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CONCEITUAR EPIDEMIOLOGIA A Epidemiologia é a ciência que estuda os padrões da ocorrência de doenças em populações humanas e os fatores determinantes destes padrões (Lilienfeld, 1980). Enquanto a clínica aborda a doença em nível individual, a epidemiologia aborda o processo saúde-doença em grupos de pessoas que podem variar de pequenos grupos até populações inteiras. O fato de a epidemiologia, por muitas vezes, estudar morbidade, mortalidade ou agravos à saúde, deve-se, simplesmente, às limitações metodológicas da definição de saúde. USOS DA EPIDEMIOLOGIA Por algum tempo prevaleceu a ideia de que a epidemiologia restringia-se ao estudo de epidemias de doenças transmissíveis. Hoje, é reconhecido que a epidemiologia trata de qualquer evento relacionado à saúde (ou doença) da população. Suas aplicações variam desde a descrição das condições de saúde da população, da investigação dos fatores determinantes de doenças, da avaliação do impacto das ações para alterar a situação de saúde até a avaliação da utilização dos serviços de saúde, incluindo custos de assistência. Dessa forma, a epidemiologia contribui para o melhor entendimento da saúde da população - partindo do conhecimento dos fatores que a determinam e provendo, consequentemente, subsídios para a prevenção das doenças. http://www.mpto.mp.br/static/caops/patrimonio-publico/files/files/nocoes-de-epidemiologia.pdf - Noções básicas de epidemiologia. Definição: O estudo da distribuição e dos determinantes de estados ou eventos relacionados à saúde em populações especificadas e a aplicação deste estudo no controle dos problemas de Saúde (Last, 2001). Paradigma central: Os padrões de ocorrência de doença nas populações podem ser analisados sistematicamente para permitir o entendimento das causas e o controle das doenças. http://www.fiocruz.br/pesquisaclinica/media/Medidas-de-frequencia.pdf População Conjunto de indivíduos ou objetos que apresentam em comum determinadas características definidas para o estudo. Ex.: População de pacientes internados em um dado hospital. Uma população pode ser finita e pequena, sendo fácil de conhecer todos os seus elementos. Porém, na maioria das vezes, é finita mas incontável ou mesmo infinita. Nesses dois últimos casos, para conhecer uma população, a estatística lança mão de um recurso que é coletar uma amostra desta população e caracterizar alguma variável da população a partir dos resultados obtidos a partir da amostra, ou seja, tirar conclusões sobre a população a partir de resultados obtidos em amostras (inferência estatística). Amostra Conjunto de elementos de uma população, selecionado segundo algum critério. É um subconjunto da população. Tipos de amostras casuais (amostra na qual os elementos são escolhidos ao acaso, eliminando a tendenciosidade do pesquisador): -Causal simples ou equiprobabilística: Cada elemento da população tem a mesma chance de entrar na amostra. -Sistemática: Na amostragem sistemática, seleciona-se qualquer unidade amostral e, a partir desta, escolhem-se as seguintes segundo o intervalo de seleção. Ex.: Uma cidade tem 10 casas por quarteirão. Um pesquisador quer analisar 1 casa de cada quarteirão. Ele pode sortear um número de 1 a 10. Se o número sorteado for 7, ele vai pesquisar somente a sétima casa de cada quarteirão. -Estratificada: Uma amostra pode ser estratificada de acordo com algum fator como sexo, idade ou nível econômico. Ex.: Em uma amostra estratificada de acordo com o sexo divide-se a população em homens e mulheres e, em seguida, escolhe-se uma amostra casual dentro de cada estrato. http://www.epidemio.ufc.br/files/ConceitosBasicosemEpidemiologiaeBioestatistica.pdf Tipos de variáveis (dependentes ou independentes) Quando se trabalha com um referencial de causalidade, a variável independente será o fator causal, ou seja, a causa presumida da variável dependente, sendo esta o efeito presumido da primeira. De todo modo, sempre se define a variável independente como antecedente e a variável dependente como consequente. Em estudos experimentais, a variável independente é manipulável, sendo aquela que tem seus valores escolhidos e determinados pelo pesquisador. Na pesquisa não experimental, que corresponde à maioria das investigações epidemiológicas, não é possível a manipulação de variáveis. Geralmente, a escolha de qual será a variável dependente e de qual será a variável independente é determinada pela suposição que certa condição variável produz uma certa mudança no estado de saúde ou de doença. Esta condição variável será tomada como variável independente, e o efeito doença ou não doença como variável dependente. Ex.: VARIÁVEL A (INDEPENDENTE) PODE OU NÃO CAUSAR VARIAVEL B (DEPENDENTE) O CONSÚMO DE ÁLCOOL PODE OU NÃO CAUSAR CIRROSE HEPÁTICA http://www.misodor.com/EPIDEMIO.html Outras variáveis -Contínuas: São aquelas que podem assumir qualquer valor dentro de um intervalo de interesse. Os dados advindos deste tipo de variável são ditos contínuos. -Discretas: São aquelas que só podem assumir valores inteiros dentro de um intervalo de interesse. Os dados discretos são resultados de contagem do número de itens referente à variável. Ex.: Número de gols em uma partida de futebol. -Nominais: São aquelas que só podem assumir alguns estados ou categorias e geralmente não são numéricas: Os dados nominais surgem quando se definem categorias e se conta suas observações. Ex.: Sexo de uma população. -Ordinais: São aquelas que se relacionam a avaliações subjetivas segundo preferência ou desempenho. Os dados ordinais constituem valores relativos, atribuídospara denotar ordem. Ex.: Avaliação do estado de saúde de um paciente em excelente, bom ou reservado. http://www.epidemio.ufc.br/files/ConceitosBasicosemEpidemiologiaeBioestatistica.pdf Epidemiologia clínica É a utilização do método epidemiológico sob a perspectiva clínica. A avaliação racional de um sintoma, de um sinal ou de um exame complementar de um paciente depende da avaliação crítica do profissional quanto ao comportamento do referido achado clínico em grupos prévios de pacientes com diagnósticos diferenciais semelhantes. Da mesma forma, a escolha racional do tratamento para um determinado paciente hoje, depende de como pacientes semelhantes responderam a vários outros tratamentos no passado (Sackett, 1991). É uma maneira de fazer e interpretar observações científicas em medicina. Epidemiologia clínica é a aplicação de princípios e métodos epidemiológicos a problemas encontrados na clínica médica. É uma ciência preocupada em contar os eventos clínicos que ocorrem os seres humanos, usando métodos epidemiológicos para realizar e analisar a contagem. (Fletcher, 1996) É o estudo da variabilidade da evolução das doenças ou agravos à saúde e das razões para essa variabilidade. Inicialmente são feitas observações sobre a evolução de pessoas com a doença (quem cura, quem piora, quem desenvolve complicações, e quais as características das pessoas que apresentam diferentes e evoluções). Posteriormente são feitas inferências quanto às características pessoais ou de tratamento que possam ter sido responsáveis por essas diferenças.(Weiss,1986) http://www.geocities.ws/abs5famed/avalcient.pdf
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