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DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES
(PODER LEGISLATIVO)
151 minutos
Aula 1 - Teoria Geral da separação de poderes e Poder Legislativo
(Parte 1)
Aula 2 - Poder Legislativo (Parte 2)
Aula 3 - Processo Legislativo (Parte 1)
Aula 4 - Processo Legislativo (Parte 2)
Referências
27/05/2025, 07:09 pedons_231_u1_dir_con
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INTRODUÇÃO
Nesta aula, vamos aprender sobre o Poder Legislativo e sua organização. O Poder Legislativo, de acordo com a
Constituição da República, tem como função legislar, isto é, elaborar leis e fiscalizar os atos do Poder
Executivo. O Congresso Nacional, que representa o Poder Legislativo em âmbito federal, é dividido em duas
casas: o Senado e a Câmara dos Deputados. Já o Poder Legislativo, em cada Estado da Federação é exercido
nas Assembleias Legislativas.
Na vida profissional, você utilizará os conhecimentos aprendidos nesta aula para a prática do Direito
Constitucional. Ainda, você irá adquirir um conhecimento mais profundo sobre o sistema de elaboração de
leis e sobre a relevância dos senadores e deputados para o Estado Democrático de Direito.
COMO SE ESTRUTURA O PODER LEGISLATIVO?
A estrutura dos Poderes da República, no Brasil, é promovida por meio da clássica tripartição de Poderes.
Nessa, coexistem três Poderes, sendo eles o Poder Executivo, o Legislativo e o Judiciário, independentes e
harmônicos entre si (artigo 2º da CRFB/88), cumprindo cada um deles funções típicas e atípicas, bem como
controlando a ação dos seus pares em dinâmica de freios e contrapesos. Assim, a partir do limite das suas
competências constitucionais e das suas funções típicas e atípicas, limita-se o poder de cada um deles, de
modo a garantir o não domínio de qualquer um sobre o outro.
As principais funções do Poder Legislativo consistem em legislar e fiscalizar as atividades dos demais Poderes,
sendo essas suas funções típicas. Mas, para além dessas tarefas, ele também exerce funções de
administração do próprio poder (executar – usualmente típica ao Poder Executivo) e de julgamento em casos
de crimes de responsabilidade (julgar – usualmente típico ao Poder Judiciário), sendo essas suas funções
atípicas.
O Poder Legislativo funciona por meio do Congresso Nacional, que é bicameral, sendo composto pelo Senado
Federal e pela Câmara dos Deputados, de acordo com o artigo 44 da CRFB/88. Trata-se de estrutura de
câmara alta, com o Senado, e câmara baixa, com a Câmara. 
O Poder Legislativo é composto por parlamentares: no nível federal, por senadores e deputados; no estadual,
Aula 1
TEORIA GERAL DA SEPARAÇÃO DE PODERES E PODER
LEGISLATIVO (PARTE 1)
O Poder Legislativo, de acordo com a Constituição da República, tem como função legislar, isto é,
elaborar leis e fiscalizar os atos do Poder Executivo.
35 minutos
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por deputados estaduais; e no municipal, pelos vereadores. No exercício de seus mandatos, os parlamentares
estão submetidos a um conjunto de prerrogativas que têm como objetivo garantir a sua independência e o
livre desempenho de seu mandato. Essas prerrogativas consistem nas imunidades materiais (que impedem o
parlamentar de ser punido por determinados fatos) e processuais (que se referem à possibilidade de o
parlamentar não ser preso, não permanecer preso, ou de sustar-se o processo penal contra ele, segundo o
artigo 53, §§2º a 5º, da CRFB/88).
O Senado representa os interesses dos estados-membros no Congresso Nacional, sendo composto por três
representantes de cada estado-membro e do Distrito Federal, que são eleitos pelo sistema majoritário, para
mandatos de oito anos. A Câmara dos Deputados representa os interesses da população no Congresso
Nacional, sendo assim, em cada estado-membro e no Distrito Federal é eleito, por eleições proporcionais,
para mandatos de quatro anos, um número de deputados federais proporcional ao da população local,
respeitado o mínimo de oito e o máximo de setenta deputados por estado, de acordo com o artigo 4º da
CRFB/88.
A Câmara dos Deputados e o Senado Federal realizam suas funções por meio de sessões, que são as reuniões
de seus membros. Ou seja, Os trabalhos legislativos são desenvolvidos em encontros no âmbito dos
respectivos órgãos. Nestes encontros, os deputados ou senadores podem deliberar sobre projetos de lei,
apresentar novos projetos, realizar debates, pronunciamentos, comunicações, ou mesmo realizar
comemorações ou homenagens. Também ocorrem sessões conjuntas da Câmara e do Senado, ou seja,
reuniões do Congresso Nacional como um todo. As que não tiverem data previamente estabelecida serão
convocadas pelo Presidente do Senado, com prévia audiência da Mesa da Câmara. As sessões pré-datadas são
as de posse do Presidente e do Vice-Presidente da República e a destinada a abrir os trabalhos
da sessão legislativa ordinária.
COMO FUNCIONA O PODER LEGISLATIVO?
Como vimos, no Brasil há uma tripartição de poderes. Existem os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário,
independentes e harmônicos entre si. A independência dos poderes pode ser analisada a partir de uma
perspectiva tríplice. Em primeiro lugar, como garantia de que a investidura e a permanência de qualquer
pessoa em um dos órgãos ocorrem independentemente da vontade dos outros. Segundo, que não há
necessidade de consulta ou autorização prévia aos demais órgãos quando os titulares das atribuições estejam
exercendo-as. E, terceiro, que na organização das respectivas atividades, cada um é livre para fazê-lo, devendo
apenas observar sempre o que está prescrito na Constituição ou em lei específica (SILVA, 2013).
Tendo em vista que, no atual ordenamento constitucional brasileiro, a separação dos poderes é uma cláusula
pétrea, disposta expressamente no artigo 60, § 4º, inciso III da CRFB/88, o exercício coordenado das funções
de cada Poder também é protegido nesse sentido porque é a manifestação prática da independência e
harmonia entre eles.
O processo legislativo, função típica do Poder Legislativo, compreende a elaboração de emendas à
Constituição, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e
resoluções. Essas são as funções primárias dos Deputados e dos Senadores.  
Um ponto importante é que os trabalhos do Congresso Nacional ocorrem durante as legislaturas, período de
quatro anos que coincide com o mandato dos deputados federais. No âmbito das Casas do Congresso
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Nacional, funcionam as Comissões, que podem ser permanentes ou temporárias e são reguladas
internamente. Sua formação espelha o quadro político das Casas a que estão vinculadas, de acordo com
Mendes e Branco (2020).
A Câmara dos Deputados e o Senado Federal exercem suas funções em sessões. Uma sessão legislativa
corresponde ao período de trabalho parlamentar durante o ano. Essas sessões são divididas em ordinárias e
extraordinárias. De acordo com o artigo 57 da CRFB/88, o Congresso Nacional reunir-se-á, anualmente, na
Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. Esses dois períodos
representam as sessões legislativas ordinárias. Dentro dessas datas, as reuniões que ocorrem são chamadas
de sessões ordinárias. Já a sessão legislativa extraordinária corresponde ao período de convocação do
Congresso Nacional fora do período da Sessão Legislativa Ordinária, ou seja, ocorre quando o Congresso é
convocado a se reunir em períodos destinados ao recesso parlamentar. Essas são as sessões extraordinárias. 
As Assembleias Legislativas Estaduais e as Câmaras Municipais também funcionam por meio da realização de
sessões. Nessas reuniões, os deputados estaduais e os vereadores, respectivamente, realizam votações sobre
projetos de lei de sua competência e todos os demais temas que lhes são previstos nas ConstituiçõesEstaduais e demais legislações relevantes. No âmbito estadual e municipal também compete aos deputados e
vereadores acompanhar as ações do Executivo, fiscalizar o uso do dinheiro público, e demais funções atípicas.
O PODER LEGISLATIVO NA PRÁTICA
Conforme vimos, o Poder Legislativo representa um amálgama de competências e funções, colaborando
diretamente para as mudanças sociais. Enquanto elemento na tríade dos Poderes da República, exerce função
própria, legislando, e executa funções atípicas, atuando junto com os outros Poderes na contenção por
sistemas de freios e contrapesos. Nesses limites, suas competências são exercidas, sendo sua estrutura
essencial para a compreensão do Estado brasileiro.
Vamos agora entender melhor as competências de cada casa do Poder Legislativo. Como dito anteriormente,
o Poder Legislativo é composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal.
À Câmara dos Deputados, compete privativamente:
• autorizar, por dois terços de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-
Presidente da República e os Ministros de Estado;
• proceder à tomada de contas do Presidente da República, quando não apresentadas ao Congresso Nacional
dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa;
• elaborar seu regimento interno;
• dispor sobre sua organização, funcionamento, polícia, criação, transformação ou extinção dos cargos,
empregos e funções de seus serviços;
• a iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração, observados os parâmetros estabelecidos na lei de
diretrizes orçamentárias;
• eleger membros do Conselho da República.
Já ao Senado Federal, compete privativamente:
• processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como
os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma
natureza conexos com aqueles;
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• processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e
do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União
nos crimes de responsabilidade;
• aprovar a escolha de Magistrados, Ministros do Tribunal de Contas da União, dentre outros;
fixar, por proposta do Presidente da República, limites globais para o montante da dívida consolidada da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
• suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do
Supremo Tribunal Federal;
• diversas outras competências previstas no artigo 52 da CRFB/88.
No artigo 49 da CRFB/88, são ainda enumeradas as matérias de competência exclusiva do Congresso
Nacional, ou seja, aquelas matérias que apenas podem ser apreciadas nas reuniões conjuntas da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal. Dentre elas, destaca-se a competência para:
• resolver sobre tratados, acordos ou atos internacionais (artigo 49, inciso I, da CRFB/88);
• aprovar estado de defesa, intervenção federal;
• autorizar estado de sítio ou suspender qualquer uma dessas medidas (artigo 49, inciso IV, da CRFB/88);
• autorizar a declarar guerra, celebrar paz e o trespasse de forças estrangeiras pelo território nacional (artigo
49, inciso II, da CRFB/88);
• autorizar o presidente e o vice-presidente a se ausentarem do País quando a ausência exceder 15 dias
(artigo 49, inciso III, da CRFB/88), dentre outros.
VÍDEO RESUMO: TEORIA GERAL DA SEPARAÇÃO DE PODERES E PODER LEGISLATIVO (PARTE 1)
Nesse vídeo, você recordará os principais pontos abordados na primeira parte da unidade 1 sobre a Teoria
geral da separação de Poderes, tais como as funções típicas e atípicas exercidas por todos os Poderes, em
especial será abordado a estrutura do Poder Legislativo, o Congresso Nacional como órgão legislativo federal
bicameral, assim como as principais características de suas (Câmara dos Deputados e Senado Federal).
 Saiba mais
Separação de poderes e controle do Judiciário
Na ADI 3.367 DF, proposta pela associação dos Magistrados Brasileiros, os Ministros do STF debateram a
possibilidade de criação pelos Estados-membros de órgãos ou conselhos, internos ou externos, de
controle da atividade do Poder Judiciário, entendendo ao final que tal prerrogativa violaria a separação
de poderes instituída na CRFB/88. Nos votos dos ministros Cesar Peluzo e Eros Grau (p. 14-24; 73-91), um
resgate histórico sobre o princípio da separação de poderes e suas implicações para o Estado
Democrático é feito com profundidade, valendo, portanto, a leitura. Nesse sentido, o STF editou a Súmula
649, que dispõe: “é inconstitucional a criação, por Constituição Estadual, de órgão de controle
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
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http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=363371
administrativo do Poder Judiciário do qual participem representantes de outros poderes ou entidades”. 
Disponível em: https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=363371. Acesso em
nov. 2022.
Você conhece a Tese em Ação Penal (AP) 937 do STF?
O Supremo Tribunal Federal decidiu que o foro por prerrogativa de função conferido aos deputados
federais e senadores seria aplicável apenas aos crimes cometidos no exercício do cargo e em razão das
funções a ele relacionadas. A decisão foi tomada no julgamento de questão de ordem na Ação Penal (AP)
937.
Disponível em: https://portal.stf.jus.br/hotsites/mincelsomello/assets/img/AP937-QO_Min.Celso.pdf.
Acesso em nov. 2022.
INTRODUÇÃO
Nesta aula, vamos aprender sobre o Poder Legislativo e seu funcionamento. O Poder Legislativo, de acordo
com a Constituição da República, tem como função legislar, isto é, elaborar leis, e fiscalizar os atos do Poder
Executivo. Os membros do Congresso Nacional possuem prerrogativas especiais que os permitem realizar
suas funções, mas também são impedidos pela Constituição de realizar certos comportamentos.
Na vida profissional, você utilizará os conhecimentos aprendidos nesta aula para a prática do Direito
Constitucional. Ainda, você irá adquirir um conhecimento mais profundo sobre o sistema de elaboração de
leis e sobre a relevância dos senadores e deputados para o Estado Democrático de Direito.
AS COMISSÕES, AS IMUNIDADES PARLAMENTARES, AS INCOMPATIBILIDADES E OS
IMPEDIMENTOS DO PODER LEGISLATIVO
A missão desempenhada pelo Poder Legislativo é de tamanha importância que é necessário uma série de
mecanismos para garantia da sua independência. Para tanto, a fim de resguardar a autonomia dos
legisladores, a Constituição estabelece imunidades parlamentares e prerrogativa de foro para o membro do
Legislativo.
É na seção V da CRFB/88 que podemos encontrar as disposições normativas que regulam os direitos e deveres
Aula 2
PODER LEGISLATIVO (PARTE 2)
O Poder Legislativo, de acordo com a Constituição da República, tem como função legislar, isto é,
elaborar leis, e fiscalizar os atos do Poder Executivo.
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dos Deputados Federais e dos Senadores. É justamente nessa sessão que encontramos as imunidades
parlamentares, as quais se constituem como prerrogativas inerentes ao cargo que o membro do Congresso
Nacional possui.
Essas imunidades podem ser de natureza material ou formal, a depender da prerrogativa que estivermos
analisando.
Contudo, além de suas prerrogativas, os membros do Poder Legislativo também possuem alguns
impedimentos e incompatibilidades, ou seja, a CRFB/88 determina as situações em que o parlamentar terá
algunsdireitos restringidos para que não haja risco de utilização indevida das prerrogativas. Essas
incompatibilidades e impedimentos podem surgir no momento da diplomação ou, posteriormente, somente
na posse do cargo.
Além disso, precisamos entender que alguns doutrinadores classificam as incompatibilidades parlamentares
em funcionais (artigo 54, I, b e II, b da CRFB/88); contratuais (artigo 54, I, a da CRFB/88) políticas (artigo 54, II, d
da CRFB/88) e profissionais (artigo 54, II, a, e, II, c da CRFB/88) (VASCONCELOS, 2022, p. 1947).
A finalidade dessas restrições é, principalmente, garantir a moralidade no Poder Legislativo. Essas vedações
demonstram, assim, que não há apenas privilégios por ocupar o posto de deputado ou senador, mas também
uma série de exigências a serem devidamente preenchidas pelos parlamentares (TAVARES, 2022). Logo, é de
suma importância o estudo das incompatibilidades e impedimentos que podem, inclusive, gerar a perda do
mandato se o parlamentar ignorar a temática.
Caso o parlamentar não respeite suas incompatibilidades e seus impedimentos, ou não mantenha postura
adequada à importância de seu compromisso com o povo, poderá o seu mandato ser cassado ou até mesmo
extinto. A perda do mandato é um assunto de relevância inestimável não só para o ocupante de tal posição
política, mas também para o cidadão que deve sempre acompanhar e fiscalizar a atuação de seus
representantes.
Nesta aula, ainda, vamos aprender sobre as Comissões do Poder Legislativo. Em suma, temos como principais
comissões as Comissões Temáticas, as Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI), as Comissões Mistas e a
Comissão Representativa do Congresso Nacional. Cada uma dessas Comissões possui atribuições diversas,
que visam garantir que o Legislativo possa exercer suas funções típicas e atípicas.
Essas comissões podem ser permanentes ou possuir um caráter temporário, sendo constituídas conforme as
normas internas existentes no Congresso Nacional ou em cada uma de suas Casas. Suas atribuições também
vão estar previstas no regimento ou no ato de que resultar a sua criação. No entanto, a comissão permanente
é inaugurada sem prazo de validade, enquanto que as comissões temporárias são criadas para analisar uma
questão específica, "extinguindo-se com o término da legislatura ou cumprida a finalidade para a qual foram
criadas" (LENZA, 2022, p. 1420).
OS PARLAMENTARES E AS COMISSÕES LEGISLATIVAS
Vamos começar tratando das imunidades parlamentares. Conforme a Constituição da República, as
imunidades são divididas em materiais e formais.
A imunidade material está prevista no artigo 53 da CRFB/88 e, segundo ela, os membros do Congresso
Nacional são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos.
No âmbito civil, essa inviolabilidade impede qualquer condenação em perdas e danos. Já no âmbito penal,
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estaremos diante da atipicidade da conduta, segundo o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF). No
entanto, tal garantia não se aplica caso um deputado ou senador esteja respondendo por processo político
por quebra de decoro no conselho de ética de sua respectiva Casa.
Já as imunidades formais são divididas em duas. A primeira imunidade formal que podemos destacar diz
respeito à prisão de um deputado ou senador. A regra do artigo 53, §2º, da CRFB/88 estabelece
expressamente a impossibilidade de serem presos, a não ser que tenham sido flagrados cometendo um crime
que não permite fiança.
A segunda blindagem que a norma constitucional do artigo 53, §1º, traz para os parlamentares é a
prerrogativa de foro que assegura aos membros do Legislativo e outras autoridades o julgamento perante o
STF e não pelo juiz de primeiro grau de jurisdição.
Como já vimos, as imunidades parlamentares são acompanhadas de impedimentos e incompatibilidades
também, previstas no artigo 54, da CRFB/88. Sua quebra pode levar à perda do mandato por cassação ou
extinção. Na hipótese de cassação, a perda do cargo ocorrerá mediante votação provocada pela Mesa (órgão
responsável pelas conduções dos trabalhos) ou por partido político com representação no Congresso
Nacional, em votação aberta e por maioria absoluta dos votos.
Se for uma hipótese de extinção, a Mesa responsável apenas irá realizar uma declaração, seja de ofício ou
mediante provocação de qualquer membro ou partido com representantes no Congresso Nacional. Logo, na
perda do mandato por extinção não há a necessidade de votação para decidir sobre o assunto.
Em relação às Comissões, como já dito, elas podem ser Temáticas, Parlamentares de Inquérito (CPI), Mistas e
Representativa do Congresso Nacional.
As Comissões Temáticas são aquelas que se estabelecem em função de uma determinada matéria. Suas
funções estão previstas no artigo 58, §2º, da CRFB/88. Dentre elas, se destaca a função de discutir e votar
projeto de lei que dispensar, na forma do regimento, a competência do Plenário, salvo se houver recurso de
um décimo dos membros da Casa.
Já as Comissões Parlamentares de Inquérito, mais conhecidas como CPI’s, podem ser criadas pelo Senado
Federal ou pela Câmara dos Deputados ou por ambas as Casas de forma conjunta. A principal função da CPI é
permitir que o Legislativo venha a investigar desvios de gastos públicos, "dentro de sua esfera de competência
fiscalizatória e nos limites legais e constitucionais" (MARTINS, 2022, p. 3587, grifo nosso).
As Comissões Mistas são aquelas formadas tanto por deputados quanto por senadores, geralmente criadas
para apreciar os assuntos que precisam ser examinados por meio de sessão conjunta pelo Congresso
Nacional.
Por fim, a Comissão Representativa é aquela que atua representando o Congresso Nacional durante o recesso
parlamentar que vai do dia 18 a 31 de julho e do dia 23 de dezembro a 1º de fevereiro. Essa comissão é eleita
pela Câmara e pelo Senado na última sessão ordinária daquele período legislativo.
A APLICAÇÃO DOS CONCEITOS APRENDIDOS
Alguns pontos práticos de aplicação das imunidades parlamentares são de grande relevância para nosso
estudo.
No que diz respeito à imunidade material, cabe destacar que essa imunidade é inerente ao cargo e, enquanto
estiver ocupando tal posição política, poderá contar com essa prerrogativa. Assim, não é possível que haja a
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renúncia, uma vez que essa imunidade não é do parlamentar para que ele possa dispor, mas sim do cargo
que ocupa. No entanto, se o membro do Legislativo passar a ocupar um cargo no Executivo, não gozará da
imunidade enquanto estiver fora da atividade legislativa, segundo jurisprudência do Supremo.
Ao término do mandato, o parlamentar perde a imunidade, porém não deverá responder pelas opiniões
proferidas durante o mandato, conforme estabelecido pela jurisprudência dos tribunais superiores.
Já com relação à imunidade formal, temos que essa prerrogativa foi sendo cada vez mais mitigada pelos
tribunais superiores. Disso decorre o entendimento do STF de que o foro por prerrogativa se restringe apenas
aos crimes que foram cometidos durante o exercício do cargo e em razão das funções que exerce (LENZA,
2022, p. 1513). Nesse mesmo sentido, somente o titular do cargo possui esse direito, não havendo
prerrogativa de foro para o seu suplente.
Se um deputado ou senador cometeu um crime após a diplomação, o STF dará ciência à Casa do parlamentar
para que essa possa avaliar se quer paralisar o processo ou não. Vale destacar que, antigamente, o STF
precisava pedir permissão à Câmara ou ao Senado para poder processar o parlamentar. Agora, não funciona
mais dessa forma, pois o processo primeiro se inicia e vai prosseguindo enquanto a Casa do parlamentar não
sustar o processo, ou seja, enquanto os parlamentares não impedirem o processo de continuar tramitando.
Agora, com relação aos impedimentose incompatibilidades. Dita o artigo 54, da CRFB/88:
Como vimos, a quebra de qualquer dessas restrições poderá levar à perda do mandato. A perda do mandato
pode ocorrer por cassação nas seguintes hipóteses:
•  Infringência das proibições do artigo 54 da CRFB/88, que já estudamos;
•  Quebra do decoro parlamentar (artigo 55, §1º da CRFB/88);
•  Condenação criminal transitada em julgado.
Será por extinção se estivermos diante das seguintes situações:
Art. 54. Os Deputados e Senadores não poderão:
I - desde a expedição do diploma:
a) firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, autarquia, empresa
pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço público, salvo
quando o contrato obedecer a cláusulas uniformes;
b) aceitar ou exercer cargo, função ou emprego remunerado, inclusive os de que sejam
demissíveis "ad nutum", nas entidades constantes da alínea anterior;
II - desde a posse:
a) ser proprietários, controladores ou diretores de empresa que goze de favor decorrente
de contrato com pessoa jurídica de direito público, ou nela exercer função remunerada;
b) ocupar cargo ou função de que sejam demissíveis "ad nutum", nas entidades referidas
no inciso I, "a";
c) patrocinar causa em que seja interessada qualquer das entidades a que se refere o
inciso I, "a";
d) ser titulares de mais de um cargo ou mandato público eletivo.
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•  Ausência em 1/3 das sessões ordinárias, salvo licença médica ou missão (artigo 55, inciso III, CRFB/88);
•  Perda ou suspensão dos direitos políticos (artigo 55, inciso IV, CRFB/88);
•  Decretação pela justiça eleitoral (artigo 55, inciso V, CRFB/88).
VÍDEO RESUMO: PODER LEGISLATIVO (PARTE 2)
Nesse vídeo, você recordará os principais pontos abordados na segunda parte da unidade 1 sobre a Teoria
geral da separação de Poderes, em especial o Poder Legislativo. Na aula, abordamos as diferenças centrais
entre as Imunidades Parlamentares Materiais e Formais e as Comissões permanentes e temporários do
Legislativo, em especial as Comissões Parlamentares de Inquérito: o que podem e não podem fazer.
 Saiba mais
Deputada é cassada por quebra de decoro parlamentar
Na notícia veiculada pela Câmara dos Deputados, é possível visualizar de forma clara a importância do
estudo sobre as hipóteses de perda do mandato. Na ocasião relatada, a Deputada Federal Flordelis teve
o seu mandato cassado por quebra do decoro parlamentar, com 437 votos favoráveis, 7 contrários e 12
abstenções. Como estudamos nesse tópico, a quebra do decoro parlamentar é uma hipótese de perda
do mandato por cassação e não por extinção, motivo pelo qual foi necessária a votação pela maioria
absoluta dos membros da Casa, não sendo possível a mera declaração da mesa.
Disponível em: https://www.camara.leg.br/noticias/792857-camara-aprova-cassacao-do-mandato-da-
deputada-flordelis/
Acesso em nov. 2022.
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
Aula 3
PROCESSO LEGISLATIVO (PARTE 1)
O Processo Legislativo compreende as etapas de iniciativa, discussão, votação, sanção ou veto,
promulgação e publicação de uma norma.
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https://www.camara.leg.br/noticias/792857-camara-aprova-cassacao-do-mandato-da-deputada-flordelis/
https://www.camara.leg.br/noticias/792857-camara-aprova-cassacao-do-mandato-da-deputada-flordelis/
https://www.camara.leg.br/noticias/792857-camara-aprova-cassacao-do-mandato-da-deputada-flordelis/
INTRODUÇÃO
O Processo Legislativo consiste no conjunto de atos que devem ser cumpridos para que um instrumento
normativo se torne uma legítima norma jurídica. Em suma, o Processo Legislativo compreende as etapas de
iniciativa, discussão, votação, sanção ou veto, promulgação e publicação de uma norma.
Entender o processo para a edição de uma espécie normativa é fundamental para assegurar o adequado
exercício do Poder Legislativo. Como cidadão e jurista, você deve conhecer os trâmites que as normas devem
passar para, assim, avaliar a regularidade do processo e a legitimidade desses instrumentos normativos como
fontes do Direito. Todo o ordenamento jurídico depende do respeito ao Processo Legislativo.
INTRODUÇÃO AO PROCESSO LEGISLATIVO
No artigo 59 da CRFB/88 tem-se que o processo legislativo compreende a elaboração das seguintes espécies
normativas:
• I - emendas à Constituição;
• II - leis complementares;
• III - leis ordinárias;
• IV - leis delegadas;
• V - medidas provisórias;
• VI - decretos legislativos;
• VII - resoluções.
Nesta aula, vamos tratar das leis complementares, leis ordinárias e emendas à Constituição, além dos
tratados internacionais de direitos humanos.
Para a criação de cada uma dessas espécies é necessário atender às regras estabelecidas pela Constituição da
República de 1988 (CRFB/88) e também à Lei Complementar que regula o assunto. Tratando-se de leis
complementares e ordinárias, o processo para a sua elaboração compreende três fases: iniciativa, constitutiva
e complementar.
Em regra, a casa iniciadora será a Câmara dos Deputados, conforme a previsão do artigo 61, caput da
CRFB/88. O Projeto de Lei somente começará a sua tramitação no Senado Federal se ele for apresentado por
iniciativa de um Senador da República ou de uma das comissões do próprio Senado.
Antes de qualquer coisa é fundamental lembrarmos que não há hierarquia entre as Leis Ordinárias e as Leis
Complementares. Elas apenas tratam de matérias diferentes, mas uma não é superior à outra.
Inclusive o processo legislativo para criação das leis ordinárias é praticamente o mesmo para as leis
complementares, inclusive em relação à ausência de prazo para término das deliberações parlamentares. A
única diferença relevante é que o quórum de votação da Lei Ordinária é de maioria simples, enquanto que
para a aprovação de uma Lei Complementar exige-se a maioria absoluta dos votos (LENZA, 2022, p. 1695).
No que tange às emendas constitucionais, o processo é mais complicado do que o ordinário. Isso porque a
Constituição da República é rígida, ou seja, sua alteração depende de um processo legislativo mais específico,
com mais limitações.
O artigo 60 da CRFB/88 define o processo a ser seguido para a elaboração e aprovação de emendas
constitucionais. Devem ser seguidas três fases. Primeiramente, é necessária a iniciativa de um dos
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legitimados, quais sejam:
• I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
• II - do Presidente da República;
• III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma
delas, pela maioria relativa de seus membros.
Em segundo lugar, deve haver discussão e votação em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos,
considerando-se aprovada quando obtiver, em ambos, 3/5 dos votos dos membros de cada uma delas. Por
fim, a promulgação da emenda deve ser realizada pelas Mesas da Câmara e do Senado, com o respectivo
número de ordem, caso tenha sido aprovada.
É ainda importante explicar que, conforme o artigo 5º, §3º, da CRFB/88, os tratados e convenções
internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois
turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais.
APROFUNDANDO NO PROCESSO LEGISLATIVO
Vamos começar pelo processo referente à elaboração de leis ordinárias e complementares.
A fase de iniciativa é aquela responsável por deflagrar o processo de elaboração das leis. Para que essa fase
seja instaurada, é necessário que alguém inicie apresentando um Projeto de Lei. No artigo 61 da CRFB/88
podemos ver quais atores podem iniciar o trâmite de criação de uma Lei Ordinária ou Complementar:• Qualquer Deputado Federal ou Senador;
• Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional;
• Presidente da República;
• Supremo Tribunal Federal e Tribunais Superiores;
• Procurador-Geral da República;
• Cidadãos.
No entanto, algumas leis podem ser de iniciativa privativa de uma determinada pessoa ou órgão. Nesse caso,
se outra pessoa instaurar o processo sem essa competência, o projeto estará maculado com um vício formal
de iniciativa, tornando-se inconstitucional.
Ainda, prestigiando o princípio democrático, a CRFB/88 permite, no artigo 61, §2º, que a população apresente
um Projeto de Lei para a Câmara dos Deputados. Para isso, é necessário que o projeto seja subscrito por pelo
menos 1% dos eleitores brasileiros.
Uma vez finalizada a fase de iniciativa, o projeto ingressa na fase constitutiva ao ser encaminhado para análise
pelas comissões da casa iniciadora. Em regra, a casa iniciadora será a Câmara dos Deputados, conforme a
previsão do artigo 61, caput, da CRFB/88. O Projeto de Lei somente começará a sua tramitação no Senado
Federal se ele for apresentado por iniciativa de um Senador da República ou de uma das comissões do
próprio Senado.
Na casa iniciadora, o projeto pode ser prontamente rejeitado, sendo então encaminhado para o arquivo. Mas
se for aprovado, o Projeto de Lei é enviado para a análise e discussão da casa revisora.
Após a decisão dos deputados e senadores, o projeto será enviado para a deliberação executiva, podendo o
Presidente da República sancionar a lei ou vetar. O veto também deve ser sempre motivado. Se o presidente
considerar o texto inconstitucional, estaremos diante de um veto jurídico. Se considerar o Projeto de Lei
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contrário ao interesse público, a hipótese será de veto político.
Diante do veto, os parlamentares devem se reunir para analisá-lo e derrubá-lo, se for o caso. Conforme está
disposto no artigo 6º, §§ 4º a 6º, da CRFB/88, a análise do veto deve ocorrer em sessão conjunta, respeitando o
prazo limite de 30 dias contados do recebimento do veto. Se esse prazo for ultrapassado, a pauta será
trancada.
Por fim, a fase complementar se resume, basicamente, na promulgação e publicação da lei aprovada após as
deliberações parlamentar e executiva.
Já para o caso de Emendas à Constituição, temos diferentes tipos de limitações à sua realização. Conforme o
artigo 60, da CRFB/88, a Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado
de defesa ou de estado de sítio.
Ademais, não serão permitidas emendas constitucionais que visem abolir cláusulas pétreas, que são aquelas
previstas no § 4º do artigo 60. Dessa forma, não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a
abolir:
• I - a forma federativa de Estado;
• II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
• III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
UMA VISÃO PRÁTICA DO PROCESSO LEGISLATIVO
Alguns pontos importantes devem ser aprofundados. Em primeiro lugar, vimos que algumas leis são de
iniciativa privada. Imagine agora que um projeto de iniciativa privativa do Presidente da República foi
instaurado por ele. Será que os deputados e senadores vão poder realizar alterações nesse projeto que é de
competência exclusiva de iniciativa do chefe do executivo federal? E a resposta é que sim! Os parlamentares
podem sim alterar projetos de leis de iniciativa privativa.
No entanto, discutindo sobre esse tema na ADI 4.829, o Superior Tribunal Federal (STF) estabelece duas
condições para que possa ser proposta emenda à projeto de lei de iniciativa privativa:
•  1) A alteração precisa ter pertinência temática com o projeto original;
•  2) A alteração não pode provocar aumento de despesa ao projeto original, exceto se for projetos
orçamentários.
Já com relação à iniciativa popular, vimos que é necessário que o projeto seja subscrito por pelo menos 1%
dos eleitores brasileiros. Mas esse 1% não pode ser apenas de um Estado-membro, pois a Constituição
determina que esses eleitores sejam, no mínimo, de 5 estados diferentes. A CRFB/88 também estabelece o
percentual mínimo de pelo menos 0,3% dos eleitores de cada um desses Estados (artigo 61, §2°, CR/88).
Em termos práticos, seriam necessários quase 1,5 milhões de eleitores para apresentar um projeto de lei de
iniciativa popular, já que possuímos quase 150 milhões de eleitores aptos a votar (LENZA, 2022, p.1617). 
Tendo em vista essa exigência numérica, no Brasil temos somente quatro leis de iniciativa popular que foram
aprovadas. A mais conhecida delas é a Lei Complementar 135, mais conhecida como “Lei da Ficha Limpa", que
contou com a assinatura de 1,7 milhões de pessoas.
Com relação à fase constitutiva, vimos que caso um projeto de lei seja aprovado na Casa iniciadora, ele
enviado para a análise e discussão da casa revisora.
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Na casa revisora, três situações podem ocorrer:
•  1) Aprovação do projeto: o projeto de lei seguirá então para a deliberação executiva do Presidente da
República;
•  2) Emenda ao projeto: o projeto de lei retorna para a casa iniciadora analisar as emendas;
•  3) Rejeição do projeto: o projeto de lei é arquivado.
Na hipótese de a casa revisora emendar o projeto, a casa iniciadora poderá aprovar ou não as emendas. Se a
casa iniciadora aprovar, o Projeto de Lei passará para a deliberação executiva do Presidente da República com
as emendas da casa revisora. Porém, se a casa iniciadora rejeitar as emendas da casa revisora, o projeto
segue para o Presidente conforme o texto original, sem as emendas da casa revisora.
Ademais, com relação às emendas constitucionais, alguns pontos relevantes devem ser levantados.
Primeiramente, temos que não há previsão, pela Constituição, de Casa iniciadora obrigatória. Desta forma, a
votação de proposta de emenda à Constituição pode ser iniciada tanto na Câmara dos Deputados quanto no
Senado Federal. 
Em segundo lugar, a segunda Casa Legislativa, ou seja, a casa revisora, pode revisar o texto aprovado pela
Casa iniciadora, apreciando o projeto como se fosse novo, podendo alterá-lo livremente. Em caso de
alterações substanciais, o texto deverá retornar à primeira Casa, para que ela faça novamente sua apreciação
integral, podendo, igualmente modificá-lo livremente. O texto final é aprovado quando a matéria recebe votos
favoráveis de, pelo menos, 3/5 dos membros de ambas as Casas, em dois turnos de votação.
VÍDEO RESUMO: PROCESSO LEGISLATIVO (PARTE 1)
Nesse vídeo, você recordará os principais pontos abordados na terceira parte da unidade 1 sobre a
Organização dos Poderes, em especial Processo Legislativo. Na aula, serão abordadas o procedimento
ordinário de elaboração das leis ordinárias e complementares, apresentando os principais aspectos das fases
de iniciativa, constitutiva e complementar.
 Saiba mais
A importância da iniciativa popular através da Lei da “Ficha Limpa”
Na notícia veiculada pela “Gazeta do Povo” podemos perceber de forma nítida a importância dos projetos
de iniciativa popular, por meio dos resultados da Lei da Ficha Limpa após dez anos em vigor. Conforme
informa a notícia, mais de 4,5 mil políticos foram retirados das eleições por causa das regras
estabelecidas nesta lei que contou com o apoio massivo da população brasileira. Isso representa uma
vitória não só para a democracia brasileira, mas também um grande reforço na luta contra a corrupção
em nosso país. Infelizmente a iniciativa popular não é tão comum, havendo pouquíssimas leis com essa
origem.
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
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https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811489 14/21
https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/bom-dia/os-resultados-da-lei-da-ficha-limpa-depois-de-10-anos-em-vigor/Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/bom-dia/os-resultados-da-lei-da-ficha-limpa-
depois-de-10-anos-em-vigor/
Acesso em nov. 2022.
O veto dos absorventes
Na notícia veiculada pelo Senado Notícias, é possível vislumbrar de forma clara a dinâmica existente
entre o poder de veto presidencial e a derrubada dele pelo Congresso Nacional. Na matéria jornalística
vemos que o Congresso rejeitou os vetos do presidente da república em uma lei que cria o Programa de
Proteção e Promoção da Saúde Menstrual. Um dos dispositivos que havia sido vetado e que foi
recuperado pelo Congresso com a derrubada do veto tratava da distribuição gratuita de absorventes.
Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2022/03/10/derrubado-o-veto-a-
distribuicao-de-absorventes-para-mulheres-de-baixa-renda
Acesso em nov. 2022.
O Procedimento de Elaboração de Leis
Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de outubro de 1988. Legislação Federal. Disponível
em:  http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: ago. 2022.
TAVARES, A. R. Curso de direito constitucional. ed. São Paulo: Saraiva, 2022. E-book.
LENZA, P. Direito Constitucional Esquematizado. 26. ed. São Paulo: Saraiva, 2022. E-book.
INTRODUÇÃO
A criação das leis é uma função realizada essencialmente pelo Poder Legislativo. Em situações específicas, os
demais poderes também poderão legislar. Nesta unidade vamos aprender sobre o processo legislativo de
edição de Leis Delegadas, Medidas Provisórias, Decretos Legislativos e Resoluções. Vamos também entender
melhor o que são cada uma dessas espécies de normas.
Entender o processo para a edição de uma espécie normativa é fundamental para assegurar o adequado
exercício do Poder Legislativo. Como cidadãos e juristas, vocês devem conhecer os trâmites que as normas
devem passar para, assim, avaliar a regularidade do processo e a legitimidade destes instrumentos
normativos como fonte do Direito. Todo o ordenamento jurídico depende do respeito ao Processo Legislativo.
Aula 4
PROCESSO LEGISLATIVO (PARTE 2)
Nesta unidade vamos aprender sobre o processo legislativo de edição de Leis Delegadas, Medidas
Provisórias, Decretos Legislativos e Resoluções.
41 minutos
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https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/bom-dia/os-resultados-da-lei-da-ficha-limpa-depois-de-10-anos-em-vigor/
https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/bom-dia/os-resultados-da-lei-da-ficha-limpa-depois-de-10-anos-em-vigor/
https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2022/03/10/derrubado-o-veto-a-distribuicao-de-absorventes-para-mulheres-de-baixa-renda
https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2022/03/10/derrubado-o-veto-a-distribuicao-de-absorventes-para-mulheres-de-baixa-renda
https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2022/03/10/derrubado-o-veto-a-distribuicao-de-absorventes-para-mulheres-de-baixa-renda
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
INTRODUZINDO OS CONCEITOS
É na seção VIII, da CR/88 que podemos encontrar as disposições normativas que regulam o processo
legislativo e no artigo 68 dentro dessa seção que temos a base constitucional das leis delegadas. A Lei
Delegada ilustra a função atípica de legislar exercida pelo Poder Executivo, pois essa figura nada mais é do
que uma lei que foi elaborada pelo próprio Presidente da República. Vamos conhecer ela melhor então?
Conforme dispõe o caput do artigo 68 da CR/88, a Lei Delegada é uma espécie normativa elaborada pelo
Presidente da República. Para criar esse tipo de lei, o chefe do executivo federal precisa solicitar a delegação
dessa competência legislativa ao Congresso Nacional, sendo um caso de iniciativa exclusiva do Presidente da
República (TAVARES, 2022, p. 2465).
A delegação ao Presidente da República deverá ser realizada por intermédio de uma resolução expedida pelo
Congresso Nacional. Nesta resolução deverá conter todo o conteúdo e os termos para que o presidente possa
exercitar a delegação e produzir uma lei.
Mas atenção! Ainda que o Poder Legislativo emita a resolução delegando a competência legislativa ao Poder
Executivo, o Presidente da República não será obrigado a efetivar essa delegação. Fica a produção do referido
ato normativo a critério da discricionariedade do próprio presidente.
Além da criação de Leis Delegadas, o Presidente da República também pode criar normas que, pesar de não
serem propriamente leis, são dotadas da mesma força que as leis possuem. Essas normas com força de lei
que o Presidente da República edita se chama Medida Provisória e é um dos mecanismos mais usados por ele
durante o curso do governo (TAVARES, 2022).
A medida provisória é uma das espécies legislativas que constam do rol previsto no artigo 59. Se ela for
aprovada pelos parlamentares, a medida editada pelo presidente até pode se tornar uma lei ordinária. Mas
sem todo o trâmite para a sua aprovação não podemos dizer que a medida provisória é uma lei, mas sim uma
espécie legislativa criada pelo presidente da república em situações bem específicas.
Por fim, nesta unidade ainda vamos tratar dos Decretos Legislativos e das Resoluções. O Decreto Legislativo e
a Resolução são espécies legislativas muito usadas pelos parlamentares. Esses instrumentos são importantes
porque é através deles que são efetivadas as matérias de competência do Congresso, da Câmara e do Senado.
A principal diferença entre o decreto legislativo e as resoluções reside no fato de que o Decreto Legislativo é
usado apenas para regulamentar as matérias de competência do Congresso Nacional, enquanto que as
resoluções podem tratar de matérias de competência da Câmara, do Senado ou do Congresso (LENZA, 2022).
Ambas são espécies legislativas muito utilizadas pelo Poder Legislativo e o seu processo de criação é muito
parecido. No entanto, os decretos legislativos e as resoluções possuem características próprias, que vamos
aprofundar nessa unidade.
ENTENDENDO MELHOR A CRIAÇÃO DE LEIS DELEGADAS, MEDIDAS PROVISÓRIAS, RESOLUÇÕES E
DECRETOS LEGISLATIVOS
Inicialmente, vamos tratar das Leis Delegadas. A CR/88 estabelece alguns assuntos que não podem ser
tratados por meio de leis delegadas. Conforme dispõe o artigo 68, §1º, são matérias vedadas a essa espécie
normativa: 1) Temas que precisam ser tratados apenas por meio de Lei Complementar; 2) Organização do
Judiciário e do MP, a carreira e a garantia de seus membros; 3) Nacionalidade, cidadania, direitos individuais,
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políticos e eleitorais; 4) Planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos;
Esse mesmo dispositivo também proíbe que a Lei Delegada possa ter como objeto os atos que sejam de
competência exclusiva do Congresso Nacional ou de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do
Senado Federal.
Caso o Presidente da República ultrapasse os limites estabelecidos na Resolução, é possível o controle pelo
próprio Poder Legislativo. Nessa hipótese, o Congresso Nacional poderá sustar a Lei Delegada quando
considerar que o chefe do Executivo exorbitou os limites constantes da delegação, em conformidade com o
artigo 49, inciso V da CR/88 (TAVARES, 2022, p. 2467).
A sustação da Lei Delegada realizada pelo Congresso Nacional produzirá efeitos ex nunc¸ ou seja, a sustação
desta lei exorbitante passará a valer a partir da decisão dos parlamentares, não retroagindo até a data da sua
criação (LENZA, 2022, p. 1706).
Agora, vamos entender as Medidas Provisórias. Embora esteja regulamentada na mesma seção que as leis, a
medida provisória não é uma lei. Conforme expõe o artigo 62 da CRFB/88, a medida provisória somente pode
ser adotada pelo Presidente da República em situações de relevância e urgência. No entanto, não é qualquer
matéria que poderá ser tratado através da medida (TAVARES, 2022).
O §1º do artigo 62 da CRFB definequais são os temas que presidente não pode abordar através de medida
provisória. Dentre eles, se destacam: nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito
eleitoral; direito penal, processual penal e processual civil; organização do Poder Judiciário e do Ministério
Público, a carreira e a garantia de seus membros.
Uma vez criada uma medida provisória, ela deve ser encaminhada imediatamente para o Congresso Nacional
que deverá analisar a pertinência ou não da medida. Essa análise é feita preliminarmente por uma comissão
mista que emite um parecer que servirá de apoio para que cada uma das Casas possa tomar sua decisão
(LENZA, 2022).
A apreciação da medida provisória começa na Câmara dos Deputados, devendo analisar primeiro os
pressupostos constitucionais antes de analisar o mérito da medida adotada. Toda a avaliação deve ser feita
dentro do prazo de 45 dias, caso contrário a pauta de votações será trancada. É relevante destacar que esse
prazo fica suspenso durante o recesso parlamentar.
Por fim, vamos tratar dos Decretos Legislativos e Resoluções. Através dos Decretos Legislativos será possível a
materialização das competências exclusivas do Congresso Nacional. Essas matérias estão previstas no artigo
49 da CRFB. Além desse rol do artigo 49, temos ainda algumas competências do Congresso ao longo do texto
constitucional, como a previsão de necessidade de decreto legislativo para regular as situações jurídicas
decorrentes de uma medida provisória que não foi convertida em lei (LENZA, 2022).
Já A resolução é a espécie legislativa responsável pela regulamentação das matérias que são de competência
privativa da Câmara dos Deputados, do Senado Federal e, excepcionalmente, algumas matérias de
competência do Congresso Nacional.
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PONTOS RELEVANTES SOBRE LEIS DELEGADAS, MEDIDAS PROVISÓRIAS, RESOLUÇÕES E DECRETOS
LEGISLATIVOS
Alguns pontos relevantes precisam ser explicados.
Com relação às Leis Delegadas, apesar de possuir previsão na CR/88, elas podem ser consideradas
praticamente uma espécie em extinção. Isso porque a última Lei Delegada produzida pelo Presidente da
República data do ano de 1992. De lá para cá nenhuma outra Lei Delegada foi produzida, demonstrado a sua
pouca utilização na prática.
O desuso que ocorre em relação às leis delegadas ocorre, sobretudo, por conta da praticidade na elaboração
de uma Medida Provisória. Ao invés de solicitar ao Congresso Nacional poderes para elaborar uma lei, o
Presidente da República pode simplesmente editar uma Medida Provisória que, apesar de não ser uma lei,
tem força de lei.
As Medidas Provisórias, como vimos, após serem elaboradas pelo Presidente da República, são apreciadas
pelas duas Casas do Congresso Nacional. A medida provisória pode ser prontamente rejeitada pelos
parlamentares. Se isso ocorrer, o Congresso Nacional irá arquivar a medida e deverá regular as relações
jurídicas que ocorreram durante a vigência da medida, através de um decreto legislativo.
No entanto, pode acontecer de o Congresso demorar muito para analisar a medida provisória e ela acabar
perdendo a sua eficácia pelo decurso do tempo (LENZA, 2022). Em regra, a medida provisória tem um prazo já
determinado de sobrevida. Ela começa com um prazo inicial de 60 dias, sendo prorrogado automaticamente
para mais 60 dias se não houver a rejeição expressa do Congresso durante esse prazo inicial. Decorridos os
120 dias sem a apreciação do Congresso, a medida provisória perde sua eficácia e será arquivada.
Perdendo a eficácia pelo decurso do tempo ou sendo expressamente rejeitada pelo Congresso, a medida
provisória não poderá ser reapresentada na mesma sessão legislativa. Durante a avaliação realizada por cada
uma das Casas pode ocorrer de os deputados ou senadores quererem alterar algumas normas previstas na
medida provisória. Isso pode acontecer? Sim! Mas quando a medida provisória é emendada pelos
parlamentares ela se transforma em um projeto de lei que seguirá o rito do processo ordinário.
Por fim, no que se trata das Resoluções e Decretos Legislativos, vamos entender seus processos de criação.
Iniciado o processo legislativo de criação de um decreto legislativo ou de uma resolução do Congresso
Nacional, a discussão ocorrerá nas duas Casas, sendo um processo bicameral. No entanto, tratando-se de
uma resolução de competência privativa da Câmara ou do Senado, o debate será apenas unicameral (LENZA,
2022). Logo, se estivermos diante de uma resolução que não seja de competência do Congresso Nacional, o
projeto precisará ser aprovado apenas pela Casa onde tramita.
A aprovação de ambas as espécies legislativas será por maioria simples, conforme a regra do artigo 47 da
CRFB/88. Aprovado o projeto de resolução, este será remetido ao Presidente da Casa onde tramitou o projeto,
o qual deverá realizar a promulgação e a publicação.
Porém, se estivermos diante de um decreto legislativo ou de uma resolução de competência do Congresso,
caberá ao presidente do Senado Federal a incumbência da promulgação e publicação.
Então, atenção! Diferentemente das leis que precisam da sanção ou do veto do presidente, os decretos
legislativos e as resoluções não possuem essa deliberação executiva. Como já exposto, o próprio presidente
da Casa vai promulgar e publicar a norma, sem repassar ao presidente para sancionar ou vetar (TAVARES,
2022).
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VÍDEO RESUMO: PROCESSO LEGISLATIVO (PARTE 2)
Nesse vídeo, você recordará os principais pontos abordados na quarta parte da unidade 1 sobre a
Organização dos Poderes, em especial alguns dos aspectos mais relevantes sobre o Processo Legislativo. Na
aula, serão abordadas o procedimento específico de elaboração das leis delegadas, medidas provisórias,
decreto legislativo e resolução.
 Saiba mais
Legislar sem usurpar
No artigo “Leis delegadas e medidas provisórias: notas sobre a atividade legislativa do executivo no
Brasil” de Auro Augusto Caliman, publicado na , Revista Jurídica "9 de Julho", podemos ver a importância
de se manter o equilíbrio quando o assunto é separação de poderes. Cada Poder tem a sua função
principal, sendo a elaboração das leis a missão precípua do Poder Legislativo. Quando o Presidente da
República edita uma Medida Provisória ou elabora uma Lei Delegada, ele está ingressando em uma área
tipicamente dos parlamentares. Para o autor, isso pode ocorrer às vezes, mas não deve ser frequente. O
chefe do executivo pode até legislar em algumas oportunidades, porém não pode haver a usurpação de
funções que não são suas.
Disponível em: https://www.al.sp.gov.br/repositorio/bibliotecaDigital/500_arquivo.pdf Acesso em nov.
2022.
Apoio à cultura em virtude da pandemia
Na notícia veiculada pelo jornal “JOTA”, é possível visualizar de forma clara os choques que às vezes a
edição de medidas provisórias provocam em nosso ordenamento jurídico, criando certas instabilidade.
No caso em apreço, o Presidente da República editou uma medida provisória alterando dispositivos de
algumas leis que visavam a destinação de dinheiro para o setor cultural em virtude dos resultados
negativos oriundos da pandemia. Essas alterações realizadas pela Medida Provisória foram questionadas
por alguns partidos políticos que recorreram ao STF para que este possa declarar a inconstitucionalidade
da Medida Provisória.
Disponível em: https://www.jota.info/stf/do-supremo/pcdob-tambem-vai-ao-stf-parar-anular-mp-de-
bolsonaro-contra-leis-de-apoio-a-cultura-04092022 Acesso em nov. 2022.
50 milhões de dólares para desenvolvimento e saneamento ambiental
Na notícia veiculada pelo “Senado Notícias”, podemos encontrar um exemplo prático que demonstra a
importância dos temas tratados através de resoluções. No caso mostrado pela notícia, o Senado Federal
aprovou uma resolução que autorizou o municípiode São Caetano do Sul, localizado no estado de São
Paulo, a contrair um empréstimo de 50 milhões de dólares com a Corporação Andina de Fomento (CAF).
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
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https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=3811489 19/21
https://www.al.sp.gov.br/repositorio/bibliotecaDigital/500_arquivo.pdf
https://www.al.sp.gov.br/repositorio/bibliotecaDigital/500_arquivo.pdf
https://www.jota.info/stf/do-supremo/pcdob-tambem-vai-ao-stf-parar-anular-mp-de-bolsonaro-contra-leis-de-apoio-a-cultura-04092022
https://www.jota.info/stf/do-supremo/pcdob-tambem-vai-ao-stf-parar-anular-mp-de-bolsonaro-contra-leis-de-apoio-a-cultura-04092022
https://www.jota.info/stf/do-supremo/pcdob-tambem-vai-ao-stf-parar-anular-mp-de-bolsonaro-contra-leis-de-apoio-a-cultura-04092022
https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2022/08/31/aprovada-autorizacao-de-emprestimo-de-us-50-milhoes-para-sao-caetano-do-sul
Esse recurso financeiro foi obtido com o intuito de implementar o Programa de Desenvolvimento e
Saneamento Ambiental perseguido pelo município paulistano. Desse dinheiro, cerca de 80% será
destinado para obras de drenagem e esgotamento sanitário, o que ajudará muito os bairros que sofrem
historicamente com enchentes. Vemos, então, a importância de resolução do Senado como uma espécie
legislativa que pode, inclusive, realizar o controle de recursos financeiros a serem captados do exterior,
evitando que os órgãos e entidades brasileiros fiquem endividados e a mercê de instituições
estrangeiras.
Disponível em: https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2022/08/31/aprovada-autorizacao-de-
emprestimo-de-us-50-milhoes-para-sao-caetano-do-sul Acesso em nov. 2022.
Aula 1
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 37. ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2013.
Terceira parte, Título II, Cap. II “Dos Princípios Constitucionais do Estado Brasileiro”, item II “Poder e Divisão de
Poderes”.
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REFERÊNCIAS
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https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2022/08/31/aprovada-autorizacao-de-emprestimo-de-us-50-milhoes-para-sao-caetano-do-sul
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