que viveriam no país, consideradas as diferenças existentes por motivos naturais, culturais, econômicos, sociais ou até mesmo acidentais. Além disso, atentaria especialmente para a desequiparação entre os distintos grupos sociais. Asseverou-se que, para efetivar a igualdade material, o Estado poderia lançar mão de políticas de cunho universalista — a abranger número indeterminado de indivíduos — mediante ações de natureza estrutural; ou de ações afirmativas — a atingir grupos sociais determinados — por meio da atribuição de certas vantagens, por tempo limitado, para permitir a suplantação de desigualdades ocasionadas por situações históricas particulares. Certificou-se que a adoção de políticas que levariam ao afastamento de perspectiva meramente formal do princípio da isonomia integraria o cerne do conceito de democracia. Anotou-se a superação de concepção estratificada da igualdade, outrora definida apenas como direito, sem que se cogitasse convertê-lo em possibilidade. 
ADPF 186/DF, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 25 e 26.4.2012. (ADPF-186)
3.3. DIREITO À LIBERDADE
a) Liberdade de Pensamento (art. 5.º, IV e V)
É importante que o Estado assegure a liberdade das pessoas de manifestarem o seu pensamento. Foi vedado o anonimato para que a pessoa assuma aquilo que está manifestando caso haja danos materiais, morais ou à imagem. O limite na manifestação do pensamento se encontra no respeito à imagem e à moral das outras pessoas.
Caso ocorram danos, o ofendido poderá se valer de dois direitos:
indenização por dano material, moral ou à imagem (“são cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato” – Súmula nº 37 do STJ); 
direito de resposta, que é o direito a ter idêntica oportunidade para se defender, desde que seja proporcional ao agravo e que seja realmente usado para defesa e não para ataque ao ofensor. Se o direito de resposta for negado pelo veículo de comunicação, caberá medida judicial.
	Como decidiu recentemente o Supremo Tribunal Federal ao julgar a Ação Cautelar nº 2695-MC/RS, divulgada no Informativo de Jurisprudência nº 614, o preceito constitucional que garante o direito de resposta proporcional ao agravo possui eficácia plena e aplicabilidade imediata (na famosa classificação proposta por José Afonso da Silva, hoje já criticada por parcela da doutrina). Conforme assentou a Suprema Corte Nacional, o preceptivo constitucional prescinde da interpositio legislatoris para poder ser invocado por aquele que se julgou ofendido em sua honra por outrem, inclusive através dos meios de comunicação. Sobre o ponto, é importante também consignar que já por ocasião do julgamento da ADPF nº 130, o Pretório Excelso deixou claro que a declaração de não recepção da Lei de Imprensa (a qual regulamentava o direito de resposta a matérias jornalísticas e afins) pela Constituição Federal de 1988 não obstava o exercício do direito de resposta constitucionalmente assegurado.
b) Liberdade de Consciência, de Crença e de Culto (art. 5.º, VI, VII e VIII)
A liberdade de consciência refere-se à visão que o indivíduo tem do mundo, ou seja, são as tendências ideológicas, filosóficas, políticas etc. de cada indivíduo.
A liberdade de crença tem um significado de cunho religioso, ou seja, as pessoas têm a liberdade de cultuar o que elas acreditam. A CRFB proíbe qualquer distinção ou privilégio entre as igrejas e o Estado. O que se prevê é que o Estado poderá

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