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Síntese da Unidade 4 (1)

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Disciplinas 
 
LIBRAS 
Docentes 
 
Prof. Tatiana Palazzo 
Curso 
 
 PEDAGOGIA 
Módulo 
 
5.1 
 Síntese da Unidade IV: Filosofias de Comunicação: da Fala à 
 Língua Brasileira de Sinais 
 
 
 
 Sabe-se que a discussão sobre qual seria o melhor método ou filosofia é bastante antiga, como 
podemos observar na citação de Bueno (1993, p. 71): Essa polêmica tem sido analisada, até hoje, 
através dos méritos intrínsecos de cada método, que oscilam entre a constatação da dificuldade 
do surdo adquirir linguagem oral (defesa do gestualismo) e a afirmação de que a fala possibilita 
melhor integração social (defesa do oralismo). 
• Para Behares (1993), são cinco correntes: oralismo, comunicação total, bimodalismo, 
educação bilíngue – bicultural. Já para Ferreira Brito (1993), são três correntes: oralismo, 
comunicação total e bilinguismo, sendo que elas podem se fundir em duas 
especialidades (oralista e bilíngue, já que a comunicação total está vinculada à primeira). 
Bueno (1998, p. 23) pode ter feito o melhor enfoque referente a qual filosofia adotar para 
a educação de surdos, pois o autor coloca que ambas as correntes continuam a 
considerar, de uma forma ou de outra, as conseqüências da surdez como limitações 
para o desenvolvimento social ou educacional do deficiente auditivo: Somente quando 
nos ativermos sobre o fenômeno social da deficiência auditiva, considerando as 
restrições efetivamente impostas por uma condição intrinsecamente adversa (a surdez), 
aliada às condições sociais das minorias culturais, determinadas por diferenças de 
classe, raça e gênero, estaremos avançando no sentido de contribuir efetivamente para 
o acesso à cidadania, acesso esse historicamente negado, quer pelos defensores do 
oralismo, quer pelos defensores da língua de sinais, na medida em que nenhum deles 
conseguiu, efetivamente, se desvincular das manifestações específicas geradas pela 
surdez. 
 No Brasil, até a década de 1970, a educação para os surdos era puramente oralista. Entre os 
anos 1970 e final de 1980, a Comunicação Total foi adotada e, somente no início da década de 
1990, começou a ser difundido o bilinguismo. 
 Oralismo: essa corrente metodológica foi a precursora na educação dos surdos no mundo. A 
crítica central a esse método é que ele enfatiza que, somente após a aquisição da língua oral, os 
surdos 
seriam capazes de se desenvolver, tanto social quanto academicamente. O oralismo tem a fala 
como objetivo, com o treinamento auditivo, leitura labial e aparelho de amplificação sonora 
individual (AASI). 
 Capovilla (2001, p.102) define que: O método oralista objetiva levar o surdo a falar e a 
desenvolver competência linguística oral, o que lhe permitiria desenvolver-se emocional, social e 
cognitivamente do modo mais normal possível, integrando-se como um membro produtivo ao 
mundo dos ouvintes. 
 Os autores citados entendem o oralismo como cura, isto é, buscar a fala como única maneira 
de inserir o surdo na sociedade e na escola. Vários foram os avanços tecnológicos e 
metodológicos ocorridos a partir da década de 1960 até os anos 1990 e, dentre eles, podemos 
citar: o Aparelho de Amplificação Sonora Individual (AASI), intervenção precoce, computadores 
para auxiliar a percepção da fala (Phonator e o Visible Speech) e os implantes cocleares, porém 
estes beneficiaram os ganhos em relação ao déficit auditivo, mas não em relação à aquisição e ao 
desenvolvimento normais da linguagem pelo surdo, como relata Capovilla (2000). 
 Comunicação total: Esta “filosofia” teve sua expansão no século XX, com o declínio do 
oralismo, que teve muitas dificuldades no processo de integração dos surdos, pois eles tinham 
grandes dificuldades nas esferas linguística e cognitiva, além de não poderem usar sua língua 
natural, os sinais. Talvez a contribuição mais importante da Comunicação Total tenha sido a 
mudança na concepção do surdo, pois antes o cerne da questão era a deficiência e o deficiente, 
agora, estuda-se a pessoa; de acordo com CICCONE (1996 apud Muntaner, 2003, p. 58) esta 
“[...] filosofia educacional entende o surdo como uma pessoa, e a surdez como uma marca cujos 
efeitos adquirem, inclusive, as características de um fenômeno com significações sociais”. 
 Ciccone (1990) observa que essa filosofia de comunicação não pode transformar o uso de 
sinais em um mero suporte para aprender o português. Isso porque a utilização simultânea da 
língua oral e a de sinais produziriam o que chamamos de “português sinalizado”. A fusão das 
duas línguas é inviável, pois possuem estruturas gramaticais distintas, o que dificulta o 
aprendizado do surdo. 
 Para Quadros (1997), esse tipo de sistema é inadequado, pois desconsidera a estrutura 
linguística da língua de sinais e desestrutura o português. 
 Quanto às críticas ao bimodalismo, elas devem ser feitas, desde que considerem a evolução e 
a história da educação dessas pessoas surdas e dos profissionais que atuam com elas. 
Bilinguismo: evidenciou-se com os estudos e as pesquisas de Stokoe quanto à complexidade 
linguística da língua de sinais na década de 1960. Nesta, tem-se como língua primeira, materna, 
para o surdo a língua de sinais. Assim, o idioma do país passa a ser o segundo código de 
comunicação desse indivíduo. Nessa proposta, a criança surda é exposta, no contexto escolar, às 
duas línguas. O objetivo central é perceber essa pessoa enquanto cidadão que faz parte de uma 
comunidade surda com uma cultura própria. 
 No bilinguismo, o objetivo é levar o surdo a desenvolver habilidades em sua língua primária de 
sinais e na secundária, a escrita. Tais habilidades incluem compreender e sinalizar fluentemente 
sua língua de sinais, e ler e escrever fluentemente no idioma do país ou da cultura em que ele 
vive. A maioria dos defensores dessa corrente educacional para surdos acredita que eles devam 
frequentar escolas bilíngues desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, pois, assim, por meio 
da libras poderão ter acesso às atividades curriculares específicas na sua língua primária e 
vivenciá-las. 
 A educação bilíngue pressupõe que o desenvolvimento cognitivo, afetivo, sociocultural e 
acadêmico das crianças surdas não depende, necessariamente, da audição, mas do 
desenvolvimento espontâneo da sua língua. A língua de sinais propicia o desenvolvimento 
linguístico e cognitivo da criança surda, facilita o processo de aprendizagem de língua oral, serve 
de apoio para leitura e compreensão de textos e favorece a produção escrita. 
 A preocupação central do bilinguismo é respeitar a autonomia das línguas de sinais e estruturar 
um plano educacional que não afete a experiência psicossocial e linguística da criança surda. 
 O objetivo da educação bilíngue é levar a criança surda a ter um desenvolvimento cognitivo 
linguístico equivalente ao verificado na criança ouvinte e desenvolver uma relação harmoniosa 
também com ouvintes, tendo acesso às duas línguas: a língua de sinais e a língua majoritária. 
 Para melhor entendimento do bilinguismo é necessário conhecer o que é L1 (língua materna – 
língua primeira), para os surdos brasileiros, L1 é a libras e o que é L2, a língua portuguesa escrita. 
 No Brasil, a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi reconhecida como meio legal de 
comunicação e expressão das comunidades surdas pela Lei nº 10.436 de 2002 (Brasil, 2002), 
regulamentada pelo Decreto nº 5.626, em 2005 (Brasil, 2005). 
 A compreensão que se tem é que a educação bilíngue não pode ser vista apenas como um 
ponto de chegada, mas sim como um ponto de partida, cuja perspectiva política reflita as 
condições socioeconômicas, linguísticas e culturais dos próprios surdos. É uma proposta que 
precisa ser construída com a comunidade surda, para que os projetospolítico-pedagógicos de 
educação bilíngue não se restrinjam apenas à implantação de escolas, mas que possam 
aprofundar e criar, de forma massiva. 
 
 
 
 
 
 
Bom estudo! 
Equipe de Dependência Pedagogia.

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