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CCJ0010-WL-PP-Direito Administrativo I - Aula 02 - Cintia Pereira de Souza

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
1. ESTRUTURA ADMINISTRATIVA
 âmbito federal - Decreto-Lei n. 200/67  "dispõe sobre a organização da Administração Pública Federal e estabelece diretrizes para a Reforma Administrativa".
 Administração dispõe de duas técnicas diferentes: a desconcentração e a descentralização para cumprir suas competências constitucionais.
CONCENTRAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO
 Concentração: é o modo de cumprimento de competências administrativas por meio de órgãos públicos despersonalizados e sem divisões internas em repartições ou departamentos. Trata-se de situação raríssima, pois pressupõe a ausência completa de distribuição de tarefas.
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 Desconcentração: as atribuições são repartidas entre órgãos públicos pertencentes a uma única pessoa jurídica, mantendo a vinculação hierárquica. Exemplos: Ministérios da União, as Secretarias estaduais e municipais, as delegacias de polícia, os postos de atendimento da Receita Federal, as Subprefeituras, os Tribunais e as Casas Legislativas. 
 Órgão público: é um núcleo de competências estatais sem personalidade jurídica própria. 
 art. 1°, § 2°, I, Lei n. 9.784/99  conceitua órgão como a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta. Os órgãos públicos pertencem a pessoas jurídicas, mas não são pessoas jurídicas. 
 São divisões internas, partes de uma pessoa governamental  repartições públicas  os órgãos não podem ser acionados judicialmente para responder por prejuízos causados por seus agentes – pois não tem personalidade própria (extinção:ilegitimidade de parte).
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 Hely Meirelles: órgãos públicos “são centros de competência instituídos para o desempenho de funções estatais, através de seus agentes, cuja atuação é imputada à pessoa jurídica a que pertencem”. Então: órgãos não têm personalidade jurídica nem vontade própria. 
	
 personalidade jurídica significa a possibilidade de assumir direitos e obrigações. Os órgãos desprovidos de personalidade jurídica própria são entes despersonalizados.
 	
 os órgãos, na área de suas atribuições e nos limites de sua competência funcional, expressam não a sua própria vontade, mas, a vontade da entidade a que pertencem e a vinculam por seus atos, manifestados através de seus agentes (pessoas físicas).
 E contra quem se interpõe ações judiciais? contra a PJ de quem o órgão faz parte!
 ex: prejuízo causado pelo Ministério da Educação, sendo órgão despersonalizado, a ação judicial deve ser intentada contra a União Federal, que é a pessoa jurídica a que o Ministério da Educação pertence.
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Exceções: doutrina e jurisprudência reconhecem casos raros de órgãos públicos dotados de capacidade processual  embora não tenham personalidade jurídica, alguns órgãos podem ter prerrogativas funcionais próprias que, se infringidas por outro órgão, admitem defesa inclusive por MS. Essa prerrogativa é denominada de capacidade judiciária ou capacidade processual.
	
Importante: essa capacidade processual é visível em órgãos independentes e os autônomos, visto que os demais - em razão de sua hierarquização, não podem demandar judicialmente, uma vez que seus conflitos de atribuições serão resolvidos administrativamente pelas chefias a que estão subordinados.
 Exemplos: Ministério Público e o Tribunal de Contas  não estão compreendidos na estrutura de nenhum dos três Poderes. Trata-se de órgãos independentes. Esta independência se dá no campo administrativo, financeiro e funcional.
 capacidade processual especial  Presidência da República e da Mesa do Senado  restringe-se basicamente à possibilidade de tais órgãos realizarem a defesa de suas prerrogativas em juízos, especialmente em sede de mandado de segurança.
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 Soma de todos os órgãos públicos  Administração Pública Direta ou Centralizada. 
 pertencem à Administração Direta todas as entidades federativas - União, Estados, Distrito Federal, Territórios e Municípios.
 Espécies de desconcentração
Doutrina classifica as desconcentrações em espécies  critério empregado para repartir as competências entre os órgãos públicos:
a) desconcentração territorial ou geográfica: é aquela em que as competências são divididas delimitando as regiões onde cada órgão pode atuar  característica fundamental: cada órgão público detém as mesmas atribuições materiais dos demais, variando somente o âmbito geográfico de sua atuação. Exemplos: Subprefeituras e Delegacias de Polícia;
b) desconcentração material ou temática: é a distribuição de competências mediante a especialização de cada órgão em determinado assunto. Exemplo: Ministérios da União; 
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c) desconcentração hierárquica ou funcional: utiliza como critério para repartição de competências a relação de subordinação entre os diversos órgãos. Exemplo: tribunais administrativos em relação aos órgãos de primeira instância.
CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO
 Centralização: é o desempenho de competências administrativas por uma única pessoa jurídica governamental. É o que ocorre, por exemplo, com as atribuições exercidas diretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
 Descentralização: competências administrativas são exercidas por pessoas jurídicas autônomas, criadas pelo Estado para tal finalidade. Exemplos: autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista.
 instituto fundamental da descentralização  entidade. 
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 art. 1°, § 2°, II, Lei nº 9.784/99  entidade é a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica própria.
 personalidade autônoma  estas entidades respondem judicialmente pelos prejuízos causados por seus agentes públicos.
 art. 6°, Dec.-Lei nº 200/67  descentralização possui natureza jurídica de princípio fundamental da organização administrativa.
 conjunto de pessoas jurídicas autônomas criadas pelo Estado recebe o nome de Administração Pública Indireta ou Descentralizada. 
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 Administração pública extroversa - é o conjunto de relações jurídicas externas entre o Poder Público e os administrados.
 Administração pública introversa - significa o complexo das vinculações internas envolvendo agentes públicos, órgãos estatais e entidades administrativas.
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TEORIAS DO ÓRGÃO PÚBLICO  explicar como a atuação do agente público é atribuída ao Estado
a) teoria da identidade: afirmava que órgão e agente formam uma unidade inseparável, de modo que o órgão público é o próprio agente. O equívoco dessa concepção é evidente, pois sua aceitação implica concluir que a morte do agente público causa a extinção do órgão;
b) teoria da representação: defende que o Estado é como um incapaz  que não pode defender pessoalmente seus próprios interesses  agente público atuaria exercendo uma espécie de curatela dos interesses governamentais suprindo a incapacidade. 
- sendo incapaz  Estado não poderia nomear seu representante, como ocorre com os agentes públicos;
c) teoria do mandato: entre o Estado e o agente público haveria uma espécie de contrato de representação  agente receberia uma delegação para atuar em nome do Estado. O erro dessa concepção está em não conseguir apontar em qual momento e quem realizaria a outorga do mandato;
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d) teoria da imputação: aceita pela unanimidade dos doutrinadores modernos, a teoria da imputação defende que o agente público atua em nome do Estado, titularizando um órgão público, de modo que a atuação do agente é atribuída ao Estado.
Espécies de órgãos públicos:(Hely Lopes Meirelles)
1) Quanto à posição estatal:
a) independentes ou primários: originários da Constituição Federal e representativos da cúpula dos Poderes Estatais, não sujeitos a qualquer subordinação hierárquica ou funcional. Exemplos: Casas Legislativas, Chefias do Executivo, Tribunais do Poder Judiciário, Ministério Público e Tribunais de Contas;
b) autônomos: situados imediatamente abaixo
dos órgãos independentes  ampla autonomia administrativa, financeira e técnica e dotados de competências de planejamento, supervisão e controle sobre outros órgãos. Exemplos: Ministérios, Secretarias e Advocacia-Geral da União;
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c) superiores: com competências diretivas e decisórias, mas se encontram subordinados a uma chefia superior. Não têm autonomia administrativa ou financeira. Exemplos: Gabinetes, Secretarias-Gerais, Procuradorias Administrativas e Coordenadorias;
d) subalternos: são os órgãos comuns dotados de atribuições predominantemente executórias. Exemplo: repartições comuns.
2) Quanto à estrutura:
a) simples ou unitários: constituídos somente por um centro de competências. Exemplo: Presidência da República;
b) compostos: constituídos por diversos órgãos menores. Exemplos: Secretarias.
3) Quanto à atuação funcional:
a) singulares ou unipessoais: compostos por um único agente. Exemplo: Prefeitura Municipal;
b) colegiados ou pluripessoais: constituídos por vários membros. Exemplo: tribunal administrativo. 
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ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
 A organização político-administrativa brasileira compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos nos termos da Constituição (CF/88, art. 18, caput). 
	
 Administração Pública compreende a : 
Administração Federal; 
Administração Estadual, 
Administração do Distrito Federal; e
Administração Municipal. 
Cada uma destas Administrações se subdivide em: 
Administração Direta e 
Administração Indireta. 
ADMINISTRAÇÃO DIRETA
A Administração Direta é o conjunto dos órgãos integrados na estrutura da chefia do Executivo e na estrutura dos órgãos auxiliares da chefia do Executivo. 
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Características básicas da administração direta: 
 Existência de vínculo de subordinação, denominado de hierarquia, que liga os órgãos que a compõem - tal vínculo parte do chefe do Executivo para seus auxiliares diretos e destes para seus subordinados, no âmbito dos órgãos que chefiam, e assim por diante;
 Generalidade e diversidade de atribuições. 
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
 Administração Indireta se constitui das entidades dotadas de personalidade jurídica própria e compreende as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e as associações públicas (consórcios públicos).
	
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Características básicas da administração indireta: 
	 
 Inexistência de vínculo de subordinação, ou seja, inexistência de hierarquia, entre as entidades e a Administração Direta. Os poderes centrais exercem um controle.
 Especialidade das atribuições de cada entidade;
- O controle administrativo sobre as entidades da Administração Indireta visa: 
A realização dos objetivos fixados na lei que autorizou a sua criação;
A harmonia com a política e a programação do Governo no setor de atuação da entidade;
A eficiência administrativa.
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ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA
 A natureza jurídica de direito público ou de direito privado determina diversas características jurídicas especiais, definindo qual o regime jurídico aplicável.

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